RESUMO
Sustentabilidade é um assunto que está cada vez mais em foco em todo o mundo. A
construção civil tem papel fundamental neste cenário e as iniciativas municipais podem ser
um diferencial neste sentido. O objetivo deste trabalho é identificar quais sãs as principais
barreiras existentes para a aplicabilidade de estratégias sustentáveis em projetos
residenciais no município de Esteio. A partir dos conceitos de sustentabilidade,
aproveitamento de água e uso da vegetação para drenagem natural foi elaborada uma
entrevista que embasou o estudo de caso realizado. Com as análises das entrevistas, foi
possível identificar que a inexistência de lei que normatize aplicações de estratégias
sustentáveis, a falta de profissionais com conhecimento em sustentabilidade, a falta de
incentivo público, a falta de conhecimento da população e a falta de conhecimento dos
profissionais públicos são as principais barreiras à aplicação de estratégias sustentáveis no
município estudado.
ABSTRACT
Aa...
Keywords: Aa.
1. INTRODUÇÃO
Com todas estas mudanças nos últimos tempos os arquitetos devem considerar
novos conceitos e condicionantes para os projetos desenvolvidos, que independem
de estilo e movimento arquitetônico tendo um principal objetivo que é a integração
entre homem, construção e natureza.
Neste contexto este artigo tem como objetivo identificar quais sãs as principais
barreiras existentes para a aplicabilidade de estratégias sustentáveis em projetos
residenciais no município de Esteio.
O estudo se justifica pelo fato do município em estudo não apresentar nenhuma lei
que regulamenta qualquer tipo de estratégia sustentável, fornecendo assim aos
profissionais da área informações básicas referentes para avaliações futuras e
servindo também como material de apoio para a elaboração de leis que poderão
complementar como o plano diretor e o código de obras municipal.
2. SUSTENTABILIDADE
Nos últimos anos, diversas pesquisas e projetos têm sido implementados para
diminuir a distância conceitual e práticas mais sustentáveis. A preservação humana
depende da preservação da natureza, tudo aquilo que se aplica aos humanos deve
ser considerado como outras milhares de espécies que compartilhamos este planeta
(MENEGAT ett alli., 2004).
Ainda Sattler (2007) diz que para ser sustentável qualquer empreendimento humano
deve ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e
culturalmente aceito.
Sabe-se que a terra é um planeta que 2/3 de sua superfície é coberta por água, mas
menos de 0,06% é de água potável apropriada para consumo. No Brasil existe cerca
de 170 milhões de habitantes e 12 % de água potável e na região Sul existe
aproximadamente um pouco mais de 25.107.610 habitantes para 6,5 % de água
doce. (TOMAZ, 2001).
Pode-se dizer, portanto que o aumento da demanda de água ocorreu por dois
motivos: o primeiro ligado ao aumento da população, e o segundo por conseqüência,
a necessidade de água per capita que aumentou à medida que novos hábitos foram
incrementados á vida destas. (CAMPOS, 2004).
Ainda (Campos, 2004) o aproveitamento de águas pluviais surge com uma fonte
bastante interessante, principalmente, quando se trata do uso desse tipo de água
em atividades domésticas eu não necessitam de água potável, como, por exemplo:
descargas de bacias sanitárias, irrigação de jardim, lavagem de carros e calçadas,
etc. Desta maneira a água poderá ser suficiente para suprir as necessidades dos
usuários, além de reduzir o consumo de água potável o aproveitamento destas
águas também traz como vantagens a retirada desse volume do sistema de
drenagem urbana, colaborando, portanto com a prevenção de enchentes.
Não se pode afirmar que existam ações mais sustentáveis que outras, tudo
dependerá do cenário onde as mesmas serão utilizadas e das problemáticas a
serem resolvidas. Neste artigo, as duas estratégias sustentáveis que estão sendo
propostas devido às características do município são a reutilização das águas
pluviais para fins não potáveis em residências do município de Esteio e em conjunto
a contribuição da vegetação para a conversação da água potável através do
sistema de drenagem natural.
Segundo Fewkes e Butler (1999) apud Mano (2004) afirma que a coleta,
armazenagem e utilização da água da chuva proveniente dos telhados é uma forma
simples de redução das demandas municipais, para suprimento de água e
tratamento de esgotos.
