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FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES

HISTÓRIA MEDIEVAL

A SELVAGERIA DOS HUNOS COMO UMA CONSTRUÇÃO HISTORICO-CULTURAL

Aluno: José Delfim dos Santos Pereira

RIO DE JANEIRO, 2010


JOSÉ DELFIM DOS SANTOS PEREIRA
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A SELVAGERIA DOS HUNOS COMO UMA CONSTRUÇÃO HISTORICO-CULTURAL

Trabalho apresentado às Faculdades Integradas


Campo-grandenses para a disciplina História
Medieval, integrante da grade curricular do 2º
Periodo do Curso de História.

Orientador: Professor Marcos Dias

RIO DE JANEIRO, 2010


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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus sem o qual fazer este trabalho não seria possível, e a
todos que me apoiaram neste trabalho: a minha namorada Tatiane sempre me apoiando e
ajudando mesmo quando parece que não vou conseguir, aos autores dos artigos que me
auxiliaram nesta obra porque ainda que nem saibam que os estou utilizando sem eles não
concluiria essa obra, e agradeço ao professor Marcos Dias, sempre compartilhando uma aula
interessante e cativante, incentivando nosso próprio censo critico e nos dando suporte quando
necessário, sendo um exemplo inspirador de professor e historiador.
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DEDICATORIA

Dedico esta obra a todos aqueles fascinados por História Medieval, um período tão
ambíguo e relevante para a Historiografia e que até hoje levanta ardorosos debates sobre sua
origem. Duração e variações.
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SUMARIO

INTRODUÇÃO: HUNOS E GERMANOS: O QUE REALMENTE DETERMINA O


BARBARO? .............................................................................................................. 05

CAPITULO 1: A CRISE NO IMPERIO ROMANO DO OCIDENTE E A ASCENSÃO


MILITAR GERMANA ............................................................................................. 06

1.1 - Roma: um Império desgastado .......................................................................... 06

1.2 - Um Exército “barbarizado” ............................................................................... 06

CAPITULO 2: O NASCIMENTO DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ OCIDENTAL .... 07

2.1 – Invasões e Caos em Roma ................................................................................ 07

2.2 – Três elementos interagem em meio o conflito .................................................. 07

CAPITULO 3: HUNOS: UM PERIGO VINDO DO ORIENTE .............................. 09

3.1 – Um povo guerreiro ameaça Romanos e germanos ........................................... 09

3.2 – A Diferença étnica ............................................................................................ 09

CAPITULO 4: HUNOS – OS BÁRBAROS IDEAIS .............................................. 10

4.1 Uma Construção histórico-cultural servindo a um propósito político ................ 10

CONCLUSÃO: HUNOS: BÁRBAROS OU ALVOS DE UMA CONCEITUAÇÃO


IDEOLOGICA? ........................................................................................................ 11

Referencias Bibliográficas ........................................................................................ 12


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INTRODUÇÃO

HUNOS E GERMANOS: O QUE REALMENTE DETERMINA O BÁRBARO?

Bárbaro é um termo que determinava todo aquele que fizesse parte do mundo não
conhecido por Roma, a chamada “Barbaria” sendo assim um conceito amplo e que na verdade
tinha mas haver com etnicidade do que com hábitos culturais, porém é a própria interação
cultural que torna este termo ambíguo.

Os Germanos por muitos foram vistos como bárbaros, mas ao longo das interações
com Roma este conceito foi drasticamente modificado como analisaremos neste artigo, e o
motivo desta modificação na verdade é o simples fato de que o incomum se tornou comum, e
as culturas outrora antagônicas acabaram por se conciliar em uma nova forma cultural.

Os Hunos, porém não tiveram a mesma relação com Roma por diversos motivos dos
quais também falaremos e também não mantinham relações amigáveis com os germanos, o
que acabou fazendo com que na associação de germanos e romanos, os Hunos tomassem a
figura do Bárbaro, antes atribuída aos germanos e junto com esta todo o conceito de
selvageria e incivilidade a ela associados, logo ser bárbaro é um conceito que tem mais haver
com a intensidade ou animosidade das relações sociais do que com os próprios chamados atos
de selvageria que na verdade não eram incomuns nem aos próprios romanos.
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CAPITULO I

A CRISE NO IMPERIO ROMANO DO OCIDENTE E A ASCENSÃO MILITAR


GERMANA

1.1– Roma: um Império desgastado

A partir do ano III D.C. Roma viu-se em uma grande crise que aliada às invasões
bárbaras culminaria no fim do Império Romano do Ocidente.

Não cabe aqui enumerar todos os fatores que culminaram no fim de Roma, mas os
principais foram: a própria inviabilidade de controlar um território tão grande, o esgotamento
dos metais preciosos e crise no comercio que se viu submetido a duros tributos impostos pelo
Império afim de aplacar a crise, estes fatores causaram insatisfação popular e enfraqueceram
as organizações romanas, deixando o Império totalmente desgastado.

1.2 Um Exército “barbarizado”

Neste contexto de instabilidade a maior parte da população esquiva-se do militarismo


que não era mais atraente num Império em profunda crise, a solução encontrada então é
contratar mercenários estrangeiros, que na verdade são os próprios bárbaros
predominantemente germânicos que possuíam vasta experiência militar em vista de serem
povos guerreiros, extremamente belicosos e acostumados com a guerra já que a mesma fazia
parte da sua própria organização social, baseada em conquistas militares feitas sob a liderança
de um líder e cujos despojos em riquezas e territorios eram divididos entre os mais próximos a
este, por isso mesmo tornou-se atraente para os mesmos ingressar no exército romano já que
era um meio de conseguir porções de terra dentro do próprio Império e galgar novas
possibilidades no mesmo, assim este acordo foi satisfatório para ambas as partes e ao mesmo
tempo preocupante, já que o exercito que fez de Roma um grande Império estava agora em
mãos bárbaras sendo este segundo Èdouard Perroy “a única instituição política viva” em meio
a crise1, e essa vitalidade era devido tão somente a inserção bárbara ate as mais altas patentes
do serviço militar.

1
PERROY, Èdouard. A Idade Média – Preeminência das Civilizações Orientais. São Paulo: Editora Bertrand Brasil,
2003, p. 14
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CAPITULO 2

O NASCIMENTO DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ OCIDENTAL

2.1 – Invasões e Caos em Roma

Como vimos no capitulo anterior, Roma se via em grande crise e sua única instituição
com alta vitalidade estava em mãos germânicas, em meio a esse contexto caótico ocorreram
às invasões bárbaras.

Os bárbaros não eram figuras incomuns para o Império Romano, mas estava em
constante contato e interação com o mesmo nos Limes através de trocas comerciais, e no
próprio exercito obviamente, porém nos final do séc. IV os bárbaros sob efeito de uma
pressão vinda da Ásia e atraídos a muito pela riqueza material e cultural de Roma acabaram
rompendo a frágil barreira que separa o mundo romano da “barbaria”.

O que se viu então num primeiro momento foi o caos da invasão aliado a situação já
nada confortável de Roma, para muitos, punição de Deus para outros, punição dos deuses que
os romanos abandonaram ao adotar o Cristianismo, enfim a situação era caótica e ate mesmo
apocalíptica, parecia realmente ser o fim do mundo e na verdade não o deixava de ser, pelo
menos no que tange ao mundo então conhecido.

2.2 – Três elementos interagem em meio o conflito

Após o caos inicial houve uma interação entre as culturas germânica e romana, Roma
já se relacionava com os bárbaros e resistir-lhes seria problemático pelo fato de que como
vimos no capitulo anterior o exercito romano era constituído predominantemente por
mercenários germanos, logo o Império articulou-se com as lideranças bárbaras no que tange
território e autoridade ainda que de forma rústica, mas através deste processo começaram a ser
lançadas as bases para uma nova ordem social era o fim do Império romano ate então
conhecido, e os primórdios do que viria a ser a Idade Média, um período baseado na mescla
entre essas duas culturas, porém esta mescla não seria possível sem um terceiro e essencial
elemento: a Igreja.

A igreja através da ideologia cristã e favorecida pelo cosmopolitismo do Cristianismo


conseguiu nesse contexto inserir romanos e germanos numa mesma realidade nas palavras de
Jacques Le Goff em ”A Civilização do Ocidente Medieval” a igreja agregou a seu papel
político também um papel religioso, militar e social. 2 A igreja colocando a si mesma no lugar
central desta nova realidade como representante de Deus e única capaz de impedir o juízo
2
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2005, p. 40
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final submeteu tanto bárbaros quanto romanos a si mesma tornando-se o “centro


gravitacional” da nova realidade que se iniciava, centro sem o qual esta realidade seria
inviável já que nas palavras de Hilário Franco Júnior a igreja, os bárbaros germânicos e Roma
seriam os: " três elementos históricos que comporiam todo o período medieval.” 3

3
JÚNIOR, Hilário Franco. A Idade Média, O Nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986, p.
12
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CAPITULO 3

HUNOS: UM PERIGO VINDO DO ORIENTE

3.1 – Um povo guerreiro ameaça Romanos e germanos

Os Hunos constituíam um povo proveniente da Ásia extremamente belicoso que


surgiu no contexto da crise romana e inclusive pode ter sido um dos motivos para as próprias
invasões, por ser um povo guerreiro, bastante temido e que acabou pressionando os germanos
sendo essa pressão uma das possíveis causas das invasões.4

Excelentes guerreiros os Hunos já haviam derrotados os Alanos na Ucrânia e os


astrogodos5 contavam com um ataque eficiente montando pequenos cavalos e utilizando arcos
com uma pontaria “infalível” nas palavras de José Jobson de Arruda6

3.2 – A Diferença étnica

Os Hunos não eram germânicos nem muito menos romanos, advindos da Ásia era um
povo incomum naquela região e por isso mesmo sua presença se tornou ainda mais “hostil”.

