Anda di halaman 1dari 11

SCRUM

Um Modelo Ágil para Gestão de Projectos de


Software

Décio Ferreira1 , Felipe Costa2 , Filipe Alonso3 , Pedro Alves4 , and Tiago Nunes4
1
ei03037@fe.up.pt
2
ei03041@fe.up.pt
3
ei03044@fe.up.pt
4
ei03083@fe.up.pt
5
ei03101@fe.up.pt

Resumo Scrum é um modelo ágil gestão de projectos de software. Baseia-


se no desenvolvimento incremental das aplicações, centrado na equipa,
permitindo um maior controlo do processo pelo facto de ter ciclos de it-
eração muito curtos. Este documento pretende apresentar a metodologia,
desde o seu nascimento à própria implementação.

1 O que é Scrum?

Antes respondermos a esta questão, devemos primeiro introduzir um outro tema:


o Desenvolvimento Ágil de Software.
Este caracteriza-se como sendo uma forma ”não tradicional”de desenvolver
software, em que (e segundo o Manifesto for Agil Software Development) a pri-
oridade máxima se centra na satisfação do cliente através da entrega antecipada
e contı́nua de software susceptı́vel de avaliação.
Ken Schwaber, co-fundador da metodologia Scrum, envolvido na formação da
Agile Alliance e curiosamente também envolvido na definição de modelos tradi-
cionais como o modelo ”Queda de água”, define esta metodologia recordando
um momento algo divertido:

Quando me perguntaram em que consistia o meu trabalho, respondi que


ajudo pessoas a desenvolver software em 30 dias. E o sujeito olhou para
mim e disse ”Então, não tenho de esperar 180 dias para ter aquilo que
não quero?”Sim, exactamente, nós damos-lhe aquilo que não quer em
30 dias.

Assentando os seus princı́pios fundamentalmente em boas práticas de gestão,


o Scrum assume-se como uma metodologia extremamente ágil e fléxivel. Tem
por objectivo definir um processo iterativo e incremental de desenvolvimento
de produtos ou gestão de projectos. Produz um conjunto de funcionalidades
potencialmente mais próximas do objectivo final no terminar de cada iteração
(normalmente com uma duração de 30 dias). Centrado no trabalho em equipa,
2

melhora a comunicação e maximiza a cooperação, permitindo que cada um faça


o seu melhor e se sinta bem com o que faz, o que mais tarde se reflecte num
aumento de produtividade.
Scrum aplica-se a projectos tanto pequenos como grandes. Esforçando-se para
libertar o processo de quaisquer barreiras, o seu principal objectivo é conseguir
uma avaliação correcta do ambiente em evolução, adaptando-se constantemente
ao caos de interesses e necessidades.
Englobando processos de engenharia, este método não requer nem fornece
qualquer técnica ou método especı́fico para a fase de desenvolvimento de soft-
ware. Scrum apenas estabelece conjuntos de regras e práticas de gestão que
devem ser adoptadas para garantir o sucesso de um projecto.

2 Como nasceu o conceito?

A metodologia Scrum, desenvolvida por Ken Schwaber e Jeff Sutherland e inspi-


rada nas ideias seminais de desenvolvimento rápido e concorrente de produtos
de Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, nasceu da necessidade de encontrar uma
metodologia que abordasse o problema do desenvolvimento de software de uma
forma não tradicional, em que tal como num jogo de Rugby, a equipa age como
um todo para atingir os seus objectivos (”scrum”denomina, no Rugby, uma
equipa aglomerada, em que toda a gente age em conjunto para transportar a
bola pelo campo).
Algumas datas importantes:

– 1993 - Ken Schwaber desenvolveu na ADM uma framework iterativa e in-


cremental;
– 1993 - Metodologia Scrum implementada pela primeira vez por uma equipa
liderada por Jeff Sutherland na Easel Corporation;
– 1994 - Sutherland definiu o Scrum em Easel;
– 1994 - Ken and Jeff refinam Scrum;
– 1996 - IDX usa Scrum em projectos com aproximadamente 600 pessoas;
– 1996 - Scrum é apresentado na OOPSLA (international conference on Object
Oriented Programming Systems, Languages and Applications);
– 2000 - Práticas ”eXtremme Programming”usadas conjuntamente com Scrum
(XP @ Scrum);
– 2001 - Ken Schwaber e Mike Beedle editam o primeiro livro de Scrum;
– 2003 - Certificações Scrum;
3

3 Como se desenvolve software Scrum?

3.1 Vocabulário Especı́fico


Backlog Lista de todas as funcionalidades a serem desenvolvidas durante
o projecto completo, sendo bem definido e detalhado no inicio
do trabalho, deve ser listado e ordenado por prioridade de ex-
ecução.

Sprint Perı́odo não superior a 30 dias, onde o projecto (ou apenas


algumas funcionalidades) é desenvolvido.

Sprint Backlog Trabalho a ser desenvolvido num Sprint de modo a criar um


produto a apresentar ao cliente. Deve ser desenvolvido de forma
incremental, relativa ao Backlog anterior (se existir).

Scrum Reunião diária onde são avaliados os progressos do projecto e


as barreiras encontradas durante o desenvolvimento.

Scrum Meeting Protocolo a seguir de modo a realizar uma reunião Scrum.


Rules

Scrum Team A equipa de desenvolvimento de um Sprint.

Scrum Master Elemento da equipa responsável pela gestão do projecto e lid-


erar as Scrum Meetings, são normalmente engenheiros de soft-
ware ou da área de sistemas. Apesar de ser gestor não tem
propriamente autoridade sobre os demais membros da equipa.
É incentivada a auto-gestão.

3.2 Regras do Scrum

De modo a produzir software correctamente, através do método ágil Scrum,


é necessário respeitar algumas regras de execução, nomeadamente no que diz
respeito ao Backlog, Sprint e Scrum Meeting.
Relativamente ao Backlog, deve ser debatido pela equipa todos os pontos que
devem integrar a lista de funcionalidades da aplicação, sendo de responsabilidade
de uma única pessoa (Scrum Master) a ordenação da lista por prioridade de
execução.
Por sua vez, o Sprint deve ser realizado num perı́odo não superior a 30 dias
e ter uma equipa de trabalho não superior a 9 elementos. Deve também ter um
objectivo bem claro, baseado no Backlog. O Backlog não deve ser modificado
durante a realização do Sprint, com excepção de novas funcionalidades que,
segundo o Scrum Master, tenham influência fundamental no decorrer do projecto
e que possam ser completadas dentro do perı́odo destinado ao Sprint. Se o Sprint
4

estiver a tomar um rumo não desejável, é possı́vel dissolver o Sprint e começar


um novo, baseando este num novo Sprint Backlog.
As Scrum meetings são um ponto de elevada importância no desenvolvimento
do projecto. É nessas reuniões que o Scrum Master deve actualizar-se do decorrer
do projecto e procurar identificar as principais barreiras ao desenvolvimento,
podendo assim agir de uma forma eficaz na sua eliminação.
As reuniões durante um Sprint devem ser diárias, sempre a mesma hora e no
mesmo local e não devem durar mais que 30 minutos.
Toda conversação é restringida às respostas dos elementos às perguntas colo-
cadas pelo Scrum Master, sendo elas:

1. O que desenvolveu desde a última reunião?


2. Que dificuldades encontrou durante o seu trabalho?
3. O que planeia desenvolver até a próxima reunião?

Todos os elementos devem responder as perguntas e com base nas respostas o


Scrum Master deve imediatamente tomar decisões (caso necessárias) por forma
a remover todas as situações que impeçam o bom desenvolvimento do trabalho.

3.3 O Processo Scrum

Para iniciar o processo Scrum, a primeira coisa que é preciso definir é q equipa
constituı́da pelas pessoas designadas para trabalhar e que irão compor a equipa
Scrum. Esta equipa não deve ter mais de 6 a 9 membros. Se houver mais membros
do que o possı́vel gerir, separam-se várias equipas Scrum e cada equipa focar-se-á
numa área especı́fica do trabalho, envolvendo toda a equipa para trabalhar nesta
área especı́fica.
Quantos aos materiais que deverão ser fornecidos a cada equipa, certifique-se
que tem sempre quadros de reunião disponı́veis, marcadores para os quadros,
postits, impressões do backlog do produto e cartões de referência diários para
cada participante, para que todos tenham acesso a toda a informação e os meios
para preparar e compreender cada parte do processo Scrum em qualquer altura.
A próxima coisa a fazer é apontar o Scrum Master, uma vez que é essa
pessoa que conduz as Scrum Meetings, mede o progresso empiricamente, toma
decisões e remove os obstáculos do caminho para não desacelerar ou mesmo
parar o trabalho em pontos crı́ticos. O Scrum Master fica encarregue de, como
referido anteriormente, perguntar a todos os membros da equipa as três questões
mencionadas.
É o Scrum Master que deve ser capaz de tomar decisões imediatas e resolver
todos os impedimentos rapidamente, de modo a não estender o tempo da reunião.
Compete-lhe identificar o backlog inicial, que é todo o trabalho proeminente
para uma área do produto, tanto imediato e bem definido, como a longo prazo
e indefinido.
Para identificar o backlog, a primeira coisa a fazer é listar todo o trabalho con-
hecido necessário fazer e agrupá-lo em incrementos que não devem ter duração
superior a 30 dias. Se houver áreas de trabalho voláteis ou que não possam ser
5

