Pós graduação lato sensu em Docência Universitária
Disciplina: Metodologia do ensino superior. Professora: Ms. Marilza Vanessa Rosa Suanno Aluno: Thiago Silva Machado de Moura
Práticas pedagógicas inovadoras na educação superior
Existem cerca de quatorze aspectos que contribuem de forma inovadora na
prática pedagógica universitária atualmente. O aspecto de conhecimentos prévios dos alunos o professor deve realizar coisas que despertem e façam que as inquietudes, atitudes, valores, interesses dos discentes e a reflexão coletiva de todo o conhecimento da pessoa sejam utilizados para a sistematização dos conhecimentos, estimular novos processos investigativos e um aprofundamento da temática anteriormente desenvolvida. Isso pode ser feito trabalhando maneiras para despertar a consciência das insuficiências de visões iniciais e o potencial valor de novas formas e instrumentos de análise, além de a necessidade de reservar espaços para o diálogo, criar espaços que possibilitem problematizar e trabalhar os conhecimentos em sua historicidade, trabalhando em uma perspectiva relacional, planejando atividades que enriqueçam as vivências e reflexões dos discentes por meio da utilização de textos, filmes, pesquisas, dentre outros, e, também, valorizar a construção histórica do conhecimento ressaltando que a síntese que existe hoje será superada por novas sínteses. No aspecto de aprendizagem coletiva, os alunos tem que aprender e ensinar, pois no processo de ensinagem, as aprendizagens individuais e coletivas se constroem reciprocamente e o processo de cooperação potencializa as aprendizagens. Para isso, é necessária a construção de contextos favoráveis á participação de todos (docente e discente), valorização das distintas realidades para o processo de aprendizagem, compreensão de que o cérebro é um órgão social, articulação entre os conhecimentos acadêmicos e as práticas sociais, de modo que os participantes do processo de ensino- aprendizagem na universidade se sintam pertencentes a uma cultura universitária, ênfase na criatividade, na partilha e na cooperação como processo históricossocial e coletivo de compartilhamento e de sentimento de que professores e alunos pertencem a uma comunidade e exercem uma inteligência distribuída, além de uma valorização do trabalho de grupo, planejado para promover a participação de todos. Em relação ao aspecto de ambientes de aprendizagem, há a necessidade dos docentes criarem ambientes que sejam desafiadores, e, ao mesmo tempo, acolhedores e emocionalmente saudáveis. Com isso, deve se possibilitar e promover iniciativas no sentido de que, nos ambientes de aprendizagem, ocorra um nível de freqüência condizente com as características necessárias ao conteúdo, como, por exemplo, ambientes desafiadores que estimulam a metacognição. O aspecto de metacognição busca promover a tomada de consciência dos modos próprios de pensar e de resolver problemas por parte dos discentes, identificando e compreendendo os modos de pensar. Os docentes devem incentivar o diálogo e a arte de formular perguntas fundamentais aos alunos, promover a reflexão coletiva sobre o que aprenderam e como aprenderam, e valorizar o registro escrito da atividade mental desenvolvida no estudo, explicar o que se está compreendendo e como esse processo se dá. Há a necessidade de se considerar a afetividade e a inteligência como sendo interdependentes em seu desenvolvimento, pois se aprende o que tem significado, o que ativa a emoção, visto que as redes de significado que se constroem nas inter-relações constituem os fundamentos do ato cognitivo. O aspecto de sentipensar é um processo que busca resgatar a dimensão emocional, o sujeito como elemento didático significativo do seu próprio processo de aprendizagem, de autoaprendizagem e de ecoaprendizagem. As estratégias didáticas propõem que os indivíduos (professores e alunos) possam entrar em contato com as suas emoções, seus sentimentos, seus valores, percebendo o quanto a capacidade de ação e de reflexão são nutridas pelas correntes de energia que circulam pelo corpo, ativadas pelas