NOVO TESTAMENTO
1. História:
Durante a década de 1920 um novo ponto de vista começou a ganhar corpo
entre os estudantes de teologia do Novo Testamento. O resultado dessa nova busca
trouxe um avivamento na teologia bíblica nos círculos acadêmicos teológicos. A
principal busca resultou na recuperação da idéia da revelação, levando os
estudiosos na área teológica, principalmente do EUA, a concluírem que a Bíblia é a
palavra de Deus. Uma obra de grande importância nessa época foi o livro de W.
Wrede que afirmou em 1901 que o Jesus descrito em Marcos não era a figura do
Jesus liberal histórico, mas um ser messiânico, sendo portanto, divino e filho de
Deus.
Por outro lado, a teologia do Novo Testamento recebeu importantes
destaques nos últimos 30 anos, principalmente dos Estados Unidos. Após anos de
crítica, muitos estudiosos e críticos de modalidades teológicas diferentes concluíram
que a única área que sobreviveria na teologia bíblica seria aquela defendida por G.
E. Ladd. Veja por exemplo o comentário de J. D. Smart que falou do futuro da
teologia justamente nos segmentos evangélicos representado por Ladd, a quem se
refere explicitamente. Para ele o sucesso da teologia bíblica estava na combinação
da erudição histórica – completa, detalhada e atualizada – com uma devoção
profunda enraizada em uma fé bíblica.
Sem dúvida o segmento de Ladd é aquele segmento tido como evangélico.
Foi Ladd que fez com que muitos fundamentalistas aceitassem a crítica histórica
como, por exemplo, a datação do Novo Testamento. Para J. Reumann o teste
definitivo para qualquer teologia bíblica é se esta nos capacita a ter fé e obediência à
palavra de Deus, e esta preocupação estava no coração do professor Ladd. Os
inúmeros estudiosos da teologia bíblica que em muitos seminários continuam a ler a
teologia do Novo Testamento de Georg Eldon Ladd continuam a nutrir os objetivos
da fé e da obediência a Deus. Todos os evangélicos de modo geral, farão o melhor
possível se cultivarem a fé em Jesus Cristo e a obediência às propostas do
evangelho. Cabe a nos Adventistas da Promessa em nossos seminários teológicos
conduzir nossos alunos a uma experiência de fé em Cristo por meio do estudo sério
e sistemático da teologia.
2
história. Como Senhor da história está julgando a todos nessa vida, e todos haverão
de prestar contas com Ele no futuro, Gn. 18.25; Sl. 75.7; 96.13; 1 Sm. 2.10.
Goppelt divide a origem do poder régio de Deus em alguns grupos:
1. Os salmos de ascensão, onde Yahweh se tornou rei, Sl. 47, 93, 96-99;
2. Nos atos salvificos de Yahweh na vida de Israel, Ex. 15.18; Sl. 44.1-5; 145.1,
13; 146.10; 74.12;
3. A profecia assume um caráter escatológico por intermédio da proclamação
das boas-novas, Is. 52.7-10;
No Novo Testamento temos o uso do sentido reino territorial, Mt. 4.8; Lc. 4.5;
Mt. 12.25; Mc. 3.24; Lc. 11.17, ou no sentido de dignidade real, Lc. 19.12, 15. O
termo aparece ainda como reino do diabo, Mt. 12.26; Lc. 11.18, ou reino dos
homens, Mc. 11.10, At. 1.6; e por fim o reino de Jesus Cristo, Mt. 13.41; 16.28; Lc.
1.33; 22.30; 23.42, cuja natureza deste reino não é mundana, Jo. 18. 36. O reino de
Deus e o reino de Cristo assumem íntima identidade, Lc. 22.29; Cl. 1.13; 1Co. 15.24.
3
6. O Ensino de Jesus sobre o reino de Deus no A.T.
Is. 40.9; 52.7; Lc. 4.18-19, 21. Mc. 3.27, como um eco, de Is. 49.24-25 em
comparação com Mt. 12.28. Mt. 11.2-5 em comparação com Is. 35.3-10. Mt. 6.9-10
em comparação com Ez. 36.16-38. veja outros textos, Mc. 8.31; Sl. 22; 60; Pv. 2.5;
Is. 52.13-15; 53. 10-12; Dn. 12.13; Mt. 5.12; Dn. 12.2-3. Comparar Mc. 8.31; 9.31;
10.32 com 6.2. Ver Mc. 13.26, 14.62 com Sl. 110.1; Dn. 7.13, Sl. 2.7. Ver ainda Ex.
4.22; Is. 52.13; 42.1; Dn. 7.13-14.
8. O Dualismo Escatológico:
Os profetas do Antigo Testamento ansiavam pelo dia do Senhor e por uma
visitação divina para purificar o mundo do mal e do pecado e, para estabelecer o
reino perfeito de Deus na terra. Embora seja discutido com termos diferentes pelos
profetas do A.T, o reino de Deus em muitos textos se refere ao seu estabelecimento
na terra, em outros textos, o reino é futuro e escatológico. Veja os textos, Am. 9.13-
15; Is. 65.17. É provável que os profetas e escritores da Bíblia entendessem que o
reino de Deus seria estabelecido no presente e no futuro, veja Mt. 12.32; Mc. 10.30;
Rm. 8.18; Ap. 10.6 (BJ); Mc. 3.20; Lc. 1.33, 55; Hb. 1.8; Gl. 1.5; 1 Pd. 4.11; Ap. 1.18;
Lc. 20.35; Mt. 24.3; 30-31; 13.39, 40, 49 e 13. 42-43.
