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Revista Ano 4 | N° 12 |Junho 2010

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 1 Junho | 2010


Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice.org Draw
| carta do leitor índice |
Carta do leitor 04

| como nós ...

Desenvolvemos o relacionamento 06
com o leitor da Revista

| escritório aberto

Especial Copa do Mundo 2010 08


África

| reportagem

Inclusão Digital - Escola do Futuro 09

BrOffice.org marca presença 14


no ENSOL
BrOffice.org no FLISOL 16

IV Encontro Nacional BrOffice.org 35


em fotos de norte a sul

| artigo

nathancolquhoun
Neurociência e a Arte de Superar 19
Mudanças
O novo projeto Professor Digital 21

O que há por trás de uma licença? 24

| entrevista

Conselho Internacional OpenOffice.org 25


tem representante do Brasil
Comunidade Portuguesa do 29
OpenOffice.org

| novas tecnologias

OOO4Kids Educando criança 32


da maneira correta

| cultura

RedBlade Episódio 03: Mestre e Aprendiz 40


Dica de Filme - A Chamada 42

| dica

Localizando objetos com o navegador 43


Configuração de Teclas de Atalho 46

| tutorial

Vetorizando com o BrOffice.org Draw 49


Criando índices automáticos 54

| resumo do mês

Resumo 59
| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 2 Junho | 2010
| editorial
Colaboradores desta edição
Redação:
Vencendo desafios Carlisson Galdino
Carlos A. Silva
Gustavo Pacheco

A Revista BrOffice.org está entrando no seu quarto ano de


existência. Apesar de já conhecermos o caminho que deve
Luiz Oliveira
Maiko Spiess
Olivier Hallot
Paulo Souza Lima
ser percorrido entre o planejamento e a publicação, cada número
Pedro Ciríaco
carrega em suas páginas a emoção do primeiro lançamento. A Renata Marques
Rogerio Luz Coelho
produção se renova nas suas pautas, mas se supera, sobretudo, no Rochele Prass
aspecto humano. A Revista BrOffice.org é novidade para quem se Dicas e tutorial:
torna colaborador ou para quem finalmente recupera o fôlego. E é Carlos A. Silva
Herbert Carvalho
assim que a Revista e a comunidade BrOffice.org vão, a cada dia Rubens Queiroz
vencendo e descobrindo novos desafios. Wilkens Lenon
Diagramação:
O reconhecimento do BrOffice.org para a inclusão social e a Carlos A. Silva
Duilio Dias Neto
participação brasileira na comunidade internacional são as marcas Eliane Domingos
da edição 12. O tema central, na reportagem de Luiz Oliveira sobre Luiz Oliveira
Maria Aparecida Coltro
a Escola do Futuro, mostra iniciativas de inclusão digital e como Patrícia Nobre
elas podem transformar a realidade ou pelo menos mentalidades. O Rui Ogawa
Revisão:
assunto, embora já abordado, nunca se esgota, porque não se trata Carlos A. Silva
apenas de software ou metodologias de trabalho, mas sim do que a Clóvis Tristão
Duilio Neto
tecnologia proporciona à vida das pessoas. Fatima Conti
Luiz Oliveira
Exatamente por estar incluído num cenário social e existir para Maria Aparecida Coltro
Pedro Ciríaco
servir aos usuários, quaisquer que sejam suas necessidades, a Renata Marques
Revista BrOffice.org também entrou no clima da Copa do Mundo, Rochele Prass
momento especial para a maioria dos brasileiros. Na seção Capa:
Duilio Dias Neto
Escritório Aberto, uma tabela criada em Calc, unindo torcedores do Edição:
futebol e entusiastas das tecnologias livres. Luiz Oliveira
Rochele Prass
Também esta edição vai além das fronteiras do país, através de comunicacao@broffice.org
Jornalista responsável:
entrevista com o diretor administrativo financeiro da BrOffice.org, Luiz Oliveira – Mtb.31064 | luizheli@openoffice.org
Olivier Hallot, recentemente eleito conselheiro da comunidade Coordenador Geral BrOffice.org:
OpenOffice.org internacional. Em artigo que detalha o processo Claudio Ferreira Filho | filhocf@openoffice.org
Escreva para a Revista BrOffice.org:
sobre o programa Professor Digital no Rio Grande do Sul, Gustavo revista@broffice.org
Pacheco, que acompanhou de perto o assunto, evidencia a Edições anteriores: www.broffice.org/revista
maturidade e organização das comunidades de Software Livre, que O conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira
responsabilidade de seus respectivos autores, não representando
têm condições de levar à sociedade a visão de que tecnologia necessariamente a opinião da revista BrOffice.org e de seus
responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a
interessa a todos. seus respectivos proprietários
O que é o BrOffice.org
E, se resistências existem, é preciso entendê-las antes de tudo. É o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom
português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto
Nesta edição, o leitor pode encontrar a explicação sobre por que a por editor de texto, planilha de cálculo, apresentação, matemático e
banco de dados, mantido pela comunidade e OSCIP, que trabalha
mudança de comportamento e a disposição para aprender para a difusão do SL/CA no País.
Desenvolvimento
novidades é uma tarefa desafiadora para o ser humano, no artigo Esta revista foi elaborada no BrOffice.org, editor de texto, planilha ele-
trônica, apresentação e, diagramação. A reprodução do material con-
sobre software e neurociência, escrito pelo Dr. Rogerio Luz Coelho. tido nesta revista é permitida desde que se incluam os créditos aos au-
E, claro, o usuário BrOffice.org encontra nesta edição dicas e tores e a frase: “Reproduzido da Revista BrOffice.org –
www.broffice.org/revista em local visível.
tutoriais elaborados por conhecedores do aplicativo, a fim de que os O BrOffice.org declara não ter interesse de propriedade nas imagens.
Os direitos sobre as mesmas pertencem a seus respectivos
leitores tirem o máximo proveito da suíte de escritório. autores/proprietários.
O conteúdo da Revista Broffice.org está protegido sob a licença Crea-
Boa Leitura! tive Commons BY-NC-SA, disponível no www.creativecommons.org.br.
Esta licença não se aplica a nenhuma imagem exibida na revista, e
para utilização delas obtenha autorização junto ao respectivo autor.

Rochele Prass
rocheleprass@openoffice.org

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 3 Junho | 2010


carta do leitor |

Esta é a sua seção! Na “Carta do Leitor”, você pode tirar dúvidas sobre o
BrOffice.org, seja produto, comunidade ou desenvolvimento, enviar críticas
ou sugestões que possam enriquecer ainda mais a nossa revista.
Envie um email para revista@broffice.org.
Participe!

Espetacular a Edição 11 da revista, sobretudo a maté- Olá,


ria sobre o uso da suíte na Petrobras. Grandes em-
Gostaria de parabenizar todos os organizadores do IV
presas usando o BrOffice.org e, sobretudo, um ates-
Encontro Nacional BrOffice.org. Sou usuário do BrOffi-
tado de qualidade e economia. Gostei muito da ideia
ce.org desde 2008 e este evento mostrou um universo de
da revista impressa e, salvo engano, vocês têm algu-
possibilidades muito maior do que eu poderia imaginar.
mas, não? Não se importariam de me enviar algumas
Também parabenizo a Revista BrOffice.org, cujo trabalho
edições que foram impressas? Informem o valor da
leva este universo ao conhecimento de todos de forma
revista, ou custo, que faço o depósito. Sempre impri-
clara e precisa.
mo a revista para ler de forma confortável e, e-readers
como o Kindle, no momento estão longe de minhas Sucesso a todos.
posses. Severo Sales
Pará
Por último, uma sugestão: Muitos clientes e amigos
têm rejeitado o BrOffice.org por um motivo simples: O
atalho das teclas. Por exemplo, ctrl B para negrito en-
quanto as pessoas estão acostumadas com o ctrl N
Meu nome é Evilázio e atualmente trabalho em uma con-
que, inclusive acho mais lógico pois o N é de negrito e
cessionária de energia elétrica aqui em Sergipe e nosso
o B é de BOLD, ou seja, os atalhos são configurados
principal ponto, na área de TI, é ir em buscas de soluções
para a versão em inglês. Por que será que o time de
que venham reduzir os custos e viabilizar as novas ten-
tradução ainda não atinou para isto? Tentei pesquisar,
dências que surgem no mercado.
mas não achei, embora seja interessante alguma ex-
tensão que contorne este problema. Achei muito interessante a palestra da Rochele e durante
o evento, respondi o questionário da Revista BrOffice.org
O segundo fator de rejeição, agora comigo mesmo, já
que o programa tem algumas configurações e corrige Gostaria de participar das ideias e da produção dos con-
automaticamente o que digitamos, mesmo que seja teúdos da plataforma BrOffice.org.
coisa que não queremos e não tem CTRL Z que des- Hoje estamos fazendo um estudo de migração da nossa
faça. Enfim, peço perdão se fui inconveniente, mas a plataforma atual para o BrOffice.org, poderíamos verificar
intenção é ajudar e o primeiro espaço que me veio à esse case e talvez ser um dos assuntos da BrOffice.org
mente foi o de vocês. dentro dos padrões que podemos conversar.
No mais, parabéns e vida longa para a revista. Espe- Sds,
ro, em breve, poder colaborar pois tenho experiências
Evilázio Ribeiro da Cruz
práticas quanto ao uso de usuários finais e, sobretudo
Sergipe
no uso em pequenas empresas.
Abraços e até a próxima!
Reinaldo de Oliveira Pereira - Minas Gerais

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 4 Junho | 2010


carta do leitor |

Olá amigos do BrOffice.org Participei do IV Encontro Nacional BrOffice.org aqui em


Acompanho a revista desde o primeiro número. Sem- Sergipe, e na palestra sobre a revista BrOffice.org fiquei
pre fico na expectativa de uma nova edição e esta muito interessado em contribuir.
edição 11, não fugiu à regra das anteriores. Sempre Sou professor de design web e informática em uma
com elevado conteúdo editorial, sendo com toda a unidade. Então diante do que ouvi na palestra é possível
certeza, um dos sustentáculos da comunidade de participar da revista mas gostaria de mais detalhes para
software livre no Brasil. fazer parte dela, de preferência na área gráfica. Acredito
Parabéns a todos que se doam a este projeto com muito na evolução da ferramenta BrOffice.org e na
alma e coração sempre em prol do bem de outros e Revista também, então favor enviar no que posso ajudar
em nome da liberdade de escolha, tão cara a todos e como.
nós. Orlan Maurício
O BrOffice.org foi o primeiro produto de software livre
ao qual tive contato ainda em 2006. De lá para cá e,
Li no site sobre fazer parte do time de colaboradores da
através dele, conheci várias distros GNU/Linux até
revista e fiquei interessado.
chegar ao Ubuntu e aí, foi um casamento perfeito.
Hoje, na empresa onde trabalho, na minha máquina Abraços.
uso o BrOffice.org, na minha família também, se não
Cristiano Oliveira
consegui converter todos ao Ubuntu, no quesito suíte
de escritório, fomos vitoriosos. Minhas irmãs e sobri-
Recebemos vários e-mails de pessoas interessadas em
nhos usam o BrOffice.org.
fazer parte da equipe que, voluntariamente e de forma
Portanto, quero aqui agradecer ao projeto maravilhoso colaborativa, traz a cada dois meses os mais diversos
que é o BrOffice.org Através dele pude conhecer o assuntos de interesse da comunidade BrOffice.org. Novos
maravilhoso mundo do software livre e do código colaboradores são sempre bem vindos. Para participar da
aberto. E a cada edição da revista eu aprendo um equipe é muito fácil. Escreva uma dica ou tutorial sobre
pouco mais. qualquer programa da suíte BrOffice.org, seja o Writer,
Draw, Base ou Calc e nos mande. Migrou recentemente
Muito obrigado a todos vocês. Vida longa e prosperi-
para o BrOffice.org e quer nos contar como foi? Escreva
dade!
um artigo sobre isso e nos mande. Não gosta de escrever,
Olnei A Araujo
Minas Gerais mas é artista gráfico, entende de diagramação? Não
demore muito em nos procurar; a Revista BrOffice.org é
toda diagramada no BrOffice.org Draw, mas outros
Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo ótimo
programas são utilizados durante o processo, em sua
pacote de programas e gostaria de encorajá-los ainda
maioria, programas open source, como Gimp e Inkscape.
mais a continuar.
Vários outros serviços estão à sua espera. Se gosta de
Tenho uma Lan House e trabalho com manutenção de português, pode fazer correções gramaticais de textos, se
computadores e tenho tentado incluir o BrOffice.org entende de inglês ou de outras línguas, pode fazer
em todos os computadores sendo que as pessoas re- traduções de artigos relacionados ao foco da revista. E
clamam demais e o pior, reclamam sem ao menos co- ainda temos outros projetos dentro da comunidade
nhecer. Parecem crianças que não comem legumes BrOffice.org, um deles pode ser aquele que você estava
por que dizem não gostar sem antes ao menos expe- procurando. Para aqueles interessados em colaborar com
rimentar. a revista, favor se inscrever na
Mateus Marrero lista de discussão da revista.
Ainda com dúvidas? Nos mande um email.
Arquivo pessoal

Vi no site da BrOffice.org sobre colaboração da revis-


ta, e estou à disposição.
Ronilton Nunes

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 5 Junho | 2010


como nós ... |

... desenvolvemos
o relacionamento
com o leitor da
Revista
Por Rochele Prass

Com o objetivo de conhecer melhor os leitores e proporci- A pesquisa é um espaço diferente da seção “Carta do Lei-
onar mais um canal de interação com o público, a Revista tor”, em que são publicados os comentários dos leitores
BrOffice.org lançou na edição passada a pesquisa de per- sobre cada edição. O questionário foi elaborado para co-
fil de leitor. No final de maio, ou dois meses no ar, 1.025 letar dados socioeconômicos do público, a fim de saber a
pessoas já haviam respondido ao questionário, disponível quais segmentos sociais estamos chegando. Trata-se de
no portal. A pesquisa é espontânea, ou seja, não é requisi- uma ferramenta importante para o planejamento de qual-
to obrigatório para quem deseja baixar a Revista. Os da- quer meio de comunicação, que, a partir das respostas,
dos individuais das pessoas também são mantidos sob pode promover ações de divulgação, criar seções especi-
sigilo. ais e traçar seus rumos. Vale ressaltar que, além do con-
tato pela pesquisa, os leitores podem enviar sugestões de
O conceito de comunicação, entre todos os elementos
pauta ou contribuir com materiais para publicação pelo e-
que fazem parte do processo, pressupõe ao menos duas
mail revista@broffice.org.
figuras básicas para a sua efetivação: emissor e receptor.
Ou seja, a comunicação não se encerra no momento em Sendo produto de um trabalho colaborativo, dentro da fi-
que emitimos uma mensagem qualquer que seja a sua fi- losofia de produção de software livre, a Revista BrOffi-
nalidade. A comunicação se completa quando é recebida ce.org é um veículo em constante evolução e que neces-
pelos interlocutores. sita dessa interação para se aperfeiçoar. Mas nos agrada,
sobremaneira, ver a quantidade de pessoas que nos dão
Apesar de o conceito de interatividade não ter sido inven-
retornos positivos. A maioria das manifestações nas res-
tado pela internet, ela ampliou substancialmente a partici-
postas livres agradecem e elogiam o trabalho que a co-
pação. Ao facilitar essa aproximação, abriu-se um espaço
munidade vem desenvolvendo com a Revista.
que vai além da crítica ou sugestão. Trata-se de comparti-
lhar com o leitor a responsabilidade sobre a edição num O espaço também está repleto de sugestões dos leitores,
diálogo efetivo. sobre dicas e tutoriais, especialmente para Calc e Base.
Muitos leitores também pedem assuntos relacionados à
E isso não é diferente conosco, na Revista BrOffice.org.
educação. Informações a respeito de migração e pedido
Evidentemente, ao planejarmos uma edição, temos em
para que a Revista seja impressa e enviada aos leitores
mente uma espécie de público – pessoas interessadas na
são outros apontamentos dos leitores que responderam
suíte de escritório, em software livre, ODF e em ações
ao questionário.
que estão modificando pensamentos e a sociedade. Mas
isso não significa que não estamos buscando chamar a No que se refere à impressão da Revista e entrega no
atenção de outros grupos, atrair novos leitores. Antes de endereço do leitor, existe um grande anseio e interesse
tudo, precisamos conhecer – ainda mais – os nossos lei- de que essa ideia seja concretizada. A questão não é
tores. Precisamos saber o que esperam de nós e corres- simples e envolve uma operação logística e estudo de vi-
ponder às suas expectativas. Precisamos conversar. abilidade. Mas o primeiro passo já foi dado.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 6 Junho | 2010


| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 7 Junho | 2010
escritório aberto |

Especial Copa do
Mundo 2010
África
Por Pedro Ciríaco

O Projeto Escritório Aberto tem como objetivo fornecer modelos de arquivos para o BrOffice.org totalmente gratuitos, pron-
tos para usar e excelentes para o aprendizado. Assim, futuros usuários contarão com aplicações práticas para demons-
tração dos diversos usos do BrOffice.org por meio de exemplos utilizáveis. Trata-se de arquivos de uso diário, enviados por
colaboradores e que servem perfeitamente às nossas necessidades, todos licenciados pela GPL.

