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Guia de Investidores

Guia de Investidores

www.comoinvestir.com.br
Publicação da ANBID

Projeto Gráfico e capa: Cauduro Associados

Coordenação editorial: Editora Letras&Lucros

Produção e atualização: ANBID

Revisão: Regina Léia Salvi Garcia

Impresso em: 2009


Apresentação
A ANBID é a entidade que representa as instituições financeiras e não financeiras que atuam no
mercado de capitais. Congrega os administradores e gestores de fundos de investimento, as
instituições que estruturam o lançamento e a distribuição de ações e debêntures, as empresas que
prestam os serviços de custódia e controladoria para os investidores e os bancos que oferecem
os serviços de private banking. Atuando de forma inovadora, é a única entidade de classe que, além
de representar os interesses de seus associados, regula suas atividades com a adoção de normas
geralmente mais rígidas dos que as impostas pela legislação. É também a principal provedora de
informação do mercado de capitais do país e promove ainda amplas iniciativas voltadas para a
educação dos investidores e dos profissionais deste mercado.

O Guia de Investidores Como Investir é mais um resultado do esforço da ANBID no sentido de ampliar
os instrumentos de educação e formação do investidor no Brasil. É um instrumento de propagação
de conhecimentos sobre os mecanismos que devem ser observados no investimento pessoal. Aqui
você encontrará, num formato agradável, as regras e noções básicas sobre como administrar seus
recursos e obter, por meio das aplicações financeiras, resultados compatíveis com suas necessidades.

Acreditamos que o fortalecimento do mercado de capitais e, portanto, sua capacidade de financiar


o crescimento das empresas no país, demanda, entre outras mudanças, a formação de um
investidor mais bem informado sobre os produtos de investimento, sobre seus riscos e seu
potencial de rentabilidade.

Tenha uma boa leitura!

ANBID

Para conhecer mais sobre a ANBID e suas iniciativas acesse www.anbid.com.br


Índice
1. Planejamento financeiro 5. As classes de fundos
Onde está o dinheiro? 06 Divisão por política de investimento 34
Chame a família. Juntos avaliem os gastos 07 Títulos pós e prefixados 36
Muito prazer, meu nome é orçamento 08 Fundos de curto prazo, os mais conservadores 36
Conheça seu fluxo de caixa 09 Fundos DI, os conservadores 36
Escolha o caminho 09 Renda fixa, ganhos diferenciados, mas ainda conservadores 37
Se você quer investir, mas não tem dinheiro sobrando 10 Ações, fundos de renda variável 38
Querida, estiquei o salário!! 11 Fundos multimercados, uma carteira mista 39
As famílias enfrentam três tipos básicos de decisões financeiras 11
Aproveite seu dinheiro 12 6. A tributação dos fundos de investimento
Planejamento tributário 41
2. Por que investir? Receita Federal premia investimento de longo prazo 41
Porque aumentar seu patrimônio 15 Fundos de tributação de longo prazo 42
O caminho das pedras 16 Fundos de tributação de curto prazo 42
Quanto realmente você precisa investir? 17 As alíquotas dos investidores 43
A melhor estratégia 18 O Imposto de Renda nos fundos de ações 43
Proteja-se da inflação 19
Você conhece a regra 72? 19 7. Pergunte ao seu gerente
Quanto rende minha aplicação? 20 O senhor(a) é certificado(a)? 45
Qual a política de investimento do fundo? 45
3. Como investir Onde está o regulamento do fundo? 46
Faça suas escolhas 22 O regulamento e o prospecto têm o selo ANBID? 46
Custo de oportunidade 22 Esse fundo conta com o benefício da tabela regressiva do IR? 46
Você tem medo de quê? 23 Eu corro o risco de perder todo meu dinheiro? 46
Os tipos de risco 24 Qual é o benchmark do fundo? Como sei que meu fundo está 46
Conheça o que é alavancagem 24 rendendo bem?
Conservador, moderado ou arrojado 25 O que é Avaliação do Perfil do Investidor (API)? 47
Diversificação é um santo remédio 26
Proteja-se, chova ou faça sol 26
Cestas valiosas 27

4. Fundos de investimento
Os fundos facilitam a sua vida 29
Cada objetivo, uma carteira 29
Qual o melhor fundo? 30
Leia sempre o prospecto do fundo 30
Por dentro de um fundo de investimento 31
1. Planejamento
financeiro
Onde está o dinheiro?
Seja honesto, você sabe aonde vai parar o seu salário todo mês?
Não? Então seja bem-vindo ao clube de milhares de brasileiros que se encontram na mesma situação.

Agora se prepare para uma grata surpresa: você tem mais dinheiro do que pensa. Duvida? Pode apostar que sim.

Anote todas as suas despesas. Não importa o quanto sua mão vai tremer conforme os valores forem surgindo.
Permaneça determinado. Essa é a chave que vai lhe abrir a porta para muitas oportunidades.

Pronto. Agora você já sabe para onde está indo seu dinheiro.

06 Guia de Investidores
Chame a família.
Juntos avaliem os gastos:
O que esse dinheiro gasto, muito ou
pouco, isso não importa, trouxe de
retorno imediato?

O que ele poderia ter


trazido de benefício se
tivesse sido bem cuidado
nos últimos anos?

Compare as duas
respostas e veja a que
o deixa mais feliz.
Nos últimos 8 anos, o retorno de
uma aplicação conservadora foi,
no acumulado, 240%. O que
significa que qualquer quantia
que você tivesse aplicado
nesse período valeria, hoje, quase
três vezes mais.

Sem precisar abrir mão de muita coisa e sendo apenas mais racional no uso de seus recursos, reduza uma pequena
parcela de cada item de suas despesas. Essas pequenas economias somadas já servem para iniciar um programa
de investimento.

