Guia de Investidores
www.comoinvestir.com.br
Publicação da ANBID
O Guia de Investidores Como Investir é mais um resultado do esforço da ANBID no sentido de ampliar
os instrumentos de educação e formação do investidor no Brasil. É um instrumento de propagação
de conhecimentos sobre os mecanismos que devem ser observados no investimento pessoal. Aqui
você encontrará, num formato agradável, as regras e noções básicas sobre como administrar seus
recursos e obter, por meio das aplicações financeiras, resultados compatíveis com suas necessidades.
ANBID
4. Fundos de investimento
Os fundos facilitam a sua vida 29
Cada objetivo, uma carteira 29
Qual o melhor fundo? 30
Leia sempre o prospecto do fundo 30
Por dentro de um fundo de investimento 31
1. Planejamento
financeiro
Onde está o dinheiro?
Seja honesto, você sabe aonde vai parar o seu salário todo mês?
Não? Então seja bem-vindo ao clube de milhares de brasileiros que se encontram na mesma situação.
Agora se prepare para uma grata surpresa: você tem mais dinheiro do que pensa. Duvida? Pode apostar que sim.
Anote todas as suas despesas. Não importa o quanto sua mão vai tremer conforme os valores forem surgindo.
Permaneça determinado. Essa é a chave que vai lhe abrir a porta para muitas oportunidades.
Pronto. Agora você já sabe para onde está indo seu dinheiro.
06 Guia de Investidores
Chame a família.
Juntos avaliem os gastos:
O que esse dinheiro gasto, muito ou
pouco, isso não importa, trouxe de
retorno imediato?
Compare as duas
respostas e veja a que
o deixa mais feliz.
Nos últimos 8 anos, o retorno de
uma aplicação conservadora foi,
no acumulado, 240%. O que
significa que qualquer quantia
que você tivesse aplicado
nesse período valeria, hoje, quase
três vezes mais.
Sem precisar abrir mão de muita coisa e sendo apenas mais racional no uso de seus recursos, reduza uma pequena
parcela de cada item de suas despesas. Essas pequenas economias somadas já servem para iniciar um programa
de investimento.
Guia de Investidores 07
Muito prazer, meu nome é orçamento
Algumas pessoas têm verdadeiro horror a orçamentos. Não tanto por negligência, mas
porque receiam ver o tamanho real de seu rombo financeiro. A pior parte você já fez:
enumerou suas despesas. Se sobreviveu até aqui, está pronto para cruzar mais uma fronteira.
Despesas regulares
Semanais Alimentação, transporte
08 Guia de Investidores
Conheça seu fluxo de caixa
Assim como as empresas, você também precisa conhecer
seu fluxo de caixa. Ele é uma avaliação do comportamento
do que entra e do que sai do seu bolso, ou seja, de suas
receitas e despesas. A diferença entre estes dois fluxos gera
um resultado, no final de mês, que pode:
Escolha o caminho
Há dois caminhos para você aumentar seu fluxo de caixa. O primeiro é aumentar sua renda. O segundo, que
é mais simples e depende basicamente de sua disciplina, é cortar despesas.
O declínio de seu fluxo de caixa é um péssimo sinal, porque vai acabar provocando uma deterioração do seu
patrimônio. Já se seu fluxo de caixa for positivo e ascendente, é possível estabelecer uma estratégia de
investimento para que você aumente seu patrimônio nos próximos anos.
Suas finanças estão em constante movimento. Por isso, acompanhar a evolução de seu fluxo de caixa é
essencial em qualquer plano de geração de riqueza.
R$ 444
R$ 120 durante 1 ano aparelho de TV =
R$ 1.500,00
R$ 520 durante 3 an
os
carro =
R$ 21 mil
* Todos os cálculos foram feitos considerando uma aplicação com um ganho real de 8% ao ano.
10 Guia de Investidores
Querida, estiquei o salário!!
Todos nós temos recursos finitos e
precisamos fazer escolhas para cada
centavo que temos: gastar ou investir.
Guia de Investidores 11
Aproveite seu dinheiro
Todos os dias somos bombardeados com
centenas de mensagens comerciais. Natural,
portanto, que sejamos motivados a comprar
por impulso. No entanto, seguindo os passos
anteriores, será fácil consumir com racionalidade.
