PREPARADO POR
LEONTINA PINTO
FEVEREIRO DE 2008
Í NDICE
Sumário Executivo..................................................................................................................................... 3
Introdução ............................................................................................................................................. 3
O Momento Atual ................................................................................................................................. 4
Uma Nova Proposta .............................................................................................................................. 5
Os Benefícios Oferecidos ...................................................................................................................... 6
CONCLUSÕES ......................................................................................................................................... 8
O Estudo Detalhado .................................................................................................................................. 9
A Formação do Parque Gerador Brasileiro ........................................................................................... 9
O Estado Atual do Sistema .................................................................................................................. 10
A Energia Eólica: Uma Alternativa Efetiva .......................................................................................... 11
O Estudo Realizado ............................................................................................................................. 16
Objetivos ......................................................................................................................................... 16
Metodologia .................................................................................................................................... 17
A Inclusão da Energia Eólica ............................................................................................................ 17
Resultados Obtidos ......................................................................................................................... 18
Análise dos Resultados.................................................................................................................... 56
Conclusões .......................................................................................................................................... 59
I NTRODUÇÃO
Não há produção ou crescimento sem energia. Este é o insumo básico de um país que quer
crescer. Vale notar que não basta a disponibilidade energética pontual: é necessária uma
disponibilidade constante e segura. Nenhum país pode se dar ao luxo de sofrer períodos de
escassez (os temidos racionamentos) que se traduzem não apenas por um desconforto do
usuário, mas por uma perda de produção que pode levar a sérios golpes em sua economia,
refletindo-se em perdas severas para toda a sociedade.
Em princípio, a natureza foi generosa com o Brasil. A geração de energia no sistema brasileiro
caracteriza-se pela forte predominância da energia renovável e limpa: a hidrelétrica. A
hidroeletricidade, incluindo as usinas de grande porte, as Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs) e a importação de Itaipu, responde por aproximadamente 85% da capacidade
instalada.
O M OMENTO A TUAL
Após o último racionamento, houve uma forte retração da demanda brasileira – que levou à
redução do risco de desabastecimento, já que nossas necessidades energéticas foram
(compulsoriamente) reduzidas. Esta situação, que poderia parecer confortável é, entretanto,
passada e superada. O país cresceu e necessita de mais energia, porém o sistema não
acompanhou seu crescimento. O retorno ao nível de consumo pré-racionamento, que agora
experimentamos, aproxima-nos cada vez mais da situação de risco quanto à possibilidade de
uma possível seca.
Em princípio, as secas deveriam fazer parte de nosso cotidiano. Elas ocorrem periodicamente
(a cada cinco ou seis anos) e o sistema é, em princípio, planejado para suportá-las. No
entanto, nem sempre isso ocorre. Uma parte significativa de nossa capacidade de geração
térmica baseia-se em um combustível inicialmente farto e barato, mas atualmente escasso ou
mesmo inexistente: o gás natural. Em outras palavras, nossa capacidade de geração, em
momentos de escassez hidráulica, pode estar seriamente comprometida. Muitas destas usinas
a gás natural, quando acionadas, vêm queimando na realidade óleo combustível ou Diesel,
muito mais poluente e caro, levando a um aumento bastante forte nos preços da energia
brasileira.
Apenas para que se tenha idéia do tamanho do risco, o preço associado ao primeiro nível de
racionamento é aproximadamente R$ 600. A proximidade assusta, e sinaliza um risco concreto
e real. Mais assustador que a proximidade do racionamento é saber que as secas são cíclicas e
repetem-se a aproximadamente cada cinco ou seis anos – em outras palavras, lembrando que
os grandes projetos de geração só serão concluídos a partir de 2012, a falta de oferta de
energia coloca-nos, até lá, na rota de uma inevitável escassez. A pergunta não é mais “se”,
mas “quando”, e “com qual profundidade”.
