Aspectos Atuais e
Viabilidade de
Aplicação
www.petrobio.com.br
Introdução
2
O álcool já provou sua eficiência na substituição da gasolina em motores do ciclo Otto, mas
o mundo precisa também de um substituto para o diesel. Esse assunto é de particular interesse
para o Brasil, que importa cerca de um terço do diesel que consome.
Nesse contexto, o Biodiesel surge como uma alternativa de diminuição da dependência
dos derivados de petróleo e um novo mercado para as oleaginosas.
Definição
Biodiesel é produto resultante da reação química entre óleos vegetais e álcool. Esse
produto pode ser usado como combustível em qualquer motor diesel sem a necessidade de
alteração nesse motor. Por ser um combustível alternativo ao diesel feito a partir de fontes
renováveis, passou a ser chamado de biodiesel. Quimicamente o biodiesel é conhecido como éster
metílico ou etílico de ácidos graxos, dependendo do álcool utilizado.
A União Européia considera como biodiesel o éster metílico ou etílico produzido a partir de
óleos vegetais ou animais, com qualidade de combustível para motores diesel, para utilização
como biocombustível.
o
No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), por meio da Portaria n 255/2003, define
biodiesel como sendo um combustível composto de mono-alquilésteres de ácidos graxos de cadeia
longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais e designado B100.
Biodiesel não contém componentes derivados de petróleo, mas pode ser utilizado puro ou
misturado em qualquer proporção com o diesel mineral para criar uma mistura diesel/biodiesel. Por
ser perfeitamente miscível e físico-quimicamente semelhante ao petrodiesel pode ser usado nos
motores ciclo diesel (com ignição por compressão) sem a necessidade de modificação ou onerosas
adaptações. Biodiesel é fácil de usar, biodegradável, não tóxico, e principalmente livre de enxofre e
dos compostos aromáticos.
Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a
concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do
Biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração
de 2%, 5%, 20% e 100% de Biodiesel, respectivamente.
Como se trata de uma energia limpa, não poluente e que pode ser usada pura ou
misturada com o diesel mineral em qualquer proporção, o seu uso num motor diesel convencional
resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de
monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados.
3
Vantagens do Biodiesel
Como se trata de uma energia limpa, não poluente e que pode ser usada pura ou
misturada com o diesel mineral em qualquer proporção, o seu uso num motor diesel convencional
resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução das emissões de
gases poluentes. A emissão de CO2, um dos principais gases causadores do efeito estufa, é
reduzida em 7% na utilização de B5 (5% de biodiesel e 95% de diesel), 9% na utilização de B20 e
46% no caso do uso de biodiesel puro. As emissões de materiais particulados e fuligens são
reduzidas em até 68% com o uso de biodiesel, e há queda de 36% dos hidrocarbonetos não
queimados. Extremamente significativa também é a redução nos gases de enxofre - que são os
causadores da chuva ácida -, de 17% para o B5, 25% para o B20 e 100% para o biodiesel puro,
uma vez que, diferentemente do diesel de petróleo, o biodiesel não contém enxofre.
4
Com a implantação do B5, a agricultura ganhará mais empregos, pois será necessário um
aumento de 125 mil hectares de cana-de-açúcar no caso de aplicação do biodiesel etílico, 2,5
milhões de hectares de girassol para biodiesel feito com seu óleo ou 5 milhões de hectares de
soja. Futuramente, seria necessário ampliar essas áreas de cultivo de oleaginosas e de cana-de-
açúcar para incrementar o uso do biodiesel e aumentar as proporções da mistura desse
biocombustível ao diesel de petróleo para misturas do tipo B15 ou B20. O simples fato de
utilizarmos parcial ou totalmente a capacidade ociosa já instalada na indústria do álcool e da
extração de óleos vegetais representa um grande ganho para o País.
O Brasil, pela suas imensas extensões territoriais, associadas às excelentes condições
climáticas, é considerado um país, por excelência, apto para a exploração da biomassa para fins
alimentares, químicos e energéticos.
No campo das oleaginosas, as matérias-primas potenciais para a produção de óleo diesel
vegetal são bastante diversificadas, dependentemente da região considerada. Muitas oleaginosas
podem ser citadas: mamona, dendê, soja, girassol, babaçu...
Por outro lado, as diversidades sociais, econômicas e ambientais geram distintas
motivações regionais para a produção e consumo de combustíveis da biomassa, especialmente
quando se trata do Biodiesel.
5
perspectiva de auto-suficiência em diesel, o Brasil é apontado por especialistas do mundo todo
como o país com potencial para se tornar o principal exportador de biodiesel. Cálculos da agência
americana de energia renovável apontam que os Estados Unidos tem um mercado potencial para
os combustíveis limpos de US$ 6 bilhões. Na Europa, a consultoria Frost & Sullivan prevê vendas
de US$ 2,4 bilhões até 2007. Na Embrapa, a aposta é que o Brasil possa se tornar fornecedor de
60% do biodiesel global.
