Mandalas
Campinas
2010
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Daniel Rodrigues
Ely Satie Ito Miyazaki
Izabel Penteado Dias da Silva
Mandalas
Campinas
2010
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Figura 1 - Roda do Tempo
(interpretação da mandala ao final do trabalho)
(Fioravante,C)
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Resumo
Este estudo teve como objetivo verificar a literatura a respeito de Mandalas e fazer
associações ao uso com fins transpessoais. O tema foi selecionado pelo fato de observarmos a
utilização de mandalas em diferentes culturas e em diferentes períodos históricos, e por
percebermos que estes desenhos sagrados podem ser utilizados como instrumento de auxílio
na expansão da consciência, sendo mais uma ferramenta útil em nossa jornada espiritual.
Neste trabalho iremos apresentar uma breve abordagem histórica da sua utilização, o
significado das formas , cores, suas diversas aplicações e uso (meditação, cura, etc) e também
o seu uso em diferentes religiões. A pesquisa tem um caráter de pesquisa bibliográfica, e
também com conteúdo de imagens. A partir da leitura de livros e artigos de diferentes fontes,
esta pesquisa visou estabelecer relações entre as mandalas e a transpessoalidade, salientando a
importância do ser humano em buscar cada vez mais conhecimentos que o ajudem a
transcender o ego e viver a plenitude do Ser.
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Sumário
1 – Introdução...................................................................................................... página 05
1.1 – O poder das imagens
1.2 – Mandala: significado
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1 – Introdução
Podemos perceber que todos os seres, formas e objetos contêm e emanam energias, pois
somos sistemas abertos em constante movimento, troca com o ambiente e com as pessoas. E
se percebemos que um ou outro está desenergizado é porque alguma coisa emana dele que nos
forneceu esta informação. A emanação parece ser um campo de informação que estaria em
torno do objeto observado, que estimula nossa consciência, nos informa e provoca alguma
reação. Existe, tanto naquilo que observamos, como em nós mesmos, um tom vibratório.
A imagem tem o poder de cativar e reanimar. Os psicólogos, artistas, arquitetos,
fotógrafos, cineastas e publicitários sabem que as imagens dizem. Eles entendem a linguagem
das formas, das cores e da iluminação, pois possuem uma inteligência sensitiva apurada. Às
vezes, por exemplo, um quadro na parede pode dar vida a uma sala e outro pode emanar uma
energia pesada, tanto que, se retirado, alivia o ambiente. As imagens contam e provocam
reações. Lembranças que temos de bons e maus momentos nos vêm à memória sob a forma
de imagens e provocam reações físicas e psíquicas.
Essas imagens estão além da linguagem e da mente racional, elas trazem sabedoria do
conhecimento universal e um maior entendimento da consciência humana.
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1.2 – Mandala: significado
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2 – Conceitos através dos tempos
Ao longo da pesquisa notamos que os autores não sabem dizer ao certo a origem das
mandalas, qual foi a primeira mandala feita, visto que desde cedo a humanidade se expressa
em formas circulares. Para comprovar essa afirmação, encontram-se vários vestígios em
antigos detalhes rupestres na África, Europa e América do Norte. Em razão do volume dessa
manifestação, somos capazes de deduzir a sua importância, porém não conseguimos definir ao
certo qual foi a primeira mandala criada. De acordo com Dahlke (1991, p. 36)
A vida dos antigos seres humanos também explica a importância do uso dessa forma,
já que o contato do ser humano com a natureza era maior e, por isso, a influência do Sol
(forma circular por excelência) era reverenciada em diversos rituais. O astro era considerado
fundamental para as atividades de sobrevivência da raça humana, entre elas destacam-se as
principais: a caça e a colheita. Da mesma forma, a Lua também era reverenciada pelos
homens como sendo o símbolo natural do poder de influenciar a vida humana. Antigas
mandalas lavradas em vários lugares do mundo revelam a importância que esses dois corpos
celestes exerciam na vida dos terrestres.