Imaginando-se, entretanto, que a natureza não nos negue a sua generosidade, as chuvas
finalmente cheguem e tragam-nos um pouco mais de tranquilidade (ainda que momentânea),
é inegável a necessidade de uma oferta de geração capaz de reduzir a tremenda volatilidade
de preços que constantemente experimentamos, trazendo a todos os agentes – reguladores,
investidores, consumidores, e principalmente, poder concedente – a necessária garantia de
um funcionamento estável do mercado capaz de oferecer ao país as bases mínimas de um
planejamento sustentável de crescimento.
U MA N OVA P ROPOSTA
Neste momento, vale a reflexão: existirá alguma alternativa às caríssimas térmicas a óleo ou à
impagável energia que deixará de ser gerada para impulsionar o desenvolvimento do Brasil? O
ideal seria a busca de uma fonte renovável, abundante e bem localizada – possivelmente nas
regiões mais carentes de energia ou mais vulneráveis às secas. Neste contexto, a energia
eólica reúne qualidades capazes de reverter em curtíssimo prazo um possível cenário de
escassez de eletricidade, a custos aceitáveis pela sociedade brasileira.
O S B ENEFÍCIOS O FERECIDOS
O estudo avalia o impacto da adição de uma pequena parcela de energia eólica ao sistema
brasileiro (aproximadamente 600 Mwmédios firmes, ou 10% do potencial acima descrito), que
poderiam ser rapidamente construídas e disponibilizadas ao país. Utilizamos, para isso, os
dados oficiais do setor, que o ONS disponibiliza publicamente para o mês de Novembro de
2007.
Esta influência benéfica é mais sentida na região Nordeste. Entretanto, seu alcance não
se limita às regiões onde as usinas são implantadas (maciçamente no Nordeste, com
significativa parcela no Sul). Todo o país beneficia-se com a redução de custos e riscos,
inclusive a região Sudeste (onde se observa uma gande redução de custos e riscos) e a
região Norte – que apesar de não dispor, nesta configuração, de usinas eólicas, recebe
uma complementação importante vinda do Nordeste.
CONCLUSÕES
O benefício da implantação de um parque de energia eólica no sistema brasileiro chega a
impressionar. Gera empregos, beneficia regiões energeticamente esgotadas, reduz os custos
de energia e traz os riscos do sistema a patamares tradicionalmente aceitáveis. Mitiga o efeito
das secas, reduz nossa dependência do gás natural e afasta o fantasma do racionamento.
A implantação da energia eólica no Brasil vem já com atraso. A maior parte dos países
europeus, além dos Estados Unidos, já se beneficia desta energia limpa, renovável, fartamente
disponível e complementar ao parque já instalado. Se a decisão sobre a implantação da
geração eólica em maior escala houvesse sido tomada com antecipação suficiente para
implantá-la antes de 2008, os ganhos seriam, sem dúvida, significativamente maiores.
Quanto mais essa decisão se posterga, mais irresgatáveis se tornam os benefícios perdidos
para a sociedade.
A maior parte do sistema brasileiro de geração tem, portanto, uma disponibilidade variável em
função das condições hidrológicas e das grandes incertezas de vazões. Para minimizar a
dependência da disponibilidade em função das afluências, construímos inicialmente
reservatórios que operavam em modo plurianual, capazes de regular as variações das vazões
naturais e atender ao crescimento da carga previsível à época.
Com o passar dos anos, a instalação de grandes reservatórios foi ficando cada vez mais difícil,
tanto pelas restrições ambientais quanto pelas contestações econômicas e sociais. Novos
reservatórios não conseguiram ser implantados com a velocidade necessária para
atendimento da carga em crescimento. A dificuldade em construir uma grande barragem,
atualmente, é extrema – o que dificulta enormemente planejar um parque gerador
hidroelétrico que acompanhe o ritmo do crescimento da demanda.
Vieram então as usinas térmicas, em auxílio a um sistema hidrelétrico já em seu limite. Plantas
com possibilidade de queimar gás natural – inicialmente farto e barato – foram espalhadas
pelo país, na expectativa de utilização das reservas da Bolívia e da produção nacional.
No momento em que este texto é escrito (10 de janeiro de 2008), os preços de energia
atingem o patamar de R$ 470/MW med – perigosamente perto dos R$ 600 que caracterizam o
racionamento. Térmicas a óleo combustível já estão sendo despachadas em todo o Sudeste, e
o ONS (Operador Nacional do Sistema) busca, de todas as formas, otimizar a oferta de energia.