Em resumo, esta era presente que abrange o período desde a criação até o
dia do Senhor, que nos evangelho é designado em termos de parousia de Cristo a
ressurreição e o julgamento é a era da existência humana em fraqueza e
mortalidade, do mal do pecado e da morte. O século futuro será a realização de tudo
aquilo que o reino de Deus significa, será a vida eterna com Deus, a nova terra,
onde o domínio de Deus e suas bênçãos serão constantes em sua plenitude, Mt.
19.28.
9. Satanás e os demônios
Logo após batismo, Jesus foi impelido pelo Espírito ao deserto a fim de ser
tentado pelo diabo (Mt. 4.1). Em uma das tentações, Jesus foi levado a um monte
muito alto de onde lhe foi mostrado os reinos do mundo e a glória deles. Em seguida
o diabo disse a Jesus conforme (Lc. 4.6). Em todos os Evangelhos, Satanás é
descrito como um espírito mal, sobrenatural, que chefia uma hoste de espíritos maus
caídos chamados demônios. Ele é descrito nas Escrituras Sagradas como príncipe
dos demônios (Mc. 3.22).
Nos Evangelhos Sinópticos, a principal função de Satanás é opor-se ao
propósito redentor de Deus. Na narrativa da tentação, Satanás reivindica um poder
sobre o mundo e essa reivindicação não foi questionada por Jesus. A tentação
consistiu no esforço de desviar Jesus de sua missão divinamente concedida como
servo sofredor para que Satanás ganhasse poder caso Jesus se submetesse a ele.
Essa mesma idéia também é expressa por Paulo em (2Co. 4.4).
Um fato importante a ser considerado pelo estudioso (a) das escrituras é que
nem no judaísmo nem no Novo Testamento, esse reino contrário e opositor do mal
que se opõe ao Reino de Deus torna-se um dualismo absoluto. Os anjos caídos
4
perdem toda a sua força diante do poder de Jesus Cristo e de seus anjos. No Novo
Testamento todos os poderes espirituais, como os que mencionamos acima, foram
criados por Deus e estão sujeitos ao seu poder. Um dia Satanás e seus anjos serão
totalmente destruídos e o mal jamais voltará a existir na nova sociedade recriada por
Jesus Cristo nosso Senhor!
Nos Evangelhos Sinópticos a atividade de Satanás é vista sob vários
aspectos. Em certa ocasião, uma mulher que andava curvada há dezoito anos foi
mencionada como uma pessoa a quem satanás mantinha presa (Lc. 13.16). Mas as
atividades de Satanás são direcionadas principalmente ao campo ético. Veja por
exemplo a parábola do joio e do trigo, onde, o trigo representa os filhos de Deus e o
joio os filhos do maligno (Mt. 13.38). Além disso, como já vimos em aulas anteriores
o propósito expresso de Satanás é sufocar a palavra do reino, retirando-a dos
corações que se mostram demasiadamente duros para recebê-la (Mc. 4.15).
Durante a tentação, Satanás procurou desviar Jesus de sua missão redentora e, por
intermédio de Pedro, insistiu que o papel do Messias não poderia ser o sofrimento e
a morte (Mc. 8.33). Satanás apossou-se de Judas (Lc. 22.3); e desejou lançar suas
mãos sobre Pedro (Lc. 22.31).
Esse apanhado sobre o mal satânico fornece o fundamento cósmico sobre a
missão de Jesus e para sua proclamação do Reino de Deus. O propósito de nosso
estudo é demonstrar basicamente que a teologia do Reino de Deus trata
essencialmente do conflito e da vitória deste reino sobre o reino de Satanás. Um fato
digno de consideração em nosso estudo é que nem os Evangelhos Sinópticos nem o
restante do Novo Testamento demonstram qualquer interesse especulativo, quer em
relação a Satanás quer em relação aos demônios, nem com a revelação dos nomes
dos demônios. O Novo Testamento tem um interesse prático e redentor, pois
reconhece o poder sobrenatural do mal, mas sua preocupação centraliza-se na obra
redentora de Deus em Cristo, libertando os homens dessas forças malignas.
10. Os demônios
Nos Evangelhos sinópticos, a evidência mais característica do poder de
Satanás é a habilidade demonstrada pelos demônios de apossar-se do centro de
controle da personalidade dos indivíduos. Os demônios são representados
claramente como espíritos sobrenaturais malignos. No início de seu ministério em
Cafarnaum Jesus defrontou-se face a face com o poder demoníaco. O demônio
reconheceu Jesus imediatamente e declarou conforme (Mc. 1.24).