O círculo tem influenciado também os rituais humanos tentando por meio deles
canalizar a experiência do sagrado. Algumas tribos indígenas iniciam seus rituais religiosos
estabelecendo um círculo divino. Danças e cânticos feitos em círculos são realizados
utilizando formas circulares. Para os povos que percebem no círculo o reflexo da essência
divina, criá-lo significa um ato sagrado por meio do qual eles tentam se harmonizar com as
forças divinas do universo, imaginando que o resultado dessa ação seja a virtude.
Como vimos em Losacco, o Homem estudado em muitos momentos da história da
humanidade, faz uso de mandalas, como forma de expressar-se, além da oportunidade de re-
encontro com sua natureza essencial, com o sagrado, com o divino, com a numerosidade, pois
além da necessidade de viver, sente a importância do uso do simbólico em suas manifestações
para consigo mesmo, com os outros e com o universo onde está inserido.
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A lei do mundo é o movimento, a lei do centro é a quietude. Viver no mundo
é movimento, atividade, dança. Nossa vida é um dançar constante ao redor
do centro, um incessante circundar o Uno invisível ao qual nós – tal como o
círculo – devemos nossa existência. Viemos do ponto central – ainda que
não o possamos perceber – e temos saudades dele. O círculo não pode
esquecer sua origem – também sentimos saudades do paraíso. Fazemos tudo
o que fazemos porque estamos à procura do centro, do nosso centro, do
centro. (DETHLEFSEN, 1984 apud LOSACCO)
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3 – Estruturas das mandalas
O poder de uma mandala está relacionado ao seu padrão de formas, cores e estrutura
numérica. Estes elementos têm uma simbologia que se baseia na numerologia, na
cromoterapia, assim como no conhecimento que o ser humano já tem em relação à visão e
como as formas são percebidas por nossa mente e retina. Cada elemento é responsável por
parte das vibrações que uma mandala é capaz de emanar na sua totalidade.
Assim como nas artes visuais, o poder das mandalas está exatamente naquilo que não
podemos alcançar com palavras. Quando fazemos uma mandala pode-se dizer que ela é a
expressão de nosso subconsciente, que por sua vez também não tem uma explicação
definitiva, ou seja, ainda tem muito a ser explorado.
A composição das formas e das cores em uma mandala é muito importante, assim como
sua forma circular e organizada em torno de um centro. Elas fascinam pela magia de seus
movimentos. São símbolos que exprimem as riquezas incontáveis do subconsciente humano.
Nosso cérebro responde de maneira muito particular às imagens, que têm um poder intenso,
real e indiscutível. Quem já não se sentiu calmo após ver um quadro azul e com formas
organizadas e quase regulares? Pode parecer estranho, mas o poder de cura da mandala, suas
características terapêuticas, sua capacidade de auxiliar na concentração e na meditação e, até,
alterar estados de consciência, entre outras, deve-se à sua composição, a estes elementos
acima citados e ao efeito que causam em nossa mente. Pode ser constituída de múltiplas
formas geométricas, com simbolismos gráficos e cores. A palavra, em si, significa “ter
atingido a iluminação perfeita e insuperável”.
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exemplo, está ligada ao resultado de uma ação. Segundo Fioravanti (2007), esta mandala
representa realizações no plano da matéria a partir de motivações espirituais; ela simboliza o
filho e o ar. O três é um número de comunicação, original e criativo.
São as formas geométricas da mandala que, na maior parte das vezes, criam as
vibrações numéricas. As formas geométricas estão diretamente ligadas à diferentes
simbologias e números, muito interessantes de se interpretar:
O Círculo: Está sempre presente nas mandalas, pois é ele que cria o campo de
vibração existente em todas elas. Indo mais além, dá para se dizer que ele é
responsável por criar uma camada de proteção que separa o sagrado do profano,
transmitindo a energia hipnotizante para nossos olhos. Além disso, uma mandala pode
ser formada por inúmeros círculos. Ele é o símbolo do céu.