Das demais fontes renováveis, a eólica é aquela que reúne qualidades capazes de reverter em
curtíssimo prazo um possível cenário de escassez de energia, a custos aceitáveis pela
sociedade brasileira.
A Figura 2 mostra o potencial eólico brasileiro por regiões. Pode-se observar que justamente
o Nordeste, mais vulnerável em termos de recursos hidrológicos e que enfrenta atualmente
uma severa escassez, possui o maior potencial eólico do País. A região é dona de
aproximadamente metade do potencial do Brasil, avaliado em 143 GW,
Vale notar que este potencial pode ser imensamente maior. Os números aqui apresentados
referem-se ao potencial bruto estimado em 2001, aplicando-se dados de ventos mapeados e
disponíveis à época com equipamentos aerogeradores com a tecnologia da época. Atualmente
os aerogeradores possuem potências unitárias de cerca de 4 vezes maiores que as
considerados na concepção do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro [1] e as estruturas que os
sustentam praticamente dobraram de tamanho, permitindo um melhor aproveitamento do
vento e otimização de projetos de parques eólicos. Com as tecnologias atuais de geração,
poderíamos considerar um potencial de 150.000 MW, apenas no Nordeste.
Tomando apenas 20% do potencial considerado no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro [1]
(75000MW) com fator de capacidade igual a 40%, chega-se a um valor de 6.000 Mwmédios –
70% de toda a carga do Nordeste em 2007, montante não desprezível em qualquer cenário e
bastante relevante num cenário de escassez.
Estes ganhos tornam-se ainda maiores quando observamos uma importante característica
natural da região Nordeste: a complementaridade sazonal entre as fontes hídricas e eólicas,
conforme mostrado na Figura 3. As Energias Naturais Afluentes aos reservatórios e a geração
eólica típica complementam-se – as disponibilidades de uma crescem quando as da outra
declinam. A estabilização da oferta pode ser fundamental para a establização dos preços de
mercado – que exibem historicamete uma volatilidade e gera uma enorme insegurança para o
investidor e um risco econômico/financeiro significativo para todos os agentes.
25000
20000
2002
15000 2003
MWmed 2004
2005
2006
10000 2007
Ger Eolica
5000
0
1jan 2
fev 3
mar 4
abr 5
mai jun
6 jul
7 ago
8 set
9 10
out nov
11 dez
12
Meses
A proximidade dos sítios com bons recursos eólicos aos centros de carga permite a
economia em sistemas de transmissão de energia.
As características específicas da região Nordeste (principalmente o alto fator de
capacidade) tornam viáveis empreendimentos com valores comercializáveis de energia
na faixa de US$ 50 a 100/MWh, valor muito menor que o de uma planta térmica a óleo
combustível/diesel, por exemplo.
A velocidade de implantação de um empreendimento é bastante alta – pode-se
implantar uma usina (20 a 100) em apenas 6 a 12 meses..
O parque gerador cria empregos na região e traz desenvolvimento barato, limpo e
sustentável
A própria energia é limpa; não agride o meio ambiente, como as térmicas a óleo
combustível/diesel que apresentam altos níveis de emissões. O uso da energia eólica
estaria em plena consonância com a tradição brasileira de geração limpa e com as
crescentes exigencias globais de sustentabilidade ambiental.
O E STUDO R EALIZADO
O BJETIVOS
O objetivo deste estudo é a avaliação quantitativa dos benefícios da implantação de um
parque de energia eólica no Brasil. Utilizamos, para medir estes benefícios, os indicadores
mais conhecidos no setor:
O Risco de Déficit é o percentual dos cenários simulados onde ocorreu algum déficit de
energia.
Reproduzimos o cálculo da operação ótima oficial do setor para o mês de dezembro de 2007.
As hipóteses, restrições, dados e condições iniciais são idênticas às utilizadas no setor e
publicamente disponíveis na página do ONS.
