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Autoridade da Concorrência

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DOS


MERCADOS DE COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS

2009

- Agosto de 2010 -
ÍNDICE

Sumário Executivo .................................................................................................................... 5


1 Objecto e método ............................................................................................................. 7
2 Comunicações electrónicas em Portugal: evolução recente ............................................... 9
3 Comunicações fixas de voz .............................................................................................. 12
3.1 Caracterização geral ................................................................................................ 12
3.2 Preços no mercado retalhista .................................................................................. 15
3.3 Preços no mercado grossista.................................................................................... 19
3.4 Conclusões .............................................................................................................. 21
4 Comunicações móveis de voz .......................................................................................... 23
4.1 Caracterização geral ................................................................................................ 23
4.2 Preços no mercado retalhista .................................................................................. 25
4.3 Preços no mercado grossista.................................................................................... 27
4.4 Conclusões .............................................................................................................. 28
5 Acesso à Internet em banda larga.................................................................................... 30
5.1 Caracterização geral ................................................................................................ 30
5.2 Preços no mercado retalhista .................................................................................. 33
5.3 Preços no mercado grossista.................................................................................... 35
5.4 Conclusões .............................................................................................................. 37
6 Actividade institucional ................................................................................................... 38
Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 42
Apêndice I – Novo quadro regulamentar ................................................................................. 44
Apêndice II - Glossário............................................................................................................. 46

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Penetração das ofertas em bundle (Jul-2009) ........................................................................ 10


Gráfico 2: Penetração das ofertas em bundle (2006-2009) .................................................................... 10
Gráfico 3: Penetração do SFT (2008) ..................................................................................................... 12
Gráfico 4: Penetração do SFT (2004-2008) ............................................................................................ 12
Gráfico 5: Clientes de operadores concorrentes com acesso directo (Jul-2009) ..................................... 13
Gráfico 6: Clientes de operadores concorrentes com acesso directo (2005-2009) .................................. 13
Gráfico 7: Quota de mercado do incumbente de SFT, em minutos (Dez-2008) ....................................... 13
Gráfico 8: Quota de mercado do incumbente de SFT, em minutos (2004-2008) ..................................... 13
Gráfico 9: Quota de mercado do incumbente de SFT, em receitas (Dez-2008) ....................................... 14
Gráfico 10: Quota de mercado do incumbente de SFT, em receitas (2005-2008) ................................... 14
Gráfico 11: Índice Herfindahl-Hirschman (Dez-2008) ............................................................................. 14
Gráfico 12: Preço das chamadas locais, incumbente (2009) ................................................................... 16
Gráfico 13: Preço das chamadas locais, incumbente (2005-2009) .......................................................... 16
Gráfico 14: Preço das chamadas nacionais, incumbente (2009) ............................................................. 16
Gráfico 15: Preço das chamadas nacionais, incumbente (2005-2009) .................................................... 16
Gráfico 16: Cabaz residencial de SFT, grandes utilizadores (2009).......................................................... 17
Gráfico 17: Cabaz residencial de SFT, grandes utilizadores (2006-2009) ................................................. 17
Gráfico 18: Cabaz residencial de SFT, médios utilizadores (2009)........................................................... 17
Gráfico 19: Cabaz residencial de SFT, médios utilizadores (2006-2009) .................................................. 17
Gráfico 20: Cabaz residencial de SFT, pequenos utilizadores (2009) ....................................................... 18
Gráfico 21: Cabaz residencial de SFT, pequenos utilizadores (2006-2009) .............................................. 18
Gráfico 22: Cabaz SOHO de SFT (2009) .................................................................................................. 18
Gráfico 23: Cabaz SOHO de SFT (2006-2009) ......................................................................................... 18
Gráfico 24: Cabaz PME de SFT (2009) .................................................................................................... 19
Gráfico 25: Cabaz PME de SFT (2006-2009) ........................................................................................... 19
Gráfico 26: Preço da terminação local de chamadas, incumbente (Out-2009)........................................ 20
Gráfico 27: Preço da terminação local de chamadas, incumbente (2005-2009) ...................................... 20
Gráfico 28: Preço da terminação de chamadas em trânsito simples, incumbente (Out-2009)................. 20
Gráfico 29: Preço da terminação de chamadas em trânsito simples, incumbente (2005-2009)............... 20
Gráfico 30: Preço da terminação de chamadas em trânsito duplo, incumbente (Out-2009) ................... 21
Gráfico 31: Preço da terminação de chamadas em trânsito duplo, incumbente (2005-2009) ................. 21
Gráfico 32: Síntese de indicadores de SFT ............................................................................................. 22
Gráfico 33: Síntese de cabazes de SFT (2009) ........................................................................................ 22
Gráfico 34: Penetração do STM (Out-2009) ........................................................................................... 23
Gráfico 35: Penetração do STM (2005-2009) ......................................................................................... 23
Gráfico 36: Clientes de STM por tipo de plano tarifário (Out-2009)........................................................ 24
Gráfico 37: Quotas de mercado do STM, em clientes (Out-2009) ........................................................... 24
Gráfico 38: C1 STM (2005-2009) ........................................................................................................... 25
Gráfico 39: C2 STM (2005-2009) ........................................................................................................... 25
Gráfico 40: Cabaz móvel nacional pós-pago, grandes utilizadores (2009)............................................... 26
Gráfico 41: Cabaz móvel nacional pós-pago, grandes utilizadores (2006-2009) ...................................... 26
Gráfico 42: Cabaz móvel nacional pós-pago, médios utilizadores (2009) ................................................ 26
Gráfico 43: Cabaz móvel nacional pós-pago, médios utilizadores (2006-2009) ....................................... 26
Gráfico 44: Cabaz móvel nacional pós-pago, pequenos utilizadores (2009) ............................................ 27
Gráfico 45: Cabaz móvel nacional pós-pago, pequenos utilizadores (2006-2009) ................................... 27
Gráfico 46: Receita média por minuto do STM (2008) ........................................................................... 27

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Gráfico 47: Preço da terminação de chamadas móveis (Jan-2010) ......................................................... 28
Gráfico 48: Preço da terminação de chamadas móveis (2006-2010) ...................................................... 28
Gráfico 49: Síntese de indicadores de STM ............................................................................................ 29
Gráfico 50: Síntese de cabazes móveis nacionais pós-pagos (2009) ....................................................... 29
Gráfico 51: Penetração da banda larga fixa (Jan-2010) .......................................................................... 30
Gráfico 52: Penetração da banda larga fixa (2005-2010)........................................................................ 30
Gráfico 53: Penetração da banda larga móvel (Jan-2010) ...................................................................... 31
Gráfico 54: Penetração da banda larga móvel em Portugal (2007-2009) ................................................ 31
Gráfico 55: Tecnologias de acesso à Internet em banda larga fixa (Jan-2010)......................................... 31
Gráfico 56: Tecnologias de acesso à Internet em banda larga fixa em Portugal (2005-2010) .................. 31
Gráfico 57: Linhas grossistas de acesso em banda larga no total de linhas PSTN activas (2005-2010) ..... 32
Gráfico 58: Velocidades de acesso à Internet em banda larga fixa (Jan-2010) ........................................ 32
Gráfico 59: Quota de mercado dos operadores alternativos para o acesso à Internet em banda larga fixa
(Jan-2010) ............................................................................................................................................ 33
Gráfico 60: Quota de mercado dos operadores alternativos para o acesso à Internet em banda larga fixa
(2005-2010).......................................................................................................................................... 33
Gráfico 61: Quota de mercado dos entrantes para o xDSL (Jan-2010) .................................................... 33
Gráfico 62: Quota de mercado dos entrantes para o xDSL (2005-2010) ................................................. 33
Gráfico 63: Mensalidade de uma oferta xDSL representativa (2005-2008) ............................................. 34
Gráfico 64: Mensalidade de uma oferta por modem de cabo representativa (2005-2008) ..................... 34
Gráfico 65: Preço médio mensal do acesso à banda larga fixa 256 – 1.900 kbps (Out-2009) ................... 34
Gráfico 66: Preço médio mensal do acesso à banda larga fixa 2 - 12 Mbps (Out-2009)........................... 34
Gráfico 67: Preço médio mensal do acesso à banda larga fixa 12 - 32 Mbps (Out-2009) ......................... 35
Gráfico 68: Preço médio mensal do acesso à banda larga fixa > 35 Mbps (Out-2009) ............................. 35
Gráfico 69: Instalação do acesso completo (Out-2009) .......................................................................... 36
Gráfico 70: Instalação do acesso completo (2005-2009) ........................................................................ 36
Gráfico 71: Mensalidade do acesso completo (Out-2009)...................................................................... 36
Gráfico 72: Mensalidade do acesso completo (2005-2009) .................................................................... 36
Gráfico 73: Preço médio mensal do acesso completo (Out-2009) .......................................................... 37
Gráfico 74: Preço médio mensal do acesso completo (2005-2009) ........................................................ 37
Gráfico 75: Síntese de indicadores de banda larga ................................................................................ 37

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SUMÁRIO EXECUTIVO
1. O presente Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Comunicações Electrónicas
relativo ao ano de 2009 corresponde ao quarto relatório desenvolvido pela Autoridade
da Concorrência (AdC), após as edições de 2005, 2007 e 2009 referentes aos anos de
2004, 2006 e 2008, passando este doravante a assumir uma periodicidade anual.
2. À semelhança das anteriores edições, o Relatório analisa os mercados de comunicações
fixas de voz, de comunicações móveis de voz e de acesso à Internet em banda larga, em
Portugal, embora a metodologia de avaliação tenha sido reformulada de modo a aferir
não apenas da posição relativa do nosso país no contexto dos vários Estados-Membros
da União Europeia (UE15), mas igualmente observar o posicionamento de Portugal, nos
últimos 5 anos, no que se refere a múltiplos indicadores, face à média e aos valores
mínimos e aos valores máximos destes indicadores na UE15.
3. Relativamente aos serviços de comunicações fixas, Portugal apresentou, em 2008, uma
penetração de 38,7 por cada 100 habitantes, valor inferior à média dos antigos 15
Estados-Membros da UE15 e próximo dos níveis mínimos de penetração registados nos
restantes Estados-Membros.
4. Em 2008, a quota de mercado do incumbente no nosso país era superior a 65%,
estando, no entanto, em linha com a média das quotas na UE15. Ainda assim, em 2009,
Portugal era o país que apresentava o maior número de clientes de operadores
alternativos com acesso directo (41%), dinâmica resultante do spin-off da PT –
Multimédia, Serviços de Telecomunicações e Multimédia, SGPS, S.A. (agora ZON
Multimédia – Serviços de Telecomunicações e Multimédia, SGPS, S. A.; ZON) da Portugal
Telecom, SGPS. S.A. (PT) e do investimento realizado pelos operadores alternativos ao
incumbente no desenvolvimento de infra-estrutura de rede própria.
5. No que concerne ao preço das chamadas fixas, em 2009, o preço das chamadas locais
em Portugal correspondia a 14,7 cêntimos de euro por minuto e a 23,3 cêntimos de
euro por minuto para as chamadas nacionais, preços ligeiramente inferiores à média da
UE15.
6. Tendo por referência os preços dos cabazes de chamadas fixas da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), verifica-se que o preço mensal em
Portugal, em 2009, para os grandes e médios utilizadores, era inferior à média da UE15
(respectivamente em 5% e 8%), para os pequenos utilizadores e segmento SOHO estava
próximo da média, enquanto para as PME era superior (em 8%).
7. Relativamente às comunicações móveis, Portugal registava, em 2009, a segunda maior
taxa de penetração da UE15, i.e., 146%. Esta elevada taxa de penetração foi, numa
primeira fase, resultado do sucesso da introdução pioneira de tarifários pré-pagos no
nosso país.
8. Nesse mesmo ano, o mercado móvel português caracterizava-se por apresentar um
elevado nível de concentração. Com efeito, a soma das quotas dos dois maiores

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operadores em Portugal (82%) distava apenas 6 p.p. do nível de concentração máximo
observado na UE15.
9. O preço médio em Portugal, em 2008, aferido com base na receita média por minuto,
correspondia a 12 cêntimos de euro, situando-se ligeiramente abaixo da média da UE15.
10. Embora os tarifários pós-pagos no nosso país representassem, em 2009, apenas 27% dos
clientes, a AdC avaliou, igualmente, os preços mensais dos cabazes pós-pagos de
comunicações móveis em Portugal. Estes preços foram, em 2009, superiores à média da
UE15.
11. Por último, no que ao serviço de acesso à Internet em banda larga fixa diz respeito,
saliente-se que Portugal apresentava, em Janeiro de 2010, a segunda menor taxa de
penetração da UE15, i.e., 19%. O nosso país registava, contudo, a segunda maior
penetração da UE15 para o acesso à Internet em banda larga com recurso à tecnologia
móvel, i.e., 16%.
12. A concorrência no mercado português de acesso à Internet, em particular após o spin-
off da PT da ZON, intensificou-se, correspondendo a quota conjunta dos operadores
concorrentes ao incumbente, no que ao serviço de banda larga fixa diz respeito, a mais
de metade do mercado, i.e., 56%, em Janeiro de 2010. Portugal comparava, assim,
favoravelmente com a média no que respeita a este indicador. Quando se analisam as
quotas referentes apenas aos acessos xDSL, a quota conjunta dos operadores
alternativos era, em Janeiro de 2010, mais reduzida, totalizando 27%.
13. O preço médio no nosso país para as velocidades de download entre 12 Mbps e 32 Mbps
era, em 2009, de 33 euros, o quinto mais reduzido da UE15, com um desvio face à média
de aproximadamente -20% (menos 20%). Relativamente ao preço mínimo da UE15, o
preço em Portugal era 45% mais elevado, enquanto face ao preço máximo era cerca de
70% mais reduzido. Para velocidades superiores a 35 Mbps, menos usuais no nosso país,
o preço médio mensal era o mais elevado do conjunto de 9 países considerado.
14. Em relação ao mercado grossista, o preço médio mensal do acesso completo em
Portugal, que tem em conta as componentes de instalação e mensalidade, era, em 2009,
inferior à média da UE15.

