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Astrofísica do Sistema Solar

Dra. Daniela Lazzaro


Coordenação de Astronomia e Astrofísica
Observatório Nacional/MCT -- Rio de Janeiro -- Brasil

Dr. Antares Kleber (in memorian)

Dr. Carlos Henrique Veiga


Divisão de Atividades Educacionais
Observatório Nacional/MCT -- Rio de Janeiro -- Brasil

Anderson de Oliveira Ribeiro (Mestrando)


Divisão de Pós-Graduação
Observatório Nacional/MCT -- Rio de Janeiro -- Brasil
Introdução ao Sistema Solar

Nos últimos 30 anos aprendemos mais sobre o Sistema Solar do que sobre a maioria das outras áreas da astronomia. Isto se deve não
apenas à melhoria dos detectores e telescópios atualmente existentes nos observatórios terrestres mas, principalmente, às várias
sondas espaciais que cruzaram o Sistema Solar fotografando e realizando experiências científicas ao longo das últimas décadas.

Uma grande série de lançamentos espaciais permitiu que os astrônomos conhecessem cada vez mais detalhes sobre a estrutura dos
nossos vizinhos do Sistema Solar. Algumas sondas penetraram nas atmosferas de Vênus, de Marte e de Júpiter. Outras pousaram nas
superfícies de Vênus, de Marte, da Lua e do asteróide Eros. Algumas missões colheram material da Lua e do cometa P/Wild2 para
posteriores análises em laboratórios.

Até agora sondas espaciais visitaram todos os planetas, com a única exceção de Plutão. Além disso, vários sistemas de satélites e de
anéis foram descobertos e estudados por essas sondas, assim como alguns asteróides e cometas.

Conheça as sondas espaciais que têm nos revelado segredos do Sistema Solar

Na verdade, todas essas missões espaciais foram automáticas pois, como sabemos, o ser humano, por enquanto, caminhou apenas na
superfície da Lua. Ao mesmo tempo em que essas sondas eram lançadas, uma série de missões espaciais tripuladas foi realizada pelos
Estados Unidos, as missões espaciais Apollo. Essa seqüência de lançamentos culminou com o extraordinário feito de, pela primeira vez,
um ser humano, o astronauta norte-americano Neil A. Armstrong, ser levado até um outro corpo celeste, a Lua, no dia 20 de julho de
1969.

Conheça as missões Apollo que orbitaram em torno da Lua ou


pousaram na sua superfície.

Novas missões espaciais estão sendo desenvolvidas para complementar e melhorar nosso conhecimento sobre os objetos do Sistema
Solar. Uma coisa, no entanto, é certa: o que sabemos hoje em dia sobre o nosso sistema planetário é muito diferente do que sabíamos
há menos de 50 anos. O conjunto de conhecimentos adquiridos a partir dessas missões mudou totalmente a visão que tinhamos sobre o
Sistema Solar. As perguntas que hoje fazemos sobre a origem, a formação e a evolução do Sistema Solar como um todo são bastante
diferentes daquelas que elaboravamos há algum tempo. Um exemplo muito simples é a questão dos anéis planetários. Até 1978
dizíamos que Saturno era o único planeta que tinha anéis. A pergunta que nos fazíamos era: porque apenas Saturno tem anéis? Hoje,
26 anos depois, sabemos que todos os planetas gigantes possuem anéis e passamos a nos perguntar sobre quais os processos físicos
que determinaram essa característica.

É importante destacar que estas duas perguntas são intrinsecamente muito distintas já que na primeira estamos buscando um processo
físico que diferencia um único objeto dentro de um conjunto. Na segunda, estamos procurando um processo comum neste mesmo
conjunto e o estudo da natureza nos diz que o "comum" é mais aceitável do que a "exceção", embora nunca possamos excluir, a
princípio, esta última possibilidade!

Um inventário do Sistema Solar

Vamos começar o nosso estudo fazendo um rápido "inventário" do que chamamos de "Sistema Solar".