12 Guia de Investidores
Enfim, sua aposentadoria! Aproveite,
mas esteja atento à elevação dos custos
com saúde e aumente a parcela de seus AOS
investimentos conservadores.
60
AOS
50 A aposentadoria
está se aproximando,
não descuide de
sua carteira de
AOS investimentos.
40
AOS Esta é uma fase em que
30 planejar é fundamental,
porque os gastos aumentam
muito, com escola dos filhos,
prestações, etc.
CIA
INFÂN ÊNCIA
ADOLE
SC AOS
Planejamento financeiro é como escovar os
dentes: quanto mais cedo se aprende, mais fácil
20 Você assume o
vira um hábito. Portanto, ensine a seu filho, comando de seus
desde cedo, os benefícios do planejamento. investimentos.
Guia de Investidores 13
2. Por que investir?
Porque aumentar seu patrimônio
Você investe quando quer comprar uma casa, quer dar
uma boa educação a seus filhos, trocar de carro, fazer
a viagem de seus sonhos e manter seu estilo de vida
mesmo depois de aposentado. Há ainda outro
motivo: alcançar sua independência financeira.
Não estamos falando em ficar milionário,
o que certamente exigiria um esforço
maior, mas sim ter o conforto de
saber que não ficará em apuros
se perder o emprego.
O sucesso de suas
aplicações vai ajudar
a aumentar seu
patrimônio líquido.
Guia de Investidores 15
O caminho das pedras
O primeiro passo para se tornar um bom investidor é
atingir o coração dos investimentos, entender o
que eles são realmente, saber como eles diferem
uns dos outros e como vão ajudá-lo a atingir
cada um dos seus objetivos.
16 Guia de Investidores
Quanto realmente você precisa investir?
Qualquer programa de investimento bem-sucedido está ancorado na identificação
de objetivos que podem ser postos em algum lugar na linha do tempo.
Você pode identificar um objetivo como razoável ponderando quanto tempo levará para alcançá-lo.
Uma aposentadoria numa casa de campo pode parecer inatingível se você está com 50 anos e ainda nem
começou seus investimentos. No entanto, pode ser perfeitamente viável se você estiver com seus 30 anos
e já se programar para atingir essa meta. É claro que é sempre melhor iniciar seu programa de investimento
o mais cedo possível. Mas lembre-se de que antes tarde do que nunca. O melhor momento para começar
seu programa de investimento é agora.
Já o quanto você deve guardar depende de seus objetivos de investimentos e do prazo que tem para alcançá-los.
Guia de Investidores 17
A melhor estratégia
Longo prazo
Eles é que devem servir de guia São os investimentos com prazos acima de cinco
para sua carteira de investimentos. anos, como a faculdade dos filhos, a compra da casa
própria ou a aposentadoria.
18 Guia de Investidores
Proteja-se da inflação
Sua primeira meta quando faz um investimento é deixar suas economias a salvo da inflação. Inflação é o
aumento generalizado e contínuo do nível de preços. Esse aumento de preços faz com que o dinheiro de
hoje tenha um poder de compra menor no futuro.
Este é o número de anos em que os preços terão dobrado de valor com esta inflação anual.
Guia de Investidores 19
Quanto rende minha aplicação?
O retorno ou a rentabilidade
do investimento é o lucro ou
a perda que você teve com
determinada aplicação.
Esta é a rentabilidade nominal de suas aplicações. Mas é fundamental saber se este retorno é suficiente para
pelo menos manter o poder de compra de suas economias, ou seja, estar seguro de que seu dinheiro está
protegido da inflação. Neste caso, você terá que conhecer o ganho real de seus investimentos. Para calcular
o rendimento real de suas aplicações, você precisa descontar, da rentabilidade nominal, a taxa de inflação
do mesmo período que durou o investimento. Veja a fórmula:
20 Guia de Investidores
3. Como investir
Faça suas escolhas
Basicamente, as três formas mais comuns de investir seu dinheiro são:
comprar um imóvel, aplicar em títulos de renda fixa, ou ações. Os fundos
de investimentos permitem que você faça aplicações
em quaisquer dessas alternativas com o
suporte de um gestor e de uma completa
estrutura de monitoramento de risco. Um
aspecto importante é definir qual a meta de
rentabilidade para a aplicação.