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1 OBJECTO E MÉTODO
15. Após as edições de 2005, 2007 e 2009 referentes aos anos de 2004, 2006 e 2008, a
Autoridade da Concorrência (AdC), ao abrigo dos seus poderes de supervisão de
mercados, publica a quarta edição do Relatório de Acompanhamento dos Mercados de
Comunicações Electrónicas, relativo ao ano de 2009, passando este a assumir uma
periodicidade anual.
16. À semelhança das anteriores edições, o presente Relatório tem por objecto avaliar a
evolução da concorrência nos mercados de comunicações fixas de voz, de comunicações
móveis de voz e de acesso à Internet em banda larga, em Portugal.
17. A metodologia subjacente à elaboração deste Relatório foi, contudo, objecto de revisão
relativamente aos anos anteriores para fazer face à realidade de um sector em
constante mutação e crescimento. Neste sentido, embora se continue a comparar uma
síntese de indicadores referentes aos mercados supra identificados, o referencial de
comparação relativamente a Portugal foi alterado.
18. Assim sendo, compara-se, em primeiro lugar, e para a informação disponível mais
recente, Portugal com os restantes Estados-Membros da União Europeia a 15 (UE15), de
modo a aferir da posição relativa do nosso país. Por outro lado, é igualmente avaliado o
posicionamento de Portugal face à média deste conjunto de países.
19. A esta análise estática acresce uma avaliação dinâmica dos vários indicadores em
Portugal face à média da UE15 e relativamente aos Estados-Membros que, em cada ano,
apresentaram, para o indicador seleccionado, as melhores e as piores práticas. Deste
modo, é possível identificar máximos e mínimos (designados nos gráficos como UE15
Max e UE15 Min, respectivamente) que definem um intervalo de variação para os
últimos 5 anos e observar o comportamento de Portugal no contexto desse intervalo.
20. Em termos de indicadores é apresentada informação de preços em euros para os
mercados retalhistas e grossistas. São ainda comparados indicadores relativos às taxas
de penetração dos serviços e às quotas de mercado, sem prejuízo da inclusão de outros
dados de carácter mais específico, sempre que se justifique.
21. A informação apresentada para cada país, excepto quando expressamente indicado, é
respeitante aos operadores incumbentes, no pressuposto de que estes são os que
detêm as quotas de mercado mais elevadas e, como tal, os seus preços são os aplicáveis
a grande parte dos clientes finais.
22. Em termos de fontes de informação, para além dos relatórios da Comissão Europeia
sobre os mercados de comunicações electrónicas, dos dados publicados pelo ICP-
Autoridade Nacional de Comunicações (ICP-ANACOM), pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pelo Grupo de Reguladores
Europeus (European Regulator Group, ERG) / Organismo de Reguladores Europeus das
Comunicações Electrónicas (Body of European Regulators for Electronic
Communications, BEREC) e pela União Internacional das Telecomunicações (UIT), utiliza-
se informação estatística recolhida e compilada por empresas especializadas. O ICP-

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ANACOM foi ainda consultado enquanto regulador sectorial das comunicações
electrónicas, tendo os seus comentários sido tidos em consideração na elaboração do
presente Relatório.

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2 COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS EM PORTUGAL: EVOLUÇÃO RECENTE
23. Aproximadamente 10 anos após a plena liberalização da prestação de serviços de
comunicações electrónicas em Portugal, o mercado conheceu profundas
transformações, quer em termos da diversidade das ofertas, quer no que concerne aos
preços e à qualidade dos serviços.
24. Com efeito, não apenas se verificou o aparecimento de novos serviços e a diversificação
das infra-estruturas e tecnologias de suporte à prestação dos mesmos mas, igualmente,
uma adaptação dos tarifários e das características das ofertas às necessidades dos
consumidores e aos seus perfis de consumo.
25. O spin-off da PT – Multimédia, Serviços de Telecomunicações e Multimédia, SGPS, S.A.
(agora ZON Multimédia – Serviços de Telecomunicações e Multimédia, SGPS, S. A.; ZON)
da Portugal Telecom, SGPS. S.A. (PT), em 7 de Novembro de 2007, contribuiu de forma
decisiva para esta modificação da dinâmica concorrencial.
26. Esta cisão traduziu-se na maior alteração estrutural no mercado português no pós-
liberalização, sendo agora a ZON um operador concorrente do operador incumbente, e
tendo as duas empresas alterado as suas ofertas no sentido de as tornar verdadeiras
alternativas no mercado retalhista, nomeadamente através do lançamento de pacotes
de serviços.
27. As ofertas em pacote assumiram, por esta razão e também pela aposta de outros
operadores alternativos nesta modalidade de venda, uma importância não despiciente
no mercado nacional, contribuindo para contrariar a cada vez maior tendência de
declínio das comunicações fixas de voz que, neste contexto, são agora frequentemente
suportadas na tecnologia VoIP1.
28. A primeira oferta em pacote surgiu no mercado nacional em 2001 suportada na rede de
distribuição de televisão por cabo2. Desde então, diversos operadores lançaram ofertas
nesta modalidade de venda recorrendo à rede telefónica pública fixa, através da Oferta
do Lacete Local (OLL) ou de rede própria, e a redes alternativas (e.g. FWA3). Não
obstante, só mais recentemente e, em particular após o spin-off, estas ofertas
conheceram maior expansão.
29. De acordo com o Gráfico 1, em Portugal, a penetração dos pacotes triple-play
correspondia, em 2009, a 3%, enquanto o double-play era adquirido por 4% da
população. No total, estas ofertas cresceram quase 50% entre 2006 e 2009 (cf. Gráfico
2). Ainda assim, a sua penetração em Portugal era inferior à média da UE15

1
VoIP: Voice over Internet Protocol. O Internet Protocol é um protocolo que permite o envio da
informação, sob a forma de pacotes, de um computador pessoal para outro, através da Internet.
2
Fonte: ICP-ANACOM, Situação das Comunicações 2008, 2009.
3
FWA: Fixed Wireless Access ou Acesso Fixo Via Rádio. Tecnologia de acesso fixo via rádio que permite
aos operadores fornecerem aos clientes uma ligação directa à sua rede de telecomunicações através de
uma ligação rádio fixa das instalações deste à central local do operador, em vez de uma ligação com
cabos de cobre ou fibra óptica.

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apresentando-se, entre 2006 e 2009, próxima das penetrações mínimas registadas
(UE15 Min).
Gráfico 1: Penetração das ofertas em bundle (Jul- Gráfico 2: Penetração das ofertas em
2009) bundle (2006-2009)
30% 35%
26%
25% 30%

25%
20% 18%
17% 16% 20%
15% 13% 12% 12%
12% 12% 11% 15%
10%
10% 7% 8%
7% 10%
5% 5%
4%
5% 3% 3% 4% 3%
2% 2% 5%
1% 1% 1%
0% 0%
PB ALE LUX FRA RU ESP UE15 ITA IRL BEL GRE SUE POR 2006 2008 2009
Double-play Triple-play UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: ofertas por cada 100 habitantes Unidade: ofertas por cada 100 habitantes
A média não inclui a AUS, a DIN e a FIN. Em 2009, a média não inclui a AUS, a DIN e a FIN; em
Os dados para Portugal referem-se a 31.12.2008. 2008, não inclui a AUS, a FIN e a SUE; em 2006, não
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) inclui a BEL, a DIN, a FIN, a ITA e a SUE.
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

30. No que concerne ao mercado de comunicações móveis, após a entrada no mercado de


operadores móveis virtuais (MVNO – Mobile Virtual Network Operator4) em 2007 e
2008, prevê-se uma intensificação da concorrência com a entrada no mercado de
operadores de Broadband Wireless Access (BWA)5.
31. Com efeito, foi lançado pelo ICP-ANACOM um leilão relativo à atribuição de direitos de
utilização de frequências para BWA, nas faixas de frequências 3,4-3,6 GHz e 3,6-3,8 GHz,
distribuídos por nove zonas geográficas, cujos vencedores foram a Bravensor, Lda. e a
Onitelecom, S.A.
32. A estas entidades serão permitidos modos flexíveis na utilização do espectro (modos
fixo, nomádico e móvel), tendo em consideração o princípio da neutralidade
tecnológica, ou seja, não existirá qualquer condicionamento de exploração a um serviço
de comunicações electrónicas ou a uma tecnologia específica, tendo os operadores
liberdade e flexibilidade para definir quais os tipos de serviços a oferecer e as
tecnologias de suporte a utilizar, consoante a sua estratégia de negócios.
33. Por outro lado, após a adopção pelo Governo português de um conjunto de medidas
destinadas a fomentar e a facilitar o investimento em Redes de Nova Geração (RNG)6,
foram lançados concursos públicos para a instalação, a gestão, a exploração e a
manutenção de redes de comunicações electrónicas de alta velocidade em zonas
consideradas menos viáveis do ponto de vista económico.

4
MVNO: Mobile Virtual Network Operator ou operador móvel virtual, ou seja, operador que recorre à
infra-estrutura de rede de terceiros para prestar serviços no mercado retalhista de comunicações
móveis.
5
BWA ou Acesso de Banda Larga Via Rádio. Expressão descritiva para tecnologias de banda larga sem
fios, que engloba aplicações de índole fixa, nómadica e móvel.
6
As RNG caracterizam-se por poderem assumir diferentes formas e topologias, promovendo a
integração de todas as tecnologias de rede numa rede única, multi-serviço, com flexibilidade para
ampliação e um baixo custo operacional.

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34. O primeiro destes concursos data de 27 de Maio de 2009, visando o desenvolvimento de
RNG na zona Centro de Portugal Continental. Posteriormente, em Julho de 2009, foram
lançados concursos para as zonas Norte, Alentejo, Algarve e Regiões Autónomas dos
Açores e da Madeira.
35. Ambas as iniciativas – leilão BWA e concursos RNG – contribuirão para a eliminação do
digital divide7, através da promoção da concorrência e do desenvolvimento de infra-
estruturas em regiões não tão interessantes economicamente.
36. Por último, a adopção pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, no dia 25 de
Novembro de 2009, do novo quadro regulamentar europeu para as comunicações
electrónicas8, cuja transposição para a legislação nacional deverá ser realizada até Maio
de 2011, determinará uma adaptação do sector à nova realidade regulatória.

7
O digital divide corresponde ao fosso existente entre a população com acesso digital às tecnologias de
informação e a população com acesso muito limitado ou mesmo nenhum a estas tecnologias.
8
Cf. Apêndice I para uma síntese das principais alterações introduzidas pelo novo quadro regulamentar
europeu para as comunicações electrónicas.

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3 COMUNICAÇÕES FIXAS DE VOZ
37. Nas secções seguintes efectua-se uma análise comparativa do mercado português de
comunicações fixas de voz com os dos restantes antigos 14 Estados-Membros da UE15,
nomeadamente no que respeita a dados de carácter geral, incluindo taxas de
penetração e quotas, assim como a um conjunto de indicadores relativos a preços e
cabazes para os mercados retalhista e grossista.
3.1 Caracterização geral
38. De acordo com o Gráfico 3, em 2008, a penetração do Serviço Fixo Telefónico (SFT) em
Portugal era uma das mais reduzidas no contexto da UE15, correspondendo a 38,7
linhas telefónicas principais por 100 habitantes. O nosso país situava-se na
antepenúltima posição do ranking dos 15 Estados-Membros, apresentando um desvio
face à média de cerca de -20% (menos 20%).
39. No período entre 2004 e 2008, tal como se observa no Gráfico 4, a penetração do SFT
em Portugal esteve sempre abaixo da média, tendo inclusivamente decrescido
ligeiramente, naquela que foi também a tendência da UE159. Ainda assim, e após 2005,
a penetração do SFT em Portugal situava-se acima das taxas observadas para os países
com penetrações mais reduzidas.
40. A reduzida penetração do SFT em Portugal pode ser parcialmente explicada pela elevada
penetração das comunicações móveis no nosso país, tal como se desenvolverá infra (cf.
secção 4).
Gráfico 3: Penetração do SFT (2008) Gráfico 4: Penetração do SFT (2004-2008)
70 70
62,5
57,8 56,4 65
60 54,2 54,2 53,7
49,7 60
50 47,4 45,6 45,4
44,3 55
42,1
39,4 38,7
40 35,7 50
31,1
30 45

40
20
35
10
30
0 2004 2005 2006 2007 2008
ALE SUE FRA RU LUX GRE IRL UE15 DIN ESP PB BEL AUS POR ITA FIN UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: linhas telefónicas principais por 100 habitantes Unidade: linhas telefónicas principais por 100
Fonte: ICP-ANACOM e UIT (cf. refs. n.º 16, 18) habitantes
Fonte: ICP-ANACOM e UIT (cf. refs. n.º 16, 18)
41. Não obstante a reduzida penetração, a percentagem de clientes com acesso directo de
operadores concorrentes ao incumbente era a mais elevada da UE15 em 2009 (cf.
Gráfico 5). Com efeito, o SFT era oferecido pelos operadores alternativos com recurso ao
acesso directo a 41% dos clientes portugueses, valor que constituía mais do dobro
daquele registado para a média da UE15.
42. Segundo o Gráfico 6, no período entre 2005 e 2009, a percentagem de clientes de
operadores concorrentes com acesso directo em Portugal esteve sempre acima da

9
Refira-se que, de acordo com dados recentemente publicados pelo regulador sectorial, no documento
Situação das Comunicações 2009, a penetração do SFT em Portugal aumentou ligeiramente de 2008
para 2009, situando-se, neste último ano, em 40,0 acessos principais por 100 habitantes.

