FABIANO MAZOCCO
JOANA MARIA HENTGES
TOLEDO
2010
FABIANO MAZOCCO
JOANA MARIA HENTGES
TOLEDO
2010
FABIANO MAZOCCO
JOANA MARIA HENTGES
COMISSÃO EXAMINADORA
Fabiano Mazocco1
Joana Maria Hentges2
RESUMO
Introdução: A terapia do riso pode ser considerada uma estratégia de humanização na área
hospitalar. Objetivo: Analisar a percepção da equipe de saúde de uma unidade de cuidado
hospitalar sobre a terapia do riso. Metodologia: É um estudo realizado em uma unidade
hospitalar de um município do Estado Paraná, com 20 participantes de uma equipe de saúde,
com aplicação de um questionário misto. Todas as exigências éticas e legais da Resolução
196/96 foram respeitadas. Resultados e Discussão: Os dados levantados revelam que a
equipe de saúde considera as terapêuticas como alternativas nos processos humanizadores,
capazes de minimizar a dor e auxiliar na recuperação do paciente hospitalizado. Conclusão:
Através do estudo verificou-se que a equipe de saúde acredita que as formas alternativas de
atendimento, como a terapia do riso, auxiliam no processo de cura.
1 INTRODUÇÃO
utilizando com sucesso, desde a década de 60, o riso como um agente de cura e um eficiente
instrumento terapêutico, que favorece a recuperação e a cura dos pacientes.
O sorriso é a expressão facial que denota um riso. Assim o riso é o ato de rir,
demonstrar alegria e contentamento do espírito. O sorriso se incorpora dentro da comunicação
não verbal, pois não se faz necessário o uso da fala, e sim, de gestos, expressões para a
transmissão de idéias, pensamentos. Como cidadãos livres temos o direito de sorrir a qualquer
hora, em qualquer lugar. Entretanto é melhor nos assegurarmos de que o momento é propício
ao sorriso, como no caso de um ambiente hospitalar, pois podemos estar na presença de
pessoas para as quais é muito difícil sorrir. O sorriso no ambiente hospitalar deve ter uma
conotação respeitosa e terapêutica (LAMBERT,1999).
Lambert ainda escreve que o sorriso e o riso ativam e desencadeiam a produção e
liberação de hormônios chamados “endorfinas”, que são os mesmos produzidos, quando
fazemos exercícios e caminhadas, principalmente, ao ar livre. Essas substâncias já estão sendo
chamadas de “hormônios da alegria e da felicidade”, porque geram um grande bem-estar
mental, físico e espiritual.
O paciente hospitalizado sente-se muitas vezes, em posição de inferioridade, diante
dos que prestam os cuidados à sua saúde. Isto torna muito difícil para ele estabelecer um
vínculo de naturalidade. A confiança com o enfermeiro, o que leva, muitas vezes, o cliente a
omitir dados importantes, como a presença de dor, dificultando uma avaliação real da
situação. Em casos, como esses, onde o cliente não se sente à vontade a referir seu real estado
de saúde, o profissional, responsável pelo cuidado, precisa utilizar outros meios de
comunicação, como, por exemplo, a linguagem corporal, para captar todas as mensagens,
transmitidas pelo cliente (GODOI, 2004 p.76).
Godoi (2004) explica que o tom da fala, as expressões faciais, o toque voluntário ou
involuntário, a forma como se olha, podem contradizer toda a informação transmitida. O
enfermeiro deve aprender a interpretar as mensagens, enviadas pelo paciente. Portanto
decifrar mensagens, que alguém envia, pode não ser tarefa fácil, especialmente, em momentos
difíceis ou com excesso de trabalho. Também o enfermeiro deve se policiar para não dizer
algo e passar outra informação com o corpo, mediante expressões faciais. É fundamental que,
ao conversar com o paciente e sua família, o profissional tente colocar-se no lugar deles, para
que este vínculo seja fortalecido.
