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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – 2ª AULA

Prof. Cilon Santos

2. Processo do Trabalho: denominação, conceito e autonomia. Fontes.

2.1. Denominação:

Em que pese referências diversas de Wilson de Souza Campos Batalha


(Tratado de Direito Judiciário do Trabalho), Carlos Coqueijo Costa (Direito Judiciário do
Trabalho) e Waldemar Ferreira (Princípios de Legislação Social e de Direito Judiciário do
Trabalho), no sentido de que a denominação do ramo de Direito agora em estudo é Direito
Judiciário do Trabalho, seguimos o entendimento de Sérgio Pinto Martins de que a
denominação mais adequada é Direito Processual do Trabalho.

Isso por que a referência “judiciário”, transmite a idéia de que a matéria


estaria a restringir-se apenas às regras atinentes ao juiz, enquanto que, na realidade, sua
abrangência envolve todo o sistema processual trabalhista (dentro do qual está o juiz
inserido, juntamente com outros atores), razão pela qual a denominação mais adequada
(pela extensão da palavra) é a de Direito Processual do Trabalho.

2.2. Conceito:

O Direito Processual do Trabalho tem por objetivo assegurar o cumprimento


dos direitos materiais, tanto do empregado quanto do empregador, dirimindo, através da
Justiça do Trabalho, os conflitos surgidos sobre a aplicação da legislação trabalhista.

Pode ser conceituado, segundo Martins, como o “conjunto de princípios,


regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução
de dissídios, individuais ou coletivos, pertinentes à relação de trabalho”.

Conjunto por que a tal palavra indica ser composto, o Direito Processual do
Trabalho, de várias partes organizadas, formando um sistema.

De outro lado, tal ramo contém princípios, ou seja, proposições genéricas das
quais derivam as demais normas, o que denota o caráter científico da matéria e justifica sua
autonomia. Conta ainda com inúmeras regras, contidas na CLT e em legislação
complementar.

Além do conjunto de princípios e normas, é formado por diversas instituições,


que criam e aplicam o referido ramo do Direito, a saber: o Estado, como o maior criador de
normas processuais trabalhistas; a Justiça do Trabalho, como órgão estatal do Poder
Judiciário incumbido da aplicação das regras processuais trabalhistas; as Delegacias
Regionais do Trabalho (DRT), realizando mesas-redondas para mediar conflitos coletivos
trabalhistas; e, finalmente, também os sindicatos, como partícipes de negociações coletivas
e no estabelecimento de condições de trabalho.

Assim, por intermédio das Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do


Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, serão dirimidas as controvérsias surgidas entre
as partes, quer em dissídios individuais (de pessoas determinadas, como de empregado e
empregador), quer nos conflitos coletivos, como entre sindicatos, em caso de greve, ou
entre empresa e sindicato de empregados, na hipótese da greve atingir apenas uma empresa
e não a categoria.
Relevante ainda destacar que, com a ampliação da competência da Justiça do
Trabalho (Emenda Constitucional 45/04), esta passou a examinar questões relativas à
relação de trabalho.

2.3. Autonomia:

Questão relevante é a relacionada à autonomia do Direito Processual do


Trabalho, devendo, a respeito, abordar-se as duas teorias que tratam da matéria.

2.3.1. - Teoria monista

Pela teoria monista, o Direito Processual é um só, eis que o Direito


Processual do Trabalho não seria regido por leis próprias ou estruturado de modo
específico.

Ramiro Pondetti, citado por Sérgio Pinto Martins, não crê na autonomia
pois entende que os princípios que o presidem poderão, também, aplicar-se ao processo
comum, com pequenas variações de intensidade e com tendência, no futuro, de
aproximarem-se (processo comum e laboral) pela assimilação, por aquele, das conquistas
deste.

2.3.2. - Teoria dualista

A teoria dualista, diferentemente, pondera a autonomia do processo do


trabalho.

Alguns autores preconizam a teoria radical, no sentido de que há uma


independência total do processo do trabalho em relação ao direito processual (Eduardo
Couture, citado por Hélios Sarthou, refere que “ um novo direito processual estranho a
todos os princípios tradicionais, sem exceção de um só deles, teve que surgir). Na mesma
linha Trueba Urbina, ao afirmar, com maior radicalismo, que o processo do trabalho não se
sujeita nem aos princípios da teoria geral do processo.

Outros autores, como Wilson de Souza Campos Batalha, preconizam a teoria


da autonomia relativa, em face da subsidiariedade das normas aplicáveis no processo civil.
Conforme preceitua o artigo 769 da CLT, em caso de omissão da norma consolidada, o
direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho.

Finalmente a última teoria pode ser chamada de inominada. Segundo Coqueijo


Costa (seguido por outros doutrinadores, dentre os quais, Wagner Giglio, Tostes Malta e
Délio Maranhão), o Direito Processual do Trabalho “é autônomo, pois não há direito
especial sem juiz próprio, sem matéria jurídica especial e sem direito autônomo. Sua
matéria é extensa, sua doutrina homogênea e tem método próprio”.

(Obs.: a respeito do conteúdo, relevante destacar as características da


autonomia de uma ciência, quais sejam: a) existência de uma vasta matéria, que mereça um
estudo de conjunto; b) a existência de princípios próprios; c) constatação de institutos
peculiares. A respeito, ler Direito Processual do Trabalho – Sérgio Pinto Martins, pág. 22,
23 e 24: desenvolvimento legal; desenvolvimento doutrinário; desenvolvimento didático;
autonomia jurisdicional, autonomia científica
2.4. Fontes:

Fonte, em sentido abrangente, significa origem, causa, princípio, nascente,


local de onde emana ou nasce alguma coisa. A palavra deriva do latim (fons, fontis), que
significa nascente de água, lugar de onde ela se origina. Por extensão, significa o ponto
originário ou de partida de algo.

Fonte de direito, em sentido jurídico (metafórico), é a forma, é o modo pelo


qual se manifesta ou se exterioriza a norma jurídica; são os diversos modos de formação do
Direito.

É de Claude du Pasquier, citado por Martins, a afirmação de que fonte da


regra jurídica “é o ponto pelo qual ela se sai das profundezas da vida social para aparecer
à superfície do Direito”.

Em um sentido mais amplo (relacionado à origem), fala-se também em fontes


materiais do direito, consistindo no conjunto de fatores sociais determinantes do conteúdo
do direito e nos valores que o direito procura realizar, fundamentalmente sintetizados no
conceito amplo de justiça. Ex: a tradição, valores de cada época (ordem, segurança, paz
social, justiça, religião). Para certos autores as fontes materiais dependem da investigação
das causas sociais que influenciaram na edição da norma jurídica, o que seria objeto da
Sociologia do Direito, razão pela qual entendem como relevante apenas o estudo das fontes
formais.

A expressão mais adequada, segundo Miguel Reale, em substituição a de fonte


formal, seria Teoria do Modelo Jurídico, ou seja, “a estrutura normativa que ordena os
fatos segundo valores, numa qualificação tipológica de comportamentos futuros, a que se
ligam determinadas conseqüências”.

Fontes formais do Direito são os meios ou as formas, mediante as quais o


Direito se manifesta ou se expressa. Ou seja, as formas pelas quais as normas jurídicas se
exteriorizam, tornam-se conhecidas (leis, costume, etc.).

São várias as classificações das fontes formais, como seguem:

a) Heterônomas e autônomas.
As primeiras são as impostas por agente externo (CF, leis, decretos, sentenças
normativas, regulamento de empresas, quando unilateral).As segundas, quando elaboradas
pelos próprios interessados (costume, convenção e acordo coletivo, regulamento de
empresa quando bilateral, contrato de trabalho).

b) Estatais, extra-estatais e profissionais.


Nas primeiras, o estado estabelece a norma (CF, leis, decretos, sentenças
normativas), enquanto que as segundas são oriundas das próprias partes (o costume, a
convenção e o acordo coletivo, o regulamento de empresa, o contrato de trabalho).
Profissionais são as estabelecidas pelos empregadores e trabalhadores interessados, com a
convenção e o acordo coletivo de trabalho.
c) Voluntárias e interpretativas
As primeiras são dependentes da vontade dos interessados (contrato de
trabalho, acordo e convenção coletiva, o regulamento da empresa quando bilateral).
Interpretativas, por sua vez, são as impostas coercitivamente às pessoas pelo estado, com a
Constituição, as leis e as sentenças normativas.

Segundo lição de Sérgio Pinto Martins, pode-se dizer, para justificar as fontes
de Direito, que as normas de maior hierarquia seriam o fundamento de validade das regras
de hierarquia inferior. Ou seja, as normas jurídicas têm hierarquias diversas, mas compõem
um todo que se inicia com a Constituição.

- Constituição Federal: pelo artigo 114 tem-se a competência da Justiça do


Trabalho, enquanto que os artigos 111 e seguintes tratam da sua organização e composição

- Leis ordinárias: A CLT (Decreto-lei 5.452, de 1º.05.1943, trata da


organização e composição da Justiça do Trabalho e do Ministério Público em seus artigos
643 a 762 e do processo do trabalho nos artigo 763 a 910. A Lei nº 5584/70 disciplina a
assistência judiciária na Justiça do Trabalho. A Lei nº 7701/88 trata dos recursos no TST e
outras normas complementares da CLT. A Lei nº 6830/80 (Lei das Execuções Fiscais), se
aplica também ao processo do trabalho, conforme prevê o artigo 889 da CLT. O CPC (Lei
nº 5869/73 e legislação posterior) é aplicado subsidiariamente.

- Decretos: O Decreto nº 1572/95 trata sobre a mediação na negociação


coletiva trabalhista.

- Regimentos internos do TST e dos TRTs.: tratam dos procedimentos no


âmbito dos tribunais, trâmites de recursos e outros processos de competência originária do
2º e 3º graus, como agravo regimental, incidente de uniformização de jurisprudência,
correição parcial, etc..

- Provimentos, atos e instruções do TST e TRTs.: abrangem questões


relacionadas a custas judiciais, agravo de instrumento, dissídios coletivos.

- Sentenças normativas: condições de trabalho.

- Convenções e acordos trabalhistas, também regulando condições de trabalho.

A jurisprudência e a doutrina, embora tenham papéis relevantes na análise das


disposições processuais trabalhistas, não são consideradas fontes do Direito Processual do
Trabalho. A primeira por não se configurar como regra obrigatória, mas apenas o caminho
predominante em que os tribunais entendem de aplicar a lei, suprimindo eventuais lacunas
desta última. A segunda, apesar de se constituir em valioso subsídio para a análise do
Direito Processual do Trabalho, também não pode ser considerada como uma de suas
fontes, justamente porque os juízes não estão obrigados a observar a doutrina em suas
decisões, tanto que muitas vezes não é pacífica, com posicionamentos opostos..

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