Anda di halaman 1dari 3

Momentum

O futuro maior varejo do mundo – parte 2

Marcos Gouvêa de Souza (mgouza@gsmd.com.br), diretor geral


da GS&MD – Gouvêa de Souza

Com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, dos quais


menos da metade urbanizada, a China é um país repleto de
contrastes, destacando-se a pobreza da área rural em relação a
algumas regiões urbanas, que tem merecido grandes esforços do
governo para ser minorada. A previsão é que essa população
continue crescendo, apesar do rígido controle de nascimentos
que autoriza apenas um filho por casal, devendo chegar até 2040
a 1,54 bilhão de pessoas.

O vigoroso crescimento do varejo em todo o país, de 21,6% em


2008, 15,5% em 2009 e 18,4% em 2010, porém, é uma de suas
mais importantes características, o que significa que, em breve, o
pai, a segunda economia do mundo em termos de Paridade de
Poder de Compra (PPP), se tornará o maior varejo.

O consumo das famílias representa 37,5% do PIB e é pouco


superior a US$ 1.600 per capita, sendo que 59% desse consumo
são destinados à alimentação. Como referência, no Brasil o
consumo de alimentos é próximo de 40% do total do consumo
das famílias e quanto mais maduro um mercado, menor é a
participação de alimentos no total do consumo.

Durante muito tempo os investimentos internacionais no varejo


foram controlados, como alternativa para a criação de um
mecanismo de proteção para os operadores locais, que
determinava a necessidade de prévia autorização para a
instalação de novas lojas em cada mercado. O Walmart só abriu
sua primeira loja em 1996, pouco depois de ter iniciado suas
operações no Brasil. Os benefícios para a população das
operações mais modernas de varejo, na forma de mais limpeza,
melhor oferta e maior competição de preços, fizeram com que, a
partir de dezembro de 2004, fosse liberalizada a expansão das
redes internacionais através de expansão orgânica ou joint-
ventures com empresas locais.

Mas ainda todos os segmentos de varejo são muito fragmentados.

Na área de alimentação, o cinco maiores operadores têm menos


de 4% do mercado, apesar do expressivo número de lojas e
faturamento. A China Resources Entreprise, com mais de 4.500
lojas, tem faturamento superior a US$ 10 bilhões e pouco mais de
1% do mercado total de alimentos. A rede Lianhua, pertencente
ao grupo Bailian, tem perto de 5.500 lojas e faturamento próximo
a US$ 8 bilhões; seguido por Auchan, com pouco mais de 200
lojas; Carrefour, perto de 600 lojas; e Walmart com pouco mais de
300 lojas. O Walmart também controla a rede Trust Mart,
adquirida em 2007.

Os formatos predominantes no varejo alimentar em toda a China


mais tradicional, decisivamente, são as pequenas lojas,
caracterizadas como “moms and pops”, mas é cada vez maior a
presença dos supermercados, supercenters e hipermercados,
além do “cash and carry” e dos clubes de compra e, nas grandes
cidades, as lojas de conveniência. Em especial pelo aumento da
presença internacional e pelos operadores locais, que, inspirados
no mercado externo, têm modernizado suas operações.

Para atender a vigorosa demanda, as operações de forma geral


são relativamente básicas em sua oferta de serviços, sendo o
foco principal disponibilizar produtos, preços e muita promoção.
Nas lojas mais modernas de alimentos, toda a área de perecíveis
é extremamente valorizada, com ampla oferta de produtos.
Os hipermercados e supercenters se localizam ainda e
principalmente nos centros urbanos mais importantes, o que
exigiu a criação de frotas próprias de ônibus para buscar os
clientes. Por conta dessa localização, essas lojas têm que operar
em vários andares e, logicamente, é nos pisos de alimentos que
está o maior movimento, em especial nas áreas de perecíveis,
sendo interessante a oferta até mesmo de peixes, cobras, sapos e
tartarugas vivas, além de uma profusão de peixes e outros
animais secos.

Essa preferência pelos produtos naturais, não embalados, pode


fazer com que em algumas lojas existam filas para compra de
arroz, farinha e frutas a granel, sendo ensacados pelo próprio
consumidor; ou para a escolha de ovos, também a granel,
percebidos como mais frescos e preferidos aos pré-embalados
localizados no mesmo espaço.

Outro fator característico é que as alternativas de crédito são


muito limitadas, basicamente através dos bancos e empresas de
cartão de crédito, pois ainda existe um controle rígido do governo
inibindo a expansão e o consumo, pela restrita oferta de
mecanismos mais agressivos. O próprio acesso ao cartão de
crédito é muito limitado e só para a população residente, sendo
que em algumas lojas existe um caixa especial para os
possuidores de cartões internacionais. O que faz prever que, à
medida que houver uma maior liberalização do crédito, com uma
ação mais decisiva do varejo nesse setor, o potencial de
crescimento será explosivo, reforçando a previsão da
transformação do mercado no maior varejo do mundo.

Nas próximas semanas, detalharemos um pouco mais sobre o


presente e o futuro do futuro maior varejo do mundo.

Anda mungkin juga menyukai