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Jornal de Estudo

Monday, May 28, 2007


Rochas metamórficas
Ultrapassadas as condições de pressão e de temperatura que definem o final
da diagénese, inicia-se o metamorfismo. Contudo se o aumento da
temperatura determinar a fusão das rochas, ocorre o magmatismo.
O metamorfismo caracteriza-se pelo conjunto de adaptações mineralógicas e
texturais que as rochas pré-existentes sofrem, quando sujeitas a condições
de pressão e de temperatura diferentes das que presidiram à sua formação.
Locais onde podem estar a ocorrerem fenómenos metamórficos devido a um
aumento: Predominante da temperatura: nas proximidades de intrusões
magmáticas, no interior da litosfera, nas proximidades de extrusões
magmáticas, em locais onde ocorrem colisões com meteoritos e na fronteira
de placas tectónicas em que o atrito gerado pelo movimento de placas induz
o aumento de temperatura.
-Predominante da pressão: na zona de fronteira de placas tectónicas, nas
bacias sedimentares quando ultrapassado o limite de diagénese.
Zonas actualmente estáveis podem ter sido tectonicamente activas no
passado. Sendo que as rochas metamórficas se formam, geralmente em
profundidade, o seu afloramento deve-se, ao arrasamento do relevo por
erosão.

Os processos metamórficos são controlados por diversos factores:


temperatura, tensão, fluidos e tempo.
O calor interno da Terra tem uma importante acção sobre a composição
mineralógica e sobre a textura das rochas. As ligações químicas que definem
a estrutura cristalina dos minerais podem ser alteradas ou quebradas. À
medida que a rocha se ajusta à temperatura a que foi submetida, os seus
átomos e iões recristalizam segundo novos arranjos, originando minerais
estáveis nas novas condições.
Quando submetidas a temperaturas superiores a 200ºC as rochas iniciam
processos de metamorfismo, temperaturas que ocorrem aproximadamente a
10Km de profundidade. Em zonas mais próximas da superfície temperaturas
superiores podem ocorrer no contacto com intrusões magmáticas.
Os fluidos libertados por um magma podem transportar iões de sódio,
potássio, sílicio, cobre e zinco e, em solução, outros elementos solúveis em
águas quentes sob pressão. A circulação de fluidos no interior das rochas,
circulação intra-rochosa, permite a troca de átomos e de iões entre as rochas
e o fluido. Desta reacção resulta a metamorfização da rocha, por alteração
da sua composição química e mineralógica. Pode ocorrer a substituição
completa de um mineral por outro sem que se verifique uma alteração da
textura da rocha.
No interior da Terra as rochas estão sujeitas à tensão litostática e à tensão
não litostática. A tensão litostática faz diminuir o volume da rocha durante a
metamorfização, os minerais tendem a ocupar menos espaço e por isso os
minerais metamórficos são mais densos. A tensão dirigida influencia a
textura das rochas metamórficas porque alinha paralelamente os minerais
que as constituem. Uma rocha que apresenta estruturas planares, em
resultado do alinhamento paralelo dos seus minerais, por acção de tensões
dirigidas, é uma rocha foliada. Há vários tipos de foliação:
a clivagem xistenta, foliação definida pela orientação preferencial de
minerais, em rochas de granularidade fina, de baixo grau de metamorfismo
como a ardósia e os filitos.
a xistosidade, em que a orientação de minerais tabulares, como as micas,
ocorre em rochas de granularidade média, de médio grau de metamorfismo,
como o micaxisto.
o bandado gnáissico, foliação marcada pela alternância de leitos
mineralógicos de cor clara e de copr escura em rochas de granularidade
média-alta. Ocorre em rochas de elevado grau de metamorfismo como o
gnaisse.
A fissibilidade, isto é a propriedade das rochas se dividirem em lâminas,
diminui com o aumento do grau de metamorfismo, pois os minerais ficam
mais compactos.
Tempo- Os fenómenos relacionados com o metamorfismo são muito lentos.
Minerais de origem metamórfica

Os minerais das rochas sujeitas a metamorfismo tornam-se instáveis, pelo


que se recombinam, formando, por recristalização, novas associações
minerais compatíveis com as condições termodinâmicas do novo ambiente.
Há minerais metamórficos que são comuns às rochas ígneas, outros são
exclusivos das rochas metamórficas, formando-se em condições de pressão
e de temperatura bem definidas, variáveis apenas dentro de limites muito
restritos, como é o caso da clorite, do epídoto, da granada, da estaurolite e
da silimanite.
As transformações mineralógicas que ocorrem, por recristalização, durante
os processos metamórficos podem resultar da :
-alteração da composição química dos minerais, por circulação de fluidos;
instabilidade entre dois ou mais minerais, indutora de reacções
mineralógicas entre eles, com formação de novos minerais sem que ocorra
variação na composição química global da rocha;
-alteração da estrutura cristalina do mineral, sem variação da composição
química, ocorre uma transformação polimórfica. Neste caso a andaluzite, a
distena e a silimanite constituem um importante exemplo de transformação
polimórfica, a composição desses minerais é a mesma (Al2SiO5); porém
possuem diferentes estruturas cristalinas. O diagrama seguinte mostra os
campos de estabilidade de cada um destes minerais. O facto de uma rocha
possuir andaluzite permite inferir que a mesma se formou em condições
relativamente baixas de pressão e de temperatura. A presença de distena
indica ambientes metamórficos de altas pressões, enquanto que a silimanite
indica ambientes metamórficos de elevadas temperaturas. São minerais
índice ou indicadores das condições de pressão e de temperatura reinantes
aquando da formação das rochas metamórficas que os contêm.

Metamorfismo de contacto
O metamorfismo de contacto é um exemplo de metamorfismo local e resulta
da instalação de um magma, a elevadas temperaturas, no seio de rochas
pré-existentes. Estas intrusões magmáticas metamorfizam as rochas
circundantes devido, essencialmente, à sua elevada temperatura e à
libertação de fluidos.
A auréola metamórfica é a orla de rochas alteradas metamorficamente em
torno da intrusão magmática. A sua espessura e o seu grau de
metamorfismo dependem da temperatura do magma, bem como da
dimensão da intrusão e da profundidade a que esta ocorre.
Nestas auréolas, o efeito dos agentes de metamorfismo de contacto atenua-
se com a distância ao corpo magmático, pelo que são constituídas por
rochas com diferentes graus de metamorfismo. As rochas que se formam no
contacto imediato com a intrusão magmática, rochas de mais alto grau de
metamorfismo designam-se por corneanas, devido ao aspecto córneo. O
metamorfismo de contacto também pode ser causado por extrusões
magmáticas. Geralmente é um metamorfismo de baixo grau pois, na
superfície da Terra o arrefecimento das lavas é muito rápido. Neste tipo de
metamorfismo as rochas, geralmente não são foliadas pois o efeito da
tensão não é relevante. Estas rochas apresentam textura granoblástica, pois
os minerais têm dimensões semelhantes a grânulos.

Metamorfismo regional
É o metamorfismo mais frequente e ocorre em vastas áreas, afectando uma
grande extensão de rochas, na sequência dos fenómenos tectónicos. Neste
caso a temperatura, a tensão e a circulação de fluidos são importantes.
As rochas de metamorfismo regional caracterizam-se por sucessivas fases de
recristalização e de deformação, devido à acção combinada e crescente das
condições de temperatura e de tensão origina-se xistosidade.
Ultrapassados certos valores de pressão e de temperatura, as rochas
metamórficas iniciam um processo de fusão parcial, designado de anatexia.

CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS


As rochas metamórficas são classificadas em rochas foliadas e rochas não
foliadas.
As rochas metamórficas sem foliação, à excepção das corneanas, formam-se
a partir das rochas pré-existentes, constituídas apenas por um único mineral.
Rochas não foliadas
-A corneana pode ter origem no argilito, é de granularidade fina, compacta,
escura
-As areias de quartzo, que constituem o arenito, unem-se e recristalizam em
cristais de quartzo de maiores dimensões, originando o quartzito.
- No mármore os cristais de calcite, constituem o calcário, unem-se e
recristalizam em cristais de calcite de maiores dimensões.
Rochas foliada
Xisto argiloso- rocha de baixo grau de metamorfismo, de granularidade fina.
Ardósia- Rocha de baixo grau de metamorfismo, de granularidade fina, com
clivagem ardosífera e de cores escuras.
Filito- Rocha de grau médio de metamorfismo, de granularidade fina,
podendo exibir minerais tabulares visíveis a olho nu.
Xisto ou micaxisto- Rocha de alto grau de metamorfismo, com foliação
acentuada(xistosidade), de granularidade média-alta, formada,
maioritariamente, por micas (com cristais muito desenvolvidos) .
Gnaisse- rocha de elevado grau de metamorfismo, de granularidade média-
alta e que se caracteriza pela existência de bandas de composição
mineralógica distinta., o bandado gnáissico.

APLICAÇÕES DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas metamórficas são, na sua generalidade, resistentes e duráveis,


por variadas razões, nomeadamente:
-O calor e a pressão eliminam os poros da rocha, aumentando a sua
densidade;
-as reacções metamórficas substituem minerais instáveis por minerais mais
estáveis;
-a recristalização fortalece as ligações entre os constituintes da rocha.
São rochas amplamente utilizadas na construção civil, nomeadamente no
exterior dos edifícios, dada a sua resistência à erosão provocada pelo clima,
bem como nos alicerces de obras de engenharia, como por exemplo nos
alicerces de pontes e de barragens.
posted by O Núcleo de Estágio @ 1:31 AM 10 comments

Monday, May 21, 2007


DOBRAS E FALHAS
As rochas, quando submetidas a condições de temperatura e de pressão
diferentes das que presidiram à sua génese, podem sofrer deformação e
metamorfismo.
Tensão é a força exercida por unidade de área. Em resposta a um estado de
tensão as rochas deformam-se, fracturando-se ou dobrando-se.
Os materiais podem apresentar diferentes tipos de deformações como
resposta às tensões a que são sujeitos.
Deformação elástica é uma deformação reversível e proporcional ao esforço
aplicado. O campo de deformação elástica das rochas, é limitado e, quando
ultrapassado o limite de elasticidade, as rochas manifestam um
comportamento plástico ou entram em rotura.
Acima do limite de elasticidade, o material fica deformado
permanentemente sem rotura se não for ultrapassado o limite de
plasticidade. São exemplos de deformações contínuas, as dobras.
Deformação por rotura ocorre quando é ultrapassado o limite de
plasticidade, a rocha entra em fractura. São exemplos de deformações
descontínuas, as falhas.
O comportamento das rochas durante os processos de deformação permite
classificá-las em rochas de comportamento frágil ou rígido e em rochas de
comportamento dúctil. O comportamento frágil ou dúctil de uma
determinada rocha depende das condições ambientais, nomeadamente das
condições de pressão, de temperatura, presença de fluidos intersticiais,
nomeadamente água que variam com a profundidade. A temperatura
aumenta com a profundidade e aumenta a plasticidade das rochas. De um
modo geral a presença de água faz aumentar a plasticidade das rochas.
Quanto mais tempo actuarem as forças, geralmente faz com que sejam mais
plásticas e por isso a rotura ocorre com mais dificuldade.
A composição e estrutura das rochas pode fazer aumentar a plasticidade
como é o caso da xistosidade evidenciada por algumas rochas metamórficas.
A tensão litostática resulta do peso das camadas suprajacentes e geralmente
aumenta a plasticidade da rocha. A tensão dirigida ocorre quando a rocha
está sujeita a forças de intensidade nas diversas direcções.
As rochas com comportamento frágil, quando sujeitas a estados de tensão,
em condições de baixa temperatura e de baixa pressão, fracturam. Este tipo
de deformação diz-se frágil. As rochas com comportamento dúctil, quando
sujeitas a estados de tensão, em condições de elevada temperatura e
pressão, sofrem deformação de forma ou de volume, sem sofrerem fractura.
Na zona de fronteira entre placas litosféricas, o estado de tensão e o tipo de
deformação associados dependem da natureza dos limites tectónicos.
No limite convergente, o estado de tensão é compressivo, se o
comportamento do material é frágil origina uma falha de compressão e se o
material é dúctil origina uma dobra.
No limite divergente, o estado de tensão é distensivo, se o comportamento
do material é frágil origina uma falha de distensão e se o material é dúctil
origina um estiramento.
No limite transformante, o estado de tensão é cisalhante, se o
comportamento do material é frágil origina uma falha e se o material é dúctil
origina um cisalhamento.