Participação na despesa média mensal das famílias brasileiras*


Habitação 35,50% Assistência Saúde 6,49%
Alimentação 20,75% Educação 4,08%
Transporte 18,44% Fonte: IBGE
*Até agosto de 2009, apenas os dados referentes ao período 2002 - 2003 tinham sido divulgados.

Guia de Investidores 07
Muito prazer, meu nome é orçamento
Algumas pessoas têm verdadeiro horror a orçamentos. Não tanto por negligência, mas
porque receiam ver o tamanho real de seu rombo financeiro. A pior parte você já fez:
enumerou suas despesas. Se sobreviveu até aqui, está pronto para cruzar mais uma fronteira.

Um bom orçamento deve ser


simples. De um lado suas receitas,
do outro suas despesas.
Nele você vai definir suas
necessidades e planejar todos os
seus gastos.
Em outras palavras, vai entender
melhor o alcance de sua renda.

Num programa de investimento, o


orçamento é peça fundamental e
não deve ser apenas uma vaga idéia.

O orçamento dará a exata dimensão


do quanto ganha, do quanto gasta,
do quanto deve e, principalmente,
de quanto precisa para conquistar
seus sonhos.

Despesas regulares
Semanais Alimentação, transporte

Mensais Condomínio, aluguel, telefone, etc.

Anuais IPVA, IPTU e outros impostos

08 Guia de Investidores
Conheça seu fluxo de caixa
Assim como as empresas, você também precisa conhecer
seu fluxo de caixa. Ele é uma avaliação do comportamento
do que entra e do que sai do seu bolso, ou seja, de suas
receitas e despesas. A diferença entre estes dois fluxos gera
um resultado, no final de mês, que pode:

Ser investido (quando as receitas são maiores do que as despesas)


Ser financiado (quando as despesas são maiores)

Escolha o caminho
Há dois caminhos para você aumentar seu fluxo de caixa. O primeiro é aumentar sua renda. O segundo, que
é mais simples e depende basicamente de sua disciplina, é cortar despesas.

O declínio de seu fluxo de caixa é um péssimo sinal, porque vai acabar provocando uma deterioração do seu
patrimônio. Já se seu fluxo de caixa for positivo e ascendente, é possível estabelecer uma estratégia de
investimento para que você aumente seu patrimônio nos próximos anos.

Suas finanças estão em constante movimento. Por isso, acompanhar a evolução de seu fluxo de caixa é
essencial em qualquer plano de geração de riqueza.

Créditos - todas as receitas (A) Débitos - todas as despesas (B)


Recorrentes Recorrentes
Salário, aluguéis, rendimento de Despesas de casa, escola, seguro saúde
aplicações financeiras
Não recorrentes Não recorrentes
Herança, venda de um imóvel Qualquer evento inesperado
Sazonais Sazonais
13º salário, bônus IPTU, IPVA, dentista, matrícula
Fluxo de caixa = A - B
Guia de Investidores 09
Se você quer investir, mas não tem dinheiro
sobrando, considere estas sugestões:
Antes de começar a gastar seu salário, pague a você primeiro.
Separe uma quantia todo mês para conquistar suas maiores aspirações.
Pense em algo que você queira muito e tenha-o como meta.

Quanto você deve Imóvel =


nos
poupar por mês* durante 10 a R$ 80 mil

R$ 444
R$ 120 durante 1 ano aparelho de TV =
R$ 1.500,00
R$ 520 durante 3 an
os
carro =
R$ 21 mil
* Todos os cálculos foram feitos considerando uma aplicação com um ganho real de 8% ao ano.

Não faz mal que a quantia seja pequena, o


importante é a disciplina. Os juros compostos
fazem maravilhas por suas economias.

Invista qualquer dinheiro extra que receber;

Antes de fazer qualquer compra, reflita sobre


suas reais necessidades;

Nunca comprometa mais do que 20% de sua


renda com prestações;

Reduza o número de cartões de crédito que


você leva na carteira diariamente.

10 Guia de Investidores
Querida, estiquei o salário!!
Todos nós temos recursos finitos e
precisamos fazer escolhas para cada
centavo que temos: gastar ou investir.

Se nossa opção forpelo consumo imediato,


vamos ter em troca um bom jantar, uma
roupa nova ou um carro zero quilômetro.

Já se escolhermos investir esse dinheiro,


teremos de volta não apenas a quantia
aplicada inicialmente, mas também o
dinheiro correspondente ao prêmio por
termos adiado nosso consumo.

Esse prêmio pode vir sob a forma de taxa


de juro (nas aplicações em renda fixa) ou
ganho de capital (nas aplicações em ações).

As famílias enfrentam três


tipos básicos de decisões financeiras:
Decisões de consumo Decisões de investimento:
e economia: como devem investir o dinheiro que
quanto de sua renda atual economizaram.
devem gastar em consumo e
quanto devem economizar para
o futuro? Nunca comprometa Decisões de financiamento:
toda a sua renda com o quando e como devem usar o
consumo imediato. Isso poderá dinheiro de terceiros para realizar
lhe deixar em apuros no futuro. seus planos de consumo.

Guia de Investidores 11
Aproveite seu dinheiro
Todos os dias somos bombardeados com
centenas de mensagens comerciais. Natural,
portanto, que sejamos motivados a comprar
por impulso. No entanto, seguindo os passos
anteriores, será fácil consumir com racionalidade.

Use seu dinheiro para se divertir,


mas não ele todo. Porque mesmo
a pequena parcela que você
economizar vai ajudá-lo a
conquistar objetivos que, no
presente, parecem apenas sonhos.
Para isso, contudo, você precisará
fazer investimentos.
Tenha em mente que suas
aplicações nada mais são do que
seu consumo no futuro e que,
para investir, você precisa de dois
ingredientes: tempo e dinheiro.
Quanto mais você tiver um, menos
precisará do outro.
O tempo é capaz de acrescentar
um enorme poder de compra a
nossas economias. Assim, toda vez
que estiver fazendo seus
investimentos, desfrute desse
momento porque ele é o passo
que o deixará cada vez mais
próximo de realizar seus sonhos.

