ESTUDOS MILITARES
DINIZ, Eduardo
A Aviação do Exército, dez anos após seu ressurgimento:
experiências colhidas e propostas para seu aperfeiçoamento.
Rio de Janeiro : ECEME, 1996.
47 p. il.
RESUMO.................................................................................................................05
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO................................................................................06
LISTA DE FIGURAS
1
compreende os serviços de bombeiro, controle tráfego aéreo e de busca e resgate
com o Batalhão Logístico de Aviação do Exército (B Log Av Ex), a Companhia de
Precursores de Aviação do Exército (Cia Prec Av Ex) e o Destacamento do 1°
Batalhão de Helicópteros, este último localizado em Manaus e sob o controle
operacional do Comando Militar da Amazonia (CMA).
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Para um deslocamento de Taubaté a Manaus e retorno, gastava-se, em média, 42 horas de vôo, sendo
das linhas inimigas. Dentro dos preceitos válidos na época, observou-se a grande
dificuldade para a realização de um assalto com tal profundidade e, também, pôde
se constatar a influência daquele terreno bastante peculiar sobre o tipo de vôo a
ser realizado. As considerações acerca dos aspectos aqui observados serão
tratadas com mais profundidade no Capítulo 5 desta monografia.
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Situação do helicóptero que possibilita a sua utilização levando em conta os requisitos técnicos de
manutenção
partir do qual tanto o comandante da força de superfície como o da força de
helicópteros possam controlar o movimento, o desembarque, as condutas e até
mesmo, se for o caso, a consolidação da cabeça-de-ponte;
- a ordenação do embarque levando em conta a prioridade de cada fração,
tendo em vista diminuir os remanejamentos em caso de indisponibilidade de
aeronaves;
- a utilização de oficiais de ligação (O Lig), não apenas por ocasião do
planejamento, mas também na área de embarque, acompanhando o aprestamento
e o embarque propriamente dito;
- a limitação ao uso do precursor, função do tempo necessário à sua
infiltração nesses casos, a liberação da zona de pouso de helicóptero (ZPH)
será feita pela fração de helicópteros de reconhecimento e ataque que anteceder
ao movimento;
- a dificuldade de se obter a disponibilidade de meios ideal, fruto da normal
ocorrência de panes inopinadas no equipamento;
- a necessidade de existência de meios em reserva, tendo em vista atender
aos imponderáveis listados acima; e
- a necessidade de helicópteros pesados para o transporte de suprimento e
dos meios de apoio de fogo orgânicos da Brigada de Infantaria Leve.
4-2. O CIAVEX
Com a criação do CIAvEx, uma série de cursos foi implementada nas mais
diversas áreas.
Para os graduados, além dos cursos de Mecânico de Helicópteros e de
Mecânico de Aviônica, passaram-se a ministrar os cursos de Informações
Aeronáuticas, de Bombeiros e de Transporte Aéreo e Serviços Especializados de
Aviação (TASA).
Ainda se necessita, até hoje, do concurso da MB e FAB para a realização dos
cursos de Mecânico de Armamento, Meteorologista e Controlador de Tráfego
Aéreo.
Para os oficiais, além dos cursos para piloto, tiveram início os cursos de
Gerente de Manutenção de Aeronaves, de Gerente de Manutenção de Aviônica e
de Gerente Administrativo de Aviação, estes destinados, respectivamente, aos
oficiais de Material Bélico, Comunicações e Intendência.
No que tange aos pilotos, o CIAvEx ainda conduziria o Curso de Formação de
Piloto de Aeronaves, os cursos de Habilitação aos modelos de helicópteros
existentes, o Curso de Vôo por Instrumento, o Curso de Piloto de Combate (CPC)
e, mais recentemente, o Curso Avançado de Aviação.
Os únicos cursos para oficiais realizados fora da Força são o de Medicina de
Aviação e o de Oficial de Segurança de Vôo.
Em um curto período de tempo, o CIAvEx montou cursos de excepcional
qualidade, fazendo com que as unidades recebam militares especializados do mais
alto nível.
4
Dados do relatório de pessoal do C Av Ex datado de 13 de junho de 1996
O CPC tem por objetivo preparar o oficial piloto a desempenhar a função
de comandante de fração de helicópteros no cumprimento de missões
operacionais. O aluno aprende a comandar um helicóptero (Cmt de bordo), dois
helicópteros (Cmt Seção), o Pelotão (Cmt Pelotão) e a Esquadrilha (Cmt Esqda).
Devido aos requisitos impostos para matrícula, o CPC é realizado um ou
dois anos após a conclusão do curso de piloto. Durante esse tempo, a unidade
aérea não pode contar com aquele oficial na sua plenitude. Pelo fato de não ter o
menor conhecimento do emprego da Aviação, esse piloto não participa do adestra-
mento da unidade, perdendo-se grande oportunidade de difusão de experiência.
Isso seria evitado se, ao invés de se aguardar a realização do CPC, o oficial
recebesse todo o embasamento teórico do emprego da Aviação do Exército já no
seu curso de formação.
Assim sendo feito, e depois de realizar o estágio de pilotagem tática, como
atualmente já é previsto anteriormente tudo era feito no CPC , o piloto
participaria do adestramento da sua fração, sendo formado comandante de bordo,
de seção e pelotão, de acordo com as necessidades da unidade.
(3) Pelo Curso Avançado de Aviação
Esse curso foi idealizado a partir da necessidade de habilitar oficiais
pilotos para o desempenho das funções de estado-maior de unidade aérea ou de
oficial de ligação de aviação, correspondendo, dessa forma, a um curso de
aperfeiçoamento para oficiais de Aviação.
