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UNIVERSIDADE SÃO PAULO

GISÉLIA PINHEIRO DOS REIS

REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

DO MEIO FÍSICO DO MUNICÍPIO DE JUQUITIBA ± SÃO PAULO

UTILIZANDO TECNICAS DE GEOPROCESSAMENTO

(orientador: Profº. Drº Marcelo Martinelli)

SÃO PAULO ± SP

2011
GISÉLIA PINHEIRO DOS REIS

REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

DO MEIO FÍSICO DO MUNICÍPIO DE JUQUITIBA ± SÃO PAULO

UTILIZANDO TECNICAS DE GEOPROCESSAMENTO

Projeto de pesquisa apresentado ao


Curso de Pós-Graduação em Geografia
Da Universidade São Paulo.

SÃO PAULO ± SP

2011
SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------03

JUSTIFICATIVA -------------------------------------------------------------------------05

OBJETIVOS -----------------------------------------------------------------------------07

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA-----------------------------------------------------08

METODOLOGIA -------------------------------------------------------------------------16

CRONOGRAMA --------------------------------------------------------------------------17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -----------------------------------------------19


1-INTRODUÇÃO

Na atualidade existe uma crescente preocupação com as condições do equilíbrio


dinâmico do meio físico, visto que a sociedade moderna está cada vez mais dependente dos
recursos naturais. Uma vez alterados, comunidades e ecossistemas podem ser extintas ou
modificadas de forma irreversíveis. Nessa perspectiva, faz-se necessário uma análise de forma
rigorosa e integrada do mesmo.
O estudo do meio físico se utiliza de técnicas e instrumentos informatizados, como o
geoprocessamento e o sensoriamento remoto, que favorecem a elaboração de mapas
temáticos, permitindo uma análise e prevenção dos problemas desencadeados na área. Auxilia
no planejamento adequado para o manejo de áreas potencialmente degradas como
assoreamento de redes de drenagem, áreas propensas à erosão e monitoramento de queimadas
e desmatamento.
O município de Juquitiba, localizado no estado de São Paulo, está inserido num meio
físico que possui diversas riquezas. Seus recursos hídricos são totalmente protegidos pela Lei
Estadual Nº 9.866, Lei de Mananciais, o que faz de seu território uma enorme reserva de Mata
Atlântica. Os diversos rios que se encontram no município, as numerosas nascentes, riachos,
cachoeiras e represas constitui-se num atrativo turistíco para todo o estado de São Paulo e
correm sérios riscos de degradação por causa do uso indadequado que se faz destes recursos.
O turismo é uma atividade que desempenha um papel econômico importante na região
e precisa ser exercida respeitando os limites da natureza. Diante disso, torna-se necessário
analisar as ações do poder público em relação ao cumprimento das legislações que asseguram
a preservação e o gerenciamento dos recursos naturais do município e conhecer os principais
impactos ambientais provocados na região em consequência do desenvolvimento de
atividades de pesca, trilhas, construção de pousadas, bem como, as políticas públicas que
gerenciam estas ações no município.
A biodiversidade, principal carcterística do Bioma de Mata Atlântica, desperta
interesse econômico e científico em entidades locais e de outras regiões do estado. Devido à
intensa exploração para os diversos fins, que vem sofrendo desde os primórdios da
colonização, é de extrema relevância o conhecimento das causas e consequências das formas
de devastação do meio físico desta região.
Frente à crescente demanda pela utilização dos recursos naturais do município, é
imprescindível o conhecimento dos fatores que causam o seu esgotamento, visto que, o meio
físico se constitui em um equlibrio dinâmico, daí a importância do estudo de forma integrada
de seus aspectos: solo, clima, vegetação e relevo.
O uso do solo constitui em diversas escalas, um dos aspectos que sofre interferência
direta da ação humana. Sem o planejamento adequado de manejo, pode-se causar o seu
esgotamento e erosão, compromentendo a qualidade e disponibilidade de seus recursos
hídricos e na manutenção dos ecossistemas locais. As culturas que remetem à utilização da
terra devem obedecer às potencialidades e fragilidades do meio físico da região.
Segundo o IBGE, 2002, os recursos hídricos do municpio são afetados diretamente
pelo despejo de resíduos industriais, esgoto doméstico, resíduos sólidos, ocupação irregular
em cursos d¶água e em áreas de lençóis subterrâneos e degradação de mata ciliar. A
contaminação do solo acontece por chorume e sumidouros e a paisagem vem sofrendo
alteraçoes devido aos grandes empreendimentos imobiliários implantados na região, por
ocupação irregular e desordenada do solo.
O modelo de desenvolvimento da atualidade perpassa pela manutenção da qualidade
dos recursos naturais, garantia de vida saudável para as futuras gerações, da qual, todos
devem dispor da utilização racional dos mesmos. Isso demanda um envolvimento consciente
da sociedade civil, das autoridades políticas e de diveros setores da economia. Urge, pois
repensar as ações humanas desencadeadas no meio natural e a forma predatória com que a
sociedade moderna se relaciona com a natureza.
2-JUSTIFICATIVA

O mundo globalizado que avançou cientificamente e tecnicamente, enfrenta além dos


problemas sociais gerados pelas contradiçoes capitalistas, a ameaça da garantia de uma vida
saudável, uma vez que os recursos naturais como o solo, o ar e a água chegaram a níveis de
degradação bastante críticos e um dos desafios da humanidade no seculo XXI é a conservação
destes recursos, principalmete das reservas de água do planeta. Segundo a ONU,
aproximadasmente 1,2 bilhões de pessoas não têm água de qualidade para beber. A cada ano,
dois milhões morrem de doenças causadas por água contaminada.
Diante disso, vê-se que a natureza vem sendo tratada de maneira predatória, onde há a
contaminação indiscriminada de rios, fontes e mananciais. Até o Brasil que o o país mais rico
em volume de água, está com aproximadamente 70% dos rios contamenidados por esgotos
industriais, dejetos doméstios, hospitalares, garimpos, agroquimicos e mineração.
Outro aspecto do meio físico que é penalizado com a intervenção não planejada do
homem é a devastação das florestas brasileiras. A Mata Atlântica que originalmente ocupava
1,36 milhões de km², atualmente não ultrapassa 97.596 km², fragmentada em sua área original
de ocorrência ou reduzida à reservas e parque ecológicos. Seu processo de devastação teve
inicio com a colonização européia, desde a exploração da madeira, a implantação da cultura
da cana de açúcar, posteriormente o café e por fim a industrialização e urbanização
desordenada que avança cada vez mais para as áreas de florestas, comprometendo a
manutenção dos ecossistemas e causando a extinção indiscriminada de plantas e animais.
Suas condições físicas propiciaram o desenvolvimento da biodiversidade mais rica do
planeta, que atualmente se encontra comprometida devido aos fatores já citados. É um desafio
para o poder público, a sociedade civil e os diversos setores econômicos, a conservação deste
Domínio Tropical Atlântico, visto que, este está inserido nas maiores aglomerações urbanas
do Brasil, agravando ainda mais a sua situação de preservação, uma vez que a expansão
urbana não planejada acarreta diversos problemas ambientais e sérios riscos à vida da
população que sofre com os deslizamentos de terras, água e solo contaminados por esgotos
domésticos e industriais e resíduos sólidos que são descartados em lugares indevidos.
O município de Juquitiba se localiza a 157º Sudeste do estado de São Paulo. Sua
latitude fica entre 23º55¶55¶¶S e a longitude de 47º04¶04¶¶. Sua área é de 521,598 km². Seus
limites são Ibiúna a oeste e norte, São Lourenço da Serra e Embu-Guaçu a nordeste, São
Paulo a leste, Itanhaém a sudeste, Pedro de Toledo e Miracatu a sul. Seu nome é originário do
indígena Y-CU-TIBA, ou seja, Terras de Muitas Águas, isto porque o município é rico em
recursos hidrográficos contendo longos trechos de Mata Atlântica preservada sendo que 67%
do município é coberto por reservas florestais intocadas, o que faz o município ter grande
valor ambiental.
Possui vegetação de floresta latifoliada tropical úmida e uma fauna muito rica.
Engloba o Parque Estadual da Serra do Mar, que é área de proteção ambiental, também faz
divisa com o Parque Estadual de Jurupará. É região montanhosa, a altitude média é de 685m.
O ponto mais alto fica no Bairro das Laranjeiras (900m) e o mais baixo no Bairro do Engano
(550m). Os principais rios da cidade são o Juquiá e o São Lourenço. O município possui
represas e muitas cachoeiras, como a dos Palmares, do França e do Monjolo, além de diversos
riachos e córregos com águas cristalinas.
O clima da cidade é Subtropical. Verão pouco quente e chuvoso. Inverno ameno e
subseco. A média de temperatura anual gira em torno dos 18°C, sendo o mês mais frio julho
(Média de 13°C) e o mais quente fevereiro (Média de 22°C). O índice pluviométrico anual
fica em torno de 1300 mm. O clima, em geral, é frio e chuvoso, devido à localização
geográfica do município.
Diante do exposto, as autoridades governamentais, responsáveis pelo gerenciamento
dos recursos naturais da região, necessiatam de ferramentas que auxiliem no planejamento
adequado de utilização e intervenção no meio fisico desta região, para que propostas de
desenvolvimento territorial e econômico possam ser implentadas sem causar grandes
impactos em suas condições naturais. Esta ação é possível através de análises e a interpretação
de mapas temáticos construídos a partir de técnicas de sensoriamento remoto tratados em
SIGs, (Sistema de Informação Geográfica) que são umas das ferramentas mais adequadas para
o estudo de recursos ambientais, armazenamento e cruzamento de dados e a quantificação
dessas áreas.
3- OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