12 / 48
média, sendo que, após 2007, o nosso país se tornou líder no contexto da UE15 no que
respeita a este indicador, em resultado de um crescimento de mais de quatro vezes.
Refira-se que este crescimento poderá ter como significado um aumento da intensidade
concorrencial.
Gráfico 5: Clientes de operadores concorrentes Gráfico 6: Clientes de operadores
com acesso directo (Jul-2009) concorrentes com acesso directo (2005-
2009)
45% 45%
41%
40% 40%

35% 33% 35%


30%
30% 27% 30%
25%
25% 22% 22% 21%
18% 18% 17% 20%
20% 16%
15% 15%
15%
9% 10%
10%
5%
5%
1% 0% 0% 0%
0% Set-05 Jul-06 Jul-07 Jul-08 Jul-09
POR ALE PB ESP RU ITA FRA UE15 BEL AUS DIN GRE LUX FIN IRL SUE UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Em 2005, a média não inclui os PB; em 2006 não
inclui a IRL e os PB.
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)
43. A intensidade concorrencial pode, igualmente, ser aferida com recurso às quotas de
mercado. Em 2008, o incumbente português detinha uma quota medida em minutos de
65%, ligeiramente acima da média, tal como se observa no Gráfico 7.
44. Embora a quota de mercado em Portugal fosse ainda elevada, no período entre 2004 e
2008, assistiu-se a um decréscimo acentuado da mesma na ordem dos 23%, enquanto a
média da UE15 se manteve praticamente inalterada (cf. Gráfico 8). Deste modo, de uma
posição coincidente com as quotas máximas registadas pelos incumbentes na UE15
(UE15 Max) em 2004, Portugal encontrava-se, em 2008, em linha com a média europeia.
Gráfico 7: Quota de mercado do incumbente de Gráfico 8: Quota de mercado do
SFT, em minutos (Dez-2008) incumbente de SFT, em minutos (2004-
2008)
100% 96% 100%
90%
80% 90%
80% 72% 69%
70% 65% 65% 65% 65% 65% 64%
60% 58% 80%
60% 55% 54%
49% 47%
50% 70%

40%
60%
30%
20% 50%
10%
40%
0%
Dez-04 Dez-05 Dez-06 Dez-07 Dez-08
FIN LUX GRE IRL DIN ESP BEL PB POR UE15 ITA SUE AUS FRA ALE RU
UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Todos os tipos de chamadas. Todos os tipos de chamadas.


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Em 2004, a média não inclui a FIN, o LUX e a SUE.
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 6-11)
45. A evolução decrescente da quota de mercado do operador incumbente em Portugal é
confirmada também quando medida em receitas. A diferença face à média da UE15 em
2008 era, no entanto, mais significativa, já que a quota de mercado do incumbente
correspondia a 68%, estando próxima das quotas máximas registadas nos restantes
Estados-Membros (cf. Gráfico 9 e Gráfico 10).

13 / 48
Gráfico 9: Quota de mercado do incumbente de Gráfico 10: Quota de mercado do
SFT, em receitas (Dez-2008) incumbente de SFT, em receitas (2005-
2008)
100% 100%
90%
76% 90%
80%
71% 68% 68% 68%
70% 65% 65% 64% 80%
60% 60% 58%
60% 55%
50% 70%

40%
60%
30%
20% 50%

10%
40%
0%
Dez-05 Dez-06 Dez-07 Dez-08
ESP GRE POR BEL IRL ITA UE15 FRA PB AUS SUE RU UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Todos os tipos de chamadas. Todos os tipos de chamadas.


A média não inclui a ALE, a DIN, a FIN e o LUX. Em 2005, 2006 e 2007, a média não inclui a DIN, a FIN e
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) o LUX; em 2008, não inclui a ALE, a DIN, a FIN e o LUX.
Fonte: Comissão Europeia, (cf. refs. n.º 7-11)

46. Em termos do nível de concentração, no Gráfico 11, o Índice Herfindahl-Hirschman (IHH)


correspondia a 3.912 para Portugal em 2008, o quarto mais reduzido da UE15 e com um
desvio face à média de -17% (menos 17%)10. Não obstante, o nosso país apresentava
uma estrutura de mercado muito concentrada, o que, aliás, se verificava para a
generalidade dos países.
Gráfico 11: Índice Herfindahl-Hirschman (Dez-2008)
9000
7890
7500
6464

6000 5277 5133 5108


4830 4707
4424 4413 4362 4210
4500 4073 3912
3670 3463
3383
3000

1500

0
FIN LUX GRE AUS IRL BEL UE15 ESP DIN ITA ALE PB POR SUE RU FRA

Calculado com base nas quotas de mercado em minutos (todos os tipos de


chamadas).
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

47. A análise desenvolvida evidencia um aumento da intensidade concorrencial no que


respeita ao SFT, dinâmica a que não é alheio o spin-off da ZON da PT e o investimento
realizado pelos operadores alternativos ao incumbente no desenvolvimento de infra-
estrutura de rede própria que permitiu o aparecimento de ofertas em pacote com um
sucesso crescente no mercado, tal como referido anteriormente (cf. §9 e ss.). Por outro
lado, também o lançamento de ofertas homezone, pelos operadores móveis nacionais,
contribuiu para esta maior concorrência no mercado.

10
O Índice de Herfindahl-Hirschman ou IHH corresponde à soma dos quadrados das quotas de mercado
das empresas que operam no mercado em questão. Este indicador varia entre 0 e 10000. A Comissão
Europeia aplica frequentemente o IHH para conhecer o nível de concentração global existente num
mercado. Quando o IHH é superior a 1800 considera-se que o mercado é muito concentrado. Entre 1000
e 1800 considera-se que o mercado é moderadamente concentrado.

14 / 48
48. O elevado nível de concentração registado pode ser explicado por este sector se
caracterizar pela existência de custos fixos elevados, economias de escala e de gama, e
de condicionantes à entrada para operadores que pretendam desenvolver lógicas de
negócio que assentem no desenvolvimento de infra-estrutura própria. Acrescem a estes
condicionalismos, a existência de restrições à mobilidade, tal como identificadas no
Relatório sobre Mobilidade dos Consumidores no Sector das Comunicações Electrónicas
da AdC11.
3.2 Preços no mercado retalhista
49. A análise dos preços no mercado retalhista em Portugal realizada em seguida é
efectuada com recurso aos preços por tipo de chamada e aos preços dos cabazes de
comunicações fixas definidos pela OCDE para os grandes12, médios13 e pequenos14
utilizadores e, simultaneamente, para clientes Small Office Home Office (SOHO)15 e
Pequenas e Médias Empresas (PMEs)16.
50. Assim, de acordo com o Gráfico 12, o preço das chamadas locais em Portugal, em 2009,
era o sétimo mais reduzido da UE15, correspondendo a 14,7 cêntimos de euro por
minuto no período de pico17.
51. Entre 2005 e 2009, o preço das chamadas em Portugal manteve-se praticamente
inalterado, registando-se uma inversão da posição do nosso país face à média da UE15
por via do aumento desta última, conforme o Gráfico 13.

11
Cf. AdC, Relatório sobre Mobilidade dos Consumidores no Sector das Comunicações Electrónicas,
2010, disponível em http://www.concorrencia.pt/Conteudo.asp?ID=1829.
12
Cabaz residencial de SFT para grandes utilizadores: cabaz referente a um consumidor residencial que
efectue 2400 chamadas mensais.
13
Cabaz residencial de SFT para médios utilizadores: cabaz referente a um consumidor residencial que
efectue 1200 chamadas mensais.
14
Cabaz residencial de SFT para pequenos utilizadores: cabaz referente a um consumidor residencial
que efectue 600 chamadas mensais.
15
Cabaz de SFT para SOHO: cabaz referente a um SOHO que efectue 1800 chamadas mensais.
16
Cabaz de SFT para PME: cabaz referente a PMEs que é constituído por 30 utilizadores, efectuando
cada um 2800 chamadas mensais.
17
Usualmente existem disparidades de preços associadas a diferentes modulações horárias,
distinguindo-se um preço mais reduzido num determinado horário comummente designado por
“período fora de pico” (compreende, usualmente, o período de tempo entre as 21 horas e as 9 horas, os
fins-de-semana e os feriados) e um preço mais elevado para as restantes horas normalmente
identificado como “período de pico”.

15 / 48
Gráfico 12: Preço das chamadas locais, Gráfico 13: Preço das chamadas locais,
incumbente (2009) incumbente (2005-2009)
25
25 23,5
22,4
21,6

20 20
17,9
16,8 16,2
15,1 14,9 14,7 14,7
15 13,2 15
12,2
11,2
9,3 9,3 8,7
10
10

5
5

0 2005 2006 2007 2008 2009


PB BEL IRL RU ESP FRA UE15 FIN AUS POR DIN ITA SUE GRE LUX ALE UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: cêntimos de euro, IVA incluído Unidade: cêntimos de euro, IVA incluído
Preço para chamadas de 3 minutos no período de pico. Preço para chamadas de 3 minutos no período de
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) pico.
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

52. Já no que concerne às chamadas nacionais, Portugal apresentava, em 2009, o sétimo


preço mais elevado da UE15, i.e., 23,3 cêntimos de euro por minuto. Este preço era,
contudo, ligeiramente inferior à média europeia (cf. Gráfico 14).
53. À semelhança do registado para as chamadas locais, o preço das chamadas nacionais
nos últimos 5 anos não conheceu alterações significativas, coincidindo com a evolução
registada pela média europeia, tal como se observa no Gráfico 15.
Gráfico 14: Preço das chamadas nacionais, Gráfico 15: Preço das chamadas
incumbente (2009) nacionais, incumbente (2005-2009)
45
45
39,9
40 36,7 35,6
35
35 31,7 30,6
30
23,9 23,5 23,3 25
25 22,4 22,2
20 17,9 17,7

15 13,2 15
11,2
8,7
10

5 5

0 2005 2006 2007 2008 2009


ITA ESP FIN IRL FRA UE15 PB POR BEL GRE RU AUS DIN SUE ALE UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: cêntimos de euro, IVA incluído Unidade: cêntimos de euro, IVA incluído
Preço para chamadas de 3 minutos no período de pico. Preço para chamadas de 3 minutos no período de
A média não inclui o LUX. pico.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) A média não inclui o LUX.
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

54. Tendo por referência os cabazes residenciais de SFT, para os grandes utilizadores,
Portugal, em 2009, apresentava o sexto preço mensal mais reduzido do conjunto de
países em análise (cf. Gráfico 16). Com efeito, o custo do cabaz em Portugal
correspondia a 60,7 euros mensais, situando-se 5% abaixo da média da UE15.
55. Verifica-se, no Gráfico 17, um decréscimo acentuado do preço entre 2007 e 2008 em
Portugal, passando o nosso país a estar abaixo da média e afastando-se dos preços
máximos registados na UE15. Esta tendência foi contrariada entre 2008 e 2009 com um
ligeiro acréscimo de preços em Portugal.

16 / 48
Gráfico 16: Cabaz residencial de SFT, grandes Gráfico 17: Cabaz residencial de SFT,
utilizadores (2009) grandes utilizadores (2006-2009)
100 100
86,5
90
80 72,7 72,3 72,1
68,8 68,7
64,8 64,3 64,2 63,5
60,7 59,2 80
56,0 54,5
60 51,0
47,3
70
40
60

20 50

0 40
FIN ESP IRL BEL ITA FRA AUS GRE UE15 PB POR LUX DIN ALE RU SUE 2006 2007 2008 2009
UE15 Max UE15 Min UE15 POR
Assinatura Tráfego

Unidade: euros mensais, IVA incluído Unidade: euros mensais, IVA incluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

56. Para os médios utilizadores, segundo o Gráfico 18, o preço em Portugal, em 2009,
correspondeu a 36,3 euros mensais, o quinto mais baixo da UE15 e 8% inferior à média
europeia. O preço no nosso país era superior ao preço mínimo da UE15 em 16%,
situando-se 31% abaixo do preço máximo.
57. O Gráfico 19 evidencia um comportamento semelhante ao já referido para o cabaz dos
grandes utilizadores, tendo o decréscimo ocorrido de 2007 para 2008 permitido que o
preço em Portugal passasse a ser inferior ao da média, e mais próximo do preço mínimo
observado na UE15. De 2008 para 2009, registou-se um ligeiro aumento do preço do
cabaz no nosso país.
Gráfico 18: Cabaz residencial de SFT, médios Gráfico 19: Cabaz residencial de SFT,
utilizadores (2009) médios utilizadores (2006-2009)
60 55
52,7

50 45,0 43,8 43,2 50


40,4 39,4 39,3 39,2
38,5 37,9 37,7
40 36,3 36,1 35,4 45
32,2 31,3
30 40

20 35

10 30

0 25
IRL FIN BEL ESP FRA ITA UE15 PB AUS GRE DIN POR LUX ALE SUE RU 2006 2007 2008 2009
UE15 Max UE15 Min UE15 POR
Assinatura Tráfego

Unidade: euros mensais, IVA incluído Unidade: euros mensais, IVA incluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

58. No que respeita aos pequenos utilizadores, Portugal registava, em 2009, o sétimo preço
mais elevado dor ranking, i.e., 29 euros mensais (cf. Gráfico 20), situando-se 12% acima
do preço mínimo da UE15, mas 29% abaixo do preço máximo. De acordo com o Gráfico
21, Portugal apresentou, pela primeira vez em 2009, um preço inferior à média, ainda
que a diferença seja pouco significativa.

