Anda di halaman 1dari 29

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software

http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

A MP 495/2010 COMO SOLUÇÃO ÀS RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO TCU ÀS


FUNDAÇÕES DE APOIO À PESQUISA DAS INSTITUIÇÕES DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA

INTERIM MEASURE 495/10 AS SOLUTION TO RESTRICTIONS IMPOSED BY


TCU IN SCIENCE AND TECHNOLOGY FOUNDATIONS SUPPORT INTITUTIONS

Luís Eduardo Cunha Marques∗

RESUMO: O presente estudo tem por finalidade abordar as inovações introduzidas na pela
MP 495/10 no ordenamento jurídico brasileiro, principalmente no que concerne às atividades
de ciência, tecnologia e inovação. Aqui abordaremos duas questões, sendo a primeira a
resolução do impasse entre o Tribunal de Contas da União e a realidade das instituições de
pesquisa científica. A segunda questão, uma conseqüência da primeira, refere-se à utilização
da condição de Estado-consumidor, agora facilitado pela referida Medida Provisória, para
influenciar o mercado devido ao significativo poder das compras governamentais para
impulsionar a produção doméstica de bens e serviços.

Palavras-chave: Licitação. Compras governamentais. Ciência e tecnologia. Controle e


gestão.Desenvolvimento nacional.

ABSTRACT: This study aims address the innovations introduced by MP 495/2010 in the
Brazilian legal system, especially in relation to the activities of science, technology and
innovation. Here we discuss two issues, the first being the resolution of the deadlock between
the Court of Audit and the reality of scientific research institutions. The
second issue, a consequence of the first, refers to the use of statehood-consumer, now
facilitated by the said Measure, to influence the market due to the significant power of
government purchases to boost domestic production of goods and services.

Keywords: Bids. Government procurement. Science and technology. Control and


management. National development

1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho vamos primeiramente apontar as principais inovações que a MP 495/10


realizou na Lei nº 8.666/93, para, em seguida, nos debruçarmos sobre duas questões
essenciais: como a MP resolveu o impasse entre as Fundações de Amparo a Pesquisas (FAPs)
e Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e o Acórdão nº 2.731/2008 do Tribunal de
Contas da União (TCU), bem como em que medida o impasse resolvido criou condições para
um melhor desenvolvimento do setor de ciência, tecnologia e inovação no Brasil. Assim,
procuramos evidenciar que a MP 495/10 realmente solucionou o impasse do marco legal entre
a realidade das instituições de ciência e tecnologia e o Tribunal de Contas.


Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília; Especialista em Gestão de Políticas
Públicas pela Faculdade Fortium. E-mail: leducmarques@yahoo.com.br
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

A preocupação com este tema faz-se necessária em vista de que no governo do Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva foi dado uma grande ênfase ao setor da ciência, tecnologia e
inovação.

O avanço da ciência no Brasil tem sido notável nas últimas décadas, tanto qualitativa
como quantitativamente. O crescimento do número de artigos publicados em revistas
indexadas tem estado muito acima da média mundial, o que levou o Brasil a ocupar o
13º lugar mundialmente, atingindo, em 2009, 2,69% da produção mundial. Em termos
de impacto relativo médio das publicações do Brasil em cada área de conhecimento,
em relação às respectivas médias mundiais, o País estava à frente dos demais países
do chamado grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), mas bastante ameaçado pela
China e pela Índia. [...] O conhecimento científico-tecnológico, criativo e renovador, é
reconhecido na esfera dos governos federal e estaduais, e crescentemente pela mídia e
a sociedade em geral, como instrumento fundamental para um desenvolvimento
socioeconômico harmônico e sustentável (Livro Azul p. 57).

Contudo, ao final deste período, duas grandes questões emergiam ainda sem solução.
Dentre os diversos temas de maior relevância para o setor de ciência e tecnologia, a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileiras de Ciência (ABC),
em nota técnica (Raupp e Palis, 2010), evidenciaram três mais prementes, tendo em vista o
impacto decorrente do ambiente legal nos quais estão inseridos: (1) regime jurídico de
compras, contratações e parcerias, (2) acesso a biodiversidade e (3) importação de insumos
para a pesquisa. O presente texto abordará o primeiro e o terceiro desses temas por meio do
estudo da recente Medida Provisória 495/10.

Este estudo se fará por meio de uma revisão bibliográfica, ainda que, em virtude da
novidade do instrumento normativo, promulgado como MP em julho de 2010, sofre ainda de
uma escassez bibliográfica, composta basicamente de artigos acadêmicos e notícias de
revistas e jornais eletrônicos. Mas não deixamos de recorrer às leis, à doutrina e a
jurisprudência consagrada para embasarmos nossos argumentos.

Este artigo está dividido em duas partes, cada uma delas correspondendo a nosso
objetivos específicos. A primeira delas apresenta um histórico da evolução das instituições de
coordenação e fomento da ciência e tecnologia no Brasil, culminando com o embate destas
com a atividade de controle externo do Tribunal de Contas a partir de 2008, em decorrência
da revelação das irregularidades na Fundação de Empreendimentos Científicos e
Tecnológicos (FINATEC). Ainda nesta parte abordaremos as recomendações do TCU e as
respostas das FAPs e IFES. Já na segunda parte, apontarei as modificações que a MP 495
introduziu na Lei nº 8.666/93 e como isso possibilitou que o Estado brasileiro, a exemplo de
outros países, pudesse utilizar-se ainda mais dos instrumentos das compras governamentais
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

para induzir o desenvolvimento científico, bem como das instituições de tecnologia e ensino,
harmonizando as reivindicações do controle externo com o desejo de desenvolvimento
nacional dos cientistas.

1. HISTÓRICO

1.1. A Evolução das instituições de coordenação e fomento à pesquisa científica no Brasil


e o seu marco legal

Uma política consistente para organização e financiamento da ciência e tecnologia no


Brasil só se deu a partir de 1985 com a criação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
e da inclusão na Constituição Federal de 1988 de dois artigos relacionados ao tema:

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a


pesquisa e a capacitação tecnológicas.
§ 1º A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo
em vista o bem público e o progresso das ciências.
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos
problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e
regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência,
pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e condições
especiais de trabalho.
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de
tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos
humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado,
desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da
produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica.
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de
modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da
população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal. (BRASIL,
1988).

Antes dessas garantias constitucionais, os órgãos responsáveis pela gestão da ciência e


tecnologias nacionais eram o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), ambos fundados em 1951, e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), de1948. Como estavam subordinados ora a ministérios hoje correspondentes ao
Ministério do Planejamento (MPOG) ora à Presidência da República, não possuíam quase
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

nenhuma autonomia financeira e orçamentária, o que dificultava a concessão de bolsas de


estudos no exterior e o financiamento de pesquisas e compras de equipamentos. Soluções para
este problema começaram a ser esboçadas em 1964, com a criação do Fundo de Tecnologia
(Funtec) pelo então Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE, atual BNDES), bem como
da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), em 1967, que em 1968 passa a banco de
desenvolvimento e, depois, a coordenar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FNDCT), criado em 1969. “Mas nem todos os cientistas brasileiros se
mostraram satisfeitos com algumas dessas medidas, porque elas eram tomadas, por vezes, sem
que eles tivessem sido consultado – a verdade é que muitos nem poderiam ser ouvidos, pois
estavam exilados ou às margens dos processos decisórios (Videira, 2010, p. 99).

Apesar disso, um novo cenário na ciência e tecnologia começava a ser delineado, que
incluía novos mecanismos de financiamento da pesquisa e posteriormente da pós graduação.
As fundações de apoio à pesquisa (FAPs), como a FAPESP, FATEC, FAETEC, FAPEMIG,
proliferaram na década de 1970 e 1980, mas apenas em 1994 uma lei, a Lei 8.958/94 dispôs
sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e
tecnológica e as fundações de apoio.

A maioria das instituições do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) são


pessoas jurídicas pertencentes à Administração Publica direta e indireta. Pela atual legislação,
as fundações de apoio e fomento constituem-se em entidades de direito privado, sem fins
lucrativos, regidas pelo Código Civil Brasileiro. Elas não são criadas por lei nem mantidas
pela União, mas possuem o dever de respeitar a Lei de Licitações e Contratos, a Lei 8.666/93.
Além do mais, devem prestar contas aos órgãos fiscalizadores tanto da instituição apoiada
quanto ao TCU. A Lei 8.958/94 foi alterada pelo Decreto 5.205/04. Para fins deste trabalho
vamos nos ater ao parágrafo terceiro do artigo primeiro do Decreto:

Art. 1º. As instituições de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica


poderão celebrar com as fundações de apoio contratos ou convênios, mediante os
quais essas últimas prestarão às primeiras apoio a projetos de ensino, pesquisa e
extensão, e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, por prazo
determinado.
§3º. Para fins deste Decreto, entende-se por desenvolvimento institucional os
programas, ações, projetos e atividades, inclusive aqueles de natureza infra-
estrutural, que levem à melhoria das condições das instituições federais de ensino
superior e de pesquisa científica e tecnológica para o cumprimento da sua missão
institucional, devidamente consignados em plano institucional aprovado pelo órgão
superior da instituição (Destacou-se; BRASIL, 2004).
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Deter-nos-emos nesse aspecto porque é daí que surgiu toda a controvérsia entre o TCU e as
FAPs, bem como a consequente Medida Provisória 495/10, objeto da nossas pesquisa. A
rigidez dos procedimentos legais e administrativos, mostra-se muitas vezes incompatível com
a dinâmica típica das atividades desenvolvidas pelas instituições de ciência e tecnologia, pois
a quantidade de atos que se tem que produzir para concluir o certame, bem como a
necessidade de se divulgar amplamente os atos, enseja a demora natural do procedimento que
é complexo e repleto de exigências.

1.2. As irregularidades na FINATEC e as recomendações do TCU

A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC), ligada à


Universidade de Brasília (UnB), foi criada em 1992 por professores da UnB para captar
recursos para o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica. Sua inspiração era o
bem-sucedido exemplo de instituições tradicionais como a Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP). Em 2007, uma investigação do Ministério Público do
Distrito Federal concluiu que seu dinheiro estava sendo gasto em finalidades em nada
acadêmicas. A FINATEC estaria sendo usada como uma espécie de fachada por empresas de
consultoria para fechar contratos com órgãos públicos, sem precisar disputar concorrência.
Aproveitava-se uma brecha na legislação, que permite a contratação de fundações ligadas a
entidades de ensino sem a necessidade de licitação pública.

Diante de tais fraquezas da lei, o TCU fez publicar o Acórdão 2.731, de 26 de


novembro de 2008, relatado pelo ministro Aroldo Cedraz, que analisa a atuação das fundações
de apoio à pesquisa das universidades federais à luz Lei 8.958/1994.

O TCU então determinou que o Ministério da Educação editasse, em 180 dias, uma
norma que regulamente o relacionamento das instituições federais de ensino superior (IFES) e
suas fundações de apoio (FAPs) sendo algumas das principais restrições:

i) Ficam proibidos contratos que visem manutenção predial, obras de infra-estrutura,


conservação, limpeza, vigilância, serviços de informática etc

ii) As FAPs ficam proibidas de subcontratar outros órgãos para realizar trabalhos para
os quais foram contratadas.

iii) As IFES terão de divulgar em redes de informação dados sobre seu relacionamento
com FAPs, incluindo detalhes referentes aos valores financeiros gerenciados em parceria
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

iv) Tanto as universidades e demais instituições federais quanto as fundações de apoio


terão de dar publicidade a todos os projetos, planos de trabalho e seleções para a concessão de
bolsas de pesquisa

v) As instituições terão de possuir um teto máximo de valores de bolsas de ensino,


pesquisa e extensão para servidores envolvidos em projetos.

vi) As universidades e demais instituições federais terão de estabelecer com as


fundações de apoio contratos com contas bancárias individualizadas para cada convênio
firmado, estando impedidas de efetuar aditivos para cobrir as despesas desses projetos.

vii) Orientem todas as agências financiadoras, fundo e órgão subordinados (do MEC,
MCT e MPOG) para que não efetuem contratos ou convênios de repasse de recursos
financeiros, com objetivos de fomento à pesquisa científica ou tecnológica, diretamente para
fundações de apoio a IFES, se destinados a projetos abrangidos pela Lei nº 8.958/1994,
hipótese em que tais avenças devem ser feitas diretamente com as IFES.

Essas determinações atingiram profundamente a comunidade científica. A maior


queixa era a de que as universidades não podem transferir tecnologia sem passar pelo
processo licitatório, o que acaba afastando as empresas que, por razões legais, deveriam até
mesmo revelar os segredos para cumprir os quesitos do processo. Contudo houve pronta
reação dos cientistas. Já em dezembro de 2008, a Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) impetrou dois mandados de segurança no STF. No Congresso Nacional houve uma
movimentação por parte dos Deputados Rodrigo Rollemberg, Gilmar Machado, Miro
Teixeira, Flávio Arns e Raquel Teixeira.

O Plenário do TCU, em 26 de março de 2009, por solicitação do MCT e do MEC ,


respondeu às reivindicações dando uma carência de um ano no repasse direto às fundações de
apoio, de modo que em março de 2010 foi publicado no Diário Oficial da União o Acórdão
1.255/2010 do TCU, que analisa contas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e estende
as restrições impostas pela norma de 2008 a todas as ICTs públicas, em todas as esferas de
governo, e não apenas às IFES. Contudo, ainda em sua Sessão Plenária de 26 de maio de
2009, o TCU fixou até 31 de dezembro daquele ano o prazo para cumprimento do subitem
9.4.1 do Acórdão 2.731/2008, que determina a proibição a repasses de verbas federais "com
objetivos de fomento à pesquisa científica ou tecnológica, diretamente para fundações de
apoio a Ifes (instituições federais de ensino superior). Já em maio de 2010, conforme o
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Acórdão 2.035/2010, o TCU também daria prazo de 360 dias para o cumprimento do Acórdão
1.255/2010.

Apesar do abrandamento do TCU, as divergências atingiram o clímax na 4ª


Conferencia Nacional de Ciência e Tecnologia, oportunidade em que a SBPC e a Academia
Brasileira de Ciências (ABC) entregaram ao Presidente da República Luiz Inácio Lula da
Silva e ao Ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende, proposta de Medida Provisória
para um novo marco regulatório em ciência e tecnologia e que suspendesse a aplicação do
Acórdão 2.731 do TCU. No desenho feito pela SBPC e ABC, o regulamento de compras
especiais deverá ser aprovado pela instituição colegiada máxima das instituições e
homologado pelo órgão superior a que elas estão vinculadas. Para garantir a transparência, as
instituições seguiriam uma série de medidas complementares aos mecanismos oficiais de
controle. Excluir ICTs, fundações de apoio e organizações sociais atuantes em pesquisa e
inovação da regulamentação da Lei de Licitações é o cerne do anteprojeto de MP. Como
veremos, essa proposta não foi contemplada na MP.

