APONTAMENTOS DE AULAS.
A. PRELIMINARES
Para que este pudesse ser reputado nacional, seria necessário que o legislador que
o plasma se revestisse da mesma qualidade, o que não acontece. Pelo contrário,
temos uma multiplicidade de legisladores a contribuir para a modelagem do
Sistema Tributário ( in Sistema constitucional tributário brasileiro, Revista dos
Tribunais, São Paulo, 1968 ).”
3
Não obstante tal crítica, o fato é que a Constituição Federal, em seu Título VI,
Capítulo I, dedica artigos que menciona sob a denominação de Sistema Tributário
Nacional, que foi utilizada, inicialmente, no País, em 1965 e 1966 pela Emenda
Constitucional nº 18/65 e pelo Código Tributário Nacional ( Livro Primeiro da Lei
5172/66, assim denominada pelo Ato Complementar nº 36, de 13/03/67 ).
d) Tal busca de racionalidade, fez com que tivesse surgido na doutrina outra
classificação dos SISTEMAS TRIBUTÁRIOS dividindo-os em HISTÓRICOS E
RACIONAIS, sendo os primeiros caracterizados como “aqueles em que os
tributos, na maior parte, são instituídos de forma empírica e sem um plano prévio
de sistematização de fundo econômico, enquanto os segundos corresponderiam aos
impostos básicos relacionam-se e completam-se em seus diversos efeitos - fiscais e
extra-fiscais- conforme os objetivos da política financeira ou geral estabelecida
pelo Estado”, como menciona JOSÉ JAYME DE MACÊDO OLIVEIRA ( in
Estudo Programado de Direito Tributário, América Jurídica, Rio de Janeiro ),
complementando o assunto da seguinte forma:
“Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Tal definição foi recepcionada pela Constituição de 1988 ( art. 146,III, a ), que
remete à legislação complementar de normas gerais a definição de tributo e de suas
espécies. Assim, o CTN, embora sendo uma lei ordinária em sua origem, passou a
adquirir “ status” de lei complementar, vês que só pode ser modificado por esta, o
que, entretanto, não ocorreu até o momento.
Por seu turno, ARNALDO BORGES FILHO critica a expressão “ que não
constitua sanção de ato ilícito”, por ser desnecessária, uma vez que “ prestação ” só
pode ser fruto de ato lícito ( in Considerações em torno do conceito de tributo,
Revista de Direito Tributário, n 23.)
Público,ou até mesmo valor equivalente em bens, e a obrigação não for decorrente
de multa, obrigação convencional, requisição administrativa ou indenização por
dano, estará satisfazendo uma obrigação tributária.”
Finalizando, importante distinguir, portanto, o enfoque a ser ao tributo pelo
tributarista, diferentemente do que o faz o financista.
Neste sentido, a Lei 4320/64, em seu artigo 11, § 4º, classificou a Receita Tributária
em Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria, conforme a destinação do
produto da arrecadação seja destinado ao custeio de atividades gerais ( impostos)
ou específicas ( taxas e contribuição de melhoria) exercidas por entidades de
direito público, dispositivo este que tem se mantido até os dias atuais nas Leis de
Orçamento Anuais.
Não obstante, no art.146, III ,a, remete a definição das espécies tributárias para lei
complementar que estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, o
que ainda não ocorreu, permanecendo vigentes as regras do CTN sobre o assunto e
a divisão dos tributos como acima mencionado.
Neste sentido, o Código Tributário Nacional, em seu artigo 4º, combinado com o
estabelecido nos arts. 16, 77 e 81, ofereceu os seguintes critérios para a
determinação do diferencial entre as espécies tributárias que fixou:
Daí o porque este nas outras disposições referidas ( arts. 16, 77 e 81) ter se
preocupado em estabelecer genericamente os fatos geradores dos impostos, taxas e
contribuições de melhoria, tendo, entretanto, ressalvado que as taxas não podem
ter como base de cálculo as utilizadas para os impostos ( parágrafo único, art.77).
A Lei Maior em vigor manteve tal ressalva no art. 145,§ 2º, e a estendeu para
impostos não previstos no respectivo texto, como disposto no art. 154, I.
Conforme visto no item anterior, a natureza jurídica dos tributos deve ser
estabelecida estabelecida a partir do conhecimentos do respectivo fato
gerador( hipótese de incidência) e base de cálculo, resultando, daí a necessidade
das respectivas conceituações.
O Direito Financeiro brasileiro ainda vigente acolheu tal entendimento ( art. 9º,
Lei 4320/64), embora sem defini-lo expressamente, na medida em que no conceito
de tributo estabeleceu que este se destina a atender ao custeio de atividades gerais
das entidades de direito público.
“ Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
O fato do imposto não ser vinculado a qualquer atividade do Estado não significa
dizer que o produto de sua arrecadação, parcial ou total, não possa ser destinado a
finalidades específicas ( imposto vinculado).
12
É neste sentido que reza o artigo 167, IV, da CF/88, quando veda a vinculação de
receita de impostos a órgão,fundo ou despesa, com as ressalvas que menciona
( destinação do produto da arrecadação de impostos dos art.158 e 159, para ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino,etc.).
A doutrina da Ciência das Finanças também foi a base para a classificação dos
impostos, a partir da adoção de diferentes critérios revestidos de cunho econômico,
tais como:
“ § 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte.......................................................”
A base legal da classificação dos impostos vigentes no Brasil toma como critério as
respectivas bases econômicas ( matérias tributáveis ), tais sejam: o comércio
exterior, o patrimônio , a renda, e a transmissão, produção e circulação de bens e
serviços, como estabelecido no CTN, em seus Capítulos II, III e IV, do Título III,
do Livro Primeiro. Tal critério também tem sido utilizado nas leis orçamentárias
anuais, para efeitos de classificação das receitas públicas provenientes de impostos.
Além disso, trata-se de exação tributária em razão de dois fatos geradores, como
rezam os arts. 145, II, da CF/88, e 77 do CTN.
Possuem, portanto, fatos geradores distintos dos impostos, o que deve ocorrer por
prescrição do § único do art.77, para caracterizá-las em sua natureza jurídica,
como visto no art. 4º do CTN.
Também suas bases de cálculo não podem ser próprias a de impostos ( art. 145, .§
2º, CF/88), nem ser calculadas em função do capital de empresas ( mesmo
dispositivo do CTN citado no parágrafo anterior), pois equivaleriam a verdadeiro
imposto incidente sobre o patrimônio destas.
Cabe acrescentar que a prestação de serviços públicos da espécie também pode ser
financiada através da cobrança de preços ou tarifas, como ocorre em serviços de
correios e telégrafos, energia, telecomunicações, água e esgoto, etc., resultando, daí,
as equivocadas expressões coloquiais de taxas para designar tais modalidades de
receitas públicas.