O Triângulo: Também bastante comum nas mandalas, está relacionado ao número três
e seus derivados. É um símbolo sagrado, pois representa o homem e sua busca
espiritual, a concretização com Deus. É interessante que o triângulo esteja sempre com
um de seus vértices para cima, apontando para o alto, mostrando a aspiração de busca
espiritual.
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3.2 – Cores
O estudo das cores é muito vasto, existem muitas teorias que as classificam e definem
suas particularidades. Uma delas é a cromoterapia, mais usada em processos de cura, por
exemplo. O mais importante é que todas as cores podem trazer benefícios e podem ser usadas
em todos os ambientes havendo reserva apenas para os lugares de descanso e a predominância
das cores fortes de muita energia ativa. Veremos a seguir a influência de algumas cores, os
benefícios que trazem consigo e o efeito que causam quando utilizada em uma mandala:
Vermelho: A cor do amor, da atração, força e vitalidade. Pode ser usada para dar
energia a alguém que está diante de situações difíceis e sente-se acuado. Para
aumentar a paixão entre casais e o empenho em tudo que se faz. Bom para negócios
novos que precisam de agilidade e constância de criatividade (novas idéias e rápida
aplicabilidade).
Azul: A cor da paz, relaxamento, suavidade e paciência. Pode ser usada para pessoas
que estão passando por momentos de stress, com características de inquietação, tensão
ou simplesmente para acalmar o ambiente e os que estiverem ali. Bom para
consultórios, clinicas de psicologia e outros negócios onde as pessoas externem
problemas , pois ajuda a colocá-los de maneira mais clara e calma proporcionando
uma auto-avaliação, respostas assertivas e racionais sobre as possíveis resoluções.
Amarelo: A cor do pensamento, ativadora da mente e energizante. Pode ser usada para
estimular o aprendizado, revigorar as energias e para nos manter alertas. Ideal para
estimular os estudos e para pessoas com algum problema de memória ou falta de
concentração. Bom para negócios educacionais e todo estabelecimento que lide com
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pensamento e concentração. Estimula a conquista e por isso é usada em negócios de
vendas (conquista como aquisição de algo).
Verde: A cor da cura e saúde. Pode ser usada para diminuir problemas de saúde, não
esquecendo que o verde tem um pouco do azul e do amarelo e trás consigo as
características destas duas cores. Bom para negócios como lugares de descanso,
clínicas, hospitais e consultórios.
Lilás: A cor da elevação espiritual, bondade e harmonia. Pode ser usada por alguém
que se sente injustiçado sem motivo real, alguém em busca de explicações sobre a
existência e a religiosidade, não esquecendo que o lilás tem um pouco do azul e trás
consigo as características desta cor. Bom para templos, lugares de retiro espiritual,
consultórios de medicina alternativa, lugares de descanso e tratamentos de
desequilíbrio mental.
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4 – O simbolismo ligando tempos e culturas
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Na catedral de Lyon, o símbolo do Taichi encontra-se no centro da rosácea, portanto,
exatamente onde deveria estar segundo a filosofia taoísta. Ele está cercado pelos vinte e
quatro anciãos do Apocalipse.
Também na catedral de Toulouse, há uma rosácea que mostra um símbolo muito
parecido com o do Taichi. Esta rosácea tem no centro duas representações da cruz dos
templários. Os templários possivelmente, detinham a chave oculta para a compreensão do
segmento o qual hoje ainda é enigmático, das catedrais e do seu secreto simbolismo. Até os
nossos dias não se sabe como o estilo gótico pôde realizar em tão curto espaço de tempo
(cerca de cem anos), tal abundância de construções. Além disso, a maioria delas se encontra
em lugares que ainda hoje são pequenos e que naquela época não tinham de modo algum
condições para dispor do dinheiro e dos conhecimentos necessários para a execução de tais
obras. Os templários, ao contrário, possuíam naquela época, ao lado do papado, a mais
poderosa organização do Ocidente. Nessa ordem o Ocidente e o Oriente inicialmente se
defrontaram como inimigos, porém, mais tarde, tornaram-se dois pólos que se fecundaram
mutuamente.
