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Dieta Industrializada versus Dieta Caseira para

Paciente em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar


Yara Carnevalli Baxter. Maria Carolina Gonçalves Dias.
Nutricionista. Nutricionista Chefe da Divisão de Nutrição e Dietética
Especialista em Terapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da
Nutricional Enteral e Parenteral Faculdade de Medicina da Universidade de São
pela Soc. Bras. de Nutr. Enteral Paulo (FMUSP). Coordenadora Administrativa da
e Parenteral. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional do
Mestre em Ciências dos Hospital das Clínicas (EMTN-HC). Mestre em
Alimentos pela Fac. Ciências Nutrição Humana pela USP. Especialista em Nutrição
Farmacêuticas da USP. Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de
Doutora em Ciências pela Fac. Nutrição Enteral e Parenteral (SBNPE), em Nutrição
Medicina da USP. Clínica pela Associação Brasileira de Nutrição
CRN – 3 – 1.939. (ASBRAN) e em Administração Hospitalar pelo
Instituto de Pesquisas Hospitalares.
CRN – 1875.
A terapia nutricional domiciliar (TNED) pode ser definida
como assistir nutricionalmente e clinicamente o paciente (34,6%) foram os diagnósticos mais frequentes. Em nosso meio
em seu domicílio com redução de custos assistenciais e Salomon Zaban & Garbi Novaes 2009 em estudo com 140 idosos
com o objetivo de recuperar ou manter o nível máximo de em home care mostrou que 42,8% apresentavam AVC, seguidos
saúde, funcionalidade e comodidade. A indicação de de 22,8% oncológicos e 13,6% com doenças neurológicas.
TNED é similar a indicação da hospitalar sendo utilizada,
principalmente, em distúrbios de deglutição associada No Brasil, têm surgido cada vez mais centros especializados e/ou
com fraturas, doenças neurológicas, câncer de cabeça e com experiência em terapia nutricional domiciliar. O pioneirismo
pescoço, gastroparesia e síndrome de má absorção, deu-se com a criação do Programa de Suporte Nutricional Enteral
entre outros. Domiciliar, do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São
Paulo (PROSNED); depois o atendimento domiciliar do Instituto
Para a aprovação da TNED é necessário que o paciente Nacional do Câncer- RJ (INCA); o Programa de Assistência
esteja em condição clínica que permita ser possível a Domiciliar do Hospital Pérola Byghton, o Programa de Assistência
continuidade do tratamento no domicílio; tolerância a Domiciliar do Hospital do Tatuapé (PAD) e o da Prefeitura do
terapia nutricional domiciliar; condições adequadas de Município de São Paulo (COAS), todos esses de iniciativa pública.
ambiente domiciliar para TND além do paciente, o familiar Também os pioneiros na iniciativa privada, como o Grupo de
ou o cuidador apresentarem capacidade intelectual Apoio de Nutrição Enteral e Parenteral de São Paulo (GANEP);
suficiente para compreender as orientações. Procedimentos em Nutrição Enteral e Parenteral-RJ (PRONEP),
entre outros. Apesar de estar em franco desenvolvimento, o
As técnicas para TNED são bem estabelecidas e seguras, estágio atual da Nutrição Domiciliar ainda apresenta uma grande
sendo relatados baixos índices de complicações com lacuna quanto as informações oficiais e reembolso em nível
TNED quando comparado ao ambiente hospitalar. A nacional.
Portaria CRN-3 nº 0112/20003 define as atribuições e
procedimentos que deverão guiar a atuação técnica e ética Custos da terapia nutricional enteral domiciliar
do Nutricionista na área de nutrição clínica no nível
domiciliar. Foi publicado pela Agência Nacional de A manutenção dos pacientes ocupando leitos hospitalares por
Vigilância Sanitária – ANVISA a RDC nº 11, de 26 de período superior ao absolutamente necessário implica em
janeiro de 2006 publicado no D.O. de 30/01/2006, despesas diretas e indiretas proporcionalmente maiores. Entende-
regulamento técnico para o funcionamento dos serviços de se por despesas diretas maiores, o custo do uso do espaço físico,
atenção domiciliar (SAD), público ou privado, nas da mão de obra hospitalar, ocupação indevida de equipamentos e
modalidades de assistência e internação domiciliar. utilitários básicos e de alta tecnologia. Adicionam-se a estas, outras
causas associadas à permanência hospitalar prolongada, por
A incidência de pacientes recebendo TNED aumentou exemplo, o maior risco de adquirir infecção hospitalar, gerando
consideravelmente nos últimos 10 anos, sendo que a custos em medicamentos, exames laboratoriais e prolongando o
TNED foi à área que mais cresceu na Indústria da tempo de internação. O período de internação hospitalar
Assistência Domiciliar. Ireton-Jones, 2001, em estudo com aumentado implica em retardo no atendimento a novos doentes,
5.486 pacientes, mostrou que 29% dos mesmos eram que pode resultar em danos irremediáveis para a saúde dos
idosos (> 65 anos). Estudo multicêntrico europeu pacientes em compasso de espera, considerando o avançar de
(Hebuterne et.al. 2003) realizado em oito países indicou certas doenças consumptivas.
uma incidência média de 163 pacientes por um milhão de
habitantes no ano de 1998, sendo que dos 1.397 Estudo de Bourdette et.al. 1993 comparou custos envolvidos com a
pacientes com TNED avaliados, 44,3% foram devido a reabilitação da esclerose múltipla e demonstrou que o uso da TNE
doenças neurológicas, 30,2% câncer de cabeça e domiciliar em relação à hospitalar foi 6,15 vezes mais econômico
pescoço, 10,6 % doenças digestivas benignas, 7,2 % que a hospitalização e 3,5 vezes inferior aquele em casas de
doenças geriátricas, 0,7% Aids e 6,8% causas diversas. repouso. As variáveis envolvidas foram os custos com pessoal,
Estudo de Planas et.al., 2005 que analisou 3.967 pagamento de benefícios aos pacientes, tempo dos cuidadores e,
pacientes, as doenças neurológicas (39,2%) e câncer média do custo diário de hospitalização da instituição. O custo
médio do atendimento hospitalar foi de US$ 8.000 e o domiciliar As primeiras dietas enterais industrializadas nacionais apresentavam
US$1.300. Na casa de repouso foi de US$ 4.600 e os custos totais como componente proteico básico a soja 16.
de admissões evitadas foram de US$ 412.800.
Seleção da fórmula enteral
Oterino et.al., 1997, em avaliação econômica da hospitalização
domiciliar versus convencional, mostraram redução de custo de A contaminação da nutrição enteral ocorre principalmente pela falta
internação de 25.565 pesetas por internação domiciliar versus de técnicas de higiene adequadas durante o trabalho de
convencional, 4,17 menos do que a hospitalização. Foram avaliados manipuladores, desinfecção dos locais de preparação e dos
custos da internação; custo por episódio de internação; custo da equipamentos utilizados e, utilização de aditivos não estéreis ou
equipe multiprofissional, de medicamentos, de materiais, dos contaminados no preparo da dieta. Além disto, as fórmulas enterais
exames de diagnóstico e da terapêutica, assim como do transporte. constituem-se como excelentes meios para o crescimento de

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diversas espécies de microrganismos, seja de flora patogênica ou
Em estudo econômico, realizado no Brasil, Baxter et.al. 2005, não, devido a suas características. Estudos indicam que os maiores
comparando o custo intra-hospitalar e o domiciliar em pacientes com riscos de contaminação em nutrição enteral estão no preparo e na
doenças de esôfago na fase pré e pós-operatória, mostraram manipulação das dietas artesanais, como: presença de nutrientes,
redução do custo e menor tempo de permanência hospitalar (2,7 atividade de água, pH e osmolaridade. Sendo assim, quanto maior a
vezes menor para o grupo domiciliar) além de três vezes maior manipulação da fórmula enteral antes da administração, maior o
rotatividade de leito cirúrgico. risco de contaminação.

Elia & Stratton 2008, em estudo de custo-benefício envolvendo Rona et.al. 2005 analisaram microbiologicamente 61 amostras de
pacientes em nutrição enteral devido a acidente vascular cerebral, dietas enterais com a finalidade de compará-las quanto à qualidade
internados em casas de repouso e comparados a nutrição enteral higiênico-sanitária, utilizadas para o consumo dos pacientes do
domiciliar, mostraram menor custo no domícilio, £12,817 (£10,351a Hospital Universitário Regional de Maringá.
£16,826). Na casa de repouso, o custo foi de £10,304 e £68,064.
Os resultados demonstraram contaminação em 91,7% das dietas
Seleção da fórmula enteral artesanais, 80% das industrializadas em pó e em 25% das dietas
líquidas.
Entre as etapas envolvidas na terapia nutricional enteral domiciliar,
vamos abordar a seleção das fórmulas considerando as dietas Carvalho et. al. 2000 compararam 116 amostras de dietas enterais
artesanais e as industrializadas. em três hospitais da cidade de São Paulo. A análise de dietas
reconstituídas (pó) e prontas para uso em sistema aberto, (latas)
Em meados da década de 1960 foi criada uma dieta industrializada mostrou que as fórmulas em pó apresentaram contagem de