Preços, contudo, não são compulsórios como as taxas ( vide Súmula 545 do STF), e
os usuário somente os paga se efetivamente utilizar o serviço que lhe foi prestado
por quem de direito, via de regra não de natureza administrativa ou jurisdicional,
mas sim comercial, industrial ou de intermediação financeira, com personalidade
jurídica de direito privado. Atividade econômica monopolizada de tal natureza,
bem como a referida no art. 170 da CF, não possibilita a cobrança de taxa.
A contribuição de melhoria é tributo que pode ser instituído pela União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, decorrente de obras públicas, como determina o art.
145, III, da Lei Maior de 1988, de forma lacônica.
Importante observar que será competente para instituí-la o ente político que
realizar a obra e nada” obsta que seja cobrada concomitantemente pela União,
Estado e Município, se os três participarem da execução da obra pública, cada
qual no campo de sua competência material específica”, como afirma RICARDO
LOBO TORRES ( in Curso de Direito Financeiro e Tributário,Ed Renovar, RJ/SP
e Recife).
Constituição de 1967, assim em sua versão original ( art.19, III e § 3º) como na
Emenda Constitucional nº 1/69 ( art.18,II). A Emenda 23/83 atribuiu `a União, aos
Estados e aos Municípios a competência para instituir” contribuição de melhoria,
arrecadada dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas, que terá
como limite total a despesa realizada.”A CF/88 reduziu ainda mais a redação,
autorizando a instituição de “ contribuição de melhoria, decorrente de obras
públicas.” Resta ver se, ao podar diversos elementos constantes das definições
anteriores, a CF modificou substancialmente o conceito do tributo. Parece-nos que
não.”
Por sua vez, a base de cálculo do tributo em exame pode ser obtida por simples
operação aritmética, deduzindo-se do valor do imóvel após a obra o respectivo
valor antes da obra, como demonstra jurisprudência do STJ e STF.
Não obstante, parte da doutrina entende que sobre a base de cálculo identificada
deve incidir um percentual legal de alíquota, enquanto entendimento minoritário
defende a inexistência de base de cálculo e alíquota, devendo ser apurada a
valorização real e efetiva do imóvel apenas em termos absolutos, por exemplo, R$
100 mil.
Importa, entretanto, observar que a lei complementar que o instituir deverá fixar
obrigatoriamente o prazo e as condições de seu resgate, como já exigia o mesmo
dispositivo do CTN em seu parágrafo único, pois trata-se de uma prestação
pecuniária restituível..
No primeiro caso, o art. 163, § único, possibilitou que a União para atender a
intervenção no domínio econômico ou o monopólio de determinada indústria ou
atividade, pelos motivos que menciona, instituísse contribuições destinadas ao
custeio dos respectivos serviços e encargos. na forma que a lei estabelecesse.
Do exposto, parece-nos que à luz da Carta Magna em vigor não resta dúvida
quanto a sua natureza jurídica autônoma, distinta das demais espécies tributárias (
impostos, taxas, contribuição de melhoria e empréstimo compulsório).
Das taxas se afastam por não se destinarem a remunerar os serviços prestados aos
contribuintes, sendo cobradas para atendimento a interesse genérico, mas que
geram indiretamente benefício individual ou coletivo.
Uma vez definidos quais são os tributos que podem ser cobrados e feita a distinção
entre seus diferentes tipos ( impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo
compulsório e contribuições), cumpre analisar quem pode cobrar tais tributos.
Para tanto, deve-se ressaltar que o Estado possui uma faculdade ilimitada para
criar tributos e exigi-los das pessoas que se encontram dentro do âmbito de sua
soberania territorial.
a) da troca, a mais antiga que o caracteriza como uma permuta entre o Estado e o
contribuinte, sob a forma de preço como contrapartida à prestação de serviços
públicos. Como críticas a este entendimento, parte da doutrina menciona que a
troca pressupõe acordo voluntário de vontades, possibilidade de avaliação
monetária dos serviços que estão sendo ofertados, o que não ocorre em relação aos
impostos, e que significaria a exclusão das classes menos favorecidas que ficariam
sem a proteção estatal, por não terem o que oferecer em contrapartida;
Obs: entende-se por capacidade tributária a aptidão atribuída por lei, de uma
pessoa física ou jurídica ser titular de direitos e obrigações na ordem jurídica
tributária ( aptidão administrativa). Pode ser ativa ou passiva.
Ressalte-se que a Lei Maior não cria tributos, mas outorga poderes aos entes da
federação que o façam por meio do processo legislativo. Por isso, implica em
competência para legislar, resultando, daí, o porquê da redação do art. 6º do CTN,
verbis:
Portanto, quem não tem competência não pode criar tributo, vez que esta antecede
a lei tributária instituidora desta espécie de receita pública, a qual deverá conter os
elementos constitutivos da obrigação e do crédito tributário, bem como definir as
regras de administração tributária, como frutos da competência plena citada.
23
Por outro lado, registre-se que a capacidade tributária é fato posterior à lei
tributária.
§ 2º. A atribuição pode ser revogada a qualquer tempo, por ato unilateral da
pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.”
c) facultatividade, no sentido de que as pessoas políticas são livres para usar ou não
das respectivas competências tributárias. Não obstante, o art.11 da LC 101/00 ( Lei
de Responsabilidade Fiscal ) parece se dirigir em sentido oposto, como se observa:
d) irrenunciabilidade, pela qual as pessoas políticas não podem abrir mãos de suas
atribuições, em razão da indisponibilidade do interesse público, valendo, assim, o
registro de que, para efeito de arrecadação, o tributo deve ser precedido de
lançamento, procedimento administrativo vinculado e obrigatório, sob pena de
responsabilidade funcional ( art. 142 e seu § único, do CTN ).
24
e) inaducabilidade do seu não exercício por longo espaço temporal, o que permite
que a qualquer tempo a pessoa política a exerça.
Já o bis in idem traduz situação em que o mesmo sujeito ativo institui dois tributos
incidentes sobre o mesmo fato gerador, o que é vedado pela Constituição, como no
caso do uso da competência residual, pela União, mas autorizado
constitucionalmente, como em relação a Contribuição Social sobre o Lucro –
CSSL, e à exigência do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, sendo ambos
tributos de competência da União.
Como visto antes, o uso da competência tributária permite que o ente político dela
detentor distribua, reparta ou destine previamente a certos fins o produto parcial
ou totalmente arrecadado da receita tributária, que lhe tenha sido outorgada.
Aliás, relembre-se que o CTN determina que a natureza jurídica do tributo não
dependa da destinação legal do produto da arrecadação ( art. 4º, II ), considerando
esta irrelevante para qualificá-la.
Neste sentido, a Lei 4320/64 (art. 71) passou a permitir que o produto de receitas
especificadas que por lei se vinculassem à realização de determinados objetivos ou
serviços constituisse fundo especial.
chegaram, em alguns casos, a alcançar 70% das receitas previstas, como aconteceu
no Orçamento Geral da União, na década de 1970.
Imposto Territorial Rural – ITR. Isso porque, nos termos da nova redação do art.
153,§ 4º, dito imposto, de competência federal, poderá ser, na forma da lei e por
opção do legislador municipal, cobrado e fiscalizado pelo próprio Município. Neste
caso, caberá ao Município optante o total das receitas arrecadadas.”
Por outro lado, em direção opsta, a EC 62/09, ao modificar o art.100 da CF, que
trata do pagamento de precatórios judiciais, estabeleceu a possibilidade de
vinculação de receitas estaduais, municipais e do DF em conta especial para
pagamento de precatórios judiciais vencidos e a vencer dos referidos entes
políticos, na forma ali determinada, como se verifica no art. art. 1º,§ 15º:
“ Em rigor, tais princípios não são tão implícitos assim, vez que são extraídos dos
“Princípios fundamentais da República Federativa do Brasil ( arts. 1º a 4º)
Com efeito, igualdade, justiça e segurança jurídica são princípios universais gerais,
constantes do preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil”,
como diz CASSONE.
Desta forma, o princípío da legalidade em sentido amplo, como consta do art. 5º,II,
da CF/88, “ ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei ”, transporta-se para o direito tributário no art. 150,I, ao
determinar que “ sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou
aumentar tributo sem lei que o estabeleça”
Ressalte-se que, neste mesmo sentido, a CF/88 estabeleceu no art. 165,§ 5º, II,
estabeleceu que a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, deve contemplar as
alterações na legislação tributária, especialmente na orientação que deve exercer
para elaboração da Lei de Orçamento Anual – LOA.
Não tem como ser aplicada aos impostos denominados reais e proporcionais.
1.4.1.5. IGUALDADE
Desdobramento de que “ todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza” ( art. 5º, caput,CF/88), encontra-se inserido no art. 150,II,CF/88,
vedando a todos os entes políticos “ instituir tratamento desigual entre os
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.”
Previsto no art. 150, IV,CF/88, para evitar a utilização do tributo que exproprie
bens dos contribuintes, está ligado à capacidade contributiva destes.
33
Alguns autores acrescentam que tal princípio não se dissocia dos princípios de
razoabilidade e proporcionalidade, inclusive no tocante a aplicação de penalidades,
como a multa excessiva.
Por outro ângulo, a idéia de confisco não encontra dificuldade, mas sim na
definição de seu conceito, na delimitação da idéia, como limite a partir do qual
incidirá a vedação constitucional correspondente ( Art. 150, IV,CF/88).
Significa que tais entes políticos estão impedidos de graduar seus produtos, através
de manipulação de alíquotas e base de cálculo, em função da origem e destino de
bens e serviços, como, por exemplo, estabelecer alíquotas maiores para os
automóveis importados do que a dos nacionais.
Consigna determinação para que lei determine medidas para que os consumidores
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços (
art. 150, §5,CF/88).
1.4.1.10. SELETIVIDADE
Questão relevante diz respeito a interpretação das imunidades que, via de regra,
deve ser feita com razoabilidade de maneira extensiva e de acordo com sua
finalidade.
Por fim, deve ser diferenciada da própria não incidência, e de outras modalidades
de desoneração tributária, tais como isenção, alíquota zero e diferimento.
A) CARACTERIZAÇÃO DO ASSUNTO
Desta forma, numa definição mais ampla do que a do CTN no art. 96 supra, pode-
se entender como legislação tributária todo ato normativo, geral e abstrato,
integrante do ordenamento jurídico nacional, que disponha, no todo ou em parte,
sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, ou seja, desde a Constituição
Federal até o mais subalterno dos atos normativos correspondentes ao assunto.
A Lei Maior do País também define a competência para legislar sobre direito
tributário (art. 24 c/c/ arts 30, II, e 32,§ 1º ), que não se confunde com a
competência tributária, separando esta em concorrente ( União, Estados e Distrito
Federal ), suplementar ( Estados, DF e Municípios) e plena ( Estados e Distrito
Federal), atribuindo à União competência para legislar sobre normas gerais de
direito tributário, e, na ausência destas, aos Estados e DF para legislar plenamente
38
Mais ainda, passou a exigir lei complementar para dispor sobre conflitos de
competência em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, regular as limitações constitucionais ao poder de tributar, e para
edição de normas gerais em matéria de legislação tributária, sobre a definição de
tributos e de suas espécies, e, relativamente aos impostos discriminados na CF, a
dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes, obrigação,
lançamento, crédito, prescrição e decadência tributária, etc., como pode ser
visualizado no art. 146.
Cumpre ressaltar que as normas gerais editadas pelo CTN tiveram como
fundamento a CF de 1946, que somente as tinha previsto para o Direito
Financeiro.
B) AS LEIS
Contudo, tal dispositivo exige menos que sua essência impõe, daí o porque estarem
sujeitos à legalidade de maneira mais restrita ou à reserva legal, entendida à época
do CTN como lei ordinária, as situações referenciadas nos seus incisos I a VI do
art. 97 , “ in verbis ”:
39
Por outro lado, no tocante a aumento e/ou redução de tributo, também pode ser
utilizada a medida provisória, com observância do princípio da anterioridade, e,
nas condições e limites estabelecidos em lei, o decreto do Poder Executivo, em se
tratando de II, IE, IPI e IOF ( arts. 62, § 3º, e 153, § 1º, CF/88).
Não obstante, a medida provisória não pode ser utilizada em matéria reservada à
lei complementar ( art. 62, III, CF/88).
Tal restrição também se estende à lei-delegada ( art. 68,§ 1º, CF/88), que, embora
passível de utilização em direito tributário em outras situações, na prática se
revelaria incompatível com a autorização popular por lei, revelando inimaginável
que o Poder Legislativo abdicasse de tal exercício.
Por derradeiro, não podem ser olvidados os decretos-leis que ainda estão vigentes,
como os que tratam do II ( 37/66) e regime atípico de tributação da Zona Franca
de Manaus ( 288/67).
40
Além disso, críticas tem sido feitas também à parte final alegando-se que após
regular incorporação ao direito interno adquirem posição hierárquica igual à lei
ordinária, não podendo disciplinar matéria reservada à lei complementar, mas
permite que uma lei ordinária venha a modificá-lo, que corresponderia à
respectiva denúncia no plano externo
D) DECRETOS
A lei para ser eficaz deve estar vigendo, contudo, pode existir lei vigente sem ser
eficaz. A eficácia pode ser diferida, como ocorre no princípio da anterioridade.
As normas gerais a que alude o CTN são o próprio Código, lei ordinária de origem,
mas que passou a ter “status” e força de lei complementar após a CF/88, que
determinou`a União competência para legislar sobre normas gerais de direito
tributário, via lei complementar.
A título de exemplificação das exceções acima mencionadas, com fulcro nos arts.
199 e 120 do CTN, respectivamente, mencionam-se a possibilidade de dois estados,
Rio e São Paulo, celebrarem convênio para utilização de legislação de apenas um
deles em matéria de fiscalização tributária, bem como o desmembramento do
Estado de Goiás com a criação do Estado de Tocantins, com a possibilidade deste
último utilizar a legislação tributária referente ao Estado de Goiás, até que
entrasse em vigor a sua própria.
O art. 105 do CTN é mera reafirmação da CF/88, envolvendo a lei mais outros atos
normativos concernentes à obrigação tributária principal, causadas por fatos
geradores futuros ( que vierem a ocorrer) e pendentes ( já se iniciaram, mas não
concluídos, a exemplo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas, assim
considerado à época, inclusive na doutrina).
Importa ainda observar que tem correspondência com o assunto as regras dos arts
116 ( considera-se ocorrido o fato gerador, salvo disposição em contrário, as
situações de fato e jurídica ali mencionadas, bem como, para esta última hipótese,
salvo em disposição em contrário também, os atos e negócios jurídicos condicionais
sob condição suspensiva e resolutiva ), a serem objeto de aulas subseqüentes, no
item 3 ( OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA) do conteúdo programático da disciplina.
Previstas no art. 106 do CTN em que “ a lei aplica-se a ato ou fato pretérito
( ocorrido antes da vigência)”:
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na legislação vigente
ao tempo de sua prática.
O fato é que as três alíneas tratam de infrações e punições, ou seja, não haverá
retroatividade da lei que verse sobre tributo, seja ela melhor ou pior.
Tal dispositivo tem merecido críticas entendendo que não caberia ao CTN estatuir
tais regras.
Por outro lado, o art. 110 impede acertadamente ao legislador ordinário alterar a
definição, conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas utilizados
constitucionalmente ( inclusive nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas
Municipais e do DF) para definir e limitar competência tributárias, pois isto
equivaleria a mudar a própria Lei Maior por lei infraconstitucional, não
permitindo, por exemplo, que um automóvel , bem móvel, possa ser tratado como
imóvel, retirando, assim, competência tributária dos Estados para a União ou para
o Município.
I- Analogia;
IV- equidade.”
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Ressalva ainda o CTN que a analogia não pode ser utilizada na exigência de
tributo não previsto em lei, bem como a equidade não poderá resultar na dispensa
do pagamento do tributo devido.
3. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
3.1. CONCEITO
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Desta forma, toda obrigação jurídica tem natureza econômica ( o objeto expressa
em valor pecuniário), faces subjetivas ( envolve sempre pessoas ), caráter
transitório ( desaparece, extingue-se em determinado momento), fundamento de
direito ( autorizativo da exigência por parte do sujeito ativo), bem como a
responsabilidade patrimonial do sujeito passivo, no caso do descumprimento do
estipulado.
Ressalte-se que embora a obrigação tributária surja de lei editada pelo próprio
sujeito ativo, o Estado, decorrente de uma relação de soberania fiscal que possui, a
partir de sua edição a relação jurídica que se estabelece entre as partes determina
posição de igualdade entre ambos, ou seja, a respectiva cobrança e pagamento se
fará na forma e nos limites legais estabelecidos.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto
o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela
decorrente.
Por outro lado, a obrigação acessória é definida na legislação tributária ( vide art.
96 do CTN) e não apenas na lei sentido restrito, ou seja, pode decorrer de decretos,
resoluções, portarias,etc., sempre no interesse da arrecadação ou da fiscalização,
constituindo, portanto, verdadeiros deveres das pessoas que seja obrigadas ao
cumprimento de seu objeto ( apresentar, no prazo legal, declaração de
rendimentos, escriturar livros fiscais, emitir documentos fiscais, etc.).
Também não se confunde com sanções civis ( juros e correção monetária), que
constituem indenização para recuperação do dano patrimonial derivado da falta
de pontualidade do contribuinte devedor e mera atualização monetária do valor do
débito, face à inflação, pelos prejuízos sofridos pelo fisco.
3.2. ELEMENTOS
Nos termos do art. 119 do CTN, “sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de
direito público titular da competência para exigir seu cumprimento”.
Contudo, esta pode ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito público, no
que tange à arrecadação e fiscalização ( art. 7º do CTN ) e ser cometida a pessoas
jurídicas de direito privado para o exercício da função ou do encargo de
arrecadação tributária ( art. 7º, § 3º, do CTN).
3.2.3.1. PRELIMINARES
c) subsidiária (quando a dívida só puder ser exigida de uma pessoa se a outra não
pagar, havendo, pois, uma ordem a ser seguida ).
Contudo, é a lei que estabelece o sujeito passivo tributário e não a vontade dos
particulares, consoante se verifica no disposto no art. 123 do CTN.
No tocante a impostos e contribuições a que alude o art. 149 da CF/88, antes de sua
caracterização na lei correspondente, a CF/88 prescreve sua conceituação em lei
complementar de normas gerais de direito tributário ( art.146,III,a ), sendo que em
caso da participação no fato gerador de várias pessoas, caberá ao legislador
ordinário a faculdade de escolha entre elas, como ocorre no caso do Imposto sobre
Transmissão de Bens e do Imposto sobre Operações Financeiras, a teor das regras
contidas nos arts. 42 e 66 do CTN, ou seja qualquer das partes envolvidas na
operação.
Observe-se ainda que a sujeição passiva tributária envolve a pessoa que está
legalmente obrigada a pagar ( sujeito passivo de direito) e não quem efetivamente
suporta sob o aspecto econômico o ônus tributário ( sujeito passivo de fato, como o
consumidor, na situação de repercussão tributária que caracteriza os impostos
classificados como indiretos ( IPI, ICMS,etc.)
Assim, o contribuinte do Imposto sobre a Renda Pessoa Física poderá também ser
o sujeito passivo da obrigação de entregar a declaração de rendimentos, bem como
o Inventariante poderá, por obrigações próprias, se revestir da condição de
contribuinte, e ainda de responsável pelos tributos devidos pelo “ de cujus”, bem
como pela obrigação de ser a pessoa obrigada a declarar os rendimentos do
espólio.
135), estas últimas a serem examinadas nas aulas subseqüentes, bem como de
sujeitos passivos de obrigações acessórias ( arts. 194 e 197 ).
Ressalta ainda o CTN no parágrafo único do mesmo artigo que a solidariedade não
comporta benefício de ordem, ou seja, o fisco pode cobrar o débito de todos ou de
um escolhido.
Sendo a aptidão para figurar no pólo negativo da relação jurídica tributária, como
contribuinte ou responsável, atribuída a qualquer pessoa física ou jurídica.
53
O CTN regula a matéria no art. 126, I a II, dissociando-a da capacidade civil das
pessoas naturais, bem estas acharem-se sujeitas a medidas que importem privação
ou limitação do exercício de atividades civis, comercias ou profissionais, ou da
administração direta de seus bens ou negócios ( advogado suspenso do exercício
profissional, comerciante falido não reabilitado, interdição de alguém, por
exemplo), e ainda no caso de pessoas jurídicas de sua situação regularmente
constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional ( não
registrada na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas
Jurídicas ou sociedade de advogados na OAB ).
c) quando não couber a aplicação das regras anteriores, o lugar da situação dos
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que derem origem à obrigação.
Será contribuinte quando tiver relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador, caso contrário, será denominado responsável.
Em ambos os casos, a sujeição passiva depende de expressa previsão legal.
Contudo, a lei tributária não pode arbitrariamente apontar qualquer pessoa como
responsável pelo pagamento do tributo independentemente de qualquer relação
com o fato gerador, ou seja, alheia a este, como se depreende da leitura do art. 128
do CTN, que determina:
O CTN disciplina o assunto, além do mencionado art.128, nos arts. 129 a 138,
contidos no CAPÍTULO V ( RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA), NAS Seções
I ( Disposição Geral ), II ( Responsabilidade dos Sucessores ), III
( Responsabilidade de Terceiros ) e IV ( Responsabilidade por Infrações ), que não
esgotam o assunto, vez que existe também a responsabilidade inerente a atos dos
agentes públicos fazendários, a exemplo dos arts. 141 ( dever de eftuar o
lançamento sob pena de responsabilidade funcional) e 208 ( responsabilidade
pessoal, além da funcional e criminal, por certidões negativas expedidas com dolo
ou fraude, inclusas nas obrigações acessórias, previstas no Capítulo I / Título III/
Do Crédito Tributário e Capítulo III / Título IV/ Da Administração Tributária.
DIRETA – Contribuinte
No mesmo sentido, nos caso em que o locatário é pessoa jurídica e o locador pessoa
física, o regime é de retenção na fonte, ou seja, a pessoa jurídica, no pagam,ento do
aluguel, deve fazer a retenção do imposto sobre a renda.
A partir da Lei Complementar 44/83 ( art. 6º, § 3º), e do Convênio ICM 66, de
14/12/88 ( art. 25 ), decorrente do art.34,§ 8º, do ADCT, institui-se a substituição
tributária no ICMS, com duas caracterizações:
Daí o porque ter sido expedida a EC 03/93, atualmente contida no Art. 150.§ 7º, da
CF/88, estabelecendo a possibilidade jurídica do pagamento antecipado por fatos
57
Além disso, alguns doutrinadores apontam que o art. 135 do CTN, que trata o
assunto nele contido como dentro da responsabilidade de terceiros, a ser
examinado adiante, constitui também responsabilidade por substituição, mas
resultantes de atos irregulares praticados.
“Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela
referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a
obrigações tributárias surgidas até a referida data.”
Além disso, observe-se que mesmo que a dívida seja superior ao valor do bem
imóvel, não há desoneração da responsabilidade tributária, enquanto que débitos
anteriores à celebração do negócio jurídico podem continuar sob a
responsabilidade do proprietário anterior, efetivada a prova de quitação acima
mencionada.
c) Sucessão Causa Mortis – o CTN peca ao dispor sobre a matéria, por não
contemplar a ordem cronológica usual e prática do processo de sucessão da
espécie.
59
Com efeito, pode-se afirmar que a responsabilidade, no caso, deve ser tratada em
03 ( três ) momentos distintos, a saber:
Até a morte;
-------------------------------------------------------
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo “de
cujos” até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao
montante do quinhão do legado ou meação;
III – o espólio pelos tributos devidos pelo “de cujus” até a data da abertura da
sucessão.
fusão – quando duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova ( art.228);
incorporação – quando duas ou mais sociedades são absorvidas por outra que será
sucessora ( art. 227)
Observe-se que o CTN não tratou de cisão de empresas, sendo até então o
entendimento pertinente, segundo a doutrina, com base no art.233 da Lei 6404/76,
como expõe RICARDO ALEXANDRE ( in Direito Tributário Esquematizado, Ed.
MÉTODO, 2010), o seguinte:
Tal hipótese parece ter sido elaborada para evitar fraude ou simulação, com o
encerramento de uma empresa e sua continuidade sob outro nome pelo mesmo
proprietário PARA EXPLORAÇÃO DA MESMA ATIVIDADE, MESMO SEM
REGULAR CONSTITUIÇÃO (vide art. 123,II, do CTN), com o propósito de
eliminar sua responsabilidade tributária.
Por exemplo, se houvesse uma empresa com dois sócios, sendo um com apenas 3%
do capital. Extingue-se a empresa e o sócio minoritário com outra pessoa constitui
nova empresa, Teríamos então a nova empresa assumindo toda a responsabilidade
da anterior pelo simples fato de um dos sócios ter apenas 3% do capital, sem ter
havido qualquer simulação.
Daí o porquê ANNIS KFOURI JR entender que “a aplicação do instituto deva ser
utilizado, pelo julgador, com severas restrições e atendendo sempre ao espírito da
61
lei, de forma a atingir, efetiva e exclusivamente, àquele que agiu de má-fé, mas
protegendo, ao mesmo tempo, terceiro que possa vir a ser responsabilizado por
dívidas das quais não teve nenhuma participação ou ganho” ( in Curso de Direito
Tributário, ED SARAIVA, 2010).
Estas as regras contidas no art. 133, I e II do CTN, que podem ser exemplificadas
como segue.
Ressalte-se ainda que para o legislador o período de seis meses acima mencionado
não é cessação de atividade, mas somente interrupção.
O artigo 133 retro foi, contudo, modificado pela Lei Complementar 118/05,
relativamente à exclusão da responsabilidade tributária contida em suas
disposições, no tocante às empresas em processo de recuperação judicial e falência,
facilitando a terceiros interessados a aquisição de filiais ou unidades produtivas,
como maneira de se possibilitar a injeção incremental de novos recursos
financeiros para recuperação destas, assim como para permitir o pagamento aos
credores da massa falida.
Por outro lado, objetivou evitar o aproveitamento de tal benefício por parte dos
atuais sócios administradores e parentes que menciona, como reproduzido abaixo:
I- em processo de falência;
Também tem sido enfatizado pela doutrina a necessidade de vínculo com o fato
gerador, a exemplo de uma mãe ( responsável) que efetua e recebe as aplicações
financeiras decorrentes de rendimentos de seu filho menor( contribuinte).
3.2.7.2.1. INTRODUÇÃO
O CTN ao tratar do assunto parece, à primeira vista, querer cuidar apenas das
últimas acima mencionadas, mas regula também e em primeiro plano a
responsabilidade da conduta dos infratores naqueles ilícitos conceituados por lei
como crimes ou contravenções ( art. 137,I).
A regra básica é a de que a punição deve atingir a pessoa que cometeu a infração.
Mas no direito tributário pode haver a punição à pessoa jurídica ( por exemplo,
multa moratória) e não contra o agente ( pessoa física) que praticou a transgressão
da norma.
“I- quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo
quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo
ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
a) das pessoas referidas no art. 134, contra aquelas por quem respondem;
66
Contudo, não é bem assim, a começar pelo caráter supletivo contido no início do
dispositivo (salvo disposição de lei em contrário),o que possibilita a introdução do
caráter subjetivo da conduta na legislação tributária, e que pode ser corroborado
por várias leis tributárias federais e locais ( vide Lei 9430/96 c/ a redação da MP
351/07, por exemplo).
Por derradeiro, o inciso III do mesmo art. 137 refere-se à conduta das pessoas que
ao invés de defenderem os interesses de quem representam agem deliberadamente
com o objetivo específico de prejudicá-los , como no caso de um diretor de empresa
que extravia documento com o fim de ocultar do Fisco uma situação tributável
( dolo específico.
Mais recentemente, o STJ editou a Súmula 360, com o seguinte teor: “ o benefício
da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.”
Por outro lado, no entanto, entendemos que a aplicação da Súmula 360 não poderá
conduzir à absoluta inaplicabilidade do instituto da denúncia espontânea aos
tributos sujeitos a lançamento por homologação quando houver a declaração do
débito, restando cabível sua aplicação nas hipóteses de pagamento feito em
desacordo com as legislação, por exemplo.”
3.2.1.1. DA DENOMINAÇÃO
tributária, pois esta exige perfeita adequação entre a hipótese legal e a situação
concretizada pelo sujeito passivo, só então produzindo efeitos jurídico decorrente.
Não obstante, ressalte-se que após a CF/88, devem ser, no que tange a impostos
definidos em lei complementar ( art. 146,III,a), não esquecendo que o CTN, face a
tal exigência, passou a adquirir “ status “ de lei complementar, como já enfatizado
em aulas precedentes também.
70
3.2.1.4. ASPECTOS
O aspecto temporal é realçado no art. 116, onde o legislador ao definir os fatos que
farão surgir a obrigação tributária pode escolher entre:
Ressalte-se que o elemento temporal surge ainda nas situações jurídicas ( atos ou
negócios jurídicos) condicionais, rememorando que condição é cláusula que
subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto, dizendo-se:
Tais são as disposições do art. 117 do CTN, salvo disposição em contrário, como
determina o mesmo dispositivo.
Além disso, restou inaplicável ainda o assunto em pauta, pois não existe até os dias
atuais a mencionada lei regulamentadora.
O art. 118, I e II, do CTN, reza pela abstração da “ validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelo contribuinte, responsáveis ou terceiros, bem como da
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos, bem dos efeitos dos fatos efetivamente
ocorridos”, ou seja, não importa para o tributarista se o ato é nulo ou anulável,
lícito, ilícito, moral ou não.
3.2.1.8. CLASSIFICAÇÃO
4. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O Assunto está disciplinado no Título III do Livro Segundo do CTN, nos arts. 139
a 193, compreendendo Disposições Gerais, Constituição, Suspensão, Extinção e
Exclusão do Crédito Tributário, suas Garantias e Privilégios, respectivamente,
com alterações derivadas da LC 104/01.
4.1. CONCEITO
Alguns autores sustentam, contudo, que o crédito tributário surge com a obrigação
principal e não decorre desta, como se verifica no pensamento acima de Bernardo
Ribeiro de Moraes.
4.3.1. CONCEITO.
Enfatize-se que o art. 146, III, b, do texto constitucional vigente determina que “
cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
decadência tributários.”
a) é ato ou procedimento?
f) apenas formaliza o crédito, para alguns, enquanto para outros o constitui, com
fulcro no art. 142 retro;
Vale ainda a lembrança que mesmo no caso de Dívida Ativa regularmente inscrita
a presunção é apenas relativa e pode ser elidida por prova inequívoca a cargo do
77
Assim, deixou de ser lançamento por declaração para ser por homologação,
conforme a característica deste último a ser vista adiante, pelo que, conforme
destaca acertadamente RICARDO ALEXANDRE ( in op. citada), “ não se deve
confundir lançamento por declaração com lançamento em cuja sistemática existe
uma declaração.” Esta, decorrente de uma obrigação tributária acessória de fazer,
no prazo estabelecido, sob pena de incidência de multa ( penalidade pecuniária),
78
vez que a Fazenda Pública não participa de todas as situações que podem ensejar a
percepção de renda pelo sujeito passivo, ou seja, em face de fato gerador complexo
ou complexivo.
b) revisibilidade, por erro de direito ou de fato ( art. 149 do CTN), pelo sujeito
ativo, enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública ou esgotada a fase
contenciosa administrativa, mediante lançamentos aditivos, que devem ser
informados ao sujeito passivo, para possível defesa contra a revisão, quando se
tratar de lançamentos em que ocorra o arbitramento( não confundir com
arbitrariedade) da base de cálculo, a teor do art. 148 do CTN.
Recorde-se, inicialmente, que não afetam a obrigação tributária ( art. 140 do CTN)
Por último, acrescente-se ainda que no lançamento por declaração, enquanto não
houver a notificação este não estará completo, pelo que o art. 147, § 1º do CTN
admite a retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando
vise a reduzir ou excluir tributo, mediante comprovação do erro em que se funde.
80
No caso, evitar que o crédito tributário se constitua pelo lançamento, via isenção
ou anistia, termos que hoje correspondem ao que se denomina atualmente de
modalidades de renúncia fiscal ou desoneração tributária.
A expressão é contraditória, pois insinua que o crédito para ser excluído deveria
ser existente.
Ora, se não existe crédito, não como se ter qualquer exclusão deste.
O assunto está basicamente disciplinado nos arts. 175/182 do CTN, além de outros
na CF/88 (arts. 150,§ 6º, e 151, III), e art. 14 da LC 101/00-Lei de Responsabilidade
Fiscal.
4.6.2. CONCEITO
O CTN não dispõe a respeito, o que é suprido pela doutrina, que aponta a isenção e
a anistia como “causas em que a entidade tributante dispensa, por lei, o sujeito
passivo do cumprimento da obrigação tributária principal ( pagamento do tributo
ou penalidade pecuniária) , por motivos de ordem econômica, social ou política.”
Tratam-se de regras gerais aplicáveis às duas formas ou a apenas uma delas, que
limitam a ação governamental para sua aplicação, a saber:
A lei citada deve ser do tipo ordinária e específica de cada ente tributante, a teor
do art. 150,§6º, CF/88.
Não obstante, o texto constitucional vigente permite que a União, por meio de lei
complementar, pode conceder isenção (heterônoma) de ICMS incidente nas
operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior, bem como de ISS
nas exportações de serviços para o exterior ( arts. 155,§ 2º, XII, e, e 156,§3º,II ),
bem como em tratados internacionais estabelecer isenções de tributos estaduais e
municipais, por estar representado no pacto a República Federativa do Brasil,
como já decidido em instancia judicial máxima.
4.6.5. DA ISENÇÃO
No caso de isenção especial, pode estar direcionada a apenas imposto, não sendo
extensiva a taxas e contribuição de melhoria, nem a tributos instituídos
posteriormente à sua concessão, salvo disposição em contrário ( isenção geral),
como fixado no art. 177 do CTN.
O mencionado art. 104, III, tem a ver com a regra de anterioridade da lei
tributária da CF/88, que, dependendo do ponto de vista, estaria ou não revogado.
De qualquer sorte o STF já decidiu nebulosamente que instituição ou majoração
de tributo não se equipara a isenção, pois não explica a que tributo possa se referir
o “ decisum”.
Vale observar ainda que a isenção em caráter individual, não geral, somente se
efetiva mediante ato declaratório da autoridade administrativa, que não gera
direito adquirido, pois pode ser revogado ( melhor dizer anulado, no entender de
alguns), consoante o estabelecido no art. 179 e seu § 2º.
Não confundir isenção com alíquota zero do tributo, pois na isenção a alíquota
deve ser positiva.
4.6.6. DA ANISTIA
4.6.6.1. CONCEITO
4.6.6.2. CLASSIFICAÇÃO
Da mesma forma que a isenção, pode ser concedida em caráter geral ou individual,
sendo que neste último caso, a respectiva efetivação dependerá de despacho ( ato
declaratório), que não gera direito adquirido e poderá ser revogado ( ou anulado),
conforme o art. 182 do mesmo CTN.
A anistia não se confunde com a remissão, vez que nesta última já existiu o
lançamento e a dívida engloba, além do tributo, juros, encargos e a penalidade
pecuniária correspondente.
4.4.1. CARACTERIZAÇÃO
Daí, a diferença que a doutrina faz entre os termos impedir e suspender, não
registradas formalmente no CTN, sendo a primeira acolhedora de prévio
lançamento em andamento, e a segunda deste já ter sido concluído, ou seja, em
estágio posterior , como se depreende do art.154, “caput ”, não obstante o salvo
disposição em contrário estipulado no mesmo dispositivo.
Diferente, pois do que ocorre com a isenção e anistia em que o lançamento não
pode ser realizado, pois estas duas modalidades excluem o crédito tributário,
no dizer da legislação correspondente.
I – moratória;
VI – parcelamento.
Com advento da CF/88 ( art. 5º, incisos XXXV e LV), em que “ lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, e garantia da
ampla defesa e do contraditório”, bem como a necessidade de observância do
principio da isonomia ( proteção às pessoas menos favorecidas para se
defender), o depósito passou a ser facultativo ( relação de instância), como se
depreende inclusive da Súmula Vinculante nº 21, do STF, verbis:
Ressalte-se ainda que o art. 5º, XXXIV, da Lei Maior citada determina ainda
regra de imunidade específica quando assegura a todos, independentemente do
pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
Não obstante o depósito não se confundir com taxa, o objetivo do legislador foi
o de impedir que o direito de petição aos Poderes Públicos fosse obstaculizado
pela incidência de quaisquer ônus financeiro.
Tem como vantagens evitar que, no caso de não obter êxito na reclamação ou
na ação judicial, evitar a incidência de juros de mora e correção monetária,
bem como impedir a propositura, pela Fazenda Pública, da ação de execução
fiscal.
Com o tempo, consolidou-se a tese de que não haveria óbice ao uso da tutela
antecipada contra a Fazenda Pública, suspendendo a exigibilidade da
obrigação tributária, por revestir a mesma natureza do mandado de segurança,
pelo que editou-se a LC 104/01 incluindo no CTN como causas de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário “ a concessão de medida liminar ou de tutela
antecipada em outras espécies de ação judicial.”
Tal raciocínio,embora até hoje esposado em caráter doutrinário, cai por terra
com os seguintes argumentos:
4.4.2. MORATÓRIA
4.4.1. CONCEITO
É o oposto da MORA.
Sempre dependente de lei para sua concessão, não somente porque a obrigação
tributária é “ ex lege mas também por força do princípio da indisponibilidade
do interesse público, já que a moratória implica o recebimento do crédito fiscal
posteriormente ao prazo originalmente estabelecido.”
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO
4.4.3. CONDIÇÕES
4.4.3. PARCELAMENTO
Finalmente, cabe ainda destacar que parte da doutrina considera ainda como
modalidade implícita de suspensão da exigibilidade do crédito tributário a
CONSULTA , com previsão no art. 161,§ 2º, do CTN, que exclui a incidência de
juros e multas, a saber:
Tal dispositivo deve ser, contudo, objeto de regulamentação por cada ente da
Federação.
Em regra, o sujeito passivo (conceito subjetivo), mas nada impede que terceiros
o façam ( conceito objetivo), inclusive em decorrência de convenções
particulares, as quais não modificam, entretanto, a definição legal do sujeito
passivo perante a Fazenda Pública, salvo disposição de lei em contrário
( art.123 do CTN), pelo que não poderão pleitear a devolução de pagamentos
indevidos ( repetição de indébito).
O valor do crédito e, se for o caso dos acréscimos legais, bem como abatidos os
descontos concedidos, nas condições alternativas oferecidas pelo Fisco e
escolhidas pelo sujeito passivo ( à vista ou em parcelas), consoante o disposto
nos arts. 158, 160, § único, e 161, do CTN.
No art. 161 o CTN estabelece as conseqüências jurídicas dos créditos não pagos
no vencimento, que serão acrescidos de juros de mora ( à taxa de 1º ao mês, se a
lei não dispuser de modo diverso, sendo que hoje na área federal aplica –se a
93
Taxa SELIC de remuneração dos títulos públicos ), seja qual for o motivo
determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da
aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei
tributária, sendo que o disposto no referido artigo não se aplica na pendência
de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do
crédito.
