RESUMO: O presente estudo tem por finalidade abordar as inovações introduzidas na pela
MP 495/10 no ordenamento jurídico brasileiro, principalmente no que concerne às atividades
de ciência, tecnologia e inovação. Aqui abordaremos duas questões, sendo a primeira a
resolução do impasse entre o Tribunal de Contas da União e a realidade das instituições de
pesquisa científica. A segunda questão, uma conseqüência da primeira, refere-se à utilização
da condição de Estado-consumidor, agora facilitado pela referida Medida Provisória, para
influenciar o mercado devido ao significativo poder das compras governamentais para
impulsionar a produção doméstica de bens e serviços.
ABSTRACT: This study aims address the innovations introduced by MP 495/2010 in the
Brazilian legal system, especially in relation to the activities of science, technology and
innovation. Here we discuss two issues, the first being the resolution of the deadlock between
the Court of Audit and the reality of scientific research institutions. The
second issue, a consequence of the first, refers to the use of statehood-consumer, now
facilitated by the said Measure, to influence the market due to the significant power of
government purchases to boost domestic production of goods and services.
1. INTRODUÇÃO
∗
Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília; Especialista em Gestão de Políticas
Públicas pela Faculdade Fortium. E-mail: leducmarques@yahoo.com.br
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A preocupação com este tema faz-se necessária em vista de que no governo do Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva foi dado uma grande ênfase ao setor da ciência, tecnologia e
inovação.
O avanço da ciência no Brasil tem sido notável nas últimas décadas, tanto qualitativa
como quantitativamente. O crescimento do número de artigos publicados em revistas
indexadas tem estado muito acima da média mundial, o que levou o Brasil a ocupar o
13º lugar mundialmente, atingindo, em 2009, 2,69% da produção mundial. Em termos
de impacto relativo médio das publicações do Brasil em cada área de conhecimento,
em relação às respectivas médias mundiais, o País estava à frente dos demais países
do chamado grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), mas bastante ameaçado pela
China e pela Índia. [...] O conhecimento científico-tecnológico, criativo e renovador, é
reconhecido na esfera dos governos federal e estaduais, e crescentemente pela mídia e
a sociedade em geral, como instrumento fundamental para um desenvolvimento
socioeconômico harmônico e sustentável (Livro Azul p. 57).
Contudo, ao final deste período, duas grandes questões emergiam ainda sem solução.
Dentre os diversos temas de maior relevância para o setor de ciência e tecnologia, a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileiras de Ciência (ABC),
em nota técnica (Raupp e Palis, 2010), evidenciaram três mais prementes, tendo em vista o
impacto decorrente do ambiente legal nos quais estão inseridos: (1) regime jurídico de
compras, contratações e parcerias, (2) acesso a biodiversidade e (3) importação de insumos
para a pesquisa. O presente texto abordará o primeiro e o terceiro desses temas por meio do
estudo da recente Medida Provisória 495/10.
Este estudo se fará por meio de uma revisão bibliográfica, ainda que, em virtude da
novidade do instrumento normativo, promulgado como MP em julho de 2010, sofre ainda de
uma escassez bibliográfica, composta basicamente de artigos acadêmicos e notícias de
revistas e jornais eletrônicos. Mas não deixamos de recorrer às leis, à doutrina e a
jurisprudência consagrada para embasarmos nossos argumentos.
Este artigo está dividido em duas partes, cada uma delas correspondendo a nosso
objetivos específicos. A primeira delas apresenta um histórico da evolução das instituições de
coordenação e fomento da ciência e tecnologia no Brasil, culminando com o embate destas
com a atividade de controle externo do Tribunal de Contas a partir de 2008, em decorrência
da revelação das irregularidades na Fundação de Empreendimentos Científicos e
Tecnológicos (FINATEC). Ainda nesta parte abordaremos as recomendações do TCU e as
respostas das FAPs e IFES. Já na segunda parte, apontarei as modificações que a MP 495
introduziu na Lei nº 8.666/93 e como isso possibilitou que o Estado brasileiro, a exemplo de
outros países, pudesse utilizar-se ainda mais dos instrumentos das compras governamentais
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para induzir o desenvolvimento científico, bem como das instituições de tecnologia e ensino,
harmonizando as reivindicações do controle externo com o desejo de desenvolvimento
nacional dos cientistas.
1. HISTÓRICO
Apesar disso, um novo cenário na ciência e tecnologia começava a ser delineado, que
incluía novos mecanismos de financiamento da pesquisa e posteriormente da pós graduação.
As fundações de apoio à pesquisa (FAPs), como a FAPESP, FATEC, FAETEC, FAPEMIG,
proliferaram na década de 1970 e 1980, mas apenas em 1994 uma lei, a Lei 8.958/94 dispôs
sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e
tecnológica e as fundações de apoio.
Deter-nos-emos nesse aspecto porque é daí que surgiu toda a controvérsia entre o TCU e as
FAPs, bem como a consequente Medida Provisória 495/10, objeto da nossas pesquisa. A
rigidez dos procedimentos legais e administrativos, mostra-se muitas vezes incompatível com
a dinâmica típica das atividades desenvolvidas pelas instituições de ciência e tecnologia, pois
a quantidade de atos que se tem que produzir para concluir o certame, bem como a
necessidade de se divulgar amplamente os atos, enseja a demora natural do procedimento que
é complexo e repleto de exigências.
O TCU então determinou que o Ministério da Educação editasse, em 180 dias, uma
norma que regulamente o relacionamento das instituições federais de ensino superior (IFES) e
suas fundações de apoio (FAPs) sendo algumas das principais restrições:
ii) As FAPs ficam proibidas de subcontratar outros órgãos para realizar trabalhos para
os quais foram contratadas.
iii) As IFES terão de divulgar em redes de informação dados sobre seu relacionamento
com FAPs, incluindo detalhes referentes aos valores financeiros gerenciados em parceria
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vii) Orientem todas as agências financiadoras, fundo e órgão subordinados (do MEC,
MCT e MPOG) para que não efetuem contratos ou convênios de repasse de recursos
financeiros, com objetivos de fomento à pesquisa científica ou tecnológica, diretamente para
fundações de apoio a IFES, se destinados a projetos abrangidos pela Lei nº 8.958/1994,
hipótese em que tais avenças devem ser feitas diretamente com as IFES.
Acórdão 2.035/2010, o TCU também daria prazo de 360 dias para o cumprimento do Acórdão
1.255/2010.
Nesta seção vamos primeiramente ater a todas as inovações que a MP 495/10 realizou
apenas na Lei nº 8.666/93, para, em seguida, nos debruçarmos sobre as duas questões
essenciais deste trabalho: como a MP resolveu o impasse entre as FAPs e IFEs e o TCU, bem
como em que medida o impasse resolvido criou condições para um melhor desenvolvimento
do setor de ciência, tecnologia e inovação no Brasil.
Desde a sua edição em 1993, a Lei Geral de Licitações (Lei n.⁰ 8.666/93) sofreu
modificações por 18 leis (Santana e Andrade, 2010), não contabilizada a Medida Provisória
que nos motiva a escrever o presente ensaio. As inovações estão contidas nos artigos 3º, 6º, 24
e 57 da Lei nº 8.666/93. Apesar dessas mudança, manteve-se o princípio constitucional da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório entre outros. Segundo Zanotello,
cada um das alterações nesses artigos corresponde às seguintes mudanças no âmbito das
licitações e contratação,que analisaremos a seguir tematicamente:
I -.A Medida Provisória ainda insere algumas definições no art. 6º, por meio dos
incisos XVII, XVIII e XIX. , in verbis:
Trata-se de questão relevante visto que a expedição de normas futuras deverá fazer
referência a esses conceitos.
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Desse modo, no tocante aos objetivos, ou seja, o que se pretende atingir quando
se realiza um certame, agora são em número de três:
Art. 3º, §1º, inciso I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu
caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o
disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.
Este estudo sobre margem de preferência, por ser mais extenso, dividi-lo-emos em
cinco partes:
No entanto, essas disposições não se aplicam quando não houver produção suficiente
de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos serviços no País (Stroppa, 2010).
VI. Dispensa de licitação. Aqui chegamos ao cerne da nossa questão, qual seja, a de
avaliarmos se a MP 495/10 resolveu o impasse entre as IFES e as FAPs e o TCU. Antes
relembremos que umas das principais limitações que o TCU impôs em seus acórdãos de 2008
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foi a de que as fundações não podem mais receber das universidades a responsabilidade de
executar serviços como manutenção predial, obras de infra-estrutura, conservação, limpeza,
vigilância, serviços de informática e fornecimento de mão-de-obra terceirizada. Ou seja, as
fundações deveriam se limitar apenas ao desenvolvimento da pesquisa, que é sua função
primordial. Antes de avaliarmos a harmonia entre o texto produzido pelos congressistas e o
desejo dos cientistas, vamos nos ater ao texto da MP no que diz à dispensa de licitações. Da
mesma forma que fizemos com relação às margens de preferências, vamos dividir este tópico
em quatro partes:
Art. 24, inciso XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos
arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
c) Por fim, ainda com relação aos contratos administrativos, a MP regulou algumas
contratações e convênios que podem ser firmados com dispensa de licitação, baseadas
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no art. 24, inc. XIII, promovendo adequações no art. 1º. da Lei 8.958/94, visando a
promover o desenvolvimento científico.
Art. 57, inciso V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art.
24, cujos contratos poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja
interesse da administração.
3º) tenham como fundamento as hipóteses de dispensa enumeradas nos incisos IX,
XIX, XXVIII e XXXI do artigo 24, quais sejam:
De acordo com a leitura dos artigos acima, verifica-se que a MP 495/10 impõe às
fundações, em harmonia com recomendações do Acórdão 2.731/2008 do TCU, entre outras
coisas:
A nova redação da Lei 8.958/1994 também deixa claro que a “atuação da fundação de
apoio em projetos de desenvolvimento institucional para melhoria de infraestrutura limitar-se-
á às obras laboratoriais, aquisição de materiais e equipamentos e outros insumos
especificamente relacionados às atividades de inovação e pesquisa científica e tecnológica”
1
Atividades como manutenção ou conservação de prédios, vigilância, serviços administrativos passam a ser
proibidas para as fundações, que também não poderão ser mais usadas para contratação indireta de pessoal. Estes
sempre foram pontos duramente combatidos pelo TCU: fundações contratadas sem licitação, não raro com
superfaturamento, para desempenhar serviços e tarefas que não requerem nenhum tipo de especialização e que
nada têm a ver com a pesquisa acadêmica.
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A segunda questão de nosso trabalho está em uma vez uma vez resolvido o impasse
entre a realidade e o marco legal construído conjuntamente entre o TCU e a comunidade
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científica, como isso também significou um grande passo para o desenvolvimento da área de
ciência e tecnologia e inovação. O eixo no qual se apoiou a MP n.⁰ 495/10 para traçar as
alterações foi o desenvolvimento nacional. E este, por sua vez, foi baseado através do
instrumento das compras governamentais, utilizada por muitos países como instrumento de
desenvolvimento econômico e incorporação de tecnologia. Um exemplo é o que mostra os
seguintes dados do Ministério do Planejamento (MPOG): de janeiro a setembro de 2010 o
governo federal comprou mais de R$ 7,3 bilhões das micro e pequenas empresas. O número
de micro e pequenas empresas fornecedoras do governo em 2010 foi de 226.654. São 42.393
a mais do que as médias e grandes, 16.327 acima do que o total de 2009 e 96.967 a mais do
que em 20062 (TAVARES, 2010).
A referência a 2006 é importante pois foi neste ano que entrou em vigor a Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/063). Como se sabe, estas não foram as
únicas medidas normativas que possuem critérios de favorecimento em licitações públicas,
conforme se verifica no art. 3º da Lei n° 8.248, de 23 de outubro de 19914 e no Decreto
federal n° 7.174/20105,. Conforme demonstram esses exemplos normativos e a atual MP,
critérios de favorecimento vem sendo criados com o suposto intuito de promover condições
de igualdade entre os concorrentes, não vem necessariamente resultando em compras mais
vantajosas para a Administração. Nos dizeres de Justen Filho (2010, p. 91), isso é o que se
poderia chamar de “utilização promocional da contratação”, onde:
2
A referência a 2006 é importante pois, conforme apontamos acima, foi neste ano que entrou em vigor a Lei
Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), que. garante benefícios que possibilitam aos
micro e pequenos negócios maior participação das compras governamentais.
3
Criou o direito de preferência à contratação de micro empresas e empresas de pequeno porte em situação de
empate ficto, possibilitando que as mesmas cubram o lance da empresa vencedora quando de médio ou grande
porte (artigos. 44 e 45 da LC 123/06), entre outros benefícios
4
Dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e automação.
5
Estabelece o direito de preferência à contratação de produtos nacionais, quando em condições equivalentes de
prazo de entrega, suporte de serviços, qualidade, padronização, compatibilidade e especificação de desempenho
e preço
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A medida teve como nítido intuito a proteção do mercado nacional, bem como o
incentivo ao investimento em pesquisa e no desenvolvimento tecnológico do país.
Além dessa medida que desiguala a competitividade entre empresas nacionais e
estrangeiras, ainda dentro do mencionado intuito de promover o desenvolvimento
nacional, criou-se margem de preferência à contratação de produtos manufaturados e
serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras (Denobi, 2010).
Outra ressalva que se faz é com relação à previsão legal de exceção à aplicação da
regra geral, nos casos de indisponibilidade dos bens ou dos serviços no país, em razão do
aumento da demanda, da falta de tecnologia desenvolvida, entre outras hipóteses. Ou seja, tais
normas indutoras são constitucionais quando visam ao desenvolvimento do país por meio da
utilização do poder de compra do Estado para estimular a produção doméstica de bens e
serviços (bem como o desenvolvimento tecnológico e científico dos mesmos), desde que não
impossibilitem a aquisição de bens e de serviços necessários ao Estado, nos casos de
inexistência ou insuficiência destes no mercado brasileiro.
Além disso, a nova legislação irá penalizar empresas estrangeiras de menor porte.
Parece mais uma barreira que um incentivo. Como tais organizações menores tendem a
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oferecer soluções inovadoras, esta situação também pode não vir ao encontro do interesse do
Brasil. Mas essas questões serão resolvidas por novos instrumentos normativos nos próximos
anos, ou então por uma lei específica de licitações para o setor de ciência e tecnologia.
3. CONCLUSÃO
4. REFERÊNCIAS
BRASIL, 1994. Lei nº 8.958/94. Dispõe sobre as relações entre as instituições federais de
ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio e dá outras
providências.
BRASIL, 1993. Lei Nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e
dá outras providências. Diário Oficial [da] União, 22 jun. 1993. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 18 fev. 2011.
BRASIL, 2010a. Medida Provisória nº 495, de 19 de Julho de 2010. Altera as Leis nos 8.666,
de 21 de junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de
2004, e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Mpv/495.htm>. Acesso em: 18
fev. 2011.
DIAS, Ana Carolina Conte de Carvalho. MP 495 vai estimular produção doméstica de bens e
Serviços. Disponível em:http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-noticias/artigos-
especiais/mp-495-vai-estimular-a-producao-domestica-de-bens-e-servicos.html. Acesso em
21 de janeiro de 2011.
Infomativo ADUSP, nº 310. Aduspnet. MP 495 disciplina relação entre IFES e fundações “de
apoio. Disponível em: www.adusp.org.br/notícias/informativo/310/inf31003.html. Acesso em
05 de janiero de 2011.
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Jornal da Ciência, Rio de Janeiro: SBPC, 20 de julho de 2010. Medida Provisória resolve
impasse de fundações. JC - e-mail 4056. Disponível em:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72259. Acesso em 10 de janeiro de 2011.
RAUPP, Marco & PALIS Jr., Jacob. Marco legal adequado às atividades de ciência,
tecnologia e inovação. Nota técnica. 2010.
SANTANA, Jair Eduardo e ANDRADE, Fernanda. Impacto da Medida Provisória n.⁰ 495, de
19 de julho de 2010, nas licitações e nas contratações Públicas. 2010. Disponível em:
www.jairsantana.com.br
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TAVARES, Dilma. Agência SEBRAE de Notícias, 23/11/2010. Governo comprou mais de R$ 7,3
bilhões de pequenas. Disponível em: http://www.femicro-es.com.br/20101123661/Compras-
Governamentais/governo-comprou-mais-de-r-73-bilhoes-de-pequenas.html. Acesso em 05 de
janeiro de 2011.
TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de Licitações Públicas Comentadas. 3. ed. Ed.
Juspodivum, 2010. Disponível em:
<http://www.editorajuspodivm.com.br/i/f/Nota%20de%20atualiza%C3%A7%C3%A3o%20e
m%20fun%C3%A7%C3%A3o%20da%20MP%20495.2010.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2011.
ZANOTELLO, Simone. A Medida Provisória 495/10 e sua interferência nas licitações. 2010.
Art. 1o A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
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§ 1o ..........................................................................................
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o
disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
.......................................................................................................................................................
§ 2o ...............................................................................................................................................
I - produzidos no País;
II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e
III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
.......................................................................................................................................................
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida margem de
preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas
brasileiras.
§ 6o A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a
que refere o § 5o, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a até vinte e cinco por
cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
§ 7o A margem de preferência de que trata o § 6o será estabelecida com base em estudos que
levem em consideração:
I - geração de emprego e renda;
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
§ 8o Respeitado o limite estabelecido no § 6o, poderá ser estabelecida margem de preferência
adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 8o deste artigo não se aplicam quando não
houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos serviços
no País.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens e serviços
originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul, após a ratificação do
Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá
ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários de outros países, com os
quais o Brasil venha assinar acordos sobre compras governamentais.
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão exigir que o
contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles por ela indicados,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas
de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo
Federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos
sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do
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Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia
desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a
Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001." (NR)
"Art. 6o .........................................................................................................................................
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território
nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem estabelecidas pelo
Poder Executivo Federal;
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo
Poder Executivo Federal;
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de
tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à
administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados
às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade." (NR)
"Art. 24. ........................................................................................................................................
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei
no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes.
............................................................................................................................................" (NR)
"Art.57...........................................................................................................................................
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos
poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da administração.
............................................................................................................................................" (NR)
Art. 2o O disposto nesta Medida Provisória aplica-se à modalidade licitatória pregão, de que
trata a Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002.
Art. 3o A Lei no 8.958, de 20 de dezembro de 1994, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 1o As Instituições Federais de Ensino Superior - IFES, bem como as Instituições
Científicas e Tecnológicas - ICTs, sobre as quais dispõe a Lei no 10.973, de 2 de dezembro de
2004, poderão realizar convênios e contratos, nos termos do inciso XIII do art. 24 da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993, por prazo determinado, com fundações instituídas com a
finalidade de dar apoio a projetos de ensino, pesquisa e extensão e de desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico, inclusive na gestão administrativa e financeira
estritamente necessária à execução desses projetos.
§ 1o Para os fins do que dispõe esta Lei, entende-se por desenvolvimento institucional os
programas, projetos, atividades e operações especiais, inclusive de natureza infraestrutural,
material e laboratorial, que levem à melhoria mensurável das condições das IFES e das ICTs,
para cumprimento eficiente e eficaz de sua missão, conforme descrita no plano de
desenvolvimento institucional, vedada, em qualquer caso, a contratação de objetos genéricos,
desvinculados de projetos específicos.
§ 2o A atuação da fundação de apoio em projetos de desenvolvimento institucional para
melhoria de infraestrutura limitar-se-á às obras laboratoriais, aquisição de materiais e
equipamentos e outros insumos especificamente relacionados às atividades de inovação e
pesquisa científica e tecnológica.
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Oficiais de Fomento poderão realizar convênios e contratos, nos termos do inciso XIII do art.
24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, por prazo determinado, com as fundações de
apoio, com a finalidade de dar apoio às IFES e às ICTs, inclusive na gestão administrativa e
financeira dos projetos mencionados no caput do art. 1o da Lei no 8.958, de 1994, com a
anuência expressa das instituições apoiadas." (NR)
Art. 7o Fica revogado o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006.
Art. 8o Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 19 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Guido Mantega
Fernando Haddad
Paulo Bernardo Silva
Sérgio Machado Rezende