17 / 48
Gráfico 20: Cabaz residencial de SFT, pequenos Gráfico 21: Cabaz residencial de SFT,
utilizadores (2009) pequenos utilizadores (2006-2009)
45 41,1 45
40
33,1 32,5 40
35 31,1 30,5 29,8
29,4 29,0 28,8 28,8 28,3
28,0 27,9 27,6 35
30 25,9 25,8
25
30
20
15 25

10
20
5
0 15
IRL BEL ESP DIN PB UE15 FRA POR AUS ITA LUX GRE FIN RU SUE ALE 2006 2007 2008 2009
UE15 Max UE15 Min UE15 POR
Assinatura Tráfego

Unidade: euros mensais, IVA incluído Unidade: euros mensais, IVA incluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

59. Para o segmento SOHO, o preço em Portugal, em 2009, era de 39,3 euros mensais,
situando-se a meio do ranking dos antigos 15 Estados-Membros e distando 26% tanto
do preço máximo como do preço mínimo, tal como se observa no Gráfico 22. No
período entre 2006 e 2009, os preços em Portugal quase coincidiram com a média da
UE15, tendo permanecido praticamente inalterados, conforme o Gráfico 23.
Gráfico 22: Cabaz SOHO de SFT (2009) Gráfico 23: Cabaz SOHO de SFT (2006-
2009)
60 65
53,4
48,9
50 46,5 46,3 60
43,4 42,8
40,6 39,8 39,3
38,5 38,3 38,0 55
40 35,0 34,9 33,3
31,3 50
30
45
20
40

10 35

0 30
RU ITA FIN ESP IRL BEL UE15 AUS POR ALE SUE PB DIN LUX GRE FRA 2006 2007 2008 2009
Assinatura Tráfego UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros mensais, IVA excluído Unidade: euros mensais, IVA excluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

60. Por fim, o preço do cabaz para as PME em Portugal era o sexto mais elevado do ranking,
em 2009, situando-se em 1.708 euros mensais face aos 1.587 euros mensais da média
da UE15 (cf. Gráfico 24). Este diferencial de preços não conheceu alterações
significativas nos últimos anos (cf. Gráfico 25)

18 / 48
Gráfico 24: Cabaz PME de SFT (2009) Gráfico 25: Cabaz PME de SFT (2006-2009)
3000 2800
2.459
2500 2500
1.990
2000 1.841 1.826 2200
1.740 1.708
1.617 1.587
1.514 1.481 1.466 1.458
1500 1.306 1.253 1900
1.091 1.053
1000 1600

500 1300

0 1000
RU ITA FIN ESP BEL POR IRL UE15 AUS PB ALE SUE LUX DIN FRA GRE 2006 2007 2008 2009

Assinatura Tráfego
UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros mensais, IVA excluído Unidade: euros mensais, IVA excluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

3.3 Preços no mercado grossista


61. A oferta de comunicações fixas de voz por operadores alternativos ao incumbente
depende, em grande medida, da aquisição de serviços grossistas a este último, que
detém a infra-estrutura de acesso ao cliente final. Os preços a que estes serviços são
oferecidos são regulados e determinantes para o nível de preços retalhistas verificado e
para a intensidade concorrencial observada.
62. Seguidamente, analisam-se os preços do serviço de terminação de chamadas que
corresponde ao serviço através do qual um operador e/ou prestador termina, na sua
própria rede, uma chamada destinada a um ponto terminal da sua rede que lhe tenha
sido entregue por um operador e/ou prestador de serviços com o qual estabeleceu um
acordo de interligação. Este serviço é prestado nas redes fixas aos níveis local, trânsito
simples e trânsito duplo, consoante o ponto de entrega de tráfego na rede 18.
63. No que concerne à terminação local de chamadas, o preço em Portugal, em 2009,
correspondia a 0,54 cêntimos de euro por minuto, sendo este o sétimo preço mais
reduzido da UE15, tal como se observa no Gráfico 26. Desde 2007 que o preço em
Portugal se encontra 16% abaixo da média europeia e numa trajectória de aproximação
aos preços mínimos, conforme o Gráfico 27.

18
A terminação de chamadas pode ser local (quando a chamada entregue pelo operador e/ou prestador
de serviços num dado Ponto Geográfico de Interligação (PGI) Local se destina a um utilizador cujo
número pertence aos níveis de numeração deste PGI), de trânsito simples (quando a chamada entregue
pelo operador e/ou prestador de serviços num dado PGI Regional se destina a um utilizador cujo
número pertence a este mesmo PGI) ou de trânsito duplo (quando a chamada é entregue pelo operador
e/ou prestador de serviços num PGI Nacional).

19 / 48
Gráfico 26: Preço da terminação local de chamadas, Gráfico 27: Preço da terminação local
incumbente (Out-2009) de chamadas, incumbente (2005-2009)
2,5
3
2,27

2,0
2

1,5
2

1,0
1 0,82 0,76
0,71 0,64
0,62 0,60 0,56 0,5
0,54 0,54 0,48 0,48
1 0,40 0,36 0,34
0,17 0,0
Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
0
FIN AUS LUX PB UE15 BEL ESP IRL ALE POR DIN GRE FRA ITA SUE RU UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído
Preços por minuto para chamadas de 3 minutos no período de Preços por minuto para chamadas de 3 minutos no
pico. período de pico.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

64. Para o nível de interligação em trânsito simples, o comportamento dos preços foi
semelhante ao descrito anteriormente para a terminação local, correspondendo o preço
em Portugal, em 2009, a 0,75 cêntimos de euro, o quinto mais baixo da UE15, e distando
da média em 15% (cf. Gráfico 28 e Gráfico 29).
Gráfico 28: Preço da terminação de chamadas em Gráfico 29: Preço da terminação de
trânsito simples, incumbente (Out-2009) chamadas em trânsito simples,
incumbente (2005-2009)
2,5
3
2,27

2,0
2

1,5
2
1,28

1,00 1,00 1,0


1 0,90 0,89 0,89 0,87 0,86
0,82 0,76
0,75
0,65 0,63 0,5
1 0,36
0,26
0,0
0 Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
FIN AUS FRA LUX PB ALE UE15 BEL ESP GRE IRL POR DIN ITA SUE RU UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído
Preços por minuto para chamadas de 3 minutos no período de Preços por minuto para chamadas de 3 minutos no
pico. período de pico.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

65. O preço da terminação de chamadas em trânsito duplo em Portugal era, de acordo com
o Gráfico 30, o quarto mais caro da UE15, totalizando 1,2 cêntimos de euro em 2009. O
preço no nosso país foi superior à média europeia no período entre 2005 e 2009, apesar
da descida verificada no último ano (cf. Gráfico 31).

20 / 48
Gráfico 30: Preço da terminação de chamadas em Gráfico 31: Preço da terminação de
trânsito duplo, incumbente (Out-2009) chamadas em trânsito duplo,
incumbente (2005-2009)
2,5
3
2,25
2,0
2

1,5
2 1,34
1,25 1,20
1,17 1,15 1,12 1,10
1,07 1,03 1,00 1,0
1 0,86
0,5
0,45 0,42
1
0,0

0 Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09

AUS ALE FRA POR ESP PB BEL UE15 GRE IRL ITA DIN RU SUE UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído
Preços por minuto para chamadas de 3 minutos no período de pico. Preços por minuto para chamadas de 3 minutos no
A média não inclui a FIN e o LUX. período de pico.
Fonte: Comissão Europeia e Cullen International (cf. refs. n.º 11-12) A média em 2005 e 2006 não inclui a FIN; em
2007, 2008 e 2009 não inclui a FIN e o LUX.
Fonte: Comissão Europeia e Cullen International
(cf. refs. n.º 7-12)

3.4 Conclusões
66. A análise desenvolvida supra encontra-se sinteticamente reflectida no Gráfico 32. Em
primeiro lugar, observa-se que os serviços de comunicações fixas de voz em Portugal
apresentaram, em 2008, uma penetração de 38,7, inferior à média da UE15 e próxima
dos níveis mínimos de penetração dos restantes Estados-Membros. A este facto não é
alheia a elevada penetração das comunicações móveis no nosso país.
67. Por outro lado, a quota de mercado do incumbente, em 2008, era elevada, i.e., 65%,
estando, no entanto, em linha com a média das quotas na UE15, o que pode resultar da
presença de condicionalismos à entrada, assim como de restrições à mobilidade dos
consumidores neste sector.
68. Ainda assim, em 2009, Portugal era o país que apresentava o maior número de clientes
de operadores alternativos com acesso directo (41%), dinâmica resultante do spin-off da
ZON da PT e do investimento realizado pelos operadores alternativos ao incumbente no
desenvolvimento de infra-estrutura de rede própria.
69. No que concerne ao preço das chamadas, Portugal apresentava, em 2009, um preço por
minuto ligeiramente inferior à média dos preços da UE15, tanto no que concerne a
chamadas locais como a chamadas nacionais (14,7 e 23,3 cêntimos de euro,
respectivamente).

21 / 48
Gráfico 32: Síntese de indicadores de SFT
Quota de mercado
do incumbente
(2008)

Acesso directo Taxa de penetração


(2009) (2008)

Preço de chamada Preço de terminação


nacional (2009) local (2009)

UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia, Cullen International e ICP-ANACOM


(cf. refs. n.º 11-12, 16)

70. Os preços dos serviços de comunicações fixas podem também ser avaliados tendo como
base os cabazes da OCDE, tal como ser observado no Gráfico 33. Neste caso, verifica-se
que, para os grandes e médios utilizadores, o preço mensal em Portugal era, em 2009,
inferior à média da UE15 (respectivamente em 5% e 8%), para os pequenos utilizadores
e segmento SOHO estava próximo da média, enquanto para as PME era superior (em
8%).
Gráfico 33: Síntese de cabazes de SFT (2009)
Grandes utilizadores

PME Médios utilizadores

Pequenos
SOHO
utilizadores
UE15 POR UE15 Min UE15 Max

Cabaz OCDE 2006.


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

22 / 48
4 COMUNICAÇÕES MÓVEIS DE VOZ
71. Seguidamente, realiza-se para o Serviço Telefónico Móvel (STM) uma análise
comparativa de Portugal com a realidade europeia no que se refere à taxa de
penetração e às quotas de mercado, bem como a um conjunto de indicadores relativos a
preços e cabazes para os mercados retalhista e grossista de comunicações móveis de
voz.
72. Releve-se que a informação referente às comunicações móveis de voz apresentada no
presente Relatório é relativa aos operadores com quotas de mercado mais elevadas em
cada um dos países.
4.1 Caracterização geral
73. A taxa de penetração do STM em Portugal correspondia, em 2009, a 146%, sendo a
segunda mais elevada da UE15, tal como consta do Gráfico 34. No nosso país este
indicador situou-se, no período entre 2005 e 2009, sempre acima da média da UE15,
tendo vindo a aproximar-se da penetração máxima registada no contexto europeu,
conforme o Gráfico 35.
Gráfico 34: Penetração do STM (Out-2009) Gráfico 35: Penetração do STM (2005-2009)
160% 190%

146% 146% 175%


142%
137% 160%
140%
133% 132%
128% 126% 126% 126% 145%
125%
121% 119% 130%
118%
120%
115%
103%
100%
100%
90% 85%

70%
80% Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
ITA POR LUX FIN AUS ALE PB UE15 DIN RU GRE SUE IRL ESP BEL FRA UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

74. A elevada penetração do STM em Portugal relaciona-se, numa primeira fase, com o
sucesso da introdução pioneira de tarifários pré-pagos no nosso país. Estes tarifários
assumem ainda uma significativa preponderância face aos tarifários pós-pagos. De
acordo com o Gráfico 36, em 2009, os clientes de planos pré-pagos em Portugal
representavam 73% do total de clientes, verificando-se que esta percentagem apenas
era superada pela Itália, país que conjuntamente com o nosso apresentava a maior
penetração.

23 / 48
Gráfico 36: Clientes de STM por tipo de plano tarifário (Out-2009)
100%
14%
90%
27% 31%
80% 36% 41% 41%
44%
52% 54%
70% 60% 61% 61% 64%
69%
60% 86% 90%
50%
86%
40%
73% 69%
30% 64% 59% 59%
56%
48% 46%
20% 40% 39% 39% 36%
31%
10% 15% 10%
0%
ITA POR IRL GRE BEL RU ALE UE15 PB SUE ESP LUX FRA AUS DIN FIN
Pré-pagos Pós-pagos

Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

75. Relativamente à estrutura do mercado, aferida através das quotas, observa-se no


Gráfico 37, que a empresa líder no mercado português era a que registava, em 2009, a
quarta maior quota na UE15. Com efeito, a quota de mercado da TMN-
Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A. (TMN) correspondia a 47%, seguida da
Vodafone Portugal – Comunicações Pessoais, S.A. (Vodafone) com uma quota de 35%, e
dos restantes operadores e prestadores, entre os quais, a Optimus - Comunicações, S.A.
(Optimus).
Gráfico 37: Quotas de mercado do STM, em clientes (Out-2009)
100%
11%
90% 22% 26% 18% 25% 25% 28% 26% 27% 26%
31% 28% 26% 31% 30%
80%
70% 35% 59%
28% 26% 35%
60% 31% 31% 32% 31% 31% 33%
29% 32% 36% 32% 33%
50%
40%
30% 20%
53% 50% 48%
47% 44% 44% 43% 42% 42% 41%
20% 40% 40% 38% 37% 36%
10% 21%
0%
LUX PB GRE POR BEL ESP AUS SUE UE15 FRA DIN IRL FIN ALE ITA RU
QM1 QM2 QMO

QM1: quota de mercado da maior empresa: QM2: quota de mercado da


segunda maior empresa; QMO: soma das quotas de mercado das restantes
empresas.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

76. A quota do operador líder de mercado em Portugal situou-se acima da média da UE15,
apresentando um desvio entre os 9% e os 13% no período entre 2006 e 2009 (cf. Gráfico
38). A mesma tendência é verificada para o somatório das quotas das duas maiores
empresas a operar no mercado português (C2), sendo, neste caso, a proximidade das
quotas máximas registadas na UE15 ainda superior, i.e., 6 p.p. (cf. Gráfico 39).