12 Guia de Investidores
Enfim, sua aposentadoria! Aproveite,
mas esteja atento à elevação dos custos
com saúde e aumente a parcela de seus AOS
investimentos conservadores.
60
AOS
50 A aposentadoria
está se aproximando,
não descuide de
sua carteira de
AOS investimentos.

40
AOS Esta é uma fase em que

30 planejar é fundamental,
porque os gastos aumentam
muito, com escola dos filhos,
prestações, etc.
CIA
INFÂN ÊNCIA
ADOLE
SC AOS
Planejamento financeiro é como escovar os
dentes: quanto mais cedo se aprende, mais fácil
20 Você assume o
vira um hábito. Portanto, ensine a seu filho, comando de seus
desde cedo, os benefícios do planejamento. investimentos.

Guia de Investidores 13
2. Por que investir?
Porque aumentar seu patrimônio
Você investe quando quer comprar uma casa, quer dar
uma boa educação a seus filhos, trocar de carro, fazer
a viagem de seus sonhos e manter seu estilo de vida
mesmo depois de aposentado. Há ainda outro
motivo: alcançar sua independência financeira.
Não estamos falando em ficar milionário,
o que certamente exigiria um esforço
maior, mas sim ter o conforto de
saber que não ficará em apuros
se perder o emprego.

O sucesso de suas
aplicações vai ajudar
a aumentar seu
patrimônio líquido.

Patrimônio líquido = Para ter R$ 1 milhão aos 60 anos


todos os seus investimentos (Quanto você deve aplicar mensalmente em R$)
(aplicações financeiras,
imóveis, participações em Idade Taxa de retorno Taxa de retorno Taxa de retorno
negócios, etc.) menos suas inicial de 6%* de 8%* de 10%*
dívidas e obrigações
financeiras de longo prazo, 25 R$ 728 R$ 467 R$ 294
como pagamento da escola 35 R$ 1.479 R$ 1.100 R$ 811
de seus filhos, prestações de
45 R$ 3.485 R$ 2.962 R$ 2.510
algum financiamento, etc.
*Ganho Real desconsiderando-se o Imposto de Renda.

Guia de Investidores 15
O caminho das pedras
O primeiro passo para se tornar um bom investidor é
atingir o coração dos investimentos, entender o
que eles são realmente, saber como eles diferem
uns dos outros e como vão ajudá-lo a atingir
cada um dos seus objetivos.

Para isso é preciso que defina seus objetivos.


São eles que vão orientar quais os investimentos mais adequados as suas necessidades. Dessa forma saberá
em quais mercados irá investir e quais investimentos colocarão você mais próximo de alcançar seus sonhos.

16 Guia de Investidores
Quanto realmente você precisa investir?
Qualquer programa de investimento bem-sucedido está ancorado na identificação
de objetivos que podem ser postos em algum lugar na linha do tempo.

Você pode identificar um objetivo como razoável ponderando quanto tempo levará para alcançá-lo.
Uma aposentadoria numa casa de campo pode parecer inatingível se você está com 50 anos e ainda nem
começou seus investimentos. No entanto, pode ser perfeitamente viável se você estiver com seus 30 anos
e já se programar para atingir essa meta. É claro que é sempre melhor iniciar seu programa de investimento
o mais cedo possível. Mas lembre-se de que antes tarde do que nunca. O melhor momento para começar
seu programa de investimento é agora.

Já o quanto você deve guardar depende de seus objetivos de investimentos e do prazo que tem para alcançá-los.

Guia de Investidores 17
A melhor estratégia

Ter uma estratégia de investimentos Definindo seus objetivos:


significa que você vai definir os
passos que terá de dar para Curto prazo
São aqueles de menos de dois anos, como a troca
conseguir o dinheiro necessário
do carro ou uma viagem de curta duração.
para financiar seus sonhos.
Médio prazo
Para começar é preciso saber São aqueles para os quais você economiza por pelo
quanto vai lhe custar cada um de menos três anos, como a reforma de sua casa, uma
seus objetivos. festa de casamento ou uma viagem mais longa.

Longo prazo
Eles é que devem servir de guia São os investimentos com prazos acima de cinco
para sua carteira de investimentos. anos, como a faculdade dos filhos, a compra da casa
própria ou a aposentadoria.

18 Guia de Investidores
Proteja-se da inflação
Sua primeira meta quando faz um investimento é deixar suas economias a salvo da inflação. Inflação é o
aumento generalizado e contínuo do nível de preços. Esse aumento de preços faz com que o dinheiro de
hoje tenha um poder de compra menor no futuro.

Assim, se você não proteger


suas economias da inflação
terá uma queda no seu padrão
de vida ao longo dos anos.

Mesmo quando a taxa de


inflação é baixa é necessário
ter extremo cuidado.
Isso porque, no longo prazo,
ela terá um efeito devastador
sobre suas economias.

Você conhece a regra 72?


Segundo essa regra, se você dividir 72 pela taxa anual de inflação, encontrará o número de anos em que
os preços atuais terão dobrado de valor.

Por exemplo, se a inflação é de 4%, então divida 72 por 4. O resultado é 18.

Este é o número de anos em que os preços terão dobrado de valor com esta inflação anual.

Guia de Investidores 19
Quanto rende minha aplicação?
O retorno ou a rentabilidade
do investimento é o lucro ou
a perda que você teve com
determinada aplicação.

Para saber se sua aplicação


está se valorizando, compare
sempre o valor atual com o
valor do início da aplicação.