A possessão demoníaca manifesta-se de vários modos. Algumas vezes
esteve associada a outras aflições de natureza física; como por exemplo, uma
pessoa muda (Mt. 9.32), outra cega e muda (Mt. 12.12), e ainda outra com epilepsia
(Mt. 17.15). Há somente um lugar em que a possessão demoníaca encontra-se
identificada como uma doença mental e, é justamente o endemoninhado gadareno.
O registro diz que ele habitava nos túmulos e era insano, pois após os demônios
saírem dele, foi encontrado vestido e em seu perfeito juízo (Mc. 5.15). A disfunção
foi devida o fato do centro de sua personalidade ter caído sobre a influência dos
poderes satânicos. Não podemos associar a demência com endemoninhamento,
pois existem pessoas com problema mentais e outras que são possuídas pelos
demônios. É bom lembrar que o diabo usa a doença mental para oprimir as pessoas,
mas Jesus em seu ministério curou tantos os doentes quantos os endemoninhados
(Mc. 1.32), sendo a possessão demoníaca distinta da epilepsia e da paralisia (Mt.
4.24), da enfermidade e da lepra (Mt. 10.8). Jesus curou doentes e expulsou
5
demônios e o ato de ter autoridade sobre os espíritos malignos causou espanto por
parte dos fariseus (Mc. 1.27).
11. O Mundo
Embora Jesus partilhasse da atitude geral do Novo Testamento acerca da era
presente como o domínio de Satanás, Jesus não considerou o mundo criado como
mal. Apesar de estar em uma cultura mundial onde o grego predominava, Jesus e os
escritores do Novo Testamento tinham uma visão hebraica do mundo. Ele
considerava Deus como criador, e tanto o homem quanto o mundo fazem parte de
sua criação (Mc. 13.19; Mt. 19.4). Jesus usou muitos exemplos da natureza para
elucidar seus ensinamentos (Lc. 12.22 ss.; 12.4-7). Mas sua preocupação estava na
coroa da criação: O ser humano. A prova disso foi o fato de Jesus comer, andar e
pregar para pecadores (Mt. 9.10; Lc. 15.1-2). Apesar de o diabo ser considerado o
deus desse século, o mundo ainda continua sendo propriedade de Deus e objeto de
seu amor. Cristo morreu por amor ao mundo (ser humano pecador).
12. A Humanidade
Jesus veio para restaurar aquilo que a humanidade perdeu com o castigo,
domínio e presença do pecado no mundo. Jesus na verdade considerou a
humanidade muito mais valiosa do que o restante da criação e do mundo animal. O
ser humano na condição de criatura de Deus tem maior valor do que os pássaros ou
os lírios do campo (Mt. 6.26-30); 10. 31). Deus se importa com a humanidade; os
próprios cabelos da cabeça de cada pessoa estão todos contados (Mt. 10. 30).
Como criatura de Deus - a humanidade tem a obrigação de servi-lo e não
pode fazer reivindicação nenhuma a seu Mestre. Quando realizamos tudo que
tínhamos para fazer, não fizemos mais do que a obrigação de servos e servas de
Deus no desempenho de nossa função (Lc. 17.7-10), pois, o ser humano é
totalmente dependente de Deus (Mt. 5.36; 6.27). Um homem pode acumular
riquezas, mas não pode garantir o uso delas (Lc. 12.16-21; Mt. 10.28).
Jesus considerou todos os homens e mulheres como pecadores e todos
precisam se arrepender ou ao contrário, perecerão (Lc. 13.1-5). Até mesmo Israel, o
povo do pacto, está perdido; Jesus veio para buscá-lo e salvá-lo (Mt. 10.6; 15. 24;
Lc. 19.10). O valor último de cada pessoa só pode ser encontrado em sua relação
com Deus, um exemplo disso é a parábola do rico fazendeiro de Lc. 12.15-21, sendo
loucura ganhar o mundo inteiro e perder a salvação (Mt. 16.26). Assim a
humanidade foi criada para ser a filiação de Deus. Deus tem prazer no ser humano,
não devido àquilo que é em si mesmo, pois não passa de um pecador perdido, mas
por ser capaz de responder ao amor de Deus a ponto dos céus se alegrarem com o
arrependimento de um pecador. 15.7).
6
• Em 1892, Johannes Weiss publicou um livreto intitulado a pregação de
Jesus acerca do Reino de Deus, onde argumentou que o Reino de
Deus era totalmente futurista e escatológico.
• Albert Schweitzer partiu do ponto de vista de J. Weiss, interpretou toda
a carreira de Jesus a partir da escatologia do Reino que se instauraria
no futuro imediato, uma interpretação que ele intitulou de Escatologia
Consistente.
• Na Inglaterra, o Reino de Deus foi interpretado como a Escatologia
Realizada, por C. H. Dodd. Ele não descartou a escatologia futurista,
mas apresentou o reino com a chegada de Jesus Cristo, o
“Totalmente Outro”.
• G. W. Kümmel entendia que o significado primordial do Reino de Deus
era o eschaton, ou seja, a nova era.
• J. Jeremias defendeu uma posição distinta de Dodd. Em lugar da
escatologia realizada ele defendeu uma escatologia em processo.