O art. 164 também do CTN estabelece as situações em que o crédito pode ser
consignado em juízo pelo sujeito passivo, somente sobre o crédito que se propõe
a pagar, como, por exemplo, na recusa de recebimento pelo sujeito ativo ou de
bitributação, dentre outras. Sendo julgada procedente, o pagamento se reputa
efetuado, e a importância consignada é convertida em renda ( receita) do
sujeito ativo, extinguindo, assim, o crédito, ou se julgada improcedente a
consignação, no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
O sujeito passivo faz jus a pleitear sua restituição total ou parcial, pela via
administrativa ou judicial ( ação de repetição de indébito ), nos casos previstos
pelo CTN ( art. 165, I a III), com prazo decadencial de 05 anos, contados na
forma estipulada pelo CTN inerentes as respectivas hipóteses de devolução
nele previstas, com juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da
decisão definitiva que a determinar ( § único do art. 167).
4.5.7. COMPENSAÇÃO
Pode ser efetivada mediante lei, nas condições e garantias que estipular, ou
cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, de créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
Pública, nos termos do art. 170 e seu parágrafo único, do CTN. Vide a EC
62/09, que autoriza a compensação de tributos com precatórios judiciais.
4.5.8. TRANSAÇÃO
Conforme o art. 171 do CTN, a lei pode facultar aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária, nas condições que estabeleça, celebrar transação que,
mediante concessões mútuas, importe em terminação de litígio, e conseqüente
extinção do crédito tributário.
4.5.9. REMISSÃO
Por fim, cabe ressaltar que a doutrina aponta situações que, embora não
previstas no CTN, poderiam também ensejar a extinção do crédito tributário,
como a novação e a confusão ( herança jacente/vacante e incorporações de
empresas pelo Estado.
96
Inicialmente, cabe observar que a enumeração destas no CTN não pode ser
considerada taxativa, podendo a lei estabelecer outras, em função da natureza ou
das características do tributo a que se refiram, conforme dito no art. 183.
Por outro lado, o parágrafo único do mesmo artigo reza que “ a natureza
jurídica das garantias não altera a natureza jurídica do crédito ou da obrigação
tributária a que corresponda.”
Relembre-se a respeito que nos termos do art. 139 do CTN o crédito tributário
tem a mesma natureza da obrigação tributária principal, ou seja, de dar coisa
incerta “ ex legem”.
Registre-se que o art. 30 da Lei 6.830 /00 , que disciplina a execução fiscal, repete
o disposto no art.184 do CTN, reiterando a previsão deste.
O crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa, não permite que o
sujeito passivo em débito com a Fazenda Pública, proceda alienação ou oneração
de bens ou rendas, ou seu começo, sob pena deste procedimento ser considerado
presumidamente fraudulento, conforme o “ caput ” do art. 185 do mesmo CTN.
oportunamente que a parte final do art. 185 , que foi alterada pela LC 118/05,
estabelecia que a fraude referida ocorreria por débito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa em fase de execução, em desfavor do Fisco, portanto.
4.7.3. PREFERÊNCIAS
100
O crédito tributário, segundo o art. 186,” caput”, do CTN, desfruta, como regra,
de preferências em relação a outros créditos, ressalvados os créditos trabalhistas
( salários, décimo-terceiro salário, salário-família, aviso prévio e férias em
dinheiro, indenizações), inclusive as decorrentes de acidentes do trabalho, estas
últimas decorrentes de acréscimo derivado da LC 118/05, que reflete mais uma
vez a observância do princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular.
Nesta, a partir da nova redação dada pela LC 118/05, há outros créditos com
prioridade, como os denominados extraconcursais ( conceituados no art. 188,
como os decorrentes de fatos geradores ocorridos no processo de falência), assim
considerados aqueles relativos à própria administração da massa, como a
remuneração do administrador judicial e de seus auxiliares e os créditos
decorrentes de serviços presatados à massa, ou passíveis de restituição, nos
termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado, sendo que a multa tributária prefere apenas aos créditos
subordinados, ou seja, passou a ser incluída entre os créditos concursais,
afastando a aplicação da Súmula 565/STF, no sentido da inexigibilidade da multa
fiscal em falência.
Estabelece também o art. 187 que o crédito tributário tem sua cobrança efetuada
pela Lei 6830/80, denominada Lei de Execução Fiscal,ou seja, não é sujeita a
concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento, sendo que o seu parágrafo único
estabelece que o concurso de preferência somente se verifica entre pessoas
jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I-União;
5. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
O CTN não conceitua o assunto, mas a doutrina o faz, nos aspectos subjetivo e
objetivo,como se verifica nas obras anteriormente referidas em aulas precedentes
102
Daí, a matéria estar dividida no CTN nos arts. 194/208, com as alterações das
LCs 104 e 105/01, com os títulos de Fiscalização, Dívida Ativa e Certidões
Negativas.
Deve-se ressaltar que a CF/88 nos arts. 37,XVIII, XXII, 167,IV, e 145,§ 1º,
ressalta o papel da Administração Tributária na proteção do patrimônio público,
seja lhe conferindo precedência e de seus servidores sobre os demais setores
administrativos, prioridade de recursos e atuação de forma integrada, fixando
exceção ao princípio da vinculação da receita de impostos para realização de suas
atividades e faculdade para levantamento de dados que propiciem a apuração da
situação da realidade e verdade material do sujeito passivo, com vistas ao
exercício do princípio da capacidade contributiva.
5.1. FISCALIZAÇÃO
Por outro lado, o CTN estabeleceu também o sigilo fiscal no art. 198, que foi
reescrito com a LC 104/01, trazendo como inovações a ampliação das
possibilidades de quebra, disciplinamento de intercâmbio de informações
sigilosas no âmbito da Administração Pública, e exclusão de sua abrangência da
divulgação de determinadas informações ( § 1º,II, e §§ 2º e 3º).
Por derradeiro, o auxílio da força pública, ainda que não haja crime ou
contravenção, nos caso estabelecidos no art.200, na proteção ao patrimônio
público, cujo exercício deve levar em conta o princípio da proporcionalidade.
Importa observar que a Lei 6.830/80, que disciplina sua cobrança judicial, a
caracteriza como sendo aquela definida como tributária ou não tributária na Lei
104
As demais disposições sobre a matéria estão arroladas nos arts 202 a 204 do
CTN, os quais dispõem sobre os requisitos de inscrição na Dívida Ativa, causas
de nulidade desta e presunção relativa para possibilitar a cobrança judicial do
débito do contribuinte, por meio das Procuradorias da Fazenda Pública, pela
inscrição do devedor no Livro da Dívida Ativa, meio pelo qual é extraída a
Certidão da Divida Ativa, que constitui título executivo extrajudicial, hábil para
o ingresso da respectiva ação de execução fiscal ( Lei 6.830/80 ).