Custo de oportunidade
Para fazer boas escolhas você precisará conhecer seus respectivos custos de oportunidade, ou seja, comparar
as opções que tem. O que estou gastando agora dá um retorno maior no futuro?
Em outras palavras, a prestação do carro hoje pode ser a minha casa de campo em cinco anos? O custo de
oportunidade está relacionado à opção por uma alternativa, capaz de proporcionar maior benefício em detrimento
de outra de mesmo valor. Numa economia, podemos dizer que o custo de oportunidade é a taxa de juro básica.
Se a taxa é alta, muitos empresários preferem aplicar o dinheiro e esperar o pagamento dos juros (retorno da
aplicação) do que investir na expansão de sua fábrica, por exemplo. Muitas pessoas fazem o mesmo. Com a taxa
de juro alta, elas preferem adiar o consumo investindo o dinheiro e ganhar uma boa rentabilidade com ela.
22 Guia de Investidores
Você tem medo de quê?
Qual a possibilidade de eu ter um grande lucro ou sofrer uma enorme perda? Basicamente, medir o risco de um
investimento é responder a essa pergunta.
Mas há um outro aspecto sobre risco que é mais importante para os investidores: quais são as consequências de estar
assumindo riscos? Em outras palavras, se o mercado for contra suas aplicações, qual será o impacto disso para mim?
Você tem de estar certo de que conhece os riscos de uma aplicação antes de investir suas economias, para saber
se o prêmio compensa o risco que estará correndo.
Guia de Investidores 23
Os tipos de risco
Basicamente, há três tipos de risco que
você deve avaliar em cada aplicação:
Risco de mercado: o risco de mercado é
associado às oscilações dos preços dos ativos.
Cada ativo tem um preço (ou cotação) que varia
diariamente e reflete quanto os investidores estão
dispostos a pagar (no caso de uma compra) ou a receber
(no caso de venda) por ele. Essas expectativas são afetadas por diversos
fatores: macroeconômicos, políticos, externos, ou específico de cada ativo.
Os fundos atualizam o valor de seus ativos diariamente. Esse mecanismo, que recebe o nome de “marcação a
mercado”, faz com que haja oscilações no preço dos ativos e, consequentemente, no valor das cotas destes
fundos.
Essa oscilação de preços é conhecida no mercado como Volatilidade.
Risco de liquidez: o risco de liquidez é a possibilidade de que a demanda por um ativo se reduza ou mesmo
acabe. Com isso, fica difícil negociá-lo no mercado. E geralmente isso impacta o preço, pois a forma de
vender um ativo que ninguém quer comprar é reduzir seu preço, de forma a aumentar sua atratividade.
Risco de crédito: em geral classifica-se como risco de crédito a possibilidade de que o direito a um recebimento
futuro por parte de um credor possa não ser honrado pelo devedor. Por exemplo, em um título de renda fixa,
o emissor pode não pagar a dívida (principal ou juros) ao investidor na data do vencimento.
24 Guia de Investidores
Conservador, moderado ou arrojado
Quanto menor sua tolerância a perdas
em suas aplicações, mais conservador
você é como investidor.
Em momentos de alta do mercado acionário, por exemplo, você tenderá a se achar mais arrojado do que
realmente é, animado com as manchetes nos jornais sobre a alta da Bolsa. Daí a importância de você ter, na
partida de suas aplicações, uma estratégia bem definida de investimento, e estar seguro de que conhece sua
tolerância ao risco e, principalmente, seus objetivos.
São providências que vão deixá-lo protegido tanto em momentos de crise como em momentos de euforia.
E esteja certo de que esses momentos sempre aparecem.
Guia de Investidores 25
Diversificação é um santo remédio
No jargão do mercado financeiro, não
colocar todos os ovos na mesma cesta é o
mesmo que asset allocation.
Por exemplo, uma loja de casacos vende mais no inverno, já a de ventiladores vende mais no verão. As vendas
das duas lojas têm, portanto, uma correlação negativa. Para minimizar o risco de ficar ociosa, elas poderiam
vender os dois produtos, por exemplo. É o que chamamos de diversificação.
26 Guia de Investidores
Cestas valiosas
A alocação de ativos é mais importante do
que acertar as altas e baixas da Bolsa
(estratégia conhecida como market timing).