7
nova de Deus, acrescentando ao anúncio “o reino está próximo”, arrependei-vos e
crede no evangelho! Mc. 1.14, ss. 1
1
Síntese Teológica do Novo Testamento, Pg. 37.
2
Teologia do Novo Testamento, Pg. 96.
8
Na salvação presente Jesus se apresenta como o modelo pastoral, Lc.
19.10, Ez. 34.16, 22; Jr. 10.21; 12.10-11; 23.1-2; Jd. 12; Jr. 25.34-36; 50.6;
Ez. 34.1-10, e Deus está preocupado com a salvação presente do seu
rebanho, por isso dirige fortes ameaças aos pastores fraudulentos.
A principal preocupação de Jesus era com a coroa da criação: O ser
Humano. Ele dispensou boa parte de seu tempo para cuidar dos perdidos,
dando-lhes a promessa de uma salvação presente, Mc. 2.15-17; Lc. 15.1-2, 7.
Jesus fez muitos milagres dando-nos claras demonstrações que a
presença do reino presente antecede em parte a glória futura. Quando Jesus
curou as pessoas, Ele apontava para o futuro onde não haverá enfermidades,
Ap. 21.3-4. Veja Mc. 5.34; 10.52; Lc. 8.36; Mc. 5.23. Mesmo assim, a cura não
representa a salvação futura para o pecador ou para o curado. Veja Lc. 17.14
ss. De todas as pessoas que foram curadas por Jesus somente um recebeu a
palavra de Salvação por parte de Jesus, Lc. 17.19, 48, 50.
9
O mundo inferior é o mundo das trevas, mas o mundo de cima é o
mundo da luz, 1.5; 8.12; 9.5; 11.9; 12.35, 46. Os que recebem Cristo se
tornam filhos da luz, 12.36, e devem praticar a verdade vindo para a luz,
3.19-20. Para João o ponto alto do mal é o ódio contra a luz que brilha em
meio às trevas e essa luz é Cristo.
27. O Kosmos
João usa o termo kosmos para designar as coisas criadas de forma
geral, 17.5, 24; ou a terra em particular, 11.9; 16.21; 21.25. A terra não é em
si mesma ruim, pois foi o próprio Senhor quem a fez, 1.3 e, o cosmos pode
ainda ser entendido como o gênero humano, 12.19; 18. 20; 7.4; 14.22.
Nesses termos Jesus veio para salvar o mundo, 4.42; e para tirar o seu
pecado, 1.29; dando-lhe vida, 6.33.
28. Satanás
Já falamos em outra oportunidade acerca desse tema. Cabe aqui
esclarecer que, no Evangelho de João, Jesus não é apresentado em
constante luta com os demônios como nos Sinópticos. Para João o diabo é o
pai da mentira e do engano, 8.39 e Jesus veio trazer consigo a verdade, 1.17.
O diabo tenta vencer Cristo, mas é vencido categoricamente, 14.30; 12.31,
16.11.
29. O Pecado
10
Em João, o Espírito Santo convence o ser humano do princípio do
pecado e, não dos pecados, mas, do pecado original, da natureza caída,
16.18, 8.34. Deus veio com a Luz (Cristo) para clarear as trevas e as trevas
não puderam vencê-la, 1.5. Só por meio de Cristo os homens podem tornar-
se filhos dessa luz, 12.36.
Para João a incredulidade é pecado. Com a vinda de Cristo, os que
não acreditaram nele tiveram uma clara aversão a Ele, 3.19-21; 8.24 sendo a
incredulidade parte da essência do pecado, 16.9.
30. A Morte
A morte para João é a característica deste mundo, mas a vida veio a
este mundo procedente de cima, a fim de que todos os seres humanos
escapem da morte e entrem para a vida eterna com Deus, 5.24.
11
Ao mesmo tempo em que reconhecemos a cruz como obra de um Pai
amoroso, temos que reconhecer a necessidade da expiação uma vez que a
ira de Deus se manifesta contra toda impiedade, Rm. 1.18 ss.
32.2. Sacrificial
Para o apóstolo Paulo a morte de Cristo foi sacrificial, Ef. 5.2; 2 Co.
5.21. Em Rm. 3. 25, Jesus Cristo é a propiciação pelos nossos pecados e
este termo é entendido nas Escrituras Sagradas como sendo a remoção da
ira mediante a oferta de um presente.3 Somos justificados, Rm. 5.9; e temos a
redenção, nos aproximamos de Deus e obtemos a paz pelo seu sangue, Ef.
1.7; Ef. 2.13; Cl. 1.20.
32.3. Vicária
Ele morreu por nós, 1 Ts. 5.9; Rm. 8.32; Ef. 5.2Gl. 3.13; Mc. 10.45.
Vicária significa expiação que se faz em lugar de4.
32.4. Substitutiva
Cristo se fez pecado por nós sem jamais ter pecado, 2 Co. 5.21; 14.
Cristo não morreu apenas como meu representante, mas em meu lugar.
Quem deveria subir na rude cruz era o ser humano, mas Ele subiu em seu
lugar.