Tabela da Copa do Mundo 2010 Mega Sena em BrOffice.org

2010, ano de copa do mundo na África. Com este modelo, Muita gente não aposta na seleção de Dunga para esta
você poderá acompanhar todos os jogos, marcando os Copa. Se você for um deles, a sugestão é apostar na
resultados e conferindo todos os dados das partidas. Os Mega Sena com o auxílio desse interessante modelo.
classificados serão posicionados automaticamente na ta- Download: Mega Sena em BrOffice.org
bela da segunda fase e a brincadeira continua.
Download: Tabela Copa 2010
Planejamento Financeiro

Lista de Compras Mas se você pretende organizar seu orçamento com os


gastos para assistir aos jogos sem ficar no sufoco depois
Vai juntar a turma para assistir aos jogos da Copa? Isso que o mundial acabar, a solução para os seus problemas
pede umas comprinhas no supermercado para abastecer é este:
a geladeira! Com essa lista de compras, você não vai es-
Download: Planejamento Financeiro
quecer de nada
Download: Exemplos
Download: Lista de Compras

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 8 Junho | 2010


reportagem |

Duilio Neto
Por Luiz Oliveira

Inclusão digital é um tema que não há um A Revista BrOffice.org tem enfatizado em várias edições
que projetos de inclusão digital resultam em benefícios
consenso sobre o “como fazer”, mas sua que vão muito além do aprendizado das Tecnologias da
Informação. Trata-se de promover inclusão social, gerar
necessidade é indiscutível para que o perspectivas para comunidades e fomentar o crescimento
econômico. E quando se trata de suítes de escritório, ne-
país inclua socialmente milhares de pes- cessidade básica de qualquer usuário, não há dúvidas: a
ferramenta é o BrOffice.org.
soas utilizando-se da tecnologia da in-
Conforme o Ministério da Educação, embora seja prati-
formação. Um estudo do Banco Mundial camente impossível catalogar todas as iniciativas, entre
os anos de 2007 e 2008 foram registrados mais de 100
divulgado no ano passado mostra que o projetos de inclusão digital, levando-se em conta Regiões
Administrativas (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste
acesso à internet incrementa a atividade e Sul); Unidades da federação (UF); Categorias (Governo
Federal, Governo Estadual, Governo Municipal, Terceiro
econômica. Conforme a entidade, a cada Setor e Universidades. As informações sobre as ativida-
des de inclusão digital no país estão disponíveis no portal
aumento de dez pontos percentuais nas
http://inclusao.ibict.br, criado para ser um canal para
conexões de internet de banda larga de acompanhamento das influências da tecnologia no pro-
Arquivo pessoal

cesso de desenvolvimento humano, social e econômico


um país corresponde a um crescimento no Brasil.
Entre tantos projetos, alguns merecem destaque pela lon-
adicional de 1,3 ponto percentual no Pro- gevidade, servindo como referência. É o caso do Progra-
ma AcessaSP, um programa de Inclusão Digital do
duto Interno Bruto (PIB).

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 9 Junho | 2010


reportagem |
Escola do Futuro | Por Luiz Oliveira

Arquivo pessoal
Governo do Estado de São Paulo. Outro exemplo são os
Histórico da Escola do Futuro:
Telecentros, uma iniciativa da Prefeitura Municipal de São
Paulo ampliada e melhorada pelo Governo Federal. Tanto O NAP Escola do Futuro/USP inaugurou suas atividades em
uma como a outra têm por trás a preocupação de fazer 1989, sob a coordenação científica do Prof. Titular Fredric M.
mais que simplesmente oferecer acesso à internet ao ci- Litto, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de
dadão. No caso do AcessaSP, o sucesso do programa São Paulo. Sua primeira condição foi como laboratório depar-
está intrinsecamente ligado ao trabalho da Escola do Fu- tamental com a denominação “Laboratório de Tecnologias de
turo. E o BrOffice.org novamente é um dos protagonistas Comunicação” do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão
nesse processo. da Escola de Comunicações e Artes. A partir de janeiro de 1993
instituiu-se como um Núcleo de Apoio à Pesquisa, subordinado
“É mais uma à Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade e passando a intitu-
lar-se Núcleo das Novas Tecnologias de Comunicação Aplica-
maratona que das à Educação “Escola do Futuro/USP” (NAP EF/USP).
Através das suas pesquisas e projetos, pretendia explorar e
uma corrida de implementar propostas inovadoras e eficazes que, utilizando
recursos como a Internet e a multimídia, contribuíssem decisi-
100 metros” vamente para a maximização das possibilidades do ensinar e
do aprender.
Em setembro de 2006 a coordenação científica do Núcleo de
Pesquisa Escola do Futuro/USP passou a ser exercida pela
A Escola do Futuro, um Núcleo de Apoio à Pesquisa da Prof. Titular Brasilina Passarelli, do Departamento de Bibliote-
Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São conomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes
Paulo – USP, especializou-se em dar suporte para proje- - ECA/USP. A atual gestão privilegia o desenvolvimento de es-
tos bem sucedidos de Inclusão Digital trabalhando na in- tudos e pesquisas sobre a sociedade do conhecimento e seus
vestigação das novas Tecnologias de Informação e Co- impactos nas áreas da Comunicação, Educação e Informação
municação (TICs) na educação, no desenvolvimento de para iluminar os novos contornos da “sociedade em rede”. Des-
ta forma se iniciam pesquisas que têm como objeto de estudo a
projetos e pesquisas sobre Inclusão Digital, redes sociais,
produção individual e coletiva do conhecimento em ambientes
comunidades virtuais, e formação de multiplicadores.
Web; a reflexão acerca das novas formas de autoria invadidas
Dentro da linha Comunidades Virtuais de Aprendizagem e
pelos coletivos digitais e pelo movimento dos “atores em rede”
Prática, a Escola do Futuro tem quatro projetos em an- na interseção das fronteiras híbridas que constituem a “pele da
damento: Investigações Ambientais na Escola, Clubinho cultura” conceitos preconizados por autores como De Kerckho-
Faber-Castell, Biblioteca Virtual do Estudante de Língua ve (1997), Castells (1996) e Latour (2008).
Portuguesa e há nove anos é co-responsável por várias
atividades desenvolvidas no AcessaSP. A Escola do Futu-
fonte: http://futuro.usp.br/
ro mantém uma equipe exclusiva para este projeto.
Conforme a coordenadora geral do Laboratório de Inclu- O primeiro infocentro começou a funcionar na Casa de
são Digital e Educação, LIDEC, Drica Guzzi, tudo come- Cultura São Luiz, onde se deu o primeiro contato entre a
çou quando o Governo do Estado de São Paulo resolveu Escola do Futuro e o AcessaSP. A Escola foi convidada a
que estava na hora de implantar o Governo Eletrônico – participar com uma oficina de tecnologia que se chamava
e-gov. A ideia era modernizar a gestão para tornar a co- “computerfobia”, cujo objetivo era mostrar, de forma lúdi-
municação, os processos e os serviços mais inteligentes, ca, para quem tinha medo do computador, que não era di-
mais rápidos, mais eficientes e eliminar duplicação de fícil.
serviços. Agora o cidadão teria acesso a documentos e A parceria entre o Governo do Estado e a Escola do Fu-
serviços sem precisar enfrentar longas filas, fazendo isso turo estaria firmada a partir daí, começando para valer
através da internet. Mas, um problema surgiu. O Governo em 2001. Caberia à equipe da Escola do Futuro entrar
precisaria fornecer também o acesso à internet. Cinco com toda parte de conceito da inclusão digital, capacita-
anos após a implantação do e-gov, nasceu o programa de ção, formação e pesquisa, enquanto ao Governo do Es-
inclusão digital AcessaSP. Na opinião de Drica, são dois tado caberia a articulação política e de gestão junto aos
lados da mesma moeda, Governo Eletrônico e Inclusão municípios e entidades que iriam receber o programa.
Digital.
A Escola do Futuro foi especializando-se conforme aten-

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 10 Junho | 2010


reportagem |
Escola do Futuro | Por Luiz Oliveira

dia às demandas do usuário final. Novas demandas foram do Acessa Livre, disponível nas máquinas dos postos.
surgindo e incorporadas ao projeto. A adoção de Softwa- Além do curso inicial de capacitação, no Parque da Ju-
res Livres, como o Sistema Operacional Linux, o BrOffi- ventude funciona também o maior Posto do AcessaSP
ce.org e o Firefox foi mais um passo, em sintonia com a com cerca de 150 máquinas e o espaço das oficinas co-
Companhia de Processamento de Dados do Estado de nhecido como MetaProjeto. Esse último é um espaço de
São Paulo – Prodesp, que criou um sistema operacional oficinas para manutenção e montagem de computadores,
chamado Acessa Livre, um Linux Terminal Server Project experimentação e desenvolvimento de tecnologia, a partir
– LTSP, baseado no Kubuntu, presente nas mais de 4,7 de computadores reciclados. A ideia é proporcionar ao
mil máquinas fornecidas para os 601 pontos onde o Aces- público um local que sirva como modelo experimental de
saSP funciona, em 541 municípios. Além do sistema ope- implantação da metodologia Metareciclagem de oficina
racional, a Prodesp também é responsável pela atualiza- permanente de inclusão digital a partir de computadores
ção das máquinas em todos os postos de atendimento. A doados e máquinas recicladas. Joe Nascimento explica
equipe de TI da Escola do Futuro, liderada por Celso que o MetaProjeto tem sido a solução para muitas pesso-
Goya, sempre recomendou a utilização de Softwares Li- as arranjar um emprego a partir do conhecimento adquiri-
vres, o que, na opinião de Goya foi mais um avanço. do nas diversas oficinas oferecidas. Ainda segundo Joe,
não faltam histórias engraçadas de inclusão digital. Ele
Uma vez que o município se interessa pelo programa,
conta por exemplo que ajudou um homem de 84 anos a
precisa entrar em contato com a Secretaria de Gestão
ter de volta em seu computador um sistema operacional
Pública do Estado para formalizar o processo. Ao municí-
em japonês.
pio, cabe a manutenção das instalações do local onde vai
funcionar o novo ponto de acesso à internet e também a

crédito: divulgação
indicação dos funcionários que serão os monitores. Estes
funcionários são encaminhados para a Escola do Futuro,
onde passam pelo primeiro módulo de capacitação pre-
sencial feito no Parque da Juventude, um complexo edu-
cacional construído no espaço em que funcionava o pre-
sídio Carandiru.
crédito: divulgação

Posto do Acessa SP no parque da juventude

A agenda de oficinas é divulgada no portal do AcessaSP e


o objetivo, entre outros, é interagir com o Programa Aces-
saSP de forma a auxiliar suas demandas em tecnologia,
experimentação e construção de oficinas que possam ser
replicadas em outros espaços de interesse do programa.
As oficinas podem servir como modelo para monitores
aplicar projetos em seus municípios. Como a distância e
outros trâmites administrativos impedem os monitores de
Júlio Boaro - Responśavel pelo PONLINE em módulo inicial nos dias 14 e
15 de Abril de 2010 no Parque da Juventude
viajar até a capital, a equipe da Escola do Futuro já está
levando as oficinas para as cidades fomentando com isso
Neste módulo, os monitores aprendem as regras e rotinas a Rede de Projetos, uma ação que busca dar um atendi-
de funcionamento do programa AcessaSP e também suas mento diferenciado aos usuários e monitores dos postos.
responsabilidades no atendimento ao usuário e com a co-
O tempo estipulado para cada usuário ocupar um compu-
ordenação do programa. Os monitores voltam para seus
tador nos postos de atendimento é de meia hora, poden-
municípios aptos a identificar o desenho organizacional
do ser renovado de acordo com a necessidade e disponi-
do AcessaSP, em condições de organizar as rotinas ad-
bilidade. Entretanto, se o usuário apresenta um projeto,
ministrativas e de gestão que garantam o pleno funcio-
ele passa a fazer parte dessa Rede e com isso conquista
namento dos postos, e conhecendo e dominando o uso

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 11 Junho | 2010


reportagem |
Escola do Futuro | Por Luiz Oliveira

Atualmente, ele é capacitador do AcessaSP, integrando a

Luiz Oliveira
equipe do Escola do Futuro. Com este projeto, ele levou o
primeiro lugar na categoria “Minha História” do Prêmio
Conexão Cultura e ganhou um Laptop. “Espero que o
prêmio possa contribuir para inspirar o monitor a olhar
ainda mais para o usuário, que muitas vezes precisa só
de um empurrãozinho para mudar de vida. Estou muito fe-
liz e acho que este é um recado para os monitores, pois
todos eles têm parte neste prêmio”, diz Robson.
A história de Robson é um exemplo da importância do pa-
pel que exercem os monitores, que atuam, em última ins-
tância, como mediadores entre os usuários e tecnologias
desconhecidas. Ele lembra de sua própria história para
Equipe da Escola do Futuro: Celso Goya, Dalton Martins, Hernani enfatizar que dedicação e preparo são fatores determi-
Dimantas ,Julio Boaro, Ricardo Guimarães, Larissa januário, William Amorim,
Danielle Barg, Silia Moan, Renata Ribeiro, Juliana Oliveira, Fernando nantes: “Quando cheguei no posto pela primeira vez, não
Cymbaluk, Jefferson Silva, Dani Matielo, Joe Nascimento, Drica Guzzi, fazia ideia do que era BrOffice.org, entretanto o monitor
Gerson Hitoshi Kumagaia, Luciane Albuquerque, Hamilton Kazuyuki Tateoka
me tranquilizou e a partir daí não tive problemas no uso
da ferramenta. Todo o meu projeto foi feito usando o Wri-
ter e o Impress”.
o direito de mais tempo de uso das máquinas e conta
com o apoio do pessoal do Escola do Futuro. Foi o que
aconteceu com Robson Leandro da Silva. Desemprega-
do, passou em frente a um posto do AcessaSP, na regi-
ão de Itaquera, e viu que podia acessar a internet gratui-
“A ideia é que a comunidade
tamente. de usuários se aproprie do
Passou a ser um frequentador assíduo do posto com o
objetivo de procurar emprego. Robson foi além: aprovei- posto de atendimento”
tou a oportunidade oferecida pela Rede de Projetos e
desenvolveu o “Meu lugar: São Paulo”, um programa de
aulas que aliava o uso da Internet à teoria sobre monu-
mentos históricos da cidade, incluindo visitas a alguns
A Rede de Projetos é um despertar de talentos e uma
dos locais estudados. Seu projeto rendeu o que Robson
oportunidade de negócios. Muitos projetos, incentivados
buscava inicialmente: um emprego.
pela equipe do Escola do Futuro, ganham as ruas das ci-
dades em eventos de arte e cultura, incentivam a leitura e
incluem socialmente, crianças, jovens e adultos da “me-
Fundação Padre Anchieta

lhor idade”. Um dos casos é o “Arte Pinda”, cujo objetivo é


orientar os artesãos da cidade de Pindamonhangaba
quanto às possibilidades de divulgação, informação e
formalização providas pela Internet. Outro destaque vem
de Barão de Antonina, uma pequena cidade do interior
paulista, com cerca de três mil habitantes. O Projeto A Lei-
tura e o Editor de Texto visa estimular a leitura, a escrita e
o aprendizado dos recursos do Writer, o editor de texto da
suíte BrOffice.org. A proposta inicial foi apresentar livros
aos usuários e pedir um resumo; explicar como utilizar os
recursos do software para formatação do resumo e fazer
uma digitação correta; imprimir e expôr os textos realiza-
dos.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 12 Junho | 2010


reportagem |
Escola do Futuro | Por Luiz Oliveira

O que é o programa AcessaSP:


Acessa São Paulo é o programa de inclusão digital do Outra ferramenta utilizada para nortear os trabalhos e
Governo do Estado de São Paulo, coordenado pela identificar tendências nas redes de relacionamento na
Secretaria de Gestão Pública, com gestão da Prodesp,
internet é o Ponline, uma pesquisa realizada anualmen-
Companhia de Processamento de Dados do Estado de São
Paulo - Diretoria de Serviços ao Cidadão. te com usuários, nos postos, por meio de questionário
Para atingir seus objetivos, o Programa Acessa São Paulo on-line. A base de dados atual é de mais de nove mil
abre e mantém espaços públicos com computadores para
acesso gratuito e livre à internet. respondentes. Os resultados da pesquisa apresentam
uma análise sobre comportamento e tendências de uso
Alguns números do Programa:
da Internet no Estado de São Paulo, assim como uma
4.778 computadores avaliação do Programa AcessaSP pelos usuários e mo-
601 postos em funcionamento nitores. “Quando surgiu o fenômeno Orkut, o Ponline
29 postos em implantação
46,54 milhões de atendimentos detectou a tendência em seus relatórios, assim como
1,94 milhões de usuários cadastrados outros fenômenos da internet que nasceram e morre-
541 municípios atendidos
1.172 monitores
ram”, revela Drica Guzzi.
fonte: Secretaria de Gestão Pública e Escola do Futuro
Projetos futuros
O sistema operacional utilizado nos postos do Aces-
O Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas
Comunidades é resultado de um esforço do Governo Fede- saSP é uma das coisas que pode ser melhorada, na
ral, sob orientação da Presidência da República, de coorde- opinião de Celso Goya, Coordenador de Tecnologia So-
nação do apoio aos espaços públicos e comunitários de in-
cial. A ideia é colocar o sistema na rede para que a co-
clusão digital. O apoio será em conexão, computadores, bol-
sas de auxílio financeiro a jovens monitores, e formação de munidade comece a desenvolvê-lo. Ainda na opinião de
monitores bolsistas e não-bolsistas que atuem nos telecen- Goya, há planejamentos para uma aproximação da Es-
tros. O objetivo é oferecer condições ao aperfeiçoamento da
qualidade e à continuidade das iniciativas em curso, assim cola do Futuro com as comunidades de usuários e de-
como à instalação de novos espaços. São responsáveis dire- senvolvedores de Software Livre como a Comunidade
tos pela coordenação do projeto os Ministérios das Comuni- BrOffice.org e Fundação Mozilla. Atualmente Goya está
cações, da Ciência e Tecnologia e do Planejamento, sendo
este último o responsável pela coordenação executiva. Fo- trabalhando com projetos de Educação a Distância no
ram cadastradas no SIATC - Sistema Integrado de Apoio a Te- que diz respeito à parte tecnológica o que, na sua opini-
lecentros 1.071 propostas, solicitando apoio a 14.925 telecen-
tros, entre novos e em funcionamento. ão, é um caminho sem volta.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 13 Junho | 2010


reportagem |

Dulio Neto
Por Renata Marques

A cidade de João Pessoa, na Paraíba, sediou a quarta


edição do Encontro de Software Livre da Paraíba nos dias

Renata Marques
6 a 9 de maio. O ENSOL ocorreu na Estação Cabo Bran-
co – Ciência, Cultura e Artes, obra de Oscar Niemeyer,
que fica muito próxima ao ponto mais oriental das Améri-
cas. O lema "Liberdade no Extremo" condiz tanto com
essa localização, como com o tema do evento.
Este ano, o evento contou com a presença de palestran-
tes como Jomar Silva (Diretor Geral da ODF Alliance Latin
América), Jon 'maddog' Hall (Diretor Executivo da Linux
International), Rasmus Lerdof (criador da linguagem de
programação PHP) e diversos outros ilustres persona-
gens do universo do Software Livre.
O BrOffice.org, software que, muitas vezes, rompe as barrei-
ras para esse universo, não poderia ficar de fora e marcou
Renata Marques

presença através da palestra “Conhecendo o BrOffice.org –


Muito além do editor, planilha e apresentação” e do “I
Workshop de Grupos de Trabalho do Gubro-PB”.
A palestra de Claudio Filho, Coordenador Geral do BrOffice.org,
mostrou aos presentes que o BrOffice.org é bem mais que o
Arquivo pessoal

trio padrão: editor de textos - planilha eletrônica – apresentação.


A suíte de aplicativos engloba ainda ferramentas para banco de
dados, edição visual de formulários, edição de fórmulas, de-
senvolvimento, além de permitir a adição de pequenos progra-
mas para funcionalidades específicas, as extensões.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 14 Junho | 2010


reportagem |
BrOffice.org marca presença no ENSOL | Por Renata Marques

Arquivo pessoal
deveria se dar de forma semelhante ao aprendizado
da direção de automóveis: de forma independente de

Renata Marques
produtos de marca específica. Nós não aprendemos a
dirigir Fiats ou Volkswagens. Aprendemos a dirigir car-
ros!
No ambiente informal da conferência, a comunidade
do BrOffice.org também mostrou sua presença. O
Workshop de Grupos de Trabalho foi um momento de
encontro do Grupo de Usuários de BrOffice.org na Pa-
raíba, onde os integrantes puderam se conhecer. Fo-
ram também apresentadas aos participantes algumas
ferramentas de trabalho, como o Wiki e as listas de
discussão, e os Grupos de Trabalho (GTs) que direci-
onam os esforços dentro dos Gubros.
O Gubro-PB aproveitou ainda o espaço para traçar al-
Diego Alves

gumas diretrizes, objetivando começar a caminhar


dentro dos trilhos dos GTs. Para a instrutora de infor-
mática do Centro de Ações Móveis do SENAI-PB,
Adriana Gomes, que se encantou com a comunidade
no IV Encontro Nacional do BrOffice.org e se integrou
ao Gubro-PB, o momento na conferência foi super
produtivo e precisa se repetir.
Magno Medeiros, estudante de Licenciatura em Com-
putação na UEPB e membro do Gubro-PB desde o IV
Encontro Nacional do BrOffice.org, ressaltou que, com
o workshop, além de conhecer melhor cada um dos
Claudio mostrou que, além de um produto, o BrOffi-
GTs, os participantes do Gubro-PB puderam identificar
ce.org também engloba uma comunidade que conduz
com qual grupo possuem mais afinidade e assim escolhe-
diversos projetos. A Revista BrOffice.org foi citada
ram onde pretendem atuar.
como um dos principais projetos e, segundo ele, foi
criada para reunir as notícias a respeito do BrOffi- Para Fernando Vita, estudante de Licenciatura em Psico-
ce.org e fornecer subsídios a quem precisa convencer logia na UFPB e integrante da lista de discussão do Gub-
seus gestores na adoção do pacote em ambiente em- ro-PB desde a sua criação, no III ENSOL, o encontro aju-
presarial. Foram ainda destacados, dentre os projetos dou a conhecer o grupo e ainda, formar os GTs, mostran-
da comunidade, o verificador ortográfico Vero, o corre- do aos integrantes o que, de concreto, cada um pode fa-
tor gramatical CoGrOO, o Escritório Aberto, a docu- zer. “Este é o momento de criarmos um sentimento de
mentação disponibilizada no próprio portal e os Gru- 'pertencença' ao grupo. Esse sentimento é fundamental
pos de Usuários de BrOffice.org (Gubros). para que os integrantes ganhem motivação pra trabalhar
em prol do grupo”, disse Fernando.
Claudio destacou ainda que o BrOffice.org é também re-
presentado por uma pessoa jurídica, uma associação sem O encontro foi recheado desses momentos de conheci-
fins lucrativos que em 2008 foi qualificada como OSCIP – mento e compartilhamento. A participação em eventos
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, como o ENSOL mostra que as comunidades de software
sendo a primeira do Brasil no ramo do software livre. A livre são feitas de pessoas exatamente como nós. E se
OSCIP BrOffice.org presta apoio às atividades de Merca- elas podem dedicar parte de seu tempo para difundir a
do, Desenvolvimento e à Comunidade. ideia, melhorar produtos e ajudar pessoas a conhecerem
esse outro mundo, será que nós não podemos também?
Por fim, foi ressaltado um erro pedagógico muito comum:
o ensino de Word, Excel e PowerPoint quando se deveria O que nos impulsiona a estar cada dia mais envolvidos
ser ensinado editor de texto, planilha eletrônica e apre- nesse meio é esse clima contagiante, que certamente
sentação. O aprendizado das ferramentas de escritório deixará saudades... Mas só até o próximo ENSOL!

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 15 Junho | 2010


reportagem |

Dulio Neto
nathancolquhoun
Para ilustrar a possibilidade real disso, além da revista
Flisol Campinas - SP impressa, edição 11 que passou de mão em mão, foi
apresentada a parceria do GuBrO-SP, Revista
Por Luiz Oliveira BrOffice.org e CDI Campinas/COMEC, entidades que
A organização do Flisol, Festival Latino Americano de Ins- trabalham com Inclusão Digital e Educação. Um grupo de
talação de Software Livre, prepara tudo para que o evento jovens educandos estão aprendendo a usar o BrOffice.org
aconteça no mesmo dia em toda a América Latina. Esco- como ferramenta de diagramação e ao mesmo tempo
lher o sábado, para algumas cidades, pode ser uma boa atuando como voluntários para a confecção de um
estratégia pois permite que os interessados possam parti- Boletim Informativo do GuBrO-SP, seguindo o método
Por Luiz de
Oliveira
cipar do evento sem precisar pedir autorização no traba- trabalho colaborativo da Revista.
lho. Há quem reclame disso, sobretudo, em cidades gran- Este tipo de encontro é uma excelente oportunidade para
des, cuja vocação é atrair pessoas de fora que voltam fazer contatos, para conversar com lideranças de outros
para suas casas no fim de semana. projetos e comunidades que trabalham e se dedicam ao
Este ano, o Flisol Campinas não estava tão movimentado desenvolvimento do Software Livre, mas também de
como em anos anteriores, mas ainda assim reforçou sua empresas que olham o Software Livre hoje como uma
vocação para encontros com elevado nível técnico. O oportunidade de negócio.
BrOffice.org se fez presente em duas palestras. Edgar
Luiz Oliveira

Costa do Grupo de Usuários BrOffice.org São Paulo,


GuBrO-SP, fez sua apresentação e um laboratório mos-
trando o momento das Suítes de Escritórios e o aumento
da produtividade das empresas interligando Suíte de Es-
critório Livre, certificação digital e software de gerencia-
mento eletrônico de documentos. Em outra apresentação
foi mostrada a maneira como é produzida a Revista BrOf-
Arquivo pessoal

fice.org. A ideia inicial era mostrar na prática como fazer


qualquer tipo de impresso de modo colaborativo, usando
o BrOffice.org para diagramar e acrescentando o "know
how" da Revista, produzida por voluntários, mas que vem
crescendo muito e exigindo profissionalização e busca de
auto sustentabilidade.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 16 Junho | 2010


reportagem |
BrOffice.org no Flisol |

Arquivo pessoal
Flisol Campina Grande - PB Flisol Novo Hamburgo - RS
Por Wilkens Lenon Por Rochele Prass
O Flisol, na cidade de Campina Grande, localizada no alto
da serra da Borborema, no estado da Paraíba, foi uma re-
alização do Grupo de Entusiastas do Software Livre de
Campina Grande e contou com o apoio e presença do

mesel Go
Gubro-PB com a palestra “O BrOffice.org, a inovação e a

o Rafa
liberdade do documento”, ministrada pelo Professor
Wilkens Lenon Silva de Andrade. A palestra mostrou o va-

Adrian
lor e a qualidade da suíte de escritório BrOffice.org como
uma das melhores alternativas para informatização de es-
critórios na atualidade. Por outro lado, enfatizou o trabalho
e a força solidária da OSCIP BrOffice.org como entidade
organizadora da comunidade brasileira que, segundo o
professor Wilkens, não só dá um grande contributo ao
Movimento de Software Livre no Brasil como também es-

es
tabelece excelentes relações e parcerias com outros paí-

om
el G
ses, especialmente na América Latina.

a
Raf
Num clima de alegria, desprendimento e muita interação

an o
com os participantes que compareceram em grande nú-

i
Adr
mero no auditório do Centro de Extensão José Farias da
Nóbrega, na Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) Wilkens mostrou, ainda, os principais diferenciais
do BrOffice.org como a adaptabilidade, a portabilidade, o
uso do padrão ODF, a interoperabilidade com outras suí-
tes de escritório, a Interface intuitiva e, sobretudo, a inde-
pendência do usuário e como seu direito de escolha em
função da abertura do código e da LGPL que permite o li-
vre acesso ao BrOffice.org.
O ponto alto da palestra foi indicar aos participantes que
poderiam envolver-se com a Comunidade através do site
oficial do Projeto Brasil e também participando dos grupos Em Novo Hamburgo, cidade polo da região do Vale do Si-
de usuários locais com destaque para o Gubro-PB. Para o nos, a programação, assistida por 135 participantes, foi
professor Wilkens Lenon o maior ativo de qualquer Projeto organizada em duas trilhas de palestras, sendo uma to-
de Software Livre é a sua Comunidade de usuários por- talmente voltada ao uso de software livre na educação.
que nela reside toda inovação, criatividade e, sobretudo, a Professores convidados apresentaram palestras contando
força do compartilhamento do conhecimento pelo viés da suas experiências com software livre. Conforme relata
solidariedade. Daniel Bauermann, um dos organizadores do evento,
essa trilha proporcionou uma grata surpresa: “Contamos
Wilkens Lenon

Arquivo pessoal

com deficientes (visual e cadeirantes), mostrando como o


SL tem atingido diferentes públicos”, diz.
Já na trilha principal, tecnologias livres foram contempla-
das em duas apresentações e seis palestras relâmpago.
Esta foi a quinta edição do FliSol organizada pelo grupo
de usuários de software livre da região. No Rio Grande do
Sul, seis cidades realizaram o evento.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 17 Junho | 2010


reportagem |
BrOffice.org no Flisol |

Flisol Curitiba - PR Flisol Porto Alegre - RS


Por Paulo Souza Lima Por Rochele Prass

Em Curitiba, o evento teve a participação de cerca de 30


pessoas, entre palestrantes, voluntários e comunidade. A
audiência foi um pouco prejudicada pela chuva e pelo frio
mas, quem foi não se arrependeu. As atividades de insta-
lação tiveram lugar no laboratório de informática da sala
9, no prédio principal da Faculdade Santa Cruz, no bairro
Capão Raso. Foram atendidos cerca de 15 computado-
res, e instalados sistemas operacionais Debian e Ubuntu,
entre outros softwares.
Entre as palestras tivemos assuntos como “Empreende-
dorismo com Software Livre e Software Aberto”, “Limesur-
vey - Questionários Refrescantes, Fáceis e Livres”, “Por Cerca de 150 pessoas participaram do FliSol Porto Ale-
que o Software Livre é bom para o Brasil?”, “Multitermi- gre, superando a expectativa da organização local. Com
nais - o caso do Dinf UFPR”, “Lightning talks”, “Desenvol- uma grade de programação diversificada, o público teve
vimento Web Ágil com Python e Django” e “Desenvolvi- oportunidade de conhecer iniciativas das comunidades
mento Dirigido por Testes com Junit”. Além das palestras que desenvolvem e mantêm software livre. A programa-
oficiais, também tivemos palestras “relâmpago”, onde ti- ção foi transmitida ao vivo pela TV Software Livre, que es-
vemos a oportunidade de falar um pouco sobre alguns treou no evento duas novas plataformas da TV: o portal,
motivos para utilizar o BrOffice.org. Também foi apresen- que aceita chat e agregador de redes sociais, e o publica-
tado o projeto f123 (http://www.f123.org), que visa desen- dor de transmissão de vídeos, desenvolvido em Phyton,
volver um sistema baseado no Ubuntu para pessoas com que está na sua versão 0.6, conforme explica um dos co-
limitações físicas. ordenadores da TV Software Livre, Fabrício Solagna.
Além disso, numa parceria com a comunidade BrOffi-
Finalmente, no laboratório da sala 8, tivemos os
ce.org do RS, foram gravadas entrevistas com os pales-
workshops do Gimp e da plataforma de conteúdo Word-
trantes, transmitidas pela Rádio Software Livre.
press, que chamou a atenção de várias pessoas.
O BrOffice.org também marcou presença no evento, atra-
A organização do Flisol em Curitiba esteve a cargo do
vés da apresentação da Revista. Os participantes recebe-
GUD-BR-PR (Grupo de Usuários Debian do Paraná), em
Paulo de Souza Lima
ram exemplares da edição 11 e conheceram o método de
especial da Ana Carolina, Paulo, Fernando, Felipe, entre
produção da publicação. Sendo fruto do trabalho colabo-
vários outros, com o apoio da Universidade Federal do
rativo de pessoas que se unem para propagar conheci-
Paraná (UFPR) e das Faculdades Santa Cruz, que cedeu
mento sobre o aplicativo, a Revista BrOffice.org foi apre-
o local para o evento.
sentada como um projeto que está crescendo e agregan-
do colaboradores.
A programação atraiu também alunos de informática da
Escola Estadual Solon Tavares, de Guaíba, município
próximo à Capital Gaúcha. A iniciativa foi do professor
Rodrigo Warzak, que costuma levar os estudantes a
eventos de software livre, já que a escola usa e divulga
tecnologias de código aberto. Segundo o professor, o pró-
Lima
Souza Lima

ximo passo da escola é se envolver com as comunidades


de Souza

de programas open source.


