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1) O romance analisa a educação como fator de desenvolvimento social e mental no Portugal do século XIX.
2) A educação tradicionalista é comparada à educação inglesa recebida por Carlos da Maia.
3) A educação tradicionalista desvalorizou a criatividade e levou à decadência física e moral, enquanto a educação inglesa fortaleceu o corpo e espírito, apesar do fracasso eventual dos projetos de Carlos.
1) O romance analisa a educação como fator de desenvolvimento social e mental no Portugal do século XIX.
2) A educação tradicionalista é comparada à educação inglesa recebida por Carlos da Maia.
3) A educação tradicionalista desvalorizou a criatividade e levou à decadência física e moral, enquanto a educação inglesa fortaleceu o corpo e espírito, apesar do fracasso eventual dos projetos de Carlos.
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1) O romance analisa a educação como fator de desenvolvimento social e mental no Portugal do século XIX.
2) A educação tradicionalista é comparada à educação inglesa recebida por Carlos da Maia.
3) A educação tradicionalista desvalorizou a criatividade e levou à decadência física e moral, enquanto a educação inglesa fortaleceu o corpo e espírito, apesar do fracasso eventual dos projetos de Carlos.
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No romance a de Queirós, no propósito de elaborar um retrato
da sociedade, que se percebe no subtítulo
e dentro do espírito naturalista, procura encontrar razões para a crise social, política e cultural a partir da forma o do indivíduo. Factor de humaniza o, de socializa o e de autonomia, a educa o produz ou reproduz modelos sociais e políticos que propõem um sistema de valores e princípios que so a base de uma sociedade. O tema da educa o é frequentemente tratado por a de Queirós e surge n' como um dos principais factores comportamentais e da mentalidade do Portugal romântico por oposi o ao Portugal novo, voltado para o futuro. No só deparamos com dois sistemas educativos opostos, como é frequente ver as concep ões de educa o afloradas ao longo da obra através de opiniões das personagens ou das mentalidades e cultura que revelam. Pedro da Maia e usebiozinho protagonizam a educa o tradicionalista e conservadora, enquanto Carlos recebe a educa o inglesa. A incapacidade para enfrentar as contrariedades ou a capacidade para se tornar interveniente na sociedade so as consequência s imediatas dos processos educativos opostos. A educa o tradicionalista e conservadora caracteriza -se pelo recurso à memoriza o; ao primado da cartilha apenas com os saberes e os valores aí insertos; à "moral do catecismo" e da devo o religiosa com a concep o punitiva do pecado; ao estudo do latim como língua morta; à fuga ao ar livre e ao receio do contacto com a Natureza. A educa o inglesa caracteriza-se pelo desenvolvimento da inteligência gra as ao conhecimento experimental; pelo desprezo da cartilha, embora com a defesa do "amor da virtude" e "da honra" como convém a "um cavalheiro" e a "um homem de bem"; pela ginástica e pela vida ao ar livre; pelo contacto directo com a Natureza, pelo gosto das línguas vivas. A educa o tradicionalista e conservadora desvalorizou a criatividade e o juízo crítico, deformou a vontade própria, arrastou os indivíduos para a decadência física e moral. m Pedro da Maia, por exemplo, levou -o a uma devo o histérica pela me e tornou -o incapaz de encontrar uma solu o para a sua vida, quando Maria Monforte o abandonou; em rela o à personagem usebiozinho, tornou -o "molengo e tristonho", arrastou -o para uma vida de corrup o, para um casamento infeliz e para a debilidade física. A educa o inglesa procurou "criar a saúde, a for a e os seus hábitos", fortalecendo o corpo e o espírito. Gra as a ela, Carlos da Maia adquiriu valores do trabalho e do conhecimento experimental que o levaram a abra ar um curso de medicina e a projectos de investiga o, de empenhamento na vida li terária, cultural e cívica. A vida de ociosidade de Carlos e o sequente fracasso dos seus projectos de trabalho útil e produtivo no resultaram da educa o, mas da sociedade em que se viu inserido. A ausência de motiva ões no meio em que se movimentou, o próprio estatuto económico que no lhe exigia qualquer esfor o e a paixo romântica que o seduziu foram causas suficientes para, apesar de culturalmente bem formado, desistir, sentir o desencanto e afastar-se das actividades produtivas. Mas ao contrário do seu pai, Pedro da Maia, que, perante o fracasso amoroso, se suicidou, Carlos procura um novo caminho, elaborando uma filosofia de vida, a que chama "fatalismo mu ulmano": "Nada desejar e nada recear... No se abandonar a uma esperan a - nem a um desapontamento. Tudo aceitar, o que vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudan as de dias agrestes e de dias suaves."