A única diferença repousa nas séries hidrológicas utilizadas. Sabe-se que os resultados do
programa oficial são muito variáveis, e dependem fortemente da versão utilizada e das séries
hidrológicas contempladas. Para minimizar esta variabilidade, que poderia gerar algum
desconforto quanto à confiança dos resultados, optamos por utilizar toda a série histórica
disponível (2000-2006). Assim, garantimos a coerência e a invulnerabilidade quanto a
controles ou parâmetros que possam distorcer os resultados – que desejamos precisos e fiéis
à realidade. Todos os outros dados e condições – inclusive os armazenamentos iniciais –
refletem fielmente o conhecido “PMO” (Programa Mensal de Operação) utilizado pelo ONS.
Utilizamos em nossos cálculos um programa (software) próprio, que reproduz toda a
metoologia utilizada no programa oficial – o Newave, cuja entrada de dados foi modificada
para permitir a introdução dos dados do parque eólico simulado.
A inclusão da energia eólica (capacidade máxima e fator de capacidade) é descrita através das
tabelas a seguir:
FATOR DE CAPACIDADE
Mês NE SE/CO SUL
J 35 31 29
F 30 28 27
M 28 28 26
A 29 30 27
M 30 33 29
J 31 36 33
J 38 39 37
A 48 42 38
S 59 42 38
O 67 40 37
N 58 37 33
D 46 33 31
R ESULTADOS O BTIDOS
A lista de casos simulados mês a mês durante o período de estudo é mostrado na Tabela 1.
Para interpretação dos resultados a partir do ano de 2009, conforme premissa geral adotada
no estudo, basta desconsiderar os resultados do ano de 2008. Maiores esclarecimentos a este
respeito podem ser encontrados no item 7 – Análise dos Resultados.
Os resultados dos Casos 1 e 2 da Tabela 1 são plotados na Figura 6. Os gráficos mostram, para
o sub-sistema Nordeste, a influência da geração eólica no Custo Marginal de Operação ao
longo do tempo, com a geração a gás natural plena.
2008
Redução
Tempo de Valor Redução percentual Redução entre os
Valor máximo sem ocorrência correspondente devida às devida às eólicas máximos devida às
eólicas ==> 295 ==> set/08 com eólicas ==> 197 eólicas ==> 98 ==> 33 eólicas ==> 98
Redução Redução percentual
Valor Tempo de Redução percentual entre os máximos
correspondente ocorrência Valor máximo devida às devida às eólicas devida às eólicas
sem eólicas ==> 295 ==> set/08 com eólicas ==> 197 eólicas ==> 98 ==> 33 ==> 33
Máxima Máxima redução
Valor Tempo de Valor redução percentual
correspondente ocorrência correspondente devida às devida às eólicas
sem eólicas ==> 282 ==> out/08 com eólicas ==> 182 eólicas ==> 100 ==> 35
2009
Redução
Tempo de Valor Redução percentual Redução entre os
Valor máximo sem ocorrência correspondente devida às devida às eólicas máximos devida às
eólicas ==> 162 ==> jul/09 com eólicas ==> 121 eólicas ==> 41 ==> 25 eólicas ==> 41
Redução Redução percentual
Valor Tempo de Redução percentual entre os máximos
correspondente ocorrência Valor máximo devida às devida às eólicas devida às eólicas
