Todos os isolamentos térmicos têm por finalidade geral reduzir as trocas de calor da
tubulação para o meio ambiente, ou vice-versa. Distinguem-se duas classes gerais de
isolamentos térmicos:
Tanto para as linhas quentes como para as frias, o isolamento térmico pode ser
usado por diversas razões, com finalidades específicas diferentes, que são as seguintes:
2πKL (Ts − Ta )
Q=
r K
2,3 log e +
ri re (h + 0,9hr )
em que
em que
O isolamento térmico para tubulações quentes deve ser aplicado sobre a superfície
metálica completamente limpa, livre de ferrugem, respingos de solda, óleos, graxas, tintas,
e quaisquer outras impurezas. Para tubulações com temperatura de operação inferior a
120°C – inclusive as de baixas temperaturas ou criogênicas –, e também para algumas
tubulações de serviço intermitente, recomenda-se a aplicação de uma pintura anticorrosiva
antes da colocação do isolante térmico.
Nos trechos retos de tubos o isolamento térmico é geralmente aplicado em forma de
peças pré-moldadas. Para tubos de até 10´´ fabricam-se calhas abrangendo meia-
circunferência, e ajustando-se à superfície externa dos tubos. Para os tubos de diâmetros
maiores empregam-se segmentos retos ou calhas abrangendo um quarto da circunferência,
ou menos. As calhas e os segmentos são amarrados ao tubo por meio de arames
galvanizados, ou fitas de aço inoxidável, cujo espaçamento deve ser de cerca de 250 mm.
Para proteger o isolamento da chuva e da umidade, e também de sobrecargas
externas, coloca-se por fora das calhas, um invólucro impermeável, geralmente de papelão
betuminoso, e depois uma proteção de chapas de alumínio corrugado ou de aço galvanizado
(Fig. 16.12). Essas chapas de proteção devem ter um recobrimento mínimo de 50 mm entre
si, para evitar a entrada de água. As chapas de proteção são presas por meio de cintas de
aço inoxidável, colocadas com espaçamentos de 0,5 m. Existem no comércio chapas de
alumínio corrugado nas quais já estão coladas internamente folhas de papelão “Kraft”
impermeável, que dispensam por isso a colocação da folha de papel sobre as calhas pré-
moldadas.
Deve ser evitado o contato direto das chapas de alumínio nos materiais isolantes,
que em geral são alcalinos e podem promover uma rápida corrosão do alumínio em meio
úmido; as folhas de papelão “Kraft” constituem uma proteção eficiente contra esse contato
direto. As especificações mais usuais das chapas de alumínio são as ligas n.os 3003, 3004 e
5005, da classificação da “Aluminum Association”.
A proteção externa do isolamento é particularmente importante nas tubulações com
temperatura abaixo de 0°C, porque, nesse caso, a umidade que conseguisse penetrar
formaria por condensação uma capa de gelo em volta do tubo que, pelo aumento de
volume, acabaria causando a desagregação completa do isolamento. Nas tubulações de
baixa temperatura deve haver por isso uma barreira impedindo totalmente a penetração da
umidade, o que se consegue fechando-se as juntas das calhas e segmentos com massas de
vedação apropriadas, e colocando-se o papelão ou feltro impermeável com adesivos
especiais. A penetração de água ou de umidade no isolamento, mesmo quando a
temperatura não for suficientemente baixa para causar o congelamento, deve ser evitada
porque aumenta a condutividade térmica, diminuindo a eficiência do isolamento, e também
porque causa o apodrecimento de muitos dos materiais isolantes. A barreira impermeável
(denominada comumente de “barreira de vapor”) pode ser feita também com massa
asfáltica, com armação de fibras, aplicada a quente, formando uma camada contínua.
A barreira impermeável é também importante em locais onde seja possível o
derramamento ou o respingo de óleos ou de produtos químicos sobre a tubulação, para
evitar que esses produtos penetrem ou sejam absorvidos pelo material isolante, o que além
de prejudicar o isolamento pode constituir grave risco de incêndio.
Nas linhas aquecidas com tubos externos de vapor, as calhas de isolamento térmico
devem ser de tipo especial (denominadas “perna longa”) ou apropriadas para um diâmetro
comercial maior, de maneira a poderem conter os tubos de aquecimento dentro do
isolamento. Quando existem tubos externos de aquecimento, costuma-se colocar uma calha
de chapa fina entre o tubo de aquecimento e o material desagregado do isolamento térmico
deposite-se no espaço em volta dos tubos de aquecimento, perturbando a transmissão de
calor.
Em isolamentos térmicos com espessuras superiores a 50 mm, é comum o uso de
duas ou mais calhas pré-moldadas concêntricas superpostas. A superposição das calhas
deve ser feita de modo que tanto as juntas longitudinais como as transversais fiquem
desencontradas, diminuindo assim as perdas de calor. A calha externa poderá ser de
material mais barato porque não estará sujeira a temperaturas tão altas.
Para as tubulações que devido à sua localização não haja possibilidade de
sobrecargas ou a outros esforços mecânicos externos, pode-se substituir as chapas
protetoras por uma cobertura de lona costurada e pintada a óleo, diminuindo o preço global
do isolamento. Em tubulações secundárias e com temperaturas até 150°C, pode-se adotar
um sistema de isolamento mais barato, consistindo em tecidos ou em fios de amianto
enrolados em volta do tubo e recobertos com papelão betuminoso ou com lona costurada a
óleo.
No ponto mais baixo de todos os trechos verticais de tubo, com mais de 3 m de
comprimento, devem ser colocados anéis de chapa, soldados ao tubo, para sustentar o peso
do isolamento térmico.
Nas superfícies irregulares, tais como válvulas, filtros etc., bem como nos flanges,
curvas, derivações, reduções e outras conexões, o isolamento térmico pode ser feito de
várias maneiras:
Para tubulações quentes, o isolamento térmico deve ser biselado a 45°c nas
proximidades de qualquer flange, para permitir o manuseio dos parafusos e para evitar que
os mesmo fiquem embutidos no isolamento. Para as tubulações frias todas as ligações
flangeadas devem ser completamente envolvidas pelo isolamento térmico; as válvulas
também devem ser isoladas pelo menos até a ligação do corpo ao castelo da válvula.
A Fig. 16.13 mostra o isolamento térmico de flanges e de conexões.
No caso de tubulações frias, o remate do isolamento térmico entre os trechos retos
de tubo e as conexões deve ser feito com o máximo cuidado, porque são sempre pontos
fracos por onde pode penetrar a umidade.
Em qualquer isolamento térmico devem ser deixadas, de espaço em espaço, folgas
entre os blocos ou calhas de isolamento, formando juntas de expansão, que são preenchidas
com massas isolantes macias e elásticas.
Os purgadores de vapor tipos panela invertida, panela aberta, termodinâmico e
termostáticos, não devem ser isolados; os purgadores tipos de bois e de impulso poderão ou
não ser isolados, a critério do projetista ou do usuário. As juntas de expansão e as uniões de
tubulação não devem ser isoladas.
Em qualquer caso, o isolamento térmico de tubulações só deve ser aplicado após o
teste hidrostático das mesmas.