DOBRAS
Uma dobra consiste no encurvamento de uma superfície originalmente
plana. São elementos caracterizadores da geometria de uma dobra:
A charneira é uma linha que une pontos de máxima curvatura de uma dobra.
Os flancos são as partes da dobra de um e de outro lado da charneira.
A superfície ou plano axial é o plano da simetria da dobra que a divide em
duas partes (flancos) aproximadamente iguais.
O eixo da dobra é uma linha imaginária que separa flancos da dobra, que
resulta da intersecção longitudinal do plano axial com a crista da dobra.
A disposição espacial das dobras permite classificá-las em antiforma, quando
a concavidade está voltada para baixo, sinforma, quando a concavidade está
voltada para cima e dobra neutra quando a concavidade está disposta
lateralmente.
As dobras também podem ser classificadas com a idade das rochas que a
constituem. Sempre que o núcleo de uma sinforma é ocupado pelas rochas
mais recentes, a dobra é um sinclinal, sempre que o núcleo de uma
antiforma é ocupado pelas rochas mais antigas é um anticlinal.
Os movimentos tectónicos e a erosão são os processos responsáveis pela
exposição de rochas dobradas na superfície terrestre.

Falhas
Uma falha é uma superfície de fractura, ao longo da qual ocorreu um
movimento relativo entre os dois blocos que separa.
São elementos caracterizadores de uma falha:
O plano de falha é a superfície de fractura. Define-se pela direcção que é a
orientação da linha de intersecção do plano de falha com um plano
horizontal e pela inclinação que é o ângulo definido entre o plano de falha e
uma superfície horizontal.
O rejeito ou rejecto é o movimento relativo entre os dois blocos da falha.
O tecto é o bloco situado acima do plano de falha.
O muro é o bloco situado abaixo do plano de falha.
Existem três tipos de falhas:
A falha normal- O tecto desce relativamente ao muro. Forma-se em regime
de deformação distensivo, em zonas de separação de placas tectónicas.
A falha inversa- o tecto sobe relativamente ao muro. Forma-se em regime de
deformação compressivo, em zona de colisão de placas tectónicas.
Falha de desligamento- Os movimentos de blocos são essencialmente
horizontais e paralelos à direcção do plano de falha. Forma-se geralmente
em regime de deformação de cisalhamento.
posted by O Núcleo de Estágio @ 6:20 AM 1 comments

Magmatismo
As rochas magmáticas ou ígneas resultam da solidificação do magma,
mistura complexa de materiais fundidos, de composição essencialmente
silicatada e uma componente gasosa variável, ocorrendo em locais em que a
temperatura atinge valores entre os 800ºC e os 1500ºC.
Os magmas que originam as rochas magmáticas podem ser de três tipos,
definidos de acordo com o seu teor em sílica, cerca de 80% são de natureza
basáltica, 10% de natureza andesítica e 10% de natureza riolítica.
Magma riolítico: elevado teor em sílica, igual ou superior a 70%, com
elevada concentração de gases, muitos viscosos e que cristalizam em
profundidade originando rochas como o granito e à superfície rochas como o
riólito. Este tipo de magma está associado às zonas de subducção em que no
limite de convergência existe litosfera continental em ambas as placas.
Geralmente atinge a temperatura de 800ºC.
Magma basáltico: baixo teor em sílica, igual ou inferior a 50%, com pequena
quantidade de gases, fluído, oriundo do manto superior e que atravessam a
crusta com muita facilidade. Pensa-se que o magma basáltico tem origem no
peridotito, rocha semelhante ao basalto mas mais rica em minerais
ferromagnesianos. A maioria deste magma solidifica à superfície e origina
basalto, uma pequena quantidade solidifica em profundidade e origina
gabro. Estes magmas estão associados aos pontos quentes e às zonas de
rifte. Geralmente atinge a temperatura de 1500ºC.
Magma andesítico: teor em sílica variável entre 50 a 70%, geralmente 60% e
com quantidade média de gases. Quando o seu arrefecimento ocorre à
superfície origina rochas como o andesito quando ocorre em profundidade
origina rochas como o diorito. Este tipo de magma está associado às zonas
de subducção de uma placa oceânica sob uma placa continental.
A viscosidade dos magmas pode depender da densidade, da riqueza em
sílica, da temperatura e da quantidade de fluidos que contém.
A água faz baixar o ponto de fusão dos minerais. No entanto, a baixas
pressões, próximo da superfície, esse efeito deixa de se fazer sentir.

Processo de formação de minerais

Os factores externos que condicionam a cristalização são: a agitação do


meio, o tempo, o espaço disponível e a temperatura. Os cristais serão mais
perfeitos e maiores, quanto mais calmo estiver o meio, mais lento for o
processo, num maior espaço disponível. O crescimento do cristal pode ficar
condicionado pelo crescimento dos outros cristais.
Para a forma do cristal também contribuem factores internos: organização
espacial das suas partículas, natureza química dessas partículas, pelas
proporções em que se encontram na rede e pelas forças de ligação que
mantêm as partículas em oscilação em torno das suas posições de equilíbrio.
A estrutura cristalina implica uma disposição ordenada de iões, que formam
uma rede tridimensional que segue um modelo geométrico. A rede cristalina
é formada pela repetição da malha elementar ou motivo cristalino que são
unidades de forma paralelepipédica. Bravais formulou a teoria reticular que
permite explicar o comportamento de certas propriedades dos cristais, como
a clivagem, a condutibilidade calorífica e as diferenças de dureza, a partir do
arranjo interno das partículas. Um cristal cliva mais facilmente segundo
planos ligados por forças mais fracas e estes são paralelos uns aos outros.
Um cristal é um sistema reticular com nós que correspondem às partículas
elementares, com as fiadas que são alinhamentos de partículas em
direcções definidas por dois nós consecutivos e iguais e os planos reticulares
que são definidos por duas fiadas não paralelas. As malhas distinguem-se
pelas distâncias entre as partículas nas direcções correspondentes às
arestas do paralelepípedo-malha e pelos ângulos que estas arestas formam
entre si.
A forma poliédrica é, geralmente, uma consequência do arranjo interno das
partículas, mas esta forma pode não ser visível devido às condições de
cristalização.
Por vezes as partículas não chegam a atingir o estado cristalino, a textura
fica desordenada, como a dos líquidos mas apresentam rigidez e baixa
compressibilidade como os sólidos. Neste caso a textura é amorfa ou vítrea.

Aproximadamente 95% do peso e volume da crosta são formados por


minerais do grupo dos silicatos. A estrutura básica dos silicatos é o tetraedro
(SiO4)4- , em que o Si4+ está localizado na reunião central, rodeado por
quatro átomos de oxigénio ligados entre si. Como o alumínio tem um raio
iónico semelhante ao do silício, pode substituir este elemento nos tetraedros.
Os tetraedros têm tendência a polimerizar, pois não são electricamente
neutros e formam conjuntos complexos.
Os silicatos mais importantes nas rochas magmáticas são:
Quartzo- silicato de sílica, de cores variadas, dureza 7, com fractura
concoidal.
Olivina- silicato de ferro e magnésio, geralmente ocorre em agregados, no
interior de basaltos. Não tem clivagem e altera-se com facilidade.
Augite- é uma piroxena com ferro, magnésio cálcio, alumínio e outros. Tem
cor escura, clivagem e dureza perto de 6,5.
Hornoblenda-é uma anfíbola, de composição complexa, com ferro, magnésio,
cálcio, sódio, alumínio e outros. Cliva facilmente e tem com verde-escura.
Moscovite-é uma mica de cor clara, transparente em escamas finas, de
clivagem perfeita. Possui alumínio e potássio.
Biotite- é uma mica de cor negra, com alumínio, ferro, magnésio, entre
outros, transparente em escamas finas, de clivagem perfeita.
Ortóclase- é um feldspato potássico, cores claras, dureza 6, de clivagem
perfeita.
Albite- é uma plagióclase de cor branca, rica em sódio. Tem clivagem
perfeita.
Anortite- é uma plagióclase rica em cálcio.

Isomorfismo
Os minerais que apresentam uma composição química diferente mas
apresentam uma forma cristalina muito semelhante dizem-se isomorfos.
A substituição de um elemento por outro é muito frequente e daí a
manutenção da mesma forma cristalina. Para que a permuta dos iões se dê,
é necessário que os respectivos raios iónicos não difiram, em média, mais do
que 15%. O aumento da temperatura pode facilitar as substituições de iões
de raios iónicos diferentes. As plagioclases são um bom exemplo de uma
série isomorfa. A composição química de uma plagioclase pode variar entre
NaAlSi3O8 (albite) e CaAl2Si2O8 (anortite). Os iões Na+ são substituídos por
Ca2+ e os iões de Si4+ por Al3+.
Polimorfismo

A ocorrência da mesma substância sob diversas formas cristalinas


denomina-se polimorfismo. A estabilidade de uma estrutura cristalina
depende, entre outros factores, da temperatura, da pressão, da presença de
iões estranhos á estrutura, do pH do meio e do tempo. Quando há uma
variação destes factores, a estrutura de uma determinada substância
desestabiliza-se e os seus elementos tendem a organizar-se de forma a
adquirirem um novo equilíbrio estável. O diamante e a grafite são exemplos
de substâncias polimorfas. A grafite é formada por anéis de seis átomos
fortemente unidos. Entre as camadas as forças de ligação são fracas, o que
explica a sua clivagem e a sua utilização como lubrificante e no fabrico de
lápis.
O diamante é um mineral constituído por átomos de carbono ligados por
fortes ligações de covalência. Cada átomo situa-se no centro de um
tetraedro cujos vértices são também ocupados por outros átomos de
carbono.
O carbonato de cálcio também pode formar dois minerais diferentes a calcite
e a aragonite.
Cristalização e diferenciação dos magmas

Durante o processo de arrefecimento de um magma, devido à diminuição da


temperatura, inicia-se a cristalização, isto é, a formação de cristais de
matéria mineral. Quando ocorre à superfície devido às elevadas diferenças
de temperatura e pressão, a velocidade de arrefecimento é muito elevada e
muitas substâncias não chegam a cristalizar. Quando um magma arrefece
em locais profundos da crusta terrestre ocorre a formação sequencial de
minerais, possuindo cada um deles uma estrutura e composição química
bem definidas. A matéria magmática residual, isto é, a parte do magma que
não cristalizou, possui uma composição química diferente do magma
original.
Norman Bowen mediante diferentes processos de arrefecimento de magmas
artificiais, observou que os minerais não cristalizavam todos ao mesmo
tempo. Primeiro, cristalizam os minerais de mais alto ponto de fusão,
seguidos dos restantes, por ordem decrescente dos respectivos pontos de
fusão. Este processo designa-se cristalização fraccionada e é responsável
pela diferenciação magmática. Com base nas experiências laboratoriais,
Bowen definiu, para um magma original homogéneo, uma sequência de
formação de minerais designada Série ou Sequência Reaccional de Bowen.
Esta série é composta por dois ramos:
-ramo da série descontínua ou dos minerais ferromagnesianos, em que por
diminuição da temperatura, o mineral anteriormente formado reage com o
liquido residual, formando um mineral com composição química e estrutura
interna diferentes, estáveis nas novas condições de temperatura.
-ramo da série de reacção contínua ou série das plagióclases. São
constituídos por alumínio, sílica e percentagens variáveis de sódio e cálcio.
Os iões de sódio e de cálcio podem substituir-se na estrutura cristalina,
podendo formar uma plagióclase 100% cálcica, a anortite ou uma
plagióclase 100% sódica, a albite. A série designa-se continua porque a
alteração gradual de iões nas plagióclases não altera a sua estrutura interna.
Os minerais que se situam na mesma linha horizontal possuem temperatura
de cristalização semelhante.
Após a cristalização da olivina, a composição do magma fica relativamente
empobrecida em Ferro e Magnésio e relativamente enriquecida em sílica.
Com o arrefecimento progressivo do magma, atinge-se a temperatura de
cristalização da piroxena. Alguma olivina previamente formada reage com o
liquido residual, formando a piroxena que integra na sua estrutura uma
maior quantidade de sílica.
Atingida a temperatura de cristalização da anfíbola, parte da piroxena reage
com o liquido residual, empobrecendo-o ainda mais em Ferro e magnésio. Se
ainda houver uma fracção magmática após a cristalização da anfíbola, e a
temperatura continuar a descer, o mineral a formar-se é a biotite, sendo o
último mineral rico em ferro e magnésio a cristalizar.
A partir deste patamar térmico, os minerais, que então se formem, não
conterão estes elementos químicos.
A plagioclase que primeiro cristaliza é a anortite, à medida que a
temperatura do magma diminui, a quantidade de plagioclase aumenta,
sendo incorporado cada vez mais sódio. A última plagioclase que cristaliza é
a albite.
Após a cristalização completa dos minerais que constituem os dois ramos, a
fracção magmática resultante pode apresentar elevadas concentrações de
sílica e de metais leves como o potássio e o alumínio. Assim cristalizarão o
feldspato potássico, a moscovite e por fim o quartzo até ao esgotamento do
magma residual.
Os minerais formados a altas temperaturas são menos estáveis quando
submetidos às condições de meteorização, que ocorrem na superfície
terrestre.
posted by O Núcleo de Estágio @ 6:16 AM 0 comments

