e a Terapia Comunitária
Brasília, 2006
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
24 p.
CDD – 361.8
Sumário
A Terapia Comunitária nas Políticas de Prevenção do Uso Indevido de Drogas ------------------- 4
Apresentação --------------------------------------------------------------------------------------------------- 5
Como identificar os Fatores de Risco e de Proteção na Prevenção do Uso Indevido de Drogas? --- 11
Rituais -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22
Filmes -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24
A Terapia Comunitária nas Políticas de Prevenção
do Uso Indevido de Drogas
A perspectiva do trabalho comunitário apresenta relevância na efetivação
dos objetivos da atual Política Nacional Sobre Drogas (PNAD) do Governo
Federal. A PNAD propõe a conscientização da sociedade brasileira sobre os prejuízos
sociais e as implicações negativas representadas pelo uso indevido de drogas e suas
conseqüências, bem como a educação, informação, capacitação e formação de
pessoas em todos os segmentos sociais para a ação efetiva e eficaz
de redução da demanda e da oferta de drogas fundamentada em conhecimentos
científicos validados e experiências bem-sucedidas, adequadas à nossa realidade.
Neste sentido, o trabalho comunitário revela-se como uma importante estratégia
na otimização dos recursos da comunidade o que é de extrema importância
no atual cenário brasileiro em que a rede de serviços existentes nesta
área ainda é insuficiente para atender às tantas demandas, especialmente quando
se trata de comunidades ou populações com menos recursos econômicos.
4 SENAD
A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
SENAD 5
Panorama Epidemiológico
• 41,1% dos entrevistados informa-
No cenário brasileiro, há um destaque com ram que já fizeram uso de tabaco pelo menos
relação ao consumo de drogas lícitas, em especial uma vez na vida;
o álcool. Mas as drogas ilícitas também merecem • A estimativa de dependência de
atenção, uma vez que as substâncias citadas tabaco foi de 9,0%.
(lícitas e ilícitas) podem estar associadas ao
contexto de violência. No ano de 2004, foi realizado o
Esta publicação tem como um dos obje- “V Levantamento Nacional sobre o uso de
tivos capacitar os terapeutas comunitários para Drogas Psicotrópicas entre estudantes do Ensino
lidarem com a temática das drogas nas suas Fundamental e Médio”, nas 27 capitais brasileiras,
reuniões, com especial ênfase para o seu caráter atingindo 48.155 estudantes que, em sua maioria,
preventivo e também pelas possibilidades de tinham entre 13 e 15 anos de idade. Este
complementar ações de tratamento e favorecer a levantamento apresentou dois resultados que
reinserção social. merecem destaque:
Dentre as drogas que serão estudadas,
o álcool terá destaque pela sua dimensão • Cerca de 65% dos estudantes
epidemiológica e de custos econômicos e afirmaram ter consumido bebidas alcoólicas
sociais. Sendo considerado uma importante pelo menos uma vez na vida, o que significa
questão de saúde pública e, necessitando, dizer que mais da metade dos estudantes
portanto, de medidas efetivas no contexto ouvidos já haviam experimentado algum
político e social. tipo de bebida;
• Cerca de 12% dos estudantes faziam
A Prevalência do Consumo uso freqüente de bebidas, ou seja, haviam
das Drogas Lícitas consumido álcool seis ou mais vezes no mês
que antecedeu a pesquisa, o que significa
A seguir serão apresentados alguns dados dizer que dez em cada cem estudantes podiam
obtidos de levantamentos epidemiológicos ser incluídos na categoria de usuário abusivo.
realizados no Brasil quanto ao consumo de
drogas. O álcool e o tabaco aparecem com
destaque, sendo as drogas mais consumidas no
Brasil e as responsáveis pelos maiores
índices de problemas decorrentes de seu
uso indevido.
No “I Levantamento Domiciliar sobre
o uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil”,
realizado no ano de 2001, foram entrevistados
moradores das 107 maiores cidades do país
(aquelas com mais de 200 mil habitantes),
representando 47% da população total do país.
Os principais resultados obtidos foram:
SENAD 7
As Drogas e seus Efeitos
Para uma compreensão ampla dos efeitos
das drogas é necessário considerar a inter-relação
existente entre as características da droga, as do
usuário e as características do contexto.
Além dos efeitos psicotrópicos causados
pelas diferentes drogas, ou seja, dos efeitos quími-
cos específicos do produto na atividade do Siste-
ma Nervoso Central, destacamos os outros fatores
que interferem nas sensações e no comportamento
do usuário. Estes outros fatores dizem respeito ao
usuário e o lugar que este se encontra.
