autor RESUMO
Jacqueline Campos Vieira
jacqueline@pasprojetos.com.br Este artigo discute á intervenção do governo na economia, como um
mecanismo de regulação das imperfeições do mercado realizando ajustes
econômicos de modo a direcionar os caminhos da economia. O governo
orientador utilizando de suas funções econômicas direciona políticas setoriais de
Luciano Rocha Passos desenvolvimento abrangendo regiões necessitadas de investimento e
luciano.passos@unianhanguera.edu.br criando meios para atrair novos empreendimentos oferecendo benefícios
através de programas de incentivos. Dentro deste contexto surge o
PRODEIC um programa de incentivos fiscais de Mato Grosso, que visa
promover a sustentabilidade dos negócios e desenvolvimento do estado,
assegurando a competitividade das empresas.
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo foi dividido em três capítulos, o primeiro discorre sobre como o
governo pode intervir através de suas políticas fiscais para corrigir as imperfeições do mercado.
O segundo descreve o PRODEIC e como as empresas interessadas devem proceder para
usufruir o beneficio. O terceiro é discutido a importância do referido programa para aumentar a
competitividade das empresas matogrossenses.
Dessa forma, são três as correntes ideológicas que abordam este assunto: ortodoxa,
desenvolvimentista e evolucionista, e estes apresentam suas posições sobre a questão:
A perspectiva ortodoxa coloca em questão as fronteiras de atuação do Estado e do
mercado na promoção das atividades econômicas. A ótica desenvolvimentista prioriza o
poder econômico e produtivo das nações no contexto internacional. Na perspectiva
evolucionista o foco está na competência dos agentes econômicos em promoverem
inovações que transformem o sistema produtivo. (FERRAZ, DE PAULA, KUPFER, 2002,
p. 545).
Em síntese, desde as primeiras escolas econômicas se debatia está relação, sendo que os
mercantilistas mostravam-se a favor desta intervenção considerando que, o livre jogo de forças
do mercado não se auto-regulava e que em algum momento necessitariam ser guiados. De
outro lado o liberalismo de Adam Smith, culminava a “mão invisível” que explicaria a auto
regulação.
No fim dos anos 20 e meados da década de 30, Keynes aborda este tópico, sendo que o
governo passou de mero coordenador das atividades nacionais gerais, a uma situação de
capitalista. Através de medidas próprias o Estado realizava os ajustes econômicos, tomadas de
decisões de investimento, e de poupança, de modo a direcionar os caminhos da economia,
intervindo em sua estrutura.
Ainda assim, pela ótica das falhas de mercado, a auto regulação provoca o
aparecimento de resultados econômicos não eficientes ou indesejáveis que não consegue
atender a toda sociedade e para tanto necessita da intervenção a fim de abranger um número
maior de usuários.
a) Oferta de Serviços Coletivos: É gerada pela insuficiente provisão do consumo dos bens
públicos, onde toda sociedade é beneficiada pela oferta destes, mas não é possível ser
preciso no rateio do custo pelo fornecimento do referido produto ou serviço, onde todos
a) Função Alocativa: Está ligada a distribuição de bens e serviços ao qual o mercado não
consegue fornecer, denominados bens públicos que tem como característica principal a
não delimitação de usuários, ou seja, não os excluindo de seu consumo, logo, caso isso
não ocorra à presença do estado é necessária;
b) Função Distributiva: Para que haja justa distribuição de renda, o governo neste caso
Dessa forma, Mato Grosso sempre foi reconhecido pelo agronegócio e o setor industrial
durante muito tempo não apresentava relevância econômica. Com a implantação do Programa
de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Estado de Mato Grosso, este cenário começou a
mudar, pois, as vantagens tributárias deste incentivo visam promover a entrada de novos
investimentos industriais e contribuir para a melhoria da competitividade, por meio da
diminuição do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), inclusive àqueles
relativos à entrada de insumos da produção e da aquisição de bens do ativo imobilizado.