Material impresso em Outubro/2010


elementar Vivonex®, como sendo útil para viagens espaciais bactérias mesófilas significativamente superior as líquidas prontas
Stephens & Randall, 1969 relataram o primeiro uso desta dieta pela para uso. Os autores alertam sobre as sujidades encontradas em
via enteral em pacientes internados. Apesar do interesse dos alguns utensílios utilizados no preparo das dietas em pó como
profissionais do nosso meio quanto ao uso de formulação liquidificador (44%) e bancada de inox (61%). Medina et. al. 2008
industrializada, havia a dificuldade de importação de dietas comparando dieta artesanal (quatro tipos) em home care com
quimicamente definidas, ainda não existentes no mercado nacional. industrializada (doze tipos) em ambiente hospitalar mostrou que as
artesanais apresentaram 91,6% de contaminação.
Até a década de 1980, era comum a indicação de formulações
artesanais, preparadas na própria cozinha hospitalar, para uso Considerações finais
enteral. Para esquema domiciliar, orientava-se a confecção destas
na cozinha doméstica. O seguimento clínico-nutricional destes Atualmente encontra-se disponível no mercado nacional um número
doentes era realizado, em geral, com pouca documentação de expressivo de dietas enterais industrializadas. Esta disponibilidade
dados. não só permite um melhor ajuste da fórmula à situação clínica do
doente como também garante uma segurança maior quanto às
Na década de 1970 e 1980 presenciou-se uma expansão no características bromatológicas e microbiológicas das formulações
mercado de dietas enterais industrializadas. No Brasil, o enterais administradas no ambiente doméstico quando comparada a
crescimento mais marcante deste mercado deu-se a partir de 1985. uma orientação dietoterápica à base de formulações artesanais.

Referência bibliográfica:
1. van Aanholt DP& Dias MCG ET.al.2009. Terapia nutricional domiciliar. Projeto Diretrizes da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Disponível em www.sbnpe.com.br
2. Baxter,YC,Dias MCG,Waitzberg DL. Economic study in surgical patients of a new model of nutrition therapy integrating hospital and home vs the conventional hospital model.JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2005 Jan-Feb;29
(1 Suppl):S96-105.
3. DeLegge MH, Ireton-Jones C. Home Care. In: Gottschlich MM, editor. The ASPEN NUTRITION SUPPORT CORE CURRICULUM: A CASE-BASED APPROACH—THE ADULT PATIENT. USA.2007. p. 725-39
4. Medina JM, Nascimento GGF, Oliveira MRM. Contaminação microbiológica de dietas enterais. Rev Bras Nutr Clin.23(4): 262-9 2008

Acesse www.sbnpe.com.br e responda às seguintes questões.


Cód. 102142419

Questões

1. Quais são as condições para a TNDE? a) instabilidade da fórmula.


a) estabilidade clínica. b) maior estabilidade microbiológica e bromatológica.
b) tolerância á TNDE. c) inadequado fornecimento de micronutrientes.
c) condições adequadas de ambiente domiciliar. d) sem problemas com viscosidade e armazenamento.
d) cuidador ou familiar capacitado. e) não necessita de manipulação e estabilidade da fórmula.
e) todas as alternativas estão corretas.
4. Entre as causas de contaminação das dietas artesanais
2. São consideradas desvantagens da dieta caseira: podemos destacar exceto:
a) composição nutricional definida; a) falta de técnicas de higiene adequadas durante o trabalho de
b) instabilidade bromatológica, microbiológica e organoléptica; manipuladores;
c) individualização da fórmula quanto ao volume; b) falta de desinfecção dos locais de preparo das fórmulas enterais;
d) individualização da fórmula quanto à composição nutricional; c) desinfecção inadequada dos equipamentos utilizados no preparo
e) fornecimento adequado de micronutrientes. de fórmulas enterais;
d) menor manipulação das fórmulas;
3. Quais são as vantagens das dietas industrializadas líquida e) falta de desinfecção dos equipamentos utilizados no preparo das
prontas para o uso ? fórmulas enterais.

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