É primordial considerar o que cada pessoa As Drogas e seus Efeitos no
sente e busca quando faz uso de drogas, pois neste
consumo está presente as crenças das pessoas Sistema Nervoso Central
sobre o que vão obter a partir disto.
A Organização Mundial de Saúde –
Outro fator de destaque é o lugar onde este
OMS – possui uma classificação de substâncias
consumo se realiza. Diz respeito às condições do
consideradas drogas, capazes de produzir
ambiente, que também vão interferir no resultado
alterações no funcionamento do cérebro.
final, ou seja, no efeito que a pessoa irá sentir.
Esta classificação faz parte da Classificação
A pessoa fez seu consumo num ambiente coletivo?
Internacional de Doenças da OMS e está na
Qual? Estava só? Onde? Num local onde o
sua 10ª revisão, sendo designada por CID-10.
consumo é aceito ou repudiado? Todas estas
questões interferem na relação do usuário com a Drogas capazes de produzir alterações no
droga. funcionamento do cérebro
Compreender estes aspectos presentes na • Álcool • Canabinóides •Tabaco
pessoa do usuário, no lugar onde o consumo se dá, (maconha)
nas crenças e valores presentes, possibilita uma • Opióides • Solventes
(morfina, • Sedativos ou
intervenção mais adequada tanto na prevenção do heroína, hipnóticos • Inalantes
uso indevido de drogas como no tratamento e na codeína e
• Cocaína • Estimulantes
reinserção social. substâncias (cafeína)
Se por um lado não se pode reduzir a sintéticas) • Alucinógenos Etc.
avaliação dos usuários de drogas, considerando
apenas os efeitos da substância psicoativa con- Apresentamos, a seguir, uma classificação
sumida, por outro, deve-se conhecer esses efeitos, baseada nos efeitos das substâncias psicoativas
ou seja, a dimensão toxicológica de cada droga. no Sistema Nervoso Central, considerada a mais
abrangente e também a mais utilizada.
Essa classificação é de interesse didático
e se baseia nas ações aparentes das drogas sobre
o Sistema Nervoso Central (SNC), conforme as
modificações observáveis na atividade mental:
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A Prevenção do uso de Drogas
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As drogas ilícitas mais consumidas na
sociedade brasileira são a maconha e a cocaína.
As relações entre drogas e legislação são
permeadas de muitas contradições, polêmicas e
mitos, tais como:
• Mesmo se a palavra droga refere-se
a todas as substâncias psicoativas, sejam elas
lícitas ou ilícitas, é muito comum, no entanto,
associarmos esse termo apenas às drogas ilícitas;
• As drogas lícitas, ao contrário do que
se pensa e se fala, são as que causam maior impacto
na saúde pública, pois são as mais consumidas,
respondendo pelo maior número de dependentes e
também de danos psicossociais decorrentes de seu
uso abusivo.
Fatores de Risco
e de Proteção
Fatores de risco para o uso indevido de
drogas são características ou atributos de um
indivíduo, grupo ou ambiente de convívio social que
contribuem, em maior ou menor grau, para
aumentar a probabilidade deste uso. Não existe
um fator único determinante para o uso. Assim,
para cada domínio da vida (individual, familiar,
escolar, pares, comunitário) pode haver fatores de
risco, além de fatores de proteção.
Os fatores de proteção são característi-
cas ou atributos presentes nos diversos domínios
da vida que minimizam a probabilidade de um
indivíduo fazer uso indevido de drogas.
