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EXMO. JUIZ DA 35º VARA DO TRABALHO DE RIO DE JANEIRO-RJ.

Autos nº: 0000713-66-2010-5-01-0035

LOCBRÁS- LOCADORA DE FERRAMENTAS


ELÉTRICAS LTDA., nos autos da ação trabalhista
movida por WALDEMIR SHUMACK, vem,
respeitosamente, perante V.Exa., por seus procuradores
in fine assinados, em atenção ao despacho publicado em
13/10/2010 , apresentar suas CONTRARRAZÕES AO
RECURSO ORDINÁRIO interposto pelo autor.

Requer seja o recurso interposto pelo autor, ora recorrente, inadmitido e,


após regularmente processado, sejam os autos remetidos ao Tribunal Regional
do Trabalho da Primeira Região para julgamento.

Termos em que, pede deferimento.

Belo Horizonte, 01 de dezembro de 2010.

Ângela Regina de Sant´Anna Cardoso


OAB/RJ 83.350
AO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

CONTRA RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Recorrida : LOCBRÁS-LOCADORA DE FERRAMENTAS ELÉTRICAS LTDA

Recorrente: WALDEMIR SHUMACK

Origem : 35ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro

Processo : 000713-66-2010-5-01-0035

Eméritos Julgadores,

Inconformada, pretende a Recorrente ver a reforma da r. sentença de primeira


instância no que tange à condenação por acumulo de função de operador de
máquinas pesadas e motorista, das diferenças salariais, bem como seus
reflexos, por todo o período laborado na pela empresa ora recorrida e ainda
requer a condenação em danos morais, sob o fundamento de que a
condenação se deu prejudicial a que entende fazer jus o obreiro.

Data vênia, em que pese o bem elaborado recurso aviado pela Recorrente, as
razões nele expostas não merecem prosperar, até porque seu inconformismo
não tem razão de ser.

Com efeito, a v. decisão não merece reforma no sentido almejado pelo


Recorrente.
DO ACÚMULO DE FUNÇÕES

Inicialmente, não há que se falar em acumulo de funções, em consonância com


o entendimento da D.juíza “a quo”, eis que conforme depreende-se dos autos,
as tarefas eram cumpridas dentro de uma mesma jornada de trabalho.

Além disso, não se apuram atrocidades praticadas pela recorrida, sendo que
nem mesmo há nos autos, provas robustas de que o autor tenha perdido
pontos em sua Carteira Nacional de Habilitação por conta de multas
decorrentes de infrações de trânsito cometidas. Ressalte-se que a
documentação de fls.23/24 não comprova que o formulário de identificação do
condutor infrator tenha sido preenchido, entregue e acatado pelo órgão
competente e, portanto, tal prova não pode ser levada em consideração para
apuração do pedido do recorrente.

Ademais, não ocorreu nenhum depoimento, haja vista nenhuma prova cabível
das alegações do recorrente.

No entanto, quanto a alegação da juíza dispensar arbitrariamente, tal afirmação


não merece prosperar, tendo em vista que a Nobre Julgadora agiu amparada
pelo Princípio do Livre Convencimento Motivado. Através deste Princípio, o juiz
não fica preso ao formalismo da lei, como no antigo sistema da verdade legal,
sendo que vai embasar suas decisões com base nas provas existentes nos
autos, levando em conta sua livre convicção pessoal motivada.

A análise levada a efeito pelo Juiz atende ao princípio do livre convencimento


motivado, pelo qual, a partir do caso concreto que lhe foi posto, e após a
apresentação de provas e argumentos dispostos pelas partes(oitiva do
depoimento do autor), tem o M.M. Juízo a liberdade para decidir acerca de seu
conteúdo de forma que considerar mais adequada – conforme seu
convencimento – e dentro dos limites impostos pela lei e pela Constituição, e
dando motivação à sua decisão (fundamentação).

Neste sentido CINTRA, GRINOVER e DINAMARCO:

O Brasil também adota o princípio da persuasão racional: o


juiz não é desvinculado da prova e dos elementos existentes
nos autos (quod non est in actis non est in mundo), mas a sua
apreciação não depende de critérios legais determinados a
priori. O juiz só decide com base nos elementos existentes no
processo, mas os avalia segundo critérios críticos e racionais
(CPC, art. 131 e 436)." CINTRA, Antonio Carlos de Araújo,
GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel,
Teoria Geral do Processo, p. 68.).

JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS BEDAQUE, quanto ao particular, ensina:


Adotou o CPC [e o sistema jurídico processual brasileiro],
no que se refere à avaliação da prova, o princípio da livre
convicção motivada, ou persuasão racional. Embora tenha o
juiz plena liberdade para aceitar ou não o resultado da
prova, que não tem valor pré-fixado, necessário que a
decisão a respeito seja acompanhada de fundamentação.
Não têm aplicação, portanto, os princípios da prova legal ou
tarifada, segundo os quais o valor encontra-se previamente
determinado em lei, e da íntima convicção, que dispensa
motivação do julgador.

DA INADEQUAÇÃO SALARIAL

Em conformidade com a sábia sentença do juiz “a quo”:

O simples fato de o autor exercer função de operador de


perfuratriz I, que o enquadra na categoria dos trabalhadores
nas indústrias da construção civil, não lhe dá o direito de exigir
da empregadora o cumprimento das disposições constantes da
norma coletiva de fls.30/45, uma vez que delas a ré não
participou, diretamente ou através de seu sindicato
representativo. Nesse caso, a atividade preponderante da ré,
registrada na cláusula 3ª do
Contrato Social, corresponde à “locação, comércio e
assistência técnica de máquinas, equipamentos, ferramentas,
tais como: máquinas elétricas e industriais, compressores,
serras”, portanto integra categoria econômica não
representada pelos sindicatos convenentes dos instrumentos
anexados à inicial.

O artigo 511 e §§ contempla a definição legal do que vem a ser categoria


econômica, profissional e diferenciada, de modo que, não sendo o empregado
pertencente a esta ultima modalidade, deverá se subordinar à categoria
econômica de seu empregador.

Dentro deste contexto legal, os empregados estão submetidos apenas as


normas coletivas pactuadas pelos sindicatos que congregam os interesses de
suas categorias, e por via de conseqüência, de seus empregados bem como
dos empregados pertencentes a categorias diferenciadas, desde que tenham
sido instalados a tomar parte da negociação.

Se nos ativermos apenas ao que está descrito no contrato social, de fato,


chegaremos à conclusão de que a reclamada é uma empresa do ramo de
comércio, não estando, portanto, abrangida pelas normas coletivas pretendidas
pelo reclamante.
DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

A expressão dano moral deve ser reservada exclusivamente para designar o


grave que não produz qualquer efeito patrimonial. Dano moral é, portanto, o
constrangimento que alguém experimenta em conseqüência de lesão em
direito personalíssimo, ilicitamente produzido por outrem.

Mas é Pinho Pedreira quem melhor aborda a questão referente ao dano moral,
quando sustenta, apoiado em Vasquez Viallard, que a conceituação do dano
moral é negativa, sendo apenas todo e qualquer dano extrapatrimonial,
rejeitando as definições que o tem como sofrimento que pode experimentar
uma pessoa, pois embora possa ser uma conseqüência de lesão, nem sempre
se produz necessariamente. É o que acontece, por exemplo, com um demente
ou um menor, que por falta de compreensão ou entendimento, nenhum
sofrimento experimenta.

No mesmo sentido, Orlando Gomes desconsidera a definição do dano moral


como constrangimento experimentado por alguém em função de lesão de
direito personalíssimo, pois exclui a lesão de bens que não correspondem à
personalidade, como os que afetam grupos humanos, a família e entre aqueles
as pessoas jurídicas.

Sendo o dano moral agressão à dignidade humana, não basta para configurá-
lo o mero desconforto, eventual contrariedade, mágoa, ou aborrecimento, sob
pena de ensejar sua banalização. Só deve ser considerado como tal, a
agressão que atinja o sentimento pessoal de dignidade, que, ao fugir do usual,
acarrete sofrimento, vexame ou humilhação intensa. O mero inadimplemento
contratual ou prejuízo econômico não configuram, por si só, o dano moral, eis
que não afetam a esfera da dignidade humana.

A existência de dano moral em sede laboral deve ser vista com as cautelas que
qualquer nova modalidade jurídica mereça, a fim de que não se cometam
equívocos que pela reiteração, acabam por banalizar sua adoção em nosso
meio.

Deste modo deve-se reafirma a sentença de 1º grau e indeferir tal pleito.

GRATUIDADE JUDICIÁRIA

O processo trabalhista foi idealizado para ser acessível a todos em especial a


trabalhadores de menor poder aquisitivo, que poderiam postular em juízo sem
a presença de advogado.
Com a edição da lei 5.584/70 criou-se a possibilidade do trabalhador utilizando-
se de tal faculdade legal, ser assistido em juízo por seu sindicato de classe,
bastando para tanto auferir salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou mesmo
sendo melhor remunerado, comprovar situação econômica que não lhe permita
demandar sem prejuízo sustento próprio ou da família.

A lei 1.060/50 que também trata de assistência judiciária, foi substituída em


sede laboral pela mencionada norma jurídica, que por sua vez foi recepcionada
pela atual carta Política, na medida em que esta, quando trata dos direitos
sociais, busca aumentar as prerrogativas e responsabilidades das entidades
sindicais no contexto social.

Infelizmente, nos dias de hoje, tem-se verificado uma prática cada vez mais
reiterada e irregular, na qual o trabalhador, desconhecendo as repercussões
legais advindas de seu ato, firma documento onde atesta um estado de
miserabilidade irreal, sendo atribuído ao prudente arbítrio do juízo a concessão
ou não da gratuidade, na forma do art.790, §3° da CLT.

Ora N. Julgadores, se o autor pode arcar com as despesas decorrentes do


patrocínio de advogado particular, certamente também poderá suportar as
despesas processuais.

Assim, inviável conceder-se os benefícios da gratuidade judiciária.

CONCLUSÃO

Por fim, cumpre salientar, que o recorrente, apesar de pleitear que a


condenação da recorrida em todos os pedidos formulados na exordial,
postulou em suas razões somente sua indignação no que tange ao pedido
de acúmulo de funções e de inadequação salarial deixando de analisar os
demais pontos de sua inicial, restando a certeza jurídica que tal recurso
somente aduz ao acúmulo de funções.

Ipso fato, pede a aqui Recorrida que não seja dado provimento ao recurso da
Reclamante, devido aos fundamentos levantados nesta peça, req uerendo o
indeferimento do Recurso Ordinário proposto, com finalidade de se perpetura a
justiça destes autos!!!

Nestes termos,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, 01 de dezembro de 2010.

Ângela Regina de Sant´Anna Cardoso


OAB/RJ 83.350

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