O corpo maior, e certamente o mais importante, no Sistema Solar é o Sol.

Sob o ponto de vista da astrofísica, o Sol é uma estrela relativamente comum podendo ser descrita como uma enorme bola de gás
incandescente com 1,4 milhões de quilômetros de diâmetro. Sua temperatura superficial é de cerca de 6000 Kelvin enquanto sua
temperatura central supera alguns milhões de graus.

O que é a temperatura Kelvin?

Apesar de ser uma estrela "comum" no universo, o Sol é o maior corpo de todo o Sistema Solar, contendo mais de 99% de toda a sua
massa e com uma luminosidade 400 milhões de vezes maior do que a de Júpiter. Como conclusão, podemos dizer que o Sistema Solar é
formado pelo Sol e por algum "cascalho". Nesse "cascalho" temos uma variedade imensa de corpos.

Começando uma longa viagem a partir do Sol, nos afastando cada vez mais dele até atingirmos distâncias inacreditáveis, encontramos
os seguintes planetas:
Mercúrio Vênus Terra Marte

Júpiter Saturno Urano Netuno


Plutão

Além desses corpos maiores, existe também uma grande quantidade de objetos menores, que também orbitam em torno do Sol, tais
como os:

Asteróides Cometas

Espalhados por todo o Sistema Solar temos pequeníssimos grãos de poeira, resquícios da formação do próprio Sistema Solar. Essa
matéria recebe o nome de Poeira Interplanetária.

Por fim, em órbita em torno de todos os maiores planetas, e também em torno de alguns menores, temos outros pequenos corpos, os
satélites e os anéis.

Anéis
Satélites

A seguir vamos dar uma rápida visão das principais características do Sistema Solar. Logo depois detalharemos alguns pontos que
consideramos mais importantes fazendo uma descrição comparativa dos corpos e dos processos físicos existentes no nosso sistema
planetário.

Propriedades planetárias

A distribuição dos corpos do Sistema Solar

Como foi dito acima, o Sistema Solar é muito mais do que apenas os planetas e seus respectivos satélites. Podemos definir o Sistema
Solar como sendo o conjunto de todos os corpos celestes, independente de tamanho, estado físico ou propriedades, que estão
gravitacionalmente ligados ao Sol e que descrevem órbitas em torno dele. Assim, o Sol é o centro de referência em torno do qual todos
os objetos pertencentes ao Sistema Solar descrevem suas órbitas. Entre esses objetos estão incluidos os planetas, satélites, asteróides,
cometas, e partículas de gás e poeira interplanetárias que se espalham pelo espaço existente entre os moradores desse Sistema.

Para melhor descrever o Sistema Solar os astrônomos preferem dividí-lo em algumas partes que abrigam corpos possuidores de
características semelhantes. Além dos Sol, planetas e seus satélites, existem três regiões no Sistema Solar que, ao invés de abrigarem
apenas um corpo celeste, são a moradia de milhares ou milhões de pequenos objetos que também descrevem órbitas em torno do Sol.
Essas regiões são:

Cinturão de Asteróides
Localizado entre os planetas Marte e Júpiter, o Cinturão dos Asteróides é o local onde estão distribuídos a maioria dos
asteróides que conhecemos.

Cinturão Trans-Netuniano, também conhecido como Cinturão de Kuiper


Esta região em forma de disco, com milhões de objetos, está localizado a partir da órbita do planeta Netuno. Ela é o local de
origem de vários cometas que cruzam o Sistema Solar.

Nuvem de Oort
Com possivelmente milhões de objetos, que seriam restos da formação do Sistema Solar, esta é a região mais longinqüa do
Sistema Solar, situada muitíssimo depois do planeta mais afastado do Sol, Plutão. A Nuvem de Oort tem a forma de uma
imensa esfera que envolve todo o Sistema Solar.

A figura abaixo mostra, esquematicamente, essas regiões.