32.5. Propiciatória
A morte de Cristo não está relacionada somente com o ser humano,
mas aponta também em direção a Deus, sendo, portanto, propiciatória.
Propiciação é a oferta de Deus dirigida contra o pecado e, o Pai enviou Jesus
o filho como sacrifício expiatório,5 Rm. 3.24-25. Há controvérsias acerca do
tema propiciação, mas, Paulo indica em Rm. 1.18 que é do céu que se
manifesta a ira de Deus, demonstrando a universalidade do pecado, 2.5; 3.20.
O destino justo por parte de Deus dos que rejeitarem o sacrifício de Jesus
Cristo é a morte, 1.32; 2.12; 6.23, ao mesmo tempo em que esse sacrifício de
Cristo livrará os salvos da morte eterna, de maneira que eles não esperarão
a ira de Deus, mais a vida eterna, 1 Tss. 5.9.
32.6. Redentora
Um outro objetivo da morte de Jesus Cristo é a redenção, e isso é
expresso pelas palavras comprar e adquirir. O termo usado para resgate tem
o sentido tanto no grego clássico como em Mc. 10.45, de dinheiro, a fim de
resgatar algo que esteja em penhor, dinheiro pago para resgatar prisioneiros
de guerra, Veja Tito 2.14. Já em 1 Tm. 2.6; sendo que esse termo dá idéia
clara de substituição. Veja ainda Rm. 3.24-25; Ef. 1.7.
Leon Morris resume a doutrina da redenção da seguinte forma: a) O
estado de pecado, para fora do qual a humanidade deve ser redimida. Isso é
3
O Novo Dicionário da Bíblia, de D.G. Douglas, pagina 1330.
4
Dicionário de Teologia, pagina 140.
5
Dicionário de Teologia, página 110.
12
semelhante à escravidão que a humanidade não é capaz de romper; assim a
redenção contém a intervenção de uma pessoa de fora, que paga o preço que
os seres humanos não podem pagar. b) O preço que é pago. O pagamento é
necessário na idéia da redenção; e Cristo pagou o preço de nossa redenção.
c) O estado resultante do crente e isso se expressa em um paradoxo. Somos
redimidos para a liberdade, como filhos de Deus; mas essa liberdade significa
servir a Deus. A grande questão é que o pecado já não tem domínio sobre os
redimidos, pois a redenção proporciona condições de fazer a vontade de
Jesus Cristo.
32.7. Triunfante
A morte de Jesus Cristo representa o completo triunfo sobre as forças
malignas e sobre os poderes cósmicos. Um dos propósitos da missão de Cristo é
destruir toda potestade e força, 1 Co. 15.24-25; Cl. 2.15
13
afirma que Deus justifica o ser humano em Cristo essa idéia é chocante, Rm. 4.5.
Para o apóstolo o Deus justo, Rm. 3.26, e a justificação vem separadamente das
obras da lei, Gl. 2.16; 3.11, a justificação é pela fé, Gl. 2.16.
14
33.7. Imputação
Ver Rm. 4.5; 4.8; 2 Co. 5.21
341. É Deus quem reconcilia o ser humano por meio do sacrifício de Cristo
Os textos paulinos acerca da reconciliação não deixam margem para crer que
o ser humano participa ativamente da reconciliação. É Deus que, em seu amor
infinito nos reconciliou pelo sacrifício da cruz. Como vimos no tema justificação e
expiação, o sacrifício de Cristo é central na teologia e pregação de Paulo. Agora
aparece a reconciliação como tema central. Veja por exemplo os textos, Rm. 5.10;
Cl. 1.21.
15
presbiteriano Charles Hodge defende que o homem jamais consegue se reconciliar
com Deus por iniciativa própria, essa iniciativa é sempre de Deus, veja Rm. 7.8ç Cl.
1.21.
16
35.2. Como Jesus encarava a morte?
Os evangelistas descrevem Jesus tendo plena consciência de sua morte na
cruz do calvário. Veja Mc. 8.31; 9.12, 31; 10.33; Mt. 17.12; 20.18, 19; Lc. 17.25.
35.5. Conclusão:
O artista inglês Holman Hunt, em seu famoso quadro “A luz do Mundo”
pintado em 1853, retratou a decisão humano de abrir o coração ao chamado de
Jesus Cristo com o texto de Ap. 3.20, que diz: “Escutem! Eu estou à porta e bato.
Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós
jantaremos juntos.” Segundo o artista, o coração humano é uma casa, e todo ser
humano dirige sua própria casa (vida); além do mais os recintos dessa casa são
nossos e ninguém pode entrar sem a nossa permissão. Em frente a nossa casa está
o Senhor Jesus batendo na porta que não tem maçaneta para o lado de fora,
somente por dentro. Ele deseja entrar. Temos duas decisões: Deixar Cristo entrar ou
deixá-lo do lado de fora. O que fazer agora? Abrir a porta pelo lado de dentro? Jesus
continua batendo em seu coração te convidado para o evangelho que vai te
regenerar, justificar e santificar a fim de que você tenha plena segurança e aguarde
sua gloriosa volta. Veja que esse é um ato único e individual, urgente e
indispensável para a sua salvação. Abra a porta hoje, tenha uma vida de santidade,
renuncie as propostas do mundo que você atendeu, volte sua mente e seu coração
para Jesus, “Assim, como diz o Espírito Santo, se hoje ouvirdes a minha voz não
endureça o teu coração”. Hb. 3.7. Querido estudante, Jesus te ama e investiu
pesado em você. Ele jamais desistirá de você. Se seus amigos, seus pais, seu
namorado ou namorada, marido, esposa ou parentes desistiram de você, tenha
certeza, Jesus não desistiu de você, abra o teu coração, levante a cabeça, mude
17
sua vida, pois esse é o conselho da palavra de Deus para você: “Ainda que uma
mãe se esqueça do seu próprio filho, eu (JESUS) não me esquecerei de você” Is.
49.15. Vá em frente, a cruz é central nessa missão, Jesus está nessa caminhada.
Não se esqueça: a teologia só tem sentido se for cristológica, ou seja, Jesus Cristo é
o centro dela.
18
• Estava interessado em estabelecer a inocência política de Jesus sob as leis
romanas (8.43 ss)
Lucas é o Evangelho da certeza histórica. Escrito antes de 70 d.C,
provavelmente 63, d.C; é destinado a Teófilo e ao público gentio. Foi escrito
provavelmente de Roma onde estava na companhia de Paulo e é o mais elevado
grego do Novo Testamento. Lucas apresenta a visão grega acerca do ser humano.
Para os gregos o importante era o homem perfeito, e Lucas apresenta Jesus como
sendo o homem perfeito.
Referências sobre o Evangelho de João
19
MOISÉS JESUS
• A Matança dos meninos hebreus por • O assassinato de inocentes em
ordem de Faraó Belém por ordem de Herodes
• O êxodo dos israelitas da Terra do Nilo • O Êxodo de Jesus para o Egito
• Moisés deixa o povo para receber a Lei • Jesus deixa a multidão e fica a
sós com os seus discípulos
• 40 dias de jejum no Monte Sinai e lá • 40 dias de jejum no deserto e
recebeu a Lei preparou-se para ensinar a Lei
• O povo na peregrinação pelo deserto foi • Jesus também foi tentado no
tentado deserto
• O povo não conseguiu passar pelas • Jesus é o novo Moisés – Encarna
provações no deserto o Novo Povo de Deus e o faz
vencedor
• Moisés desce do Monte e entrega a Lei • Jesus desce do Monte e começa
ao povo a pôr em prática o Sermão do
Monte
O rosto de Moisés brilhou na presença de todos os israelitas, Jesus em Mt. 17.1 ss,
no Monte Horebe também se transfigurou diante de Pedro Tiago e João. Há ainda
um paralelo entre a entrega da Lei em Ex. 20, com o sermão da montanha de Mt.
5.1.ss.
A Cristologia de Mateus tem muitas semelhanças com as demais cristologias
dos evangelhos Sinópticos. Sua particularidade consiste registrar o papel de Jesus
como aquele em quem a história e a esperança de Israel vieram a se cumprir, dando
ainda destaque na função de Jesus como Filho de Deus, sem pecado, Senhor, Rei,
Juiz e sempre presente, o Deus conosco.
37.1. O Mundo
1º. No Antigo Testamento o mundo poderia ser entendido como: céu, terra ou
toda a extensão, Sl. 8.6; 18. 15 a; 44.24. Para Paulo a idéia de mundo designa a
totalidade de tudo que existe, Rm. 1.20; Ef. 1.4; 1 Co. 3.22; 8.4-5.
2º. Kosmos pode significar nos escritos de Paulo à terra inabitada, a moradia
da humanidade ou o cenário da história. É o cenário onde os homens nascem, 1 Tm.
6.7; onde os santos convivem com os ímpios, 1 Co. 5.10 b. Promessa de herança a
Abraão, Rm. 4.13; agora é o cenário da proclamação do Evangelho de Jesus Cristo,
Rm. 1.8; Cl. 1.6. O mundo pode ser entendido como a morada dos que não tem
esperança e dos que estão sem Deus, Ef. 2.12.
3º. Kosmos refere-se à humanidade, à totalidade da sociedade humana que
habita a terra.
4º. Kosmos pode ser entendido como o relacionamento da humanidade com
Deus. Há uma clara distinção nesse relacionamento: a humanidade é decaída e
Deus é perfeito.
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5º. Kosmos pode significar as relações dos seres humanos na terra,
abrangendo todas as atividades humanas.
A doutrina de Paulo acerca do mundo está calcada no pano de fundo
hebraico e não grego. Mundanismo para o apóstolo consiste em adorar a criatura no
lugar do Criador de todas as coisas, Rm. 1.25, e no fato de encontrar a glória nas
coisas criadas incluindo o ser humano em vez de encontrar e prestar essa glória a
Deus. O mundo só é pecador quando exalta a si mesmo acima de Deus e se recusa
a se humilhar e reconhecer seu Senhor como criador. Quando o ser humano é
redimido por Cristo, deixa simplesmente de fazer parte do mundo pecador e torna-se
cidadão do Reino de Deus.