completamente definidas para 30 dias, deve ser estabelecido um incremento para


um tempo conhecido. Depois disto, é preciso listar todo o trabalho proeminente
a fazer e definir prioridades para todos os elementos listados. Uma vez termi-
nado, o backlog deve ser assinado pelos membros das equipas e a partir daı́, só
o backlog criado deverá ser cumprido durante este Sprint para cada área.
A partir deste ponto, para conduzir o trabalho colaborantemente e verificar
o progresso dentro de cada equipa, obriga a uma auto-organização e disciplina,
começar a distribuição de trabalhos e naturalmente, conduzir as reuniões Scrum
diariamente. É vital para que o processo funcione cumprir com os trabalhos
rigorosamente com base nos pontos restantes do Sprint Backlog.
Para isso, é preciso estabelecer e conduzir as reuniões diárias Scrum onde as
equipas se encontram e se actualizam sobre o que se vai fazendo. Isto fornece
um foco diário no trabalho em desenvolvimento. Antes de mais, certifique-se
que as reuniões se realizam sempre à mesma hora e no mesmo local, evitando
gastos na procura diária de um lugar, assim como evita as equipas terem que
diariamente saber onde e quando será a reunião desse dia. Não esquecer que
cada reunião não deve ultrapassar os 30 minutos. Durante este tempo o Scrum
Master cumpre o seu papel em colocar as referidas questões e em resolver todas
as decisões necessárias. Qualquer questão que não responda às três questões
colocadas deverá ser adiada para posteriores reuniões.
No fim de cada Sprint, deve ser feita uma reunião para revisão e demonstração
do Sprint. Para conduzir estas reuniões deve ser eleito um porta-voz para a guiar
e conduzir de forma a obter algumas questões resolvidas e registar a retrospectiva
do grupo do Sprint:

1. Qual o valor acrescentado neste incremento (Demonstração)?


2. O que foi completado do nosso Sprint Backlog?
3. Qual o feedback por parte do Cliente do produto?
4. O que se aconteceu de relevante no grupo durante o Sprint?
5. Como é que cada um se sentiu?
6. O que podemos concluir disso?
7. O que pode ser aplicado para melhorar o próximo processo Sprint?

Podem ser consideradas também alguns linhas guia facilitadoras como fornecer
um blocos de notas a cada equipa para capturar o seu objective das reuniões de
sprint backlog, revisão e demonstração e demais informações que suportem a
sua demonstração, capturando os resultados em câmara digital para rever e con-
frontar se necessário, explicar perfeitamente as regras para que o processo corra
melhor como que a equipa deve trabalhar em conjunto, toda a gente tem que tra-
balhar no Sprint e cada equipa deve demonstrar algo no fim de cada Sprint, não
permitir apresentações em powerpoint nas reuniões uma vez que é uma perda
de tempo tanto na sua concepção como na explicação em reuniões de tempo
reduzido, focar que a equipa deve completar o seu planeamento do Sprint com
um Sprint Backlog num quadro de reunião e que não há papeis predefinidos na
equipa, uma vez que o objectivo é que sigam regras de auto-organização.
6