As rochas sedimentares, arquivos históricos da Terra


A estratificação é a característica mais comum nas rochas sedimentares e
resulta do facto da deposição dos sedimentos, por acção da gravidade ser
horizontal.
O estrato é a unidade estratigráfica elementar, o seu limite inferior designa-
se de muro e o superior tecto.
Sempre que ocorre uma variação brusca na natureza do sedimento, uma
pausa na sedimentação ou uma alteração nas condições físico-químicas do
meio, individualiza-se um novo estrato. À sucessão de estratos atribui-se a
designação de sequência estratigráfica.
Os ambientes sedimentares, detríticos, quimiogénicos e biogénicos,
distribuem-se pela superfície da Terra, nomeadamente nos continentes, nos
mares e oceanos, bem como nas zonas de transição.
A interpretação da sequência de estratos e de estruturas eventualmente
preservadas no seu tecto, fendas de dessecação ou fendas de retracção,
marcas de ondulação nas areias, pistas de locomoção dos animais ou outros
fósseis, permite desvendar aspectos da sua história geológica,
nomeadamente sobre as condições ambientais reinantes aquando da sua
formação, isto é sobre o seu paleoambiente.
As rochas sedimentares são assim muito importantes na reconstituição da
História da Terra, pois aplicando o princípio das causas actuais o passado
pode ser explicado através do presente, uma vez que as causas que
provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que
provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente.

Um fóssil é o resto ou molde de um organismo, ou um vestígio da sua


actividade, preservado em rochas. A fossilização completa raramente ocorre
e denomina-se de mumificação. O organismo é completamente preservado
num meio asséptico como as resinas ou âmbar. No caso das mineralizações
o organismo ou as partes duras são conservadas por substituição da matéria
orgânica por mineral. Na moldagem o organismo apenas está representado
pelo seu molde externo ou interno, ou pelos contra-moldes, os quais podem
revelar pormenores da sua estrutura e morfologia. Certos órgãos achatados,
como folhas de plantas podem fossilizar por um tipo de moldagem designado
por impressão. No caso das marcas fósseis o organismo está apenas
representado por vestígios da sua actividade.
Para que ocorra a fossilização é necessário que se reúnam certas condições,
umas inerentes ao meio e outras inerentes ao próprio ser vivo.
Após a morte do ser vivo é necessário que se forme sobre ele um depósito
que o isole do ambiente impedindo a sua destruição. A qualidade do
depósito que o recobre também é condicionante da fossilização. Quanto
mais fino e impermeável for, mais fácil será a fossilização. As temperaturas
médias e a humidade, na medida em que facilitam as acções microbianas,
dificultam a fossilização. As temperaturas baixas e o clima seco, impedem as
acções microbianas e por isso facilitam a fossilização.
A fossilização é tanto mais fácil quanto mais rico for o ser em substâncias
minerais, como a sílica e os sais de cálcio e quanto mais numeroso for o
número de indivíduos da espécie.

Princípios de Estratigrafia
Para determinar o tempo em que certos fenómenos ocorreram recorre-se a
datações relativas ou a datações absolutas. Na datação relativa são
importantes os fósseis, em especial os fósseis de idade, na datação absoluta
utilizam-se fenómenos de radioactividade, que pelo conhecimento do
período de semitransformação dos elementos radioactivos permitem
estabelecer cronologias absolutas.,
Nicolas Steno em 1669 constatou a possibilidade de estabelecer relações
entre diferentes estratos, ou sequências estratigráficas. Enunciou por isso o
princípio da sobreposição.
Principio da sobreposição- Numa sequência estratigráfica que não deforma, a
idade das rochas diminui da base para o topo.
Princípio da Continuidade lateral- Os estratos podem ser mais ou menos
espessos consoante as condições de sedimentação do local. Se as rochas
que se querem datar estão intercaladas em camadas que se reconhecem
como idênticas, pode estabelecer-se uma relação entre as rochas
intercaladas.
Princípio da Identidade Paleontológica- Estratos pertencentes a colunas
estratigráficas diferentes, com o mesmo conteúdo fóssil têm a mesma idade
relativa.
Princípio da Intersecção- Uma estrutura que intersecte vários estratos
formou-se depois deles e por isso é mais recente.
Princípio da Inclusão- Os fragmentos de uma rocha incorporados num dado
estrato são mais antigos do que ele.
A aplicação conjunta destes princípios permite estabelecer relações de idade
entre rochas sedimentares geograficamente afastadas, imprescindíveis na
compreensão da história da Terra.
Esta técnica de correlação permitiu a construção de uma escala de tempo
geológico baseada na seriação, em termos cronológicos, dos acontecimentos
que marcaram a História da Terra desde a sua formação, há cerca de
4600M.a. até à actualidade.
Escala do Tempo Geológico
A unidade geocronológica mais ampla é o Éon e nesta escala definem-se
dois: o Criptozóico, com rochas aparentemente desprovidas de fósseis e o
Fanerozóico, com rochas manifestamente fossilíferas. O Fanerozóico
subdivide-se nas Eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.
O Criptozóico possui apenas uma era, o Pré-Câmbrico. Foram encontrados
nas rochas desta era fósseis de bactérias, fungos e de algas unicelulares.
Foram também encontrados alguns fósseis de seres pluricelulares.
Uma enorme variedade de seres vivos proliferou há cerca de 570 Ma o que
marca o inicio de outro Éon, o Fanerozóico. As subdivisões do tempo
geológico são baseadas fundamentalmente nos tipos de fósseis encontrados
nas rochas e formados durante cada intervalo de tempo.
Durante os 325 milhões de anos da Era Paleozóica, animais com concha e
peixes evoluíram no mar e anfíbios e repteis começaram a ocupar os
continentes. Algas multicelulares cresceram nos oceanos e fetos arbóreos e
coníferas cobriram a Terra e formaram grandes bacias carboníferas. Os
oceanos Paleozóicos eram dominados por gastrópodes, vermes,
braquiópodes e trilobites. No final desta era extinguiram-se muitas espécies
como as trilobites, o que permitiu a multiplicação dos sobreviventes. No fim
da Era paleozóica, as forças Tectónicas juntaram novamente todos os
continentes para formar o supercontinente designado por Pangeia (III). Este
manteve-se estável entre os 300Ma e os 200M.a, quando voltou a dividir-se
pela terceira vez.
Durante o Mesozóico os répteis desenvolvem-se com facilidade e aparecem
os dinossauros que rapidamente se diversificam. No fim do Mesozóico mais
de 70% das famílias de anfíbios e répteis extinguem-se assim como outros
animais e plantas. Isto possibilitou o desenvolvimento de aves e mamíferos
durante a Era Cenozóica.
Os fósseis de idade são fósseis de seres que viveram na Terra durante
intervalos geologicamente curtos, com grande distribuição geográfica. Por
isso estes fósseis são indicadores da idade geológica dos estratos que os
contêm. São exemplos as várias espécies de amonites e de trilobites, que
viveram em eras geológicas bem definidas, respectivamente no Mesozóico e
no Paleozóico.
Os fósseis de fácies são fósseis de seres característicos de determinados
ambientes, como por exemplo os corais que indicam ambientes marinhos de
pequena profundidade e de águas tépidas.
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Monday, April 23, 2007


CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas sedimentares constituem uma fina camada da crusta,


