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As universidades portuguesas devem implementar estratégias de

mobile learning. Porquê e como!


Hugo Domingos
Mestrando na Universidade Aberta
hugodmg@gmail.com

Resumo

Uma nova revolução tecnológica está em curso. É impossível ficar indiferente à rápida adoção
dos novos dispositivos móveis. Smartphones, leitores mp3/mp4, consolas de videojogos
portáteis, tablets e leitores de ebooks são os novos dispositivos eletrónicos a ter em
consideração no mercado de consumo.
Mas que impacto estes dispositivos terão na Educação. Será que a eterna promessa do mobile
learning finalmente se tornará realidade? E as universidades portuguesas estão conscientes
desta realidade?
Para responder a estas questões e disponibilizar linhas orientadoras para universidades e
portuguesas, este artigo pretende apresentar uma proposta para a implementação do mobile
learning, baseando-se numa análise do mercado tecnológico atual e invocando as
oportunidades e contextos que os dispositivos móveis permitem para a Educação a Distância.

Palavras-chave: mobile learning, dispositivos móveis, aplicações, tecnologia

Introdução

Desde a sua conceção, o mobile learning esteve sempre ligado à Educação a Distância por
possibilitar atividades de ensino-aprendizagem, para além das limitações espaciais de uma
sala de aula. No entanto, distingue-se por permitir a aprendizagem em vários contextos,
suportada por dispositivos móveis. Refinando o conceito, mobile learning é a aquisição ou
modificação do conhecimento e competências, através do uso de tecnologia mobile, em
qualquer lugar e tempo, resultando na alteração de comportamentos (1). Ao concentrar-se na
mobilidade dos indivíduos, esta modalidade de ensino tem vindo a captar, na última década,
uma crescente atenção das organizações e instituições de ensino interessadas em informar,
educar e apoiar uma população cada vez mais móvel (2).
Como exemplo, em outubro de 2000, a European Commission's Information Society
Technologies (IST) financiou, com €4.5M, o projeto “m-learning” com o objetivo de captar o
interesse de jovens adultos, assistindo-os no desenvolvimento de objetivos de aprendizagem
ao longo da vida (3).
Várias outras iniciativas e projetos educativos surgiram ao longo dos anos na Europa (4),
como resultado dos avanços tecnológicos e culturais que permitem que os dispositivos móveis
sejam reais instrumentos de aprendizagem e socialização. Em 2005, Ellen D. Wagner (5)
reforçava os principais fatores de interesse no mobile learning:

"O elevado interesse nas possibilidades dos dispositivos móveis para o ensino,
aprendizagem e pesquisa pode ser atribuído a uma série de fatores: a contínua

1
expansão das redes de banda larga sem fio, a crescente potência e capacidade da
próxima geração de telemóveis e o fato de que os telefones móveis,
uma ferramenta para a comunicação familiar, já está totalmente enraizada na
vida contemporânea, como parte da nossa prática social."

Desenvolvimento

O mercado de consumo e os avanços tecnológicos na área das comunicações têm sido os


grandes impulsionadores em colocar o mobile learning como uma estratégia de ensino
acessível às instituições de ensino. Em Portugal, a expansão das redes de banda larga móvel e
o crescimento das vendas de dispositivos móveis são indicadores positivos para a
implementação de estratégias de mobile learning pelas instituições de ensino nacionais.
A ANACOM publicou, em outubro de 2010, o estudo "Acessos Móveis 3G - Disponibilidade
e fiabilidade de serviço"(6), cujos dados permitem afirmar que a disponibilidade de internet
móvel e a qualidade do serviço é uma realidade a ter em conta em Portugal.
A venda de smartphones em Portugal também tem crescido nos últimos anos. Segundo o
estudo IDC European Mobile Phone Tracker (7) “o segmento dos smartphones cresceu 82%
face ao período homólogo (…) foram vendidas 251 mil unidades”.
Ainda relacionado com este estudo é importante referir a importância que o sistema operativo
Android ganha no mercado nacional: “Em apenas dois anos tornou-se a segunda maior
plataforma de smartphones em Portugal, com uma quota de mercado de 34%, face aos 48%
da plataforma Symbian da Nokia.”
No entanto, é importante salientar que os dispositivos móveis vão para além dos smartphones.
Também devem ser considerados os leitores Mp3/Mp4, as consolas de videojogos portáteis,
os tablets e os ebook readers (8). Para demonstrar a diversidade de utilizações educativas que
os dispositivos móveis permitem, apresenta-se o seguinte diagrama explicativo:

