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Resumo
Palavras-chave: Nova Lei das Sociedades Anônimas; Lei 11.638; MP 449/08; Lei 11.941/09.
1. Introdução
O objetivo geral desta pesquisa é observar como as empresas de diferentes ramos estão
procedendo em referência a essas novas regulamentações da legislação, já que grande parte
das alterações devem ser consideradas no fechamento do balanço do referido exercício.
Para auxiliar nessa missão foram sancionadas a Lei 11.638/07, a MP 449/08 e a Lei
11.941/09, que promoveram alterações na Lei 6.404/76. Num primeiro momento essas
legislações trouxeram consigo muitas dúvidas para os profissionais da contabilidade. A
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
fizeram diversos pronunciamentos com o intuito de contribuir nas interpretações das referidas
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alterações.
circulante e não circulante e, este último, composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível. Assim, desaparece a denominação Ativo Permanente,
que foi substituída pela denominação ativo não circulante.
O Patrimônio Líquido sofreu alteração em sua divisão conforme a letra d, § 2º, do art.
178 da Lei 11.638, corroborado no artigo 37 da Lei 11.941/09, que divide o patrimônio
líquido em “capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de
lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados”.
Como pode ser observado, houve a eliminação da conta Reservas de Reavaliação. Tal
mudança tem como justificativa que este procedimento contraria o Princípio Contábil do
Registro pelo Valor Original. Em contra partida, os Ajustes de Avaliação Patrimonial trazido
pela Lei 11.638, alterado pelo § 3º do art. 182 da MP 449 dispõe que:
O valor justo pode ser entendido como sendo a diferença entre o valor de aquisição e o
valor líquido apurado, portanto o valor justo pode ser atribuído a cada um dos elementos do
ativo e do passivo, sendo assim os referidos ajustes podem ser positivos ou negativos.
De acordo com a Lei 11.941, artigo 37, os ajustes de avaliação patrimonial são as
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e do
passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, enquanto não computados no resultado
do exercício em obediência ao regime de competência. O valor justo pode ser entendido como
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3. Procedimentos Metodológicos
3.1 Método
Quanto à abordagem o estudo usa o método dedutivo, que de acordo com Marconi e
Lakatos (2006) estabelece uma conexão descendente da teoria. Nessa pesquisa a principal
fonte consultada foram as leis e normas, partindo do que elas reformularam genericamente
para partes específicas, como a determinação de confecção de novas demonstrações
financeiras e a reclassificação e/ou eliminação de grupos e subgrupos de contas.
Gil (2002, pág. 42) expõe que normalmente a pesquisa exploratória envolve: 1)
levantamento da literatura acerca do tema tratado, buscando abarcar as diversas variáveis que
envolvem o problema, explicando o mesmo com base em referências teóricas já publicadas; e
2) análise de exemplos que possam contribuir para a compreensão do problema e dos
prováveis resultados. O objetivo principal da pesquisa exploratória, segundo o autor, é o
“aprimoramento de idéias e/ou a descoberta de intuições”.
As fontes examinadas são de primeira mão, pois as mesmas ainda não foram objeto de
análises, com isso ao relacionar a pesquisa aos procedimentos torna-se uma pesquisa
documental, de acordo com Gil (2002) a pesquisa documental vale-se de materiais que ainda
não receberam nenhum tratamento analítico. Também pode ser classificada como a pesquisa
ex-post-facto por analisar legislações sancionadas e como as entidades procederam sobre
essas novas determinações.
Nota-se que a maioria das empresas segregou o grupo de Ativo Permanente, embora
pela legislação atual, Lei 11.941, não seja mais necessária essa divisão. Possivelmente tenha
se mantido a segregação por não ter havido tempo hábil entre a publicação da Lei e o
fechamento das demonstrações contábeis e sua conseqüente publicação.
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O estudo evidenciou que a maior parte das empresas já não tinha saldo no grupo ativo
diferido, sendo assim, as empresas da amostra, já estão, em sua quase totalidade, adaptadas a
nova legislação quanto a esse quesito.
Quanto à segregação do grupo ativo intangível a grande maioria das empresas já fez
essa evidenciação. Estando assim em conformidade com a lei 11.638 editada no final do ano
de 2008.
estava em vigor na data do balanço patrimonial, ou seja, a Lei 11.638/07. Embora a lei
permita a manutenção do saldo na referida conta para posterior destinação.
Quanto ao novo grupo de ajustes de avaliação patrimonial, ainda que insipiente por ser
uma inovação dentro do grupo do Patrimônio Líquido, já apresentou aderência a nova
legislação, mesmo que por uma pequena parte da amostra.
Salienta-se que nos grupos de ativo diferido, intangível e quanto à utilização da nova
denominação ativo não-circulante e passivo não-circulante todas as empresas de capital aberto
estão adaptadas, em contrapartida as sociedades anônimas de capital fechado somente uma
pequena minoria não se adaptou.
5.Considerações Finais
trazidas pela nova legislação, muito embora, a assimilação dessas alterações esteja muito
insipiente pelos profissionais da contabilidade, e mesmo pelos acadêmicos da área, pois foram
muitos anos de espera por alterações tão relevantes e tão profundas na Lei 6.404/76.
Nota-se que o fato de serem companhias abertas ou fechadas não fez diferença quanto
à adoção da nova legislação, comprovando assim que ambas procuram se adaptar as
mudanças.
Como recomendação para novos estudos, cita-se replicar esta pesquisa a empresas de
outros estados brasileiros, dando ênfase na atualização do contador gaúcho, comparando
como o profissional e as empresas gaúchas estão em relação aos demais entes federados.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 6404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades Anônimas. In:
Diário Oficial da União, Brasília, 17 dez. 09.
BRASIL. Lei 11.941 de 17 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao
parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especifica;
institui regime tributário de transição, alterando: o Decreto 70.235, as Leis 8.212, 8.213,
8.218, 9.249, 9.430, 9.469, 9.532, 10.426, 10.480, 10.522, 10.887, 6.404, Decreto-Lei 1.598, e
as Leis 8.981, 10.925, 10.637, 10.833, 11.116, 11.732, 10.260, 9.873, 11.171, 11.345,
prorroga a vigência da Lei 8.989, revoga dispositivos das Leis 8.383, e 8.620, do Decreto-Lei
73, das Leis 10.190, 9.718, 6.938, e 9.964, e, a partir da instalação do Conselho
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Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos 83.304, e 89.892, e o art. 112 da Lei 11.196,
e dá outras providências. In: Diário Oficial da União, Brasília, 28 mai. 09.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.