Valor final da aplicação: A Valor inicial da aplicação: B

Rentabilidade em % : [(A/B - 1) x 100]

Esta é a rentabilidade nominal de suas aplicações. Mas é fundamental saber se este retorno é suficiente para
pelo menos manter o poder de compra de suas economias, ou seja, estar seguro de que seu dinheiro está
protegido da inflação. Neste caso, você terá que conhecer o ganho real de seus investimentos. Para calcular
o rendimento real de suas aplicações, você precisa descontar, da rentabilidade nominal, a taxa de inflação
do mesmo período que durou o investimento. Veja a fórmula:

Rentabilidade Taxa de Rendimento


Nominal Inflação Real

20 Guia de Investidores
3. Como investir
Faça suas escolhas
Basicamente, as três formas mais comuns de investir seu dinheiro são:
comprar um imóvel, aplicar em títulos de renda fixa, ou ações. Os fundos
de investimentos permitem que você faça aplicações
em quaisquer dessas alternativas com o
suporte de um gestor e de uma completa
estrutura de monitoramento de risco. Um
aspecto importante é definir qual a meta de
rentabilidade para a aplicação.

Para tanto, responda: Sua principal preocupação hoje é


acumular patrimônio? Ou seu objetivo atual é proteger o
patrimônio que você já acumulou?

Se sua meta for acumular patrimônio você pode


optar por aplicações de maior risco, como os fundos
de ações ou multimercados. São eles que têm maior
potencial de ganho ao longo do tempo.
Mas, se você quer apenas proteger seu patrimônio,
opte por aplicações mais conservadoras, com retorno acima da inflação.

Custo de oportunidade
Para fazer boas escolhas você precisará conhecer seus respectivos custos de oportunidade, ou seja, comparar
as opções que tem. O que estou gastando agora dá um retorno maior no futuro?

Em outras palavras, a prestação do carro hoje pode ser a minha casa de campo em cinco anos? O custo de
oportunidade está relacionado à opção por uma alternativa, capaz de proporcionar maior benefício em detrimento
de outra de mesmo valor. Numa economia, podemos dizer que o custo de oportunidade é a taxa de juro básica.
Se a taxa é alta, muitos empresários preferem aplicar o dinheiro e esperar o pagamento dos juros (retorno da
aplicação) do que investir na expansão de sua fábrica, por exemplo. Muitas pessoas fazem o mesmo. Com a taxa
de juro alta, elas preferem adiar o consumo investindo o dinheiro e ganhar uma boa rentabilidade com ela.

22 Guia de Investidores
Você tem medo de quê?
Qual a possibilidade de eu ter um grande lucro ou sofrer uma enorme perda? Basicamente, medir o risco de um
investimento é responder a essa pergunta.

Mas há um outro aspecto sobre risco que é mais importante para os investidores: quais são as consequências de estar
assumindo riscos? Em outras palavras, se o mercado for contra suas aplicações, qual será o impacto disso para mim?

Se você tem 30 anos de idade e está


apenas começando a investir para sua
aposentadoria, provavelmente as
consequências serão pequenas caso tenha
perdas de curto prazo em suas aplicações.

Mas se você estiver com 70 anos às


vésperas da aposentadoria, a situação é
bastante diferente.

O risco deve ser bem remunerado.


Diz a teoria de finanças que, quanto maior o risco, maior deve ser o potencial de valorização de uma aplicação
financeira. Mas não se iluda: todo investimento embute um grau de risco, mesmo os mais conservadores.

Você tem de estar certo de que conhece os riscos de uma aplicação antes de investir suas economias, para saber
se o prêmio compensa o risco que estará correndo.

Guia de Investidores 23
Os tipos de risco
Basicamente, há três tipos de risco que
você deve avaliar em cada aplicação:
Risco de mercado: o risco de mercado é
associado às oscilações dos preços dos ativos.
Cada ativo tem um preço (ou cotação) que varia
diariamente e reflete quanto os investidores estão
dispostos a pagar (no caso de uma compra) ou a receber
(no caso de venda) por ele. Essas expectativas são afetadas por diversos
fatores: macroeconômicos, políticos, externos, ou específico de cada ativo.
Os fundos atualizam o valor de seus ativos diariamente. Esse mecanismo, que recebe o nome de “marcação a
mercado”, faz com que haja oscilações no preço dos ativos e, consequentemente, no valor das cotas destes
fundos.
Essa oscilação de preços é conhecida no mercado como Volatilidade.
Risco de liquidez: o risco de liquidez é a possibilidade de que a demanda por um ativo se reduza ou mesmo
acabe. Com isso, fica difícil negociá-lo no mercado. E geralmente isso impacta o preço, pois a forma de
vender um ativo que ninguém quer comprar é reduzir seu preço, de forma a aumentar sua atratividade.
Risco de crédito: em geral classifica-se como risco de crédito a possibilidade de que o direito a um recebimento
futuro por parte de um credor possa não ser honrado pelo devedor. Por exemplo, em um título de renda fixa,
o emissor pode não pagar a dívida (principal ou juros) ao investidor na data do vencimento.

Conheça o que é alavancagem


Os fundos de investimentos podem ser alavancados ou não. As operações de alavancagem permitem que o fundo
exponha um capital maior do que possui. Isso é possível pelo uso de instrumentos chamados derivativos (mercados
futuros, opções, swaps, etc.), que eleva a exposição da carteira em determinado ativo. Essas operações têm potencial
de maximizar o retorno, mas também embutem um grau maior de risco. Quer um exemplo? As operações no
mercado de opções proporcionam ao investidor o direito de comprar uma determinada quantidade de um ativo,
desembolsando apenas uma pequena quantia financeira (o que chamamos de “Prêmio”). Com isso o investidor
passa a ter investimentos maiores do que os recursos financeiros empregados e portanto, "alavanca" seus
investimentos. Caso o retorno desse investimento seja favorável ao comprador, este terá um retorno significativamente
positivo. Em contrapartida, o vendedor dessa opção terá uma perda igualmente significativa.

