Eixos 2009-2 EMI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
Elementos de Máquinas I – Elementos de Transmissão

1. INTRODUÇÃO
Os eixos, por sua enorme variedade de aplicações, são elementos de

máquina de extrema importância e merecem especial atenção do projetista. A
Elementos de Máquinas I – Eixos e Árvores
quantidade de formas e aplicações impossibilitam sua padronização, exigindo

assim, para cada projeto, um eixo com características específicas e bem definidas.
Os eixos podem ser estacionários ou rotativos, com ou sem transmissão

de potência.
ÁRVORES l eixos que transmitem potência. Sofrem esforço de torção.
EIXOS l NÃO transmitem potência

2. PROJETO DE EIXOS
Consiste na determinação do material e geometria mais adequados.
2.1. MATERIAIS
Normalmente são utilizados aços, com ou sem elementos de liga,

devido a menor sensibilidade à concentração de tensões e seu baixo custo.
Devem ser considerados os seguintes fatores:
• Condições de serviço (durabilidade, confiabilidade, resistência, etc.);

• Fabricação: usinabilidade, tolerâncias, etc.;
• Custo.
2. PROJETO DE EIXOS (cont.)
2.2. DIMENSÕES
As principais dimensões são o comprimento e o diâmetro.

O comprimento é determinado a partir dos elementos de máquina acoplados

ao eixo, tais como: engrenagens, polias, embreagens, freios, mancais e etc. e
em função do espaço disponível.
O diâmetro é a variável de maior importância a ser determinada. Seu valor depende

de critérios orientadores, especificados pelo projetista, de acordo com as condições
de serviço. Esses critérios podem ser baseados em tensão, deflexão, durabilidade,
frequência de trabalho, confiabilidade, segurança e/ou custo.
2. PROJETO DE EIXOS (cont.)
2.3. RECOMENDAÇÕES
• Os elementos de máquina acoplados devem ser dispostos, sempre que possível,

próximos aos apoios (mancais), para redução da flexão.
• Evitar, sempre que possível, variações de seção.
• Aplicação de tratamentos superficiais e/ou térmicos adequados podem melhorar

a performance do eixo.
• Arredondamentos (“adoçamentos”) devem ser utilizados para diminuir o efeito

de concentração de tensões em inevitáveis variações de seção, rasgos de chaveta,
entalhes e etc..
• Normalmente as dimensões finais aparecem após o dimensionamento dos

elementos de máquina acoplados.
3. EXEMPLOS Eixo de Transmissão
Eixo Escalonado
Árvore de Máquina Operatriz
Eixo de Turbina
Biela de Motor de Combustão Interna

3. EXEMPLOS (cont.)
3. EXEMPLOS
Eixo com 3 apoios - estriado com engrenagens dispostas em blocos DUPLO e TRIPLO.
3. EXEMPLOS (cont.)
Árvore coaxial - Eixo de entrada e saída de redutor coaxial.

3. EXEMPLOS (cont.)
Eixo de entrada de uma CAIXA NORTON

3. EXEMPLOS (cont.)
Eixo de entrada de uma CAIXA NORTON

3. EXEMPLOS (cont.)
- Redutores
3. EXEMPLOS (cont.)
- Variadores
Contínuos
3. EXEMPLOS (cont.)
3. EXEMPLOS (cont.)
1
4. DIMENSIONAMENTO
4.1. Procedimento
1º) Determinação das cargas e tensões atuantes.

(determinação da seção crítica – diagramas)
2º) Especificação do material de fabricação.

(tensão admissível)
3º) Escolha do(s) critério(s) mais adequados de

dimensionamento (diâmetro)
4º) Cálculos e padronizações.