+V Analisar o meio físico do município de Juquitiba em São Paulo através de mapas


temáticos construídos com técnicas de geoprocessamento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

+V Elaborar uma base cartográfica do município de Juquitiba, a qual permitirá a


construção de mapas temáticos;
+V Construir mapas temáticos tais como: hipsométrico, recursos hídricos, distribuição da
vegetação em áreas de proteção ambiental;
+V Realizar o mapeamento do uso da terra no município de Juquitiba.
+V Analisar através de mapas a distribuição da vegetação natural em áreas de proteção
ambiental;
+V Representar através de mapas temáticos o estado de conservação em que se encontram
a vegetação e uso do solo no município de Juquitiba.
+V Identificar os principais processos que causam a modificação do meio físico do
município de Juquitiba;
+V Verificar como o equilíbrio dinâmico do meio físico da região é afetado por
intervenções humanas.
4- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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A ciência cartográfica, que desde os seus primórdios, colabora para a análise dos
fenômenos espaciais, enquanto um instrumento de descoberta e de comunicação à serviço de
um saber ou de uma ação, têm seus métodos na atualidade cada vez mais apaerfeiçoados pelo
uso das tecnologias aplicadas ao desevolvimento de pesquisas voltadas ao planejamento de
manejo dos recursos naturais e na prevenção de problemas ambientais.
O geoprocessamento, enquanto um conjunto de tecnologias que viabilizam a
manipulação de dados georreferenciados, aliado ou não à utilização de Sistemas de
Informação Geográfica (SIGs), constitui uma ferramenta que viabiliza o estudo do espaço
fisico e de aspectos humanos, favorecendo a tomada de decisões no que compete ao
planejamento, monitoramento, manejo e caracterização de espaços urbanos e rurais (FITZ,
2008).
FLORENZANO (2007) salienta que os SIGs favorecem o planejamento de atividades
e serviços realizados no espaço geográfico. É um instrumento eficaz e apoio para a simulação
da gestão do território.
Dentre as diversas aplicações das geotecnologias no estudo dos fenomenos espaciais,
pode se destacar: controle de ocupação e construções irregulares, monitoramento de áreas de
risco e proteção ambiental, mapeamentos diversos (condições ambientais, socioeconômicos,
condições fisicas, turisticas, etc. Para tanto, torna-se necessário a existência de bancos de
dados georreferenciados consistentes.
O sensoriamento remoto, enquanto fonte de dados, são transformados em informação
e apresentados na forma de diferentes mapas. Oferece a vantagem de coletar dados em regiões
extensas e de difícil acesso. Com imagens de satélites que recobrem sucessivas vezes um
mesmo território, é possível identificar, calcular e monitorar fenômenos como erosão dos
solos, inundações e áreas impermeabilizadas, o crescimento de áres desmatadas, queimadas,
atividades irregulares de ocupação e de manejo da terra (FLORENZANO 2007).
As imagens de satélites e os sofisticados Hardwers e Softwers têm beneficiado a
tomada de decisões, culminando com o desenvolvimento de uma cartografia mais dinâmica e
interativa, no sentido de que o teritório pode ser constantemente monitorado permitindo a
atualização de mapas e cartas.
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIGs), vinculados às tecnicas de
geoprocessamento constituem instrumentos importantes para a elaboração de mapas
temáticos. Por meio destes é possível analisar problemas, propor soluções, criar projetos e
planejar ações a partir de pressupostos metodológicos da própria ciência cartográfica.
Conforme MARTINELLI (2010) a cartografia temática que se firma como tal no fim
do século XVIII e início do XIX se traduz como forma de representar uma realidade
apreendida. O mesmo território pode ser representado sob diferentes óticas e comunica os
frutos da observação pesquisador. Nesse contexto, os mapas temáticos devem ser analisados
sem desprezar seu contexto social, respondendo questões que foram geradas numa escala
temporal e espacial.
Sobre os mapas temáticos, JOLY (1990) afirma que este, está para além de uma
simples representação do terreno. Com seus símbolos qualitativos e quantitativos dispostos
sobre uma base cartográfica, a cartografia temática tem como objetivo representar os
fenômenos localizáveis de qualquer natureza e de suas correlações.
A era informacional chegou também para a cartografia. É nos países desenvolvidos
que as tecnicas da geotecnologia se fazem presente de form mais efetiva, no trablaho de
pesquisadores e estudiosos dos fenômenos do espaço geográfico, sendo que a sociedade civil
usufrui de forma mais restrita dos avanços tecnológicos implementados no âmbito da
investigação do espaço. A cartografia se beneficia das imagens de satélites, de radares,
fotografias aéreas, porém enquanto ciência, se vale de métodos criteriosos para representar
através de mapas os diversos fenomenos físicos, sociais, econômicos que se desenrolam no
espaço geográfico (MARTINELLI, 2010).

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A história das primeiras formas de impacto ambiental é tão antiga quanto à descoberta
da tecnica pela qual o homem pôde interagir com o meio. Dessa forma ele pôde aproveitar os
recursos naturais que estavam ao seu alcance, modificando o seu meio de acordo com suas
necessidades. Sendo assim, ele se torna o principal responável pelas mudanças mais
significativas, no meio natural, das mais simples que impactam em escala regional até
alterações mais drásticas como as climáticas que ocorrem de forma global. Frente a isso vê-se
que as intervenções realizadas pelo homem, comportam aspectos negativos e quando não
controladas, tendem a se agravar (TRICART, 1978).
Na resolução CONAMA Nº 001 de 23 de Janeiro de 1986, art. 1º, impacto ambiental é
considerado:
³Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas, os, que direta ou indiretamente afetam: a saúde , a segurança e
o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota. As condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais´.