Misturas de biodiesel podem ser usadas em qualquer tipo de motor diesel, leves ou
pesados. No entanto, é importante checar com o fabricante antes de usar o biodiesel. Como com
qualquer combustível, um componente do motor danificado pelo combustível não é reposto pela
garantia.
Misturas de biodiesel no diesel são utilizados em inúmeros veículos leves e pesados nos
Estados Unidos. A mistura mais comum é o B20 (20% de biodiesel / 80% diesel), mas B100
(biodiesel puro) e misturas com menos de 20% de biodiesel podem também ser usadas.
Veículos que aprovaram o uso de biodiesel incluem ônibus urbanos e escolares, veículos de
suporte militar, equipamentos agrícolas e veículos para manutenção de parques nacionais.
Biodiesel abastecendo veículos leves a diesel são menos comuns.
Nos Estados Unidos, mais de 10 milhões de milhas foram rodadas utilizando biodiesel puro e
misturas de biodiesel. Saiba mais em Histórias de Sucessos como parte do Programa de Cidades
Limpas.
Como com todos os veículos, treinamento adequado é necessário para operar e manter
veículos rodando com biodiesel. O ponto de fulgor do biodiesel é significantemente maior que o do
diesel convencional, o que torna o combustível mais seguro. Biodiesel puro não é tóxico, é
biodegradável e emite menos gases carcinogênicos do que na emissão do diesel convencional.
Em veículos antigos, misturas com altas porcentagens de biodiesel (mais que 20%) podem
afetar mangueiras de combustível e selos da bomba feitos com certos elastômeros. O efeito é
diminuído com misturas de menor percentual. Elastômeros (encontrado nas mangueiras e nas
gaxetas) que são compatíveis com o biodiesel são necessários para o uso de b100 e altas
misturas.
Todo o combustível diesel requer medidas especiais para o uso em baixas temperaturas.
Biodiesel tem um ponto de congelamento mais alto que o do diesel convencional. No entanto, a
mesma estratégia usada para garantir o funcionamento do diesel convencional no inverno também
funcionará para misturas de biodiesel. Isso inclui o uso o uso de aditivos e misturas com diesel nº1.
6
Para proteger o equipamento e assegurar a operação sem problemas, o B100 usado para
fazer a mistura com o diesel convencional deve seguir a especificação ASTM D6751.
Desempenho
Fonte: http://www.eere.energy.gov/afdc/afv/bio_vehicles.html
Para relatos de testes com Biodiesel, visite o link abaixo:
http://www.eere.energy.gov/cleancities/success_stories.html
Aspectos Tecnológicos
7
A Petrobio utiliza o processo de transesterificação alcalina com algumas inovações
tecnológicas de desenvolvimento próprio. Esse desenvolvimento, cujo pedido de patente já foi
depositado junto ao INPI e apresenta o número PI 0403140-7, permite que qualquer óleo ou
gordura animal seja transformado em biodiesel tanto quando se utiliza metanol como quando o
etanol é utilizado. Nesse processo são usados catalisadores tradicionais, hidróxido de sódio (soda
cáustica) ou hidróxido de potássio (potassa cáustica).
O biodiesel é produzido a partir de uma reação química entre óleos vegetais ou gorduras
animais (triglicerídeos) e um álcool. Pode-se utilizar óleo de soja, girassol, amendoim, algodão,
canola (colza), babaçu, dendê, pequi, mamona, entre outras, e também gordura animal. Esses
óleos podem ser brutos, degomados ou refinados, bem como óleos residuais de fritura.
Na Europa a produção de biodiesel é feita principalmente a partir do óleo de colza, pois é o óleo
mais abundante naquela região, mas também se encontram alguns pontos de produção de
biodiesel europeu a partir de óleo de girassol. Nos EUA é usado principalmente o óleo de soja,
pelo mesmo motivo acima citado.
O Brasil possui características endofo-climáticas que possibilita a plantação de diversas
culturas diferentes, fato que permite que seja mais bem aproveitada a característica de cada
região. Por exemplo, nas regiões sul, sudeste e centro-oeste poderá utilizar a soja como matéria
prima, pois é a oleaginosa com maior produção nessas regiões. No norte e nordeste pode-se
plantar mamona ou também aproveitar as florestas de babaçu e dendê existentes nessa região.
Para a transesterificação (reação química de transformação do óleo em biodiesel), como já
fora dito anteriormente, é necessário também o uso de um álcool, que pode ser o metanol ou o
etanol.
Apesar dos europeus dominarem a tecnologia para produção de biodiesel a partir do etanol
(álcool de cana), esse álcool não é utilizado industrialmente devido à baixa disponibilidade e ao
alto custo em relação ao metanol na Europa. Em contrapartida, o Brasil é o maior produtor de
etanol do mundo, e a utilização desse álcool no lugar do metanol torna o biodiesel brasileiro um
combustível 100% renovável, uma vez que o metanol tem como principal fonte de obtenção o
petróleo.
No que tange às melhores oleaginosas para produção de biodiesel podemos citar, sem
dúvida alguma, são as palmeiras, devido aos altos rendimentos de extração de óleo por hectare.
Por exemplo, o babaçu rende 1.600 L/ha, o dendê, 5.950 L/ha, o pequi, 3.100 L/ha e a macaúba
(ou macaíba) 4.000 L/há. Esses rendimentos são muito superiores em relação às outras
oleaginosas, não menos famosas, como a soja, que produz 400 litros de óleo por hectare,
8
o girassol, 800 L/ha, a mamona, 1.200 L/ha, o milho, 160 L/há ou o algodão, 280 L/há. Porém, a
motivação para a utilização dessas oleaginosas é outra. Uma delas é o tempo de maturação que
tem as palmeiras, que levam de 3 a 5 anos para começarem a dar frutos e de 5 a 8 anos para
atingirem a produtividade máxima, e essas outras oleaginosas são de culturas rotativas, anuais, e
o brasileiro culturalmente não aplica uma política de médio ou longo prazo, sempre de curto prazo,
por isso a preferência por culturas rotativas.
Além disso, a motivação para a utilização da soja, por exemplo, que é uma das
oleaginosas que menos produzem óleo por hectare, porém mais produzidas no Brasil, é o valor de
seus subprodutos. O quilo do farelo de soja, por exemplo, é mais caro que o próprio grão de soja.
Pode-se dizer ainda sobre as proteínas que podem ser extraídas deste óleo, que têm um alto valor
no mercado. O resultado disso é que o óleo de soja, apesar de ter pequena produtividade por
hectare, é produzido praticamente de graça, se tornando ele, o subproduto do farelo e das
proteínas, havendo nesse caso uma inversão de valores.
A motivação para uso da mamona é o baixo custo de manutenção da plantação da
mamona e também a muito enfatizada pelo governo inclusão social, pois a colheita é manual e
deverá gerar muito emprego.
A utilização das palmeiras tem as mesmas motivações apresentadas para a mamona,
lembrando apenas que se trata de um investimento de médio em longo prazo e, por conseguinte,
não se mostram muito interessantes pela cultura “imediatista” brasileira para retorno de
investimentos.
O interesse principal se dá, portanto a culturas rotativas, que apresentam retorno mais
rápido do investimento realizado mesmo que em detrimento de maior produtividade.
9
Enquanto na União Européia a matéria prima utilizada para a produção de biodiesel
restringe-se basicamente a Colza, nos Estados Unidos da América o desenvolvimento se deu a
partir da Soja.
Tomando-se a FGV como fonte de informações, o gráfico a seguir indica as capacidades
de produção de biodiesel dos principais países produtores.
10
Produção Americana
A venda de biodiesel nos EUA atingiu 1,9 milhões de litros em 1999 e subiram para 57
milhões de litros em 2003.
De acordo com a American Biofuels Association, com incentivos do governo comparado a
aqueles que foram dados ao etanol, as venda de biodiesel podem alcançar 7.600 milhões de litros
por ano ou substituir 8% do consumo de diesel nas rodovias americanas.
Neste nível de penetração de mercado, o biodiesel poderia ser utilizado em frotas de
ônibus e caminhões pesados (principalmente em mistura de 20% ao petrodiesel), navios,
construção, máquinas agrícolas, aquecimentos residenciais e geração de energia elétrica.
Produtores Americanos
Dados obtidos até outubro de 2003 indicam que nos EUA já existem de 23 produtores de
Biodiesel. A escala de produção tem crescido significativamente e as plantas encontram-se
distribuídas em vários pontos do país.
Basicamente os pontos de venda de biodiesel se localizam na região central dos EUA, com
grande concentração nos Estados de Minnessota, Missouri, um dos percussores do projeto.
Produção Européia
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Nos estados do Piauí e Ceará estão sendo implantadas unidades de produção com
capacidade de aproximadamente 3.000 L/dia, com tecnologia desenvolvida pela Tecbio. Essas
unidades utilizarão como matéria prima à mamona e o metanol, pois essa empresa não possui
processo químico para utilizar o etanol (álcool de cana) como matéria prima. Projeto semelhante,
mas com menor capacidade de produção está sendo desenvolvida em Varginha-MG.
No Rio Grande do Norte a Petrobrás está implantando uma unidade de produção de
biodiesel também a partir da mamona, com capacidade de produzir 5.600 L/dia, com tecnologia
desenvolvida pelo CENPES. Um investimento de pouco mais de R$ 1.500.000,00 só na parte física
da fábrica. Essa tecnologia possibilita a extração do biodiesel diretamente da semente de mamona,
mas a eficiência desse processo é discutível, principalmente por não se aplicar à outros grãos,
como o da soja, por exemplo.
A empresa ECOMAT, do Mato Grosso, produz biodiesel a partir de óleo de soja e etanol
desde 2001, e tem capacidade de produzir 40.000 L/dia. Porém utiliza um processo em que o
produto final tem preço de custo maior que o preço do diesel, o que tornaria um programa nacional
inviável.
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) tem uma unidade para produção de 6.500 L/dia,
e produz com óleo de girassol ou óleos residuais e metanol.
O grupo Agropalma está construindo em Belém uma unidade de produção com capacidade
de produzir 8 milhões de litros de biodiesel por ano, que utiliza resíduos do refino do óleo de palma
e etanol como matéria prima. Esse processo é conhecido como esterificação, mas a principal
matéria prima é limitada, não permitindo expansão de produtividade.
O grupo BioBrás tem atividades na área de biodiesel em quatro estados, porém testes da
ANP indicaram que o biodiesel produzido por esse grupo não apresenta qualidade suficiente para
ser utilizado em motores.
O Governo Federal vem implementando uma série de políticas públicas para a inserção do
biodiesel na matriz energética brasileira. Essas políticas públicas estão sendo articuladas por
vários ministérios, dentre eles o da Integração Nacional, Desenvolvimento Agrário, Minas e
Energia, Ciência e Tecnologia, Indústria e Comércio Exterior e Agricultura, fora a interferência em
assuntos institucionais da Casa Civil e os atos regulatórios da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
A política feita por meio das autarquias acima é basicamente conduzida pela renúncia
fiscal, voltada para o pequeno agricultor (agricultor familiar), regulamentação do mercado pela ANP
com todas as diretrizes técnicas para a comercialização padronizada do biodiesel, fornecimento de
assistência técnica para agronômica para os pequenos grupos que desejam (agricultura familiar).
12
participar da produção de matérias-primas para o biodiesel (oleaginosas) e construção do
arcabouço jurídico para uso do biodiesel como combustível oficial no Brasil.
A renuncia fiscal ficou com o desconto ou isenção total (depende de cada caso) da PIS e
COFINS para os produtores de biodiesel. Tudo foi detalhado primeiro em uma medida provisória
(MP 227/04) e agora é objeto de projeto de lei em tramitação no legislativo federal.
Também existe a intenção de o governo garantir preços mínimos para os pequenos
agricultores, futuros fornecedores de matéria-prima para indústrias de biodiesel, preço mínimo
esse, que deverá ser exercido através da CONAB (com compra para estoques reguladores de
mamona, soja, girassol, etc).
Todos os ministérios foram inicialmente mobilizados pelo governo central e ai então,
organizados pela Casa Civil. Ocorreu também a criação do Pólo Nacional dos Biocombustíveis,
patrocinado pelo poder executivo e sob a tutela do Ministério da Agricultura e da Esalq (Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP) na cidade de Piracicaba-SP.
13
A segunda parcela do mercado automotivo caracteriza-se pelo consumo a varejo, com a
venda do combustível nos postos de revenda tradicionais. Neste grupo estão incluídos os
transportes interestaduais de cargas e passageiros, veículos leves e consumidores em geral.
O mercado total de diesel do Brasil, por região, é mostrado na tabela abaixo:
14
O setor agropecuário é responsável por 15% do consumo de óleo diesel, aproximadamente
5.600 mil m3. Para este setor a aplicação da alternativa B100 para motores estacionários e
máquinas agrícolas pode acarretar significativas reduções de custos, que se viabilizadas poderão
representar pesados incrementos no consumo de biodiesel, se comparados com as estimativas de
consumo para o setor de transportes.
Contudo, cabe ressaltar que o modelo desenvolvido e implementado na Alemanha utiliza a
alternativa B100 para a comercialização a varejo, porém, não representa a maioria dos modelos
em uso ou desenvolvimento.
As misturas em proporções volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuais, sendo que
não é necessária nenhuma adaptação dos motores.
Considerações preliminares:
1. Foi considerado o custo de produção do grão, incluída a margem de retribuição do produtor. No
caso da soja, foi considerado o valor comercial da saca e subtraído o valor comercial do farelo.
2. Foi subtraído o valor comercial dos subprodutos (farelo ou torta). No caso da mamona o valor foi
estimado e com relação à palma, não foi considerado.
3. O mercado de soja trabalha com a chamada “crush-margin” (custo para a moagem) em torno de
US$ 12,00/tonelada. Para os demais produtos, os custos não devem ser muito diferentes disso.
4. Dois métodos de extração podem ser aplicados: extração por solvente (com hexano) ou por
esmagamento. Na extração por solvente, todo óleo contido no grão pode ser retirado, e por
esmagamento, entre 5% e 7% do óleo permanece na torta.
15
Extração por solvente:
1 tonelada de soja produz:
21% de óleo (entre 19% e 22%, mercado assume 21%)
73% de torta
Para produzir 1 tonelada de óleo:
São necessárias 4,762 toneladas de grãos que custam
R$ 2.515,82
+ R$ 157,94 (moagem) = R$ 2.673,76
Produz 3,476 toneladas de torta
R$ 1.901,46
Custo por tonelada de óleo de soja = R$ 772,30
2) Girassol
Custo por hectare: R$ 800,00
Produtividade: 2000 Kg / ha (produtividade acima da média atual, mas bastante factível)
16
Produz 1,238 toneladas de torta
R$ 297,14
Custo por tonelada de óleo de girassol = R$ 729,50
3) Mamona
17
57% de torta
Para produzir 1 tonelada de óleo:
São necessárias 2,703 toneladas de baga que custam
R$ 1.081,08
+ R$ 89,84 (moagem) = R$ 1.170,92
Produz 1,541 toneladas de torta
R$ 154,05
Custo por tonelada de óleo de girassol = R$ 1.016,86
18
4) Palma
Plantio Comercial
Amortização: R$ 500,00 / ha.ano
Manejo: R$ 930,00 / ha
Produtividade
136 palmas / há
10 cachos / palma
Teor de óleo por cacho: 26%
7.072 Kg de óleo / ha
Moagem: R$ 119,95
Custo por tonelada de óleo de palma = R$ 322,16
5) Amendoim
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Custo por tonelada de óleo de amendoim = R$ 1.078,96
Considerações preliminares:
1. Com 1000 Kg de óleo se produz pouco mais de 1000 L de Biodiesel. Por comodidade de
cálculos e também por medidas conservadoras, o valor esta arredondado.
2. Para que a reação seja mais rápida e eficiente, faz-se necessário a utilização de álcool em
excesso. Cerca de metade do álcool utilizado pode ser recuperado. Por adotar medidas
conservadoras novamente, estamos considerando a recuperação de apenas um terço desse
álcool.
3. Como subproduto da reação, uma massa com aproximadamente 10% da massa inicial de óleo é
obtida de glicerina. Essa glicerina pode ser tratada ou não. Estamos considerando os dois casos.
1) Soja
20
Custo do biodiesel com recuperação do álcool e da glicerina loira: R$ 0,89 / L
Custo do Biodiesel com recuperação do álcool e da glicerina pura: R$ 0,74 / L
2) Girassol
3) Mamona
21
Preço de Mercado:
4) Palma
Para plantio:
Custo do biodiesel: R$ 0,62 / L
Custo do biodiesel com recuperação do álcool e da glicerina loira: R$ 0,38 / L
Custo do Biodiesel com recuperação do álcool e da glicerina pura: R$ 0,24 / L
5) Amendoim
22
6) Sebo Animal
Solvente R$ 1,04
Soja
Prensagem R$ 1,15
Solvente R$ 1,01
Girassol
Prensagem R$ 1,10
Prensagem R$ 2,01
Plantio R$ 0,62
Palma
Cacho R$ 0,93
Solvente R$ 1,33
Amendoim
Prensagem R$ 1,42
Sebo R$ 1,13
23
Tipo de Óleo Obtenção do Óleo Preço
Solvente R$ 0,78
Soja
Prensagem R$ 0,89
Solvente R$ 0,75
Girassol
Prensagem R$ 0,84
Prensagem R$ 1,77
Plantio R$ 0,38
Palma
Cacho R$ 0,69
Solvente R$ 1,08
Amendoim
Prensagem R$ 1,18
Sebo R$ 0,87
24
Tipo de Óleo Obtenção do Óleo Preço
Solvente R$ 0,64
Soja
Prensagem R$ 0,74
Solvente R$ 0,60
Girassol
Prensagem R$ 0,69
Prensagem R$ 1,63
Plantio R$ 0,24
Palma
Cacho R$ 0,56
Solvente R$ 0,95
Amendoim
Prensagem R$ 1,04
Sebo R$ 0,73
25
Fonte: Petrobras.com.br
26
petróleo, o biodiesel deverá ter seu preço igual ou menor que os R$ 1,3879 nas mesmas
condições (antes da distribuição e já com os impostos). Esses incentivos podem tornar viável a
aplicação de algumas oleaginosas na produção de biodiesel, como a mamona. O custo de
produção do biodiesel para essa oleaginosa a preço de mercado ficam acima do custo de
produção do diesel, inviabilizando sua utilização sem a renúncia fiscal.
Portanto, uma análise simples dos custos de produção do diesel e do biodiesel prova que o
biodiesel é sim viável economicamente.
Analisando ainda os preços admitidos internacionalmente para o diesel, podemos afirmar
que também é viável a produção de biodiesel para exportação.