4. DIMENSIONAMENTO
4.1. Procedimento
4º) Cálculos e
padronizações.
4. DIMENSIONAMENTO
4.2. Critérios de Dimensionamento
A) Carregamento Estático, submetido à torção e flexão:

M ⋅ c 32 ⋅ M
σ= = .....(1)
I π ⋅d3
T ⋅ c 16 ⋅ T
τ= = .....(2)
J π ⋅d3
1º) Critério das Máximas Tensões cisalhantes – M.T.C. τ máx = Ss y = 0.5 ⋅ Sy .....(3)
2
⎛σ x ⎞ 16
τ{ = ⎜ ⎟ + τ 2
=
Sy
= ⋅ (M 2
+ T )
2 0.5
2 { 2 ⋅ π ⋅ 3
máx xy
C ⎝123⎠ 2
CS
{ d
Coef . Seg .
(1)
13
⎧ 32 ⋅ CS 12⎫
d =⎨ ⋅ (M 2 + T 2 ) ⎬
⎩ π ⋅ Sy ⎭
4. DIMENSIONAMENTO
A) Carregamento Estático, submetido à torção e flexão:

2º) Critério da Máxima Energia de Distorção – M.E.D.

0.5
Sy 32 ⎛ 3 ⎞
σ máx = σ{x2 + 3 ⋅ τ xy2 = = ⋅ ⎜ M 2
+ ⋅ T 2
⎟ ⇒
(1)
{
2
CS
{ π ⋅d ⎝
3
4 ⎠
Coef . Seg .
13
⎧⎪ 32 ⋅ CS ⎛ 2 3 2 ⎞ ⎫⎪
12
d =⎨ ⋅ ⎜ M + ⋅T ⎟ ⎬
⎪⎩ π ⋅ Sy ⎝ 4 ⎠ ⎪⎭
4. DIMENSIONAMENTO
B) Critérios de Deformação: em muitos casos o critério orientador de

projeto é a rigidez do eixo, sendo, então, seu diâmetro determinado a partir das
deformações lineares (flechas) e/ou angulares.
3º) Deformações Lineares
A tabela A-9, página 907 a 914, fornece os momentos, deflexões e valores

para as flechas em diversas configurações e carregamentos. Exemplo:
F 1 4
F ⋅ L3 ⎡ 64 F ⋅ L3 ⎤
y máx =− ⇒ d min = ⎢ ⋅ ⎥
dmin
3⋅ E ⋅ I ⎣ 3 ⋅ π E ⋅ y máx ⎦
L
4. DIMENSIONAMENTO

4º) Deformações Angulares
14
⎡ ⎤
T ⋅L ⎢ 32 T ⋅ L ⎥
θ= ⇒ d=⎢ ⋅
G⋅ {
J π G ⋅ θ adm ⎥
⎢ {⎥
π ⋅d ⎣ rad ⎦
4
32
14
⎡ ⎤
⎢ 583.61 T ⋅ L ⎥
d =⎢ ⋅ ⎥
⎢ G θ
{ adm ⎥
⎣ graus ⎦
4. DIMENSIONAMENTO
Tabela 1 - Recomendações para deformações de eixos e árvores.

DISTORÇÕES DEFORMAÇÕES
θadm yadm
Árvores ⎧1º l 20.D [mm]
de ⎨ 1.2 mm l m
Transmissão ⎩0.25º l m
Árvores
de 1º l 3 m 0.2 mm l m
máquinas
Árvores
de 1º
fresadoras
Árvores 3.24
com
[ mm]
F
engrenagens onde F = Largura da engrenagem [mm]
4. DIMENSIONAMENTO
C) Carregamento Dinâmico
5º) Flexão Reversível (σm = 0) e Torque Uniforme - caso comum
32 ⋅ M
σa =
π ⋅d3
16 ⋅ T
τm = l a tensão cisalhante não modifica o valor de Se
π ⋅d3
13
Se ⎡ 32 ⋅ M ⋅ CS ⎤
Assim, =σa ⇒ d=⎢
CS ⎣ π ⋅ Se ⎥⎦
onde: Se = ka x kb x kc x kd x ke x Se’
Valores de kf* para rasgos de chaveta:
AÇO
RECOZIDO ENDURECIDO (H&T)
Tipo
de Rasgo Flexão Torção Flexão Torção
Canto Vivo 1.6 1.3 2.0 1.6
Deslizante 1.3 1.3 1.6 1.6
Canto vivo Deslizante