representando cerca de 75% das rochas expostas à superfície terrestre.
As classificações existentes para este tipo de rochas baseiam-se, sobretudo,
na génese dos sedimentos que as originam.
Assim consideram-se três tipos de sedimentos:
- Detríticos, que são fragmentos com origem físico-química em rochas pré-
existentes.
-Químicos que são fragmentos que resultam da precipitação de algumas
substâncias dissolvidas na água.
-Biogénicos, que são fragmentos resultantes da actividade dos seres vivos
ou produzidas pelos seres vivos.
Os sedimentos detríticos originam rochas detríticas, os sedimentos químicos
originam rochas quimiogénicas e os sedimentos biogénicos originam rochas
biogénicas.
As rochas sedimentares detríticas constituem a maioria (3/4) do total das
rochas sedimentares existentes à superfície da Terra. Os sedimentos podem
classificados quanto ao grau de calibragem, ao grau de arredondamento,
quanto à granulometria e à composição química. Os depósitos de balastros,
areias, síltes e argilas classificam-se como rochas sedimentares detríticas
não consolidadas. A consolidação destes sedimentos por diagénese, origina
as rochas sedimentares detríticas consolidadas A consolidação é feita por
acção da pressão e da cimentação no caso das brechas, dos conglomerados
e dos arenitos. No caso dos siltítos e dos argilítos devido à pequena
dimensão das partículas constituintes é só feita por acção da pressão que
permite a compactação. A cimentação pode ocorrer pela formação de um
cimento (precipitação de substâncias dissolvidas na água) entre os
sedimentos ou por formação de uma matriz (deposição de partículas muito
finas transportadas pela água).
O aspecto das areias pode dar informações sobre as condições ambientais
em que se formaram. Assim as areias fluviais são geralmente angulosas com
grau de granotriagem variável, as eólicas são bem arredondadas, baças
devido a numerosas marcas provocadas pelos choque e muito bem
calibradas, as areias marinhas são arredondadas, polidas, brilhante e bem
calibradas e as areias glaciárias são muito angulosas e mal calibradas. As
areias mais comuns são as quartzosas pois são constituídas por quartzo, um
mineral muito resistente. Entre os grãos de areia existem espaços ou poros
onde a água pode circular e por isso as areias são muito permeáveis.
As areias têm várias aplicações na nossa sociedade como a construção civil
e as indústrias de cerâmica e vidreira.
As argilas são rochas pouco duras, friáveis, reduzem-se com facilidade a pó e
têm cheiro característico a barro. São muito plásticas e quando saturadas
em água tornam-se impermeáveis. As pequeníssimas partículas que as
constituem aumentam de volume ao absorverem água, fazendo desaparecer
os espaços existentes entre elas. Quando zonas argilosas ficam expostas ao
ar seco, a água evapora-se e o terreno apresenta-se cheio de fendas, devido
à desidratação. As argilas podem ter várias aplicações na construção civil e
na indústria de cerâmica.
As rochas sedimentares quimiogénicas formam-se por precipitação de
substâncias dissolvidas na água, os sedimentos.
A calcite é quimicamente carbonato de cálcio e pode formar-se a partir de
iões cálcio e o iões hidrogenocarbonato, levando à formação de água e
dióxido de carbono. A diminuição do teor do dióxido de carbono nas águas
em consequência do aumento da temperatura da água, da diminuição da
pressão atmosférica ou da agitação das águas (exemplo: o efeito da
ondulação) faz com que o equilibro químico se desloque no sentido da
formação e libertação de CO2 e na precipitação de carbonato de cálcio. A
deposição posterior diagénese dos minerais de calcite origina o calcário. São
exemplos de calcários quimiogénicos, o travertino, as estalactites, as
estalagmites e as colunas.
O sal-gema forma-se por precipitação de sais de cloreto de sódio, com
formação do mineral halite. O gesso forma-se por precipitação de sais de
sulfato de cálcio dom formação do mineral gesso. Esta evaporação é
desencadeada pela evaporação de águas marinhas retidas em lagunas ou de
águas salgadas de lagos de zonas áridas que contêm ou cloreto de sódio ou
sulfato de cálcio em solução.
O sal-gema é pouco denso e muito plástico. Depósitos profundos desta
rocha, quando sujeitos a pressão, podem subir através de zonas frágeis da
crosta e formar grandes massas de sal, os domas salinos ou diapiros.
O gesso é utilizado na construção civil e na decoração e o sal-gema em
indústrias que produzem sabão, borracha, cerâmica e detergentes.
As rochas sedimentares biogénicas formam-se como consequência da
actividade dos seres vivos que se pode manifestar de vários modos.
Os corais são seres vivos que edificam estruturas calcárias sob a forma de
recifes, a partir do carbonato de cálcio dissolvido na água do mar. As
numulites são fósseis de organismos marinhos que fabricavam uma concha
enrolada em espiral de carbonato de cálcio. Outros seres vivos retiram o
carbonato de cálcio do mar para construir as suas conchas. A acumulação e
a cimentação destas estruturas, após a morte dos seres vivos, originam
respectivamente os calcários recifais, os calcários numulíticos e os calcários
conquíferos.
Os carvões e os petróleos são considerados combustíveis fósseis pois
possuem matéria proveniente de seres vivos, principalmente fotossintéticos.
Estes seres armazenaram energia química nos seus compostos orgânicos.
Durante milhões de anos estes compostos orgânicos foram decompostos,
devido a um aprofundamento rápido o que evitou o contacto com o oxigénio,
transformando-se de acordo com a natureza dos detritos em carvões ou
petróleo. Estas substâncias podem ser utilizadas em reacções de combustão
para produzir energia.
Os meios lagunares costeiros ou os meios lacustres são os mais adequados
para que ocorra a sedimentação com movimentos de subsidência
(aprofundamento).
As turfas resultam da decomposição lenta de restos de plantas, em
ambientes aquáticos pouco profundos e oxigenados, como os pântanos, ao
longo de milhões de anos. Em bacias costeiras lagunares ou em bacias
lacustres este sedimento biogénico, a turfa, pode aprofundar rapidamente e
sofrer a decomposição de bactérias anaeróbias. Com o aumento da
profundidade as bactérias morrem devido ao aumento da pressão e da
temperatura e devido à acumulação dos produtos de metabolismo. Ocorre
então diagénese originando progressivamente carvões mais ricos em
carbono e consequentemente mais pobres em água e substâncias voláteis.
Este enriquecimento em carbono designa-se de incarbonização. A lenhite
ainda apresenta elevado teor em água por isso o seu poder combustível é
fraco. O carvão betuminoso, conhecido por hulha, apresenta elevado teor de
carbono, o que faz dele o carvão de maior interesse económico, pois
apresenta elevado valor energético e relativa facilidade de exploração. O
antracito contém mais de 90% de carbono o que o torna difícil de
combustão. Quando, na formação da jazida a subsidência do fundo da bacia
de sedimentos é rápida, a vegetação diminui, diminuindo também a
deposição de detritos orgânicos. Pelo contrário aumenta a deposição de
detritos terrígenos, trazidos pelas águas, detritos esses que formam
depósitos que evoluem para rochas sedimentares detríticas. Se a
subsidência é lenta a vegetação é mais exuberante, aumentando a
deposição de detritos orgânicos que evoluem para leitos de carvão. Assim,
alternam leitos de carvão com leitos de rochas sedimentares.
Classificações mais actuais não consideram o petróleo uma rocha, é
considerado um fluido de origem biogénica com uma percentagem variável
de gases. Na legislação portuguesa o termo petróleo designa toda a
concentração ou mistura natural de hidrocarbonetos líquidos, o petróleo
bruto, ou gasosos, o gás natural. O petróleo na Geologia pode ainda incluir
os produtos sólidos que se designam por asfalto ou betumes.
A formação dos hidrocarbonetos que formam o petróleo resulta da
conjugação de uma série de fenómenos naturais. O plâncton deposita-se em
ambientes aquáticos pouco pro9undos, pouco agitados e pobres em
oxigénio. A rápida deposição dos sedimentos isola estes restos orgânicos das
bactérias decompositoras. O petróleo forma-se no interior de camadas de
natureza argilosa ou carbonatada que são designadas de rochas-mãe. A
compactação e o afundimento( 2000 a 3000m) destas camadas provoca
alterações físico-quimicas ( temperatura entre os 80 e os 120 ºC) durante
milhões de anos o que leva a que aquela matéria orgânica se transforme
num liquido negro e espesso que se designa de petróleo, com alguns
hodrocarbonetos sólidos em solução). Se o afundimento continuar o petróleo
vai ficando mais fluido e vai-se transformando em gás-natural. Depois de
formado o petróleo tende a migrar para níveis superiores pois é menos
denso que os restantes fluidos das rochas-mãe Se migrar livremente o mais
provável é que venha a perder-se na superfície terrestre ou da água. Se na
sua ascensão encontrar rochas de baixa permeabilidade, as rochas-
cobertura, como as argilas, que impedem as ascensão do petróleo,
funcionando como barreiras, e pode encontrar rochas porosas e permeáveis
onde pode armazenar-se, as rochas-armazém como arenitos e calcários.
Para que ocorram acumulações consideráveis de petróleo é necessária a
presença de estruturas geológicas favoráveis, as armadilhas petrolífera,
como as dobras e as falhas. Reunidas estas condições podem formar-se
reservatórios de petróleo. Nestes é vulgar encontrar água salgada que pode
ser água remanescente daquela que ficou aprisionada entre os sedimentos
ou água resultante das infiltrações verificadas à superfície.Furos de
sondagem petrolífera, realizados em Portugal, não revelaram, até hoje,
indícios de petróleo ou mostraram ocorrências sem valor comercial, como é
o caso da extracção de alguns milhares de litros de petróleo, de baixa
qualidade, na zona de Torres Vedras
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Rochas sedimentares
Processos de formação de rochas sedimentares

A Terra apresenta uma geodinâmica interna e externa, isto é, é um planeta


geologicamente activo.
A geodinâmica externa é alimentada pelo Sol. O calor solar fornece a energia
suficiente para que ocorra o ciclo da água e consequentemente a alteração
do relevo.
O motor da geodinâmica interna é o calor do interior da Terra, a geotermia,
que acciona os movimentos de convecção e, consequentemente os
movimentos das placas.
Na sequência desta dinâmica formam-se as rochas sedimentares,
magmáticas e metamórficas, as quais se interrelacionam de forma dinâmica.
O ciclo das rochas mostra teoricamente a reciclagem das rochas à medida
que elas se formam, se destroem e se transformam.
As rochas além de serem recursos minerais são testemunhos da dinâmica do
planeta e por isso permitem estudar a história da Terra.
As rochas são associações de minerais compatíveis entre si e com as
condições ambientais em que foram originadas, essencialmente de pressão
e de temperatura.
As rochas sedimentares ocupam um pequeno volume da crosta da Terra mas
ocupam uma grande área relativamente à superfície exposta
A génese das rochas metamórficas implica a formação de materiais que as
vão constituir, a sedimentogénese e a evolução desses sedimentos, a
diagénese.
A sedimentogénese envolve a meteorização, a erosão, o transporte e a
sedimentação.
Os processos de meteorização alteram as características primárias das
rochas, fragmentando-as, a erosão remove os materiais resultantes da
meteorização.
A meteorização física ou mecânica inclui os vários processos que
fragmentam a rocha em pedaços mais pequenos que não sofrem alterações
na composição química comparativamente à rocha original.
Neste tipo de meteorização incluem-se processos como a acção da água, a
acção do gelo, a acção do calor, a acção dos seres vivos, o crescimento de
minerais e o alívio de pressão.
A alternância de períodos secos com períodos de forte humidade, resultantes
da variação cíclica dos teores em água das rochas, originam aumento de
volume e retracções, gerando tensões que conduzem à fracturação e,
eventualmente, à desagregação do material rochoso. A própria acção da
água da chuva sobre as rochas também contribui para a sua meteorização.
Por diminuição da temperatura, a água que penetra nas fracturas e nos
poros da rocha pode gelar, aumenta de volume e exerce forças que
aumentam as fissuras já existentes, ou originam novas fissuras, contribuindo
para a desagregação da rocha.
Quanto mais fendas e cavidades cheias de água existirem, maior será a
fragmentação causada pelo gelo. Por isso rochas porosas e fissuradas
desagregam-se com mais facilidade.
Em regiões com forte amplitude térmica diária, por exemplo os desertos,
esta variação implica uma alteração do volume das rochas. Um aumento de
temperatura implica dilatação e um arrefecimento implica contracção. Este
movimento sistemático leva a uma grande fracturação das rochas com
formação de materiais soltos.
A implantação das sementes nas fracturas de rochas porosas e com fraca
resistência pode contribuir para a desagregação das mesmas. As suas raízes
são responsáveis pelo alargamento das fendas pré-existentes, com
consequente separação dos blocos rochosos.
Os ventos fazem balançar as árvores obrigam ao alargamento das fendas
das rochas onde estão implementadas, facilitando a acção de outros agentes
erosivos.
Certos animais como os texugos, coelhos e minhocas cavam tocas ou
galerias que aumentam o grau de desagregação da rocha ou expõem a
outros agentes de meteorização.
A água que existe nas fracturas e poros das rochas contém sais dissolvidos
que podem precipitar e iniciar o seu crescimento ou haloclastia, exercendo
uma força expansiva, que contribui para uma maior desagregação da rocha.
Nas zonas costeiras o crescimento da halite é um exemplo deste processo.
A redução da pressão sobre uma massa rochosa pode causar a sua
expansão e posterior fragmentação. As rochas formadas a grande
profundidade como as magmáticas plutónicas, quando são aliviadas do peso
das rochas suprajacentes, expandem, fracturam e formam diáclases.
Por vezes, este alívio de pressão provoca o aparecimento de camadas
concêntricas de capas semelhantes a escamas de cebola, designando-se por
disjunção esferoidal.
Na meteorização química ocorre alteração da composição química e na
composição mineralógica. Este processo é tanto mais intenso quanto maior
for o estado de desagregação física das rochas. A meteorização química
inclui diversas reacções químicas que ocorrem com mais facilidade na
presença de água e do ar atmosférico.
Na dissolução ocorre a reacção dos minerais com água ou com um ácido, e
ficam dissolvidos numa solução. Na hidratação ocorre a combinação química
de minerais com a água e na desidratação ocorre a remoção da água dos
minerais. No caso da hidratação ocorre um aumento de volume que facilita a
desintegração das rochas por acção da hidrólise. Nesta reacção os catiões da
estrutura de um mineral são substituídos pelos iões de hidrogénio. A
oxidação é um processo pelo qual ocorre a perda de electrões e a redução
ocorre ganho de electrões e por isso são processos que estão ligados entre
si.
Todos os seres vivos, em resultados de processos metabólicos, produzem
fluidos que podem provocar reacções químicas quando em contacto com sãs
rochas. É uma meteorização química-biológica.
O granito é uma rocha magmática, plutónica, muito comum no nosso país. O
seu afloramento pode ocorrer devido aos movimentos da crosta ou à
remoção das camadas suprajacentes. O granito fica exposto a condições de
pressão e de temperatura diferentes daquelas em foi gerado. Os minerais
que o constituem alteram-se devido às novas condições ambientais. Os
maciços graníticos apresentam diáclases, que são superfícies de fractura
provocadas pelas tensões internas da crosta ou devido à descompressão. A
rede de diáclases favorece a alteração da rocha, pois as zonas dos bordos
dos blocos aproximadamente paralelepipedicos, tornam-se mais frágeis.
Nestas zonas mais expostas os minerais perdem a coesão e desintegram-se
gradualmente, convertendo-se em areia grosseira que será arrastada pelas
águas de escorrência. Esta arenização leva à formação de blocos
arredondados pois os vértices desaparecem. Formam bolas amontoadas
formando uma paisagem, o caos de blocos. O granito é constituído por
quartzo, feldspatos e micas. O quartzo mantém-se durante a meteorização
pois é um mineral muito duro e por isso resistente à meteorização. As micas
e os feldspatos desaparecem sucessivamente e dão origem a óxidos de ferro
e a minerais de argila.
Após a meteorização ocorre a erosão, processo pelo qual os agentes
erosivos, principalmente a água e o vento arrancam e separam os
fragmentos da rocha-mãe. As águas das chuvas são responsáveis pela
formação de sulcos profundos nos solos, as ravinas. As águas da chuva
também podem remover o solo em torno de rochas enquanto que o que fica
por baixo da rocha está protegido e endurece, formando estruturas que se
designam chaminés de fadas.
A acção erosiva do vento consiste na remoção de partículas deixando a
descoberto a rocha que fica sujeita à meteorização, e esta partículas
movimentadas pelo vento podem desgastar as rochas, agindo como se
fossem lixas, preferencialmente ao nível do solo, podendo originar estruturas
pedunculadas.
Geralmente os materiais resultantes da meteorização não permanecem no
local de formação. A força exercida pelos agentes erosivos é suficiente para
iniciar o transporte desses materiais. Os agentes de transporte mais
importantes são a água, a gravidade terrestre e o vento. O transporte pelo
vento pode realizar-se por suspensão, por saltação e por deslizamento. A
força exercida pela aceleração da gravidade faz com que os materiais se
soltem e deslizem das zonas mais altas para as zonas mais baixas. A água é
o principal agente de transporte dos materiais removidos. O transporte
efectuado pela água dá-se preferencialmente nos estados sólido, gelo dos
glaciares, e líquido, águas selvagens, torrentes, rios, lagos, águas
subterrâneas e mares. Durante o transporte os detritos experimentam
arredondamento devido aos choques entre eles e ao atrito com as rochas da
superfície, e experimentam granotriagem pois as partículas são
seleccionadas e separadas de acordo com o tamanho, a forma e a
densidade. Um sedimento é bem calibrado quando os detritos têm
aproximadamente o mesmo tamanho.
Em locais onde a acção dos agentes de erosão e transporte se anula ocorre a
deposição dos materiais, a sedimentação. Para além dos detritos também se
podem depositar novos minerais resultantes da meteorização química,
minerais de precipitação das substâncias em solução e matéria orgânica,
como as plantas mortas. A deposição pode ocorrer no interior dos
continentes (ex: lagos, rios), nos limites continente-oceano (ex:praias,
deltas) e nos oceanos (ex: plataforma continental, planície abissal).
Os sedimentos podem ser detríticos ou clastos resultantes da alteração de
outras rochas, sedimentos de origem química, resultantes da precipitação de
substâncias dissolvidas na água e sedimentos biogénicos, compostos por
restos de seres vivos ou produtos resultantes da sua actividade.
A deposição dá-se segundo camadas sobrepostas, horizontais e paralelas
que se denominam os estratos e distinguem-se pela cor, pela composição ou
pela granularidade. As superfícies que separam diferentes estratos chamam-
se juntas de estratificação. O estrato que recobre um determinado estrato
em estufa chama-se tecto e o que fica por baixo é o muro. Por vezes a
estratificação é entrecruzada o que revela um a variação na intensidade e
/ou na direcção do agente de transporte.
A diagénese é o conjunto de fenómenos físicos e químicos que transforma os
sedimentos móveis em rochas sedimentares consolidadas. Envolve a
compactação e desidratação, a cimentação e a recristalização.
Na compactação vai ocorrendo a deposição, os sedimentos são
sucessivamente comprimidos por acção dos novos sedimentos que sobre
eles se vão depositando. Os materiais subjacentes são sujeitos a um
aumento da pressão crescente, o que provoca a expulsão da água que existe
entre eles (desidratação) e a diminuição da porosidade, com consequente
diminuição do seu volume. A rocha torna-se mais compacta e densa.
Entre os espaços dos diferentes sedimentos pode ocorrer a precipitação de
substâncias químicas dissolvidas na água, tais como a sílica, o carbonato de
cálcio e os óxidos de ferro formando um cimento. Quando os sedimentos são
muito finos, os poros são muito pequenos para a circulação de água. A
consolidação é apenas devida à compactação. Noutras situações, nos
espaços entre os sedimentos de maiores dimensões depositam-se partículas
muito finas transportadas pela água, formando uma matriz que liga os
materiais.
Pode também ocorrer a recristalização, pois alguns minerais alteram as suas
estruturas cristalinas.
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Os Minerais
OS MINERAIS: PROPRIEDADES