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A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
SENAD 11
DOMÍNIO INDIVIDUAL
FATORES DE RISCO FATORES DE PROTEÇÃO
Baixa auto-estima, propensão à
ansiedade e à depressão, doenças Autoconfiança e auto-estima
pré-existentes (ex.: transtorno de elevadas
déficit de atenção e hiperatividade)
Comportamento contrário às normas
Capacidade intelectual para tomar
e às regras na infância, experiências
decisões; assertividade
sexuais e com as drogas precoces
Flexibilidade nas relações
interpessoais, facilidade de cooperar,
Falta de auto-controle e assertividade
autonomia, responsabilidade e comu-
nicabilidade
Desinteresse ou desmotivação pelos Interesse pelos estudos e aspectos da
estudos e por atividades úteis vida prática
Vivência com pais ou familiares Relação de confiança com pais,
que fazem uso indevido de álcool, familiares, professores, colegas e
de medicamentos ou de outras outras pessoas capazes de dar apoio
drogas emocional
Dificuldades de interação
Apresentação de habilidades sociais
interpessoal
Ausência de um projeto de vida Presença de um projeto de vida
Inexistência ou pouca qualidade nos
Vinculação familiar afetiva, religiosa
vínculos familiares, religiosos ou
ou institucional
institucionais
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A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
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Fatores de Risco e de Proteção
no Domínio Comunitário
Fazem parte dos DOMÍNIO COMUNITÁRIO
fatores deste FATORES DE RISCO FATORES DE PROTEÇÃO
domínio, a
disponibilidade Existência de oportunidades de estu-
Falta de oportunidades socioeconômi-
da droga, a do, de trabalho, de lazer e de inserção
cas para a construção de um projeto
facilidade em social que possibilitem ao indivíduo
de vida
obtê-la, a falta concretizar seu projeto de vida
de fiscalização
das leis que já Fácil acesso às drogas lícitas e Controle efetivo do comércio de
existem, o ilícitas drogas legais e ilegais
número de Reconhecimento e valorização, por
pontos de Permissividade em relação a algumas
parte da comunidade, de normas e leis
vendas, entre drogas
que regulam o uso de drogas
outros.
Inexistência de incentivos para que
Incentivos ao envolvimento dos
o jovem se envolva em serviços
jovens em serviços comunitários
comunitários
Negligência no cumprimento de Realização de campanhas e ações que
normas e leis que regulam o uso de ajudem o cumprimento das normas e
drogas leis que regulam o uso de drogas
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A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
SENAD 15
Os Diferentes Tipos de Usuários ou de
Envolvimento com as Drogas
Um dos cuidados primordiais ao se abordar o tema das drogas é ter
claro a distinção entre os diferentes tipos de usuários, a partir das características
do seu envolvimento com as drogas. É fundamental não aplicar o conceito de
dependente para todos os usuários de drogas, pois nem sempre este é o caso.
Por outro lado, mesmo aquelas pessoas que não estão dependentes
merecem atenção, pois antes de se instaurar um quadro de dependência, o
indivíduo já pode ter problemas relacionados ao uso indevido (problemas
familiares, sociais, legais, trabalhistas, etc). É possível fazer diagnósticos
precoces, evitando a instalação da dependência e todos os prejuízos decor-
rentes.
O uso de drogas não leva, necessariamente, ao abuso ou dependência,
sendo possível identificar diferentes tipos de usuários. Abaixo uma
classificação didática sobre tipos de usuários:
16 SENAD
A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
SENAD 17
Na rede de prevenção pode-se citar diretrizes da PNAD e os princípios do Sistema
escolas, serviços de saúde, igrejas, grupos de ajuda Único de Saúde - SUS, devendo realizar-se de
mútua, associações de bairro, entre outros. maneira intersetorial e descentralizada e na
Todos estes recursos podem contribuir perspectiva das políticas de saúde mental, através
efetivamente com a prevenção do uso indevido de dos CAPSad - Centros de Atenção Psicossocial
drogas, pois dizem respeito diretamente à qualidade para álcool e outras drogas.
de vida das pessoas. A terapia comunitária, neste A partir de seu quadro de pessoal
contexto, e com suas especificidades de acolhi- especializado, cabe a cada equipe dos CAPSad
mento, valorização das competências comunitárias construir seu projeto terapêutico, de acordo com
e individuais e possibilidades de encaminhamen- as competências e recursos disponíveis na rede de
tos, qualifica-se como uma importante ponte de saúde e na comunidade.
referência nesta rede para a atenção às questões Considerando os princípios da PNAD e
relacionadas ao uso de drogas. do SUS, que contemplam o trabalho comunitário
Os objetivos de uma rede social e os na prevenção e na assistência de dependentes
objetivos da terapia comunitária confundem-se, de drogas, a TC constitui-se em um recurso
tal a proximidade conceitual e ideológica. comunitário que se integra à rede de oferta
Dentre estes destacam-se: de serviços disponibilizados na comunidade.