5-1. GENERALIDADES
Durante a fase inicial de implantação da Aviação do Exército e, por um curto
período de tempo, as atividades aéreas por ela desenvolvidas restringiram-se aos
aspectos técnicos de pilotagem. Todavia, muito antes do que se pudesse esperar,
passou-se a realizar o vôo de acordo com o que se definia como sendo sua missão
operacional.
Neste capítulo, vão-se apresentar as experiências colhidas relativamente ao
desdobramento das unidades aéreas, ao vôo de combate, à condição terrestre do
aeronavegante, à operação em localidade e à manutenção e suprimento, tudo sob
o enfoque da operação e adestramento.
Ao longo dos últimos dez anos, buscou-se adotar, nos exercícios realizados no
terreno, o modelo de desdobramento preconizado pelo CIAvEx e ensinado através
dos seus cursos.
Esse modelo, baseado na experiência das aviações dos exércitos de países
como os Estados Unidos da América e a França, enfatiza a dispersão dos órgãos e
instalações e a pouca permanência dos mesmos num único local.
Dessa forma, o desdobramento das zonas de reunião de pelotão de
helicópteros (Z Reu Pel), das zonas de reunião de esquadrilhas (Z Reu Esqda), e
das áreas de trens de unidade (AT/U), foi amplamente exercitado, explorando-se,
não só, o trabalho das frações no interior de cada uma dessas áreas, mas também,
a ligação entre as mesmas.
Para se obter a necessária dispersão a Unidade deverá desdobrar todos os
seus meios aéreos em Z Reu Pel a uma distância de segurança da linha de contato
(LC) ou do limite anterior da área de defesa avançada (LAADA).
As Z Reu Pel, além dos meios aéreos, terão em seu interior um posto de
ressuprimento de classes III e V de Aviação. Nessa Z Reu, diferentemente do que
LC/LP LC/LP
+30 Km
X
X X
X
X
XX
XX
- 20 Km
Máximo: DMA
AT
se observaFigura 8 - Esquadrão
num aeródromo, de Aviação do
os helicópteros sãoExército desdobrado
camuflados, aproveitando-se da cobertura
vegetal e de redes de camuflagem. O tempo de ocupação da Z Reu não deve passar de vinte e
quatro horas.
5
Nos QO em vigor, essa subunidade só existe no 1°/2° G Av Ex, havendo previsão de implantação da
mesma em todas as outras unidades, nas quais, atualmente, existe ,em seu lugar, um Pel da Esqda C Sv .
ções, o que torna estes imprescindíveis para a obtenção da dispersão dos órgãos
e instalações. Sempre que não se contou com os mesmos, a dispersão foi prejudi-
cada.
5-3. O VÔO DE COMBATE
a. Generalidades
A grande letalidade dos sistemas de defesa antiaérea no campo de batalha
moderno e a necessidade de surpresa nas operações em profundidade
condicionam o tipo de vôo nas diversas fases da operação.
Figura 11 -Reservatório
flexível de combustível
6
Equipamento que permite a conexão dos meios de informática para troca de dados através da rede
telefônica
b. Manutenção
A manutenção em campanha além de depender da chegada do suprimento
em tempo hábil, sofre as restrições impostas pelo controle das horas voadas por
cada um dos ítens da aeronave. A informatização e o emprego de meios de
comunicação modernos e flexíveis, utilizando bandas exclusivas de sinais via
satélite, vêm permitindo a realização desse controle de forma imediata, sem que
haja a necessidade da condução de volumosos fichários de registro para a área de
combate.
Procedimentos como os aqui listados começaram a ser experimentados em
operações como a Surumu, foram repetidos na Tarauacá e definitivamente
aprovados na Operação Ibirapuitã, resultando em grande rapidez e segurança para
os serviços de manutenção.
Todos esses procedimentos foram viabilizados graças ao excelente nível
dos gerentes de manutenção, cujo trabalho tem sido orientado pela técnica do
controle e da obtenção da qualidade, desde o ressurgimento da Aviação do
Exército.
CAPÍTULO 6
VOCACIONAMENTO DA AVIAÇÃO
6-1. GENERALIDADES
No capítulo 3, concernente à evolução da doutrina, afirmou-se que o plano de
implantação da Aviação do Exército priorizava o vocacionamento desta para a
realização do assalto aeromóvel.
Assim sendo, a estrutura organizacional das unidades, o tipo de equipamento
adquirido, a instrução e o adestramento das unidades aéreas foram idealizados
para o atendimento dessa priorização.
Na época dos estudos para a implantação da Aviação, a experiência de
emprego bem sucedido de helicópteros em combate, externa e internamente, era a
do transporte de tropa, haja vista o seu largo emprego na Guerra do Vietnã e no
combate a guerrilhas no Brasil.
Naquela oportunidade, a operacionalização da aeronave de asa rotativa como
sistema de armas, através do emprego do míssil era coisa recente. Helicópteros de
ataque e reconhecimento, realizando a guerra anticarro, começavam a
experimentar sua doutrina nos exércitos de países europeus e no dos Estados
Unidos da América. A utilização desse tipo de aeronave como arma parecia ser
algo distante. O valor dessa nova forma de emprego do helicóptero só iria se
confirmar para o mundo na Guerra do Golfo.
É, pois, perfeitamente aceitável que, considerando-se a área operacional de
continente com grandes obstáculos e pouca rede viária se vislumbrasse , na
ocasião, o emprego prioritário do helicóptero como sendo o transporte de tropa.
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EDUARDO DINIZ - Maj Art
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS