Processo : 000713-66-2010-5-01-0035
Eméritos Julgadores,
Data vênia, em que pese o bem elaborado recurso aviado pela Recorrente, as
razões nele expostas não merecem prosperar, até porque seu inconformismo
não tem razão de ser.
Além disso, não se apuram atrocidades praticadas pela recorrida, sendo que
nem mesmo há nos autos, provas robustas de que o autor tenha perdido
pontos em sua Carteira Nacional de Habilitação por conta de multas
decorrentes de infrações de trânsito cometidas. Ressalte-se que a
documentação de fls.23/24 não comprova que o formulário de identificação do
condutor infrator tenha sido preenchido, entregue e acatado pelo órgão
competente e, portanto, tal prova não pode ser levada em consideração para
apuração do pedido do recorrente.
Ademais, não ocorreu nenhum depoimento, haja vista nenhuma prova cabível
das alegações do recorrente.
DA INADEQUAÇÃO SALARIAL
Mas é Pinho Pedreira quem melhor aborda a questão referente ao dano moral,
quando sustenta, apoiado em Vasquez Viallard, que a conceituação do dano
moral é negativa, sendo apenas todo e qualquer dano extrapatrimonial,
rejeitando as definições que o tem como sofrimento que pode experimentar
uma pessoa, pois embora possa ser uma conseqüência de lesão, nem sempre
se produz necessariamente. É o que acontece, por exemplo, com um demente
ou um menor, que por falta de compreensão ou entendimento, nenhum
sofrimento experimenta.
Sendo o dano moral agressão à dignidade humana, não basta para configurá-
lo o mero desconforto, eventual contrariedade, mágoa, ou aborrecimento, sob
pena de ensejar sua banalização. Só deve ser considerado como tal, a
agressão que atinja o sentimento pessoal de dignidade, que, ao fugir do usual,
acarrete sofrimento, vexame ou humilhação intensa. O mero inadimplemento
contratual ou prejuízo econômico não configuram, por si só, o dano moral, eis
que não afetam a esfera da dignidade humana.
A existência de dano moral em sede laboral deve ser vista com as cautelas que
qualquer nova modalidade jurídica mereça, a fim de que não se cometam
equívocos que pela reiteração, acabam por banalizar sua adoção em nosso
meio.
GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Infelizmente, nos dias de hoje, tem-se verificado uma prática cada vez mais
reiterada e irregular, na qual o trabalhador, desconhecendo as repercussões
legais advindas de seu ato, firma documento onde atesta um estado de
miserabilidade irreal, sendo atribuído ao prudente arbítrio do juízo a concessão
ou não da gratuidade, na forma do art.790, §3° da CLT.
CONCLUSÃO
Ipso fato, pede a aqui Recorrida que não seja dado provimento ao recurso da
Reclamante, devido aos fundamentos levantados nesta peça, req uerendo o
indeferimento do Recurso Ordinário proposto, com finalidade de se perpetura a
justiça destes autos!!!
Nestes termos,
Pede deferimento.