A natureza sentirá de forma mais intensa os impactos da ação do homem depois que o
mundo entra no processo de desenvolvimento urbano e industrial sem ter preparado
previamente o meio natural para receber os frutos desse processo: esgotos industriais, emissão
de gases na atmosfera, ocupação de extensas áreas de vegetação, entre outras. No Brasil, é a
partir da década de 50 que a natureza será acarretada com o processo de desenvolvimento:
intensa urbanização na região Sudeste, projetos desenvolvimentista para a Amazônia e para o
Nordeste, instituição da fronteira agrícola no Cerrado com a cultura de soja (ROSS, 2003).
Em resposta a essas questões, surgem os órgãos de defesa do meio ambiente: o
Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA, algumas leis como o Código Florestal, que ainda é
bastante polêmico, o CONAMA, O RIMA, e atualmente a Agencia Nacional das Águas
(ANA), entre outras leis, decretos, resoluções com o intuito de conter e fiscalizar as ações não
planejadas ou amenizar os efeitos negativos causados ao meio pela intervenção humana.

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Segundo TUNDISI (2003), os recursos hídricos são de grande importância para o


desenvolvimento econômico, e cada vez mais sua utilização tem se diversificado,
principalmente nas sociedades modernas.
Bacia hidrográfica pode ser definida como uma área da superficie drenada por um rio
principal e seus afluentes, composta por um conjunto de canais de escoamento inter-
relacionados, constituindo assim, um sistema hierarquizado, os cursos menores drenam em
direção a um canal prinicpal. É um sistema dinâmico e aberto, pois recebem energia fornecida
pela ação do clima e da tectônica local. Além disso, está sujeita às modificações que ocorrem
ao longo dos divisores de água devido aos processos erosivos, transporte e sedimentação com
variância na quantidade de água a depender do tamanho da área que a bacia ocupa, do grau de
precipitação e das perdas devido à evapotranspiração e a infiltração.
Estudos realizados por GUERRA & CUNHA (1966), mostram que as bacias
hidrográficas estão interligadas por divisores topográficos, formando uma rede onde cada uma
delas drena água, material sólido e dissolvido para uma saída comum ou ponto terminal que
pode ser um outro rio, lago, reservatório ou oceano. As bacias se subdividem em canais cada
vez menores da jusante para a montante. Os cursos iniciais que fluem diretamente do subsolo
para formar a bacia são chamados cursos de primeira ordem. Esses se juntam e formam os de
segunda ordem até que todos os tributários se unam num único rio principal.
Do ponto de vista do equilibrio, a bacia hidrográfica subordina-se ao comportamento
das condições naturais e da ação do homem, que a depender da intervenção, os leitos e canais
podem ser alterados. As causas naturais mais comuns são erosão potencial das encostas,
produção de sedimentos devido às fortes chuvas que provocam o assoreamento dos rios
gerando uma diminuição da profundidade da calha do rio, que naturalmente, o canal, em
busca do seu equilibrio tende a alargar as margens através dos processos erosivos. No
entanto, esses processos naturais se intensificam com ação não planejada do homem:
desmatamento indiscriminado, ocupação desordenada em áreas de bacias hidrográficas, mal
uso da terra e substituição das matas ciliares, exploração de aluviões, queimadas, intensa
mecanização.
Sobre os vales fluviais, estes são definidos por GUERRA (1993) como uma área de
depressão alongada (longitudinal) formada por um ou mais talvegues e duas vertente, também
como planície à beira do rio ou várzea. Essa planície recebe e acomoda o volume de água nas
enchentes.

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Os recuros naturais, uma vez disponíveis ao homem, devem ser utilizados