24 / 48
Gráfico 38: C1 STM (2005-2009) Gráfico 39: C2 STM (2005-2009)
60% 100%

90%
50%
80%

70%
40%
60%

30% 50%

40%
20% 30%
Out-06 Out-07 Out-08 Out-09 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
UE15 Max UE15 Min UE15 POR UE15 Max UE15 Min UE15 POR
C1 corresponde à quota de mercado do líder. C2 corresponde ao somatório das quotas de mercado das
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11) duas maiores empresas.
Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

77. Deste modo, não obstante a entrada de dois MVNO no mercado português, em 2007 e
2008, o nível de concentração deste não parece ter sofrido alterações significativas.
4.2 Preços no mercado retalhista
78. Para aferir dos preços do STM praticados em Portugal, são seguidamente analisados os
preços dos cabazes de comunicações móveis definidos pela OCDE para os grandes19,
médios20 e pequenos21 utilizadores. Por outro lado, tendo em conta a diversidade de
planos de preços é, igualmente, indicada a receita média por minuto como proxy do
preço médio.
79. Segundo o Gráfico 40, o preço do cabaz nacional na modalidade pós-paga para os
grandes utilizadores era o quarto mais elevado da UE15, totalizando 39,9 euros mensais,
cerca de 10 euros acima da média dos preços para a UE15. O preço do cabaz em
Portugal era sobretudo influenciado pelos custos associados ao tráfego.
80. Após alguma proximidade entre o preço do cabaz em Portugal e a média até 2008, os
preços divergiram em 2009, em resultado de um crescimento de 2% dos preços no
nosso país, sendo o desvio face à média de aproximadamente 30% (cf. Gráfico 41).
Refira-se ainda que, no período considerado, apenas em 2007 o cabaz em Portugal
apresentou um preço inferior à média.

19
Cabaz nacional de comunicações móveis para planos pós-pagos e grandes utilizadores: cabaz
referente a um consumidor que efectue 140 chamadas e envie 55 Short Message Service (SMS)
mensalmente.
20
Cabaz nacional de comunicações móveis para planos pós-pagos e médios utilizadores: cabaz referente
a um consumidor que efectue 65 chamadas e envie 50 SMS mensalmente.
21
Cabaz nacional de comunicações móveis para planos pós-pagos e pequenos utilizadores: cabaz
referente a um consumidor residencial que efectue 30 chamadas e envie 33 SMS mensalmente.

25 / 48
Gráfico 40: Cabaz móvel nacional pós-pago, Gráfico 41: Cabaz móvel nacional pós-
grandes utilizadores (2009) pago, grandes utilizadores (2006-2009)
60 80

48,1 46,8 70
50
41,5 39,9
38,9 38,4 60
40
32,8
30,2 28,5 50
30 25,9 25,8 24,2
40
20 16,7 16,7 15,2
13,4 30

10 20

10
0
2006 2007 2008 2009
FRA BEL GRE POR ITA ALE ESP UE15 DIN LUX SUE IRL PB RU FIN AUS
Assinatura Tráfego UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros mensais, IVA incluído Unidade: euros mensais, IVA incluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

81. No que concerne aos médios utilizadores, Portugal ocupava sétima posição no ranking
de Estados-Membros da UE15, com um preço de 23,8 euros mensais, tal como consta do
Gráfico 42. Pela primeira vez, no período entre 2006 e 2009, o preço em Portugal neste
último ano foi superior ao da média da UE15, com um desvio de quase 20%, o que pode
ser parcialmente explicado pelo aumento de 3% registado nos preços portugueses (cf.
Gráfico 43).
Gráfico 42: Cabaz móvel nacional pós-pago, médios Gráfico 43: Cabaz móvel nacional pós-
utilizadores (2009) pago, médios utilizadores (2006-2009)
35 45
30,6 29,6
28,7 40
30 27,5 27,3 26,5
23,8 35
25
20,3 20,2 30
19,0
20 25
15,6 14,7
15 11,7 11,1 20
10,6
15
10 7,3
10
5
5
0 0
ITA FRA ESP ALE GRE BEL POR UE15 IRL LUX SUE DIN FIN RU PB AUS 2006 2007 2008 2009
Assinatura Tráfego UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros mensais, IVA incluído Unidade: euros mensais, IVA incluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

82. Para os pequenos utilizadores, Portugal revela o quarto preço mais elevado no contexto
da UE15, em 2009, com um cabaz de aproximadamente 15 euros mensais (no Gráfico
44). Em 2008, o preço do cabaz para os utilizadores menos intensivos em Portugal
passou a ser superior à média, tal como se observa no Gráfico 45.

26 / 48
Gráfico 44: Cabaz móvel nacional pós-pago, Gráfico 45: Cabaz móvel nacional pós-
pequenos utilizadores (2009) pago, pequenos utilizadores (2006-
2009)
25 35

19,3 30
20 18,0
15,9 15,6 15,3 25
14,8 14,1
15 12,5 12,3 20
11,1 10,5
9,8 15
10 8,6 8,3
7,4
10
5 3,6
5

0 0

IRL FRA ITA ALE POR GRE ESP BEL UE15 RU SUE LUX PB FIN DIN AUS 2006 2007 2008 2009
Assinatura Tráfego UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros mensais, IVA incluído Unidade: euros mensais, IVA incluído
Cabaz OCDE 2006. Cabaz OCDE 2006.
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 8-11)

83. Tendo em consideração, por um lado, que os cabazes analisados supra são referentes a
tarifários pós-pagos e, por outro lado, a maior representatividade dos tarifários pré-
pagos em Portugal (cf. Gráfico 36 supra), apresenta-se no Gráfico 46 a receita média por
minuto, enquanto proxy do preço médio das comunicações móveis. Portugal verifica a
sétima receita média por minuto mais reduzida da UE15, correspondendo a 12 cêntimos
de euro e situando-se ligeiramente abaixo da média.
Gráfico 46: Receita média por minuto do STM (2008)
25
21
20
20 18
17

15 14 14 14 13 13
12
11
10 10 10 10
10
7

0
LUX PB BEL ESP ALE FRA GRE UE15 RU POR SUE AUS DIN IRL ITA FIN

Unidade: cêntimos de euro, IVA excluído


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

4.3 Preços no mercado grossista


84. A análise dos preços no mercado grossista centra-se nos preços de terminação de
chamadas móveis. Estes preços são responsáveis pelo diferencial observado no mercado
retalhista entre os preços das chamadas intra-rede ou on-net e das chamadas inter-
redes ou off-net.
85. Uma vez que este diferencial de preços potencia os efeitos de rede que caracterizam
este sector, com implicações ao nível dos custos de mudança dos consumidores22, que
se traduzem numa desvantagem competitiva para os operadores de menor dimensão e
para os potenciais entrantes, os preços de terminação de chamadas têm vindo a ser
objecto de regulação.

22
Cf. AdC, Relatório sobre Mobilidade dos Consumidores no Sector das Comunicações Electrónicas,
2010, disponível em http://www.concorrencia.pt/Conteudo.asp?ID=1829.

27 / 48
86. A redução dos preços de terminação em redes móveis permite mitigar a desvantagem
competitiva identificada, actuando, simultaneamente, sobre as distorções registadas
entre as comunicações fixas e as comunicações móveis de voz e aumentando a
contestabilidade do mercado.
87. O preço da terminação de chamadas em Portugal, em Janeiro de 201023, correspondia a
6,5 cêntimos de euro por minuto, encontrando-se alinhado com a média da UE15 (cf.
Gráfico 47). Com excepção do ano de 2008, em que o preço de terminação de chamadas
em Portugal coincidia com o máximo registado para a UE15, os preços no nosso país
seguiram a tendência de descida europeia no período entre 2006 e 2010 (cf. Gráfico 48).
Gráfico 47: Preço da terminação de chamadas Gráfico 48: Preço da terminação de
móveis (Jan-2010) chamadas móveis (2006-2010)
9,7 16
10
9,0 8,8 14
8,2
8 12
7,4 7,3
6,8 10
6,5 6,5
6,2 6,2
6 5,5 8
4,9 4,8
6

4 3,5 4
3,1
2
2 Jan-06 Jan-07 Jan-08 Jan-09 Jan-10
IRL LUX BEL ITA DIN PB ALE UE15 POR GRE ESP RU FIN FRA AUS SUE UE15 Max UE15 Min UE15 POR
Unidade: cêntimos de euro por minuto Unidade: cêntimos de euro por minuto
Preços para uma chamada de duração média de 3 minutos e tendo Preços para uma chamada de duração média de 3
em conta as quotas de mercado de cada operador. minutos e tendo em conta as quotas de mercado de
Fonte: ERG/BEREC (cf. ref. n.º 11) cada operador.
Fonte: ERG/BEREC (cf. ref. n.º 11)

4.4 Conclusões
88. A síntese dos indicadores do STM encontra-se patente no Gráfico 49. Relativamente à
penetração, Portugal registava, em 2009, a segunda maior taxa da UE15, i.e., 146%,
resultado, numa primeira fase, do sucesso da introdução pioneira de tarifários pré-
pagos no nosso país.
89. O mercado português caracterizava-se, em 2009, por apresentar um elevado nível de
concentração, aferido com base no índice C2. Com efeito, este indicador em Portugal
distava apenas 6 p.p. do nível de concentração máximo.
90. No que concerne à receita média por minuto (enquanto proxy do preço médio no ano
de 2008), Portugal situava-se ligeiramente abaixo da média da UE15, com um preço de
12 cêntimos de euro.

23
Refira-se que, em Maio de 2010, após intervenção do ICP-ANACOM, os preços de terminação de
chamadas móveis em Portugal voltaram a reduzir-se, estando fixado um glide path que termina nos 3,5
cêntimos de euro em Agosto de 2011.

28 / 48
Gráfico 49: Síntese de indicadores de STM
C2 (2009)

Receita média por Taxa de penetração


minuto (2008) (2009)

Preço de terminação
de chamadas (2010)
UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

91. Por fim, no Gráfico 50, verifica-se que, em 2009, os preços dos cabazes pós-pagos de
comunicações móveis em Portugal foram sempre superiores à média da UE15. Não
obstante, saliente-se a menor representatividade dos tarifários pós-pagos no nosso país
(27%).
Gráfico 50: Síntese de cabazes móveis nacionais pós-pagos (2009)
Grandes
utilizadores

Pequenos Médios
utilizadores utilizadores

UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Cabaz OCDE 2006.


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

29 / 48
5 ACESSO À INTERNET EM BANDA LARGA
92. Nas secções seguintes, após a apresentação de alguns dados comparativos de carácter
geral para os serviços de acesso à Internet em banda larga fixa em Portugal e na UE15,
nomeadamente relacionados com a taxa de penetração e as quotas de mercado,
analisa-se um conjunto de indicadores referentes a preços nos mercados retalhista e
grossista.
5.1 Caracterização geral
93. A taxa penetração do acesso à Internet em banda larga fixa em Portugal era, no início de
2010, a segunda mais reduzida da UE15, i.e., 19% (cf. o Gráfico 51). Verifica-se,
inclusivamente, no Gráfico 52, que o nosso país, no período entre 2005 e 2010,
aumentou a distância face à média da UE15.
Gráfico 51: Penetração da banda larga fixa (Jan- Gráfico 52: Penetração da banda larga
2010) fixa (2005-2010)
50% 40%
35%
40% 38% 38% 30%
32% 32% 25%
30% 30% 30% 29% 29%
30% 27%
20%
23% 22% 22%
21% 15%
19%
20% 17%
10%

10% 5%
0%
0% Out-05 Out-06 Jan-08 Jan-09 Jan-10
DIN PB LUX SUE ALE FRA RU FIN BEL UE15 AUS IRL ESP ITA POR GRE UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: acessos por 100 habitantes Unidade: acessos por 100 habitantes
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

94. A reduzida penetração da banda larga fixa em Portugal é, no entanto, compensada pela
penetração do acesso à Internet com recurso à tecnologia móvel. Com efeito, em
Janeiro de 2010, o nosso país apresentava a segunda maior taxa de penetração do
conjunto de países considerado no valor de 16%, a apenas 1 p.p. da penetração máxima
registada e cerca do dobro da média da UE15 (cf. Gráfico 53). No período entre 2007 e
2009, a taxa de penetração móvel no nosso país mais do que triplicou (cf. Gráfico 54).