A partir do momento que romanos e germanos passaram a se articular os Hunos


passarem a ser, o intruso, o invasor, o bárbaro e aos olhos da Igreja que estava no Centro da
articulação um inimigo ao “povo de Deus” agora constituído por germanos e romanos.

CAPITULO 4

4
ARRUDA, José Jobson de A. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1976, p. 288
5
Idem
6
ARRUDA, José Jobson de A. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1976, p.288
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HUNOS – OS BÁRBAROS IDEAIS

4.1 Uma Construção histórico-cultural servindo a um propósito político

É preciso ter em mente que como foi dito no capitulo 2 os bárbaros admiravam a
riqueza material e cultural de Roma e não demoraram a tentar “absorve-la” e com a interação
com Roma e a Igreja aos poucos o “bárbaro” germânico foi deixando de ser bárbaro e se
tornando um “cristão romano”, agora civilizado e também “alvo da graça de Deus”, está
mudança mostra como conceitos podem ser revistos através de interações culturais, interesses
políticos e ideologias religiosas.

Porém este processo “civilizador” deixou um problema, a necessidade de um bárbaro,


de um povo para ser referencia de selvageria para assim fazer paralelo com o agora civilizado
germano, e os Hunos acabaram por servir esplendidamente a este papel, nas palavras de
Otavio Luiz Vieira Pinto: “a imagem dos hunos foi construída ideologicamente para, então,
legitimar o caráter civilizado dos reinos germanos” 7.
A melhor forma de definir o “civilizado” é com certeza o comparando a um referencial
de ”selvageria” foi exatamente o que os germanos fizeram, para legitimar sua imagem de
civilização atribuíram aos Hunos o papel que antes lhes cabia de “terríveis e extremamente
poderosos guerreiros” 8 e foram corroborados com a ideologia Cristã que atribuiu aos Hunos o
papel de “flagelo divino” vindo de Deus para punir Roma 9, inclusive cronistas da época
afirmavam que os Hunos sofriam com uma praga quando o Papa encontrou-se com Atila e
esta praga seria um castigo pela crueldade dos mesmos.10
Assim foi construída a imagem de barbaridade e selvageria atribuída aos Hunos e que
se perpetuaria por muito tempo, fortalecida pela literatura e lendas míticas surgidas a seu
respeito.

CONCLUSÃO:

7
PINTO, Otvio Luiz Vieira. Civilização e Barbárie como construções teóricas e definições do poder régio na
Antiguidade Tardia: Notas Iniciais in Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão.
São Paulo: ANPUH/SP-USP, 2008, p. 133
8
Idem
9
PINTO, Otvio Luiz Vieira. Do flagelo à majestade: as representações de Átila
nas tradições germânicas in Atas da VII Semana de Estudos Medievais. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.
10
Idem
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HUNOS: BÁRBAROS OU ALVOS DE UMA CONCEITUAÇÃO IDEOLOGICA?

Conceitos como barbárie, selvageria e crueldade são muito ambíguos e esta


ambigüidade está associada à interação cultural, interesses políticos, ideologia religiosa e
porque não a motivos sociológicos, já que o outro é sempre visto como estranho, diferente,
incomum e acaba ganhando atribuições que nem sempre condizem consigo.
Os Hunos foram alvo desse processo de ambigüidade, que não é nada incomum na
História da humanidade, para existir um “herói” é necessário que alguém assuma a alcunha de
“vilão” lembremos das Cruzadas por exemplo, era necessário fundamentar uma ação que na
verdade era extremamente política numa ideologia religiosa que a justificasse.
Atualmente não é diferente se analisarmos certos acontecimentos do inicio do séc.
demonstrando como está ambigüidade de conceituação é comum às sociedade humanas,e
muitas vezes perpetua certas imagens através dos tempos, a exemplo disso temos o olhar de
desconfiança em relação aos mulçumanos por exemplo que não é uma construção devido
somente aos acontecimentos recentes mas simplesmente fomentadas por estes, esta imagem
na verdade foi construída ao longo de séculos de interações frustradas e conflitos, logo
concluímos que todos estes processos são extremamente relativos a contextos e interesses e
por isto mesmo a analise dos mesmos é extremamente relevante para a Historiografia a fim de
compreensão de uma sociedade desde sua estrutura política até o imaginário popular.

Referencias Bibliográficas:
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ARRUDA, José Jobson de A. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1976.

LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2005.

JÚNIOR, Hilário Franco. A Idade Média, O Nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1986.

PINTO, Otvio Luiz Vieira. Civilização e Barbárie como construções teóricas e definições do
poder régio na Antiguidade Tardia: Notas Iniciais in Anais do XIX Encontro Regional de
História: Poder, Violência e Exclusão. São Paulo: ANPUH/SP-USP, 2008.

PINTO, Otvio Luiz Vieira. Do flagelo à majestade: as representações de Átila


nas tradições germânicas in Atas da VII Semana de Estudos Medievais. Rio de Janeiro: UFRJ,
2008.

PERROY, Èdouard. A Idade Média – Preeminência das Civilizações Orientais. São Paulo:
Editora Bertrand Brasil, 2003.

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