racionalmente. A ausência de planejamento tem desencadeado uma série de problemas
ambientais, alguns até reversíveis em longo prazo, outros, nem tanto. A água é um desses
problemas ambientais que tem despertado a atenção de diversos setores da sociedade, isto,
porque, este recuros é de fundamental importância para a manutenção da vida na Terra, bem
como, para o desenvolvimento das atividades que o homem desempenha como indústria,
higiene, saúde. Porém, em consequência do gerenciamento inadequado desse recurso e de sua
exploração predatória, a água que era vista como um bem disponível e com uso ilimitado, nas
últimas décadas, passou a ser questionado quanto à sua disponibilidade e a qualidade para o
consumo humano.
Como o meio físico constitui um sistema integrado, a alteração de qualquer elemento
natural influenciará nos demais. A conservação dos rios depende da vegetação, que também
determinará a manutenção das espécies animais naquela área, bem como contribuirá para a
conservação dos solos. A ausência de uma visão integrada desse meio, sem medir as
conseqüências de ações isoladas tem acarretado ao meio físico, problemas sérios que
posteriormente recai sobre o próprio homem (TRICART, 1978).
De forma generalizada, o assoreamento é o processo de degradação de rios, lagos e até
mesmo de oceanos. É um processo natural que tende a preencher os rios com sedimentos
oriundos de fragmentos de rochas ou do próprio solo, que uma vez erodido são transportados
pelas águas das chuvas. Porém, este que acontecia somente pela força da natureza como ação
das chuvas, do sol, vento, alternância de temperatura e em alguns casos pelos animais, com a
ação não planejada do homem sobre o meio natural, esta tem ocorrido de forma mais intensa e
acelerada. Sobre isso, GUERRA (1978:187) afirma que:

³A erosão causa quase sempre, uma série de problemas ambientais em nível local ou
até mesmo em grandes áreas. O material que é erodido de bacias hidrográficas pode
causar o assoreamento de rios e reservatórios, além disso, as partículas transportadas
pela água em área agrícola podem estar impregnadas de defensivos agrícolas e
contaminar os rios. O desmatamento e a erosão podem provocar o desaparecimento
de mananciais e acentuar os efeitos de inundações.´

Em estudos feitos por PIRES, SANTOS, DEL PRETTE (2002) mostram que as
condições geomorfológicas da planície de inundação podem influenciar em sua produtividade
biológica. Nessas condições, os sedimentos provenientes da região do compartimento de terra
podem se responsáveis pelo assoreamento precoce de áreas de planícies de inundações. O
fenômeno da erosão contribui para o aumento do processo de sedimentação, mudança no
regime transformando o leito e o alinhamento dos rios. Muitos estudiosos atribuem a causa da
erosão e do assoreamento à abertura de áreas destinadas à agricultura e à pecuária ou ao uso
inadequado dos solos. Isso inclui a destruição de áreas permanentes (matas de encostas e
matas ciliares) e ampliação de áreas urbanas.
Nesse sentido, percebe-se que a vegetação exerce papel decisivo na prevenção dos
processos erosivos do solo, mas em muitas regiões, a vegetação nativa vem sendo substituída
por culturas agrícola e pecuária, desrespeitando muitas vezes a limitação do solo.
É a vegetação que diminui os impactos das gotas de chuva sobre a terra. Ela também
contribui para reduzir o volume de água que chega ao solo, altera a distribuição do tamanho
das gotas, afetando a energia cinética da chuva, além de ajudar na formação de agregados,
uma vez, que a matéria orgânica enquanto um elemento ligante deixa os solos mais resistentes
(GUERRA & CUNHA, 1998).
Quando uma área é ocupada por pastagens, agricultura e o desmatamento são
precedidos de queimadas, o solo fica compactado, os seus nutrientes são lixiviados, a matéria
orgânica é destruída e, conseqüentemente há uma eliminação da micro-vida, perdendo a
estabilidade, fica suscetível à erosão. Porém, não é só o solo edáfico que é alterado; com esse
processo, toda a sua estrutura já não é mais a mesma, sendo facilmente degradados pela ação
pluvial. Nessas condições, acontece também o transporte de sedimentos que são depositados
no fundo dos rios provocando o seu soterramento. Sobre este aspecto TRICART (1978) ainda
afirma que:
³(...) a vegetação melhora indiretamente a qualidade da água. As águas freáticas são
quase sempre de bia qualidade e podem ser mais facilmente protegidas contra a
poluição. Mesmo o escoamento hipodérmico assegura certa filtragem, que o
escoamento sensu stricto e as circulações rápidas não sofrem.´

Uma vez assoreado, todas as condições naturais do rio serão alteradas: o regime de
água poderá ser diminuído, bem como, a velocidade da corrente. Este é um processo natural
que, em decorrência do manejo inadequado do solo, tem sido um fato que antecipa a fase de
maturidade e conseqüentemente também a senilidade do rio. Quando assoreamento é intenso e
associado a outras intervenções humanas como: despejo de esgotos, resíduos químicos como
o mercúrio que é muito utilizado por garimpeiros e agroquímicos empregados na agricultura,
os rios podem até mesmo ser extintos e quando isso não ocorre, suas águas ficam impróprias
para o consumo humano.

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As matas ciliares podem ser definidas como uma massa de vegetação que se forma
naturalmente às margens de rios, nascentes e outros corpos d¶água. Ela auxilia na proteção
dos cursos de água, evita os processos erosivos que atacam o solo e mantém o equilíbrio da
vida silvestre. A prática de retirada das matas ciliares tem acarretado sérios problemas aos
cursos de água: erosão dos solos ± quando o solo é desprovido de cobertura vegetal, tende a
ficar compactado, pois as raízes das plantas ajudam a porosidade do solo que por sua vez abre
caminhos para a água infiltrar. Isso prejudica o processo de infiltração das águas das chuvas
que abastecem os lençóis freáticos e mananciais, ou ainda fica mais vulnerável à erosão, uma
vez que o escoamento da água acontece de forma brusca, carregando com facilidade
sedimentos que irão se depositar nos cursos d¶água. Isso também causa a desfiguração da
paisagem à beira dos rios.
Em relação aos processos erosivos, pode-se destacar ainda a perda do solo fértil,
causando o esbarrocamento e deformação das margens. Outro impacto causado pela retirada
das matas ciliares é diminuição da vida silvestre que contribui para manter o equilíbrio natural
dos ecossistemas aquáticos.
São diversos os agentes responsáveis pela degradação das matas ciliares. Entre eles
podemos destacar as práticas agrícolas: estas terras possuem um alto teor de fertilidade, o que
desperta grande interesse em implantar a agricultura nas margens de rios. Esta prática provoca
alteração na vida natural do local; as atividades extrativas que retiram madeira; a retirada de
recursos minerais como areia e argila para a construção civil, estes servem de apoio às
margens dos rios; e, por fim, a expansão urbana não planejada, que além de retirar a mata
ciliar, ainda aproveitam os cursos d¶água para depositar esgotos domésticos e dejetos
industriais.
Em vista do alto grau de destruição das matas ciliares, a intervenção do poder público
se deu na década de 1960, com a implantação do Código Florestal (15 de setembro e 1965),
lei Nº 4771 que ao longo do tempo vem sofrendo alteração, este estabelece os limites para
exploração e uso da terra nas proximidades de corpos d¶água.
MULLER (2000) afirma que mesmo diante da severidade da legislação, pouco se tem
feito para efetivá-la. O processo de degradação das matas ciliares ainda é uma realidade muito
comum no país. Ele atribui a permanência dessa prática destrutiva à dimensão territorial do
Brasil, as dificuldades de monitoramento das zonas florestais mais distantes, a falta de
recursos financeiros empregados na capacitação de pessoas, na aquisição de adequadas
tecnologias aplicadas ao monitoramento e na ausência de políticas públicas comprometidas
com as causas ambientais. Em vista disso, é necessário que em complemento à ação
repressora, sejam implantadas alternativas que visem à preservação das matas ciliares e a
recuperação de áreas degradas.
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Os solos constituem um dos aspectos do meio físico que está intimamente ligado às
atividades humanas. São diversificadas as formas de manejo e intervenção que o homem faz
nos solos, desde as práticas agrícolas até o aproveitamento dos recursos minerais empregados
na construção civil e indústria. É resultado da desagregação e decomposição das rochas pela
ação do intemperismo (TOLEDO, OLIVEIRA, MELFI, 2008).
Segundo PALMIERI & LARACH (2010) solos são considerados entidades naturais
independentes com características específicas sob ação integrada dos agentes climáticos, dos
organismos e da topografia. O conhecimento destes fatores e de sua gênese é fundamental
para que a prática de manejo aplicada ao solo se desenvolva de forma sustentável.
O clima constitui o fator que age de forma mais determinante atuando na velocidade e
no tipo de intemperismo em cada região. Quando o índice pluviosidade é alto, atua o
intemperismo químico, e, este acontece de forma mais acelerada quando associado ao fator
temperatura. As chuvas favorecem as reações químicas do intemperismo. Quando a
temperatura é elevada, a forma de atuação é o intemperismo físico, que ocorre de forma mais
lenta. Sua ação é no processo de desagregação das rochas (TOLEDO, OLIVEIRA, MELFI,
2008).
O relevo influencia na evolução e desenvolvimento dos solos, atuando na velocidade
do escoamento superficial das águas das chuvas. Quando as condições topográficas
favorecem a infiltração da água, ocorre de forma mais eficiente as reações químicas do
intemperismo e a lixiviação dos produtos solúveis. Para TOLEDO, OLIVEIRA, MELFI,
(2008) os solos profundos e evoluídos ocorrem regiões de terra firme localizadas nas partes
mais elevadas e fora do alcance das cheias dos rios e encostas suaves, que permitem a
infiltração da água, a drenagem interna eliminando os produtos dissolvidos.
Os organismos atuam tanto na superfície quanto na massa dos solos. A matéria
orgânica age na decomposição ou na transformação dos materiais depositados no solo em
humus. PALMIERI & LARACH (2010) afirmam que: ³plantas e animais, assim como seus
resíduos, tem, também importância como agente mecânico e na decomposição química das
rochas e / ou do material de origem dos solos, sendo seus efeitos expressos na formação e na
fertilidade dos solos.´
As raízes das plantas contribuem com a decomposição das rochas e minerais, a matéria
orgânica favorece a formação de agregados, protegendo o solo dos processos erosivos. Os
animais vertebrados e invertebrados agem na remoção e translocação de materiais minerais e
de matéria orgânica, contribuído para a porosidade dos solos. Isto favorece os processos de
infiltração das águas pluviais e evita a erosão do solo.