Paulo de
Paulo

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 18 Junho | 2010


artigo |

UFMG
Neurociência e a Arte de
Superar Mudanças

nathancolquhoun
Uma teoria sobre a dificuldade de mudança de plataformas de software
Por Rogerio Luz Coelho

Mudanças são necessárias. Quando falamos de Software Livre (SL), então, não só são necessárias como são obrigatórias,
ainda mais em empresas que querem se manter competitivas em mercados muito acirrados ou na esfera global. Não existe
uma razão inteligente para que uma empresa gaste milhares ou milhões em licenças de software quando temos substitutos
adequados em SL.
Por outro lado, mesmo com uma suíte de escritório madura como o BrOffice.org 3.2, mesmo mostrando os benefícios que
essa iniciativa de coautoria traz para o desenvolvimento da informática em geral, mesmo que a alternativa paga seja inferior
(como no caso do verificador ortográfico do BrOffice.org, o Vero, que é muito superior ao do padrão pago), ainda encontra-
mos muita resistência quanto ao uso desses softwares. A pergunta é: por quê?
Talvez o problema não seja a falta de preparo ou a maneira que o departamento de TI está fazendo a transição. Talvez o
problema seja como o nosso cérebro está (ou não) preparado para lidar com essas mudanças.
O cérebro é provavelmente a estrutura mais complexa que conhecemos. Mas estudos recentes têm cada vez mais mostrado
como ele funciona, e dessa maneira conseguimos fazê-lo funcionar melhor ou de forma mais útil para nós.
Sabemos, por exemplo, que o cérebro tem uma capacidade de memória teórica que beira o infinito. Mas por que, então, às
vezes esquecemos o telefone que nos foi dito 10 segundos atrás, por que todos aprendemos os últimos sucessos do rádio,
mas esquecemos a matéria que aprendemos para a prova? Isso se deve em razão da maneira que o cérebro funciona. Ao
contrário de um computador, não há um lugar ou “arquivo” onde guardamos o telefone que nos disseram. Para o cérebro
funcionar devem ser desencadeados certos mecanismos eletroquímicos em suas conexões chamadas sinapses. E a grande
vantagem do cérebro, em relação aos computadores atuais, é que o cérebro pode modificar a si mesmo para realizar fun-
Arquivo pessoal

ções que antes não conseguia.


Essas modificações em número e configuração das sinapses se chamam “plasticidade neuronal”. É muito útil para que con-
sigamos nos adaptar a novas formas de pensar, viver e ver a vida. O grande problema é que essa mudança de conformação
não ocorre de uma hora para outra e que, além disso, há um enorme gasto de energia por parte do cérebro em si para que
isso ocorra.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 19 Junho | 2010


artigo |
Neurociência e a Arte de Superar Mudanças | Por Rogerio Luz Coelho

Arquivo pessoal
Como todo sistema auto regulatório que se preze, o Lembrem-se: façam as mudanças e o aprendizado se
cérebro é averso a gasto desnecessário de energia. Por tornar divertido. Uma boa maneira de começar é o
isso, ele se configura de uma maneira em que ele não verificador ortográfico Vero. Mostrem as vantagens,
precise mudar muito e, assim, não precise gastar tanta mostrem a beleza que é ficar sem energia em um
energia para essas mudanças. Isso é a razão de computador (um que não seja usado em ambiente de
fazermos tanta coisa no “piloto automático”. produção, obviamente) e quando reiniciá-lo ter o
BrOffice.org ali, perguntando se queremos recuperar os
Um exemplo disso é aprender a dirigir. No começo
documentos abertos. Não imponha o software, consiga
tínhamos que prestar tanta atenção em quando e como
aliados que vão divulgá-lo positivamente aos colegas. E
pisar no freio e trocar as marchas que não conseguíamos
lembrem-se: se vocês estiverem se divertindo ao ensinar
pensar em outra coisa. Assim que aprendemos e ficamos
é mais fácil de conseguir que os outros se divirtam ao
confiantes, conseguimos conversar, pensar no almoço, na
aprender. Boa transição e bem vindo ao mundo do
reunião (e, para certas pessoas, é até possível se
Software Livre, diversão garantida! – RLC
maquiar) sem nem lembrar se pisamos ou não na
embreagem. Isso ocorre também com a maioria das
coisas na nossa vida, inclusive com a suíte de escritório Rogerio Luz Coelho é Médico, Especialista em
que as pessoas usam no seu dia a dia. Acupuntura e Desenvolvedor Principal para o Brasil do
projeto GNUmed – um prontuário eletrônico escrito em
Se vamos ter o trabalho de fazer uma mudança tão Python e que é o aplicativo principal do projeto Debian-
importante na maneira como as pessoas trabalham, Med internacional.
devemos ter em mente a resistência do cérebro das
pessoas a essa mudança. Temos que explicar o porquê
dessa mudança, fazer as pessoas se interessarem por
aprender, fazer o aprendizado divertido e interessante
(pois quanto mais nos divertimos e nos sentimos bem
fazendo algo, mais rápido o cérebro o torna automático).
Que tal começar com coisas que as pessoas podem
fazer e já sabem como, por exemplo os atalhos de
CTRL+C e CTRL+V, abrir e salvar programas, botões de
negrito, sublinhado, etc.? Depois disso podemos passar
para problemas operacionais e suas diferentes maneiras
de serem resolvidas com o BrOffice.org.
Genistein

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 20 Junho | 2010


artigo |

Crédito haloocyn
Por Gustavo B. Pacheco

Depois de uma longa disputa A legalidade do processo licitatório levou as associações


SoftwareLivre.org e BrOffice.org Projeto Brasil a mobiliza-
jurídica, 100 mil computadores rem um grupo de trabalho para uma avaliação detalhada
com Linux e BrOffice.org estão do edital. À luz da lei de licitações 8666/93, foi protocola-
da a solicitação de anulação do pregão eletrônico 589,
à disposição dos professores do
através de uma extensiva documentação técnica e jurídi-
Rio Grande do Sul ca que apresentava todos os problemas relacionados ao
objeto do edital[2].
Desde o final de 2009, o Estado do Rio Grande do Sul foi A anulação foi solicitada através do procedimento admi-
palco de uma acirrada disputa jurídica envolvendo a aqui- nistrativo constante no edital, mas que não foi acatada
sição de 80 mil notebooks para o programa Professor Di- pela CECOM - Central de Compras do Estado[3]. A deci-
gital, cuja proposta seria a de viabilizar o financiamento a são contrária aos argumentos já era esperada. Todavia,
longo prazo dos equipamentos para o quadro de profes- se mostrava necessária para que pudéssemos credenciar
sores da rede pública estadual. uma interpelação judicial.
A execução do financiamento, no entanto, passaria pela A discussão do mérito da questão foi, então, para a Justi-
publicação e execução do edital n.º 589[1]. O exame deta- ça, através de uma ação de mandado de segurança sub-
lhado do material identificaria diversos problemas no tex- sidiada pelas duas organizações (ASL e BrOffice.org).
to, entre os quais: Embora os fortes e claros argumentos, o mandado de se-
a não validade da execução do registro de preços antes gurança foi indeferido pela desembargadora plantonista
Arquivo pessoal

da apreciação pelo Legislativo estadual; na noite anterior, dia 12/11/09, à data de execução do
pregão[4].
a descrição explícita de marcas e especificações de
software; o não fracionamento do objeto entre hardware e O pregão foi realizado, então, no dia 13/11/09, tendo
software; a não consideração de outros softwares no obje- como fornecedores habilitados as empresas Positivo, Le-
to. novo e Itautec.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 21 Junho | 2010


artigo |
O Novo Professor Digital | Por Gustavo B. Pacheco

Arquivo pessoal
Embora o revés aparente, as atividades do grupo de tra- que os praticados com softwares proprietários [10].
balho da ASL e BrOffice.org continuaram, pois o indeferi- Atendendo ao despacho do Desembargador Francisco
mento imediato apenas teve como resultado a possibili- Moesch, relator do processo, ASL e BrOffice.org
dade de execução do pregão, não evitando que o mérito responderam ao pedido de manifestação com a
do mesmo continuasse sob questionamento até a avalia- argumentação de que, mesmo com a reconsideração do
ção pelas instâncias judiciais superiores do Tribunal de objeto, mantinham-se os erros jurídicos e o
Justiça do Estado. descumprimento à Lei 8666 que justificaram a suspensão
do edital [12].
Com a continuidade da ação judicial, as ações voltaram-
se para a aprovação do projeto Professor Digital na As- Como consequência, o mandado de segurança foi à vota-
sembleia Legislativa, onde direcionamos a mobilização ção pelo 11.º Grupo Cível, com um desfecho surpreen-
para que houvesse a garantia, na aprovação do projeto dente para o processo. Por quatro votos a três, o colegia-
de lei, da possibilidade de escolha de softwares livres en- do decidiu que a Associação SoftwareLivre.org, impetran-
tre os equipamentos ofertados aos professores do estado. te titular da ação, não era parte legítima para impetrar o
mandado de segurança de suspensão do pregão 589
Na Assembleia, foram feitas diversas emendas ao Projeto
[13]. Segundo a Desembargadora Maria Isabel de Azeve-
de Lei nº273/2009, que dava origem ao Programa Profes-
do Souza, a ASL não estaria defendendo o direito dos
sor Digital. Entre as quais a emenda n.º 5:
seus associados, visto que estes “não comercializam
"Inclua-se parágrafo no artigo 4º do Projeto de Lei nº quaisquer tipos de softwares – livres ou proprietários”. É
273/2009, com a seguinte redação: importante salientar que esse entendimento não foi
Art. 4º - ... “§ … - A regulamentação deverá assegurar a acompanhado pelos desembargadores Francisco José
possibilidade de opção por softwares e sistemas opera- Moesch, relator, Marco Aurélio Heinz e Mara Larsen Che-
cionais livres e de código de fonte aberta, assim como o chi, cujo voto pela legitimidade baseou-se no fato de que,
equipamento deve ser compatível com sistemas opera- ao apoiar a difusão dos softwares livres, a ASL está bus-
cionais proprietários ou livres” cando a defesa dos interesses dos seus associados. Com
a decisão, o mérito da ação, então, não foi apreciado, ex-
No total, houve a aprovação de oito emendas que foram
tinguindo-se o processo devido à decisão do grupo cível.
apresentas ao PL 573/2009[5], dando origem à Lei 13.310
de 14 de dezembro de 2009 que, posteriormente, foi Entretanto, logo após, uma decisão da Procuradoria Ge-
sancionada pela governadora [6]. ral, da Secretaria da Educação e da Central de Compras
do Estado, para muitos surpreendente, suspendeu o pre-
Como resultado, as mudanças efetivadas no Projeto de
gão 589 e determinou o lançamento de dois novos pre-
Lei através das emendas reforçaram a argumentação que
gões eletrônicos separados: um para adquirir 100 mil no-
defendíamos e geraram o fato novo para prosseguir com
tebooks com Windows 7 e Office 2007, a um valor máxi-
a discussão do mérito[7], com o argumento de que não há
mo de R$ 1,6 mil, e outro para adquirir 100 mil notebooks
prerrogativa que justifique a execução de um processo li-
com Linux OpenSuse 11.2 e BrOffice.org 3.2, por um va-
citatório antes mesmo da aprovação da lei que lhe dá ori-
lor máximo de R$ 1,4 mil [14].
gem, ainda mais com mudanças significativas no objeto
do financiamento através das emendas parlamentares. A argumentação pública da decisão foi que a demora na
decisão judicial fez com que os aproximadamente 30 mil
O resultado do fato novo foi a notificação da suspensão
contratos de financiamento já assinados antes da sus-
de todas as atividades do projeto Professor Digital [8] até
pensão temporária teriam perdido a validade e deveriam,
a apreciação definitiva do mérito pelo 11.º Grupo Cível do
então, ser refeitos. Todavia, vale destacar que a opção
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A suspensão do
por continuar com o pregão 589 daria margem a uma dis-
projeto foi, obviamente, um empecilho para os propósitos
Arquivo pessoal

puta jurídica ainda maior, caso a ASL e a BrOffice.org op-


do Governo do Estado, que recorreu ao Superior Tribunal
tassem por recorrer da decisão em instâncias jurídicas
de Justiça para a cassação da liminar, sem sucesso [9]. A
superiores, com grandes chances de que o julgamento do
derradeira tentativa de evitar o cancelamento do pregão
mérito fosse confirmado. Além disso, a mobilização tam-
589 pelo governo foi a apresentação de uma consulta aos
bém deu-se na esfera do Ministério Público de Contas,
fornecedores dos equipamentos qualificados na licitação
em que, mais cedo ou mais tarde, o edital 589 seria ques-
em que os mesmos se comprometiam a ofertar equipa-
tionado quanto à sua legalidade.
mentos com Linux e BrOffice.org com valores menores do

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 22 Junho | 2010


artigo |
O Novo Professor Digital | Por Gustavo B. Pacheco

Por fim, apesar de os novos editais conterem alguns Referências:


vícios de procedimento idênticos aos questionamentos [1] http://www.celic.rs.gov.br/index.php?menu=editaldetalhe&id=
que levantamos sobre o edital 589, chegamos a um 820&link=Y29kdD0mY29kbT0mY29kcz0mZHRhaT0mZHRhZj0mcGVzc
T0mcHJvY2Vzc289Jm9iamV0bz0mb3JkPQ==
cenário no qual comprovamos que a mobilização da
[2] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
comunidade de software livre, em especial, através das ProfessorDigital/Questionamentos_ao_Edital_589.pdf
suas representações efetivas como as associações [3] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
ProfessorDigital/Parecer%20Administrativo%20CECOM%20edital
SoftwareLivre.org e BrOffice.org, tem condições efetivas %20589%20-%2089742400095.pdf
de atuar em defesa da garantia de acesso às tecnologias [4] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
ProfessorDigital/Mandado_Seguranca_e_Indeferimento.pdf
livres. [5] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
ProfessorDigital/Projeto_de_lei_573-2009.pdf
Antes do processo, tínhamos uma oferta de 80 mil compu- [6] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
tadores apenas com softwares proprietários. No contexto ProfessorDigital/Lei_13310_aprovada.pdf
atual, além da oferta original, serão 100 mil notebooks [7] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
ProfessorDigital/fato%20novo%20preg%C3%A3o%20589.pdf
com Linux e BrOffice.org, permitindo que os beneficiários [8] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
do projeto tenham acesso a uma solução tecnológica me- ProfessorDigital/Mandado_Notificacao.pdf
[9] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/DocumentosProjeto
lhor e mais barata. ProfessorDigital/Tentativa%20de%20Suspen%C3%A7%C3%A3o%20da
%20Liminar%20STJ.pdf
O entendimento da posição assumida pela ASL e pela [10] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/Documentos
BrOffice.org ainda deve ser esclarecido para a sociedade. ProjetoProfessorDigital/Pedido%20de%20Reconsidera
%C3%A7%C3%A3o.pdf
É preocupante que, em determinados momentos do pro-
[11] http://wiki.broffice.org/raw-attachment/wiki/Documentos
cesso, os questionamentos legais que levantamos te- ProjetoProfessorDigital/preg%C3%A3o%20manuten
nham sido indeferidos por falta de conhecimento ou, ain- %C3%A7%C3%A3o%20liminar.pdf
[13] http://www2.tjrs.jus.br/site_php/noticias/mostranoticia.php?
da, por uma visão ultrapassada da responsabilidade das assunto=1&categoria=1&item=114565
duas entidades na representação dos interesses públicos. [14] http://www.celic.rs.gov.br/uploads/12713535730955831900096E
PERP142notebookProgramaProfessorDigital...bcr09.04.10.pdf
De toda forma, o histórico do pregão 589 no Rio Grande
do Sul servirá de aprendizado para a atuação em ações
futuras que envolvam a mesma problemática. Foi-se o
tempo em que uma licitação poderia ser feita sem que
houvesse vigilância alguma sobre os aspectos técnicos e
jurídicos. A organização da comunidade de software livre,
hoje, alcançou a maturidade suficiente para cumprir esse
papel com responsabilidade. Conselheiro da Associação BrOffice.org
Coordenador Adjunto da Associação
SoftwareLivre.org na gestão 2006-2008