emoções. São utilizados diálogos multissensoriais, utilizando-se diferentes linguagens e estímulos, sejam eles visuais, musicais, verbais, táteis, cinéticos, intuitivos, meditacionais, dentre outros. No aspecto da escuta sensível, se propõe uma escuta empática que possibilite ao indivíduo entrar em sintonia com o outro, adquirindo uma postura de respeito, atenção e uma busca de compreensão do sujeito que fala. Para desenvolver a capacidade de ter uma escuta sensível, o professor precisa perceber o universo afetivo e cognitivo do outro para melhor compreender suas atitudes, seus comportamentos e seus sistemas de idéias. Com a utilização do aspecto de escuta musical em cenários de aprendizagem, se possibilita a harmonização do ambiente e das pessoas, bem como a sensibilização para sentipensar, desenvolvendo-se aprendizagens complexas e transdisciplinares e proporciona o desenvolvimento de um conjunto de atitudes, como relaxamento, concentração, atenção, entrega e fruição de emoções. Já no aspecto de perguntas mediadoras, são feitas perguntas significativas que podem surgir ou ser construídas no diálogo entre teoria e prática, entre a observação dos fenômenos e as teorias que lhe dão suporte. A utilização deste aspecto pode colaborar para o estabelecimento de relações úteis entre as elaborações do acadêmico e o pensamento científico. Esta prática deve permitir trabalhar na perspectiva da complexidade, elaborar perguntas que levem à abertura do processo de aprendizagem e não ao seu fechamento ou à sua paralisação, evitar perguntas que levem à simplificação e ao estabelecimento de certezas e verdades inquestionáveis, colocar, lado a lado, a razão, emoção, a imaginação e a intuição, aliadas também ao imaginário, à sensibilidade e à criatividade, como condição necessária para a evolução do pensamento, da consciência, da sensibilidade e do espírito humano. Através do aspecto de se educar por projeto de trabalho, constroem-se conhecimento através de projetos centrados em problemas, com perguntas mediadoras. E no aspecto de formação de professores universitários e pesquisa sobre a formação do professor universitário tem se a preocupação com a formação continuada de professores assim como realização de pesquisas sobre a formação dos mesmos. Através do debate de vários questionamentos em relação a vida dos professores universitários e das instituições de ensino superior e problemas constatados em pesquisas, está se chegando a soluções para o aperfeiçoamento eficaz do ensino universitário brasileiro. Um conceito bastante difundido para a formação de um professor é o da aprendizagem docente colaborativa, onde um docentes trocam conhecimentos entre pares/docentes/discentes, aprendendo contextos de análise e de interpretação de suas próprias atividades e de outros colegas de profissão, desenvolvendo o compartilhamento de idéias, saberes e fazeres. O aspecto da teoria tripolar da formação constitui da autoformação (diálogo consigo mesmo), heteroformação (diálogo com hierarquias superiores) e ecoformação (formação do individuo pelo meio ambiente), tornando melhor o entendimento da construção de um indivíduo. Através do aspecto de pensar por meio do movimento dos operadores cognitivos do pensamento complexo, argumenta-se que o ensino e a pesquisa, na perspectiva da complexidade, devem desenvolver-se em torno dos seguintes princípios: princípio sistêmico-organizacional, princípio hologramático, princípio retroativo, princípio recursivo, princípio dialógico, princípio auto-eco-organizador ou autoprodução, princípio da reintrodução do sujeito cognoscente no processo de construção do conhecimento, princípio ecológico da ação, princípio da enação e princípio ético. Não há a necessidade de se aplicar todos esses aspectos ao mesmo tempo para se desenvolver uma docência perfeita, cabe apenas ao docente e as instituições de ensino superior implantar algumas características ou aspectos que possam ser absorvidos e aplicados de forma normal no ensino, respeitando também a capacidade dos alunos em se adequarem às novas realidades que vão sendo adotadas.