Figura 1. Descrição do processo scrum

4 Aplicações Práticas

Diz-nos Ken Schwaber (um dos criadores da metodologia) que algumas respostas
comuns à pergunta ”Porque decidiram implementar Scrum?”são ”Não temos
nada a perder”ou ”Não pode ficar pior do que o que já está”. Como já foi
visto, os métodos tradicionais não lidam muito bem com o risco associado ao
desenvolvimento do projecto, pelo que é comum haver organizações a procurar
uma ”salvação”quando se apercebem que estão no caminho do fracasso. Scrum
consegue avaliar o ambiente regularmente e adaptar-se a ele, minimizando os
riscos e produzindo a funcionalidade possı́vel em determinado momento.
No entanto, apenas um terço das organizações que tentam implementar
Scrum como modelo de desenvolvimento conseguem ter sucesso. Na verdade,
as estruturas de desenvolvimento tradicionais impedem, de certo modo, uma
transição fácil para métodos ágeis, devido aos hábitos que incutem. Por exem-
plo, enquanto que tradicionalmente existe um Gestor de Projecto que comanda e
controla as equipas de desenvolvimento, Scrum baseia-se na capacidade de auto-
gestão das equipas. Dá-se até outra designação ao Gestor de Projecto (Scrum
Master), para de certo modo frisar o facto de este não ter autoridade nas equipas.
Outro exemplo é o facto de os intervenientes no desenvolvimento terem, em
Scrum, funções variadas (por forma a maximizar a produtividade da equipa),
em vez de possuirem funções definidas e limitadoras. É exigido um esforço bas-
tante grande no sentido de ultrapassar estes hábitos e conseguir uma viragem
razoavelmente brusca em termos de metodologias. Como diz Schwaber, Scrum
não é milagroso; é, sim, muito e árduo trabalho.
7

Ultrapassadas estas dificuldades (algo bem possı́vel, empresas como a Philips,


Cisco Systems, Siemens, Nokia, Microsoft e Sun Microsystems têm já experiência
no uso deste método), importa a perseverança. Sendo que a cada Sprint se
procura implementar um dado conjunto de requisitos, o normal para uma orga-
nização que começa a usar Scrum é falhar grande parte dos requisitos na primeira
iteração. Razões várias determinam este facto: insegurança, não tão bom conhec-
imento da equipa, dificuldades tecnológicas... Após a segunda iteração, é normal
observar já uma maior aproximação ao proposto e eventualmente, por já dominar
o processo, a equipa consegue uma exactidão notável.
Segundo alguns estudos, durante os primeiros meses de implementação de
Scrum as organizações conseguem cumprir 4/5 requisitos com um custo de 70,000
Euros, com uma média de 100 defeitos na produção. Um ano depois, conseguem
já cumprir o dobro de requisitos pelo mesmo custo e número de defeitos. Ao
segundo ano cumprem já 13/14 requisitos pelo mesmo preço mas já com uma
média de 5 defeitos na produção. Estes números são indicadores da evolução do
processo de implementação da nova metodologia. A preocupação inicial consiste
em conseguir a relação desejada entre a equipa e o cliente e o entrosamento da
própria equipa. Estando este processo cimentado tenta-se melhorar os aspectos
de engenharia inerentes ao desenvolvimento, reduzindo o erro na produção.
É já reconhecida a capacidade dos processos ágeis de aumentar a produ-
tividade. De facto, em termos de Pontos de Função (usados para ”medir”uma
aplicação em termos de funcionalidades) e enquanto que o normal, na indústria,
é de 2 Pontos de Função por pessoa, por mês, um processo ágil (bastante opti-
mizado) consegue alcançar os 77 Pontos de Função por pessoa, por mês. Apesar
deste aumento brutal, a qualidade de vida dos trabalhadores não é de todo afec-
tada pela negativa. Pelo contrário, o carácter colaborativo da filosofia de Scrum,
em que se abolem completamente os cubı́culos de trabalho e as ”ordens de cima”e
se fomenta a resolução de problemas pela via da comunicação entre os elementos,
faz com que se note um aumento significativo na moral das equipas. As pessoas
chegam ao trabalho com grandes expectativas para o dia e geram um ambiente
vibrante. Chega até a ser dito que é possı́vel identificar o método de trabalho de
uma organização simplesmente avaliando o ambiente no seu interior: se o nı́vel
de ruı́do for baixo, não está decerto a usar uma metodologia ágil.
Não é pouco comum implementar outras metodologias em paralelo com
Scrum. Por exemplo, é frequente utilizar o Extreme Programming para colmatar
algumas falhas possı́veis, nomeadamente de qualidade, devidas à velocidade a
que é desenvolvido o software (XP fornece algum controlo já que uma funcional-
idade só é considerada como pronta quando aprovada em testes de unidade e
aceitação). Desta forma é possı́vel uma melhoria ainda mais eficaz nos processos
de desenvolvimento de uma organização.