Os templos cristãos surgiram nos antigos lugares de culto dos druidas e as antigas
estradas de peregrinação, como a que leva a Santiago de Compostela ,ligaram-se aos novos
conteúdos cristãos. A roda do destino, na fachada de Beauvais, representa o simbolismo típico
da décima carta do tarô, onde as antigas figuras egípcias aparecem simplesmente vestidas com
trajes ocidentais.
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Fora do gótico encontramos também nas nossas igrejas o simbolismo que une as
culturas. Pensemos na simbólica das rosáceas românicas, de estrutura simples, e na roda do
renascimento do Budismo. No centro desta última, a redenção é muitas vezes representada
pelo loto de mil pétalas que cresce da cabeça de Buda.
No círculo cultural dos índios, não encontraremos nem de longe, mandalas tão
magníficas quanto às rosáceas. Os índios não deram as suas mandalas, nem mesmo formas
permanentes, com exceção das suas moradas (as tendas típicas e os pueblos). Em
compensação, conservaram vivas de maneira consciente, as mandalas, que deram origem a
sua cultura ou desapareceram junto com elas. Até hoje não foi possível atrair os índios para o
nosso progresso, e onde eles tentaram dar esse passo perderam o contato com suas raízes. Para
podermos vivenciar as suas mandalas de areia, precisamos nos ocupar um pouco com as bases
da vida indígena, o que muito nos auxiliará no caminho das mandalas.
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Para o índio, a criação é a manifestação da harmonia, e nela ele reconhece a lei da
polaridade e também a lei do quaternário: ele reconhece, exatamente como os nossos
antepassados, a dependência, combinação dos quatro elementos e das quatro estações do ano,
dos quatro pontos cardeais, das quatro fases da vida e das quatro raças humanas. Para o índio
quando um dos quatro pólos abandona a ordem, todo o equilíbrio é perturbado.
O índio trata de se manter, conscientemente, em harmonia com a natureza e de
aprender com ela. Ele compreende as pequenas e grandes ocorrências do seu ambiente
natural, tirando delas conclusões sobre o mundo. Ele aplica também essa concepção a si
mesmo. Assim um índio conhece toda a história da vida do outro pela sua aparência exterior
e pelos seus sinais. O interior é conscientemente projetado para fora. E porque deveria manter
segredo se o Grande Espírito já sabe de antemão, o que se passa no coração dele?
O índio vive conscientemente com os ritmos da natureza fazendo analogia com sua
vida. O dia e a noite são para ele, as imagens da vida e da morte. Na alvorada, ele vivencia o
nascimento e no crepúsculo, a morte. Alvorada e crepúsculo são para ele igualmente belos e
queridos.
O índio testemunha e venera tanto o primeiro raio de luz como a sua despedida,
nascimento e morte são igualmente bem vindos. Assim, como a noite proporciona acesso a
outras experiências, depois da morte ocorre algo semelhante. Cada dia dessa forma, reflete a
sua vida, e cada ano, com o ritmo das suas estações é uma imagem da vida para o índio. A
energia do sol, durante as quatro estações, reflete para ele exatamente a energia nas suas
quatro fases da vida. Assim, ele se encontra no centro de uma mandala constituída de muitos
círculos concêntricos menores e maiores, mas todos análogos e expressão de um único centro.