4. DIMENSIONAMENTO
6º) Equação de Soderberg:
13
⎧ ⎛⎛ M
12
⎫
⎞ ⎛ T ⎞ ⎞⎟
2 2
⎪16 ⋅ CS ⎪
d =⎨ ⋅ ⎜ ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜ ⎟ ⎬ ⇒
⎜ ⎝ S Se ⎜S ⎟ ⎟
⎪ π ⎝ ⎠ ⎝ Sy ⎠ ⎠ ⎪
⎩ ⎭
0.5 x Se 0.5 x Sy
13
⎧ ⎛⎛ M ⎞ ⎛ T ⎞ ⎞
2 2 12
⎫
⎪ 32 ⋅ CS ⎪
d =⎨ ⋅ ⎜ ⎜ ⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎟ ⎬
⎜ ⎝ Se ⎠ ⎝ Sy ⎠ ⎟
⎪⎩ π ⎝ ⎠ ⎪⎭
4. DIMENSIONAMENTO
7º) Caso Geral: Flexão e Torque Variáveis
13
⎧ 12
⎫
⎛⎛ M Tm ⎞ ⎞⎟
2 2
⎪16 ⋅ CS ⎞ ⎛ Ta ⎪
⋅ ⎜⎜ a + m
M
d =⎨ ⎟ +⎜ + ⎟ ⎬ ⇒
⎜ ⎜ S Se ⎟ ⎜S ⎟ ⎟
⎪ π ⎝⎝
S Sy ⎠ ⎝ Se S Sy ⎠ ⎠ ⎪
⎩ ⎭
Utilizando o critério M.T.C. ⇒ Ssy = 0.5 x Sy e Sse = 0.5 x Se
13
⎧ ⎛ ⎛ M a M m ⎞ ⎛ Ta Tm ⎞
2 2
⎞
12
⎫
⎪ 32 ⋅ CS ⎪
d =⎨ ⋅ ⎜ ⎜⎜ + ⎟⎟ + ⎜⎜ + ⎟⎟ ⎟ ⎬
⎜ ⎝ Se ⎟
⎪⎩ π ⎝ Sy ⎠ ⎝ Se Sy ⎠ ⎠ ⎪⎭
4. DIMENSIONAMENTO
D) Esforço axial: Compressão e Flambagem

D.1. Carga crítica e carga crítica unitária – Euler:
l Carga crítica
l Carga crítica unitária
OBS.: Pcr/A l NÃO deve ser interpretada como TENSÃO !!!

Pcr/A = f (E, L/k)
4. DIMENSIONAMENTO

onde: L/k l índice de esbeltez

k l raio de giração l I = A.k2 ⇒
Seção circular: k = [(π.d4/64)/(π.d2/4)]0.5 ⇒
C l constante para o tipo de extremidade
E l módulo de elasticidade
4. DIMENSIONAMENTO

Flambagem - Coluna
Compressão – viga
4. DIMENSIONAMENTO

D.2. Carga crítica e carga crítica unitária – Johnson:
2
Pcr ⎛L⎞
= a − b⋅⎜ ⎟
A ⎝k⎠
a = Sy
l
4. DIMENSIONAMENTO

D.3. Projeto de vigas/colunas - Procedimento:
1º) Cálculo da carga crítica:

Pcr
= CS 2 ≥ CS ≥ 8
Patuante
2º) Cálculo do diâmetro da coluna – Euler - dE
14
⎡ 64 ⋅ Pcr ⋅ L2 ⎤
d Euler =⎢ 3 ⎥
⎣ π ⋅C ⋅ E ⎦
4. DIMENSIONAMENTO

D.3. Projeto de vigas/colunas - Procedimento:
3º) Cálculo do índice de esbeltez crítico – (L/k)cr

12
L ⎡2 ⋅π 2 ⋅ C ⋅ E ⎤
=⎢ ⎥
k cr ⎣ Sy ⎦
4º) Avaliação: L/k = (4.L/d)
4⋅ L L
≥ ⇒ d = dE
dE k cr
12
4⋅ L L ⎡ Pcr Sy ⋅ L2 ⎤
< ⇒ d = dJ = 2⋅ ⎢ +
dE k cr ⎣ π ⋅ Sy C ⋅ π 2 ⋅ E ⎥⎦
EXERCÍCIO 1
O eixo mostrado abaixo é fabricação por processo de usinagem em aço com as

seguintes características:
Sut [MPa] = 700 Δℓ % = 17

Sy [MPa] = 550 HB = 220
Para os dados abaixo, determine o diâmetro adequado.
Dados: - potência transmitida [kW] = 4