5 Vantagens vs. Desvantagens

O Scrum apresenta vantagens e desvantagens, tal como qualquer outra metodolo-


gia ou processo de fabrico de software. Pode ser implementado em conjunto com
8

outros métodos para tentar preencher algumas lacunas existentes no Srum, sem
obviamente se conseguir alcançar a perfeição.
O desenvolvimento de software nem sempre se baseia na perfeição. Muitas
vezes é prioritário agradar ao cliente em diversos aspectos, como na rapidez
de entrega e cumprimento de prazos e no acompanhamento deste na evolução
do projecto (o que implica que haja mudanças repentinas e inesperadas na sua
evolução). Para além disso, não devemos ignorar o facto de o cliente ser (geral-
mente) apenas um utilizador e desejar apenas que o programa funcione para o
que ele quer, não lhe importando o modo como o faz acontecer.
Como referido anteriormente, devido à própria natureza de Scrum, a pro-
dutividade irá decerto aumentar. Tal facto não deixa de depender, porém, da
dedicação da gestão do projecto e do rigor na implementação deste método.
Assim sendo, os ”Scrum Masters”devem conhecer o processo profundamente e
praticá-lo o mais rigorosamente possı́vel, de forma a obter a maior produtividade
possı́vel.
Ao nı́vel da inovação, o Scrum fornece uma re-engenharia contı́nua, rápida e
do tipo ”bottom-up”, permitindo mudanças repentinas e em massa ao projecto,
sem grandes prejuı́zos em termos de tempo e custos. Tal é possı́vel a partir do
momento em que o projecto é repartido num conjunto de pequenos problemas,
”pedaços”de um problema maior, muito mais fáceis de gerir do que o projecto
seria na sua forma original. Normalmente, em projectos complexos, a interface
entre os diversos módulos é demasiado complexa devido ao elevado grau de
isolamento dos elementos envolvidos. No caso do Scrum, pelo facto de colocar as
equipas a trabalhar juntas e a comunicar entre si, a integração de todo o trabalho
torna-se bastante mais fácil, já que toda a gente sabe o que toda a gente está a
fazer.
Outra vantagem é o curto intervalo de tempo entre as apresentações do tra-
balho produzido ao cliente. O cliente pode deste modo acompanhar de perto a
evolução do projecto e obter/fornecer feedback frequente acerca das funcionali-
dades do produto. Desenvolve-se desde cedo uma relação com o cliente, constrói-
se confiança e o conhecimento cresce. Como é obvio, também a comunicação entre
os elementos da equipa melhora substancialmente e todos os sucessos ao longo
do projecto são partilhados, o que contribui para que seja criada uma cultura em
que toda a gente envolvida espera de facto que o projecto tenha sucesso, tendo
isso enorme carácter motivador para a equipa. Isto é algo de grande importância
nas organizações actuais. Este método pode no entanto ser aplicado a qual-
quer outro processo, já que é simplesmente um conjunto de valores, princı́pios e
práticas.
No entanto, como qualquer método, também o Scrum apresenta algumas
lacunas difı́ceis e, devido à sua própria natureza, talvez mesmo impossı́veis de
ultrapassar.
O Scrum é um método que exige uma gestão ”on-hand”. Isto implica que
o gestor tem que estar constantemente disposto a efectuar alterações e modi-
ficações, de forma a providenciar assistência e ajudar as equipas a ter sucesso,
removendo as barreiras que surgirem. Tal exige uma monitorização constante.
9

As equipas de desenvolvimento têm ainda que operar adaptativamente num


ambiente complexo, usando processos imprecisos. Isto requer que a gerência con-
fira autoridade de decisão às equipas de desenvolvimento. Os gestores devem
deixar as equipas tomar as suas próprias decisões, permitindo até que estas fal-
hem ao fazê-lo, se necessário. Tudo isto, embora permita uma maior evolução e
desenvoltura em projectos futuros (se com os erros se aprender algo), causa certa-
mente prejuı́zos não só em tempo como também em dinheiro. Permitir prejuı́zos
a curto prazo, porém, pode reflectir-se em benefı́cios a longo prazo.
Além de todos estes factores, há ainda a ter em conta que o Scrum é um
método novo e diferente e que as pessoas, na sua generalidade, são resistentes
à mudança. Isto pode gerar um desconforto inicial com a prática deste método,
podendo ser necessária uma fase de adaptação e, na pior das hipóteses, a possibil-
idade de alguns elementos não se conseguirem adaptar ao ritmo ou metodologia
do Scrum. Sendo que é necessário mexer com toda uma cultura organizacional,
a sua implementação deve ser analisada cuidadosamente. Após a adaptação ao
método, outro problema comum é a possibilidade de alguns membros ou mesmo
sub-gestores não se sentirem confortáveis com as responsabilidades que o Scrum
exige, ou a equipa de gestores não gostarem da falta de visibilidade que passam
a ter.