Figura 1 – Aplicações educativas de dispositivos móveis


Fonte: Upside Learning, 2010 (9)

2
Todas estas possibilidades (acesso à informação e conteúdos, interação social, avaliação de
performance e aprendizagem através de simulações e jogos) trazem reais vantagens ao
processo de ensino-aprendizagem. Algumas dessas vantagens são (10):
• Os dispositivos móveis possibilitam aos estudantes aceder a informação relevante
quando e onde é necessária.
• A possibilidade de acesso a uma variedade de materiais, onde e quando quiserem,
permite aos estudantes desenvolverem compreensão e retenção de informação.
• Ao aprenderem em contextos reais específicos, utilizando dispositivos móveis, os
estudantes contextualizam melhor a informação tornando-a mais fácil de ser
compreendida e memorizada.
• Estratégias de mobile learning bem implementadas permitem a redução da carga
cognitiva dos alunos, ajudando-os a focarem-se no essencial. Existindo uma limitação
tecnológica (largura de banda e tamanho dos dispositivos), os conteúdos devem ser
otimizados e apresentados em pequenas porções, favorecendo a sua compreensão e
retenção.

Se existem vantagens para a Educação e a tecnologia encontra-se disponível, porque é que as


universidade nacionais não apostam no mobile learning como uma estratégia de ensino
complementar às já praticadas?
As universidades, com o auxílio de designers instrucionais e empresas vendedoras de
conteúdos, devem refletir e compreender os fatores críticos que tornarão o mobile learning
numa estratégia de sucesso. Para ser eficaz na produtividade e retenção de conhecimento, os
conteúdos devem ser adequados aos dispositivos em uso e ir de encontro às necessidades dos
seus utilizadores (11). A inovação associada ao mobile learning foi referenciada no 2011
Horizon Report (12) como "uma das tecnologias emergentes que terão impacto significativo
no Ensino Superior e expressão criativa nos próximos 5 anos".
Mas como poderão as universidades implementar mobile learning? Analisando as plataformas
e os dispositivos móveis disponíveis, são recomendadas as seguintes soluções:

Figura 2 – Soluções mobile learning

3
Ao nível dos conteúdos educativos, as universidades podem apostar na conversão de
conteúdos já existentes, adaptando-os para dispositivos móveis. Os documentos de texto são
convertidos em ebooks adaptáveis a vários dispositivos (smartphones, tablets, eBook
readers). Também podem ser transformados em audiobooks para que possam ser
reproduzidos em leitores multimédia pessoais.
As universidades também devem promover a produção de conteúdos audiovisuais e distribuí-
los como podcasts, à semelhança do que já é implementado e disponível no iTunesU (13). Por
fim, com o acesso a redes wireless, é possível disponibilizar streams de vídeo e áudio,
evitando assim o tempo de espera de download do conteúdo, oferecendo assim um serviço em
tempo real.
Umas das principais inovações na tecnologia mobile são as aplicações disponíveis para
sistema operativos móveis, sendo a Apple reconhecida como pioneira. Neste momento
existem mais de 400,000 apps na App Store da Apple (14) e 230,000 no Android Market (15).
As universidades poderão produzir aplicações educativas de vários tipos e com interatividade
diversa, indo desde de jogos e lições interativas, a simples interfaces para o acesso a bases de
dados ou feeds. Neste contexto, há que ter especial atenção ao sistema operativo com maior
potencial de crescimento em Portugal, o sistema Android da Google, como já foi referido
anteriormente.
Outra solução é a produção de websites otimizados para dispositivos móveis, sendo o seu
acesso realizado através de browsers. Este tipo de solução permite maior interoperabilidade
entre os vários sistemas operativos móveis e o acesso imediato, sem a necessidade de
instalação de apps. A grande questão prende-se com a interatividade e a linguagem
computacional a utilizar, para a qual se chama especial atenção para o HTML5 (16).

Conclusão

São muitas as opções disponíveis, assim como as ferramentas de autoria de conteúdos para
dispositivos móveis. Mas o mais importante é que as instituições tenham a noção da
importância que o mobile learning pode ter na sua oferta curricular e apoio aos estudantes e
professores.
O mobile learning não irá substituir as modalidades existentes de educação, mas a tecnologia
que o suporta, assim como o seu conteúdo e impacto social, podem ser utilizados para as
tornarem muito mais efetivas (11). As universidades portuguesas devem apostar no mobile
learning como estratégia de ensino, tanto que é esperada mais inovação nesta área do que em
outros aspetos do eLearning, onde os pesados e dispendiosos sistemas de gestão de
aprendizagem (LMS) limitam a flexibilidade e mobilidade dos estudantes (17). A revolução
está aí, as universidades portuguesas devem aproveitá-la!

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.

4
Referências Bibliográficas

(1) Abhijit Kadle, ‘General Considerations for Mobile Learning (mLearning)’, Upside Learning Blog,
2010 <http://www.upsidelearning.com/blog/index.php/2010/01/14/general-considerations-for-mobile-
learning-mlearning/>
(2) ‘MLearning”, Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/MLearning>
(3) ‘M-learning: project background’, M-learning <http://www.m-
learning.org/archive/background.shtml>
(4) Desmond Keegan and others, ‘THE ROLE OF MOBILE LEARNING IN EUROPEAN
EDUCATION’, Learning, 2006, 1-60
<http://www.ericsson.com/ericsson/corpinfo/programs/the_role_of_mobile_learning_in_european_edu
cation/products/wp/socrates_mlearning_wp4.pdf>.
(5) Ellen D. Wagner, ‘Enabling Mobile Learning’, EDUCAUSE Review, junho 2005, vol. 40 edition,
seção no. 3, pp. 40–53
<http://www.educause.edu/EDUCAUSE+Review/EDUCAUSEReviewMagazineVolume40/Enabling
MobileLearning/157976>
(6) ANACOM, ‘Acessos Móveis 3G - Disponibilidade e fiabilidade de serviço’, 25.10.2010
<http://www.anacom.pt/text/render.jsp?categoryId=339038>
(7) ‘Terminais Android Impulsionam Mercado de Telemóveis em Portugal no Terceiro Trimestre’,
IDC Portugal, 15 de dezembro 2010 <http://www.idc.pt/press/pr_2010-12-15.jsp>
(8) ‘Mobile Learning | mLearning & Online Education’, eCollegeFinder
<http://www.ecollegefinder.org/mobile-learning.aspx>
(9) Abhijit Kadle, ‘Mobile Learning Solutions – Infographic’, Upside Learning Blog
<http://www.upsidelearning.com/blog/index.php/2010/11/01/mobile-learning-solutions-infographic>
(10) Marguerite L Koole, ‘Mobile Learning - A Model for Framing Mobile Learning’, in Mobile
Learning: Transforming the Delivery of Education and Training (AU Press, Athabasca University,
2009), pp. 26-48 <http://www.aupress.ca/index.php/books/120155>.
(11) Gerry Griffin, ‘Mobile Learning is Beyond its Tipping Point’, Learning Solutions Magazine, 2010
<http://www.learningsolutionsmag.com/articles/540/mobile-learning-is-beyond-its-tipping-point>
(12) Johnson, L., Smith, R., Willis, H., Levine, A., and Haywood, K., “The 2011 Horizon Report” ,
2011, Austin, Texas: The New Media Consortium.
<http://www.educause.edu/Resources/2011HorizonReport/223122 >
(13) http://www.apple.com/education/itunes-u/
(14) http://en.wikipedia.org/wiki/App_Store
(15) http://en.wikipedia.org/wiki/Android_Market
(16) Bill
Brandon, ‘Mobile Platforms and mLearning: Challenges and Solutions’, Learning
Solutions Magazine, 2010 <http://www.learningsolutionsmag.com/articles/531/mobile-
platforms-and-mlearning-challenges-and-solutions>
(17) Martha Jensen, ‘Why Every ELearning Program Needs M-Learning’, Hot Make, 2010
<http://www.hotmake.info/miscellaneous/other-misc/why-every-elearning-program-needs-m-
learning/>

Tony Vincent, ‘Mobile Learning: Using Tools at Hand’, Arizona K12 Center, 2010
<http://azk12.org/blog/2010/09/mobile-learning-using-tools-at-hand/>

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