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m) todo nome que se nomeia, Ef. 1.21 e
n) dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, Fl. 2.10
37.3. Stoicheia
A expressão grega (στοιχειον) pode designar, elementos de aprendizado,
princípios fundamentais, abecedário, substâncias elementares.6 Quando Paulo usa
essa expressão em Gl. 4.3, 9, Cl. 2.8, 20, pode estar se referindo a toda sabedoria
do ser humano, incluindo suas religiões, crenças etc...Mesmo não conseguindo
chegar a um conceito preciso da expressão usada por Paulo, podemos concluir que
o confronto com as forças malignas acontece constantemente na vida dos seres
humanos e dos crentes em especial, de uma forma muito mais sutil do que temos
aprendido ao longo da nossa formação cristã. Satanás usa o ensino sistemático para
aprisionar pessoas. Voltar às doutrinas erradas biblicamente que acreditávamos
antes de conhecer o Reino de Deus é voltar a ser escravo dos rudimentos do
mundo.
Esse presente século maligno e a totalidade da existência humana estão sob
o domínio desses poderes maus, e o Reino de Deus somente pode se realizar por
meio da derrota e da sujeição desses poderes.
37.4. Adão
Paulo entende que em Adão toda a humanidade pecou. Assim como por um
homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado à morte, por um homem (Cristo) a
salvação veio a todo homem. Daí a idéia de solidariedade da raça, em Adão e em
Cristo, 1 Co. 15. 21; Rm. 5.12.
37.6 Pecado
Paulo usa diversos termos para se referir ao pecado ao mesmo tempo em
que esses termos são quase sinônimos. Veja abaixo algumas delas:
a) impiedade (asebeia), Rm. 1.18;
b) recusa da adoração a Deus (adikia), Rm. 1.20-23;
c) a jactância como pecado. A auto-justificação dos judeus que guardavam a lei
para serem salvos;
d) o pecado como erro do alvo divino (hamartia), Rm. 5.12;
e) o pecado como quebra deliberada da Lei (parabasis), Rm. 2.23; 5.14;
f) o pecado como desdém da Lei (anomia), Rm. 6.19;
g) o pecado como lapsos individuais (paraptoma), Rm. 4.25; 5.15; Ef. 2.1;
h) o pecado como desobediência (parakoe), Rm. 5.19; 2 Co. 10.6 e
i) o pecado como uma personificação: Em Rm. 7, Paulo fala do pecado como
um poder hostil e independente do ser humano (essa é uma linguagem usada
exclusivamente na Carta aos Romanos).
6
Léxico do N.T grego/português pagina 193.
23
37.7. Lei
Paulo considera a Lei como um padrão divino, Rm. 7.12, 14. O que faz da Lei
um instrumento de condenação é a fraqueza e o pecado humano, 5.13; 4.15; 7.19 e
não sua desqualificação. O pecado humano é tão grave que a Lei que é boa, torna-
se dispensação da morte, 2 Co. 3.17; da escravidão ao mundo, Gl. 4.1-10, 21-31.
Paulo conclui sua teologia da Lei afirmando em Romanos e Gálatas que, a Lei só
tem sentido em Cristo, por isso, precisa ser interpretada e entendida em Cristo
Jesus. A Lei não justifica o se humano, pois está relacionada na santificação. Quem
justifica é Cristo.
37.8 Carne
Paulo entende o termo carne como sendo a rebelião da humanidade para
com Deus, daí o pecado do homem resultou em queda. O termo grego é sarx, que
em algumas passagens também é entendida como um poder hostil e alheio o qual o
homem precisa se libertar, Rm. 8.5-8; a carne luta contra o Espírito, Gl. 5.17; e
provoca morte, Gl. 6.8.
37.9. Inimigos
Com os seus pecados os homens estão afastados de Deus, Cl. 1.21; Ef. 2.12;
4.8. O ser humano em seu estado de pecado torna-se inimigo de Deus, sendo,
portanto, colocado sob sua ira, Rm. 5.9; Ef. 2.3.
37.10. Morte
Os seres humanos pecadores estão em um estado de morte, Ef. 2.1, 5; Cl.
2.13. Paulo afirma que o homem sem Deus é como os que perecem, 1 Co. 1.18; 2
Co. 2.15.
37.11. Ira
Em Paulo, a ira de Deus não é uma emoção que diz como Deus está se
sentindo; antes, ela nos diz como Ele age em relação ao pecado e aos pecadores. A
ira é a reação pessoal de Deus. Veja que o dia do juízo será um dia de ira para os
perdidos, Rm. 2.5; 1 Ts. 1.10. Deus se manifestará com castigo, 2 Ts. 1.8-9; Ef. 5.6;
Cl. 3.6.
Os homens sem Cristo são filhos da ira, Ef. 2.3 e a ira de Deus é revelada
contra toda impiedade dos homens, Rm. 1.18.
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futura, com sua nova criação, e deve viver uma vida que seja expressão da nova
existência em Cristo.