A TC deve, portanto, articular-se visando a
“Oportunizar um espaço para a reflexão, troca de efetivação de parcerias com as equipes profissionais
experiências e busca de soluções para problemas dos CAPSad, dos hospitais, dos centros de saúde,
comuns; e mobilizar pessoas, grupos e instituições das comunidades terapêuticas, dos ambulatórios,
para a utilização de recursos existentes na própria entre outros. Para tanto, o terapeuta comunitário
comunidade” (Duarte, 2004, pag. 30). deverá conhecer os serviços existentes na sua
cidade, colocando-se como mediador entre a
Os terapeutas comunitários têm acesso equipe profissional e a comunidade.
aos não-usuários de drogas e usuários (com suas A terapia comunitária não tem como
especificidades apresentadas a seguir), familiares, proposta realizar o tratamento das dependências,
vizinhos. Conhecer melhor as diferenças entre mas poderá contribuir de forma significativa em
os tipos de usuários possibilita utilizar melhor os cada uma das suas etapas, atuando diretamente
recursos disponibilizados pela terapia comunitária junto aos dependentes ou, de forma indireta,
como acolhimento, reinserção social e encaminha- através de ações com suas famílias, com os
mentos para outros serviços. demais membros das comunidades e com as
equipes profissionais.
O terapeuta comunitário precisa conhecer
A Terapia Comunitária e o as características do tratamento, em suas
Tratamento de Dependentes diferentes etapas, para poder auxiliar a
comunidade na especificidade de cada momento
de Drogas do processo.
18 SENAD
A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
O Tratamento Propriamente
Dito
A evolução dos modelos de tratamento
para os dependentes de drogas do regime de
internação para os regimes predominantemente
ambulatoriais e de abordagem comunitária, está
consolidada através da nova política de saúde
mental (portaria 336/GM, Ministério da Saúde,
19/02/02) que estabelece os Centros de Atenção
Psicossocial - CAPs como unidades de serviço para
o atendimento, tanto de pessoas com transtornos
mentais como de pessoas com transtornos decor-
rentes do uso prejudicial e da dependência de
substâncias psicoativas.
Foram, então, criados os Centros de
Atenção Psicossocial - CAPSad para atendimento
de pacientes com transtornos decorrentes do uso de
substâncias psicoativas.
As características estabelecidas para os
CAPSad deixam muito claro que a natureza do
atendimento é predominantemente ambulatorial,
de atenção diária, devendo o gestor local respon-
Como o Terapeuta sabilizar-se pela organização da demanda e pelo
mapeamento da rede de instituições de atenção a
Comunitário pode contribuir usuários de álcool e outras drogas no âmbito de seu
para o Tratamento de território.
A assistência prestada ao paciente no
Dependentes de Drogas? CAPSad inclui as seguintes atividades: atendi-
mento individual (medicamentoso, psicoterápico,
O uso de drogas nos remete a um de orientação, entre outros); atendimento em
questionamento que vai além da pessoa do usuário, grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividade de
ampliando-se para uma reflexão e intervenção suporte social, entre outras); atendimento em
junto a todas as pessoas envolvidas. oficinas terapêuticas; visitas e atendimentos
A TC pode contribuir efetivamente com domiciliares; atendimento à família; atividades
o tratamento de dependentes químicos como comunitárias, enfocando a integração do
um recurso mobilizador da rede social de apoio dependente químico na comunidade e sua inserção
ao usuário, contribuindo para a melhoria da familiar e social.
qualidade das suas relações afetivas e sociais junto A TC pode representar uma importante
aos diferentes grupos aos quais pertence. parceria nas atividades grupais dos serviços junto
Neste contexto, deve atuar na condição de aos familiares e aos pacientes, desde que o terapeu-
exclusão da qual sofrem as pessoas dependentes ta se sinta em condições para tal.
de drogas, em geral estigmatizadas e rejeitadas Um trabalho importantíssimo é o da
nos diferentes contextos, inclusive na família. mobilização familiar e comunitária para que a
Uma das características importantes do pessoa em tratamento não seja excluída de sua
tratamento de dependentes de drogas é que o mes- comunidade ou estigmatizada pelo fato de ser
mo se compõe de diferentes etapas: acolhimento, diagnosticada como dependente. A TC pode atuar
tratamento propriamente dito e reinserção social. na superação do estigma atribuído aos dependentes
Entendemos que a TC pode contribuir em de drogas em tratamento, como pessoas fracas de
cada uma destas etapas e, por isso, é importante caráter ou delinqüentes, contribuindo para que a
conhecê-las. comunidade assimile esta problemática como uma
questão de saúde.