27
Rentabilidade do Biodiesel
A legislação do biodiesel prevê a substituição de 2% de diesel por biodiesel, mas abre uma
brecha para a comercialização direta para grandes consumidores e utilização de percentuais
maiores por esses grandes consumidores. Porém, isso requer autorização da ANP e isso nem
sempre será possível, portanto faremos os cálculos da rentabilidade como se o biodiesel produzido
fosse vendido para as distribuidoras. Para que isso seja feito, o preço do biodiesel, já com os
impostos, não poderá ultrapassar o preço do diesel antes da distribuição e comercialização no
varejo. Portanto será utilizado para o diesel o valor de R$ 1,39 (preço do diesel da Refinaria Duque
de Caxias, no Rio de Janeiro, com os impostos aplicados nesse estado, mas sem o lucro dos
distribuidores). Para o biodiesel será utilizado um valor mais provável de ser implantado em uma
fase inicial do programa de biodiesel, onde o óleo de soja será extraído por solvente e, para ser
conservador, onde a glicerina é vendida loira. Nesse cenário temos o custo de produção de R$
0,78. Aplicando 45% de impostos (CIDE, PIS/COFINS e ICMS), esse biodiesel sairia por R$ 1,13,
portanto, um lucro de 26 centavos por litro de biodiesel vendido.
Diesel: R$ 1,39 / L
Biodiesel: R$ 1,13 / L
Diferença por litro: R$ 0,26
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Esses valores são bastante expressivos, principalmente se compararmos com os valores
das unidades de produção de biodiesel utilizada para essas produções. Por exemplo, a ultima
unidade simulada tem um lucro anual que supera o investimento inicial feito na compra dela.
Produção de Biodiesel
Planta Pequena:
29
de escolher se quer uma unidade com a recuperação de álcool ou não, uma análise de custos de
produção deve ser feita.
Utilizando os preços atuais da saca de soja no mercado internacional, é possível se chegar
a óleo vegetal custando R$ 0,77 o litro. Para fim de ilustração, vou utilizar esse valor nessa
simulação.
Para a produção de biodiesel utilizando esse óleo, sem recuperar o álcool ou a glicerina,
obtêm-se biodiesel com custo de produção de R$ 1,07 por litro. Recuperando o álcool, o custo de
produção cai para R$ 1,04 por litro (por medidas conservadoras, estou utilizando o pior cenário
possível para essa simulação onde o álcool não é novamente desidratado e é vendido a 30
centavos, e ainda é recuperado apenas 30% sendo que é possível a recuperação de 50%).
Quando o álcool não é recuperado e a glicerina é tratada até que haja a possibilidade de
ser vendida como glicerina loira (não pura, mas também com alto valor de mercado), é possível se
obter o biodiesel de soja por R$ 0,84, e associado a recuperação do álcool 81 centavos de real.
Porém, para isso é necessário utilizar equipamentos que muitas vezes tem o valor alto em
comparação ao resto dos equipamentos e como a produção é pequena, pouca glicerina é gerada
no processo, fazendo com que esses equipamentos fiquem ociosos por boa parte do tempo.
Para se ter uma idéia dos custos dessas unidades pequenas, vou tomar por base uma das
unidades que mais geram interesse entre os pequenos produtores, uma unidade para 60.000 Litros
por mês. As unidades fundamentais dessa unidade custam aproximadamente R$ 300.000,00. A
unidade de recuperação do álcool custa por volta de R$ 200.000,00 e a unidade de purificação da
glicerina para essa unidade custa R$ 310.000,00.
Portanto, uma unidade com essa capacidade completa pode chegar a custar R$
810.000,00, sendo que com 300 mil reais já é possível se obter uma unidade para começar a
produzir o biodiesel. Cabe assim ao investidor avaliar se vale mais a pena desembolsar um pouco
mais no começo e ter uma lucratividade em longo prazo maior ou fazer uma programação de
investimento.
Planta Grande:
30
Quando o álcool não é recuperado e a glicerina é tratada para ser vendida como glicerina
loira, é possível se obter o biodiesel de soja por R$ 0,81, e associado a recuperação do álcool 78
centavos de real. Diferente do caso anterior, as unidades para recuperação do álcool e purificação
da glicerina não apresentam um valor tão expressivo frente ao valor da unidade de
transesterificação e purificação, e o volume de glicerina produzido permite a utilização de um
equipamento com sua eficiência máxima, diminuindo assim o custo por produtividade.
Tomando como base uma unidade com capacidade de 3.000.000 Litros por mês (100.000
litros por dia), as unidades fundamentais dessa planta custam aproximadamente R$ 6.600.000,00.
A unidade de recuperação do álcool custa por volta de R$ 750.000,00 e a unidade de purificação
da glicerina para essa unidade custa R$ 450.000,00.
Portanto, uma unidade com essa capacidade completa pode chegar a custar R$
7.800.000,00, sendo que dessa maneira não é possível se obter equipamentos suficientes para
produzir biodiesel por menos de R$ 6.600.000,00. Por isso, essas unidades maiores não estão
disponíveis sem as unidades de recuperação do álcool ou purificação da glicerina.
