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FREIRE, Paulo.

Pedagogia da Autonomia: saberes


necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
1996.
Paulo Freire é reconhecidamente o maior teórico da educação no
Brasil e, com certeza, um dos mais eminentes autoridades no
assunto do mundo. É autor de muitos livros importantes na área
de educação como “Educação: prática de liberdade”, “Pedagogia
do Oprimido”, “Pedagogia da Esperança” ou mesmo um
“Extensão ou Comunicação?” que embora seja um livro voltado
a educação é muito importante para a área de Comunicação.
Nasceu em 19 de setembro de 1921 e faleceu em 2 de meio de
1997 depois de lançar seu último livro: este do qual falaremos.
Pedagogia da Autonomia é um livro pequeno, só tem 148
páginas, mas é muito denso e de certa forma condensa boa
parte das práxis educacionais de Paulo Freire.Apesar de sua
densidade o livro é bastante legível e, justamente pelo seu
estilo quase oral, a leitura se faz muito rapidamente e os
conceitos são facilmente compreendidos, sobretudo para quem
já está imerso na educação.O livro expõe discute e exemplifica o
que está no seu subtítulo: os saberes necessários à prática
educativa.
No primeiras palavras, um prefácio que não pode ser ignorado,
o autor chama a atenção redundantemente, digo, não por
excesso, mas pela relevância, da assunção ética como um dos
primeiros critérios para ser um educador. O autor defende uma
ética que vigie e se autovigie, mas que esteja longe de resvalar
“... nos comportamentos grosseiramente imorais como na
perversão hipócrita da pureza em puritanismo” (p.16).
O livro se divide em três capítulos. O primeiro capítulo ressalta a
interligação entre ensinar e aprender e reexpressa sua crítica ao
extensionismo e a educação bancária. A partir disso, ele coloca
que o professor, ao não ignorar que quem aprendeu também
deve saber ensinar, quer dizer, apreender, reelaborar e, portanto
ser agente da educação e, não somente objeto como na
educação extensiva-decorativa-bancária. Para que seja possível
esse engajamento entre a teoria e a prática, o ensinar e o
aprender como atividades interdependentes e interlaçadas, as
aulas devem estar repletas de ética e todo o respeito que ela
demanda. Deve-se respeitar os conhecimentos superficiais
iniciais do aluno e auxiliar o aluno a que ele construa um
pensamento mais crítico e elaborado. Ensinar antes de tudo com
coerência. “Quem pensa certo está cansado de saber que as
palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase
nada valem” (p. 34) escreve Paulo Freire. No entanto destaca, o
que qualquer ética humanística pressupõe, que é sempre
necessário respeitar as opiniões em contrário. Respeitar, não se
submeter a elas. Por fim neste capítulo, ele deixa claro que a
educação deve estar imersa no contexto político-social, deve ter
o engajamento como uma de suas características.
No segundo capítulo, Paulo Freire retoma mais especificamente
um de seus temas principais: a recusa à educação bancária.
Fala da dificuldade de pensar certo, que exige um constante
autopoliciamento “para evitar os simplismos, as facilidades, as
incoerências grosseiras” (p.49). Mostra a importância da
consciência do inacabamento do ser humano para a educação
progressista, termo com que denomina a educação que julga
mais correta. É necessário, no ponto de vista de Freire, ter a
consciência de que não nos construímos isolados, de que somos
condicionados e como tal devemos estar atentos criticamente a
esse fato. Mais uma vez reforçando a importância da ética diz
que é sempre preciso respeitar o educando e suas opiniões e,
trabalhar para que ele construa opiniões mais sólidas e éticas se
for o caso, e que ensinar exige sempre bom senso para não ser
nem um professor licencioso, nem um déspota da educação. A
realidade é dado essencial na construção e reconstrução dos
conhecimentos assim como sempre aprender com ela porque
ensinar e aprender não são isolados. Fruto dessa inconclusão do
ser, é necessário ao bom educador a crença de que mudar é
possível. Logicamente como ensinar é participar de várias
construções de novos saberes é preponderante que o educador
seja curioso e esteja sempre disposto a pesquisar o mundo.
No último capítulo, Freire diz que educar exige autoridade não
baseada no mandonismo, mas na competência e generosidade.
A autoridade na sala de aula deve vir do respeito. Para isso, é
claro, o educador diz que educar exige comprometimento. Que o
educador deve por claro a ideologia presente na sala de aula.
Deve entender que a educação é uma forma de intervenção no
mundo e que “implica tanto o esforço de reprodução da
ideologia dominante quanto o seu desmascaramento” (p.98).
Decorrente de todas essas observações fica claro que educar é
tomar decisões, não de maneira isolada porque numa sala de
aula todos ensinam e aprendem. O que é mais um item a
comprovar que a educação é ideológica e que não se pode
arrogar qualquer neutralidade a esta. Obviamente como
ideológica e não neutra e, necessariamente imersa numa ética
humanista, a boa educação não pode se ausentar ao bom
combate. A educação deve estar exposta às diferenças
recusando os dogmatismos que levem uma pretensa obtenção
da única verdade. E, sim, a educação não pode dispensar o
diálogo verdadeiro em que o professor necessita ter
disponibilidade á realidade. É estando aberto à realidade que
cerca os alunos que se consegue a proximidade necessária a
verdadeira comunicação, a cumplicidade necessária a uma
construção conjunta do saber onde o professor é um auxiliar
indispensável. Bom... e é claro que uma educação que aspire a
uma construção conjunta do saber, a uma parceria, necessita da
afetividade como um dos seus componentes também
fundamentais.
Embora “Pedagogia do Oprimido” seja sua obra mais famosa e
“Pedagogia da Esperança”, bem como “Tia não, professora sim”,
creio ser essa a obra fundamental de Paulo Freire. Um resumo
final da experiência dele exposta nas outras. Parece-me bem
claro que não prescinde a leitura desses outros importantes
livros de Paulo Freire. Mas decididamente, se uma pessoa se
dispusesse a ler apenas um livro do nosso máximo educador eu
indicaria esse.

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