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 23 Junho | 2010


artigo |

Bioxid
O que há por trás de uma
licença ?
Por Maiko Spiess

Ainda hoje, para uma parcela significativa dos usuários Nas licenças de software “proprietário”, os usuários estão
das tecnologias de informação, é comum associar as ini- condicionados previamente ao papel predominantemente
ciativas de software livre/aberto apenas com a ideia da passivo de consumidor. Em geral, se estabelece uma re-
distribuição gratuita de programas de computador. Para lação comercial entre fornecedor e comprador, na qual di-
estas pessoas, free software, freeware e shareware são ter- nheiro é trocado pelo uso e (eventualmente) pela possibi-
mos praticamente equivalentes, relacionados ao uso e lidade de recorrer aos direitos do consumidor, como atua-

nathancolquhoun
distribuição dos produtos. Obviamente, para a comunida- lizações ou garantias do produto, etc. A capacidade de in-
de de desenvolvedores de software livre/aberto e para al- tervenção dos usuários, portanto, é mínima: muitas vezes,
guns usuários “avançados”, esta confusão conceitual pa- lhes é permitida somente a escolha entre um ou outro for-
rece estar resolvida: trata-se sobretudo de uma questão necedor.
de liberdade e não apenas de gratuidade. Mas o que isso
No caso do software livre/aberto, a licença permite um po-
representa, em termos práticos? Como as pessoas per-
tencial "empoderamento" (empowerment) do usuário: ao in-
cebem esta liberdade?
vés de deter apenas os direitos de consumidor, ele passa
Do ponto de vista jurídico-formal, as licenças de software a ter os direitos e deveres de co-produtor. Desta maneira,
possuem uma função específica, através da qual o usuá- este usuário-produtor pode interferir no processo de cons-
rio compromete-se a “respeitar as regras propostas pelo trução dos programas, nos métodos de distribuição, divul-
titular do software”. Deste modo, as licenças de software gação, etc. Os mecanismos de troca e recompensa não
livre/aberto seguem as premissas gerais estabelecidas no são mais apenas dinheiro e licenças de uso: a "moeda de
GNU Manifesto, buscando garantir o uso, adaptação e troca” passa a ser de outra ordem, como incentivos mo-
distribuição irrestritos dos programas de computador. Em rais e o reconhecimento da comunidade. Afinal, trata-se
outras palavras, as licenças livres/abertas tornam-se, si- de um modelo mais complexo do que a simples relação
multaneamente, um mecanismo de proteção intelectual e comercial, justamente porque pressupõe um determinado
uma maneira de formalizar e perpetuar este modelo de comprometimento dos voluntários e porque envolve con-
produção de tecnologias de informação. cepções culturais, filosóficas e políticas de indivíduos dis-
tintos, com históricos e trajetórias pessoais que podem
Todavia, a existência de uma dimensão formal não garan-
variar enormemente.
te, necessariamente, que todas as pessoas envolvidas
tenham exatamente a mesma concepção sobre os direi- Para que uma iniciativa de software livre/aberto seja bem-
tos e deveres proporcionados por estas licenças. Por sucedida é desejável que as pessoas estejam engajadas
exemplo, em determinadas ocasiões, iniciativas de e que se mantenham genuinamente comprometidas com
software livre/aberto podem se defrontar com flutuações os pressupostos do movimento. Em outras palavras, para
na frequência de participação dos voluntários, ou ainda além dos aspectos formais, é preciso que se compreenda
Arquivo pessoal

com a participação, digamos, oportunista de algumas tudo aquilo que há por trás de uma licença. Sem este tipo
pessoas que buscam benefícios próprios através do es- de entendimento e sensibilidade, GPL, LGPL ou BSD são
forço coletivo. Por detrás da formalidade das licenças de apenas nomes e determinações jurídicas, incapazes de
software existem, portanto, complexas questões filosófi- traduzir a riqueza do movimento e dos projetos que as
cas, culturais e morais. sustentam.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 24 Junho | 2010


entrevista |

Crédito spekulator
Por Rochele Prass

Olivier Hallot
Formou-se Engenheiro Eletrônico pela PUC Rio em 1982, Mestre em Ciências em Engenharia de
Sistemas pela PUC-Rio em 1984, e Mestre em Negócios de Petróleo pela COPPE-UFRJ em 2000.
Iniciou sua carreira no Centro Científico da IBM em Brasília em atividades relacionadas à exploração
e produção de petróleo, notadamente em interpretação geofísica e processamento numérico geofísi-
co. Em 1990 passou a atuar em vendas de soluções de informática para a Indústria de Óleo e Gás
até 1997 em toda a América Latina. Em 1998 ingressou na Oracle do Brasil no segmento petróleo
onde depois atuou no relacionamento da empresa com o meio acadêmico e com as alianças estra-
tégicas com fabricantes de Hardware. Hoje é consultor em sistemas de informação, diretor financeiro
voluntário e membro do conselho deliberativo da BrOffice.org – Projeto Brasil, e líder do time de tra-
dução do software para o Português do Brasil. Em 2010, eleito Membro do Conselho Internacional
OpenOffice.org. Além destas atividades, participa do desenvolvimento do software a nível mundial.

O Conselho OpenOffice.org tem um representante brasilei- mos e da primeira tradução, em que trabalhou em conjun-
ro, eleito no início de maio por votação entre os membros to com uma equipe de voluntários do Brasil.
registrados na comunidade internacional OpenOffice.org.
Em ação até hoje, ele continua na coordenação da tradu-
O diretor administrativo financeiro do BrOffice.org, Olivier
ção, desenvolve extensões para o BrOffice.org, e atua
Hallot, ocupa uma das duas cadeiras da categoria Native
como consultor sênior no projeto entre a BrOffice.org e a
Language Confederation Representative, que se destina,
Petrobras.
basicamente, à representação de comunidades e seus re-
lacionamentos internacionais. Conforme explica Olivier, o Olivier Hallot já está integrado ao Conselho, para um
Conselho foi criado para várias funções. Em particular, ele mandato de dois anos. Ele conta à Revista BrOffice.org
Arquivo pessoal

tem uma voz no direcionamento do produto e no relacio- que levará à comunidade internacional do OpenOffice.org
namento da comunidade com outros entes. a dimensão do projeto no Brasil. A ideia, explica, é com-
partilhar experiências positivas e significativas no País
A trajetória de Olivier como colaborador do OpenOffice.org
com outras comunidades, fomentando iniciativas que con-
começou em 2002, com a elaboração do glossário de ter-
tribuam para a disseminação da suíte e de seu sistema de
negócios ao redor do mundo.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 25 Junho | 2010


entrevista |
Conselho Internacional OpenOffice.org tem representante do Brasil | Por Rochele Prass

Arquivo pessoal
Qual a importância de termos um brasileiro (do BrOf-
fice.org) entre os conselheiros? O que é o conselho

Em qualquer foro internacional de interesse do Brasil, Formado para orientar a comunidade no planejamento estra-
tégico e alocação de recursos, relações com os patrocinado-
convém que tenhamos um representante. Em nosso caso,
res e público e arbitragem na Comunidade, o Conselho
o BrOffice.org tem se destacado como uma das comuni-
OpenOffice.org é uma associação de voluntários, sem per-
dades OpenOffice.org mais atuantes e inovadoras, além
sonalidade jurídica. Composto por um grupo de dez memb-
de ser muito grande e de forte alcance social. Precisamos
ros, o órgão tem representantes divididos em cinco categori-
incluir nossas necessidades e transmitir nossas experiên- as: três pessoas que contribuem para o código-fonte do re-
cias para um foro mais amplo e direcionar o software e positório do código do OpenOffice.org; três colaboradores de
sua comunidade internacional. desenvolvimento do produto não relacionados com o código-
fonte, como documentação, controle de qualidade, distribui-
ção e marketing; dois para o relacionamento internacional;
O que te motivou a se candidatar a uma cadeira no um representante da Comunidade, na defesa dos usuários
Conselho? finais; e um representante da Oracle.

Justamente a preocupação de que nós não tínhamos uma Os conselheiros são eleitos através de processo aberto, den-
representatividade significativa em nível internacional. tro de princípios de democracia e meritocracia. Todos os
Somos uma grande comunidade e é muito importante que membros da comunidade OpenOffice.org são elegíveis. A
a voz do Brasil seja levada para o Conselho, que é com- cada abertura de vagas, é publicada uma chamada de can-
didatos. Os membros da comunidade podem indicar candi-
posto eminentemente por representantes do primeiro
datos ou se candidatar. As categorias de assento têm ciclos
mundo. Esta é uma outra vertente que eu gostaria de ex-
eleitorais independentes, com mandatos de dois anos para
plorar: ter uma voz um pouquinho mais ativa, trazida não
as categorias Contribuição no Código, Desenvolvimento de
somente pelo Brasil, mas pelos países emergentes. Produto e Línguas Nativas. As eleições são realizadas a
cada 12 meses, renovando parte de cada grupo. O Repre-
sentante da Comunidade na categoria Colaboradores de
Quais foram as ações mais significativas do Conselho Código tem mandato de doze meses. Já o representante da
desde que ele foi formado? Oracle é substituído por critério da empresa.
Por exemplo, o conselho tem atuado na arbitragem de de-
terminados antagonismos e se manifestado como uma
voz para o direcionamento do produto, no relacionamento Brasil, que é muito grande, e não é bem conhecida glo-
e da comunidade de usuários e desenvolvedores com as balmente. Com a nossa representação, iremos enfatizar a
principais companhias. Ele tem apoiado a resolução de importância do nosso projeto no cenário internacional.
determinados problemas tecnológicos com os desenvol- Além disso, temos experiências que gostaríamos de com-
vedores. Este ano, está em discussão a nova logomarca partilhar com as comunidades.
para o OpenOffice. Tais modificações serão trazidas em
parte para o BrOffice.org. Nossa marca vai mudar um
pouco em termos de layout e nós temos o desejo de que Como a diferença do nome repercute na comunidade
ela tenha uma proximidade com a marca internacional. internacional? Os outros países têm a exata noção de
Mas ainda não temos previsão de datas. que o BrOffice.org também é OpenOffice.org?
Os outros países não têm uma visão muito clara do que é
feito no Brasil, até porque sempre tivemos um papel razo-
O que você destaca como necessidades mais urgen-
avelmente discreto em termos de geopolítica. Mas, nos úl-
tes da comunidade brasileira que você pretende levar
Arquivo pessoal

timos anos, o Brasil tem se destacado em relação à im-


para discussão internacional?
plantação de software livre. A mudança do nome foi am-
O BrOffice.org – Projeto Brasil tem algumas peculiarida- plamente explicada e amplamente divulgada, enfatizando
des. Temos um nome e marca diferentes. Em relação ao que a diferença é por uma razão legal, que é intrínseca ao
produto, incluímos o dicionário de Português do Brasil, o Brasil. Além disso, nós sempre nos identificamos clara-
corretor gramatical. É importante que nós levemos para mente como um membro da comunidade internacional do
o Conselho a verdadeira dimensão do BrOffice.org no OpenOffice.org.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 26 Junho | 2010


entrevista |
Conselho Internacional OpenOffice.org tem representante do Brasil | Por Rochele Prass

O fato de o Brasil estar mais em evidência nos últimos Qual será a linha de atuação da representação brasi-
anos no cenário político e econômico internacional leira?
colabora para essa visão sobre tecnologia surgindo
Pretendemos consolidar o produto BrOffice.org, as suas
no Brasil?
tecnologias, os formatos ODF e os modelos de negócios
Sim, de alguma forma, sim. Ainda que nós não sejamos que desenvolvemos no Brasil para outros países. Quanto
ainda muito presentes no cenário tecnológico internacio- maior a base instalada de BrOffice.org e ODF mais opor-
nal, o Brasil tem aumentado a sua participação não só na tunidades desenvolveremos. Também quero participar ati-
área de informática, mas também em áreas como energi- vamente do planejamento estratégico e do direcionamen-
as alternativas e desenvolvimento sustentável. A tecnolo- to tecnológico do projeto OpenOffice.org. Por ser dirigente
gia vem a reboque. Em termos de software livre, o Brasil do BrOffice.org, coordenador da tradução e consultor da
já é um polo muito importante. tecnologia, estou animado com a perspectiva de termos
As demandas e a voz da comunidade brasileira se pa- um dia, um núcleo local de desenvolvimento em coorde-
recem com quais outras questões que se debatem no nação com o projeto internacional, o qual pretendo ser o
Conselho? É possível compará-las com algum outro elemento de ligação. Mas o que poderá dar um retorno
país? mais forte ainda é desenvolver novas modalidades de
negócios com software livre, em que os valores econômi-
Eu acredito que nós aqui da BrOffice.org fomos muito
cos da comunidade e do produto BrOffice.org consigam
mais ousados que a maioria das comunidades de
ser mais altos que os valores financeiros tradicionais dos
OpenOffice.org do mundo inteiro. Nós tomamos uma inici-
modelos atuais. Isso irá requerer muita criatividade e não
ativa de nos organizar juridicamente. Buscamos recursos
vai se encaixar nos manuais das escolas de negócio com
para defender o projeto e essa ainda não é uma prática
facilidade. Talvez devamos escrever novos capítulos.
implementada no resto do mundo. No Brasil, nós fomos
até uma organização formal. Nesse contexto, a posição
do Brasil é inovadora na forma de sustentabilidade do pro- Nós não queremos um produto
jeto. Nós gostaríamos que outras comunidades se organi-
zassem de uma forma equivalente ou similar.
inventado num laboratório e

As experiências da comunidade BrOffice.org podem colocado no mercado. Os


contribuir de que maneira? usuários têm a necessidade de
Nós estamos encaminhando, trilhando, inovações aqui no expressar o que desejam
Brasil. Temos recebido respaldo de grandes empresas e
essa experiência não é obtida com muita frequência no
mundo. Os resultados têm sido muito positivos e nos ani- De que forma você pretende encaminhar o direciona-
mam a reportá-los a outras comunidades, através do mento tecnológico do software?
Conselho. Com essa dinâmica, esperamos que ele possa
A Tecnologia da Informação evolui muito rapidamente. Em
ser o fomentador de comunidades autossustentáveis em
alguns poucos meses, surgem novos conceitos, novas
outros países. Podemos citar como exemplo algumas mi-
redes sociais... A internet tem sido um grande motivador
grações que presenciamos aqui no Brasil, seja de forma
de inovação e atualmente se fala muito sobre a forma
independente, ou com apoio da nossa OSCIP (Organiza-
como as pessoas se relacionam com o computador, seja
ção da Sociedade Civil de Interesse Público). Casos como
ele via desktop ou via nuvem. O OpenOffice.org precisa
o do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso, ou da
acompanhar essa evolução e definir a sua posição tecno-
Petrobras são exemplos muito raros mundialmente. Isso
lógica nesse cenário. Ele não pode ser um software para-
evidencia que, quando a indústria e os clientes têm um in-
do no tempo.
teresse em comum, eles caminham para que esses inte-
resses sejam atendidos. E é uma realidade que estamos Daí a necessidade de nós trabalharmos para levá-lo a um
vivenciando. Nós tentamos sempre ajudar e até mesmo patamar de modernidade, compatível com as necessida-
fomentar a migração e a utilização do BrOffice.org no Bra- des presentes e futuras dos usuários - inclusive anteci-
sil. Nós acreditamos que o Conselho OpenOffice.org pode pando novas formas de trabalhar com suíte de escritório.
ser maior indutor de ações regionais, para que as comuni- Um dos exemplos é o Projeto Renassaince, que prevê re-
dades se organizem e se posicionem como agente de fazer a interface de usuário do OpenOffice.org.
mudança dentro do cenário de cada país.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 27 Junho | 2010


entrevista |
Conselho Internacional OpenOffice.org tem representante do Brasil | Por Rochele Prass