Retorno do Investimento
31
Nas unidades maiores, apesar do processo de transesterificação ser feito por batelada, são
empregadas centrífugas e secadores contínuos que tornam o processo semicontínuo. A centrífuga
é um equipamento que promove a separação contínua entre dois líquidos de densidades
diferentes. No processo de produção de biodiesel desenvolvido pela Petrobio as centrífugas são
utilizadas na separação entre biodiesel e glicerina e também no processo de purificação do
biodiesel, nas etapas de lavagem onde o biodiesel é separado da água. Além de agilizar esses
processos de separação, a centrifuga facilita muito a purificação do biodiesel, atingindo altos graus
de pureza com menos etapas. As centrífugas utilizadas nas unidades de produção comercializada
pela Petrobio são de desenvolvimento próprio, obtendo alta eficiência e baixo custo. Os
secadores, também um desenvolvimento da Petrobio com uma outra empresa também 100%
nacional, são aparelhos contínuos de destilação. Eles são utilizados no processo de produção do
biodiesel para promover a recuperação do álcool utilizado em excesso e também para remoção de
resíduos de água no biodiesel, uma das normas de qualidade mais rígidas do biodiesel.
Esses aparelhos proporcionam uma perda mínima de biodiesel na etapa de purificação e
um biodiesel de alta qualidade, porém não podem ser utilizados em unidades pequenas, pois
possuem tamanhos mínimos e preços fixos que impossibilitam sua aplicação para pequenas
produções. Por exemplo, uma unidade para produção de 50.000 litros de biodiesel por mês
utilizando esses equipamentos custa aproximadamente R$ 1.400.000,00 e poderá ter retorno do
investimento em 11 anos e meio com um lucro de vinte centavos por litro, tornando esse um
investimento praticamente inviável de ser conduzido.
A principal vantagem, porém, de se utilizar esses equipamentos (centrífugas e secadores)
é o aumento de produtividade, não por ganho de escala, mas sim por rendimento de conversão,
tendo uma diferença de entre 2% e 5% de rendimento a menos sem o emprego desses
equipamentos, além deles possibilitarem a recuperação do álcool em excesso. O resultado disso é
uma economia de aproximadamente R$ 0,05, cinco centavos, quantia significativa quando se trata
de grandes volumes de produção e de lucros baixos por litro.
Além disso, não é aconselhável utilizar as unidades pequenas trabalhando 24 horas, pois o
equipamento seria muito pequeno, por exemplo, teríamos reatores de 50 litros. Já a unidade de
maior produção é aconselhável que se utilize 24 horas por dia, atingindo assim uma maior
eficiência do equipamento e menor custo fixo para essa produção.
Deve-se deixar claro que a escolha entre pequenas e grandes unidades de produção deve
depender apenas da vontade e/ou necessidade do produtor em obter o retorno do investimento em
períodos mais curtos ou não, salientando que um investimento inicial maior poderá trazer um
retorno financeiro a médio e longo prazo extremamente positivo.
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Batelada X Semicontínua
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preços da unidade tem retorno em pouco menos de 32 meses, porém o mercado em que se
aplicam essas unidades é um mercado muito grande e que não será substituído em um período
curto, e deve-se pensar em décadas de funcionamento, onde ai se justifica cada vez mais a
escolha por uma unidade semicontínua, pois mesmo se considerarmos os juros do empréstimo,
esse valor não chega a representar o dobro, e mesmo se dobrasse esse valor, significariam menos
de 6 anos para compensar o investimento inicialmente mais alto, daí pra frente essa diferença
passaria a ser lucro, e o seriam por muito mais de 6 anos.
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de não se conseguir elegibilidade, devido às exigências muito severas, também há o risco de não
haver compradores interessados, pois a Diretiva da Comunidade Européia para o mercado de
carbono estabelece como foco os projetos envolvendo grandes fontes estacionárias de emissão,
como centrais de geração de energia, indústria do cimento, entre outros. Por outro lado, os setores
de atividade que a Diretiva Européia descarta são os sistemas florestais, enquanto que a energia
nuclear e as grandes hidroelétricas são encaradas com muitas restrições. Assim, não há uma
referência ao setor de transporte, nem como atividade preferencial nem como atividade
descartada. No entanto, a utilização do biodiesel no setor elétrico, nas circunstâncias em que
substitui o diesel mineral, está de acordo com a Diretiva Européia.
Caso o Protocolo de Kyoto não entre em vigor, há ainda a possibilidade de outros
mercados fora do Protocolo. Segundo dados do Banco Mundial, desde 1996 ocorreram 211
transações internacionais de redução de emissões (ER), totalizando 160 MtCO2e. De 1996 a 2000,
o Canadá juntamente com os EUA foram os principais compradores de “early credits” ou redução
de emissões (ER). Nos anos de 2001 e 2002, houve uma melhor distribuição dos países
compradores, merecendo destaque a participação do Prototype Carbon Fund do Banco Mundial.
Os EUA continuam sendo um dos principais compradores, apesar do atual governo federal
ter afirmado que não irá ratificar o Protocolo de Kyoto. Dessa maneira, as empresas norte-
americanas não teriam o compromisso de reduzir suas emissões de GEE.
Porém, alguns estados norte-americanos estão criando legislações estaduais que irão
obrigar as empresas a reduzirem suas emissões; e algumas empresas estão assumindo
compromissos voluntários. No entanto, este mercado está começando a desaquecer. O preço
pago nos últimos meses por empresas como Ford Motor, DuPont e American Electric Power tem
sido de menos do que US$ 1,0 por tonelada de carbono.