24 Guia de Investidores
Conservador, moderado ou arrojado
Quanto menor sua tolerância a perdas
em suas aplicações, mais conservador
você é como investidor.

Em momentos de alta do mercado acionário, por exemplo, você tenderá a se achar mais arrojado do que
realmente é, animado com as manchetes nos jornais sobre a alta da Bolsa. Daí a importância de você ter, na
partida de suas aplicações, uma estratégia bem definida de investimento, e estar seguro de que conhece sua
tolerância ao risco e, principalmente, seus objetivos.

São providências que vão deixá-lo protegido tanto em momentos de crise como em momentos de euforia.
E esteja certo de que esses momentos sempre aparecem.

Guia de Investidores 25
Diversificação é um santo remédio
No jargão do mercado financeiro, não
colocar todos os ovos na mesma cesta é o
mesmo que asset allocation.

Significa que você vai diversificar suas


aplicações, o que é, creia, um santo
remédio para diluir os riscos de
seus investimentos.

Você precisa distribuir suas


aplicações em classes de ativos.
Complicou? Nem tanto. O que
o mercado financeiro chama de
classes de ativos são os diferentes
mercados que você pode utilizar para
fazer suas aplicações. Por exemplo, fundos
de ações, fundos de renda fixa e fundos
imobiliários são três diferentes classes de
ativos.

Proteja-se, chova ou faça sol


Estudos acadêmicos sugerem que mais de 90% da rentabilidade de uma carteira de investimentos é estabelecida
pela forma como o dinheiro está distribuído nos diversos mercados. Para que essa alocação seja eficiente,
contudo, é necessário escolher mercados que tenham correlação negativa, ou seja, aqueles que reagem de
maneira oposta a determinados eventos da economia.

Por exemplo, uma loja de casacos vende mais no inverno, já a de ventiladores vende mais no verão. As vendas
das duas lojas têm, portanto, uma correlação negativa. Para minimizar o risco de ficar ociosa, elas poderiam
vender os dois produtos, por exemplo. É o que chamamos de diversificação.

26 Guia de Investidores
Cestas valiosas
A alocação de ativos é mais importante do
que acertar as altas e baixas da Bolsa
(estratégia conhecida como market timing).
Isso porque, mesmo para gestores altamente
especializados, acertar o ponto mais baixo da
Bolsa, a hora de comprar, e o mais alto, a hora
de vender, é extremamente difícil e arriscado.

A diversificação de sua
carteira permitirá que,
mesmo em momentos de
crise, a preservação de seu
capital não seja ameaçada.

Guia de Investidores 27
4. Fundos de
investimento
Os fundos facilitam a sua vida
No mundo inteiro os fundos se transformaram no mais popular instrumento de investimento porque, sem
exigir nenhum conhecimento prévio do assunto, dão aos cotistas a possibilidade de aplicar em ativos
financeiros das mais diversas naturezas.

Em outras palavras, os fundos


facilitam sua vida, pois vão
levá-lo a lugares aonde
você não conseguiria
chegar sozinho, seja
porque sua quantia para
investir é pequena, seja
porque você desconhece as
complexas operações do
mercado financeiro.

Os fundos de investimento são


condomínios que reúnem vários investidores com objetivos semelhantes numa mesma carteira.
Esses investidores juntam seus recursos para aplicar em ativos como ações, CDBs, títulos do governo, etc.
É contratado, então, um gestor profissional que fica sendo o responsável pelas operações do fundo.

Cada objetivo, uma carteira


Cada um dos fundos se destina a alcançar um objetivo específico.

Se a aplicação que você fizer for para alguma emergência, por exemplo, a escolha é simples. Os fundos DI são os
mais indicados porque são extremamente conservadores. Mas se você for aplicar o dinheiro pensando na aposentadoria,
ou seja, investimento de longo prazo, você pode escolher alternativas de maior potencial de retorno, como os fundos
multimercados e ações.

Guia de Investidores 29
Qual o melhor fundo?
O melhor fundo é aquele que vai deixá-lo
mais perto de seus objetivos.

Não existe o melhor fundo do mercado.


O que há é o melhor fundo para atender aos seus objetivos.
Para isso, você deve saber se a política de investimento do fundo
atende suas necessidades, se o administrador está autorizado a
operar pela Comissão de Valores Mobiliários e se ele segue o Código
de Regulação e Melhores Práticas da ANBID, por exemplo.

Lembre-se de que, quando aplica num fundo, você está dando uma
procuração à empresa de gestão para aplicar seus recursos no
mercado, mas que a responsabilidade por seus investimentos é sua!
Portanto, você deve estar certo de que a política de investimento
deste fundo está alinhada aos seus objetivos.

Leia sempre o prospecto do fundo


O prospecto do fundo é um documento feito com uma linguagem clara e acessível a todo investidor.
Ele é importante porque contém todas as informações que você precisa saber sobre o funcionamento do fundo.

No prospecto você vai encontrar:


O objetivo do fundo
Sua política de investimento
Seus fatores de risco
Local e telefone de atendimento aos cotistas
Regras de movimentação
Tributação do fundo

Nunca aplique num fundo sem antes ler o prospecto!!!

30 Guia de Investidores
Por dentro de um fundo de investimento

Administrador: é a empresa que controla todos os prestadores de serviços responsáveis pelo bom funcionamento
do fundo e garante que eles estejam operando sempre dentro das normas legais. Elabora e registra em cartório
o regulamento do fundo, redige o prospecto do fundo, apura o valor diário das cotas, controla a contabilidade,
calcula a taxa de administração, envia os extratos aos cotistas, organiza as assembléias de cotistas e comunica
aos investidores eventuais alterações no regulamento.

