CANDIDÍASE
EVELISE LUCIANO
MAUREEN LIANA LADEHOFF
INTRODUÇÃO
É uma infecção cosmopolita causada por fungos de baixa virulência, que convivem
pacificamente com o hospedeiro, mas, ao encontrar condições favoráveis, como distúrbios
do sistema imunodefensivo, desenvolvem seu poder patogênico, invadindo os tecidos.
Atingem indivíduos de ambos os sexos, de todas as faixas etárias e raças.
ETIOLOGIA
TRANSMISSÃO
PATOGENIA
Candida albicans tem sido isolada da boca, tubo digestivo, intestino, orofaringe,
vagina e pele de indivíduos sadios.
A maior parte das infecções causadas por Candida albicans é de origem endógena.
Mais recentemente, a transmissão exógena, principalmente intra-hospitalar, de Candida
albicans e de outras espécies do gênero, tem sido relatada. O fungo tem poder invasor em
pacientes debilitados pelo tratamento com antibióticos e drogas imunossupressoras e no
decurso de doenças crônicas. Prolongando-se a vida dos indivíduos, ao mesmo tempo,
aumenta-se a possibilidade das infecções oportunísticas, o que tem acontecido em todos os
países.
A candidíase da mucosa oral, também chamada de estomatite cremosa ou sapinho,
caracteriza-se pelo aparecimento de placas brancas, isoladas ou confluentes, aderentes à
mucosa, com aspecto membranoso, às vezes rodeadas por halo eritematoso. Essa forma da
micose é a mais freqüente em pacientes gravemente enfermos e em recém-nascidos quando
se associa a candidíase da mucosa vaginal da mãe. A candidíase oral é indicador de Aids
em pacientes pertencentes aos grupos de maior risco. A infecção pode se propagar por
continuidade à faringe, laringe, esôfago e, mais raramente, disseminar-se por via
hematogênica.
Na mucosa vaginal, as lesões se assemelham às da boca e são encontradas
principalmente em pacientes grávidas com corrimento, em diabéticas ou pacientes que
recebem terapêutica antimicrobiana prolongada. No homem, a balanite, infecção na glande,
por Candida albicans, pode ser encontrada, sendo comumente considerada sexualmente
adquirida.
A candidíase cutaneomucosa crônica é rara, acometendo geralmente pacientes com
deficiências imunológicas, anomalias genéticas e endócrinas.
A candidíase cutânea generalizada é comumente crônica, sendo observada em
pacientes com deficiências nutricionais e em imunodeprimidos. As lesões são eritematosas,
crostosas e com exsudatos. Candida albicans é o agente mais freqüente; Candida krusei,
Candida tropicalis, Candida parapsilosis e Candida guilliermondii são também
identificadas nesses processos.
A infecção da pele ocorre principalmente nas porções úmidas e aquecidas do corpo,
como axilas, dobras interglúteas, virilha ou dobras inframamárias. É mais comum em
pacientes obesos ou diabéticos. Essas regiões tornam-se avermelhadas e exsudativas,
podendo surgir vesículas. A infecção por Candida dos espaços interdigitais nas mãos é
mais comum após imersão prolongada e repetida em água, sendo, portanto, comum em
donas de casa, cozinheiros e pessoas que manipulam vegetais e peixes.
Nas unhas, o intumescimento doloroso e avermelhado das pregas ungueais,
lembrando paroníquia piogênica, pode levar a espessamento e formação de sulcos
transversais das unhas e, por fim, perda das mesmas.
Podem ocorrer lesões alérgicas secundárias, distantes dos focos ativos, que se
caracterizam por serem vesiculares, agrupadas e estéreis. Essas reações são denominadas
candídides.
A candidíase sistêmica é grave. O diagnóstico em vida é difícil devido ao
polimorfismo das lesões, variabilidade de sinais e sintomas que são específicos. O
isolamento do microorganismo do sangue nem sempre é conseguido.
As principais localizações da candidíase sistêmica se verificam nos rins, cérebro,
coração, trato digestivo, brônquios, pulmões e sangue. Febre, mal-estar geral, dor
muscular, erupção cutânea e endoftalmites são alguns dos sintomas mais freqüentes.
Endocardites por Candida ocorrem em pacientes com defeitos vasculares, viciados
em drogas e pacientes imunocomprometidos. Candida tropicalis, Candida parapsilosis são
as espécies mais comuns nesses processos.
EPIDEMIOLOGIA
DIAGNÓSTICO
IMUNIDADE
FATORES DE VIRULÊNCIA
PROFILAXIA
Algumas espécies de fungos são parasitas, ou seja, vivem às custas de outro ser
vivo. No homem, provocam as micoses, que podem afetar a pele, o couro cabeludo, a boca,
a vagina e o ânus, além de órgãos internos, como o pulmão. As mais comuns são a
blastomicose sul-americana, a candidíase (sapinho), a micose interdigital (frieira ou pé-de-
atleta, localizada geralmente entre os dedos dos pés) e a aspergilose. Parte das micoses é de
fácil tratamento. As mais graves, como a blastomicose sul-americana, podem levar a lesões
profundas da pele ou de órgãos internos. O aparecimento da doença é determinado por
diversos fatores, como alimentação, ocupação, tipo de vestuário, lesões preexistentes e
condição imunológica.
A candidíase é uma micose que atinge a superfície cutânea ou membranas mucosas,
resultando em candidíase oral, candidíase vaginal, intertrigo, paroníquia e onicomicose. A
forma mais comum de candidíase oral é a pseudomembranosa, caracterizada por placas
brancas removíveis na mucosa oral (aftas). Outra apresentação clínica é a forma atrófica,
que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. O intertrigo
atinge mais freqüentemente as dobras cutâneas, nuca, virilha e regiões axilares. A infecção
mucocutânea crônica pode estar associada com doenças endócrinas, como diabetes
mellitus, tratamento com antibióticos de amplo espectro ou imunodeficiência, sendo
freqüente na infecção por HIV. Candidíase disseminada ocorre em recém-nascidos de
baixo peso e hospedeiros imunocomprometidos, podendo atingir qualquer órgão e evoluir
para êxito letal.
A transmissão da candidíase se dá pelo contato com secreções da boca, pele e
vagina e dejetos de pessoas contaminadas. Além disso, a mãe pode transmitir este fungo
para o bebê durante o parto. A Candida é tida como um fungo saprófita, ou seja, convive
normalmente com o ser humano saudável em locais como a vagina, a boca e a pele. No
entanto, em momentos de alteração da imunidade (stress, doenças) ou por alterações do
meio-ambiente (como uso de substâncias que alteram o pH vaginal), esse fungo pode se
proliferar e causar sintomas.
A medida preventiva mais importante é a abstenção de interferência no equilíbrio
normal da flora microbiana e nas defesas normais do hospedeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JAWETZ, E. et al. Microbiologia médica. 18 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
PELCZAR JÚNIOR, M. J.; CHAN, E. C. S. & KRIEG, N. R. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2 ed.
São Paulo: Makron Books, 1996.