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5 – Aplicações práticas das Mandalas
5.1 – Cura
É do pleno conhecimento de todos que a arte de um modo geral, coloca o ser humano
em contato com o seu potencial criativo, desenvolvendo habilidades e levando-o a descobertas
expressivas na vida. Inclusive é um dos meios terapêuticos reconhecidos pelos profissionais
da área da Saúde – médicos, psicólogos e terapeutas de maneira geral, que têm compreendido,
de maneira crescente, como a Arte Terapia pode acelerar e potencializar o crescimento do
indivíduo e os seus processos de recuperação, sejam eles físicos, mentais ou emocionais.
Através de linguagens como o desenho de formas e a pintura, a Arte Terapia possibilita
estimular e fortalecer as forças criativas, melhorar a auto-estima, enfrentar bloqueios
emocionais, favorecendo o auto-conhecimento e cultivando a expressão da individualidade.
São estes aspectos que permitem à Arte Terapia, ser um elemento valioso quando realizado
em cooperação com outros processos terapêuticos, medicamentosos ou não.
A prática de desenhar e pintar mandalas, como a atividade artística em geral, é por si
mesma uma prática sadia que expressa e combina percepção, sentimento e vontade, por isso
leva o homem a uma expressão integral. Por esse motivo desperta poderes curativos (o
curador interno), o que em outras ocupações muitas vezes não há chance para que as pessoas
expressem totalmente seus potenciais. Através das cores, formas ritmos e movimentos, a
pessoa reaprende a expressar seus sentimentos de maneira estruturada, possibilitando a ação
direta do EU no mundo possibilitando resgatar todo potencial criativo e curativo que a arte
pode oferecer. A capacidade de criar é uma virtude da alma que palpita em cada coração e que
aguarda nossa permissão para despertar deste ímpeto e desabrochar desta chama, que fará de
nós criadores e condutores da nossa própria vida.
Qualquer pessoa pode se trabalhar com mandalas, tanto com a ajuda de um terapeuta,
quanto sozinho mesmo. Se optar por trabalhar-se sozinho, a pessoa pode colorir mandalas ou
desenhar mandalas pessoais, geométricas ou mistas. Também, pode meditar com uma
mandala que lhe seja atraente ou que o instigue alguma coisa. É um trabalho simples, mas ao
mesmo tempo profundo, pois as mandalas vão colocando, de forma sutil, no lugar certo aquilo
que se encontrava fora de lugar.
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Quanto a isso Jung diz que “a mandala possui uma eficácia dupla: conservar a ordem
psíquica se ela já existe; restabelecê-la, se desapareceu. Nesse último caso, exerce uma função
estimulante e criadora”. Ele percebeu que seus clientes experenciavam estas imagens
circulares como "movimentos em direção a um crescimento psicológico, expressando a idéia
de um refúgio seguro, de reconciliação interna e inteireza". Para Jung as mandalas são vasos
ou embarcações na qual nós projetamos nossa psique que retorna a nós como um caminho de
restauração. Ele reconheceu que figuras arquetípicas (símbolos universais) de várias culturas
podiam ser identificadas nesta expressão espontânea do inconsciente.
Na área terapêutica Jung trouxe as mandalas para os consultórios. Ele pintou sua
primeira mandala em 1916. Desde então costumava desenhar mandalas todas as manhãs. Seus
primeiros desenhos eram somente desenhos circulares e ele não compreendia seus
significados. Porém, dois anos depois observou que havia um padrão em suas mandalas e caso
estivesse em conflito desenhava uma mandala alterada.
Hoje em dia a mandala é usada na psicologia junguiana e transpessoal por vários
terapeutas que trabalham com desenvolvimento pessoal.
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símbolos, das marcas e vários outros aspectos que possam surgir quando se faz uma mandala
pessoal.
Desta forma, podemos perceber que as imagens podem ser fortes aliadas em processos
de cura, e como uma ferramenta complementar no processo terapêutico. Sendo assim, a
visualização e construção de mandalas podem auxiliar no restabelecimento da saúde, e
também em um bom auxílio para a cura emocional, que refletirá positivamente no estado
físico, proporcionando assim mais saúde e vigor. Os círculos são universalmente associados
com meditação, cura e o sagrado que podem funcionar como chaves para os mistérios de
nosso reino interior, que se usados para esta finalidade nos levam ao encontro com os
mistérios de nossa alma. Trabalhar com mandalas promove relaxamento psicofísico pela
postura ao desenhar, pela contemplação, e pela meditação que o próprio fazer
proporciona. Ainda desenvolve centramento, atenção, concentração, percepção e a intuição.
Também, é um ótimo instrumento para ativar sonhos especiais ou fazer quem não se lembra
deles começar a lembrá-los.
5.2 – Meditação
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meditação é a unificação, sendo que o retorno ao centro representa essa unificação, o encontro
com o divino. Meditar é unificar-se, é encontrar-se com a divindade interior e as mandalas são
portas de acesso a esse fim.
No aspecto energético a mandala ativa, energiza e irradia, aquilo a que se propõe,
podendo harmonizar ambientes físicos ou pessoas que estejam carregados negativamente ou
com uma aura de sofrimento e tristeza. Ainda energeticamente a mandala pode levar a pessoa
a contatos com dimensões superiores e ao encontro de um caminho espiritual. Por isso a
mandala foi e ainda é muito utilizada, na meditação, para o desenvolvimento e ampliação da
consciência.
A meditação com mandalas permite que você consiga desacelerar a mente; a
visualização tem a propriedade de sintonizar você com a sua essência, fazendo um convite a
introspecção, propiciando um distanciamento dos problemas imediatos induzindo ao exercício
da contemplação, o que leva a uma inegável e considerável limpeza da tensão acumulada.
Ainda permite, com a prática, que você pare o fluxo contínuo de pensamentos
permitindo que sua mente descanse, se recupere e se organize. Meditar olhando para uma
mandala pode reprogramar processos mentais, trazendo equilíbrio e solução para os
problemas sobre os quais nem conseguimos ter consciência. A contemplação ajuda a canalizar
determinadas energias a fim de harmonizar nosso estado físico, emocional e vibracional. A
compreensão e os insights que ocorrem durante a visualização, poderão se manifestar em
algum momento oportuno de sua vida.
Para algumas pessoas o processo de sentar quieto por um certo período contemplando
uma mandala pode ser difícil, uma briga grande com a mente racional, e para essas pessoas a
meditação com mandalas também é possível, só que de uma outra maneira. A meditação
ativa, na qual a pessoa está no processo de desenhar imagens em uma folha ou colorir um
desenho já feito, também propicia os efeitos de calma e tranqüilidade da meditação
tradicional. Ao meditar com uma mandala, a pessoa pode ser levada a encontrar o seu
equilíbrio e, mais importante, manter o foco no centro sempre, manter-se centrada.
A construção de mandalas propicia um melhor autoconhecimento, visto que “quando
criamos uma mandala, geramos um símbolo pessoal que revela quem somos num dado
momento” (J.Kellog). Colorir mandalas é também uma prática com efeitos tranqüilizadores e
com alto poder meditativo, utilizada por uma variedade de povos e instituições para curar a
mente e o corpo, uma forma de meditação hoje encontrada em escolas, enfermarias de
hospitais e em serviços de saúde mental.
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6 – Atividade proposta: Vivência com Mandalas
Construindo Mandalas:
O material para construir mandalas pode ser o mais variado possível, quanto mais
espontânea a escolha do mesmo, melhor. O ideal é que você escolha o material que provoque
uma inspiração e motivação positivas para a realização de mandalas. Se você preferir seguir
as orientações de J. Kellog, o material necessário é: folhas de papel sem margem e sem pauta
de tamanho A3; giz pastel óleo, com no mínimo 25 cores; 1 prato; lápis tipo grafite.
Escolha um lugar calmo, tranqüilo, com luminosidade adequada, onde você se sinta
confortável para a construção de mandadas; e garanta que você não seja interrompido durante
a construção das mesmas. Numa folha de papel (A3) você deve fazer um círculo com o prato,
no centro do papel, usando o lápis tipo grafite, de modo que o círculo seja sutil, (não deve
acalcar muito o lápis para o desenho do círculo).
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Escolha uma cor de giz pastel óleo, que você mais goste agora, e inicie um desenho
(que pode ser abstrato ou concreto) do centro deste círculo para a periferia. Você pode
ultrapassar os limites do círculo, invadindo o restante do papel. Não faz diferença alguma
desenhar somente dentro do círculo ou sair do mesmo, ou só fora do mesmo.
Guarde o giz na caixa, olhe para o desenho que está se formando, investigue com você
qual é a sensação que esse desenho te transmite nesse momento escolha uma cor de giz pastel
óleo em sua caixa que represente essa sensação que você está sentindo e dê continuidade ao
desenho que está se formando. Guarde o giz na caixa, olhe para desenho e investigue qual a
sensação que o mesmo está transmitindo para você; escolha uma cor que represente essa
sensação, pode ser uma cor que você já usou ou outra cor qualquer e dê continuidade ao seu
desenho.
Quando terminar olhe para o seu desenho, e virando a folha em todas as posições,
fazendo com que a parte do desenho que fez para cima, fique para baixo, para o lado, etc. e
escolha qual a posição do desenho que mais chama a sua atenção no momento.
Ao se decidir pela posição do desenho, no outro verso da folha, faça uma flecha com a
cabeça da mesma para cima, indicando a posição que o desenho (mandala) deve ser lido,
indicando a posição que tem significado para você. Coloque também neste verso, junto com a
flecha, seu nome ou iniciais do mesmo, data e hora do término da construção de sua mandala,
além de escolher um tema para sua mandala.
Ao terminar, verifique se esta mandala que você produziu transmite uma sensação de
estar completa ou incompleta. Se a sensação for de estar completa, pode guardar seu material
e viver a vida. Se a sensação for de estar incompleta, pegue outra folha de mandala (A3) e
inicie uma nova mandala, repetindo todo o procedimento para construir mandala (J. Kellog)
até terminar a mandala, e a sensação transmitida pela mesma, for de estar completa.
Lembre-se, você pode seguir essas orientações para construir mandalas, ou usar de outras
técnicas. O importante é que você desfrute do ato de construir mandalas.
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Considerações finais:
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Bibliografia
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Anexos
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A divindade Kalachakra reside no centro da mandala. Seu palácio divino é constituído
pelas nossas próprias mandalas pessoais: corpo, fala, mente, sabedoria e grande êxtase. O
palácio é dividido em quatro quadrantes, cada um deles com muros, portões e centros. As
cores são representações específicas dos elementos: preto ou azul, no oeste (abaixo),
representa o ar; vermelho, no sul (esquerda), representa o fogo; amarelo ou laranja, no oeste
(acima), representa a terra; e branco, no norte (direita), representa a água.
O palácio quadrado das 722 divindades fica sobre o círculo da terra; os outros círculos,
representando a água, o fogo, o ar, o espaço e a consciência, se estendem para fora dos muros
do palácio. Os círculos externos representam o cosmos, e dez divindades iradas residem em
um desses círculos, servindo como protetores.
A mandala de Kalachakra é dedicada à paz e ao equilíbrio interior e exterior. Ao
observá-la, pode-se sentir a paz em muitos níveis. Segundo o Dalai Lama, as divindades da
mandala criam uma atmosfera favorável, reduzindo a tensão e a violência. "É um modo de
plantar um semente, e esta semente terá seu efeito kármico. Não é necessário estar presente à
cerimônia de Kalachakra para receber seus benefícios."
O interessante é que após construírem a mandala de areia, os monges a destróem, para
simbolizar a impermanencia...
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