Um mineral é uma substância sólida, natural e inorgânica, de estrutura


cristalina e com composição química fixa ou variável dentro de limites bem
definidos. Na natureza existem substâncias sólidas, naturais e inorgânicas
mas que não têm uma estrutura cristalina, ou seja as suas partículas
constituintes não definem uma distribuição regular no espaço. São os
mineralóides como a opala.
Na identificação dos minerais recorre-se a um conjunto de propriedades
químicas e físicas.
Um exemplo de um teste químico é o teste do sabor salgado para a halite ou
então da efervescência produzida por acção de um ácido. A calcite e outros
carbonatos reagem com o ácido clorídrico, fazendo efervescência devido à
libertação de dióxido de carbono, durante a reacção.
Devido ao elevado custo de alguns ensaios químicos as propriedades físicas
são as mais usadas.
O brilho é a propriedade que se refere à intensidade de luz reflectida por
uma superfície de fractura recente do mineral em estudo. Os minerais
podem ter brilho metálico, como a prata, brilho submetálico como a
volframite, de brilho menos intenso que o metálico e não metálico como o
quartzo. Neste caso existem designações particulares para classificar o
brilho como o adamantino no caso do diamante.
A cor deve ser observada numa superfície de fractura recente, à luz natural.
Alguns minerais apresentam uma cor constante, qualquer que seja a
amostra observada, são minerais idiocromáticos. Geralmente são os
minerais metálicos. Outros apresentam uma gama variada de cores, são os
minerais alocromáticos geralmente de brilho não metálico.
A clivagem é a propriedade física que traduz a tendência de alguns minerais
para fragmentarem, por aplicação de uma força mecânica, segundo
superfícies planas e brilhantes, de direcções bem definidas e constantes. Os
planos de clivagem correspondem a superfícies de fraqueza da estrutura
cristalina dos minerais.
A fractura revela que todas as ligações são igualmente fortes, qualquer que
seja a direcção considerada. As superfícies de fractura não se repetem
paralelamente a si mesmas e podem apresentar diferentes aspectos.
A dureza de um mineral é a resistência que ele oferece ao ser riscado por
outro mineral. A escala de Mohs, composta por dez minerais de dureza
conhecida, permite determinar a dureza relativa de um mineral mediante a
facilidade ou a dificuldade com que é riscado por outro. Diz-se que um
mineral é mais duro que outro se, e só se, o riscar, sem se deixar riscar por
ele; dois minerais têm a mesma dureza se se riscam ou não se riscam
mutuamente. Se o mineral risca determinado termo, não sendo riscado por
ele, e é riscado pelo termo imediatamente superior, não o riscando, a dureza
do mineral fica compreendida entre a dureza dos dois termos
acrescentando-se 0.5 ao termo inferior. Os termos da escala devem ser
percorridos do mais duro para o menos duro a fim de se evitar o constante
desgaste dos minerais menos duros. Para abreviar o processo de
determinação da dureza e para evitar a deterioração rápida dos termos
menos duros da escala de Mohs, deve recorrer-se a ensaios preliminares que
delimitam as zonas da escala em que a dureza do mineral em estudo deve
situar-se. A dureza é uma propriedade geologicamente importante porque
traduz a facilidade ou dificuldade com que um mineral se desgasta quando
submetido à acção abrasiva de cursos de água, do vento e dos glaciares nos
processos de erosão e transporte. Uma desvantagem da utilização da escala
de Mohs é que o aumento da dureza absoluta entre os diferentes termos não
é sempre o mesmo, fazendo-se de um modo descontínuo.
O traço ou risca é a cor de um mineral quando reduzido a pó, numa
superfície despolida de porcelana. Este método é apenas aplicável nos
minerais com dureza inferior à da porcelana. No caso dos minerais de dureza
superior, para determinar a risca, reduz-se a pó uma pequena amostra do
mineral em estudo, num almofariz. Geralmente a cor de um mineral não
coincide com a cor do traço, mas o traço é uma propriedade constante
enquanto que a cor é variável.
A densidade depende da estrutura cristalina do mineral, nomeadamente dos
seus constituintes e do seu arranjo, mais ou menos compacto. A densidade
traduz a massa por unidade de volume. A densidade do mineral, utilizando a
balança de Jolly, consiste na relação entre o peso de um determinado
volume de mineral e o peso de igual volume de água a 4ºC.
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Recursos Minerais
Recursos naturais

Tal como os outros seres vivos, também o ser humano vai buscar à Natureza
os alimentos e os materiais que são essenciais à sua vida. Designam-se por
Recursos Naturais todos os elementos disponíveis pela Natureza e
susceptíveis de satisfazerem as necessidades do ser humano. São exemplos
de recursos naturais: os recursos minerais, biológicos, hídricos e energéticos.
À escala de duração da vida humana, certos recursos, como florestas, água,
solo, animais, podem ser renovados rapidamente. São recursos que não se
esgotam com grande facilidade, apesar de serem muito explorados pelo
Homem, pois são naturalmente renovados – designam-se por recursos
renováveis. Contudo, se ritmo de consumo for mais rápido que a taxa de
renovação, ou se a sua utilização for feita de uma forma não racional, um
recurso renovável pode ser esgotado ou degradado.
Os recursos naturais que existem na crosta terrestre e cuja formação
envolve processos geológicos com duração de milhares ou milhões de anos,
são chamados de recursos não renováveis, como por exemplo os recursos
minerais e os combustíveis fósseis pois têm uma taxa de exploração muito
elevada

RECURSOS MINERAIS
Segundo a legislação portuguesa os recursos geológicos são todos os bens
naturais de natureza geológica existentes na crosta terrestre e que são
passíveis de aproveitamento.
Recursos minerais são acumulações de rochas e minerais que constituem a
crusta terrestre e que quando são economicamente rentáveis para o Homem
designam-se por jazidas minerais. Os recursos minerais podem ser
classificados, segundo as suas propriedades, sendo assim podem designar-
se metálicos (por exemplo, o ferro, alumínio, titânio, manganês, o cobre,
chumbo e zinco) e não-metálicos (areias e cascalhos, fosfatos, nitratos, sal).
Muitos minerais são matérias-primas vitais para o Homem, apresentando
uma grande importância industrial e social, sendo a sua descoberta e
exploração essenciais para o progresso do Homem. A história da utilização
dos minerais resulta da observação dos achados arqueológicos. O homem
pré-histórico, no Paleolítico (período da pedra lascada), para cobrir as suas
necessidades, fez uso do sílex e outras variedades de quartzo. Nas
sociedades Neolíticas, o homem usou gemas (minerais utilizados em
joalharia e ourivesaria) como moeda de troca. Quando descobriu os metais
(ouro, cobre, estanho, ferro) passou a fazer uso deles. O conhecimento dos
metais e a sua utilização caracterizou alguns períodos da antiguidade, como
a Idade do bronze ou a Idade do ferro. Actualmente, o homem faz uso
directo ou indirecto de quase todos os minerais conhecidos.
Ao longo da história da Humanidade, a descoberta de muitos minerais e o
seu processo de transformação foi importante para a melhoria das condições
de vida do ser humano. Nas nossas actividades diárias usamos os mais
variados objectos e materiais, sem imaginarmos o que eles contém ou quais
os processos de transformação que as matérias-primas que o constituem
experimentam até se conseguir o objecto que utilizamos. Os recursos
minerais estão associados a todos os electrodomésticos, meios de
transporte, e à grande maioria de utensílios que usamos, como por exemplo
as pilhas, lápis, materiais de vidro, etc.
Portugal é um país de tradição mineira, apesar de, actualmente, ser
considerado um país de poucos recursos minerais, devido ao facto de a sua
exploração não ser economicamente rentável.