Essa reformulação é baseada em dados que foram cole-


tados com as experiências de uso das ferramentas, em
particular do Impress. Através desse tipo de estudo e
através dessa participação no Conselho, nós pretende- Nós aqui da BrOffice.org fomos
mos, sim, dar uma voz e um direcionamento tecnológico
muito mais ousados que a
ao produto. Isso porque nós entendemos que o
OpenOffice.org deve contar com a participação da comu- maioria das comunidades de
nidade no seu desenvolvimento. Nós não queremos um OpenOffice.org do mundo inteiro
produto inventado num laboratório e colocado no merca-
do. Os usuários têm a necessidade de expressar o que
desejam da sua suíte de escritório.
E esta é uma necessidade global... Quando você fala numa relação diferenciada entre
Sim, ela não é exclusiva do OpenOffice.org nem do BrOf- software e economia, você fala que há capítulos a se-
fice.org. Trata-se de algo que acontece em todo software rem escritos. Quais seriam as primeiras linhas?
livre, que é realmente criado a partir das necessidades e A relação que há entre o software livre e os principais
sugestões de seus usuários. Eu vou dar um exemplo, que usuários, sejam eles pessoas simples ou grandes empre-
não é especificamente tecnológico: os layouts que estão sas, é diferente da relação tradicional que a indústria de
sendo discutidos em relação à logomarca estão sendo software tem. Costuma-se, por exemplo, dizer assim: “ah
debatidos com a comunidade. Há opiniões de vários usu- se eu sou uma empresa grande, eu pago mais, se eu sou
ários do software. Também já houve discussões, por uma empresa pequena eu pago menos”. De repente,
exemplo, sobre as cores dos gráficos. O Conselho deter- essa não é uma relação a ser mantida. O desafio é en-
minou uma votação livre na internet para que os usuários contrar um modelo que consiga fazer com que o
fizessem as escolhas. É uma forma de a comunidade par- OpenOffice/BrOffice.org tenha sua sustentabilidade com o
ticipar ativamente do desenvolvimento do software. negócio, trazendo benefícios para os seus usuários. Es-
Existe algum projeto de desenvolvimento do código sencialmente, existem muitas ideias que podem se tornar
do OpenOffice.org no Brasil? implementáveis. Depende de que essa criatividade tenha
respaldo na economia. O modelo tradicional vai se des-
Isso sempre é uma coisa que nós olhamos com bastante
gastar e ele já está evoluindo para serviços e pode evoluir
carinho no futuro. Quer dizer, estamos pensando... Acredi-
também para outras áreas de negócios. É uma constru-
tamos que ter desenvolvedores localizados no Brasil é
ção a ser feita.
uma oportunidade muito interessante. Mas é um projeto
bastante ambicioso, de alcance muito grande, que nós
ainda estamos só na base de cogitação. Nada impede
que ele possa ser colocado em prática - temos que tomar
as decisões nos momentos certos e conseguir os recur-
sos necessários.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 28 Junho | 2010


entrevista |

Wikimedia
Comunidade Portuguesa do
OpenOffice.org

nathancolquhoun
Wikimedia
Por Rochele Prass

Conhecer iniciativas e trocar experiências. Com essas motivações, a Revista BrOffice.org conversou por e-mail com o coordenador da co-
munidade OpenOffice.org de Portugal, Rui Fernandes, licenciado em Informática e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior das Ciências
do Trabalho e da Empresa (ISCTE), que está à frente do projeto há três anos. Os casos de migração para BrOffice.org no Brasil são citados
por Rui Fernandes como experiências que podem colaborar para incentivar a adoção de OpenOffice.org em Portugal. Políticas públicas,
educação, a relação com a economia, além das atividades da comunidade portuguesa são outros assuntos trazidos pelo coordenador.

Tens índices ou estimativa de número de downloads e


Qual é a sua formação profissional e como tornou-se usuários do OpenOffice.org em Portugal até o momen-
coordenador da comunidade OpenOffice.org? to?
Foi no decorrer do estágio deste curso (Informática e O total de downloads de versões portuguesas desde o
Gestão de Empresas) que me tornei colaborador da Caixa lançamento da versão 3 em Outubro de 2008 totalizam já
Mágica Software, que é uma empresa que fornece servi- 566 689, a que se juntam os 500 000 pré-instalados nos
ços e produtos baseados em Open Source, sendo que, computadores Magalhães distribuídos aos alunos das
Caixa Mágica, é igualmente a maior distribuição portu- Escolas Básicas, e os 210 000 pré-instalados com Linux
Arquivo pessoal

guesa de Linux. Foi neste enquadramento que me tornei Caixa Mágica nos computadores dos alunos das Escolas
coordenador do OpenOffice.org Portugal. Secundárias.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 29 Junho | 2010


entrevista |
Comunidade Portuguesa do OpenOffice.org | Por Rochele Prass

Arquivo pessoal
Há quanto tempo existe a comunidade no país e como Por altura em que foi disponibilizado a versão 3.0 organi-
foi a organização da mesma? zamos a semana do OpenOffice.org, que contou com o
apoio da Sun Microsystems, Caixa Mágica, ANSOL, Intra-
A comunidade existe em Portugal desde 2004, sendo Ví-
neia e Sapo. Neste evento foram organizadas várias
tor Domingos o seu primeiro líder. A comunidade organi-
sessões de esclarecimento, e participamos no primeiro
zou-se com voluntários, com a primeira reunião a decorrer
Encontro Intercontinental do OpenOffice.org onde estive-
numa instituição do ensino superior, o ISCTE. As localiza-
mos ligados por videoconferência com o Brasil, Paraguai,
ções e as builds eram feitas localmente. Passou-se de-
Uruguai e Galiza. Contamos ainda com a presença de
pois a contar com a colaboração de Pavel Janik, em Pra-
Louis Suárez-Potts, o líder da comunidade mundial do
ga, para as builds. Em 2007 houve uma transferência de
OpenOffice.org.
testemunho, e passei a ser o novo líder. Para além das
contribuições individuais começamos também a contar Outro dos projetos com grande impacto foi o desen-
com as empresas Caixa Mágica, Intraneia e Sun Micro- volvimento de uma versão do OpenOffice.org adap-
systems. A localização passou a ser assegurada pela Sun tada para São Tomé e Príncipe, e que está a ser
Microsystems Portugal, que para além dos menus incluiu distribuída pelo governo à Administração Pública
também a tradução do Help, que ainda não se tinha com- desse país.
pletado. As builds passaram a ser feitas pela Sun Micro-
Temos estado presentes nas últimas conferências do
systems em Hamburgo, e a Caixa Mágica assumiu a ges-
Openoffice.org, à excepção da que ocorreu em Pequim, e
tão do site pt.openoffice.org. Mais recentemente a comu-
contamos também estar presentes em Budapeste.
nidade começou também a assegurar os testes de Quality
& Assurance, o que permitiu colocar a versão portuguesa Publicamos com alguma regularidade Press Releases
para descarga no site principal do OpenOffice.Org sobre a evolução do OpenOffice.org, e estamos a planear
um canal no Twitter e no Facebook.
Aproximadamente, quantas pessoas integram a co-
munidade do OpenOffice.org em Portugal? No nível governamental, como estão as políticas pú-
blicas de uso de software de código aberto, princi-
Cerca de 9 pessoas, entre voluntários a título individual e
palmente no que se refere ao OpenOffice.org?
das empresas que participam no projecto português.
Em Portugal o governo desenvolveu o plano tec -
nológico em que se previa o uso de software de
As comunidades são sem dúvida a código aberto no setor público sempre que possí -
maior fonte de intercâmbio entre vel, mas a verdade é que infelizmente a imple -
os dois países, pois permitem a mentação desta tecnologia está longe de ter visi -
troca de ideias e conhecimento, bilidade externa.

praticamente em tempo real À semelhança do software aberto, o nível de pene-


tração do OpenOffice.org no setor público é mínimo.
Em muitos organismos públicos o OpenOffice.org
Podes nos falar um pouco sobre as atividades e pro-
encontra-se de facto instalado mas raramente é a
jetos da comunidade?
primeira escolha do utilizador uma vez que existem
A partir do momento em que se conseguiu assegurar a lo- dificuldades de integração com software proprietá-
calização completa do OpenOffice.org começaram os rio. Ainda assim existiram os projetos já referidos a
contactos com o Ministério da Educação. Conseguiu-se nível do Ministério da Educação que levaram à ins -
em 2004 a instalação dos primeiros 20.000 computadores talação de Linux com OpenOffice.org em centenas
com OpenOffice.org na partição Linux dos mesmos. Con- de milhares de PCs.
Arquivo pessoal

tinuou-se depois com a distribuição de CDs com


Vários partidos políticos anunciaram que vão levar
OpenOffice.org e outro software open-source em todas as
ao Parlamento uma proposta de lei para dar priori-
escolas, o que tem acontecido anualmente. Mais recen-
dade ao software open source na Administração
temente, desde 2008, o OpenOffice.org passou a estar
Pública. Já não é a primeira vez que se tenta. Espe-
incluído na partição Linux Caixa Mágica de todos os com-
ramos que com a difícil situação financeira que Por -
putadores distribuídos aos alunos portugueses, e já che-
tugal vive seja aprovada desta vez.
gamos aos 710.000, com mais 200.000 a serem distribuí-
dos em breve.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 30 Junho | 2010


entrevista |
Comunidade Portuguesa do OpenOffice.org | Por Rochele Prass

Entre empresas do setor privado, como está a adoção


do aplicativo? A divulgação de casos de sucesso
Não existe muito feedback nem estatísticas no Brasil Pode-nos ajudar na
relativamente à adoção do OpenOffice.org no sector adoção em Portugal
privado, mas acredito que proliferam as
“implementações silenciosas”, também motivadas
pela crise mundial que nos afeta atualmente, e que Em sua opinião, como as comunidades brasileira e
conduzem a políticas de redução de custos. portuguesa do OpenOffice.org (no Brasil, BrOffi-
ce.org) podem contribuir uma com a outra?
Como é a aceitação open source entre usuários em
Portugal? A comunidade brasileira do BrOffice.org sempre contou
com uma comunidade numerosa e muito ativa e sem dú-
Apesar da força da Microsoft em Portugal, várias vezes
vida que Portugal e Brasil podem ganhar bastante com a
premiada por ser a melhor subsidiária mundial daquela
partilha de experiências e conhecimento. A divulgação
multinacional, as nossas estatísticas demonstram uma
dos casos de sucesso no Brasil pode-nos ajudar na ado-
implementação ainda pequena mas crescente.
ção em Portugal. Na minha perspectiva, com o recém
A língua e a história unem Brasil e Portugal. Como é, aprovado acordo ortográfico, poderão surgir no futuro mui-
atualmente, o intercâmbio de informações sobre tas parcerias por forma a unir esforços e trabalhar em ob-
tecnologias de código aberto entre os nossos países? jetivos comuns. Thesaurus, dicionários de sinônimos e
As comunidades são sem dúvida a maior fonte de corretor gramatical são um bom exemplo disso mesmo.
intercâmbio entre os dois países, pois permitem a troca de
ideias e conhecimento praticamente em tempo real. A
inovação das tecnologias de comunicação tem permitido A Revista BrOffice.org optou por manter a grafia
enriquecer e aumentar as trocas de informação e original das respostas do entrevistado, o Português de
Portugal. Por isso, algumas palavras, como "sector",
aproximar os dois países a todos os níveis. Fóruns, blogs,
não foram alteradas.
canais de comunicação instantânea e videoconferência
têm sido os meios privilegiados de discussões sobre as
tecnologias de código aberto.

Arquivo pessoal

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 31 Junho | 2010


novas tecnologias |

ooo4kids
Por Rochele Prass

O computador é um equipamento que já faz parte da


realidade dos lares mundo à fora. Em 2009, 36% dos
domicílios urbanos possuíam ao menos um PC, contra
28%, em 2008, segundo estudo do uso de tecnologias e
comunicação do Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto BR (NIC.br).
As suítes de escritório são as ferramentas básicas de
qualquer usuário, mas geralmente são feitas para atender
às necessidades de adultos. Qualquer um que convive
com crianças sabe: quem nasceu em plena era da
tecnologia não quer ficar de fora dela, seja para os
conhecidos hábitos de imitar os pais, seja para realizar as
tarefas da escola.
Com o propósito de se aproximar da realidade de
estudantes na faixa etária de 7 a 12 anos, surgiu o
OpenOffice4Kids, software baseado no projeto
internacional OpenOffice.org, que traz um visual
simplificado, a fim de facilitar as tarefas dos pequenos.
De acordo com o site do projeto, até o momento, já foram
registrados quase 295 mil downloads. A versão mais
atual, a 0.9.5 (beta), tem tradução para vários idiomas,
entre eles, português. O software tem distribuição
gratuita, com o mesmo licenciamento do OpenOffice.org,
Arquivo pessoal

e está disponível para sistemas operacionais Linux,


Windows e Mac. Para Windows, também existe a versão
portátil.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 32 Junho | 2010


novas tecnologias |
OoO4Kids – Educando crianças da maneira certa | Por Rochele Prass

Arquivo pessoal
OOo4kids - Conhecendo

A instalação do aplicativo é semelhante


à que os usuários adultos já estão
acostumados. A partir de testes
realizados pela Revista BrOffice.org,
observa-se que as diferenças estão
apenas no visual do instalador, que tem
um design voltado ao público infantil.

Na janela principal do aplicativo, em que os programas são iniciados, a aparência amigável e as cores suaves
são planejadas para atrair o olhar infantil. Os ícones grandes e intuitivos e as descrições dos programas também
são simplificados.

Arquivo pessoal

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 33 Junho | 2010


novas tecnologias |
OoO4Kids – Educando crianças da maneira certa | Por Rochele Prass

Menor quantidade de ícones, em


tamanhos maiores, são também a
característica da interface dos
programas da suíte. Ao comparar a
versão infantil com a versão
tradicional do Writer, percebe-se
que o usuário tem à frente uma
diversidade menor de opções,
tornando a realização de tarefas
básicas mais simples.

A experiência de uso para crianças também é significativamente simplificada no Calc:

O OpenOffice4Kids é parte do projeto Education OpenOffice.org, através da Associação EducOOo, entidade sem fins
lucrativos. O projeto nasceu a partir da identificação da necessidade: uma suíte dedicada à educação, especialmente no
nível fundamental.

Saiba mais sobre o OpenOffice4kids: http://wiki.ooo4kids.org

Link de download da suíte em português: http://download.ooo4kids.org/pt-pt

Conheça o EducOOo: http://www.educoo.org

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 34 Junho | 2010


reportagem |

Por Luiz Oliveira e Duilio Dias Neto

possível ter uma ideia do que foi o evento pelas imagens abaixo, mas só podemos saber o que foi de

É
verdade o IV Encontro Nacional quando participamos dos dois dias, com a certeza de que todos os
envolvidos, de norte a sul do país, saíram satisfeitos pela oportunidade de compartilhar conhecimento.
A comunidade OpenOffice.org no Brasil, mais uma vez, mostra a sua força e determinação, ligando o
país de ponta a ponta para discutir Tecnologia da Informação tendo o BrOffice.org como condutor.

A comunidade BrOffice.org agradece a todos que se empenharam para viabilizar a realização do IV Encontro Nacional.
O incentivo e confiança depositados no evento pela Caixa, Petrobras, Serpro, Dataprev, Governo Federal e a parceria
com o SENAI-MT e a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (SICME), no Programa Indústria em
Ação, desenvolvido pelo Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso - Sistema FIEMT proporcionaram
dois dias de discussões de alto nível, apresentando caminhos para o desenvolvimento econômico sustentável e inclusão
social a partir do trabalho da equipe BrOffice.org.
Agradecemos especialmente ao Serpro e Dataprev, que, além de patrocinar o IV EnBrO, envolveram outras entidades,
apoiando e valorizando o voluntariado. Agradecemos aos colaboradores da comunidade BrOffice.org, em especial
aqueles que fazem parte dos Grupos de Usuários de seus estados, sem os quais nada disso seria possível.

Patrocinadores

Realização

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 35 Junho | 2010


reportagem |
Por Luiz Oliveira e Duilio Dias Neto

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 36 Junho | 2010


reportagem |
Por Luiz Oliveira e Duilio Dias Neto

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 37 Junho | 2010


reportagem |
Por Luiz Oliveira e Duilio Dias Neto

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 38 Junho | 2010


reportagem |
Por Luiz Oliveira e Duilio Dias Neto

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 39 Junho | 2010


cultura |

Década de 1990, quando a Magia volta à Terra, trazendo caos para todos os

lados. Redblade narra a jornada de um grupo de aventureiros por países

devastados. A história acontece no mesmo mundo de Marfim Cobra e Jasmim,

romances do mesmo autor, mas traz uma abordagem diferente. Esta pretende

ser uma história seriada. Será publicado um episódio por edição da Revista

BrOffice.org. Espero que apreciem Redblade.


Episódio 03: Mestre e Aprendiz

Por Cárlisson Galdino

Às vezes tudo se encaixa


sem que precisemos fazer muito.

Como obra de magia,

de uma hora para outra

nos vimos como parte

de uma grande

e assustadora história...

