Redes nervosas
Vertebrados
Medula espinhal: controla reflexos motores (atividades motoras rítmicas), como caminhar,
nadar (em peixes). Nos vertebrados inferiores a medula tem mais autonomia com relação ao
controle de atividades motoras. Nos vertebrados superiores, como mamíferos, aumentam as
conexões da medula com o encéfalo, de modo que o controle do encéfalo sobre atividades
reguladas pela medula é muito maior. Por exemplo, em elasmobrânquios a medula controla
praticamente todos movimentos de natação e funções viscerais. Contudo, nos primatas sem
centros superiores não há coordenação dos membros e funções viscerais são mal controladas.
As vias aferentes (que conduzem informações sensoriais dos receptores para o encéfalo) e as
vias eferentes (que conduzem estímulos motores para os músculos) na sua maioria passam
pela medula espinhal.
Bulbo: é a parte posterior do cérebro, situada junto à medula espinhal. No bulbo encontram-
se os centros do sistema nervoso autonômico que regulam o ritmo cardíaco, respiração,
motilidade do aparelho digestivo, entre outros. Nos teleósteos em geral os lobos vagais (uma
porção do sistema autonômico) estão relacionados com a interpretação da quimiorrecepção,
mas nos peixes elétricos o bulbo é responsável pela ativação dos órgãos elétricos.
Cerebelo: localizado dorsalmente ao bulbo, consiste de dois hemisférios com uma superfície
lisa em vertebrados inferiores e pregueada nos superiores. As pregas aumentam a área
superficial, fornecendo mais espaço para os neurônios. Está relacionado com equilíbrio e
correção de movimentos rápidos e finos, incluindo natação. Recebe informações de vários
receptores sensoriais relacionados com equilíbrio e movimento, bem como uma "cópia" dos
comandos enviados por outras áreas do cérebro para controlar os movimentos. O cerebelo
analisa as informações recebidas e envia impulsos corretivos para estas áreas cerebrais se
necessário. Não há nenhuma inervação direta do cerebelo com os músculos.
A importância do cerebelo é variável nos vertebrados. Nos teleósteos e
elasmobrânquios o cerebelo é desenvolvido, pois coordena movimentos relacionados com
natação e compensação de variações da direção e velocidade de correntes de água,
movimentos verticais, controle da profundidade. Em alguns peixes com eletrorreceptores
detectou-se um cerebelo bem desenvolvido. Acredita-se que este cerebelo bem desenvolvido
poderia estar relacionado com a eletrorrecepção.
Os anfíbios apresentam um cerebelo menor do que o dos peixes, pois seus
movimentos para locomoção são comparativamente mais simples: os movimentos do tronco
de urodelos são semelhantes ao da natação dos peixes. No entanto, os anfíbios não precisam
se preocupar com variações de profundidade, correntes de água, etc... A coordenação dos
movimentos nos anfíbios é efetuada principalmente pela medula.
Aparentemente o mesmo princípio pode ser utilizado para explicar porque o cerebelo
das aves é maior que o dos mamíferos. As aves apresentam uma maior complexidade no
controle dos movimentos, pois precisam analisar aspectos relacionados com uma
movimentação tridimensional (vôo), enquanto que a maioria dos mamíferos apresenta um
deslocamento bidimensional.
Nos répteis, aves e mamíferos existe uma parte adicional do cerebelo, o neocerebelo.
Esta porção está relacionada com o controle de movimentos finos dos membros, e está bem
desenvolvida nos primatas, que necessitam de um controle bem preciso das extremidades dos
membros superiores (dedos). A importância do cerebelo varia também conforme o hábito do
animal. No homem a retirada do cerebelo altera bastante o controle dos movimentos (ficam
trêmulos, imprecisos). Contudo, na preguiça a perda do cerebelo praticamente não altera os
movimentos.
Ponte: conecta a medula e o cerebelo com centros superiores, e trabalha em conjunto com o
bulbo no controle de várias atividades.
Teto ou lobo óptico: parte mediana do sistema nervoso central. Está relacionado com a
integração de sinais sensoriais (visuais, táteis, auditivos). Nos peixes e anfíbios também
participa do controle de movimentos corporais.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: