Anda di halaman 1dari 4

Uma análise crítica da teoria da atuação senatorial como função de

publicidade das decisões do Supremo Tribunal Federal no controle


concreto/difuso de constitucionalidade.

Em que pese a literalidade do texto constitucional ao afirmar no art. 52, X que


compete ao Senado Federal “suspender a execução, no todo ou em parte, de
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal”, a evolução do controle de constitucionalidade na jurisprudência pátria
indica que tal instituto tende a cair em desuso.

Isso se explica, num primeiro ponto de vista, por razões históricas, uma vez
que quando foi adotado – mais precisamente na Constituição de 1934 –
predominava entre nós o controle difuso de constitucionalidade, em moldes
semelhantes ao sistema norte-americano, mas com uma pequena diferença: no
sistema norte-americano o stare decisis1 empresta efeitos vinculantes às
decisões das Cortes Superiores, enquanto que no sistema pátrio não havia
nenhum mecanismo que atribuísse tal efeito. Daí, porque inseriu-se naquela

1
A doutrina do stare decisis tem sua origem no direito inglês, decorrente da expressão latina
stare decisis et non quieta movere, sendo utilizado ou aplicado na esfera civil. No âmbito
constitucional, essa expressão tem um significado mais abrange, senão vejamos:
No âmbito do estudo do direito constitucional, os EUA são o nosso grande exemplo, para o
qual essa expressão assume o significado de um comando mediante o qual as Cortes devem
dar o devido peso e valor ao precedente, de forma que uma questão de direito já estabelecida
deveria ser seguida sem reconsideração, desde que a decisão anterior fosse impositiva.
Há uma íntima correspondência entre o stare decisis e o Estado Democrático de Direito, já que
ela assegura que o direito não se altere de forma errática, constante e permite que a sociedade
presuma que os princípios fundamentais estão fundados no direito, ao invés das inclinações ou
voluntariedades pessoais, dos indivíduos.
Desta forma, temos a construção do stare decisis horizontal e o vertical. A idéia de que os
Tribunais e outros órgãos do Poder Judiciário devem respeitar os seus próprios precedentes,
internamente, é chamado de stare decisis horizontal ou em sentido horizontal, sendo
vinculante, portanto, para o próprio órgão, que não pode mais rediscutir a matéria, o que
também é denominado de binding efectt (efeito vinculante), mas interno.
Já o stare decisis vertical significa que as decisões vinculam externamente, também a todos,
sendo obrigatória para os demais órgãos do Poder Judiciário, inclusive a Administração Pública
Direta e Indireta e demais Poderes.
Esse efeito é expressamente previsto em nossa Constituição Federal (art. 102, III, §2°, CF),
que determina que as decisões em sede de controle abstrato de constitucionalidade vinculam
"os demais órgãos do Poder Judiciário...".
Portanto o stare decisis é a obrigatoriedade de cumprimento das decisões proferidas em sede
de controle de constitucionalidade abstrato, já que possuem efeito vinculante (binding effect),
tanto em relação ao próprio órgão prolator da sentença (efeito horizontal) quanto aos demais
órgãos do Poder Judiciário e Administração Pública (efeito vertical).
Carta Constitucional a suspensão da execução pelo Senado como mecanismo
destinado a outorgar generalidade à declaração de inconstitucionalidade.

Tal mecanismo foi preservado na Constituição de 1988, porém é inegável que


a partir desta houve uma ampliação do controle abstrato de normas – através
do aumento do número de legitimados a propositura da ação direta de
inconstitucionalidade – e, conseqüentemente, uma redução do controle
incidental, fazendo com que instituto da suspensão da lei pelo Senado
perdesse parte do seu significado. Nos moldes atuais, as grandes questões
constitucionais são solvidas, na sua maioria, mediante o controle concentrado
de constitucionalidade.

Ademais, hoje é possível enumerar uma série de decisões em que tal


mecanismo se mostra inadequado para assegurar eficácia geral ou efeito
vinculante, como por exemplo: decisões do STF que não declaram a
inconstitucionalidade de uma lei, limitando-se a fixar a orientação
constitucionalmente adequada ou correta; decisões em que o STF adota uma
interpretação conforme à Constituição, restringindo o significado de uma dada
expressão literal ou colmatando uma lacuna contida no regramento ordinário;
na declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto; quando o
tribunal se limita a rejeitar a argüição de inconstitucionalidade; a declaração de
não-recepção da lei pré-constitucional; as decisões nas quais a Corte ao prover
ou não um dado recurso, fixa uma interpretação da Constituição. Dessa forma,
é possível dizer que a suspensão de execução pelo Senado está restrita aos
casos de declaração de inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo.

Merece destaque ainda o fato de que a legislação infraconstitucional (p.ex., art.


38 da Lei 8038/90; art. 557, § 1º-A do CPC) passou a admitir a negativa de
seguimento de recurso extraordinário, bem como o provimento do aludido
recurso nos casos de manifesto confronto com a jurisprudência do STF,
mediante decisão unipessoal do relator, o que demonstra ter o legislador
entendido possível estender de forma geral os efeitos da decisão adotada pelo
Tribunal. E, ainda, a adoção da súmula vinculante é outro instituto que tende a
enfraquecer ainda mais o instituto da suspensão de execução pelo Senado.
Por fim, a adoção da técnica da declaração de inconstitucionalidade com
limitação de efeitos parece sinalizar que o Tribunal entende estar desvinculado
de qualquer ato do Senado Federal, cabendo tão somente a ele – Tribunal –
definir os efeitos da decisão.

De todo o exposto, parece evidente que não é mais a decisão do Senado que
confere eficácia geral ao julgamento do Supremo, pois a própria decisão da
Corte contém essa força normativa. A suspensão da execução da lei pelo
Senado tem o simples efeito de publicidade. Daí porque se afirmar que esse
conjunto de decisões judiciais e legislativas revela, em verdade, uma nova
compreensão do texto constitucional no âmbito da Constituição de 1988, numa
autêntica mutação constitucional, em razão da completa reformulação do
sistema jurídico e, por conseguinte, da nova compreensão que se conferiu à
regra do art. 52, X, da CF de 1988.
Referências bibliográficas

MEIRELLES, Hely Lopes. WALD, Arnoldo. MENDES, Gilmar Ferreira.


Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 32. ed. rev. e atual. São
Paulo: Malheiros Editores, 2009.

MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inocêncio Mártires. BRANCO, Paulo


Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 4. ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2009.

WADY, Ariane Fucci. Qual o significado do “stare decisis”? Disponível em:


<http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20080620130914881>.
Acesso em: 19 mar. 2011.

Anda mungkin juga menyukai