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dos hidrocarbonetos tóxicos, que apresentam potencial cancerígeno. No entanto, as emissões dos
óxidos de nitrogênio (NOx) aumentam em relação ao diesel mineral, não sendo, entretanto,
impedimento para a disseminação do biodiesel devido às grandes vantagens em relação aos
outros poluentes. É um incremento pequeno se comparado com as reduções de grande magnitude
dos outros poluentes. Existem alguns estudos em andamento visando à redução de formação do
óxido de nitrogênio pelo uso do biodiesel. Há várias estratégias possíveis, como a mudança do
tempo de injeção do combustível, a utilização de catalisadores adequados e como mais um
exemplo, a identificação da fonte ou propriedade do biodiesel que pode ser modificada para reduzir
as emissões de NOx.
O biodiesel de referência será o originário de óleo de soja. Observa-se que um grande
grupo de óleos vegetais e de gordura animal poderá apresentar benefícios ambientais superiores
e, por conseguinte, custos evitados da poluição maiores do que os vislumbrados neste estudo.
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Comparação de emissões do biodiesel de soja com o diesel mineral (%)
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Comparação das emissões totais de HC e dos gases tóxicos agregados
III - Valoração dos Custos Evitados da Poluição pela substituição do diesel mineral pelo
biodiesel
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Custos evitados com a substituição do diesel mineral pelo B100 (R$/dia)
MUNICÍPIO HC CO NOx MP Total
BELO HORIZONTE -51.287,6 -29.510,8 37.897,0 -6.397,7 -49.299,1
BRASILIA -19.937,1 -17.828,6 25.628,8 -4.204,6 -16.341,6
CAMPINAS -24.630,2 -14.503,4 18.767,4 -3.161,9 -23.528,1
CURITIBA -46.849,1 -29.918,9 39.695,0 -6.644,4 -43.717,5
JOAO PESSOA -5.437,0 -3.455,5 4.578,0 -766,6 -5.081,0
JUIZ DE FORA -6.015,5 -4.167,8 5.656,0 -941,3 -5.468,5
PORTO ALEGRE -24.569,1 -16.340,1 21.931,0 -3.660,1 -22.638,3
RECIFE -20.360,6 -11.731,6 15.072,4 -2.544,2 -19.564,1
RIO DE JANEIRO -65.819,9 -39.354,5 51.175,4 -8.610,9 -62.610,0
SAO PAULO -285.323,8 -156.964,1 198.468,9 -33.643,7 -277.462,8
Total dos dez municípios -525.710,9
Brasil Total -2.547.064,3 -1.594.167,3 2.102.490,6 -352.471,3 -2.391.212,3
Fonte: GTI – Biodiesel
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Custos evitados com a substituição do diesel mineral pelo B5 (R$/dia)
MUNICÍPIO HC CO NOx MP Total
BELO HORIZONTE -3.827,4 -1.844,4 1.894,9 -408,4 -4.185,4
BRASILIA -1.487,8 -1.114,3 1.281,4 -268,4 -1.589,1
CAMPINAS -1.838,1 -906,5 938,4 -201,8 -2.008,0
CURITIBA -3.496,2 -1.869,9 1.984,7 -424,1 -3.805,5
JOAO PESSOA -405,7 -216,0 228,9 -48,9 -441,7
JUIZ DE FORA -448,9 -260,5 282,8 -60,1 -486,7
PORTO ALEGRE -1.833,5 -1.021,3 1.096,6 -233,6 -1.991,8
RECIFE -1.519,5 -733,2 753,6 -162,4 -1.661,5
RIO DE JANEIRO -4.911,9 -2.459,7 2.558,8 -549,6 -5.362,5
SAO PAULO -21.292,8 -9.810,3 9.923,4 -2.147,5 -23.327,1
Total dos dez municípios -44.859,2
Brasil Total -190.079,4 -99.635,5 105.124,5 -22.498,2 -207.088,5
Fonte: GTI – Biodiesel
Como pode ser verificado pelas tabelas de custos evitados, caso o diesel mineral fosse
completamente substituído pelo biodiesel (B100), o montante alcançaria cerca de 873 milhões de
reais por ano, sendo que nas dez principais capitais alcançaria cerca de 192 milhões de reais.
Caso o diesel convencional seja substituído pelo B5, os custos evitados com a poluição estariam
em torno de R$ 76 milhões anualmente, enquanto que nas dez mais importantes metrópoles a
economia seria de cerca de R$ 16 milhões anuais.
A penetração do biodiesel na matriz energética brasileira reduzirá as externalidades
negativas para o sistema econômico que o uso do diesel mineral provoca. Assim, a valoração
propicia traduzir os benefícios ambientais para a linguagem econômica, contribuindo para a efetiva
internalização destes efeitos na política pública do biodiesel no Brasil.
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