38.1. Em Cristo
Apesar de ter tido muitas discordâncias ao longo da interpretação bíblica, a
expressão em Cristo, usada por Paulo pode ser entendida como estar em uma nova
esfera de vida. Eu estou em Cristo a partir do momento que vivo os valores que
Cristo ensinou. Com uma vida justificada e santidade por Cristo o ser humano
experimenta a novidade do novo aeon. A velha era coexiste com a nova era. Os
crentes vivem em um sistema da velha era, dominada pelo pecado e suas
influências, mas sua mente vive na nova era, na proposta redentora da nova
existência em Cristo e vivemos hoje, na esperança do glorioso retorno de Jesus
Cristo.
38.2. No Espírito
Aqui voltamos a trabalhar com a dualidade paulina. Quem está em Cristo
também está no Espírito, enquanto o que está em Adão, também está na carne. A
vida no Espírito significa existência escatológica, ou seja, vida na nova era, uma vez
que a presença do Espírito Santo na igreja é um evento escatológico. Veja por
exemplo o texto de 1 Co. 6. 11, “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes,
mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e
no Espírito do nosso Deus”. O termo lavar pode incluir o ato simbólico do batismo,
mas seu significado primário é a purificação do pecado. A justificação é o ato de
absolvição, já a santificação é o fato da dedicação a Deus. Tanto a justificação
quanto a santificação são vistos como fatos que já aconteceram na vida dos que
estão no Espírito. Do mesmo modo, os gentios que outrora não estavam purificados,
foram santificados no Espírito Santo, Rm. 15.16. É também no Espírito Santo que os
crentes são selados para o dia da redenção, Ef. 4.30; e por meio de Cristo, mas
também no Espírito, os seres humanos têm acesso a Deus o Pai, Ef. 2.18, e os
crentes são edificados a ponto de formar uma morada para Deus, 2.22. Estar no
Espírito significa estar no Reino de Deus, Rm. 14.17; Cl. 1.13. O século futuro foi
inaugurado com a presença do Espírito Santo, primeiramente no ministério de Jesus
Cristo, Mt. 12.28, e posteriormente na vida da Igreja conforme narrativa de Lucas no
livro de Atos dos Apóstolos. Daí ao se referir à vida cristã, a oração deve ser feita no
Espírito, Ef. 6.18; o amor deve ser exercido no Espírito, Cl. 1.8; o ministério do
Evangelho deve ser realizado em Espírito, 1 Co. 12.3.
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38.5. Morrer – viver com Cristo
Mais uma vez Paulo usa a expressão de morrer e ressuscitar com Cristo, Rm.
6.1-11. Esse ressuscitar com Cristo não está associado simplesmente a uma
ressurreição escatológica, mas uma vida presente em Cristo, no aqui e agora.
Outro fato digno de consideração é a compreensão do velho aeon, quando o
pecado reinava na vida do ser humano, já no novo aeon, o domínio do pecado foi
rompido, Rm. 6-12, 14. Os crentes devem entender essa proposta do Evangelho e
romper com o pecado, 17, 18, 22.
38.6. Circuncisão
A circuncisão é entendida no Novo Testamento como uma circuncisão
espiritual e não física como no Antigo Testamento. A metáfora é usada como se
referindo a Cristo em sua crucificação, Cl. 2.11-12; Rm. 2.29; Cl. 3.9.
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ego está sempre presente; somente por meio de um constante andar segundo o
Espírito, é que o domínio da carne pode ser subjugado.
39. Tiago
Estudaremos nesse último tópico da cadeira de Teologia Bíblica do
NovoTestamento os aspectos da carta de Tiago. Existem no Novo Testamento
muitas pessoas com esse nome, mas, ao que tudo indica, o escritor da carta de
Tiago foi o irmão mais velho de Jesus nascido de José e Maria, sendo Jesus o
primeiro e Tiago o segundo filho. Pelas indicações de Paulo em 1 Co. 15.7, sabemos
que Tiago teve a experiência de ver Jesus Cristo ressurrecto e, possivelmente tenha
se convertido, tornando-se líder da igreja em Jerusalém, At. 15.13; 21.12; Gl. 1.19.
Ladd conclui que a epistola foi escrita por Tiago, o irmão de Jesus, de Jerusalém,
endereçada a judeus cristãos que estavam sendo oprimidos por seus compatriotas
judeus. A tradição confirma que Tiago foi martirizado por judeus em 62 d.C.
39.2. A Igreja
Tiago usa o termo sinagoga para se referir a igreja, entretanto, instrui os
anciãos da igreja na prática pastoral, 2.2; 5.14; 5.16; 5.20. Veja a preocupação que
Tiago tem com o ensino e a atividade docente na igreja, 3.1; 3.2.
39.3. A Tentação
O problema da tentação é marcante na epístola de Tiago. Sua preocupação
está no fato de os crentes de sua época culparem a Deus por seus pecados e
tentações. Tiago revela que o ser humano peca quando engodado pelos seus
próprios desejos, 1.14. Até mesmo as coisas boas quando assumem o principal
lugar de nossa vida podem nos conduzir ao pecado, Lc. 12.16 ss.
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pessoas devem ser tratadas igualmente pela igreja, 2.1 ss; pois o amor é o maior
dos mandamentos, 2.8; Mt. 22.39.
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