METODOLOGIA

Para se alcanças os objetivos propostos neste projeto, serão desenvolvidas as seguintes


atividades:
+V Levantamento bibliográfico do tema proposto neste projeto;
+V Coleta de dados e informações em estudos realizados anteriormente para efetuar a
caracterização da área da pesquisa;
+V Pesquisa de campo para coleta de informações e amostras das características do meio
físico e diagnóstico dos problemas, registrando os dados obtidos através de
fotografias;
+V Criação de banco de dados georreferenciados, onde ficarão registradas as informações
coletadas na pesquisa;
+V Elaboração da base cartográfica com utilização da carta topográfica da área da
pesquisa;
+V Digitalização e processamento dos dados coletados;
+V Coleta de imagens que posteriormente serão transformadas em mapas temáticos;
+V Elaboração dos mapas temáticos: solos, rede de drenagem, uso e ocupação da terra,
cobertura vegetal natural, áreas de proteção ambiental.
+V Redação final do trabalho a partir das análises e interpretações dos dados obtidos na
pesquisa e das leituras realizadas sobre o tema deste projeto.
CRONOGRAMA

Especificação ANOS 2011, 2012 e 2013


das atividades
MÊSES A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J
G E U O E A E A B A U U G E U O E A E A B A U U
O T T V Z N V R R I N L O T T V Z N V R R I N L
Levantamento X X

bibliográfico do
tema proposto
neste projeto
Leitura e X X

fichamento de
obras
Coleta e seleção X X

de dados
Análise crítica X X

do material
Pesquisa de X X

campo
Caracterização X X

do meio físico e
diagnóstico dos
problemas
Criação de X X

bancos de dados
georreferenciad
os
Elaboração da X X

base
cartográfica
Digitalização e X X

processamento
dos dados
coletados
Coleta de X X

imagens que
posteriormente
serão
transformadas
em mapas
temáticos.
Elaboração X X

preliminar do
texto.
Elaboração dos X X

mapas
temáticos
Redação final X X X

do trabalho
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