O anteprojeto partiu de uma ideia simples: entidades envolvidas em atividades de


CT&I podem observar os princípios básicos da administração pública, como moralidade e
economicidade, sem estarem submetidas à rigidez da Lei 8.666/93. “Dessa forma, ela
resolveria as restrições impostas pelo TCU e daria um passo além na desburocratização das
atividades científicas” (Jornal da Ciência, 20 de julho de 2010). “É uma iniciativa importante
para as universidades. Ela contempla as necessidades dos pesquisadores, sem abolir os
controles necessários”, afirmou o reitor da Universidade de Brasília José Geraldo de Sousa Jr.
(UnB Agência, 2010).

2. A MP 495/10 COMO POSSÍVEL SOLUÇÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cedendo à vontade da comunidade científica


nacional, editou no dia 19 de julho de 2010, a Medida Provisória nº. 495, publicada no Diário
Oficial da União em 20 de julho do mesmo ano. Este documento que altera dispositivos de
várias leis, dentre elas a Lei 8.666/93, que dispõe sobre as licitações e contratos
administrativos, a Lei 8.958/94, que trata das relações entre as instituições federais de
ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio, a Lei
10.973/04, que regula os incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo e a Lei 11.273/06, que autoriza a concessão de bolsas de estudo e de
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

pesquisa a participantes de programas de formação inicial e continuada de professores para a


educação básica.

Nesta seção vamos primeiramente ater a todas as inovações que a MP 495/10 realizou
apenas na Lei nº 8.666/93, para, em seguida, nos debruçarmos sobre as duas questões
essenciais deste trabalho: como a MP resolveu o impasse entre as FAPs e IFEs e o TCU, bem
como em que medida o impasse resolvido criou condições para um melhor desenvolvimento
do setor de ciência, tecnologia e inovação no Brasil.

2.1. A MP 495/10 e suas alterações na Lei nº 8.666/93

Desde a sua edição em 1993, a Lei Geral de Licitações (Lei n.⁰ 8.666/93) sofreu

modificações por 18 leis (Santana e Andrade, 2010), não contabilizada a Medida Provisória
que nos motiva a escrever o presente ensaio. As inovações estão contidas nos artigos 3º, 6º, 24
e 57 da Lei nº 8.666/93. Apesar dessas mudança, manteve-se o princípio constitucional da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório entre outros. Segundo Zanotello,
cada um das alterações nesses artigos corresponde às seguintes mudanças no âmbito das
licitações e contratação,que analisaremos a seguir tematicamente:

I -.A Medida Provisória ainda insere algumas definições no art. 6º, por meio dos
incisos XVII, XVIII e XIX. , in verbis:

Art. 6º .......................... ...................................................................................................


XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no
território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem
estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas
pelo Poder Executivo Federal;
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens
e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade
provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um
dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
confiabilidade, segurança e confidencialidade.”

Trata-se de questão relevante visto que a expedição de normas futuras deverá fazer
referência a esses conceitos.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

II - Promoção do desenvolvimento nacional. Esta expressão foi inserida dentre os


princípios da licitação que constituem o art. 3º. da referida Lei, que elenca os objetivos e os
princípios que norteiam as licitações:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da


isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a
promoção do desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos (Destacou-se).

A medida não inova o ordenamento jurídico, uma vez que “garantir o


desenvolvimento nacional” constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil,
conforme disposto no artigo 3°, inciso II da Constituição Federal de 1988. No entanto, a
medida tem como finalidade justificar as demais alterações promovidas pela Medida
Provisória, instrumento pelo qual o Estado-consumidor acaba por intervir no domínio
econômico criando favorecimentos nas contratações públicas e, por conseqüência, estimular
determinados setores da economia (Denobi, 2010).

Desse modo, no tocante aos objetivos, ou seja, o que se pretende atingir quando
se realiza um certame, agora são em número de três:

a) obediência do princípio constitucional da isonomia;

b) obtenção da melhor proposta; e

c) promoção do desenvolvimento nacional.

Para o atingimento deste novo objetivo, além da preferência para aquisição de


produtos manufaturados e prestação de serviços nacionais, poderia a Administração Pública,
em princípio, inserir qualquer exigência no instrumento editalício, desde que tenha por
finalidade promover o desenvolvimento nacional, o que deverá estar devida e
formalmente motivado (Stroppa, 2010).

III - Regras de preferência. Em tese, estabelecer preferências no processo licitatório é


proibido, pelo art. 3º., § 1º, em razão de produtos manufaturados e serviços nacionais
que atendam a normas técnicas brasileiras. Contudo, a MP autoriza-a e, além disso,
dispõe sobre as preferências, nas aquisições de bens e serviços de informática e
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

automação pelo governo federal, àqueles produzidos com tecnologia desenvolvida no


País e produzidos de acordo com processo produtivo básico, nos termos do art. 3º., da Lei
8.248/91.

Art. 3º, §1º, inciso I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu
caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o
disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.

Assim, as disposições contidas nos §§ 5º a 12 do artigo 3º da Lei nº 8.666/93 –


margem de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras – e no artigo 3º da Lei nº 8.248/91 – preferência nas
aquisições de bens e serviços de informática e automação –, não estão classificadas
como condições restritivas de participação (Stroppa, 2010)

IV - Novos critérios de desempate.

Art. 3º, § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será


assegurada preferência, sucessivamente aos bens e serviços:
I - produzidos no País;
II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e
III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País.

Na fase de julgamento das propostas de preço, havendo empate entre, no mínimo,


duas delas, o desempate se fará adotando-se a seguinte ordem de preferência (Stroppa, 2010):

a) bens e serviços produzidos no Brasil –não importa a natureza do capital da


empresa, apenas, o local de produção do bem e serviço.

b) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas brasileiras – mantendo-


se o empate, basta que a empresa tenha sido constituída obedecendo às normas nacionais,
independentemente do capital.

c) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que investem em


pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no Brasil – verificação objetiva do
investimento feito pela empresa.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

V - Margem de preferência. A inclusão dos §§ 5º a 12 no art. 3º da Lei,


dispondo sobre a possibilidade de estabelecer margem de preferência para produtos
manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras. A
inclusão ou não da margem de preferência decorre do exercício de competência
discricionária do administrador. Importante ressaltar que às disposições da Medida Provisória
aplica-se à modalidade licitatória pregão (Lei nº 10.520/ 2002).

Art. 3º ............................. .....................................................................................


§5º Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida margem de
preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras.
§6º A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de
serviços, a que refere o § 5o, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a
até vinte e cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços
estrangeiros.
§7º A margem de preferência de que trata o § 6o será estabelecida com base
em estudos que levem em consideração:
I - geração de emprego e renda;
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
§8º Respeitado o limite estabelecido no § 6o, poderá ser estabelecida margem de
preferência adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
§9º As disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 8o deste artigo não se aplicam quando
não houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de
prestação dos serviços no País.
§10 A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens
e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul -
Mercosul, após a ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul,
celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos
bens e serviços originários de outros países, com os quais o Brasil venha assinar
acordos sobre compras governamentais.
§11 Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão
exigir que o contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles
por ela indicados, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou
acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma
estabelecida pelo Poder Executivo Federal.
§12 Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento
dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos
em ato do Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços
com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo
produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Este estudo sobre margem de preferência, por ser mais extenso, dividi-lo-emos em
cinco partes:

a) Percentual da Margem de preferência - o percentual da margem de


preferência será definido pelo Poder Executivo Federal e não poderá ultrapassar o montante
de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros

b) Requisitos para fixação da margem de preferência. Serão estabelecida com


base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a cinco anos, que levem
em consideração: (i) geração de emprego e renda; (ii) efeito na arrecadação de tributos
federais, estaduais e municipais; (iii) desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no
País; (iv) custo adicional dos produtos e serviços; (v) em suas revisões, análise
retrospectiva de resultados.

c) Margem de preferência adicional para a inovação – será também permitido fixar


margem de preferência adicional para os produtos manufaturados e para os serviços
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.

No entanto, essas disposições não se aplicam quando não houver produção suficiente
de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos serviços no País (Stroppa, 2010).

d) Extensão da margem de preferência - a margem de preferência poderá ser


estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do
Mercado Comum do Sul – Mercosul, após a ratificação do Protocolo de Contratações
Públicas do Mercosul (2006) - e de outros países com os quais o Brasil venha a assinar
acordos sobre compras governamentais.

e) Medidas de compensação – o importante aqui, disposto no §11, é ressaltar que a


MP inova ao incluir “obras” junto de bens e serviço.

Em suma, este artigo não se resume à tentativa de igualar concorrentes em


desvantagem em certames licitatórios, proporcionando maiores chances de competição aos
desfavorecidos, pois com a medida institui-se uma política pública que visa promover a
proteção e o desenvolvimento do mercado nacional, mesmo que com isso o Estado passe a
realizar contratações públicas mais onerosas (Denobi, 2010).

VI. Dispensa de licitação. Aqui chegamos ao cerne da nossa questão, qual seja, a de
avaliarmos se a MP 495/10 resolveu o impasse entre as IFES e as FAPs e o TCU. Antes
relembremos que umas das principais limitações que o TCU impôs em seus acórdãos de 2008
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

foi a de que as fundações não podem mais receber das universidades a responsabilidade de
executar serviços como manutenção predial, obras de infra-estrutura, conservação, limpeza,
vigilância, serviços de informática e fornecimento de mão-de-obra terceirizada. Ou seja, as
fundações deveriam se limitar apenas ao desenvolvimento da pesquisa, que é sua função
primordial. Antes de avaliarmos a harmonia entre o texto produzido pelos congressistas e o
desejo dos cientistas, vamos nos ater ao texto da MP no que diz à dispensa de licitações. Da
mesma forma que fizemos com relação às margens de preferências, vamos dividir este tópico
em quatro partes:

Art. 3o A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas


agências de fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças
estratégicas e o desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas
nacionais, ICT e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para
atividades de pesquisa e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos e
processos inovadores.
Parágrafo único. O apoio previsto neste artigo poderá contemplar as redes e os
projetos internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações de
empreendedorismo tecnológico e de criação de ambientes de inovação, inclusive
incubadoras e parques tecnológicos.
Art. 3º - A Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, como secretaria-
executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -
FNDCT, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
e as Agências Financeiras Oficiais de Fomento poderão realizar convênios e
contratos, nos termos do inciso XIII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993, por prazo determinado, com as fundações de apoio, com a finalidade de
dar apoio às IFES e às ICTs, inclusive na gestão administrativa e financeira dos
projetos mencionados no caput do art. 1o da Lei no 8.958, de 1994, com a
anuência expressa das instituições apoiadas.

Art. 4o As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo determinado, nos


termos de contrato ou convênio:
I - compartilhar seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e
demais instalações com microempresas e empresas de pequeno porte em
atividades voltadas à inovação tecnológica, para a consecução de atividades de
incubação, sem prejuízo de sua atividade finalística;
II - permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, instrumentos,
materiais e demais instalações existentes em suas próprias dependências por
empresas nacionais e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas
para atividades de pesquisa, desde que tal permissão não interfira diretamente
na sua atividade-fim, nem com ela conflite.
Parágrafo único. A permissão e o compartilhamento de que tratam os incisos I e II
do caput deste artigo obedecerão às prioridades, critérios e requisitos aprovados e
divulgados pelo órgão máximo da ICT, observadas as respectivas disponibilidades
e assegurada a igualdade de oportunidades às empresas e organizações interessadas.
Art. 5o Ficam a União e suas entidades autorizadas a participar
minoritariamente do capital de empresa privada de propósito específico que vise ao
desenvolvimento de projetos científicos ou tecnológicos para obtenção de produto ou
processo inovadores.
Parágrafo único. A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos
pertencerá às instituições detentoras do capital social, na proporção da respectiva
participação.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Art. 20. Os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse


público, poderão contratar empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de
direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de
reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de atividades
de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecnológico, para solução de
problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador.
§ 1o Considerar-se-á desenvolvida na vigência do contrato a que se refere o caput
deste artigo a criação intelectual pertinente ao seu objeto cuja proteção seja
requerida pela empresa contratada até 2 (dois) anos após o seu término.
§ 2o Findo o contrato sem alcance integral ou com alcance parcial do resultado
almejado, o órgão ou entidade contratante, a seu exclusivo critério, poderá, mediante
auditoria técnica e financeira, prorrogar seu prazo de duração ou elaborar relatório
final dando-o por encerrado.
§ 3o O pagamento decorrente da contratação prevista no caput deste artigo será
efetuado proporcionalmente ao resultado obtido nas atividades de pesquisa e
desenvolvimento pactuadas.”

a) Nova hipótese de dispensa de licitação. Uma nova hipótese de dispensa de licitação


foi acrescida ao artigo 24, inciso XXXI, da Lei 8.666/93, nas contratações voltadas para
atividades de pesquisa e desenvolvimento científico, que objetivem a geração de
produtos e processos inovadores, ou de risco tecnológico ou para solução de problema
específico, para dar cumprimento ao disposto nos artigos 3º, 4º, 5º. e 20 da Lei nº
10.973/04 (dispõe sobre incentivos à inovação e á pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo), desde que, sejam observados os princípios gerais de contratação nela
constantes.

Art. 24, inciso XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos
arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
observados os princípios gerais de contratação dela constantes.

b) Extensão dos prazos de vigência dos contratos formalizados por dispensa de


licitação. Com fundamento nos incisos IX (comprometimento da segurança nacional), XIX
(compras de matérias de uso pelas Forças Armadas), XXVIII (fornecimento de bens e
serviços, produzidos ou prestados nos país, que envolvam alta complexidade
tecnológica e defesa nacional) e XXXI (pesquisa e desenvolvimento científico), pelo
prazo de até 120 meses, caso haja interesse da Administração.

c) Por fim, ainda com relação aos contratos administrativos, a MP regulou algumas
contratações e convênios que podem ser firmados com dispensa de licitação, baseadas
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

no art. 24, inc. XIII, promovendo adequações no art. 1º. da Lei 8.958/94, visando a
promover o desenvolvimento científico.

Art. 57, inciso V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art.
24, cujos contratos poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja
interesse da administração.

Nova exceção à vigência dos contratos administrativos foi inserida ao artigo 57 da


Lei nº 8.666/93. Desta forma, alguns contratos poderão chegar a até 120 (cento e vinte)
meses, desde que:

1º) decorram de contratações diretas;

2º) exista expressa e formal demonstração do interesse da Administração


contratante; e

3º) tenham como fundamento as hipóteses de dispensa enumeradas nos incisos IX,
XIX, XXVIII e XXXI do artigo 24, quais sejam:

Art.24 ..................................... ........................................................................................


IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
Defesa Nacional;
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no
País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa
nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade
máxima do órgão.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o,
5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios
gerais de contratação dela constantes.

d) Micro e pequenas empresas de base tecnológica. Prevê tratamento preferencial,


diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte, de base
tecnológica, criadas no ambiente das atividades de pesquisa das ICTs, quando da
aquisição de bens e serviços pelas fundações de apoio visando a execução de projetos de
desenvolvimento institucional da instituição apoiada.

Esta hipótese de dispensa de licitação acabou também servindo como medida de


estímulo à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação, buscando na
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

produção científica e tecnológica a obtenção de produtos ou processos inovadores, nas


hipóteses de contratações, visando ao cumprimento do disposto nos artigos. 3º, 4º, 5º e 20 da
Lei nº. 10.973, de 2 de dezembro de 2004 (Denobi, 2010).

2.2. A resolução do impasse com o Acórdão TCU 2.731/2008

De acordo com a leitura dos artigos acima, verifica-se que a MP 495/10 impõe às
fundações, em harmonia com recomendações do Acórdão 2.731/2008 do TCU, entre outras
coisas:

a) publicação na internet a íntegra de seus contratos com os entes federais;

b) publicação de relatórios semestrais de execução dos contratos;

c) publicação da relação dos pagamentos efetuados a servidores ou agentes públicos


de qualquer natureza em decorrência dos contratos; e

d) limites aos objetos de contratação entre as universidades e as fundações, que


somente poderão envolver projetos de pesquisa ou de infra-estrutura de laboratórios1.

A nova redação da Lei 8.958/1994 também deixa claro que a “atuação da fundação de
apoio em projetos de desenvolvimento institucional para melhoria de infraestrutura limitar-se-
á às obras laboratoriais, aquisição de materiais e equipamentos e outros insumos
especificamente relacionados às atividades de inovação e pesquisa científica e tecnológica”

Outro ponto importante: a MP proíbe “a subcontratação total do objeto dos ajustes


realizados pelas IFES e ICTs com as fundações de apoio”, “bem como a subcontratação
parcial que delegue a terceiros a execução do núcleo do objeto contratado”. A subcontratação
ou terceirização abre margem para fraudes.

Em relação às fundações, a MP 495 dá a permissão para que as agências de fomento


do governo, incluídas Finep e CNPq, vinculadas ao Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCT), repassem recursos para projetos de pesquisa, desenvolvimento e
inovação às fundações de apoio das instituições de todos os níveis de governo. Isso
foi conseguido porque a MP vale para instituições federais de Ciências e Tecnologia
ou de ensino superior. A MP permite que as instituições assinem contratos, com prazo
determinado, com suas fundações, para dar apoio a projetos de ensino, pesquisa e
extensão e realizem a gestão administrativa e financeira dos recursos. O dinheiro pode
ser aplicado apenas na melhoria de infraestrutura laboratorial, aquisição de materiais,

1
Atividades como manutenção ou conservação de prédios, vigilância, serviços administrativos passam a ser
proibidas para as fundações, que também não poderão ser mais usadas para contratação indireta de pessoal. Estes
sempre foram pontos duramente combatidos pelo TCU: fundações contratadas sem licitação, não raro com
superfaturamento, para desempenhar serviços e tarefas que não requerem nenhum tipo de especialização e que
nada têm a ver com a pesquisa acadêmica.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

equipamentos e outros insumos especificamente relacionados às atividades de


pesquisa e inovação (Denobi, 2010).

Tais dispositivos constituem um avanço relativamente ao quadro anterior, em que as


entidades privadas movimentavam-se com total desenvoltura, graças aos seus vínculos com
gestores universitários. (Informativo Adusp, nº 310).

Como se vê, as principais diretrizes co Acórdão nº 2.731/2008 do TCU encontraram


receptividade na MP 495/10, não havendo, portanto, maiores divergências entre as
instituições de coordenação e fomento da ciência e tecnologia nacionais e a Corte de Contas.

O atual Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante parece confirmar, em


seu discurso de posse, em janeiro de 2011, esta opinião:

Uma medida de suma importância seria retirar os atuais e graves entraves


burocráticos à pesquisa. Estabeleceremos um diálogo construtivo com as
instituições de controle, como a Anvisa, a Receita Federal, a CGU e o TCU, com
a finalidade de criar regras específicas para o setor, inclusive no que concerne à
importação de componentes indispensáveis às pesquisas. O Estado brasileiro, a
exemplo do que acontece em outros países, precisa dar um voto de confiança aos
pesquisadores e cientistas.
Temos também que ampliar e aprimorar o marco regulatório do incentivo à
pesquisa. A Lei da Informática, a Lei do Bem, a Lei da Inovação, às quais me
dediquei muito como parlamentar, e a recentemente aprovada política de
preferências nas compras governamentais, da qual fui relator no Senado, são
exemplos de como se pode incentivar a pesquisa e a inovação com medidas de
incentivos fiscais indispensáveis. (MERCADANTE, Aloizio, p. 22, 2011).
Por fim, o Livro Azul da Ciência e Tecnologia, documento resultante da 4ª
Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, de maio de 2010, teve suas recomendações
aderidas pela legislação pátria:

Em particular no que se refere à gestão das ICTs, cabem as seguintes recomendações:


1. Criação de um regime jurídico especial para compras e contratações para as
Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e agências de fomento, excepcionando-
as do regime jurídico da Lei 8.666/93.
2. Alteração das normas para aquisições de bens e serviços por parte das fundações
que prestam apoio às ICTs.
8 Utilizar o poder de compra do Estado para o fortalecimento de diferentes setores e a
promoção da inovação. No caso das TICs, para estimular a inovação e a
competitividade das empresas nacionais do setor (BRASIL, 2010b).

2.3. Compras governamentais e o Estado como indutor de ciência, tecnologia e inovação

A segunda questão de nosso trabalho está em uma vez uma vez resolvido o impasse
entre a realidade e o marco legal construído conjuntamente entre o TCU e a comunidade
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

científica, como isso também significou um grande passo para o desenvolvimento da área de

ciência e tecnologia e inovação. O eixo no qual se apoiou a MP n.⁰ 495/10 para traçar as

alterações foi o desenvolvimento nacional. E este, por sua vez, foi baseado através do
instrumento das compras governamentais, utilizada por muitos países como instrumento de
desenvolvimento econômico e incorporação de tecnologia. Um exemplo é o que mostra os
seguintes dados do Ministério do Planejamento (MPOG): de janeiro a setembro de 2010 o
governo federal comprou mais de R$ 7,3 bilhões das micro e pequenas empresas. O número
de micro e pequenas empresas fornecedoras do governo em 2010 foi de 226.654. São 42.393
a mais do que as médias e grandes, 16.327 acima do que o total de 2009 e 96.967 a mais do
que em 20062 (TAVARES, 2010).

A referência a 2006 é importante pois foi neste ano que entrou em vigor a Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/063). Como se sabe, estas não foram as
únicas medidas normativas que possuem critérios de favorecimento em licitações públicas,
conforme se verifica no art. 3º da Lei n° 8.248, de 23 de outubro de 19914 e no Decreto
federal n° 7.174/20105,. Conforme demonstram esses exemplos normativos e a atual MP,
critérios de favorecimento vem sendo criados com o suposto intuito de promover condições
de igualdade entre os concorrentes, não vem necessariamente resultando em compras mais
vantajosas para a Administração. Nos dizeres de Justen Filho (2010, p. 91), isso é o que se
poderia chamar de “utilização promocional da contratação”, onde:

O contrato administrativo seria instrumento de realização de políticas públicas


relacionadas com a realização de valores essenciais à soberania e ao interesse da
Nação brasileira. Ou seja, a contratação seria orientada não apenas à satisfação das
necessidades imediatas da Administração Pública, mas também à concretização de
certos objetivos mediatos e indiretos.
Em que pese eventual discordância quanto a validade desta atuação estatal, fato
inconteste é que os procedimentos de compras públicas vem sendo tratados pelo
Poder Executivo Federal como meio de intervir indiretamente na economia, que por
meio de sua atividade legiferante, utiliza-se de sua condição de consumidor para
estimular determinados setores da economia.

2
A referência a 2006 é importante pois, conforme apontamos acima, foi neste ano que entrou em vigor a Lei
Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), que. garante benefícios que possibilitam aos
micro e pequenos negócios maior participação das compras governamentais.
3
Criou o direito de preferência à contratação de micro empresas e empresas de pequeno porte em situação de
empate ficto, possibilitando que as mesmas cubram o lance da empresa vencedora quando de médio ou grande
porte (artigos. 44 e 45 da LC 123/06), entre outros benefícios
4
Dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e automação.
5
Estabelece o direito de preferência à contratação de produtos nacionais, quando em condições equivalentes de
prazo de entrega, suporte de serviços, qualidade, padronização, compatibilidade e especificação de desempenho
e preço
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Assim como se faz presente no ordenamento jurídico nacional há algum tempo, a


prática de discriminar propostas licitatórias tendo como objetivo o bem comum e o
desenvolvimento nacional, no âmbito internacional essa normatização também se faz
presente, o que, diante da crise econômica internacional de 2008 – 2010, tem sido reforçado.
O Ato de Recuperação e Reinvestimento Americano, de 2009, e o dispositivo Buy American,
em vigor desde 1993, obriga órgãos públicos dos Estados Unidos a darem preferência a
produtos nacionais em certas obras e serviços públicos. A China contempla norma similar,
desde 2002, que estipula orientações para a concessão de preferência a bens e serviços
chineses em compras governamentais, ressalvada a hipótese de indisponibilidade no país. A
Colômbia, desde 2003, instituiu uma margem de preferência entre 10% e 20% para bens ou
serviços nacionais, com vistas a apoiar a indústria nacional por meio da contratação pública.
A Argentina, desde 2001, outorgou preferência aos provedores de bens e serviços de origem
nacional, sempre que os preços forem iguais ou inferiores aos estrangeiros, acrescidos de 7%
em ofertas realizadas por micro e pequenas empresas e de 5%, para outras empresas
(NASSER et alli, 2010).

Este sistema de preferências, evidentemente pautado pela proporcionalidade,


demonstra como a restrição à competitividade proposta resultará na promoção do bem comum
com (Dias, 2010):

(i) a ampliação do investimento direto estrangeiro;

(iii) o acesso a novas tecnologias e a ampliação do domínio do conhecimento


tecnológico;

(iv) a abertura de novos mercados;

(v) o desenvolvimento da indústria nacional;

(vi) o aumento da participação de bens e serviços nacionais no mercado externo;

(vii) a promoção do equilíbrio ou superávit da balança comercial;

(viii) aumento da demanda agregada;

(ix) estímulo à atividade econômica e à geração de emprego e renda;

(x) aumento da competitividade e produtividade entre empresas domésticas,


particularmente no que tange a setores e atividades de pesquisa e desenvolvimento
tecnológico;
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

(xi) mitigação de disparidades regionais; e

(xii) incentivo à geração de emprego em segmentos marginais da força de trabalho.

Assim, a MP 495 promove o desenvolvimento nacional estabelecendo um novo direito


de preferência como critério de desempate para propostas em certames licitatórios que se
encontrem em igualdade de condições.

A medida teve como nítido intuito a proteção do mercado nacional, bem como o
incentivo ao investimento em pesquisa e no desenvolvimento tecnológico do país.
Além dessa medida que desiguala a competitividade entre empresas nacionais e
estrangeiras, ainda dentro do mencionado intuito de promover o desenvolvimento
nacional, criou-se margem de preferência à contratação de produtos manufaturados e
serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras (Denobi, 2010).

Apesar de assegurar a preferência nas compras de bens ou serviços nacionais ou


estrangeiros, mas que investem em pesquisa e desenvolvimento no país, o governo sinaliza
que também poderá comprar de países do Mercosul ou signatários de acordos internacionais
de compras governamentais, aplicando esse mesmo princípio.

A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens e serviços


originários dos Estados Partes do Mercosul, após a ratificação do Protocolo de Contratações
Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá ser estendida, total ou
parcialmente, aos bens e serviços originários de outros países, com os quais o Brasil venha
assinar acordos sobre compras governamentais. A MP, contudo, não esclarece se essas
compras fora do país, que poderão ser feitas, inclusive, com direito de preferência, levarão em
conta a falta de similar nacional.

Outra ressalva que se faz é com relação à previsão legal de exceção à aplicação da
regra geral, nos casos de indisponibilidade dos bens ou dos serviços no país, em razão do
aumento da demanda, da falta de tecnologia desenvolvida, entre outras hipóteses. Ou seja, tais
normas indutoras são constitucionais quando visam ao desenvolvimento do país por meio da
utilização do poder de compra do Estado para estimular a produção doméstica de bens e
serviços (bem como o desenvolvimento tecnológico e científico dos mesmos), desde que não
impossibilitem a aquisição de bens e de serviços necessários ao Estado, nos casos de
inexistência ou insuficiência destes no mercado brasileiro.

Além disso, a nova legislação irá penalizar empresas estrangeiras de menor porte.
Parece mais uma barreira que um incentivo. Como tais organizações menores tendem a
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

oferecer soluções inovadoras, esta situação também pode não vir ao encontro do interesse do
Brasil. Mas essas questões serão resolvidas por novos instrumentos normativos nos próximos
anos, ou então por uma lei específica de licitações para o setor de ciência e tecnologia.

3. CONCLUSÃO

A crescente importância das atividades de ciência e tecnologia na esfera global, a


necessidade de desenvolvimento e projeção do Brasil nessa esfera e a intensificação da
pressão da comunidade científica, resultou na MP 495/10, com o objetivo de procurar
aperfeiçoar os procedimentos de importação de insumos, visando sua facilitação, bem como
ao desenvolvimento nacional e a harmonização da realidade científica com o arcabouço legal.

Neste trabalho debruçarmo-nos sobre as duas questões principais: como a MP


resolveu o impasse entre as FAPs e IFES e o TCU, bem como em que medida o impasse
resolvido criou condições para um melhor desenvolvimento do setor de ciência, tecnologia e
inovação no Brasil. De todos os dispositivos legais citados verificou-se o nítido intuito do
Estado de intervir de forma indireta na economia, criando medidas de estímulo ao mercado
nacional, valendo-se de sua condição de consumidor e agente normativo, promovendo
políticas públicas por meio do instituto das licitações públicas. Nesse sentido, a MP 495
atendeu às recomendações dos Acórdãos 2.731/2008 e 1.255/2010 do TCU. Enfim, com a MP
495/10, ganhou a comunidade científica e o instituto da legalidade e da transparência
representado pelo Tribunal de Contas.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL, 2004. Decreto nº 5.205 de 14/09/2004. Regulamenta a Lei nº


8.958, de 20 de dezembro de 1994, que dispõe sobre as relações entre as instituições federais
de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio

BRASIL. Exposição de Motivos da Medida Provisória N° 495. E.M.I. N°.


104/MP/MF/MEC/MCT. Brasília, 18 de junho de 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _Ato2007-2010/2010/Exm/EMI-104-MP-MF-MEC-
MCT-MPV-495-10.htm>. Acesso em: 18 fev. 2011.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

BRASIL, 1994. Lei nº 8.958/94. Dispõe sobre as relações entre as instituições federais de
ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio e dá outras
providências.

BRASIL, 1993. Lei Nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e
dá outras providências. Diário Oficial [da] União, 22 jun. 1993. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 18 fev. 2011.

BRASIL, 2010a. Medida Provisória nº 495, de 19 de Julho de 2010. Altera as Leis nos 8.666,
de 21 de junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de
2004, e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Mpv/495.htm>. Acesso em: 18
fev. 2011.

BRASIL, 2010b. Livro Azul da 4ª Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação para o


Desenvolvimento Sustentável. Brasília. Ministério da Ciência e Tecnologia/Centro de Gestão
e Estudos Estratégicos, 2010.

DENOBI, Polyana. A MP 495/10 e o Estado consumidor como indutor de políticas


econômicas. Revista de Direito Público, Londrina, v. 5, n. 3, p. 185 – 201, dez. 2010.

DIAS, Ana Carolina Conte de Carvalho. MP 495 vai estimular produção doméstica de bens e
Serviços. Disponível em:http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-noticias/artigos-
especiais/mp-495-vai-estimular-a-producao-domestica-de-bens-e-servicos.html. Acesso em
21 de janeiro de 2011.

Infomativo ADUSP, nº 310. Aduspnet. MP 495 disciplina relação entre IFES e fundações “de
apoio. Disponível em: www.adusp.org.br/notícias/informativo/310/inf31003.html. Acesso em
05 de janiero de 2011.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Jornal da Ciência, Rio de Janeiro: SBPC, 20 de julho de 2010. Medida Provisória resolve
impasse de fundações. JC - e-mail 4056. Disponível em:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72259. Acesso em 10 de janeiro de 2011.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14.


ed. São Paulo: Dialética, 2010.

MERCADANTE, Aloizio. Pronunciamento. Posse Ministério da Ciência e Tecnologia.


Brasília, 03 de janeiro de 2011.

MONTENEGRO, Érica. Secretaria de Comunicação da UnB. UnB Agência, 28 de maio de


2010. Disponível em: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3413.
Acesso em 21 de janeiro de 2011.

NASSER, Rabih, BEVILACQUA, Priscila, e LUCCAS, Victor. Compras Governamentais e


política industrial. Valor on-line. 22 de setembro de 2010. Disponível em:
[http://www.airesadv.com.br/Default.aspx?Tabid=61&ItemID=334

PEREIRA, César A. Guimarães. A MP nº. 495 e as alterações na legislação sobre licitações.


2010. Disponível em: <http://www.justen.com.br//informativo.php?informativo=
42&artigo=458>. Acesso em: 25 jan. 2011.

RAUPP, Marco & PALIS Jr., Jacob. Marco legal adequado às atividades de ciência,
tecnologia e inovação. Nota técnica. 2010.

SANTANA, Jair Eduardo e ANDRADE, Fernanda. Impacto da Medida Provisória n.⁰ 495, de
19 de julho de 2010, nas licitações e nas contratações Públicas. 2010. Disponível em:
www.jairsantana.com.br
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

STROPPA, Christianne de Carvalho. Comentários às Alterações inseridas na Lei nº 8.666/93


pela Medida Provisória nº 495/10. Disponível em:
http://licitacao.uol.com.br/adm/img_upload/Alteracoes_na_Lei_de_Licitacoes_Stroppa.pdf

TAVARES, Dilma. Agência SEBRAE de Notícias, 23/11/2010. Governo comprou mais de R$ 7,3
bilhões de pequenas. Disponível em: http://www.femicro-es.com.br/20101123661/Compras-
Governamentais/governo-comprou-mais-de-r-73-bilhoes-de-pequenas.html. Acesso em 05 de
janeiro de 2011.

TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de Licitações Públicas Comentadas. 3. ed. Ed.
Juspodivum, 2010. Disponível em:
<http://www.editorajuspodivm.com.br/i/f/Nota%20de%20atualiza%C3%A7%C3%A3o%20e
m%20fun%C3%A7%C3%A3o%20da%20MP%20495.2010.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2011.

VIDEIRA, Antônio Augusto Passos. 25 Anos de MCT: raízes históricas da criação de um


ministério. Rio de Janeiro, RJ: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2010.

ZANOTELLO, Simone. A Medida Provisória 495/10 e sua interferência nas licitações. 2010.

5. ANEXO I – Medida Provisória nº 495, de 19 de julho de 2010.

Altera as Leis nos 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e


10.973, de 2 de dezembro de 2004, e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de
fevereiro de 2006.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da


Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1o A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

§ 1o ..........................................................................................
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o
disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
.......................................................................................................................................................
§ 2o ...............................................................................................................................................
I - produzidos no País;
II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e
III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
.......................................................................................................................................................
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida margem de
preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas
brasileiras.
§ 6o A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a
que refere o § 5o, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a até vinte e cinco por
cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
§ 7o A margem de preferência de que trata o § 6o será estabelecida com base em estudos que
levem em consideração:
I - geração de emprego e renda;
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
§ 8o Respeitado o limite estabelecido no § 6o, poderá ser estabelecida margem de preferência
adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 8o deste artigo não se aplicam quando não
houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos serviços
no País.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens e serviços
originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul, após a ratificação do
Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá
ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários de outros países, com os
quais o Brasil venha assinar acordos sobre compras governamentais.
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão exigir que o
contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles por ela indicados,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas
de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo
Federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos
sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia
desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a
Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001." (NR)
"Art. 6o .........................................................................................................................................
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território
nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem estabelecidas pelo
Poder Executivo Federal;
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo
Poder Executivo Federal;
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de
tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à
administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados
às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade." (NR)
"Art. 24. ........................................................................................................................................
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei
no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes.
............................................................................................................................................" (NR)
"Art.57...........................................................................................................................................
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos
poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da administração.
............................................................................................................................................" (NR)
Art. 2o O disposto nesta Medida Provisória aplica-se à modalidade licitatória pregão, de que
trata a Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002.
Art. 3o A Lei no 8.958, de 20 de dezembro de 1994, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 1o As Instituições Federais de Ensino Superior - IFES, bem como as Instituições
Científicas e Tecnológicas - ICTs, sobre as quais dispõe a Lei no 10.973, de 2 de dezembro de
2004, poderão realizar convênios e contratos, nos termos do inciso XIII do art. 24 da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993, por prazo determinado, com fundações instituídas com a
finalidade de dar apoio a projetos de ensino, pesquisa e extensão e de desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico, inclusive na gestão administrativa e financeira
estritamente necessária à execução desses projetos.
§ 1o Para os fins do que dispõe esta Lei, entende-se por desenvolvimento institucional os
programas, projetos, atividades e operações especiais, inclusive de natureza infraestrutural,
material e laboratorial, que levem à melhoria mensurável das condições das IFES e das ICTs,
para cumprimento eficiente e eficaz de sua missão, conforme descrita no plano de
desenvolvimento institucional, vedada, em qualquer caso, a contratação de objetos genéricos,
desvinculados de projetos específicos.
§ 2o A atuação da fundação de apoio em projetos de desenvolvimento institucional para
melhoria de infraestrutura limitar-se-á às obras laboratoriais, aquisição de materiais e
equipamentos e outros insumos especificamente relacionados às atividades de inovação e
pesquisa científica e tecnológica.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

§ 3o É vedado o enquadramento, no conceito de desenvolvimento institucional, de:


I - atividades como manutenção predial ou infraestrutural, conservação, limpeza, vigilância,
reparos, copeiragem, recepção, secretariado, serviços administrativos na área de informática,
gráficos, reprográficos e de telefonia e demais atividades administrativas de rotina, bem como
suas respectivas expansões vegetativas, inclusive por meio do aumento no número total de
pessoal; e
II - realização de outras tarefas que não estejam objetivamente definidas no Plano de
Desenvolvimento Institucional da instituição apoiada.
§ 4o É vedada a subcontratação total do objeto dos ajustes realizados pelas IFES e ICTs com
as fundações de apoio, com base no disposto nesta Lei, bem como a subcontratação parcial
que delegue a terceiros a execução do núcleo do objeto contratado.
§ 5o Os materiais e equipamentos adquiridos com recursos transferidos com fundamento no §
2o integrarão o patrimônio da IFES ou ICT contratante." (NR)
"Art. 2o As fundações a que se refere o art. 1o deverão estar constituídas na forma de
fundações de direito privado, sem fins lucrativos, regidas pelo Código Civil Brasileiro e por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre a observância dos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência, e sujeitas,
em especial:
..........................................................................................................................................." (NR)
"Art. 4o As IFES e ICTs contratantes poderão autorizar, de acordo com as normas aprovadas
pelo órgão de direção superior competente e limites e condições previstos em regulamento, a
participação de seus servidores nas atividades realizadas pelas fundações referidas no art. 1o
desta Lei, sem prejuízo de suas atribuições funcionais.
§ 1o A participação de servidores das IFES e ICTs contratantes nas atividades previstas no
art. 1o desta Lei, autorizada nos termos deste artigo, não cria vínculo empregatício de
qualquer natureza, podendo as fundações contratadas, para sua execução, concederem bolsas
de ensino, de pesquisa e de extensão, de acordo com os parâmetros a serem fixados em
regulamento.
.......................................................................................................................................................
§ 3o É vedada a utilização dos contratados referidos no caput para contratação de pessoal
administrativo, de manutenção, docentes ou pesquisadores para prestarem serviços ou atender
a necessidades de caráter permanente das IFES e ICTs contratantes." (NR)
"Art. 5o Fica vedado às IFES e ICTs contratantes pagamento de débitos contraídos pelas
instituições contratadas na forma desta Lei e a responsabilidade a qualquer título, em relação
ao pessoal por estas contratado, inclusive na utilização de pessoal da instituição, conforme
previsto no art. 4o desta Lei." (NR)
"Art. 6o No cumprimento das finalidades referidas nesta Lei, poderão as fundações de apoio,
por meio de instrumento legal próprio, utilizar-se de bens e serviços das IFES e ICTs
contratantes, mediante ressarcimento, e pelo prazo estritamente necessário à elaboração e
execução do projeto de ensino, pesquisa e extensão e de desenvolvimento institucional,
científico e tecnológico de efetivo interesse das IFES e ICTS contratantes e objeto do contrato
firmado." (NR)
Art. 4o A Lei no 8.958, de 1994, passa a vigorar acrescida dos seguintes dispositivos:
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

"Art. 1o-A. A Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, como secretaria-executiva do


Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e as Agências Financeiras
Oficiais de Fomento poderão realizar convênios e contratos, nos termos do inciso XIII do art.
24 da Lei no 8.666, de 1993, por prazo determinado, com as fundações de apoio, com
finalidade de dar apoio às IFES e às ICTs, inclusive na gestão administrativa e financeira dos
projetos mencionados no caput do art. 1o, com a anuência expressa das instituições apoiadas."
(NR)
"Art. 4o-A. Serão divulgados, na íntegra, em sítio mantido pela fundação de apoio na rede
mundial de computadores - internet: I - os instrumentos contratuais de que trata esta Lei,
firmados e mantidos pela fundação de apoio com as IFES, ICTs, FINEP, CNPq e Agências
Financeiras Oficiais de Fomento;
II - os relatórios semestrais de execução dos contratos de que trata o inciso I, indicando os
valores executados, as atividades, as obras e os serviços realizados, discriminados por projeto,
unidade acadêmica ou pesquisa beneficiária; e
III - a relação dos pagamentos efetuados a servidores ou agentes públicos de qualquer
natureza em decorrência dos contratos de que trata o inciso I." (NR)
"Art. 4o-B. As fundações de apoio poderão conceder bolsas de ensino, pesquisa e extensão e
de estímulo à inovação aos alunos de graduação e pós-graduação vinculadas a projetos
institucionais das IFES e ICTs apoiadas, na forma da regulamentação específica, observados
os princípios referidos no art. 2o." (NR)
Art. 5o A Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 2o .........................................................................................................................................
V - Instituição Científica e Tecnológica - ICT: órgão ou entidade da administração pública
cuja missão institucional seja preponderantemente voltada à execução de atividades de
pesquisa básica ou aplicada de caráter científico, tecnológico ou de inovação;
.......................................................................................................................................................
VII - instituição de apoio - fundação criada com a finalidade de dar apoio a projetos de
pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de
interesse das IFES e ICTs, registrada e credenciada nos Ministérios da Educação e da Ciência
e Tecnologia, nos termos da Lei no 8.958, de 20 de dezembro de 1994.
............................................................................................................................................" (NR)
"Art. 27. .....................................................................................................................................
IV - dar tratamento preferencial, diferenciado e favorecido, na aquisição de bens e serviços
pelo poder público e pelas fundações de apoio para a execução de projetos de
desenvolvimento institucional da instituição apoiada, nos termos da Lei no 8.958, de 1994, às
empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País e às
microempresas e empresas de pequeno porte de base tecnológica, criadas no ambiente das
atividades de pesquisa das ICTs." (NR)
Art. 6o A Lei no 10.973, de 2004, passa a vigorar acrescida do seguinte dispositivo:
"Art. 3o-A. A Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, como secretaria-executiva do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e as Agências Financeiras
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Oficiais de Fomento poderão realizar convênios e contratos, nos termos do inciso XIII do art.
24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, por prazo determinado, com as fundações de
apoio, com a finalidade de dar apoio às IFES e às ICTs, inclusive na gestão administrativa e
financeira dos projetos mencionados no caput do art. 1o da Lei no 8.958, de 1994, com a
anuência expressa das instituições apoiadas." (NR)
Art. 7o Fica revogado o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006.
Art. 8o Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 19 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Guido Mantega
Fernando Haddad
Paulo Bernardo Silva
Sérgio Machado Rezende

Anda mungkin juga menyukai