Isso porque, mesmo para gestores altamente
especializados, acertar o ponto mais baixo da
Bolsa, a hora de comprar, e o mais alto, a hora
de vender, é extremamente difícil e arriscado.
A diversificação de sua
carteira permitirá que,
mesmo em momentos de
crise, a preservação de seu
capital não seja ameaçada.
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4. Fundos de
investimento
Os fundos facilitam a sua vida
No mundo inteiro os fundos se transformaram no mais popular instrumento de investimento porque, sem
exigir nenhum conhecimento prévio do assunto, dão aos cotistas a possibilidade de aplicar em ativos
financeiros das mais diversas naturezas.
Se a aplicação que você fizer for para alguma emergência, por exemplo, a escolha é simples. Os fundos DI são os
mais indicados porque são extremamente conservadores. Mas se você for aplicar o dinheiro pensando na aposentadoria,
ou seja, investimento de longo prazo, você pode escolher alternativas de maior potencial de retorno, como os fundos
multimercados e ações.
Guia de Investidores 29
Qual o melhor fundo?
O melhor fundo é aquele que vai deixá-lo
mais perto de seus objetivos.
Lembre-se de que, quando aplica num fundo, você está dando uma
procuração à empresa de gestão para aplicar seus recursos no
mercado, mas que a responsabilidade por seus investimentos é sua!
Portanto, você deve estar certo de que a política de investimento
deste fundo está alinhada aos seus objetivos.
30 Guia de Investidores
Por dentro de um fundo de investimento
Administrador: é a empresa que controla todos os prestadores de serviços responsáveis pelo bom funcionamento
do fundo e garante que eles estejam operando sempre dentro das normas legais. Elabora e registra em cartório
o regulamento do fundo, redige o prospecto do fundo, apura o valor diário das cotas, controla a contabilidade,
calcula a taxa de administração, envia os extratos aos cotistas, organiza as assembléias de cotistas e comunica
aos investidores eventuais alterações no regulamento.
Gestor: empresa de gestão de investimentos ou asset management responsável por comprar e vender os ativos
que estão na carteira do fundo, sempre de acordo com a política de investimento. Em geral, essas empresas
contam com equipes de profissionais altamente qualificados, graduados pelas melhores escolas no Brasil
ou exterior, onde aprendem gestão de carteiras, teoria de finanças, análises macroeconômicas, de empresas
etc. A formação básica desses profissionais pode ser economia, administração ou engenharia e, em geral, é
complementada por cursos de pós-graduação em finanças.
Guia de Investidores 31
Custodiante: o papel do custodiante é fazer a guarda dos ativos. Depois que o gestor faz as operações
do fundo, o custodiante executa a liquidação destas operações, ou seja, paga ou recebe os pagamentos e
entrega ou recebe os ativos do fundo que foram negociados. A partir daí, a guarda dos ativos passa a ser
de sua responsabilidade, incluindo a administração de todos os eventos relacionados a eles (por exemplo,
pagamento de dividendos e juros, subscrições de ações, etc.).
Distribuidor: é o agente responsável pela venda das cotas do fundo. Pode ser o próprio administrador
ou terceiros contratados por ele. O seu banco, por exemplo, é um distribuidor.
Cotista: este é você, ou seja, todo aquele que aplica num fundo de investimento. Pode ser um grande ou
um pequeno investidor, não importa, aplicou num fundo é um cotista e recebe o mesmo tratamento que os
demais cotistas.
Patrimônio líquido: representa a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. Patrimônio líquido
é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios. No caso dos fundos de investimento, o patrimônio
líquido é a soma de todos os ativos e operações dos fundos, descontados os custos e taxas.
Valor da cota: é o patrimônio líquido do fundo dividido pelo número de cotas. Cada cota tem um preço
que, ao longo do tempo, pode aumentar (quando suas aplicações se valorizam) ou diminuir (quando seus
investimentos não são bem-sucedidos). Todos os dias o administrador calcula o valor da cota.
Taxa de administração: valor pago pelos cotistas de um fundo para todos os prestadores de serviço.
32 Guia de Investidores
5. As classes de fundos
A ANBID dividiu os fundos de investimento em 17 tipos.
Eles foram separados a partir de sua política de investimento ou,
secundariamente, por seus fatores de risco.
Curto prazo
Fundos de renda fixa
que têm em carteira
papéis com prazo médio
de até 60 dias.
DI Renda fixa
Fundos de Fundos que
renda fixa com podem ter em
papéis pós- carteira papéis
fixados. fixados.
Ações
Fundos que
compram ações
negociadas em
Bolsa.
Multimercados
Fundos que podem
operar diversos
mercados.
Títulos pós e pré-fixados
Os papéis de renda fixa podem ser pós ou pré-fixados.
Nos papéis pós-fixados você só conhece o retorno de sua aplicação no dia do vencimento, pois sua rentabilidade
está atrelada a uma taxa ou indexador que tem variações periódicas.
Já nos papéis pré-fixados a situação é inversa. Os papéis pré-fixados são aqueles que apresentam uma taxa
de juro previamente acordada.
Fundos DI,
os conservadores
Você provavelmente já deve ter ouvido falar neles.
Não? São os preferidos de muitos investidores
brasileiros. Sabe por quê? Porque investem em
títulos indexados ao CDI, que nos últimos anos
tem exibido taxas de retorno acima da inflação.
36 Guia de Investidores
Renda fixa, ganhos diferenciados,
mas ainda conservadores
Esses fundos aplicam em títulos de renda fixa pós e pré-fixados. São assim chamados,
porque apresentam normalmente em suas carteiras uma participação maior de papéis
pré-fixados. Assim, o que acontece com os fundos de renda fixa é justamente o oposto
dos fundos DI.
Quando os juros estão caindo, esses fundos tendem a render mais que os fundos DI, já que não acompanham
a taxa que está caindo e sim uma taxa pré-acordada. Da mesma forma, quando a taxa de juro básica da
economia está subindo, esses fundos tendem a render menos que os fundos DI, até que sua carteira seja
reciclada por papéis de juros maiores. Eles podem ser divididos em dois tipos:
Guia de Investidores 37
Ações, fundos de renda variável
Os fundos de ações são aqueles que investem majoritariamente seus recursos em
ações. Dessa forma, estão sujeitos às oscilações da bolsa de valores.
Devido a essas variações e à volatilidade desses mercados, são mais indicados para quem tem objetivos de
investimento de longo prazo. A ANBID dividiu esses fundos em quatro tipos:
38 Guia de Investidores
Fundos multimercados, uma carteira mista
Estes fundos aplicam em diversos mercados, em geral nos mercados de juros, câmbio,
ações e papéis da dívida brasileira emitidos no mercado interno e externo. Podem ser
divididos em:
Multimercados Macro: A estratégia de investimento é baseada em cenários macroeconômicos de médio
e longo prazo, com atuação de forma direcional (comprado ou vendido) no mercado.**
Long and Short - Neutro: Fundo que faz operações de ativos e derivativos de renda variável, montando
posições compradas e vendidas na mesma proporção, com o objetivo de manter a exposição neutra ao risco
do mercado.**
Long and Short - Direcional: Fundo que faz operações de ativos de renda variável e derivativos,
montando posições que podem ser preponderantemente compradas ou vendidas. O resultado é proveniente
da diferença das posições.**
Multimercados Trading: Explora oportunidades de ganhos nos preços dos
ativos em movimentos de mercado de curto prazo.**
Multimercados Multiestratégia: Fundos que podem
adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o
compromisso declarado de se dedicar a uma em particular.**
Multimercados Multigestor: Investem em cotas
de fundos geridos por gestores distintos. A principal
competência envolvida consiste no processo de seleção
dos gestores.**
Multimercados Juros e Moedas: Buscam retorno
no longo prazo com investimentos em renda fixa, indexados
a índices de preço ou moeda estrangeira. Não podem aplicar
em ativos de renda variável.**
Multimercados Estratégia Específica: Fundo que
concentram a estratégia de investimento em um risco
específico, como commodities ou futuro de índice.**
** Admitem alavancagem.
Guia de Investidores 39
6. A tributação dos
fundos de investimento
Planejamento tributário
Conhecer a tributação de cada uma
de suas aplicações é fundamental para
você não pagar impostos
desnecessários.
A tributação, como você pode observar, exige que você separe seus investimentos de curto prazo dos de longo
prazo, ou perderá dinheiro. Assim, antes de começar a garimpar os melhores fundos para sua carteira entre os
mais de 5.000 disponíveis hoje no mercado, veja quais recursos poderão ficar aplicados acima de um ano.