5.1 Comparação com outros modelos de processo

Figura 2. Tabela de comparação com outras metodologias do sector

Na tabela apresentada podemos verificar que, relativamente a outras metodolo-


gias do sector, o Scrum é a única que, entre outros factores, permite uma flex-
ibilidade e criatividade ilimitadas, ao longo das iterações (reuniões e sucessivas
10

inovações no projecto a cada dia), o que realmente caracteriza este método. A


transferência de conhecimento, como já havia sido dito, é feita ao longo do pro-
jecto em trabalho conjunto e partilha de objectivos alcançados. Conseguindo uma
óptima avaliação do risco, Scrum consegue uma alta probabilidade de sucesso.
É possı́vel fazer uma analogia do futuro das metodologias ágeis com as
metodologias para desenvolvimento de software orientadas a objecto. Da mesma
forma que várias metodologias de desenvolvimento orientadas a objecto surgi-
ram e competiram entre si, surgiram também várias metodologias ágeis. Surgiu
a necessidade de padronização que resultou na notação UML, actualmente um
padrão na indústria de software. Da mesma forma, é possı́vel ver várias metodolo-
gias ágeis em processo de fusão no futuro, principalmente em torno do eXtreme
Programming, a mais aceite. Existe, por exemplo, um movimento para o uso
conjunto do XP com Scrum (XP@Scrum). A XP seria usada para a fase de de-
senvolvimento e a Scrum para o planeamento e gestão do projecto. A integração
das duas metodologias seria relativamente simples, uma vez que compartilham
algumas caracterı́sticas (como a necessidade da presença do cliente, pequenas
releases e o encorajamento de mudanças necessárias para atender os requisitos
reais dos stakeholders).

Concluindo, Scrum vê o desenvolvimento de software de uma forma empı́rica,


muito como um bando de aves migratórias: elas avaliam o estado do tempo e de-
cidem que está demasiado frio para continuarem onde estão; decididas a partir,
analisam uma série de factores para determinar a direcção a seguir; chegando
a um sı́tio suficientemente bom para permanecerem, ficarão por lá, mesmo que
tenham percorrido apenas metade do caminho que inicialmente julgaram que
iriam percorrer. Se o cliente viver durante mais um mês, ele vai mudar de ideias.
Se um projecto durar mais do que um mês, os requisitos irão mudar e o de-
senvolvimento terá de se adaptar a essas mudanças se de facto quiser te-las em
conta. É totalmente infrutı́fero perder tempo, esforço e dinheiro a planear ex-
austivamente um projecto no seu inı́cio se não podemos esperar que o mundo
pare enquanto trabalhamos nele. Não é também de todo útil colocar pessoas,
supostamente parte integrante de uma equipa, a trabalhar em cubı́culos e a
fornecer dados apenas quando lhe são pedidos (o que pode nem chegar a acon-
tecer). O desenvolvimento de software não se assemelha de nenhuma maneira
ao fabrico de automóveis. O software nunca está completamente definido na sua
fase embrionária, e não existe uma linha de produção em que as pessoas mais
à frente nessa linha não precisam de se preocupar com o que outras antes de
si terão feito. Porquê tratar o desenvolvimento de software como um processo
definido, então? Assim sendo, Scrum resume-se a duas palavras: bom senso.

Referências
[Novembro 2005] http://www.controlchaos.com
[Novembro 2005] http://www.jeffsutherland.com
[Novembro 2005] http://www.presidentekennedy.br
[Novembro 2005] http://www.scrumalliance.org
11

[Novembro 2005] http://www.scrum-master.com


[Novembro 2005] http://hubert.blogs.com/dahdidahdi dadadihda/

Anda mungkin juga menyukai