De acordo com Orlando (1978) a inabilidade inicial do paciente, em comunicar
claramente o seu problema ou sua necessidade, deve ser examinada mais profundamente pelo
enfermeiro, não apenas porque o restabelecimento do seu conforto é retardado, mas porque a
6
2 MATERIAL E MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
GÊNERO
4; 20%
FEMININO
MASCULINO
16; 80%
Fonte: Autores
IDADE
10; 50%
26 A 38 ANOS
39 A 53 ANOS
10; 50%
E S C O L AR ID AD E
2; 10%
2; 10% TÉ CN. DE E NF E RM A G E M
TÉ CN DE
2; 10% E NF E RM A G E M /A DM INIS TRA ÇÃ O
12; 60% TÉ CN. DE E NF E RM A G E M /
E NF E RM E IRO
2; 10%
E NF E RM E IRO
M É DICO
F U N C ÃO
1; 5% A S S IS TE NCIA L
2; 10%
A S S IS TE NCIA L/
2; 10%
G E RE NCIA L
G E RE NCIA L
S UP E RV IS Ã O
15; 75%
3; 15% 3; 15%
ATÉ 1 ANO
1 A 6 ANOS
6 A 20 ANOS
6; 30%
20 A 34 ANOS
8; 40%
1; 5%
2; 10%
5; 25%
1 MÊS A 1 ANO
1 A 2 ANOS
2 A 10 ANOS
10 A 23 ANOS
8; 40% 4; 20% NÃO RESPONDEU
TURNO DE TRABALHO
MATUTINO
1; 5%
1; 5% 4; 20%
VESPERTINO
NOTURNO
2; 10%
MATUTINO / NOTURNO
12; 60%
MATUTINO/
VESPERTINO/
NOTURNO
1; 5%
6; 30%
6; 30% 36 HORAS
42 HORAS
ACIMA DE 42 HORAS
NÃO RESPONDEU
7; 35%
visual. Isso é o que promove atitudes humanistas, quando o profissional se comunica, através
de um sorriso com o seu paciente, ocorre um momento humanista. Essa relação que se
estabelece entre profissional/cliente é o que irá dizer se existe um cuidado humanista. Para
ilustrar a temática construída obtiveram-se alguns discursos que caracterizaram definições
sobre a terapia e o porquê da sua utilização na terapêutica;
“É uma terapia que libera, extravasa, faz com que o paciente esqueça naquele momento que
ele está doente, é a alegria do sorrir que contagia, estimula, e se torna um cuidado integral
porque esquecem que a “cabeça doi e que o pé doi”“. (Trufa)
“Porque a cura não consiste só em médicos, mas sim também em tratar o espírito; dessa
forma maravilhosa que é o riso”. (Cuca)
“Verifica-se que o riso (alegria) interfere diretamente no bem estar do ser humano, a alegria,
o bem estar faz bem ao coração e assim a saúde, em um estado geral.” (Quindim)
“Trazendo um pouco de alegria no ambiente em que estão, ficam felizes quando escutam os
"palhaços" chegando.” (Brigadeiro)
“Nós percebemos que muitos ficaram felizes e muitos perguntaram quando que os
enfermeiros iriam voltar” (Mousse)
Com base nestas falas pode-se perceber que os profissionais da equipe de saúde
consideram que o riso, a alegria e os instrumentos de entretenimento, trazidos no ambiente
hospitalar, vêm de encontro com uma humanização estruturada em que se baseia não somente
na escuta, no diálogo e no ato de cuidar. Entendem que possam servir de estímulos e de apoio
emocional na fase de internamento.
O ato de rir, por apresentar tantos benefícios à saúde do homem, sempre deve ser
orientado e estimulado como qualquer outra atividade.
As pessoas precisam de risada como se ela fosse um aminoácido essencial. (ADAMS,
2002).
Segundo Bermudesz, o poder do riso no nosso organismo faz com que o cérebro emita
mensagens para a secreção de hormônios, chamados de endorfinas (droga natural e sem
efeitos naturais). As endorfinas especificamente têm capacidade de aliviar dores, aumentar a
produção de linfócitos (atuam na defesa contra vírus e bactérias), atuam em um papel
essencial no equilíbrio entre o tônus vital e a depressão, além de aumentar o estado de ânimo.
Na risoterapia ocorre um bem estar tanto físico quanto mental, facilitando um processo
de relaxamento, contribuindo para um aumento da capacidade de sentir, amar e a sermos mais
criativos (GOMEZ, 2005)
Na rotina diária, muitas vezes se faz necessário o uso da criatividade para levar algo de
novo, positivo, alegre para os nossos pacientes, para o nosso local de trabalho, a partir dos
recursos que a instituição nos oferece. É também, nesse momento, que se percebe o
diferencial daquele profissional de saúde.
Adotar a terapia do riso como um dos instrumentos de humanização na rotina diária de
trabalho, foi uma das questões desenvolvidas no projeto, dos quais 90% responderam que sim,
que já adotam ou acham uma boa alternativa e 10% que não. Dos que responderam que sim se
chegou à seguinte temática: A equipe de saúde, usando o bom-humor e o diálogo como forma
de humanizar o atendimento hospitalar.
1
“De certa forma já o faço, brinco e tento descontrair a todos que cuido no dia a dia”.
(Brigadeiro)
“Eu sou extrovertida com meu paciente, no decorrer ou no contato comunicativo. Eu aplico
esta terapia do riso”. (Paçoca)
Jardinagem
0; 0% Risoterapia
5; 25%
Cromoterapia
Palestras
9; 45%
0; 0% Sessão de
1; 5% Cinema
Artesanato
0; 0%
2; 10% Terapêuticas
2; 10% Associadas
1; 5% Outros
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ADAMS, P.; MYLANDER, M. A Terapia do amor: trazendo saúde como a melhor das
terapias: humor e alegria. Rio de Janeiro: Mondrian, v.6, 2002.
BALLONE, G.. J.; ORTOLONI, I. V.; PEREIRA NETO, E. Da emoção a Lesão: um guia de
Medicina Psicossomática. 2.ed. São Paulo: Manole, 2007.
CHARLES, D. A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo: Schwarcz
Ltda, 2001.
FONTOURA, R. T.; MAYER, C.N. Uma breve reflexão sobre a integralidade. Rev Bras.
Enferm., Santo Ângelo-RS v. 59, n 4, 2006 Disponível em: <www.scielo.br/scielo.> Acesso
em: 10 out. 2010.
LAMBERT, E. A terapia do riso: a cura pela alegria. São Paulo: Pensamento, Cultrix,
1999.
ROMANO, B.W. Qualidade de vida: teoria e prática .Rev. Soc. Cardiol., São Paulo, v. 3,n. 6,
2
1993.
SOUZA, E.F.A.A; LUZ, M.T. Bases socioculturais das práticas terapêuticas alternativas.
História, Ciência e Saúde, Rio de Janeiro, v.16, n.2, abr./jun. 2009.