sem eólicas ==> 162 ==> jul/09 com eólicas ==> 121 eólicas ==> 41 ==> 25 ==> 25
FIGURA 7
FIGURA 8
FIGURA 9
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
17 Sudeste Déficit de Energia Com geração a gás plena Sem geração eólica.
Com geração eólica conforme
18 Sudeste Déficit de Energia Com geração a gás plena Tabelas A1.2 e A1.5
FIGURA 15
FIGURA 16
21 Sul Déficit de Energia Com geração a gás plena Sem geração eólica.
Com geração eólica conforme
22 Sul Déficit de Energia Com geração a gás plena Tabelas A1.2 e A1.5
FIGURA 17
FIGURA 18
25 Nordeste Risco do Déficit Com geração a gás plena Sem geração eólica.
FIGURA 19
FIGURA 20
29 Sudeste Risco do Déficit Com geração a gás plena Sem geração eólica.
FIGURA 21
2008
Redução
Tempo de Valor Redução percentual Redução entre os
Valor máximo sem ocorrência correspondente devida às devida às eólicas máximos devida
eólicas ==> 12,6 ==> fev/08 com eólicas ==> 8,4 eólicas ==> 4,2 ==> 33 às eólicas ==> 2,8
Redução
Redução percentual entre
Valor Tempo de Redução percentual os máximos
correspondente ocorrência Valor máximo devida às devida às eólicas devida às eólicas
sem eólicas ==> 12,6 ==> mar/08 com eólicas ==> 9,8 eólicas ==> 2,8 ==> 22 ==> 22
Máxima Máxima redução
Valor Tempo de Valor redução percentual
correspondente ocorrência correspondente devida às devida às eólicas
sem eólicas ==> 11,1 ==> abr/08 com eólicas ==> 7,0 eólicas ==> 4,1 ==> 37
2009
Redução
Tempo de Valor Redução percentual Redução entre os
Valor máximo sem ocorrência correspondente devida às devida às eólicas máximos devida
eólicas ==> 7,0 ==> jan/09 com eólicas ==> 5,5 eólicas ==> 1,5 ==> 21 às eólicas ==> 1
Redução
Redução percentual entre
Valor Tempo de Redução percentual os máximos
correspondente ocorrência Valor máximo devida às devida às eólicas devida às eólicas
sem eólicas ==> 7,0 ==> jan/09 com eólicas ==> 5,5 eólicas ==> 1,5 ==> 21 ==> 21
FIGURA 22
33 Sul Risco do Déficit Com geração a gás plena Sem geração eólica.
Com geração eólica conforme
34 Sul Risco do Déficit Com geração a gás plena Tabelas A1.2 e A1.5
FIGURA 22
Ainda no sub-mercado Nordeste, são esperados valores elevados de CMO para o período seco
de 2008, alcançando R$ 295,00/MWh (Caso 1). Se a decisão de inclusão da geração eólica
nessa escala tivesse ocorrido com antecipação suficiente para opera-la antes de 2008, a
expectativa do CMO para este mesmo período, seria de apenas R$ 197/MWh (Caso 2), com
redução de aproximadamente 1/3 do valor inicialmente previsto. A máxima redução
instantânea do CMO, devida às eólicas foi observada em outubro de 2008, quando chegou a
atingir R$ 100,00/MWh.
Ainda no sub-mercado Sudeste, são esperados valores de CMO para o período seco de 2008,
da ordem de R$ 225/MWh (Caso 5). Se a decisão de inclusão da geração eólica nessa escala
tivesse ocorrido com antecipação suficiente para opera-la antes de 2008, o CMO baixaria para
Ainda no sub-mercado Sudeste, são esperados valores de CMO em abril de 2008, da ordem de
R$ 207/MWh (Caso 9). Se a decisão de inclusão da geração eólica nessa escala tivesse ocorrido
com antecipação suficiente para opera-la antes de 2008, o CMO baixaria para R$ 181/MWh
(Caso 10), com redução de aproximadamente 13% do valor inicialmente previsto. A máxima
redução instantânea do CMO, devida à geração eólica foi observada em maio de 2008, quando
chegou a atingir R$ 51,00/MWh.
Impacto no Déficit
Risco de Déficit
Custos Evitados
Os custos operativos evitados pela inserção da geração eólica a partir de 2009, podem ser
estimados, para cada sub-mercado, calculando-se a diferença entre o custo de operação
(térmicas + deficits) em cada caso.
O custo operativo evitado total com a inserção de geração eólica, no período de 2009 a 2011
foi estimado em R$ 4 bilhões, ou cerca de 253,00 R$ por MWh. O que significa que para cada
MWh gerado da fonte eólica o custo operativo do sistema deve a esta geração 253 Reais.
Se a decisão de inclusão da geração eólica nessa escala tivesse ocorrido com antecipação
suficiente para opera-la antes de, os ganhos seriam significativamente maiores. Quanto mais
essa decisão se posterga, mais irresgatáveis se tornam os benefícios perdidos para a
sociedade.