SENAD 19
A Reinserção Social de drogas e sobre o tratamento de usuários
e dependentes, bem como oferecer apoio
A TC pode prestar um imenso benefício na afetivo, emocional direto aos familiares e/ou
fase da reinserção social do dependente que poderá usuários. Devem mobilizar uma rede de apoio
ser convidado às reuniões para compartilhar com o a partir do próprio grupo da TC.
grupo seu processo de recuperação e, também, ser Para tanto, deverão se manter atualizados
incentivado para que continue o tratamento. Tais quanto aos recursos existentes na comunidade
medidas podem facilitar sua reintegração social em que estão inseridos, mantendo constante
com a (re)construção de seu vínculos de amizade articulação com as instituições de atendimento.
e de ajuda. Os CAPs ad, os centros de saúde e os
Nesta fase de retorno ao convívio social hospitais devem ser contatados na tentativa de
e de resgate das perdas ocorridas, é importante conhecer quais são os profissionais da rede que
que o grupo possa auxiliar a pessoa no resgate de estão realizando atendimento a esta clientela, nos
seus contatos familiares, profissionais e sociais, ambulatórios de saúde mental ou nos serviços de
pois este se constitui num dos objetivos da Terapia psicologia e de serviço social. Alguns hospitais
Comunitária: construir vínculos com intuito de universitários também têm se mostrado pioneiros
oferecer apoio a indivíduos e famílas em em projetos de vanguarda para o tratamento de
situações de sofrimento. dependente químicos.
É importante estabelecer parcerias entre
a terapia comunitária, os demais serviços sociais
O Papel do Terapeuta disponíveis (governamentais ou não), os serviços
Comunitário junto aos de saúde e de assistência da comunidade nas
ações preventivas, de tratamento e também de
Serviços de Saúde redução de danos. Este papel de mediador entre a
comunidade e os diferentes serviços promoverá o
Os terapeutas comunitários podem fortalecimento da rede secundária (institucional)
desenvolver um trabalho de conscientização e de tão importante no caso das dependências de
orientação sobre a prevenção do uso indevido drogas.
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A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
Exemplos de Motes:
Importante
• “Quem já viveu uma experiência de frus-
tração e como fez para resolvê-la ou lidar melhor
com ela?” Nas sessões de terapia, a realização
• “Quem já sentiu que perdeu o controle de rituais tem um grande valor agregador
diante de alguma situação? Como se sentiu? O que e facilitador de uma tomada de consciência
fez?” e de ampliação da percepção do problema
• “Quem já teve dificuldade de perdoar e das possibilidades de solução.
alguém e o que fez para mudar isto?”
Os rituais são momentos com uma
• “Quem já teve raiva de si mesmo? Como
presença forte de elementos simbólicos que
fez para resolver?”
condensam uma determinada experiência.
• “Quem já se sentiu dependente de algo ou
alguém e como fez para resolver?”
• “Onde mora o prazer para cada um?”
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Rituais 3) Ritual do prazer:
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A Prevenção do uso de Drogas
e a Terapia Comunitária
Recursos da Comunidade
Apresentamos abaixo algumas indicações de instituições públicas, privadas e órgãos
não-governamentais das quais você poderá dispor, caso queira obter outras informações que possam
auxiliá-lo no seu dia-a-dia de trabalho:
SENAD - Secretaria Nacional Antidrogas UDED – Unidade de Dependência de Drogas da
www.senad.gov.br Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP
e-mail: prevencao@planalto.gov.br www.unifesp.br/dpsicobio/uded
Palácio do Planalto
Anexo II – Sala 207 B PROAD - Programa de Orientação e Atendimento
Cep 70150-901 – Brasília/DF – Brasil a Dependentes do Departamento de Psiquiatria da
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
OBID – Observatório Brasileiro de Informação http://www.unifesp.br/dpsiq/proad
sobre Drogas (11) 5579-1543
www.obid.senad.gov.br
GREA - Grupo Interdisciplinar de Estudos de
VIVA VOZ - Orientações e informações sobre a Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do
prevenção do uso indevido de drogas Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
0800 510 0015 da USP
www.grea.org.br
CONENS ou CEADS - Conselhos Estaduais
sobre Drogas HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
www.obid.senad.gov.br www.eisntein.br/alcooledrogas
SENAD 23
Filmes
A Corrente do Bem
2000. Direção: Mimi Leder
28 Dias
2000. Direção: Betty Thomas
Ilustração
Ateliê de Arte e Terapia do MISMEC-CE / Projeto 4 Varas
Desenhos produzidos por filhos de alcoolistas participantes do Projeto 4 Varas
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Venda Proibida.
Esta publicação é parte integrante do material didático do Curso de Formação em Terapia Comunitária com ênfase na Prevenção do uso de Àlcool e outras Drogas, promovido pela