Gestor: empresa de gestão de investimentos ou asset management responsável por comprar e vender os ativos
que estão na carteira do fundo, sempre de acordo com a política de investimento. Em geral, essas empresas
contam com equipes de profissionais altamente qualificados, graduados pelas melhores escolas no Brasil
ou exterior, onde aprendem gestão de carteiras, teoria de finanças, análises macroeconômicas, de empresas
etc. A formação básica desses profissionais pode ser economia, administração ou engenharia e, em geral, é
complementada por cursos de pós-graduação em finanças.

Guia de Investidores 31
Custodiante: o papel do custodiante é fazer a guarda dos ativos. Depois que o gestor faz as operações
do fundo, o custodiante executa a liquidação destas operações, ou seja, paga ou recebe os pagamentos e
entrega ou recebe os ativos do fundo que foram negociados. A partir daí, a guarda dos ativos passa a ser
de sua responsabilidade, incluindo a administração de todos os eventos relacionados a eles (por exemplo,
pagamento de dividendos e juros, subscrições de ações, etc.).

Distribuidor: é o agente responsável pela venda das cotas do fundo. Pode ser o próprio administrador
ou terceiros contratados por ele. O seu banco, por exemplo, é um distribuidor.

Cotista: este é você, ou seja, todo aquele que aplica num fundo de investimento. Pode ser um grande ou
um pequeno investidor, não importa, aplicou num fundo é um cotista e recebe o mesmo tratamento que os
demais cotistas.

Patrimônio líquido: representa a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. Patrimônio líquido
é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios. No caso dos fundos de investimento, o patrimônio
líquido é a soma de todos os ativos e operações dos fundos, descontados os custos e taxas.

Valor da cota: é o patrimônio líquido do fundo dividido pelo número de cotas. Cada cota tem um preço
que, ao longo do tempo, pode aumentar (quando suas aplicações se valorizam) ou diminuir (quando seus
investimentos não são bem-sucedidos). Todos os dias o administrador calcula o valor da cota.

Taxa de administração: valor pago pelos cotistas de um fundo para todos os prestadores de serviço.

Taxa de performance: é a taxa cobrada quando a rentabilidade do fundo supera a variação de um


indicador de referência, também conhecido como benchmark. Esse indicador já está previamente estabelecido
desde a criação do fundo e o cotista o conhece antes mesmo de efetuar a aplicação. A taxa de performance
é cobrada somente sobre a rentabilidade que ultrapassar o benchmark. Nem todos os fundos cobram taxa
de performance.

32 Guia de Investidores
5. As classes de fundos
A ANBID dividiu os fundos de investimento em 17 tipos.
Eles foram separados a partir de sua política de investimento ou,
secundariamente, por seus fatores de risco.

Conheça mais sobre todos os tipos de fundo


no site www.comoinvestir.com.br
Para uma rápida compreensão, destacamos as cinco
classes mais populares. Se você entender bem o que significa
cada uma destas classificações, vai conseguir tomar suas
decisões com toda a segurança.

Curto prazo
Fundos de renda fixa
que têm em carteira
papéis com prazo médio
de até 60 dias.

DI Renda fixa
Fundos de Fundos que
renda fixa com podem ter em
papéis pós- carteira papéis
fixados. fixados.
Ações
Fundos que
compram ações
negociadas em
Bolsa.

Multimercados
Fundos que podem
operar diversos
mercados.
Títulos pós e pré-fixados
Os papéis de renda fixa podem ser pós ou pré-fixados.

Nos papéis pós-fixados você só conhece o retorno de sua aplicação no dia do vencimento, pois sua rentabilidade
está atrelada a uma taxa ou indexador que tem variações periódicas.

Já nos papéis pré-fixados a situação é inversa. Os papéis pré-fixados são aqueles que apresentam uma taxa
de juro previamente acordada.

Fundos de curto prazo, os mais conservadores


Investem em títulos de renda fixa. Sua rentabilidade está atrelada à taxa de juro usada nas operações entre
bancos (taxa conhecida como CDI). São considerados os mais conservadores por suas carteiras possuírem um
prazo mais curto: títulos com vencimento em até 375 dias e prazo médio da carteira de até 60 dias.
Não admitem alavancagem.

Fundos DI,
os conservadores
Você provavelmente já deve ter ouvido falar neles.
Não? São os preferidos de muitos investidores
brasileiros. Sabe por quê? Porque investem em
títulos indexados ao CDI, que nos últimos anos
tem exibido taxas de retorno acima da inflação.

Os fundos DI são considerados de baixo risco,


já que aplicam grande parte de seu patrimônio
em títulos do governo federal (títulos
considerados livres de risco).
Não admitem alavancagem.

36 Guia de Investidores
Renda fixa, ganhos diferenciados,
mas ainda conservadores
Esses fundos aplicam em títulos de renda fixa pós e pré-fixados. São assim chamados,
porque apresentam normalmente em suas carteiras uma participação maior de papéis
pré-fixados. Assim, o que acontece com os fundos de renda fixa é justamente o oposto
dos fundos DI.

Quando os juros estão caindo, esses fundos tendem a render mais que os fundos DI, já que não acompanham
a taxa que está caindo e sim uma taxa pré-acordada. Da mesma forma, quando a taxa de juro básica da
economia está subindo, esses fundos tendem a render menos que os fundos DI, até que sua carteira seja
reciclada por papéis de juros maiores. Eles podem ser divididos em dois tipos:

Renda fixa: Investem apenas em títulos de renda


fixa. Devem manter no mínimo 80% de sua carteira
em títulos públicos federais ou ativos de baixo risco
de crédito. Admitem alavancagem.

Renda fixa médio e alto risco: Investem


em títulos de renda fixa e podem manter
mais de 20% de sua carteira em títulos
de alto e médio risco de crédito. Admitem
alavancagem.

Guia de Investidores 37
Ações, fundos de renda variável
Os fundos de ações são aqueles que investem majoritariamente seus recursos em
ações. Dessa forma, estão sujeitos às oscilações da bolsa de valores.
Devido a essas variações e à volatilidade desses mercados, são mais indicados para quem tem objetivos de
investimento de longo prazo. A ANBID dividiu esses fundos em quatro tipos:

Fundos de ações IBOVESPA: utilizam o Índice Bovespa como referência.


Fundos de ações IBrX: utilizam o IBrX ou o IBrX 50 como referência.
Fundos de ações setoriais: investem em papéis de determinados setores da economia.*
- Telecomunicações: investem em ações de empresas de telecomunicações.
- Energia: investem em ações de empresas de energia.
- Setoriais Livre: investem em setores que não se enquadram em
telecomunicações e energia. Os recursos remanescentes em caixa devem ficar
investidos em operações do tipo Referenciado DI.*
Fundos de Ações Small Caps: investem, no mínimo, 90% de sua carteira em
ações de empresas que não estejam incluídas entre as 25 maiores participações
do IBrX.*
Fundos de Ações Dividendos: investem somente em ações de empresas com
histórico de dividend yield (renda gerada por dividendos).*
Fundos de Ações Sustentabilidade/Governança: investem
somente em empresas que apresentam bons níveis de
governança corporativa ou que se destacam em
responsabilidade social e sustentabilidade empresarial.*
Fundos de Ações Livre: são os fundos que não se
enquadram em nenhum dos segmentos anteriores. Admitem
alavancagem.

* Não admitem alavancagem.

38 Guia de Investidores
Fundos multimercados, uma carteira mista
Estes fundos aplicam em diversos mercados, em geral nos mercados de juros, câmbio,
ações e papéis da dívida brasileira emitidos no mercado interno e externo. Podem ser
divididos em:
Multimercados Macro: A estratégia de investimento é baseada em cenários macroeconômicos de médio
e longo prazo, com atuação de forma direcional (comprado ou vendido) no mercado.**
Long and Short - Neutro: Fundo que faz operações de ativos e derivativos de renda variável, montando
posições compradas e vendidas na mesma proporção, com o objetivo de manter a exposição neutra ao risco
do mercado.**
Long and Short - Direcional: Fundo que faz operações de ativos de renda variável e derivativos,
montando posições que podem ser preponderantemente compradas ou vendidas. O resultado é proveniente
da diferença das posições.**
Multimercados Trading: Explora oportunidades de ganhos nos preços dos
ativos em movimentos de mercado de curto prazo.**
Multimercados Multiestratégia: Fundos que podem
adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o
compromisso declarado de se dedicar a uma em particular.**
Multimercados Multigestor: Investem em cotas
de fundos geridos por gestores distintos. A principal
competência envolvida consiste no processo de seleção
dos gestores.**
Multimercados Juros e Moedas: Buscam retorno
no longo prazo com investimentos em renda fixa, indexados
a índices de preço ou moeda estrangeira. Não podem aplicar
em ativos de renda variável.**
Multimercados Estratégia Específica: Fundo que
concentram a estratégia de investimento em um risco
específico, como commodities ou futuro de índice.**

** Admitem alavancagem.

Guia de Investidores 39
6. A tributação dos
fundos de investimento
Planejamento tributário
Conhecer a tributação de cada uma
de suas aplicações é fundamental para
você não pagar impostos
desnecessários.

Cada aplicação tem uma


tributação específica e
você pode obter informações
mais detalhadas sobre cada
uma delas no site da Receita
Federal www.receita.fazenda.gov.br
ou no site da ANBID dedicado
aos investidores
www.comoinvestir.com.br

Receita Federal premia


investimento de longo prazo
O governo determinou que aplicações de longo prazo tenham alíquotas menores de Imposto de Renda. Esse
ganho não deve ser desconsiderado porque, no longo prazo, o efeito dos juros compostos faz maravilhas
para sua aplicação e a diferença de tributação sobre os investimentos não é trivia, podendo chegar a mais
de sete pontos percentuais em fundos tradicionais.

A tributação, como você pode observar, exige que você separe seus investimentos de curto prazo dos de longo
prazo, ou perderá dinheiro. Assim, antes de começar a garimpar os melhores fundos para sua carteira entre os
mais de 5.000 disponíveis hoje no mercado, veja quais recursos poderão ficar aplicados acima de um ano.
Para estes recursos, opte pelos fundos de longo prazo. Caso permaneça por menos de 6 meses com seu dinheiro
aplicado você pagará uma alíquota de 22,5% (tanto nos fundos de curto prazo como nos de longo prazo).

Guia de Investidores 41
Fundos de tributação
de longo prazo
Os fundos de tributação de longo prazo são
aqueles que possuem papéis de renda fixa
emitidos pelo governo federal ou por empresas,
e que têm carteira com prazo médio de
vencimento acima de 365 dias.

Podem ser fundos referenciados, de renda fixa,


cambiais, dívida externa ou multimercados.

Como têm papéis com vencimentos


Prazo da Alíquota mais longos, suas cotas estão mais
aplicação de IR expostas às oscilações das taxas de
juros e apresentam uma volatilidade
Até 180 dias 22,5% maior que as dos fundos de tributação
De 181 a 360 dias 20% de curto prazo. Têm a vantagem de
De 361 a 720 dias 17,5% uma tributação menor que,
dependendo do tempo, pode chegar
Acima de 721 dias 15% a 15%.

Fundos de tributação de curto prazo


Os fundos de curto prazo são aqueles que possuem carteira com prazo médio de até 365 dias. Eles contam com duas
faixas de tributação no Imposto de Renda.