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 40 Junho | 2010


cultura |
Redblade | Por Carlisson Gladino

- É precisamente a forma como penso. Tu és um alu-


no dedicado e tens bolsa de monitoria em minha disci-
plina. Por isso te trago uma boa notícia.
- E qual seria?
- Haverá na próxima semana um debate em Le Mans
sobre todas essas coisas que vêm acontecendo.
- Le Mans?

- Fábio? Pode entrar! - Uma voz com sotaque - É, na França!


português bastante carregado vem de dentro da - Que estranho?
sala. Também pudera, estávamos na Universidade
de Coimbra. Sim, Fábio é meu nome. Fábio Dutra, às - Por que estranhas?
suas ordens!
- Professor Álvaro? Queria falar comigo? - Numa cidade desconhecida...

- Sim, gostaria. Tens acompanhado as notícias sobre - Ora, mas não sabes nada mesmo desses hábitos
o mundo? universitários... Escolhe-se os lugares mais diferentes
quando o que há a tratar não exige objetos muito pesa-
- Sim, professor! Tudo está louco! Até escrevi uma dos ou laboratórios de alguma localidade específica. Le
poesia... Mans! França! Além do que não se trata de um debate
- Muito bem! - o professor – E o que achas que está aberto. Farão parte apenas estudiosos de arqueologia,
havendo? cultura primitiva, humanismo, sociologia, teologia, tealo-
gia e conhecimentos afins. Só destes e somente os que
- Sinceramente não faço ideia...
se interessem!
- Fazes, decerto que fazes! Até escreveste poesia a
- Interessante.
este respeito! Vamos, diz-me!
- Claro que é! E muito bom para o teu currículo tam-
- Pois bem, acredito que alguma Caixa de Pandora
bém! Deixe-me teus dados faltantes naquela ficha na
foi aberta e que o que estamos vendo na verdade é a
mesa para que eu dê entrada ainda hoje. E tu vais co-
ressurreição dos antigos mitos e folclores dos mais
migo pela UC.
variados povos.
- Sério?
- Continue...
- Sério. Mas há algo que terás de fazer em troca, Fá-
- Se as coisas forem mesmo assim, significa que todo
bio?
o folclore e conhecimento popular talvez tenha sido
conhecimento de uma realidade que foi perdida, e que - O que é?
agora estaria retornando. - Terás que anotar cada palavra que for proferida du-
- Falaste muito bem, Fábio. rante o debate e as palestras a que assistir, combinado?

- Obrigado, professor. E foi assim que entrei – ou melhor, entramos – tam-


bém nesta história...

Bacharel em Ciência da Computação pela UFAL, pós-graduado em Produção de Software com


Ênfase em Software Livre pela UFLA, já manteve projetos como IaraJS, Enciclopédia Omega e
Losango. Hoje Analista de Tecnologia da UFAL, mantém pequenos projetos em seu blog
Cyaneus. Membro da Academia Arapiraquense de Letras e Artes, é autor do Cordel do Software
Cárlisson Galdino Livre, do Cordel do BrOffice e do Cordel da Pirataria. http://bardo.castelodotempo.com

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 41 Junho | 2010


cultura |
Dica de filme | Por Luiz Oliveira

iracy
echelonconsp

nathancolquhoun
A chamada (Echelon Conspiracy)

echelon
Tem gente que é encanada com segurança da informação
fica o tempo todo pensando naquela fórmula para evitar
que pessoas desautorizadas interceptem suas comunica-
ções. Essas pessoas usam criptografia e certificado digital
para assinar mensagens e arquivos. Utilizam antivírus,
antispy, anticookie, bloqueador de pop-up etc. Mas, o que
essas pessoas não sabem é que nossas vidas são vascu-
lhadas amiúde. Pelo menos essa é a sensação depois de
ver Echelon Conspiracy.
Aliás, você já ouviu falar em Echelon? Fique sabendo en- Sobre o Echelon
tão, que o Echelon não é obra de ficção – é real. Ele
pode, neste momento, estar nos observando! Mas, vol- Para quem não acredita na existência do Echelon, reco-
tando ao filme, tudo começa quando um jovem engenhei- mendo o Livro dos Códigos de Simon Singh, que refaz
ro de computação recebe um pacote vindo de um reme- todo o caminho do desenvolvimento da criptografia desde
tente desconhecido. Lá dentro, encontra um celular bas- a espionagem militar da Grécia antiga até as criptografias
tante moderno com a capacidade de adivinhar algumas feitas por computadores para transações na Rede. Conta
coisas por meio de torpedos enviados não se sabe de histórias reais, como o caso da rainha da Escócia, traída
onde. Esses torpedos facilitam a vida de Max e dão a ele pelo seu próprio código e as máquinas usadas por Hitler
Arquivo pessoal

a possibilidade de ficar milionário. Como muito dinheiro na segunda grande guerra, bem como todo o esforço dos
atrai a atenção, logo Max se vê numa trama envolvendo aliados para decifrar os códigos dos inimigos.
FBI, KGB, CIA e outros espiões de plantão. A fórmula é
conhecida, mas o filme é bom – vale a pena.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 42 Junho | 2010


dica |

Rocketfuel
Localizando objetos com
o navegador
Por Wilkens Lenon

Navegando entre os objetos do


documento

Geralmente um documento possui diversas partes e isso


exige uma certa organização do usuário para que possa
localizar e navegar rapidamente entre os objetos deseja-
dos. É para isso que serve o Navegador do BrOffice.org.
Neste tutorial iremos mostrar como é fácil utilizá-lo para
tornar mais ágil o seu deslocamento pelo documento que
está sendo editado. Para ativar o navegador basta clicar
na figura na barra padrão ou pressionar a tecla F5 que
aparecerá a janela do Navegador conforme observamos
na figura ao lado.

Através do navegador o usuário se desloca rapida-


mente entre praticamente todos os objetos inseridos
Arquivo pessoal

no texto como títulos, tabelas, quadros de textos, fi-


guras, objetos OLE, marcadores, seções, hyperlinks,
referências, índices, anotações, etc.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 43 Junho | 2010


dica |
Localizando objetos com o navegador | Por Wilkens Lenon

Arquivo pessoal
Vamos a um exemplo prático. Acompanhe os passos a seguir:

O documento abaixo está cheio de objetos que podem ser pesquisados pelo navegador. Comecemos com um
primeiro exemplo, uma tabela, como inseri-la na lista do navegador? Siga os passos:

Aplicativos do BrOffice.org

Writer Calc Impress

1) Selecione a Tabela ou coloque o cursor dentro dela;


2) Em seguida clique em → Menu Tabela > Propriedade;
3) Na aba Tabela opção nome digite o nome da sua
tabela, clique em OK e bingo!
4) Pressione F5 e veja que sua tabela já está na lista de
objetos do Navegador;
5) Agora é só dar um clique duplo no objeto TabBrOffice1
que a sua tabela será localizada imediatamente.

Vamos a um segundo exemplo. Imagine que você tenha diversas figuras num documento e queira fazer conforme
fez com a tabela TabBrOffice1. Siga os passos abaixo:

A comunidade BrOffice.org agradece a todos que se empenharam para viabilizar a rea-


lização do IV Encontro Nacional. O incentivo e confiança depositados no evento pela
Caixa, Petrobras, Serpro, Dataprev, Governo Federal, em parceria com o SENAI-MT e a
Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (SICME), no Programa
Indústria em Ação, desenvolvido pelo Sistema Federação das Indústrias no Estado de
Mato Grosso - Sistema FIEMT proporcionaram dois dias de discussões de alto nível,
apresentando caminhos para o desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social a partir do
trabalho da equipe BrOffice.org. Agradecemos especialmente ao Serpro e Dataprev, que, além de
patrocinar o IV EnBrO, envolveram outras entidades, apoiando e valorizando o voluntariado.

1) Para ambas as figuras - selecione a figura;


2) Clique em Formatar > Figura;
3) Na aba opções da janela imagem digite o nome da
figura na opção nomes. Na figura de cima (do lado
Arquivo pessoal

esquerdo) colocamos o nome GloboBrOffice e na figura


de baixo (do lado direito) colocamos o nome IVENBRO;
4) Após esse procedimento pressione a tecla F5 e veja
que as suas figuras já estão na lista do Navegador;
5) Para localizá-las basta dar um clique duplo na figura
desejada.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 44 Junho | 2010


dica |
Localizando objetos com o navegador | Por Wilkens Lenon

Arquivo pessoal
Para incluir outros elementos do documento na lista do navegador você terá que seguir passos semelhantes
aos que foram explicados. Por exemplo, abaixo temos:

Um quadro de texto Isto é um quadro de texto – uma caixa de texto que


pode ser movida e reposicionada dentro do
documento.

12
10
8
Um objeto OLE - é um elemento que pode ser importado de
outro aplicativo. Em nosso exemplo, o 6 Coluna 1
Objeto é um gráfico importado do Calc. 4 Coluna 2
Coluna 3
2
0
Linha 2 Linha 4
Linha 1 Linha 3
Marcadores - Estão associados à localização das páginas do documento,
por exemplo:

MarcadorDaPágina1
MarcadorDaPágina1
MarcadorDaPágina1

Um Hyperlink – www.projetoedux.net

Para colocar estes objetos na lista do navegador, respectivamente, faça o seguinte:

1) Para o quadro de texto – basta clicar em Inserir > Quadro e


na Aba opções digitar o nome do objeto. Para acrescentar texto
ao quadro selecione-o e comece a digitar;
2) Para um objeto OLE ( Object Linking and Embedding )
Quando é inserido no texto já aparece automaticamente na lista
do Navegador com o nome Objeto1, mas se quiser mudar o
nome, selecione o objeto (em nosso exemplo o gráfico), clique
em Formatar > Quadro Objeto, escolha a Aba opções e digite o
novo nome. Em nosso exemplo é GráficodoCalc;
3) Para inserir um marcador – Clique em Inserir > Marcador e
na caixa mostrada digite o nome do marcador e depois clique
em Ok. Importante! Não esqueça de colocar o cursor na página
que será marcada quando estiver realizando esta operação.
4) Hyperlink – Quando você digita um endereço eletrônico ou
Arquivo pessoal

insere um link na estrutura de um texto, então o texto linkado já


aparace na lista do Navegador como um hyperlink.
5) Se você quiser inserir qualquer outro objeto terá que realizar
ações semelhantes as que mostramos neste tutorial. Quando
você atribui um nome aos seus objetos automaticamente eles
irão para a lista do navegador. Veja como ficou a lista dos
objetos que inserimos em nosso navegador:

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 45 Junho | 2010


dica |

Garber
Configuração de Teclas
de Atalho

nathancolquhoun
Por Rubens Queiroz de Almeida

A suíte de escritórios Broffice.org possui um recurso pouco utilizado, mas muito útil para quem conhece: as teclas de
atalho. Existe uma definição padrão, que já vem configurada no seu editor de textos, mas você pode fazer as modificações
que julgar importantes. Para acessar este menu e fazer as suas modificações, vá até o item “Ferramentas” e em seguida
clique em “Personalizar...”:
Arquivo pessoal

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 46 Junho | 2010


dica |
Configuração de Teclas de Atalho | Por Rubens Queiroz de Almeida

Arquivo pessoal
Em seguida, será exibido o seguinte menu:

Selecionamos, na barra de
menu, a aba “Teclado” para vi-
sualizar as definições existen-
tes. Podemos usar como teclas
de atalho uma grande quanti-
dade de combinações. As te-
clas de função (F1 a F12), as
teclas de função e outras teclas
em combinação com outras te-
clas, como SHIFT e CTRL. A
quantidade de combinações é
suficiente para atender prati-
camente qualquer tipo de ne-
cessidade.
Vamos então analisar algumas
possibilidades. Para aplicação
de estilos, deslizamos a barra
de navegação para baixo até
encontrarmos as combinações
“CTRL + n”, em que “n” varia
de 0 a 9:

Podemos ver, na parte inferior da


figura, indicativa das funções, dois
quadros: “Categoria” e “Função”.
A categoria indica uma família de
configurações, como por exemplo,
“Numeração”, “Quadro”, “Dese-
nho”, “Tabela” e “Estilos”, que é o
que desejamos configurar. Temos
já definidas a combinação de te-
clas “Ctrl + 0” a “Ctrl +5”, para
os estilos “Corpo de Texto”, e os
estilos de título de 1 a 5. A combi-
nação de teclas “Ctrl + 6” não
está sendo usada, então posso
defini-la para um estilo que uso
Arquivo pessoal

bastante, o estilo “Texto préfor-


mado”, que é usado para indicar,
entre outras coisas, códigos de
computador. Seleciono então, na
seção “Categoria”, a subcatego-
ria “Estilos”.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 47 Junho | 2010


dica |
Configuração de Teclas de Atalho | Por Rubens Queiroz de Almeida

Arquivo pessoal
Em seguida, no quadro à esquerda, “Função”, procuro pelo estilo que quero associar à combinação de teclas “Ctrl + 6”.
Uma vez localizado o estilo desejado, clico sobre ele com o mouse e, em seguida, na parte superior direita da tela,
seleciono a opção “Modificar”. Neste momento a associação está completa. Ao clicarmos simultaneamente nas teclas
“Ctrl + 6” o parágrafo selecionado assumirá as definições do estilo “Texto préformatado”.

Para alterar ainda mais uma vez este atalho de teclado, devo primeiro excluir a definição, clicando em “Excluir” no
canto direito da tela, para então repetir o procedimento anterior.
As possibilidades são muito grandes, mas é bom nos concentrarmos apenas nas funções que usamos com mais
frequência. Por exemplo, se seu trabalho envolve criação de inúmeras tabelas, certamente valerá a pena definir atalhos
para a criação de tabelas e também para atribuição de estilos ao texto das tabelas.
Gaste algum tempo para planejar o seu trabalho e os atalhos de teclado que são mais importantes. Seja bastante
criterioso nestas definições, pois não adianta nada definirmos 150 atalhos de teclado se não conseguirmos nos lembrar
Arquivo pessoal

deles.
Uma outra razão forte para usarmos atalhos de teclado é podemos abandonar o mouse por alguns momentos. Se
usamos o mouse em excesso, podemos vir a ter problemas mais tarde com nossos braços. Os atalhos de teclado nos
dão uma folga, nos permitindo realizar movimentos diferentes, que reduzem o esforço repetitivo normalmente envolvido
em trabalhos no computador.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 48 Junho | 2010


tutorial |

Carlos A. da Silva
Vetorizando com o
BrOffice.org Draw

Por Carlos A. da Silva

Nesse tutorial, veremos como transformar uma imagem GIF (Graphics Interchange Format)
comum (jpg, png, gif, bmp, etc) em uma imagem vetoriza-
Arquivo para imagens que trabalha com 8 bits, 256 cores.
da.
Isso faz com que o GIF não seja recomendável para figu-
Alguns podem até pensar: “Mas para que vou querer ve- ras que precisam de aproximação da realidade, a não ser
torizar uma figura? Se já tenho a tal figura na máquina, que a imagem seja em escala de cinza. É muito utilizado
porque não somente inseri-la no documento e pronto?” na internet para figuras com movimento. Aceita transpa-
rências.
O detalhe está na diferença com que são tratados os dife-
rentes tipos de imagens, e para que entendamos melhor, PNG (Portable Network Graphics)
devemos pelo menos conhecer algumas delas e suas par-
Trabalha com 24 bits. 16,8 milhões de cores. Possui sis-
ticularidades.
tema de compressão melhor que dos anteriores e grande
BMP ou Bitmap: capacidade de formar imagens fiéis à original. Suporta
transparências.
É o formato de arquivo de elementos gráficos padrão em
computadores compatíveis com o IBM/PC. Os elementos Imagem Vetorial
gráficos em bitmap aceitam cores de 24 bits, ou seja, 16,8
É um tipo de imagem gerada a partir de descrições geo-
milhões de cores diferentes e não possui suporte a trans-
métricas de formas. Uma imagem vetorial normalmente é
parências.
composta por curvas, elipses, polígonos, texto, entre ou-
Jpg ou Jpeg: (Joint Pictures Expert Group) tros elementos, isto é, utilizam vetores matemáticos para
sua descrição. Por serem baseados em vetores, esses
Trabalha com esquema de cores em 24 bits. 16,8 milhões
gráficos geralmente são mais leves e não perdem quali-
de cores. O JPEG é um dos formatos de imagens mais
dade ao serem ampliados, já que as funções matemáticas
populares e isso se deve à capacidade de formar imagens
adequam-se facilmente à escala.
fiéis à original. Não suporta transparências.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 49 Junho | 2010


tutorial |
Vetorizando com o BrOffice.org Draw | Por Carlos A. da Silva

Arquivo pessoal
Esse tipo específico de imagem tem a vantagem de tratar Vamos ao que interessa!
cada parte da figura ou cada cor de forma totalmente indi-
A figura que usaremos neste tutorial foi retirada de
viduais. Dessa forma podemos modificar uma figura rapi-
http://www.free-graphics.com/clipart/Food/tea_set.jpg,
damente, alterando apenas as partes ou cores necessári-
onde encontramos várias figuras que podem ser copiadas
as. Isso facilita bastante a criação.
e usadas sem a preocupação de problemas de direitos
Finalmente, depois de toda essa teoria, o mais importante autorais. O site informa que todas as figuras são de do-
na hora de escolher que tipo de imagem inserir no docu- mínio público.
mento, é: Se você está produzindo um material a ser im-
Veja abaixo a figura original:
presso ou visualizado em telão ou na internet, possui uma
imagem de boa resolução de algo real, como uma foto,
tenha certeza de que ela tenha mais de 300 dpi e pode
usá-la. Por outro lado, se você não conseguiu baixar uma
imagem de boa resolução, e que necessariamente não
seja uma foto, a melhor saída é renderizá-la.
Veremos abaixo a diferença de uma mesma imagem em
zoom, em formato jpg e vetorial.