RECURSOS MINERAIS: Extracção e consequências.

Estando o seu início ligado à peneiragem do fundo dos rios, em busca dos
materiais provenientes da erosão das rochas pela água ou vento, a
exploração da matéria mineral evoluiu em função da maior procura de
matéria-prima.
Assim, de um tipo rudimentar de exploração, baseada em utilização de
peneiras e baldes transportados por homens, passou-se para uma extracção
mineira exercida no local onde o minério está aprisionado, através da
abertura de túneis penetrando no interior da Terra.
A extracção de recursos minerais é realizada maioritariamente através da
exploração de minas. Estas minas podem ser constituídas por galerias que
penetram na crosta terrestre, construídas mantendo toda a extracção
debaixo do solo, ou pode ser feita numa mina a céu aberto, como no caso de
muitas pedreiras.
A construção de galerias é sequencial, sendo o local de exploração perfurado
mais profundamente quando se esgota o minério mais próximo da superfície,
e se é verificada a existência de reserva de minério suficientemente
lucrativa. Nestes casos os mineiros descem todos os dias até aos locais, cada
vez mais profundos, onde os recursos estão em maior quantidade. Este é um
tipo dispendioso de exploração mineira, pois é necessário criar galerias
seguras, extraindo a rocha que ocupava os espaços da galeria para o
exterior e assegurando que a estrutura da mina não colapsa com o peso que
suporta.
Além do perigo de desabamento, as minas de galerias caracterizam-se
também pela falta de oxigénio e pela presença de gases tóxicos no ar dentro
dos túneis. Para prevenir estes perigos, eram levados animais que reagiam
em caso de alarme; ratos e certas espécies de aves alertavam os mineiros.
Hoje em dia são usados sensores. A surdez e a cegueira são também
problemas associados à profissão de mineiro em galerias.
A mina a céu aberto é mais viável economicamente, pois não existe uma
necessidade de criar galerias seguras, mas tudo se faz ao ar livre. É contudo
um processo muito mais poluente.
A poluição provocada pela exploração mineira é imensa, abrangendo desde
poluição atmosférica, pelos fumos extraídos das galerias e do pó, muitas
vezes tóxico, que é produzido pela extracção e despejo dos desperdícios
desta exploração. Estes produtos poluidores do ar são a causa de muitas
doenças respiratórias nos seres vivos que vivem em zonas limítrofes da zona
explorada, e podem até afectar, através da propagação pelo vento por
exemplo, zonas bastante afastadas.
A poluição aquática é contudo o grande problema da extracção mineira, pela
quantidade de fontes poluidoras ao longo do processo. Desde a extracção
em si, pela água usada na refrigeração das máquinas (que vai depois
contaminar directamente os lençóis freáticos), à lixiviação dos desperdícios
acumulados em grandes quantidades junto do local de extracção, que vão
trazer, pela dissolução na água da chuva, os produtos que faziam parte das
rochas extraídas, a água usada nas diversas lavagens, que levam consigo
contaminantes para o ambiente (produtos como metais pesados - cádmio,
magnésio, chumbo, mercúrio, selénio, cobre, alumínio, arsénico, … que
provocam graves problemas de saúde).
Uma autêntica sopa tóxica é adicionada ao meio ambiente, sendo carregada
pela água das chuvas e utilizada na própria extracção para os lençóis
freáticos, e posteriormente para os leitos de rios, onde vão acumular-se nas
cadeias tróficas; põe-se assim em risco a Biodiversidade dos ecossistemas
em que estas explorações se incluem, criando até uma situação de risco
para a saúde pública humana, já que nós próprios somos consumidores
destes produtos afectados, em maior ou menor escala (dos produtos
agrícolas aos peixes recolhidos em zonas próximas).
O maior risco destas explorações é a sua opção preferencial pelo lucro em
detrimento da qualidade do ambiente em que se inserem; embora seja
obrigatória a elaboração de estudos que permitam minimizar danos, em que
devem estar contempladas medidas de prevenção de impactos negativos,
assim como regeneração do espaço no fim da exploração, estes raramente
são respeitados pelos responsáveis pela extracção dos recursos, ficando
muitas vezes os locais abandonados, em minas a céu aberto ou em galerias,
constituindo perigo imediato de acidentes pessoais (com crianças, por
exemplo) e de médio-longo prazo, na medida em que os produtos expostos
mantém a sua acção poluidora muito além do final da actividade de
exploração. Esta prática é justificada com o retorno à exploração do local a
qualquer momento, o que impede a acção renovadora e reparadora no local
afectado.
É então urgente que haja consciencia da ameaça bem real que uma mina
constitui, para que soluções sejam procuradas e efectivamente aplicadas, e
de novo o ambiente possa regenerar-se.
posted by O Núcleo de Estágio @ 7:38 AM 1 comments

Tuesday, March 06, 2007


OCUPAÇÃO ANTRÓPICA
A Terra é um sistema fechado. É um sistema dinâmico que troca energia
com o seu meio envolvente, mas cujas trocas de matéria são pouco
significativas (Todos os dias caem no solo 300 toneladas de poeiras vindas
do espaço mas quando este valor é comparado com a massa do nosso
planeta 5,96x1021 toneladas torna-se insignificante). Os seus subsistemas
são: Geosfera, Hidrosfera, Atmosfera, Criosfera e Biosfera
Recurso geológico é algo que se encontra disponível na terra e que pode ser
utilizado para satisfazer as necessidades da humanidade.
O desenvolvimento sustentável permite a utilização equilibrada dos recursos
de modo a satisfazer as necessidades do Homem actual sem comprometer
as gerações futuras.
Na sua actividade do geólogo, a observação e a descrição deve ser
complementada pela interpretação:
• cartografia dos diferentes tipos de rochas: melhor ocupação do espaço;
• prospecção dos recursos naturais: com base no correcto ordenamento do
território;
• exploração dos recursos naturais geológicos: com medidas de minimização
do ambientes adequadas.
Os riscos geológicos são fenómenos geológicos capazes de causar avultados
prejuízos materiais e humanos.
Nas bacias hidrográficas os factores que provocam risco humanos são por
exemplo a erosão fluvial, cheias, exploração de inertes.

Aspectos geomorfológicos dos rios


Os rios são cursos de água superficiais e regulares que podem desaguar,
num outro rio, num lago ou no mar
Factores associados às bacias hidrográficas:
• Cheias
• Construção de barragens
• Extracção de inertes
As cheias geralmente são fenómenos naturais extremos e temporários
provocadas por precipitações moderadas e prolongadas, repentinas e de
elevada intensidade ou por fusões de grandes concentrações de gelo.
Causam elevação do leito normal do rio e inundação das margens e elevados
prejuízos humanos e materiais.
Medidas de prevenção:
• Ordenar e controlar as acções humanas nos leitos de cheias
• Implementar medidas que impeçam a construção e urbanização de
potenciais zonas de cheias
• Construir sistemas integrados de regulação dos cursos de água coma a
construção de dique e barragens
Barragens:
Vantagens:
• Para fins turísticos, hidroeléctricos e agrícolas
Desvantagens:
• Diminuição drástica do fluxo de partículas sedimentares para o litoral
• Acumulação de partículas a montante e deficiente sedimentação a jusante
(albufeiras áreas de deposição de inertes)
Planos de bacia hidrográfica
Planos de gestão, planificação, valorização e protecção equilibrada dos
grandes cursos de água em Portugal
4 planos de bacias hidrográficas internacionais: Minho, Douro, Tejo e
Guadiana
11planos de bacias nacionais: Ave, Cávado, Leça, Lima, Lis, Mira, Mondego,
Ribeiras do Algarve, Ribeiras do Oeste, Sado e Vouga

Extracção de inertes
Os sedimentos que se depositam nas margens e leito do rio são matéria-
prima importante na construção civil
Extracção descontrolada e irracional:
-alterações nas correntes;
-redução na quantidade de sedimentos que chegam à foz de um rio;
-redução da fertilidade de algumas espécies nos estuários fluviais;
-modificações irreversíveis a nível dos ecossistemas

Zonas costeiras: erosão costeira, pressão urbanística

A faixa costeira mundial totaliza apenas 500 000 Km, mas alberga cerca de
80% da população mundial
São espaços privilegiados para actividades culturais, económicas, turísticas e
de lazer.
Portugal possui uma costa de 900 Km da qual depende do ponto de vista
socioeconómicos

Intervenção do homem na costa


• Agravamento do efeito de estufa provocando o aquecimento global
• Ocupação da faixa litoral com estruturas de lazer e de recreio, bem como
na implementação de estruturas pesadas de engenharia
• Diminuição da quantidade de sedimentos que chegam ao Litoral
• Destruição de defesas naturais: pisoteio das Dunas, construção
desordenada, arranque da cobertura vegetal, extracção de inertes
Consequências da erosão costeira:
Destruição de construções humanas;
Desalojamento de populações;
Ecossistemas naturais afectados;
Rotas migratórias afectadas.

Intervenções de Engenharia
São obras dispendiosas, na construção e manutenção, que protegem a
propriedade pública e/ou privada e não a costa.
Geralmente resultam temporariamente num local mas agravam o problema
noutro lado
Injecção de inertes
Mais económica e menos agressiva para a paisagem que as obras de
engenharia. No caso do Litoral português, muito energético pressupõe uma
continua e sistemática alimentação de sedimentos.

Planos de ordenamento da orla costeira

• Identificar as áreas de risco potencial


• Promover a reabilitação das áreas afectadas
• Requalificar as praias balneares
posted by O Núcleo de Estágio @ 1:38 AM 0 comments

Lição 111 e 112


Argumentos bioquímicos
As provas bioquímicas de evolução baseiam-se na semelhança existente
entre:
-compostos químicos orgânicos (exemplo: estudo comparativo das proteínas
e do DNA);
-reacções imunológicas como as reacções sorológicas. Estas baseiam-se nas
reacções específicas entre antigenes e anticorpos, importantes para o
esclarecimento de relações filogenéticas através da interpretação dos
mecanismos de aglutinação.
posted by O Núcleo de Estágio @ 1:38 AM 0 comments

Wednesday, February 21, 2007


Lição 107 e 108
Do Darwinismo à Teoria Sintética da Evolução

A Teoria da Selecção Natural deixou por responder, na altura da sua


apresentação, certas questões: os mecanismos responsáveis pelas variações
verificadas nas espécies e o modo como essas variações se transmitiam de
geração em geração.
O desenvolvimento de outras ciências, e os dados que estas forneceram,
permitiram obter algumas respostas, sendo a área da Genética a que talvez
mais tenha contribuído.
Com o crescimento desta ciência, foi possível responder com a descoberta
das mutações e da recombinação genética ao mecanismo de produção de
variabilidade intraespecifica, e com o funcionamento do processo
reprodutivo a nível cromossómico à forma de transmissão da informação
génica à descendência.
O paralelismo com o darwinismo faz-se na selecção que o meio, com as suas
variações, exerce sobre o fenótipo; este é fruto da expressão do genótipo.
Pela interpretação neodarwinista, População é então conjunto de indivíduos
da mesma espécie que, num dado momento ocupam uma determinada área,
Fundo Genético é o conjunto de todos os genes presentes numa população
num dado momento e Evolução é uma mudança no fundo genético das
populações.
Populações que estão no seu conjunto bem adaptadas ao meio em que
vivem possuem um fundo genético restricto, e uma variação no meio pode
ser grandemente prejudicial para a população em causa; populações com
um fundo genético muito diversificado devem apresentar variabilidade
suficiente para resistir a variações do meio em que a mesma se insere.
A reprodução sexuada e diversificada entre indivíduos com variação nas
características aumenta a variabilidade e permite a uma população estar
melhor preparada para enfrentar variações impostas pelo meio nas
condições que oferece.
posted by O Núcleo de Estágio @ 2:59 AM 0 comments

Lição 107 e 108


O Darwinismo e suas bases teóricas

Darwin foi influenciado pelo trabalho desenvolvido em várias áreas da


Ciência: Geologia (Lyell, com a sua teoria do uniformitarismo, segundo a qual
as leis naturais são constantes no espaço e no tempo, o passado deve ser
explicado partindo de dados do presente e a história da Terra caracteriza-se
por constantes mudanças lentas e graduais); Biogeografia, compreendendo
que espécies de seres vivos semelhantes entre si, diferindo apenas em
certas características distintivas (como a alimentação, p. e.), têm
provavelmente uma origem comum; Matemática, na qual Malthus postulou
que as populações têm crescimento exponencial, enquanto os recursos
crescem apenas de forma aritmética; dados de selecção artificial,
provenientes da columbofilia (o seu hobbie), na prática do qual verificou ser
possível, através de cruzamentos planeados, isolar e evidenciar certas
características dos seres vivos). Baseando-se em todos estes dados,
desenvolveu a sua teoria da selecção natural. Nesta, ele sugere que dentro
de cada população os indivíduos apresentam variações nas suas
características. O meio, pela exposição das populações às condições físicas,
promove uma selecção, que se revela na sobrevivência e consequente
reprodução diferencial de indivíduos; os mais aptos a sobreviver em
determinado meio, sobrevivem mais tempo e reproduzem-se mais, deixando
mais descendência e modelando as gerações futuras dessa população. A sua
ideia baseava-se no preceito de que é a presença de uma estrutura que
determina a possibilidade de efectuar uma certa função; quando a
capacidade de realizar uma função se revela qualitativa para o ser vivo no
meio em que este se insere, este consegue então uma vantagem em relação
aos seus companheiros da mesma população, que se mostra no resultado da
selecção natural. Daqui advém um maior potencial reprodutivo para quem
possui esta vantagem, pelo que esta característica é mais facilmente
transmitida e multiplicada na geração seguinte.
Os argumentos do evolucionismo

As teorias evolucionistas têm vários argumentos a apoiá-las:


A anatomia comparada, um dos principais factores desencadeadores da
ideia na mente de Darwin foi a comparação entre seres muito semelhantes,
mas contudo adaptados a diferentes habitats; os chamados tentilhões de
Darwin, por exemplo, são um grupo de aves, vizinhas na mesma ilha, mas
possuidoras de diferenças ao nível morfológico, que Charles Darwin associou
à diferente alimentação destas aves. Assim, da comparação das estruturas
em seres vivos de diferentes grupos veio a constatação que existiam
algumas que, apresentando funções diferentes, eram constituídas por peças
com a mesma origem embriológica e um plano de organização estrutural
semelhante embora podendo assumir aspectos diferentes; estas estruturas,
pela sua origem comum, denominam-se estruturas homólogas. Os seres que
possuem estas estruturas apresentam evolução divergente, pois foram
sujeitos a pressões selectivas diferentes. Outras estruturas revelavam
adaptação a uma mesma função, embora com evidente origem díspar; a
estas estruturas semelhantes na função, mas diferentes na origem,
chamam-se estruturas análogas. Os seres vivos que as possuem sofreram
evolução convergente, pois embora com origens diferentes sofreram a
mesma pressão selectiva. Em certos seres vivos, não é a presença explícita
de estruturas que ajuda na sua classificação, mas sim os seus vestígios, que
permitem concluir qual a proveniência filogenética destes seres vivos. Nas
baleias, p. e., a presença de fémur e pélvis vestigiais auxiliaram na sua
classificação como tetrápodes.
A Paleontologia também deu o seu contributo, já que sendo o seu objecto de
estudo os fósseis, forneceu diversos dados históricos que evidenciam a
existência no passado de grupos de seres vivos já extintos; trouxe ainda à
luz da Ciência diversas provas da existência passada de seres vivos que
demonstram a passagem evolutiva de uns grupos para outros. Assim, estas
formas sintéticas ou intermédias comprovam a ligação, durante o processo
evolutivo, entre grupos hoje aparentemente muito diversos, como os répteis
e os mamíferos. Olhar os dados paleontológicos associados aos dados
provindos da Geologia permitem reconstruir a história da vida, indo
acrescentado as vírgulas e pontos à medida que novos fósseis vão sendo
descobertos e estudados, e a conjugação interdisciplinar vai sendo
melhorada. Seres vivos como o ornitorrinco são considerados fósseis vivos,
pois ainda existem na actualidade, mas já existem representantes
fossilizados. Este animal também é uma forma intermédia, pois apresenta
características de diferentes grupos filogenéticos.
Citologicamente também existem argumentos favoráveis ao evolucionismo.
A universalidade do código genético, baseada no DNA em todos os
organismos vivos, e a síntese proteica, o isolamento dos meios intra e extra-
celular por uma membrana formada por uma dupla camada fosfolípida, entre
outras similitudes (a principal divisão dos seres vivos pode ser feita em dois
grandes grupos, os eucariontes e os procariontes, que se baseia em vários
fundamentos racionais), são alguns dos argumentos que deixam pouco
espaço a dúvidas sobre uma origem comum de todos os seres vivos.
Contudo, os criacionistas utilizam também estes dados científicos para
suportar a ideia da origem de toda a vida a partir de um mesmo momento
de inspiração divina…
O estudo comparativo da ontogenia dos seres vivos revela ligações
filogenéticas, já que estes, durante o desenvolvimento embrionário,
apresentam semelhanças entre si. Podem comparar-se embriões entre si,
mas não deve estabelecer-se correspondência entre formas embrionárias e
formas de antepassados adultos.
Por fim, a Bioquímica é talvez a Ciência que mais dados tem fornecido para
suportar o evolucionismo, pois as semelhanças entre processos dentro das
células, e entre as bases das moléculas orgânicas, e a sua interligação é de
tal ordem, que é possível hoje delinear estudos em seres muito simples e
aplicá-los posteriormente a seres mais complexos, como os seres humanos.
O exemplo da possibilidade de produção de insulina por bactérias, sendo
depois aplicada em humanos com taxas de sucesso altíssimas prova sem
qualquer dúvida a existência de uma ligação passada profunda entre todas
as formas de vida terrestre.
posted by O Núcleo de Estágio @ 2:46 AM 0 comments

Lição 105 e 106


História das Teorias Explicativas da Biodiversidade: do Fixismo ao
Evolucionismo

A primeira teoria explicativa da Biodiversidade de que há registo foi sugerida


pelos filósofos gregos da Antiguidade, nomeadamente Aristóteles. A sua
teoria sugeria a geração espontânea como origem de alguns seres vivos, e a
intervenção do Princípio vivo sobre a matéria inerte, dando-lhe forma e vida.
Assim explicava o surgimento, p. e., de moscas a partir de carne putrefacta.
A partir da sua formação, as espécies mantinham-se imutadas. A
classificação sugerida para catalogar a Natureza viva era uma escala
natural, hierárquica e progressiva em direcção ao Homem.
A teoria criacionista teísta professa um início num tempo não superior a
6000 anos, tendo a vida a sua origem na intervenção directa de um Criador,
o Deus único das religiões monoteístas. Num momento preciso, que
decorreu em 6 dias de inspiração divina, todos os seres vivos foram criados
tal como são observáveis actualmente. O Homem ficou, segundo as
Escrituras, encarregue da Criação divina.
A ideia criacionista manteve-se até ao século XVIII sem objecção séria,
inclusive vários cientistas de renome e com trabalho valoroso, por causa das
suas convicções religiosas, não foram capazes de compreender ou aceitar as
conclusões óbvias dos seus resultados. Lineu não viu na sua classificação
que esta representava a filogenia e as relações evolutivas entre as espécies.
Cuvier, embora reconhecendo que os fósseis eram restos de seres vivos que
viveram no passado, não tendo representação na actual fauna e flora,
explicou este facto suportando a teoria criacionista, completando-a com a
sua teoria catastrofista, na qual propunha que certos episódios catastróficos,
promovidos por uma entidade divina, dizimavam a vida em determinados
locais, sendo estes posteriormente repovoados por formas de vida existentes
em locais vizinhos. Os seus discípulos radicalizaram a sua teoria,
acrescentando que Deus promovia, de tempos a tempos, o dizimar de toda a
Biodiversidade, criando de novo outras formas de vida para ocupar os locais,
agora vazios.
O lamarckismo é considerada a primeira teoria evolucionista explicativa da
Biodiversidade. Baseia-se em dois propósitos essenciais: uma certa
dificuldade verificada por um indivíduo cria a necessidade de cumprimento
de certas funções, que é resolvida pelo aparecimento ou desenvolvimento de
órgãos adaptados a essas funções (Lei do uso e do desuso); as estruturas
desenvolvidas para o desempenho de determinadas funções são tanto mais
desenvolvidas quanto mais necessárias são ao normal funcionamento do ser
vivo; estas estruturas, e o seu diferencial desenvolvimento, vão sendo
transmitidas à descendência, evidenciando as crias as características
presentes nos progenitores (Lei da transmissão dos caracteres adquiridos).
Exemplos da actualidade desta teoria ainda hoje, embora seja em situações
pontuais e excepcionais, são as transmissões de plasmídeos entre bactérias,
ou a influência do meio na síntese e funcionamento de proteínas.
posted by O Núcleo de Estágio @ 2:43 AM 0 comments

Lição 95 e 96
As vantagens da Multicelularidade

O aumento da complexidade dos seres vivos não consiste num objectivo em


termos evolutivos, mas apenas uma consequência do facto de haver um
mínimo de complexidade para a existência de vida. A partir do mínimo de
complexidade, a vida só pode crescer em termos evolutivos no sentido do
aumento da complexidade, crescendo junto do mínimo de complexidade
apenas em número e variedade.
A multicelularidade depende do nível de diferenciação celular no conjunto de
células em estudo. Quando o nível de diferenciação é baixo, apenas se
admite o estado colonial. Volvox, por exemplo, é uma colónia esférica de
algas verdes que possui células todas semelhantes, excepto as reprodutoras.
Esta especialização não é suficiente para considerar Volvox um ser
pluricelular.
O registo fóssil não esclarece em profundidade qual a origem da
multicelularidade; contudo, através do estudo da Biodiversidade actual,
pode-se inferir que esta surgiu da unicelularidade, tendo na colonialidade um
passo intermédio.
Quando as dimensões de uma célula aumentam, verifica-se que a razão
entre a área e o volume diminui, pois a superfície não aumenta tanto como o
volume. Deste modo, embora aumente o metabolismo celular, a eficácia das
trocas com o meio externo não aumenta, pois a superfície não aumenta na
mesma proporção. Assim, o indivíduo unicelular que aumenta de tamanho,
para sobreviver ou reduz o metabolismo (como é o caso da Acetabulária) ou
apresenta multicelularidade.
Na actualidade a multicelularidade ocorre apenas nos eucariontes e
caracteriza-se por uma associação de células em que há interdependência
estrutural e funcional entre as células associadas.
A multicelularidade permite: grande diversidade de formas, o que facilita
uma adaptação aos diferentes ambientes, sobrevivência de seres de maiores
dimensões sem problemas quanto às trocas com o meio externo, a
diferenciação permite aumentar a eficácia na utilização da energia e
possibilita aos indivíduos uma maior independência em relação ao meio
externo.
posted by O Núcleo de Estágio @ 2:39 AM 0 comments

Lição 91 e 92
A origem das células eucarióticas: modelos autossómico e
endossimbiótico

Todos os seres vivos são constituídos por células, desde as pequenas


bactérias ao maior organismo à superfície da Terra, a baleia-azul.

As células podem ser divididas em dois grandes grupos: as procarióticas, que


não possuem núcleo indiferenciado nem organelos membranares, e as
eucarióticas, que possuem estas estruturas.

Existem dois modelos explicativos para a origem das células eucarióticas, e


ambos sugerem a ligação às células procarióticas, estruturalmente mais
simples. O Modelo autogénico sugere que a compartimentação das
estruturas celulares dos eucariontes surgiu a partir de invaginações da
membrana plasmática numa célula eucarionte, e de especialização das
estruturas formadas em funções específicas, sendo estas características
depois passadas aos descendentes; o Modelo endossimbiótico defende que
os organelos membranares têm a sua origem na endocitose de células
procarióticas por outros procariontes de maiores dimensões. Em vez de
ocorrer a digestão das células, criaram-se relações benéficas para ambas as
células envolvidas. Assim, mantendo ambas as capacidades de manutenção
e divisão independentes, foram acertando os tempos de reprodução, até
chegar à situação de harmonia observada actualmente, em que a sintonia é
de tal ordem que as mitocôndrias (que terão tido origem em procariontes
capazes de produzir energia a partir do oxigénio e de uma fonte orgânica de
carbono, ou seja, realizar respiração) e os cloroplastos (que terão tido
origem em procariontes fotossintéticos) são hoje indispensáveis no
funcionamento da célula que os alberga, e tendo estas duas estruturas
perdido a sua capacidade de sobrevivência fora do ambiente celular em que
se inserem.
O Modelo endossimbiótico é hoje o mais aceite, embora tenha sido
ridicularizado quando foi apresentado, em 1920, tendo apenas sido aceite, a
muito custo, em 1967 quando reapresentado por Lynn Margulis. Os
argumentos que apoiam este modelo prendem-se com as semelhanças
destes organelos com os seres procariontes, no tamanho, na estrutura, na
presença no seu interior de porções circulares de DNA e os ribossomas aqui
encontrados serem diferentes dos que se encontram no citoplasma de
células eucarióticas, e muito semelhantes aos dos procariontes.
Esta passagem do procarionte para o eucarionte não foi ainda encontrada no
registo fóssil; contudo, diversas observações do mundo vivo actual permitem
observar diversos exemplos de simbiose entre seres vivos de grupos
bastante diversos, como é o exemplo dos líquenes (algas ou cianobactérias
+ fungos) e do Rhizobium, que se aloja no interior das raízes das
Leguminosas, por exemplo, e aproveita o alimento orgânico produzido pela
planta, fornecendo-lhe em troca certos nutrientes, como o azoto.
Unicelularidade e Multicelularidade
Alguns organismos são unicelulares, outros juntam-se em colónias, mas
mantêm a sua identidade como indivíduos de apenas uma célula, embora
estas colónias possam já apresentar um certo nível de diferenciação celular,
outros têm os seus organismos constituídos por uma multiplitude de células
que trabalham em conjunto, tendo cada uma a sua função e não podendo
sobreviver sem as outras células que constituem o mesmo individuo.
Nestes organismos complexos, as células que os constituem diferenciam-se
e especializam-se (adoptando morfologias e fisiologias adequadas às funções
desempenhadas no organismo).
A diversidade de formas vivas que actualmente povoa o planeta é apenas
99,9% de toda a Biodiversidade que já existiu na Terra; os grupos de seres
vivos foram sofrendo processos de extinção mais ou menos acentuados, que
foram contribuindo para a variação de habitantes do planeta, ao longo dos
4600 milhões de anos que o planeta tem de idade.
Dentro da diversidade biológica existente, o nível de complexidade
organizacional dos seres vivos é também variável, mesmo até dentro de um
mesmo grupo de seres vivos semelhantes. Desta diferença de complexidade
é exemplo o diferente nível organizacional dos seres vivos que constituem o
grupo das Algae. A complexidade é fruto de um caminho de crescimento e
de desenvolvimento em que existe um nível mínimo de complexidade
exigida para qualquer organismo ser considerado um ser vivo, mas não
existe um nível máximo. Daí, embora segundo alguns autores até a
biomassa seja superior no grupo dos seres mais simples, o falaciosamente
observável é o crescimento da complexidade desde o surgimento das
bactérias até ao aparecimento do ser humano.
A diferença entre organismos multicelulares e seres multicelulares coloniais
prende-se com o nível de diferenciação. Certas algas possuem uma tal
organização e complexidade estrutural que são já consideradas como
organismos plenos, e não colónias de indivíduos.
A multicelularidade aparece apenas em seres eucariontes, surgindo apenas
como máximo de complexidade estrutural nas bactérias a formação de
colónias.
A multicelularidade apresenta diversas vantagens, das quais se destacam a
capacidade de adaptação a diferentes ambientes permitida pela grande
diversidade de formas; a possibilidade de constituir organismos de grandes
dimensões sem comprometer as trocas com o meio externo; os organismos
conseguiram aumentar a eficácia na utilização da energia; e foi possível
atingir uma maior independência do meio externo, pois as condições
favoráveis passaram a ser função dos órgãos especializados, libertando os
organismos das variações do meio externo.
A formação de colónias, pelo seu aparente caminho em direcção à
multicelularidade plena, indica que talvez o aparecimento de organismos
multicelulares complexos tenha passado pelo estado colonial.
O estado colonial obriga a uma diminuição do tamanho das células
constituintes da colónia; este facto permite a que o conjunto de células
possa crescer até a um nível que não seria possível a uma célula isolada.
Assim, a diminuição das dimensões acaba por ser vantajoso, pois permite
ainda baixar as necessidades energéticas de cada célula e contribuir para o
possível aumento sustentado do conjunto de células, que organizado e com
uma complexidade aceitável, pode vir a formar um ser vivo multicelular.
Partir da unicelularidade para um organismo multicelular, passando pela
colónia como passo intermédio pode ser um caminho evolutivo favorável à
conquista do ambiente terrestre, em que o tamanho pode ser uma garantia
de segurança, ou mais fácil acesso aos recursos num mundo vivo sempre
competitivo.
Os modelos explicativos apresentados não são contudo universalmente
aceites por todos os cientistas, tendo os modelos certas falhas na explicação
de fenómenos e factos observados. O modelo endossimbiótico, por exemplo,
teve numa primeira fase uma abordagem radical para a origem do núcleo;
no entanto, os seus defensores actuais já admitem a origem autogénica
desta estrutura particular.
posted by O Núcleo de Estágio @ 2:16 AM 1 comments

Thursday, February 01, 2007


Lição 87 e 88
Os reinos da Vida

Lineu fortaleceu os trabalhos de Aristóteles ao manter a classificação dos


seres vivos em dois reinos, Animal e das Plantas. No reino das plantas
ficavam os seres vivos sem locomoção e sem ingestão e que realizam
fotossíntese, seres unicelulares com cloroplastos e bactérias e fungos, com
base na existência de parede celular. O reino Animal abrange seres não
fotossintéticos que têm locomoção e obtêm o alimento por ingestão, os
protozoários e os animais. Esta classificação apresenta limitações pois não
explica a posição de certos organismos como a Euglena que tem locomoção
e é fotossintética, considera uma separação artificial dos seres unicelulares e
não esclarece a posição das bactérias e dos fungos, devido à diferente
composição da parede celular e por os fungos e muitas bactérias nãos serem
fotossintéticos.
Posteriormente surgiu uma classificação em 3 reinos considerada por vários
autores como Ernest Haeckel que considerava o reino Protista para incluir
organismos com algumas características pouco definidas, as bactérias, os
protozoários e os fungos.
Na segunda metade do século XX foi introduzido o Reino Monera para
englobar apenas os seres procariontes pelo Herbert Copeland.
Em 1968 foi introduzido o sistema de classificação em 5 reinos de Whittaker:
o reino Monera para as bactérias, o reino Protista para os protozoários, o
reino dos Fungos para os fungos e mixomicetes, o reino das Plantas para
plantas e algas e o reino dos Animais para os animais.
Em 1979 Whittaker conhecedor de algumas limitações do seu sistema de
classificação fez algumas alterações. O reino Protista passou a incluir além
dos protozoários os mixomicetes e as algas por ambos apresentarem baixa
diferencição.
Whittaker utilizou como critérios:
- O nível de organização estrutural da célula: Procariótico Unicelular no
reino Monera, Eucariótico unicelular ou pluricelular de baixa diferenciação no
reino Protista, eucariótico principalmente pluricelular no reino dos Fundos e
eucariótico pluricelular nos reinos Plantas e Animais.
- O tipo de nutrição: No reino Monera quimioheterotróficos ou
fotoheterotróficos com nutrição por absorção, autotróficos com nutrição por
fotossíntese ou quimiossintese; no reino Protista, os Protozoários são
quimioheterotróficos com nutrição por ingestão, as algas são fotoautotróficas
e os mixomicetes são quimioheterotróficos com nutrição por absorção; no
reino dos Fungos são quimioheterotróficos com nutrição por absorção; no
reino das plantas são fotoautotróficas e no reino dos Animais são
quimioheterotróficos com nutrição por ingestão.
- Interação nos Ecossistemas: No reino Monera são microconsumidores
ou produtores; no reino Protista, os Protozoários são macroconsumidores, as
algas são produtoras e os mixomicetes são microconsumidores; no reino dos
Fungos são microconsumidores; no reino das Plantas são produtores e no
reino dos Animais são macroconsumidores.
posted by O Núcleo de Estágio @ 12:17 PM 1 comments

Lição 87 e 88
Os reinos da Vida

Lineu fortaleceu os trabalhos de Aristóteles ao manter a classificação dos


seres vivos em dois reinos, Animal e das Plantas. No reino das plantas
ficavam os seres vivos sem locomoção e sem ingestão e que realizam
fotossíntese, seres unicelulares com cloroplastos e bactérias e fungos, com
base na existência de parede celular. O reino Animal abrange seres não
fotossintéticos que têm locomoção e obtêm o alimento por ingestão, os
protozoários e os animais. Esta classificação apresenta limitações pois não
explica a posição de certos organismos como a Euglena que tem locomoção
e é fotossintética, considera uma separação artificial dos seres unicelulares e
não esclarece a posição das bactérias e dos fungos, devido à diferente
composição da parede celular e por os fungos e muitas bactérias nãos serem
fotossintéticos.
Posteriormente surgiu uma classificação em 3 reinos considerada por vários
autores como Ernest Haeckel que considerava o reino Protista para incluir
organismos com algumas características pouco definidas, as bactérias, os
protozoários e os fungos.
Na segunda metade do século XX foi introduzido o Reino Monera para
englobar apenas os seres procariontes pelo Herbert Copeland.
Em 1968 foi introduzido o sistema de classificação em 5 reinos de Whittaker:
o reino Monera para as bactérias, o reino Protista para os protozoários, o
reino dos Fungos para os fungos e mixomicetes, o reino das Plantas para
plantas e algas e o reino dos Animais para os animais.
Em 1979 Whittaker conhecedor de algumas limitações do seu sistema de
classificação fez algumas alterações. O reino Protista passou a incluir além
dos protozoários os mixomicetes e as algas por ambos apresentarem baixa
diferencição.
Whittaker utilizou como critérios:
- O nível de organização estrutural da célula: Procariótico Unicelular no
reino Monera, Eucariótico unicelular ou pluricelular de baixa diferenciação no
reino Protista, eucariótico principalmente pluricelular no reino dos Fundos e
eucariótico pluricelular nos reinos Plantas e Animais.
- O tipo de nutrição: No reino Monera quimioheterotróficos ou
fotoheterotróficos com nutrição por absorção, autotróficos com nutrição por
fotossíntese ou quimiossintese; no reino Protista, os Protozoários são
quimioheterotróficos com nutrição por ingestão, as algas são fotoautotróficas
e os mixomicetes são quimioheterotróficos com nutrição por absorção; no
reino dos Fungos são quimioheterotróficos com nutrição por absorção; no
reino das plantas são fotoautotróficas e no reino dos Animais são
quimioheterotróficos com nutrição por ingestão.
- Interação nos Ecossistemas: No reino Monera são microconsumidores
ou produtores; no reino Protista, os Protozoários são macroconsumidores, as
algas são produtoras e os mixomicetes são microconsumidores; no reino dos
Fungos são microconsumidores; no reino das Plantas são produtores e no
reino dos Animais são macroconsumidores.
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