Prazo da aplicação Alíquota de IR Mas atenção: nos fundos de curto prazo são
apenas estas as duas faixas de tributação. Mesmo
Até 180 dias 22,50% se sua aplicação permanecer por prazo superior
a seis meses, nos fundos de curto prazo você não
Acima de 181 dias 20% conseguirá reduzir a alíquota abaixo dos 20%.

42 Guia de Investidores
As alíquotas dos investidores
Para ter direito a alíquota regressiva de Imposto de Renda, é necessário observar sempre o tempo de
permanência do investidor no fundo. Aplicações de até um ano terão as mesmas alíquotas de IR, tanto nos
fundos de curto prazo como nos fundos de longo prazo. Se você optar pelos fundos com tributação de longo
prazo e permanecer com os investimentos por mais de um ano, a alíquota passa a ser de 17,5% e, se
permanecer por mais de dois anos, de 15%.

Os rendimentos são tributados nos meses de maio e novembro em um sistema denominado “come-cotas”.

Para esse recolhimento será usada a menor alíquota de cada tipo de fundo: 20% para curto prazo e 15%
para longo prazo.

O ajuste da diferença entre a alíquota recolhida semestralmente e a devida (sobre o rendimento de seu
investimento) será feito no momento do resgate conforme o prazo de permanência dos recursos investidos.

Não confunda:
Fundos de Classificação de Curto Prazo com Fundos de Tributação de Curto Prazo.

O Imposto de Renda nos fundos de ações


Os fundos de ações não têm diferenciação nas alíquotas de IR. Seja qual for o prazo de sua aplicação, ao
resgatar, você será tributado em 15% sobre o ganho que obtiver com o investimento.

Atenção: O Imposto de Renda é o maior tributo sobre suas aplicações, mas não o único.
Veja mais sobre a tributação dos fundos no site www.comoinvestir.com.br

Guia de Investidores 43
7. Pergunte ao
seu gerente
O(a) senhor(a) é certificado(a)?
O Programa de Certificação
Continuada da ANBID e o
Conselho Monetário Nacional (CMN)
determinaram que todos os
vendedores de produtos
de investimento ao
mercado devem ser
certificados.
Ser atendido por um
gerente certificado
significa que seu
interlocutor conhece os
diversos produtos de
investimento e sabe sua correta
utilização.
A certificação exige que os
gerentes se preparem para uma
prova que avalia não apenas seus
conhecimentos sobre os
produtos financeiros e sua
adequada utilização, mas também seus
princípios éticos.

Qual a política de investimento do fundo?


Essa resposta vai ajudá-lo a entender o objetivo do fundo. Como você viu neste guia, há fundos para objetivos
que vão desde manter o valor de suas aplicações protegido da inflação, com a meta de acrescentar um
pequeno ganho a sua carteira, até fundos com alvos mais ambiciosos, de proporcionar um retorno maior
para seu investimento. Cada um de seus objetivos de investimento vai exigir um tipo específico de fundo.
Veja se a filosofia do fundo está em sintonia com os objetivos de cada uma de suas aplicações.

Guia de Investidores 45
Onde está o regulamento do fundo?
Todo fundo de investimento tem um regulamento. Esse é um documento
importantíssimo, pois é lá que está escrito o que o gestor pode ou não
fazer na administração da carteira. O regulamento vai dizer se o fundo
pode aplicar em ações, fazer operações em mercado derivativo ou comprar
papéis de empresas privadas, por exemplo. Você deve pedir também o
prospecto do fundo, pois ele é feito com uma linguagem mais clara e
acessível do que os regulamentos.

O regulamento e o prospecto têm o selo ANBID?


O selo ANBID indica o compromisso dos administradores de fundos
de elaborar prospectos obedecendo a parâmetros mínimos fixados pela Associação.

Esse fundo conta com o benefício da tabela regressiva do IR?


Essa é uma pergunta que você deve fazer sempre que estiver investindo em fundos de renda fixa, DI e
multimercados. Como você leu neste guia, os fundos que têm carteira com um prazo médio a partir de 365
dias têm alíquotas menores conforme o prazo da aplicação. A menor alíquota é de 15%, para investimentos
acima de dois anos.

Eu corro o risco de perder todo meu dinheiro?


Como você leu neste Guia, há no mercado fundos que fazem operações “alavancadas”.
As operações de alavancagem permitem que o fundo exponha um capital maior do que possui.
Estas operações têm potencial de maximizar o retorno, mas também embutem um grau maior de risco.
Se o gestor acerta a direção do mercado, essa é uma operação muito lucrativa. No entanto, em caso de
perdas, ela pode comprometer o patrimônio do fundo e o cotista poderá ser chamado a fazer um aporte
extra para compensar prejuízos.

Qual é o benchmark do fundo? Como sei que meu fundo está rendendo bem?
Benchmark é um jargão do mercado financeiro que significa indicador de referência. Na prática é um índice
de ações ou de renda fixa que vai servir de parâmetro para suas aplicações. Por exemplo, no caso dos fundos
de Referenciados DI, o benchmark é o CDI, a taxa de juro praticada entre os bancos.

46 Guia de Investidores
O que é Avaliação do Perfil
do Investidor (API)?
Converse com seu gerente sobre o API, ele
está preparado para ajudá-lo a definir seu
perfil de investidor e encontrar o fundo
certo para atingir cada uma de suas metas.

Guia de Investidores 47
Conheça mais sobre
investimentos no site
www.comoinvestir.com.br

O Guia de Investidores da ANBID tem por finalidade apenas instruir e informar o leitor. Este material
não deve ser interpretado como uma sugestão de investimento ou como uma oferta para comprar
ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.
www.comoinvestir.com.br

www.anbid.com.br

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