- rotação [rpm] = 955
- confiabilidade [%] = 99
- temperatura de trabalho = 80º C
- coeficiente de segurança – CS = 1.5
- engrenagem cilíndrica de dentes retos:
dp [mm] = 85 θ = 20º
largura [mm] = 12 módulo = 2.5
EXERCÍCIO 1
r2 r1
T
d D D1
46 120
2 12
180

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Departamento de Engenharia Mecânica

Elementos de Máquinas I – Elementos de Transmissão

Os eixos, por sua enorme variedade de aplicações, são elementos de

quantidade de formas e aplicações impossibilitam sua padronização, exigindo

Os eixos podem ser estacionários ou rotativos, com ou sem transmissão

ÁRVORES l eixos que transmitem potência. Sofrem esforço de torção.

EIXOS l NÃO transmitem potência

Consiste na determinação do material e geometria mais adequados.

Normalmente são utilizados aços, com ou sem elementos de liga,

Devem ser considerados os seguintes fatores:

• Condições de serviço (durabilidade, confiabilidade, resistência, etc.);

2. PROJETO DE EIXOS (cont.)

As principais dimensões são o comprimento e o diâmetro.

O comprimento é determinado a partir dos elementos de máquina acoplados

O diâmetro é a variável de maior importância a ser determinada. Seu valor depende

2. PROJETO DE EIXOS (cont.)

• Os elementos de máquina acoplados devem ser dispostos, sempre que possível,

próximos aos apoios (mancais), para redução da flexão.

• Evitar, sempre que possível, variações de seção.

• Aplicação de tratamentos superficiais e/ou térmicos adequados podem melhorar

• Arredondamentos (“adoçamentos”) devem ser utilizados para diminuir o efeito

• Normalmente as dimensões finais aparecem após o dimensionamento dos

3. EXEMPLOS Eixo de Transmissão

Árvore de Máquina Operatriz

Biela de Motor de Combustão Interna

Árvore coaxial - Eixo de entrada e saída de redutor coaxial.

Eixo de entrada de uma CAIXA NORTON

Eixo de entrada de uma CAIXA NORTON

1º) Determinação das cargas e tensões atuantes.

(determinação da seção crítica – diagramas)

2º) Especificação do material de fabricação.

3º) Escolha do(s) critério(s) mais adequados de

4º) Cálculos e padronizações.

4.2. Critérios de Dimensionamento

A) Carregamento Estático, submetido à torção e flexão:

4.2. Critérios de Dimensionamento

A) Carregamento Estático, submetido à torção e flexão:

2º) Critério da Máxima Energia de Distorção – M.E.D.

4.2. Critérios de Dimensionamento

B) Critérios de Deformação: em muitos casos o critério orientador de

3º) Deformações Lineares

A tabela A-9, página 907 a 914, fornece os momentos, deflexões e valores

4.2. Critérios de Dimensionamento

4º) Deformações Angulares

4.2. Critérios de Dimensionamento

Tabela 1 - Recomendações para deformações de eixos e árvores.

4.2. Critérios de Dimensionamento

5º) Flexão Reversível (σm = 0) e Torque Uniforme - caso comum

Valores de kf* para rasgos de chaveta:

Deslizante 1.3 1.3 1.6 1.6

Canto vivo Deslizante

4.2. Critérios de Dimensionamento

6º) Equação de Soderberg:

4.2. Critérios de Dimensionamento

7º) Caso Geral: Flexão e Torque Variáveis

Utilizando o critério M.T.C. ⇒ Ssy = 0.5 x Sy e Sse = 0.5 x Se

4.2. Critérios de Dimensionamento

D) Esforço axial: Compressão e Flambagem

D.1. Carga crítica e carga crítica unitária – Euler:

l Carga crítica unitária

OBS.: Pcr/A l NÃO deve ser interpretada como TENSÃO !!!

4.2. Critérios de Dimensionamento