O PRODEIC foi criado em 2003 e tem como objetivo contribuir para a expansão,
modernização e diversificação das atividades econômicas, estimulando a realização de
investimentos, a inovação tecnológica das estruturas produtivas e o aumento da
competitividade estadual, com ênfase na geração de emprego e renda e na redução de
desigualdades sociais e regionais, por meio da redução do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS). (SECOM, 2006, p.1)
entre 2003 e 2008, que passou de R$ 27,889 bilhões para R$ 44 bilhões" (MT E SEUS
MUNICÍPIOS, 2010, p.1).
Como citado Mato Grosso, por meio deste beneficio promove o crescimento do setor
industrial, fazendo com que muitas empresas busquem se enquadrar e para tal devem atender
algumas condições, dentre elas:
Nota-se por outro lado, que ao conceituar a competitividade é possível verificar que
não adianta as empresas adotarem as mesmas atitudes que as concorrentes frente às
transformações do seu setor somente em busca da satisfação dos clientes é necessário ter
posição exclusiva e valiosa de diferenciação como estratégia e a partir de um planejamento
abranger o tipo de público-alvo a ser conquistado.
De acordo com Porter (1990), a vantagem competitiva surge do valor que a empresa
consegue criar para seus clientes e que este valor ultrapasse o custo de fabricação. Existem dois
tipos básicos de vantagem competitiva, a liderança de custo e a diferenciação. Já segundo
Hamel e Prahalad (1997), a competitividade não é apenas a nível de produto versus produtos
ou negócios versus negócios e sim entre empresas. Com esta visão, Ferraz (1997), coloca que a
competitividade entre as empresas depende da capacidade delas conseguirem se aproximar de
seus clientes e fornecedores, a fim de desenvolverem produtos e compartilharem informações e
tecnologias.
A vantagem competitiva pode ser obtida de diversas fontes, em geral estão relacionadas
às especificações dos produtos, ao processo de produção, às vendas, à gestão, às escalas
produtivas, aos tamanhos dos mercados, às relações com fornecedores e usuários, aos
condicionantes da política econômica, ao financiamento da empresa ou de sua clientela,
às disponibilidades de infra-estrutura, a aspectos de natureza legal, entre outras
(FERRAZ, 1997, p. 09).
Assim também por meio dos benefícios fiscais o governo assegura a competitividade
das empresas ao se instalarem no estado, exigindo das mesmas a reciprocidade, com produtos
de qualidade, busca de novas tecnologias modernizando as atividades produtivas, favorecendo
a geração de emprego e renda com qualificação profissional. Com os incentivos adquiridos as
empresas, por exemplo, poderão praticar preços mais atraentes ao mercado, até mesmo
concorrendo com produtos importados em muitos casos.
Outra questão importante que melhora a imagem da empresa perante mercado a ser
destacada na competitividade é o desafio do desenvolvimento sustentável ligada às políticas
ambientais do estado, este processo cria um circulo virtuoso, onde as empresas empregam
modelos de gestão ambiental que garantem seus padrões de excelência, e acabam por também
exigir o mesmo de seus fornecedores, a fim de construir uma cadeia produtiva segura e
ambientalmente correta que atenda a legislação local.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste sentido as empresas cada vez mais destinam seus investimentos para regiões que
oferecem benefícios, como os incentivos fiscais, para se instalarem e assim garantir condições
que aumentam a sua competitividade. O estado de Mato Grosso em busca de diversificação de
negócios criou em 2003 o PRODEIC, que são benefícios concedidos por meio de incentivos
fiscais, focando a atração de novos investimentos industriais. Este oferece às empresas
beneficiadas vantagens competitivas, pois, estimula as inovações tecnológicas modernizando as
atividades produtivas com ênfase na geração de emprego e renda com qualificação profissional
e agregando valor aos seus produtos.
desta forma mostra-se benéfica, tanto para a região favorecida, mas, sobretudo as empresas
favorecidas que melhoram seu desempenho com o apoio dos benefícios.
Assim, como se pode avaliar o Estado e iniciativa privada podem caminhar juntos na busca do
desenvolvimento econômico, como afirmado por Keynes.
REFERÊNCIAS
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