Figura 1 – Proporções de água potável no mundo.
Fonte: MANO, 2004
Segundo Siqueira apud Campos (2004) existe uma residência na cidade de Ribeirão
Preto, onde a água pluvial é usada para fins não potáveis, esta edificação apresenta
um volume total de armazenagem de 14,70m³, sendo deste volume total, 10m³ da
cisterna, 3,45m³ para contenção no momento de chuvas intensas, podendo se tornar
água para consumo em momento de estiagem, 1m³ do reservatório superior e
0,25m³ em um reservatório exclusivo para as descargas dos sanitários.
3. METODOLOGIA
Segundo Silva e Menezes (2001) “pesquisar significa, de forma bem simples, buscar
respostas para indagações propostas”. A pesquisa pode ser classificada segundo
sua natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos.
A pesquisa tem como procedimento técnico o estudo de caso, que segundo Silva e
Menezes (2001) é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de
poucos objetos de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
Para Yin (2005) o estudo de caso é a estratégia escolhida ao se analisarem
acontecimentos contemporâneos.
Este capítulo tem por objetivo apresentar os dados obtidos no estudo de caso,
caracterizando os entrevistados e relatando a coleta de dados, como as entrevistas
realizadas e as observações assistemáticas realizadas.
A fim de evidenciar as características dos envolvidos com este estudo foi elaborado
o Quadro 1 que apresenta o perfil dos entrevistados.
Para os contribuintes ainda não se definiu como fazer com que a sustentabilidade
seja incorporada no programa de necessidade para a elaboração de projetos, mas
se sabe que não é possível legalmente elaborar leis que estabeleçam descontos no
IPTU, devido a uma lei federal que afirma que o prefeito não pode deixar de receber
recursos financeiros dos contribuintes para qualquer tipo de benefício do município.
O entrevistado 3 relata que “existe uma lei federal que diz que o prefeito não pode
deixar que receber recursos financeiros para benefício do município, independente
do objetivo e ou maneira que este processo será elaborado”.
Percebe-se que mesmo que os relatos dos entrevistados tenham sido em pró das
aplicações de estratégias sustentáveis, falta conhecimento técnico aos profissionais
da prefeitura municipal.
Fica evidente que falta conhecimento e visão do todo por parte destes profissionais,
onde só é visto a questão econômica, contradizendo o conceito de Sattler (2007),
que afirma que para ser sustentável qualquer empreendimento humano deve ser
ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente
aceito.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta pesquisa foi identificar quais sãs as principais barreiras existentes
para a aplicabilidade de estratégias sustentáveis em projetos residenciais no
município de Esteio. As barreiras identificadas foram a inexistência de lei que
normatize aplicações de estratégias sustentáveis, a falta de profissionais com
conhecimento em sustentabilidade, a falta de incentivo público, a falta de
conhecimento da população e a falta de conhecimento dos profissionais públicos.
Conclui-se com esta pesquisa que o município de Esteio tem muito que evoluir no
sentido de ações sustentáveis, pois tanto os profissionais públicos, quanto os
profissionais da área e a população do município desconhecem o que realmente é
sustentabilidade.
Para trabalhos futuros, sugere-se que, a partir destas barreiras identificadas, sejam
propostas estratégias que contribuam para aumentar e tornar mais usual a
sustentabilidade na construção civil no município de Esteio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
LENGEN, Johan Van, Manual do arquiteto descalço. São Paulo: Empório do Livro,
2008.
MANO, Rafael Simões, A captação residencial de água da chuva para fins não
potáveis em Porto Alegre: aspectos básicos da viabilidade e benefícios do
sistema. Dissertação apresentada no Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil da UFRGS. Porto alegre, 2004.
MASCARÓ, Lucia; MASCARÓ, Juan. Vegetação Urbana. Porto Alegre: Mais Quatro
Editora, 2005.
Roteiro de entrevistas
4- Qual estratégia sustentável você aplicaria para a água em algum projeto seu,
seja para algum cliente direto ou aqui no município?
5- Qual estratégia sustentável você aplicaria para a água em algum projeto seu,
seja para algum cliente direto ou aqui no município?