Como vemos um simples clipart.


Para vetorizar essa figura, primeiro vamos abrir o BrOffi-
ce.org Draw.

Imagem .bmp 800% de zoom.

Imagem .svg (vetorizada) 800% de zoom.


Essa é a tela inicial do BrOffice.org Draw, onde utilizare-
Arquivo pessoal

Não importa a porcentagem do zoom, a imagem vetoriza- mos a barra de desenhos para recriar na janela principal
da vai continuar sempre visível, sem deformação, enquan- do aplicativo a nossa figura.
to a imagem em bitmap vai perdendo a definição até se
Vetorizar não é nada mais que redesenhar a figura, como
tornar um monte de quadradinhos (pixels) desfocados.
fazíamos antigamente, cobrindo as linhas que vemos por
Logo, se você quiser fazer um banner gigante, que tipo de baixo do papel transparente, só que nesse caso não usa-
imagem seria melhor de usar, bitmap ou vetorial? remos papel e sim um programa de computador, o BrOffi-
ce.org Draw.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 50 Junho | 2010


tutorial |
Vetorizando com o BrOffice.org Draw | Por Carlos A. da Silva

Vamos inserir a figura: Inserir> Figura> De um arquivo... procure na sua máquina a figura a ser usada.

Depois de inserir, redimensione, cli-


cando e arrastando nos marcadores
laterais (verdes).

Na barra de desenhos, selecione a


ferramenta Polígono preenchido e
cubra a forma do suporte de mesa.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 51 Junho | 2010


tutorial |
Vetorizando com o BrOffice.org Draw | Por Carlos A. da Silva

Para começar o desenho, primeiro


posicione o mouse, pressione o botão
direito e arraste, solte onde quiser ou
quando estiver sobre uma curva ou
vértice. Posicione o mouse em outra
posição e clique novamente, vá cli-
cando e movendo o mouse até cobrir
todo o objeto. Para terminar dê dois
cliques.
Se você nunca tentou fazer nada no
BrOffice.org Draw, acha que é impos-
sível, porque os pontos e a linha não
te obedecem é aí que entra o primeiro
grande segredo. Para dominar os pon-
tos e a linha, ao arrastar o mouse
pressione junto a tecla Ctrl. Você verá
que o mouse está totalmente domado.

Vamos repetir os passos em todos os objetos. Aconselho fazer primeiro os que se encontram mais ao fundo, além de
não fazer o objeto por inteiro de uma vez, se não for extremamente necessário, no final fica mais fácil. Vá deixando as
áreas transparentes.

Siga com a vetorização, parte a parte, sempre deixando


a área transparente antes de ir para a próxima.

Após cobrir (vetorizar) toda a figura, clique na figura


original, ao fundo, e delete-a, você não vai mais pre-
cisar dela

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 52 Junho | 2010


tutorial |
Vetorizando com o BrOffice.org Draw | Por Carlos A. da Silva

Ao lado a imagem vetorizada.

Feito isso, podemos alterar livremente as cores e até a


posição dos objetos. Tentem tirar as bordas.

Tudo bem que o acabamento poderia


ficar bem melhor, mas isso vou deixar
pra vocês.
Existe no BrOffice.org Draw uma fer-
ramenta que vetoriza automaticamen-
te, mas além do arquivo ficar um pouco
maior, isso não é tão prazeroso quanto
fazer na unha!!
Bem, é isso!! Até a próxima.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 53 Junho | 2010


tutorial |

toby___
Criando índices automáticos

nathancolquhoun
com BrOffice.org Writer
Por Herbert Carvalho

O BrOffice.org, sem dúvida alguma, vem se tornando ao longo do tempo a melhor alternativa livre para softwares de
produtividade de escritório. O time de programadores tem tornado esta ferramenta ainda mais eficiente a cada nova versão.
Para aqueles que fazem uso do BrOffice.org na produção de documentos de texto longos (monografias, manuais, relatórios,
livros etc), com inúmeras partes e suas subdivisões, o BrOffice.org oferece recursos que podem agilizar muito a tarefa de
criar índices. Os Índices são muito importantes para guiar o leitor pelos assuntos que serão tratados no documento, além de
ser um elemento obrigatório em trabalhos acadêmicos.
O BrOffice.org possui recursos próprios que dão as condições ideais para criar os seguintes tipos de índices: Sumários,
Alfabéticos, de Ilustrações, de Tabelas, de Objetos e Bibliográficos. Neste artigo vamos tratar apenas da criação de índices
do tipo Sumário no Writer.

Aplicando Estilos

A melhor maneira de fazer um índice de sumário é aplicar os estilos de títulos de


parágrafos predefinidos, como, por exemplo, "Título 1", aos parágrafos que
deverão ser incluídos nesse índice. Você pode ter acesso aos estilos de títulos de
parágrafos através da Barra de Formatação (Figura 2), ou clicando F11 e
acessando a caixa Estilos e Formatação (Figura 1). As opções disponíveis vão
desde o "Título 1" até "Título 10", lembrando que "Título 1" é o maior tamanho
de texto e "Título 10" é o menor tamanho. Cada um dos títulos tem uma
formatação pré-definida de texto, margem, espaço, tamanho de fonte etc. Se for
preciso ajustar estas configurações, basta usar a tecla F11, acessar a caixa Estilos
e Formatação, clicar com o botão direito no Estilo que deseja reconfigurar, clicar
em Modificar e fazer os ajustes.

Figura 1: Estilos e Formatação

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 54 Junho | 2010


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Criando índices automáticos com BrOffice.org Writer | Por Herbert Carvalho

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Figura 2: Estilos de títulos de parágrafos

Depois de aplicar esses estilos, você, então, poderá criar um índice geral com muita facilidade. Siga os seguintes passos
para criar seus índices do tipo sumário:
1 – Digite todo o seu documento com a estrutura de tópicos da maneira que achar melhor (números, letras, algarismo
romano ou misto).
2 – Em seguida, defina quais tópicos são importantes que apareçam no índice geral. Logo a seguir, aplique os estilos de
títulos de parágrafos de acordo com seu grau hierárquico, por exemplo:
Para cada início de capítulo e suas subdivisões, você deve aplicar um estilo de parágrafo diferente, por exemplo:
●Capítulo 1 (você aplicará o estilo "Título 1")
● 1.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2")
● 1.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3")
No capítulo 2, você fará a mesma coisa:
●Capítulo 2 (você aplicará o estilo "Título 1")
● 2.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2")
● 2.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3")
O processo se repete por todo o documento. Para aplicar o estilo, basta clicar no parágrafo, e, por exemplo, selecionar o
estilo “Titulo 1”, no caixa Aplicar Estilo, na barra de ferramentas de formatação (Figura 2).
3 – Terminado o passo anterior, vamos ao início de nosso documento criar o Sumário.
Coloque o cursor no ponto exato em que deseja que o sumário apareça. Clique em Inserir > Índices > Índices e sumários,
de tal forma que apareça uma janela, conforme abaixo (Figura 3).

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Figura 3: Índices e sumário

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No campo Título, coloque o título que deseja para o sumário e clique em OK. Automaticamente, o BrOffice.org irá construir
um sumário com todos os títulos em que foram usados os estilos de parágrafos, conforme o exemplo abaixo.
Sumário
Capítulo 1 (você aplicará o estilo "Título 1") 1
1.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2") 1
1.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3") 1
Capítulo 2 (você aplicará o estilo "Título 1") 2
2.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2") 2
2.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3") 2
Veja que a página de cada título já aparece na tabela. Se por acaso for preciso mudar os capítulos de página, a numeração
atualiza automaticamente. Os capítulos e suas subdivisões já aparecem aninhados.

Atualizando, editando ou excluindo índices

Coloque o cursor dentro do Sumário, clique com o botão direito do mouse e, no menu (figura 4), escolha uma das opções de
edição: Atualizar, Editar ou Excluir Índice / Sumário.
A opção de Atualizar permite que as alterações feitas nos textos possam ser vistas no sumário. É importante saber que, ao
alterar alguma coisa no documento, essa alteração não aparece automaticamente no Sumário. É preciso atualizá-lo para
que as modificações tenham efeito nele.
Clicando em Excluir, obviamente, você exclui todo seu sumário. E, clicando em Editar, a janela aberta para a criação do
Sumário novamente aparece para que você possa fazer suas edições.

Figura 4: Editando o Índice

Obs.: Você também pode fazer alterações diretamente em um índice ou sumário. Clique com o botão direito do mouse no
índice ou no sumário, escolha Editar Índice/Sumário, clique na guia Índice/Sumário e, em seguida, desmarque a caixa de
verificação Protegido contra alterações manuais. Das alterações, as mais comuns são: Editar o estilo de parágrafo, caso
você queira modificar o estilo de parágrafo, e Editar índice.
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Índice automático com links

Uma dica muito útil de edição do Sumário é fazer com que cada item do sumário possa aparecer com um link apontando
para a página. Isto é muito útil na navegação do usuário pelo documento, principalmente se ele for convertido em PDF.
Vamos às instruções:
1 - Clique com o botão direito do mouse no Sumário e escolha a opção de edição: Editar Índice / Sumário.
2 – Clique na aba Entradas.

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Criando índices automáticos com BrOffice.org Writer| Por Herbert Carvalho

Há uma coluna à esquerda em que aparece escrito Nível (figura 5). Cada nível diz respeito à hierarquia que você definiu
para seus títulos e subtítulos. Nível 1 é para formatar os títulos que receberam o estilo “Título 1”. O Nível 2 formata os títulos
que receberam o estilo “Título 2” e assim por diante.

Figura 5: Criando links para cada entrada do sumário

Para fazer com que cada nível se torne um link, basta fazer o seguinte: clique na caixa vazia que se encontra no lado
esquerdo do botão E# (veja a seta na figura 5). Em seguida, clique no botão Hyperlink. Agora, clique na última caixa vazia
depois do botão # (veja a seta na figura 6). Em seguida, clique no botão Hyperlink. Feito isto, clique em OK.

Figura 6: Criando links para cada entrada do sumário

O exemplo abaixo mostra que todos os textos em que foram aplicados os estilos de parágrafo “Título 1”, agora estão
habilitados com Hyperlinks. Para ver o efeito do link funcionar, aperte a tecla CTRL e passe o mouse sobre o link no
documento que você criou. Ao clicar, você será levado à página exata onde se encontra o título.

Sumário

Capítulo 1 (você aplicará o estilo “Título 1”) ........................................................................................................................1


1.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2") ................................................................................1
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1.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3") ....................................................................1


Capítulo 2 (você aplicará o estilo “Título 1”) ........................................................................................................................1
2.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2") ................................................................................2
2.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3") ....................................................................2

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Criando índices automáticos com BrOffice.org Writer | Por Herbert Carvalho

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Caso você queira que os outros subitens também tenham Hyperlinks, basta repetir o processo: clicar com o botão direito do
mouse no Sumário que você criou, escolher a opção de edição: Editar Índice / Sumário. Clicar na aba Entradas e fazer o
mesmo procedimentos para os níveis 2 e 3. Veja como ficou no exemplo abaixo:

Sumário

Capítulo 1 (você aplicará o estilo “Título 1”) ........................................................................................................................1


1.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2") ................................................................................1
1.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3") ....................................................................1
Capítulo 2 (você aplicará o estilo “Título 1”) ........................................................................................................................1
2.1 Testando as Configurações (você aplicará o estilo "Título 2") ................................................................................2
2.1.1 Configurações de Hardware (você aplicará o estilo "Título 3") ....................................................................2

Espero que tenha gostado da dica e que faça bastante uso dela, pois, sem dúvida alguma, vai fazer com que seu trabalho
fique muito mais profissional, mais rápido e muito melhor de ser lido.

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resumo do mês |

Oracle lança VB 3.2.0 Prefeitura Municipal de Itaboraí-RJ


inicia curso de BrOffice.org
A equipe do VirtualBox lançou recen-
O objetivo é o
temente a versão 3.2.0 para seu apli-
aperfeiçoamento dos
cativo de virtualização VM VirtualBox
funcionários no uso
(para arquiteturas x86). O Oracle Vir-
da ferramenta. A
tualBox 3.2.0 é o primeiro lançamento
secretária da Fazenda,
da marca desde a aquisição da Sun
Therezinha Freitas,
Microsystems pela Oracle Corporation
explicou a importância
no início deste ano, contendo muitos recursos inovado-
da migração feita pela
res que proporcionam ainda mais progressos significa-
Prefeitura: “O BrOffice.org é um software livre, de fácil
tivos no desempenho, no potencial e em relação às pla-
acesso e de graça, que será uma economia enorme para
taformas suportadas pelo sistema. Ele oferece suporte
a Prefeitura. Precisamos buscar novos meios de
para hardwares Intel, um sistema de armazenamento
tecnologia para adaptar à Prefeitura, o BrOffice.org é um
totalmente redefinido para bibliotecas I/O e para acele-
ótimo começo”. Na opinião do Diretor Financeiro do
ração de vídeo através do Remote Display Protocol
BrOffice.org, Olivier Hallot, que esteve presente na
(RDP), recursos de CPU hot-plugging, configuração de
inauguração do curso, "essa é uma oportunidade de
NAT (Network Address Translation), suporte experimen-
conhecer uma nova ferramenta e ao mesmo tempo
tal para Mac OS X e implementação de novos ícones.

nathancolquhoun
aperfeiçoar-se nas técnicas de edição de documentos. É
Há também a incorporação do Page Fusion, com a fina-
muito importante investir na capacitação do servidor
lidade de tirar maior proveito da memória quando a par-
público oferecendo-lhe meios de ser mais eficiente e
tir dela, houver o funcionamento de máquinas virtuais
atender ao cidadão com mais qualidade. O BrOffice.org
de conteúdos semelhantes.
sente-se orgulhoso de participar desse processo.”

Grupo de Usuários participa de


Congresso do Agreste Pernambucano
Governo de Quebec (Canadá) infringiu
a lei ao comprar software da Microsoft
O governo de Quebec (Canadá) infringiu a lei ao com-
prar software da Microsoft sem considerar ofertas de
outros fornecedores, declarou a Suprema Corte da
província de Quebec.
A decisão se refere a um processo iniciado em março
de 2008 pela Savoir Faire Linux, uma pequena empre-
sa baseada em Montreal que trabalha com software li- Pelo menos três palestrantes de Grupo de Usuários
vre. BrOffice.org estiveram presentes falando sobre vários
assuntos, entre os quais, as possibilidades do Software
O juiz não aceitou a reversão do contrato, uma vez que
Livre, como o BrOffice.org, na era do conhecimento;
o software já estava instalado, mas garantiu à Savoir
sobre o projeto " Ubuntu - Libertando seu Desktop!" e o
Faire os valores do processo. Apesar de não ter con-
"Ciberfeminismo", uma reação cibernética à situação das
seguido a reversão, a Savoir Faire considera esta uma
mulheres no mundo da informática.
vitória para os cidadãos, já que a agência governamen-
O I Congresso de Software Livre do Agreste
tal terá que seguir as regras de agora em diante.
nathancolquhoun

Pernambucano é uma iniciativa da Associação Comercial


fonte: http://softwarelivre.org/ e Empresarial de Belo Jardim – PE, em Parceria com a
Secretaria de Educação, Tecnologia, Esporte e
Juventude, através da Diretoria de Tecnologia.

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 59 Junho | 2010


| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 60 Junho | 2010

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