Para estes recursos, opte pelos fundos de longo prazo. Caso permaneça por menos de 6 meses com seu dinheiro
aplicado você pagará uma alíquota de 22,5% (tanto nos fundos de curto prazo como nos de longo prazo).
Guia de Investidores 41
Fundos de tributação
de longo prazo
Os fundos de tributação de longo prazo são
aqueles que possuem papéis de renda fixa
emitidos pelo governo federal ou por empresas,
e que têm carteira com prazo médio de
vencimento acima de 365 dias.
Prazo da aplicação Alíquota de IR Mas atenção: nos fundos de curto prazo são
apenas estas as duas faixas de tributação. Mesmo
Até 180 dias 22,50% se sua aplicação permanecer por prazo superior
a seis meses, nos fundos de curto prazo você não
Acima de 181 dias 20% conseguirá reduzir a alíquota abaixo dos 20%.
42 Guia de Investidores
As alíquotas dos investidores
Para ter direito a alíquota regressiva de Imposto de Renda, é necessário observar sempre o tempo de
permanência do investidor no fundo. Aplicações de até um ano terão as mesmas alíquotas de IR, tanto nos
fundos de curto prazo como nos fundos de longo prazo. Se você optar pelos fundos com tributação de longo
prazo e permanecer com os investimentos por mais de um ano, a alíquota passa a ser de 17,5% e, se
permanecer por mais de dois anos, de 15%.
Os rendimentos são tributados nos meses de maio e novembro em um sistema denominado “come-cotas”.
Para esse recolhimento será usada a menor alíquota de cada tipo de fundo: 20% para curto prazo e 15%
para longo prazo.
O ajuste da diferença entre a alíquota recolhida semestralmente e a devida (sobre o rendimento de seu
investimento) será feito no momento do resgate conforme o prazo de permanência dos recursos investidos.
Não confunda:
Fundos de Classificação de Curto Prazo com Fundos de Tributação de Curto Prazo.
Atenção: O Imposto de Renda é o maior tributo sobre suas aplicações, mas não o único.
Veja mais sobre a tributação dos fundos no site www.comoinvestir.com.br
Guia de Investidores 43
7. Pergunte ao
seu gerente
O(a) senhor(a) é certificado(a)?
O Programa de Certificação
Continuada da ANBID e o
Conselho Monetário Nacional (CMN)
determinaram que todos os
vendedores de produtos
de investimento ao
mercado devem ser
certificados.
Ser atendido por um
gerente certificado
significa que seu
interlocutor conhece os
diversos produtos de
investimento e sabe sua correta
utilização.
A certificação exige que os
gerentes se preparem para uma
prova que avalia não apenas seus
conhecimentos sobre os
produtos financeiros e sua
adequada utilização, mas também seus
princípios éticos.
Guia de Investidores 45
Onde está o regulamento do fundo?
Todo fundo de investimento tem um regulamento. Esse é um documento
importantíssimo, pois é lá que está escrito o que o gestor pode ou não
fazer na administração da carteira. O regulamento vai dizer se o fundo
pode aplicar em ações, fazer operações em mercado derivativo ou comprar
papéis de empresas privadas, por exemplo. Você deve pedir também o
prospecto do fundo, pois ele é feito com uma linguagem mais clara e
acessível do que os regulamentos.
Qual é o benchmark do fundo? Como sei que meu fundo está rendendo bem?
Benchmark é um jargão do mercado financeiro que significa indicador de referência. Na prática é um índice
de ações ou de renda fixa que vai servir de parâmetro para suas aplicações. Por exemplo, no caso dos fundos
de Referenciados DI, o benchmark é o CDI, a taxa de juro praticada entre os bancos.
46 Guia de Investidores
O que é Avaliação do Perfil
do Investidor (API)?
Converse com seu gerente sobre o API, ele
está preparado para ajudá-lo a definir seu
perfil de investidor e encontrar o fundo
certo para atingir cada uma de suas metas.
Guia de Investidores 47
Conheça mais sobre
investimentos no site
www.comoinvestir.com.br
O Guia de Investidores da ANBID tem por finalidade apenas instruir e informar o leitor. Este material
não deve ser interpretado como uma sugestão de investimento ou como uma oferta para comprar
ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.
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