Compreensão e produção
de textos em Língua Materna e Língua Estrangeira. Curitiba: IBPEX, 2008.
P 19 - CAPÍTULO 01 – COMPREENSÃO DE TEXTOS EM LÍNGUA MATERNA
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A Linguagem Escrita
- Representa a evolução da espécie humana em termos cognitivos.
- a.C. = escrita cuneiforme (símbolos registrados com cunha em placas de argila)
- Gregos = introdução de alfabeta, através da intervenção da escrita fenícia, distinguindo
consoantes e vogais.
- Árabes = escrita foi importante para a disseminação do alcorão.
- Chineses = ausência de alfabeto. Utilização de ideogramas. Sua estrutura não mudou ao
longo do tempo, apenas se aperfeiçoou, ficando cada vez mais complexo.
- Popularização da escrita = prensa tipográfica, que permitiu a produção de uma série de
textos, jornais e livros. Antes, apenas a elite tinha acesso a produção escrita.
Aquisição da Escrita
- Professor deve dimensionar a posição da criança diante do adulto uma vez que este detém
o poder no que se refere à apreensão do mundo e da linguagem.
- Visão tradicionalista = criança aprende a ler e a escrever na escola através da ação integral
do professor.
- Emília Ferreiro (Psicogêneses da Língua Escrita) = a criança elabora hipóteses a partir das
quais ela reconstrói a língua escrita, superando os conflitos gerados durante suas tentativas
de relacionar letras e fonemas. Assim a criança não necessita de um alfabetizador, uma vez
que é ela própria que se alfabetiza, mas necessita de um ambiente letrado que permita as
construções.
• Alfabetização e Letramento = letramento diz respeito à dimensão sócio-histórica da
alfabetização, ao passo que esta se concentra nos aspectos formais da aquisição da
escrita. Dessa forma, é possível um analfabeto ser letrado uma vez que é capaz de se
comunicar de diferentes maneiras em diferentes contextos.
• O Ato de Escrever = construção de um discurso. O ato de escrever deve ser visto
como um fazer marcado pela subjetividade, dotado de ideologia, intencionalidade
que definem o destinador e o destinatário do texto. Essencialmente argumentativo.
O Texto
- Produção textual humana que envolve um sistema de signos.
- Qualquer passagem, falada ou escrita, capaz de formar um todo significativo.
- De caráter semiótico = infinitas possibilidades de desdobramentos de um signo, de modo
que até mesmo a disposição das palavras na folha pode se tornar um signo passível de
significação.
• Componentes visuais do texto = imagens, tipo e tamanho de letras.
• Os diversos tipos de texto = a percepção de tipos e gêneros textuais surge como uma
forma de dinamizar a prática do ensino de LM, contextualizando-a as diferenças
sociais e culturais. Os diferentes tipos de textos são vistos como uma espécie de
sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição.
• Gêneros textuais = é o estudo dos gêneros que permitirá um maior número de
possibilidades comunicativas. É preciso que o aluno reconheça as diferenças
sintáticas, o nível de linguagem, a necessidade de maior ou menor objetividade e até
a maneira como o texto é visualmente produto e organizado. Para isso, devemos
partir do texto menos formal, para o mais formal.
• Texto e contexto = o entendimento do texto como instância comunicativa exige o
entendimento de contexto (domínio discursivo = grandes esferas da atividade
humana em que os textos circulam). Há gêneros criados a partir de contextos
específicos. O contexto se refere a uma área do conhecimento em que um
determinado gênero foi produzido.
• Intertextualidade = fenômeno constitutivo da produção do sentido e pode-se dar
entre textos expressos por diferentes linguagens. Utilização de referências,
paráfrases.
• Hipertexto = constituído de ligações. Está em constante transformação, refere-se à
correlação de múltiplos sistemas, multiplicidade de encaixe das escalas, depende da
ação exterior para se transformar, ampliar ou reduzir, proximidade de significações,
móveis e variados. Sustenta a capacidade dialógica da linguagem, além de
possibilitar a ampliação semiótica da comunicação via os recursos tecnológicos
ofertados pelos programas de computação.
• As diferentes formas de ler = para cada sentido há uma forma de leitura que
corresponde à forma de apreensão do mundo. A leitura de um texto é sempre
mediada de outras leituras que ocorrem simultaneamente ou ainda numa seqüência
de referências semióticas. É preciso ler criticamente e ludicamente os textos,
assumindo uma postura de sujeito dessa ação.
• Apreensão do texto = apreender um texto significa se apropriar dele, atribuindo
significações. É através da leitura que se escreve um texto. A ação do leitor de
inserir o texto em um contexto significativo distancia a produção da autoria,
reforçando a importância do momento de apreensão do texto diante do momento de
sua criação. Ação marcada pela subjetividade, gerando possibilidades de
desenvolvimento de diferentes leituras de um mesmo texto.
• Estratégias de leitura = compreensão e interpretação como ações que se articulam e
trabalham pela leitura e apreensão do texto. O leitor identifica que ação deve ser
acionada e em que ordem. O texto fornece pistas que são colhidas pelo leitor e
decodificadas conforme os elementos e subprocessos concernentes a cada estratégia.
Seleção do texto / Antecipação das expectativas / Inferência de hipóteses / Auto-
regulação onde conferimos a leitura em questão corrobora as hipóteses formuladas /
Auto-correção.
P 59 CAPÍTULO 02 – A LEITURA E A ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR
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O Ensino Tradicional de Língua Portuguesa
- Prática voltada ao ensino da gramática pela gramática. Responsável pela alfabetização por
metodologias descontextualizadas (silabação) e dissociadas do letramento, listas de
conjugação de verbos, decoreba de flexões de gênero e números irregulares, das regras de
acentuação e ortografia e listas de orações.