30 / 48
Gráfico 53: Penetração da banda larga móvel (Jan- Gráfico 54: Penetração da banda larga
24 25
2010) móvel em Portugal (2007-2009)
20% 25%
17% 20%
16%
15% 20%
15%
12% 15%
11% 11%
11%
10%
8% 10%
7% 7%
6%
5% 4% 4% 5%
3% 3%

0%
0%
2007 2008 2009
FIN POR AUS SUE DIN IRL UE15 ITA RU ALE ESP GRE FRA

Unidade: acessos por 100 habitantes Unidade: acessos por 100 habitantes
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: ICP-ANACOM (cf. ref. n.º 17)

95. De acordo com o Gráfico 55 e o Gráfico 56, observa-se que em Portugal, à semelhança
dos outros antigos 14 Estados-Membros, a tecnologia de acesso à Internet em banda
larga fixa predominante é o xDSL26 com 58% dos acessos, seguido do acesso por modem
de cabo com 38%. Nos últimos cinco anos esta tendência não tem sofrido alterações
significativas, apesar de alguma oscilação.
96. A relativa menor importância do xDSL em Portugal face à grande maioria dos restantes
Estados-Membros prende-se com o facto do acesso à Internet em Portugal ter sido
inicialmente lançado sobre a rede de distribuição de televisão por cabo e também com o
desenvolvimento significativo que estas redes registam no nosso país.
Gráfico 55: Tecnologias de acesso à Internet em Gráfico 56: Tecnologias de acesso à
banda larga fixa (Jan-2010) Internet em banda larga fixa em
Portugal (2005-2010)
100% 100% 0% 0% 1% 2% 3%
3% 5% 1% 1% 1% 2% 2% 3% 1%
9% 16% 10% 5% 13% 13%
19% 21% 22%
14% 20% 30% 80% 37% 36%
80% 15% 37% 43% 38% 38%
38% 42%
27%
20%
60% 60%
100% 97% 95%
90% 40%
40% 83% 80% 79%
76% 76% 72%
68% 63% 64% 60% 58%
60% 60% 59% 58% 57% 57%
20% 20%

0% 0%
GRE ITA FRA ALE LUX ESP RU FIN UE15 IRL AUS PB DIN SUE POR BEL Out-05 Out-06 Jan-08 Jan-09 Jan-10

DSL Cabo Outra DSL Cabo Outra

Fonte: AdC, com base em dados da Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: AdC, com base em dados da Comissão
Europeia (cf. refs. n.º 7-11)
97. Esta menor importância relativa do xDSL resulta igualmente patente na percentagem de
linhas grossistas de acesso em banda larga no total de linhas PSTN27 activas que, em

24
Tendo em consideração os utilizadores activos através de modems, cartões e outros equipamentos
equivalentes.
25
Tendo em consideração os utilizadores activos.
26
xDSL - x Digital Subscriber Line – conjunto de tecnologias de linha digital de assinante, genericamente
denominadas DSL, capazes de transformar linhas de cobre (por exemplo, linhas telefónicas vulgares) em
linhas digitais de alta velocidade, passíveis de suportar serviços avançados de maior largura de banda,
como o acesso rápido à Internet e o video-on-demand. ADSL (Asymmetric DSL), HDSL (High data rate
DSL), VDSL (Very high data rate DSL) e SHDSL (Symmetric high-bitrate DSL) são algumas das suas
variantes.
27
PSTN: Public Switched Telephone Network.

31 / 48
Portugal, é ainda reduzida, comparando desfavoravelmente com a média das
percentagens da UE15 (cf. Gráfico 57). Ainda assim, no período entre 2005 e 2010, esta
percentagem aumentou no nosso país mais de seis vezes.
Gráfico 57: Linhas grossistas de acesso em banda larga no total de linhas PSTN activas (2005-
2010)
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Out-05 Out-06 Jan-08 Jan-09 Jan-10
UE15 Max UE15 Min UE15 POR
Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

98. Também as velocidades de acesso à Internet em banda larga fixa registadas nos vários
Estados-Membros são reveladoras do nível de desenvolvimento do mercado e do
investimento realizado em RNG. No Gráfico 58, observa-se que Portugal, em Janeiro de
2010, era o Estado-Membro da UE15 com uma percentagem mais elevada de clientes
com velocidades de acesso superiores a 10 Mbps, ou seja, 61%, sendo que os clientes
com velocidades inferiores a 2 Mbps representavam apenas 2%.
Gráfico 58: Velocidades de acesso à Internet em banda larga fixa (Jan-2010)
100%
9% 8% 8% 5%
90% 16%
25% 23% 20% 19%
80% 35% 33%
41%
70% 61%
60% 45% 60%
68%
50% 33%
61% 63% 70% 92% 95%
40% 78%
30% 52% 59%

20% 38% 39%


34% 31%
10% 23%
15% 14% 11%
2% 7% 6% 2%
0% 0% 0%
POR BEL DIN SUE ALE UE15 RU ESP FIN IRL ITA LUX GRE

> 144 kbps;< 2 Mbps > 2 Mbps;< 10 Mbps > 10 Mbps

A média não inclui a AUS, a FRA e os PB.


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11)

99. A dinâmica concorrencial do mercado de acesso à Internet em banda larga fixa tem
vindo a intensificar-se em Portugal, particularmente após 2008, quando começaram a
sentir-se os efeitos do spin-off da ZON da PT.
100. De facto, após 2008, a quota de mercado conjunta dos operadores concorrentes ao
incumbente passou a ser superior àquela observada para a média da UE15, sendo que,
em Janeiro de 2010, Portugal era o Estado-Membro com a terceira quota conjunta mais
elevada, i.e., 56%, o que representa mais de metade do mercado (cf. Gráfico 58 e
Gráfico 59).

32 / 48
Gráfico 59: Quota de mercado dos operadores Gráfico 60: Quota de mercado dos
alternativos para o acesso à Internet em banda operadores alternativos para o acesso à
larga fixa (Jan-2010) Internet em banda larga fixa (2005-
2010)
100%
80%
72%
80%
61%
60% 56% 54% 54%
52% 51%
49% 49% 49% 60%
45% 45% 43%

40% 37%
33% 33% 40%

20%
20%

0%

0% Out-05 Out-06 Jan-08 Jan-09 Jan-10

RU SUE POR ALE FRA PB BEL AUS IRL UE15 ESP GRE ITA DIN FIN LUX UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

101. A situação de Portugal deteriora-se, contudo, quando se analisam as quotas referentes


apenas aos acessos xDSL à Internet em banda larga fixa, uma vez que a ZON, que detém
uma posição significativa no mercado, suporta a sua oferta na rede de cabo.
102. Assim, de acordo com o Gráfico 61, Portugal ocupava, em Janeiro de 2010, a quinta
posição no ranking de países da UE15 com quotas conjuntas dos entrantes mais
reduzidas, totalizando 27%. No Gráfico 62, observa-se que, embora até 2009 tenha
existido uma aproximação de Portugal à média da UE15, em 2010, a distância do nosso
país face à média aumentou.
Gráfico 61: Quota de mercado dos entrantes para o Gráfico 62: Quota de mercado dos
xDSL (Jan-2010) entrantes para o xDSL (2005-2010)
75% 80%
64%
60% 60%
52%
49%
44%
45% 41% 39%
40%
35%
32% 32% 31%
30% 27% 27% 26% 25%
20% 20%
14%
15%
0%

0% Out-05 Out-06 Jan-08 Jan-09 Jan-10

RU FRA ALE GRE ITA SUE UE15 ESP FIN IRL DIN POR PB AUS LUX BEL UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

5.2 Preços no mercado retalhista


103. A realização de comparações internacionais de preços para os serviços de acesso à
Internet em banda larga, é particularmente complexa, face à diversidade de
características das ofertas e ao contínuo aumento das velocidades de download.
104. Deste modo, no Gráfico 63 e no Gráfico 64, procede-se à análise da evolução das
mensalidades em Portugal e na UE15 para uma velocidade de acesso representativa,
tanto para ofertas xDSL como para ofertas por modem de cabo.
105. Verifica-se que não existem diferenças assinaláveis entre as duas tecnologias em termos
da evolução dos preços, o que aliás confirma que, para o cliente final, apenas importa o
serviço fornecido e não a tecnologia de suporte. Somente em 2007 as mensalidades de

33 / 48
ambas as ofertas foram inferiores à média da UE15, sendo que em 2008 existia uma
quase total coincidência de preços, em torno dos 35 euros.
Gráfico 63: Mensalidade de uma oferta xDSL Gráfico 64: Mensalidade de uma oferta por
28
representativa (2005-2008) modem de cabo representativa (2005-
29
2008)
100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
2005 2006 2007 2008 2005 2006 2007 2008
UE15 Max UE15 Min UE15 POR UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros, IVA incluído Unidade: euros, IVA incluído


Fonte: OCDE (cf. ref. n.º 17) A média não inclui a GRE e a ITA.
Fonte: OCDE (cf. ref. n.º 17)
106. Tendo em consideração que existe mais do que um prestador de acesso em banda larga
fixa em cada país, a OCDE determinou um preço médio mensal de subscrição deste
serviço para diferentes intervalos de velocidades de download.
107. Observa-se que, embora para as ofertas de velocidade mais reduzida a posição de
Portugal no ranking de Estados-Membros da UE15 fosse desfavorável (segundo preço
mais elevado), o nosso país apresentava em, Outubro de 2009, para velocidades entre
os 2 e os 12 Mbps, um preço médio mensal de 30 euros, valor ligeiramente inferior à
média (cf. Gráfico 65 e Gráfico 66).
Gráfico 65: Preço médio mensal do acesso Gráfico 66: Preço médio mensal do acesso à banda
à banda larga fixa 256 – 1.900 kbps (Out- larga fixa 2 - 12 Mbps (Out-2009)
2009)
70 67 90
81
80
60
70
50
60
40 37
35 50
30 39
28 28 40 36 35 35
30 26 25 24 24 33 32 30 30 28 28
21 30 26
17 24
20 21
20 16
10 5 10
0 0
LUX POR AUS ALE UE15 FRA BEL ESP FIN IRL SUE GRE RU LUX ESP FIN IRL DIN UE15 BEL POR AUS SUE ALE ITA PB GRE RU

Unidade: euros, IVA incluído Unidade: euros, IVA incluído


A média não inclui a DIN, a ITA e os PB. A média não inclui a FRA.
Fonte: OCDE (cf. ref. n.º 17) Fonte: OCDE (cf. ref. n.º 17)

108. Portugal teve um desempenho relativamente melhor para velocidades de acesso entre
os 12 e os 32 Mbps, as mais comuns no nosso país conforme anteriormente referido (cf.
Gráfico 58 supra). Neste caso, o preço médio em Portugal correspondia, em Outubro de

28
As ofertas representativas para Portugal eram as da PT e caracterizavam-se por velocidades de
download entre os 8 Mbps e os 16 Mbps.
29
As ofertas representativas para Portugal eram as da ZON e caracterizavam-se por velocidades de
download entre os 8 Mbps e os 18 Mbps.

34 / 48
2009, a 33 euros, sendo este o quinto preço mais reduzido da UE15 com um desvio face
à média de aproximadamente -20% (menos 20%), tal como se observa no Gráfico 67.
Relativamente ao preço mínimo da UE15, o preço em Portugal era 45% mais elevado,
enquanto face ao preço máximo era cerca de 70% mais reduzido.
109. Para velocidades superiores a 35 Mbps, menos usuais no nosso país, o preço médio
mensal, de 97 euros, era o mais elevado do conjunto de 9 países considerado que exibiu
um preço médio de 54 euros (cf. Gráfico 68).
Gráfico 67: Preço médio mensal do acesso à banda Gráfico 68: Preço médio mensal do
larga fixa 12 - 32 Mbps (Out-2009) acesso à banda larga fixa > 35 Mbps
(Out-2009)
120 110
106 97
100
100 90
80
80 68 66
70
57
60 54 53
60 52 50 45
50
43 42 42 41 40
37 35 34 40
40 33 32 31 29
27 26 30 26
23
20 20
10
0 0
LUX DIN BEL FIN IRL AUS UE15 PB ALE ESP POR SUE FRA ITA RU GRE POR DIN AUS ESP UE15 PB FIN SUE RU FRA

Unidade: euros, IVA incluído Unidade: euros, IVA incluído


Fonte: OCDE (cf. ref. n.º 17) A média não inclui a ALE, a BEL, a GRE, a IRL, a ITA
e o LUX.
Fonte: OCDE (cf. ref. n.º 17)

5.3 Preços no mercado grossista


110. No que concerne à realização de comparações de preços regulados no mercado
grossista, tendo em conta o predomínio em Portugal dos acessos completos no total de
linhas grossistas de acesso em banda larga contratadas pelos entrantes (86%, em Janeiro
de 201030), seguidamente analisam-se os preços da instalação, da mensalidade e do
preço médio mensal para esta modalidade de acesso.
111. Refira-se que os entrantes revelam uma preferência pelo desenvolvimento de infra-
estrutura própria (com base na desagregação do lacetes locais completos), que permite
um maior grau de inovação e autonomia na determinação das características das ofertas
retalhistas, em detrimento do lançamento de ofertas de revenda baseadas em acesso
grossista bitstream31.
112. De acordo com o Gráfico 69, o preço da instalação do acesso completo em Portugal
correspondia, em Outubro de 2009, a 38 euros, sendo o quinto mais reduzido da UE15.
Desde 2005 que o preço em Portugal não registou qualquer alteração, situando-se
abaixo da média e próximo dos valores mínimos da UE15, conforme o Gráfico 70.

30
Cf. Comissão Europeia, Relatório de progresso sobre o mercado único europeu em 2009 (15º
Relatório), 2010.
31
Acesso em fluxo contínuo de dados.

35 / 48
Gráfico 69: Instalação do acesso completo (Out- Gráfico 70: Instalação do acesso
2009) completo (2005-2009)
114 300
120

250
100 91
200
80
65 150
61
60 51 50 50
45 43 42 100
40 38
40 36
32 31
50
22
20
0
Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
0
FIN LUX BEL ESP UE15 FRA DIN IRL SUE RU ITA POR ALE AUS GRE PB UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros, IVA excluído Unidade: euros, IVA excluído


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

113. A posição de Portugal não é tão favorável quando se analisa o preço da mensalidade de
acesso completo no Gráfico 71 e no Gráfico 72. Com efeito, em Outubro de 2009, a
mensalidade no nosso país encontrava-se a meio do ranking de países considerados,
totalizando 8,99 euros, valor que não sofreu qualquer alteração desde Outubro de 2006.
114. Embora Portugal apresentasse valores inferiores à média, a evolução das mensalidades
mínimas na UE15 no sentido da sua redução, a partir de Outubro de 2007, foi tal que o
nosso país se afastou deste referencial.
Gráfico 71: Mensalidade do acesso completo (Out- Gráfico 72: Mensalidade do acesso
2009) completo (2005-2009)
18 18
16,4
16
16
14
12,1 14
12 10,8
10,2 10,0
10 9,4 9,3 9,0 9,0
8,5 8,3 8,3 12
7,9 7,8 7,8
8
6,4 10
6
8
4

2 6
0 Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
IRL FIN LUX ALE DIN UE15 BEL FRA POR ITA SUE GRE RU PB ESP AUS UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros, IVA excluído Unidade: euros, IVA excluído


Fonte: Comissão Europeia (cf. ref. n.º 11) Fonte: Comissão Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

115. Como seria expectável, o preço médio mensal, que tem em conta a instalação e a
mensalidade do acesso completo, também se manteve estável e abaixo da média da
UE15, estando Portugal, em Outubro de 2009, a meio do ranking de países (cf. Gráfico
73 e Gráfico 74).

36 / 48
Gráfico 73: Preço médio mensal do acesso completo Gráfico 74: Preço médio mensal do
(Out-2009) acesso completo (2005-2009)
20,0 21
17,7
18,0
19
16,0 15,2
13,3 17
14,0
12,0 11,3 11,2 11,1 10,8 15
10,4 10,0
9,6 9,5 9,5 9,1 9,1
10,0 8,4 13
8,0 7,2
11
6,0
4,0 9
2,0 7
0,0 Out-05 Out-06 Out-07 Out-08 Out-09
IRL FIN LUX DIN ALE BEL UE15 FRA POR ITA SUE ESP GRE RU PB AUS UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Unidade: euros, IVA excluído Unidade: euros, IVA excluído


Preço pressupondo permanência de 36 meses. Preço pressupondo permanência de 36 meses.
Fonte: AdC, com base em dados da Comissão Europeia (cf. ref. Fonte: AdC, com base em dados da Comissão
n.º 11) Europeia (cf. refs. n.º 7-11)

5.4 Conclusões
116. Os principais indicadores que caracterizam o serviço de acesso à Internet em banda
larga fixa constam do Gráfico 75. Portugal apresentava, em 2010, a segunda menor taxa
de penetração da UE15 para este serviço, i.e., 19%, realidade parcialmente compensada
pelo facto do nosso país registar a segunda maior penetração da UE15 para o acesso à
Internet em banda larga com recurso à tecnologia móvel, i.e., 16%.
117. A concorrência no mercado português, em particular após o spin-off da PT da ZON,
intensificou-se, correspondendo a quota conjunta dos operadores concorrentes ao
incumbente no serviço de banda larga fixa a 56% em 2010. Portugal comparava, assim,
favoravelmente com a média no que respeita a este indicador.
118. Para as velocidades de download entre 12 Mbps e 32 Mbps, das mais comuns em
Portugal para o serviço de banda larga fixa, verifica-se que o preço médio no nosso país
era de 33 euros, o quinto mais reduzido com um desvio face à média de
aproximadamente -20% (menos 20%), em Outubro de 2009.
119. No que ao mercado grossista diz respeito, em 2009, o preço médio mensal do acesso
completo em Portugal, que tem em conta as componentes de instalação e mensalidade,
era inferior à média da UE15.
Gráfico 75: Síntese de indicadores de banda larga
Quota de mercado dos
operadores alternativos
(2010)

Preço mensal de acesso


Taxa de penetração
à banda larga 12 - 32
banda larga fixa (2010)
Mbps (2009)

Preço médio mensal,


acesso completo (2009)

UE15 Max UE15 Min UE15 POR

Fonte: Comissão Europeia e OCDE (cf. refs. n.º 11, 17)

37 / 48
6 ACTIVIDADE INSTITUCIONAL
120. No exercício das suas competências, a AdC, desde a publicação do último Relatório de
Acompanhamento dos Mercados de Comunicações Electrónicas, desenvolveu um
conjunto de actividades neste sector.
121. Com efeito, no período de referência do presente Relatório, a AdC adoptou uma decisão
de condenação por abuso de posição dominante, por parte das empresas Portugal
Telecom S.G.P.S., S.A. (PT SGPS), PT Comunicações, S.A. (PTC), ZON – Multimédia,
Serviços de Telecomunicações e Multimédia, S.G.P.S, S.A. (ZON) e ZON – TV CABO
Portugal, S.A. (TV CABO), nos mercados grossista e retalhista de acesso em banda
larga32.
122. No âmbito do referido processo, a AdC deu como provada a existência de práticas
restritivas da concorrência proibidas e punidas à luz da legislação nacional e
comunitária, traduzidas na fixação artificial e não equitativa de preços, na aplicação
sistemática de condições discriminatórias a prestações equivalentes, bem como na
limitação da produção, da distribuição, do desenvolvimento técnico e do investimento.
123. No caso concreto, o abuso de posição dominante foi concretizado pela definição e
aplicação de tarifários, no período compreendido entre 22 de Maio de 2002 e 30 de
Junho de 2003, que induziram artificialmente a alta do preço grossista (por comparação
com o preço retalhista) e a baixa do preço retalhista (por comparação com o preço
grossista), impedindo, deste modo, um operador alternativo, ainda que igualmente
eficiente, à empresa retalhista do Grupo PT, de obter lucro (prática habitualmente
designada por “esmagamento de margens”).
124. Por outro lado, entendeu a AdC que a PTC, através do sistema de descontos constante
do tarifário grossista “Rede ADSL PT”, aplicou sistematicamente condições desiguais
relativamente a prestações equivalentes, discriminando positivamente outra empresa
do Grupo PT, a TELEPAC II, em detrimento dos concorrentes.
125. Acresce que a AdC considerou que dos comportamentos enumerados resultaram efeitos
de exclusão nos mercados de acesso em banda larga, onde as empresas concorrentes ao
Grupo PT actuam.
126. Consequentemente, a AdC aplicou ao Grupo PT uma coima de 45,016 milhões euros e
ao Grupo ZON uma coima de 8,046 milhões de euros, perfazendo um total 53,062
milhões de euros.
127. Refira-se que, previamente à adopção da sua decisão, a AdC consultou o regulador
sectorial, uma vez que, sempre que adopta uma decisão relativa a uma prática restritiva
da concorrência ou no âmbito de um processo de concentração de empresas, a AdC
deverá ter em conta a pronúncia deste, nos termos da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho
(Lei da Concorrência). No âmbito da decisão de condenação supramencionada, o
regulador concordou, em termos gerais, com o sentido da mesma.

32
Cf. sítio da AdC na Internet, disponível em http://www.concorrencia.pt/Conteudo.asp?ID=1735.

38 / 48
128. A AdC foi, por sua vez, consultada pelo ICP-ANACOM sobre os projectos de decisão
relativos à análise de mercados e à determinação de detenção de Poder de Mercado
Significativo (PMS) que estão sujeitos a parecer prévio da AdC, nos termos da Lei n.º
5/2004, de 10 de Junho (Lei das Comunicações Electrónicas; LCE).
129. Neste sentido, a AdC emitu, em 19 de Janeiro de 2010, o seu parecer sobre o Sentido
Provável de Decisão (SPD) do ICP-ANACOM sobre os mercados de fornecimento
retalhista de circuitos alugados e mercados de fornecimento grossista dos segmentos
terminais e de trânsito de circuitos alugados33.
130. A AdC entendeu como adequada e genericamente coerente com o Direito da
Concorrência a definição, pelo regulador sectorial, do mercado retalhista de circuitos
alugados, bem como a supressão pelo ICP-ANACOM das obrigações regulamentares
anteriormente impostas.
131. No que aos mercados grossistas diz respeito, a AdC considerou igualmente apropriada a
definição dos mesmos e, em particular, a inclusão da tecnologia Ethernet34 e a sua
segmentação geográfica em áreas concorrenciais (“Rotas C”) e não concorrenciais
(“Rotas NC”).
132. Deste modo, a AdC entendeu justificada a supressão das obrigações anteriormente
impostas no mercado dos segmentos de trânsito constituídos pelas “Rotas NC” e a
aplicação de obrigações regulamentares ao Grupo PT nos mercados de fornecimento
grossista de segmentos terminais e de segmentos de trânsito nas “Rotas NC”, em face
dos problemas concorrenciais identificados.
133. Em 25 de Fevereiro de 2010, a AdC emitiu o seu parecer sobre o SPD do ICP-ANACOM
relativo à definição e análise de PMS nos mercados grossistas de terminação de
chamadas vocais em redes móveis individuais35.
134. Para a AdC, a metodologia adoptada pelo ICP-ANACOM para definição destes mercados
e as conclusões retiradas são adequadas e genericamente coerentes com o Direito da
Concorrência. A identificação dos três operadores móveis nacionais como detendo PMS
nas suas próprias redes também não suscitou dúvida à AdC.
135. Neste sentido, em face dos problemas de concorrência identificados na ausência de
regulação, a AdC considerou apropriada a manutenção de todas as obrigações
regulamentares, assim como a redução dos preços de terminação de chamadas vocais.
Esta redução permite mitigar a desvantagem competitiva dos operadores de menor
dimensão resultante do diferencial de preços on-net/off-net, actuando,
simultaneamente, sobre as distorções registadas entre as comunicações fixas e as
comunicações móveis de voz e aumentando a contestabilidade do mercado.

33
Cf. sítio do ICP-ANACOM na Internet, disponível em
http://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=999392.
34
A Ethernet corresponde a uma tecnologia de interconexão para redes locais – Local Area Networks
(LAN) – baseada no envio de pacotes que permite a oferta de soluções empresariais “virtuais” (VLAN).
35
Cf. sítio do ICP-ANACOM na Internet, disponível em
http://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1004796.

39 / 48
136. No período de referência do presente Relatório, a AdC publicou ainda um conjunto de
análises sobre o sector das comunicações electrónicas. A primeira destas análises,
publicada em Fevereiro de 2010, visou a caracterização da mobilidade dos
consumidores e dos factores que a condicionam no sector das comunicações
electrónicas em Portugal, nomeadamente no que respeita ao SFT, ao STM, ao serviço de
acesso à Internet em banda larga e às ofertas em pacote36.
137. Concluiu a AdC que a mobilidade dos consumidores portugueses é reduzida, ou seja,
apenas 5 a 12 em cada 100 clientes mudam de operador ou prestador de serviços
anualmente, sendo a mobilidade dos clientes de pacotes de serviços superior à dos
clientes dos restantes serviços considerados.
138. A satisfação com os preços e com a qualidade são, entre as diversas razões apontadas,
as duas mais relevantes para os consumidores portugueses não mudarem de operador
ou prestador de serviços. Para o STM, a estas razões acresce, por exemplo, o facto dos
familiares e amigos pertencerem à mesma rede.
139. Por outro lado, observou a AdC que o nível médio de dificuldade sentida pelos
consumidores portugueses é moderado, estando sobretudo relacionado com as tarefas
de divulgação do novo número de telefone e de pesquisa de ofertas, assim como com a
preocupação com a perda de qualidade de serviço com a mudança de operador.
140. No que concerne à quantificação dos custos de mudança estes situam-se acima dos 10
euros, representando cerca de metade da despesa média mensal para os clientes
portugueses, para a maioria dos serviços considerados.
141. O estudo da AdC discutiu, ainda, um conjunto de medidas destinadas a actuar sobre as
condicionantes da mobilidade identificadas, nomeadamente sobre os custos de pesquisa
e os custos de mudança, incluindo dentro destes últimos os custos de transacção, os
custos contratuais, os custos de natureza psicológica, os custos de incerteza, os custos
de aprendizagem e os custos de compatibilidade, procurando promover, deste modo,
uma maior concorrência nestes mercados.
142. Neste contexto, destaque para as medidas especialmente direccionadas à redução dos
custos de pesquisa, nomeadamente, a disponibilização e divulgação da existência de
ferramentas de comparação de preços e de características das ofertas para a
generalidade dos serviços e de ferramentas de comparação de qualidade, assim como a
definição da informação a constar de material promocional no sentido de assegurar a
exactidão, a transparência e a fácil compreensão do mesmo.
143. Já a publicação de estudos e regulamentos sobre qualidade para os vários serviços, bem
como o aumento da eficiência dos mecanismos de resolução de disputas foram as
medidas identificadas pela AdC como sendo particularmente direccionadas aos custos
de incerteza.

36
Cf. AdC, Relatório sobre Mobilidade dos Consumidores no Sector das Comunicações Electrónicas,
2010, disponível em http://www.concorrencia.pt/Conteudo.asp?ID=1829.