- Comum a compartimentalização de literatura, gramática e redação, que são ensinadas em
aulas distintas ou com professores diferentes.
- Leitura = falta de conscientização da diferença de perspectiva proporcionada pelo trabalho
com gêneros textuais.
- Escrita = sequência descrição – narração – argumentação
O Que é Ler?
- Ler é a capacidade de atribuir significado. Leitor deve ser capaz de relacionar as partes
com o todo, percebendo uma sequência lógica no seu desenvolvimento, capaz de distinguir
idéias e de comentar sobre o que leu.
- Requer concentração e esforço que deverão ser proporcionais ao grau de complexidade
que o texto representa para o leitor.
• Conhecimento compartilhado entre produtores e leitores = leitor deve compartilhar
algum conhecimento com o autor, no mínimo o mesmo código lingüístico.
Professores devem selecionar textos que não estejam muito acima do nível
lingüístico do aluno para não transformar a atividade de leitura em uma atividade de
decifração. Leitor e autor também devem compartilhar algum conhecimento de
mundo.
• Diferentes textos, diferentes objetivos, diferentes maneiras de ler = o motivo que
nos leva a ler determinado texto também determina como nós faremos a sua leitura.
Leitura rápida das manchetes de jornal (skimming), leitura de relação de filmes
disponíveis no cinema (scanning). Ao tratarmos de leitura em língua estrangeira,
precisamos refletir sobre a importância do texto a ser lido, a necessidade de discutir
o motivo e as vantagens de compartilhar diferentes estratégias de leitura.
Antes da Leitura
- Visa o preparo dos alunos para a leitura do texto.
• Conhecimento Prévio = alunos utilizam o conhecimento prévio para elaborar suas
hipóteses sobre o conteúdo. Professor deve propor uma discussão sobre as
características do texto.
• Dicas Tipográficas = imagens, tamanhos de letras, cores, palavras digitadas em
negrito, números e o próprio formato do texto. Essas dicas organizam as
informações do texto de uma forma mais atraente, ressaltando o que há de mais
importante.
• Palavras Cognatas = identificação de palavras cognatas pode contribuir para baixar
o filtro afetivo dos alunos.
Durante a Leitura
- Objetivo de guiar os alunos em diferentes níveis de compreensão do texto.
• Skimming e Scanning = skimming é a leitura rápida em busca de informações gerais
sobre o texto. Scanning envolve a leitura de um texto com o objetivo de encontrar
informações específicas.
• Quebra-cabeça (Jigsaw reading) = alunos organizam o texto ou parte do mesmo
levando em consideração pistas textuais. Embaralhar as frases de um parágrafo e
pedir que os alunos organizem sentenças na ordem correta. Retirar a primeira frase
de cada parágrafo e fornecê-las separadamente para que os alunos decidam a qual
parágrafo cada uma delas pertence.
• Prevendo a continuação do texto = elaborar atividades com o objetivo de despertar
os leitores para a importante habilidade de elaborar hipóteses sobre o desenrolar do
texto.
• Associando figuras e texto = pedir aos alunos que associem figuras a trechos do
texto.
Após a leitura
- Objetivo de verificar a compreensão do texto lido, obter uma idéia global do texto,
aprofundar o conhecimento vocabular, integrar habilidades de usar o conhecimento
adquirido com a leitura para desenvolver uma atividade de produção escrita ou produção
oral.
• Perguntas de compreensão = muitas vezes as perguntas são formuladas de tal
maneira que os alunos são capazes de encontrar as respostas no texto, sem
compreendê-lo. Isso ocorre pois o vocabulário utilizado nas perguntas constitui um
eco do texto e porque a estrutura gramatical da pergunta é muito semelhante à
estrutura gramatical da resposta encontrada no texto.
Resumos
- Solicitar que os alunos sublinhem no texto as idéias principais, por parágrafo.
- Solicitar que os alunos circulem as palavras chave.
- Solicitar que os alunos observem a utilização de conjunções
- Professor também pode produzir um resumo com informações incorretas e pedir aos
alunos que façam as devidas correções.
Respondendo ao Texto
- Alunos devem ter capacidade de emitir uma opinião sobre o que leu ou tomar uma atitude
em relação ao conteúdo lido.
Foco no Vocabulário
- Quanto mais palavras os alunos reconhecem ao ler um texto, mais rapidamente eles lêem
esse texto, além de ter mais chance de extrair significado do mesmo.
- Priorizar palavras ricas em conteúdo (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios).
- Priorizar palavras que ocorram com maior freqüência em textos e apresentá-las
formalmente de uma maneira que seja relevante para o aluno.
P 129 CAPÍTULO 04 – PRODUÇÃO DE TEXTOS EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
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A Presença da Prática da Escrita em Nosso Cotidiano
- Professor de língua estrangeira deve ter conhecimento sobre: o que diferencia textos
escritos dos textos orais, o porquê de ensinar seus alunos a escrevem em LE, como preparar
seus alunos para escrever, como tratar a produção de textos em suas aulas e como avaliar o
que eles escrevem.
- Desenvolvimento da escrita não se dá de forma natural, mas deve ser mediado pelo
professor.
Por que Escrever em Língua Estrangeira?
- Comunicação à distância (carta, e-mail, Chat)
- Praticar
- Para estarem aptos a estudar em outros países
- Trabalhar em empresas estrangeiras
- Praticar a escrita imaginativa
- Experiência de registrar pensamentos pessoais