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144. Como medidas de carácter mais abrangente, a AdC propôs a publicação de um guia do
consumidor de serviços de comunicações electrónicas e a adopção de códigos de
conduta pelos operadores ou prestadores de serviços.
145. De salientar que na sequência do estudo da AdC sobre mobilidade dos consumidores no
sector das comunicações electrónicas, o Governo adoptou uma medida legislativa que
estabelece limites de cobrança pelo serviço de desbloqueamento dos telemóveis,
designadamente o Decreto-Lei n.º 56/2010, de 1 de Junho.
146. Esta medida visa garantir os direitos dos utilizadores, facilitando a sua mobilidade, e
proporcionar uma maior concorrência no mercado através da proibição de cobrança,
pelos operadores de serviços de comunicações electrónicas, de qualquer contrapartida
pela prestação do serviço de desbloqueamento de equipamentos findo o período de
fidelização. Simultaneamente, durante o período de fidelização, foram ainda fixados
pelo Governo limites de cobrança máximos.
147. Por outro lado, foram ainda desenvolvidos contactos com a Direcção Geral do
Consumidor com o objectivo de discutir a concretização de algumas das medidas
apontadas pelo estudo da AdC.
148. Um outro estudo publicado pela AdC, em Março de 2010, relaciona-se com os aumentos
de preços de 2,5% de Março de 2009 para as comunicações móveis em Portugal37. Neste
relatório, a AdC procedeu à caracterização do sector das comunicações móveis,
nomeadamente em termos da sua penetração e estrutura de mercado, e analisou os
principais condicionalismos à entrada e à expansão. Por outro lado, a AdC avaliou os
preços deste serviço e a sua evolução, assim como a dinâmica concorrencial que lhes
está subjacente e o processo de formação dos mesmos.
149. A AdC concluiu pela impossibilidade de exclusão da aplicação do modelo
comportamental líder-seguidor aos aumentos de preços em apreço, não podendo, com
base na análise económica conduzida e na ausência de outros elementos, inferir que dos
aumentos de preços verificados resultem indícios da existência de práticas restritivas da
concorrência, nomeadamente, de um acordo ou prática concertada, nos termos da Lei
da Concorrência.

37
Cf. AdC, Comunicações Móveis em Portugal: aumentos de preços de 2,5% de Março de 2009, 2010,
disponível em http://www.concorrencia.pt/Conteudo.asp?ID=1834.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Autoridade da Concorrência, Comunicações Móveis em Portugal: aumentos de preços de


2,5% de Março de 2009, 2010.

[2] Autoridade da Concorrência, Relatório Anual de Acompanhamento dos Mercados de


Comunicações Electrónicas referente ao ano de 2004, 2005.

[3] Autoridade da Concorrência, Relatório Anual de Acompanhamento dos Mercados de


Comunicações Electrónicas referente ao ano de 2006, 2007.

[4] Autoridade da Concorrência, Relatório Anual de Acompanhamento dos Mercados de


Comunicações Electrónicas referente ao ano de 2008, 2009.

[5] Autoridade da Concorrência, Relatório sobre Mobilidade dos Consumidores no Sector das
Comunicações Electrónicas, 2010.

[6] Comissão Europeia, Relatório sobre a regulação e os mercados de comunicações


electrónicas europeias em 2004 (10º Relatório), 2005.

[7] Comissão Europeia, Relatório sobre a regulação e os mercados de comunicações


electrónicas europeias em 2005 (11º Relatório), 2006.

[8] Comissão Europeia, Relatório sobre a regulação e os mercados de comunicações


electrónicas europeias em 2006 (12º Relatório), 2007.

[9] Comissão Europeia, Relatório de progresso sobre o mercado único europeu em 2007 (13º
Relatório), 2008.

[10] Comissão Europeia, Relatório de progresso sobre o mercado único europeu em 2008 (14º
Relatório), 2009.

[11] Comissão Europeia, Relatório de progresso sobre o mercado único europeu em 2009 (15º
Relatório), 2010.

[12] Cullen International, Cross-Country Analysis, vários.

[13] Grupo de Reguladores Europeus / Organismo de Reguladores Europeus das


Comunicações Electrónicas, Snapshot of Mobile Termination Rates,
http://www.irg.eu/template20.jsp?categoryId=260345&contentId=544607.

[14] ICP-Autoridade Nacional de Comunicações, Estatísticas, www.anacom.pt, Junho de 2010.

[15] ICP-Autoridade Nacional de Comunicações, Situação das Comunicações 2008, 2009.

[16] ICP-Autoridade Nacional de Comunicações, Situação das Comunicações 2009, 2010.

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[17] Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Broadband Portal,
http://www.oecd.org/document/54/0,3343,en_2649_34225_38690102_1_1_1_1,00.html,
Junho/Julho de 2010.

[18] União Internacional das Telecomunicações, www.itu.int, Abril de 2010.

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APÊNDICE I – NOVO QUADRO REGULAMENTAR

150. No dia 25 de Novembro de 2009, foi formalmente aprovado o novo quadro


regulamentar europeu para as comunicações electrónicas, após 2 anos de intenso
debate entre o Parlamento Europeu e o Conselho. Este quadro deverá ser transposto
para a legislação nacional dos 27 Estados-Membros da União Europeia até Maio de
2011.
151. O novo quadro regulamentar, definido num contexto de diversificação das infra-
estruturas de acesso e de evolução das tecnologias de suporte à oferta de serviços de
comunicações electrónicas, procurou responder a um conjunto de desafios suscitados
por um sector em constante transformação e pelo reforço do mercado interno.
152. No novo quadro são, em primeiro lugar, acautelados os direitos dos consumidores no
que respeita à transparência e compreensibilidade das ofertas, à privacidade e
segurança das comunicações e ao acesso aos serviços de emergência. Acresce que é,
igualmente, garantido aos consumidores a redução do período de tempo necessário à
concretização da mudança de prestador de serviços, nomeadamente no que respeita à
portabilidade do número, assim como introduzidas regras relativas à duração máxima
dos contratos.
153. Por outro lado, os reguladores sectoriais podem especificar os parâmetros de qualidade
dos serviços a medir, assim como, para evitar a degradação do serviço e o
bloqueamento ou o abrandamento do tráfego nas redes, estabelecer, mediante
determinadas condições, requisitos de qualidade mínima do serviço (net neutrality).
154. Outra das principais alterações introduzidas pelo novo quadro regulamentar relaciona-
se com a criação do Organismo de Reguladores Europeus das Comunicações Electrónicas
(Body of European Regulators for Electronic Communications, BEREC) que substitui o
Grupo de Reguladores Europeus (European Regulators Group, ERG). O BEREC promoverá
a cooperação entre as autoridades reguladoras nacionais (ARN) e entre estas e a
Comissão, aconselhará o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e o Conselho, e
emitirá pareceres sobre projectos de decisões, recomendações e linhas de orientação da
Comissão Europeia e sobre os projectos de medidas das ARN nacionais, nomeadamente
relacionadas com a avaliação de PMS.
155. A Comissão Europeia vê ainda o seu poder reforçado pela adopção das novas medidas
legislativas, em particular relativamente às obrigações a adoptar pelos reguladores
sectoriais ao nível nacional, de modo a assegurar uma aplicação harmonizada do quadro
regulamentar europeu.
156. O novo quadro regulamentar europeu prevê também a possível adopção pelos
reguladores nacionais, se verificados determinados requisitos, de uma obrigação que
anteriormente não fazia parte do leque de obrigações passíveis de serem impostas às
empresas com PMS, nomeadamente a separação funcional entre o fornecimento
grossista de produtos e serviços e a oferta de serviços retalhistas.

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157. Por último, o novo quadro regulamentar visa criar condições para uma mais ampla
disponibilização do serviço de acesso à Internet em banda larga, contribuindo para
ultrapassar o digital divide, através de alterações relacionadas com a política de gestão
de espectro radioeléctrico, no sentido de incluir a possibilidade de transacção
secundária do mesmo e de utilização das frequências para a oferta de quaisquer
serviços, e fomentar a concorrência e o investimento em RNG.

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APÊNDICE II - GLOSSÁRIO

BEREC: Body of European Regulators for Electronic Communications.


Bitstream: fluxo contínuo de dados.
BWA: Broadband Wireless Access. Em português, Acesso de Banda Larga Via Rádio. Tecnologia
de banda larga sem fios, que engloba aplicações de índole fixa, nómadica e móvel.
C1: índice que corresponde à quota de mercado da empresa líder.
C2: índice que corresponde ao somatório das quotas de mercado das duas maiores empresas.
Chamadas off-net: chamadas inter-rede, i.e., chamadas terminadas numa rede distinta da
rede em que foram originadas.
Chamadas on-net: chamadas intra-rede, i.e., chamadas originadas e terminadas na mesma
rede.
Circuito alugado: ligação física permanente e transparente entre dois pontos, para o uso
exclusivo do utilizador, com velocidade de transmissão simétrica e sobre a qual é cursado
tráfego de voz e/ou de dados.
Digital divide: fosso existente entre a população com acesso digital às tecnologias de
informação e a população com acesso muito limitado ou mesmo nenhum a estas tecnologias.
Double-play: pacote de serviços de comunicações electrónicas constituído, usualmente, por
dois dos seguintes três serviços: serviço fixo telefónico, serviço de acesso à Internet em banda
larga e serviço de televisão por subscrição.
ERG: European Regulators Group.
Espectro radioeléctrico: recurso natural escasso que se traduz no conjunto de frequências
associadas às ondas radioeléctricas passíveis de suportar a prestação de serviços de
comunicações electrónicas.
Ethernet: tecnologia de interconexão para redes locais – Local Area Networks (LAN) – baseada
no envio de pacotes que permite a oferta de soluções empresariais “virtuais” (VLAN).
FWA: Fixed Wireless Access. Em português, Acesso Fixo Via Rádio. Tecnologia de acesso fixo via
rádio que permite aos operadores fornecerem aos clientes uma ligação directa à sua rede de
telecomunicações através de uma ligação rádio fixa das instalações deste à central local do
operador, em vez de uma ligação com cabos de cobre ou fibra óptica.
GSM: Global System for Mobile Communications.
ICP-ANACOM: ICP-Autoridade Nacional de Comunicações.
IHH: O Índice de Herfindahl-Hirschman ou IHH corresponde à soma dos quadrados das quotas
de mercado das empresas que operam no mercado em questão. Este indicador varia entre 0 e
10000. Quando o IHH é superior a 1800 considera-se que o mercado é muito concentrado.
Entre 1000 e 1800 considera-se que o mercado é moderadamente concentrado.

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Lacete local desagregado: o lacete local consiste no circuito físico em pares de condutores
metálicos entrançados que liga o ponto terminal da rede nas instalações do assinante ao
repartidor principal ou a uma instalação equivalente da rede telefónica pública fixa. Na
variante de acesso partilhado, o serviço de voz e os serviços de banda larga, ainda que
prestados sobre o mesmo lacete local, são disponibilizados, respectivamente, pela PTC e pelo
operador alternativo. Na variante de acesso completo, o operador alternativo tem controlo
total sobre o lacete local de modo a fornecer ao utilizador final serviços de voz e serviços de
banda larga.
MVNO: Mobile Virtual Network Operator. Em português, operador móvel virtual. Operador
que recorre à infra-estrutura de rede de terceiros para prestar serviços no mercado retalhista
de comunicações móveis.
OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
OLL: Oferta do Lacete Local (vide ORALL).
Operadores 2G/3G: operadores de rede de telemóvel de 2ª/3ª geração.
ORALL: Oferta de Referência de Acesso ao Lacete Local. Permite a desagregação de lacetes
locais.
Período de Pico e Período fora de pico: usualmente existem disparidades de preços
associadas a diferentes modulações horárias, distinguindo-se um preço mais reduzido num
determinado horário comummente designado por “período fora de pico” (compreende,
usualmente, o período de tempo entre as 21 horas e as 9 horas, os fins-de-semana e os
feriados) e um preço mais elevado para as restantes horas normalmente identificado como
“período de pico”.
Plano de preços pré-pago: plano de preços segundo o qual o cliente efectua carregamentos
periodicamente e só pode efectuar chamadas quando tem saldo positivo.
Plano de preços pós-pago: plano de preços segundo o qual o cliente realiza as chamadas e só
posteriormente, mediante o envio da factura, efectua o seu pagamento.
PME: Pequena e Média Empresa.
PMS: Poder de Mercado Significativo.
PSTN: Public Switched Telephone Networ. Em português, rede telefónica pública comutada.
RNG: Redes de Nova Geração. Caracterizam-se por poderem assumir diferentes formas e
topologias, promovendo a integração de todas as tecnologias de rede numa rede única, multi-
serviço, com flexibilidade para ampliação e um baixo custo operacional.
SFT: Serviço Fixo Telefónico.
SMS: Short Message Service.
SOHO: Small Office Home Office.
SPD: Sentido Provável de Decisão.

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Spin-off: processo através do qual uma nova empresa é criada a partir de um grupo de
empresas.
STM: Serviço Telefónico Móvel.
Taxa de penetração: número de habitantes que possui um determinado serviço por cada 100
habitantes.
Terminação de chamadas: serviço pelo qual um operador e/ou prestador termina, na sua
própria rede, uma chamada destinada a um ponto terminal da sua rede que Ihe tenha sido
entregue por um operador e/ou prestador de serviços com o qual estabeleceu um acordo de
interligação.
Triple-play: pacote de serviços de comunicações electrónicas geralmente constituído pelos
serviço fixo telefónico, serviço de acesso à Internet em banda larga e serviço de televisão por
subscrição.
UE15: antigos 15 Estados-Membros da União Europeia.
UE15 Min: nível mínimo registado para a UE15.
UE15 Max: nível máximo registado para a UE15.
UIT: União Internacional das Telecomunicações.
UMTS: Universal Mobile Telecommunication System. Em português, sistema de
telecomunicações móveis universais.
VoIP: Voice over Internet Protocol. O Internet Protocol é um protocolo que permite o envio da
informação, sob a forma de pacotes, de um computador pessoal para outro, através da
Internet.
xDSL: x Digital Subscriber Line. Conjunto de tecnologias de linha digital de assinante,
genericamente denominadas DSL, capazes de transformar linhas de cobre (por exemplo, linhas
telefónicas vulgares) em linhas digitais de alta velocidade, passíveis de suportar serviços
avançados de maior largura de banda, como o acesso rápido à Internet e o video-on-demand.
ADSL (Asymmetric DSL), HDSL (High data rate DSL), VDSL (Very high data rate DSL) e SHDSL
(Symmetric high-bitrate DSL) são algumas das suas variantes.

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