Em geral, a primeira divisão que fazemos para estudar o Sistema Solar leva em consideração as distâncias relativas entre o Sol e os
diversos corpos pertencentes a esse Sistema.
Se considerarmos o Sol como origem para o cálculo de distâncias, o Sistema Solar está distribuido da seguinte forma:

As dimensões do Sistema Solar em quilômetros


distância média (aproximada) ao Sol
objeto celeste
(em quilômetros)

Mercúrio 57 900 000

Vênus 108 200 000

Terra 149 600 000

Marte 227 900 000

Cinturão de Asteróides (mínima) 330 000 000

Cinturão de Asteróides (máxima) 500 000 000

Júpiter 778 300 000

Saturno 1 427 000 000

Urano 2 869 600 000

Netuno 4 496 600 000

Plutão 5 900 100 000

Cinturão de Kuiper (mínima) 4 488 000 000

Cinturão de Kuiper (máxima) 7 480 000 000

Nuvem de Oort (interna) 44 880 000 000 a 1 496 000 000 000

Nuvem de Oort (externa) de 1 496 000 000 000 a 14 960 000 000 000

Algumas unidades de medida de distância usadas na astronomia

Devido ao fato de trabalhar com distâncias e tamanhos muito grandes, os astrônomos utilizam algumas unidades de medida bastante
características. Para não falar constantemente em distâncias de milhões de quilômetros, os astrônomos preferem usar duas outras
unidades de medida, o parsec e a unidade astronômica.

ano-luz
é a distância que a partícula de luz, chamada fóton, viaja em um ano no vácuo. Sua abreviação é a.l..
Qual é o valor de um ano-luz?

Para obter este valor basta calcular o número de segundos que existem em um ano e multiplicar o resultado pelo valor exato da
velocidade da luz no vácuo, que é 299792458 metros por segundo.

Segundo a União Astronômica Internacional o ano-luz é definido como sendo 9460730472580,8 km. Usando a notação científica
podemos escrever que 1 ano-luz=9,46073 x x 1012 km.
O que é a notação científica?

Podemos dizer então que um ano-luz equivale, aproximadamente, a 9460530000000 km ou então a 9500 bilhões de quilômetros!

Comumente aproximamos o resultado mais ainda, dizendo que um ano-luz é equivalente a 1013 km.

Também usamos sub-unidades do ano-luz tais como a hora-luz, o minuto-luz e o segundo-luz.

Uma hora-luz é a distância percorrida pela luz em uma hora. Ela corresponde a 1 079 252 820 km.

Um minuto-luz é a distância percorrida pela luz em um minuto. Ele corresponde a 17 987 547 km.

Um segundo-luz é a distância percorrida pela luz em um segundo. Ele corresponde a 299 792 km.

Importante: o ano-luz e seus submúltiplos, hora-luz, minuto-luz e segundo-luz, são unidades de medida de distância e não de tempo.

"Viajamos 250 anos-luz." certo


"Viajamos durante 250 anos-luz." ERRADO

As dimensões do Sistema Solar em anos-luz


objeto celeste distância média ao Sol

Mercúrio 3,21 minutos-luz

Vênus 6,01 minutos-luz

Terra 8,30 minutos-luz

Marte 12,67 minutos-luz

Cinturão de Asteróides (mínima) 18,29 minutos-luz

Cinturão de Asteróides (máxima) 27,44 minutos-luz

Júpiter 43,27 minutos-luz

Saturno 1,32 horas-luz

Urano 2,66 horas-luz

Netuno 4,17 horas-luz

Plutão 5,47 horas-luz

Cinturão de Kuiper (mínima) 4,15 horas-luz

Cinturão de Kuiper (máxima) 6,93 horas-luz

Nuvem de Oort (interna) de 41,58 a 1386,14 horas-luz

Nuvem de Oort (externa) de 1386,14 a 13861,44 horas-luz

unidade astronômica
A unidade astronômica é definida como a distância média entre a Terra e o Sol. Sua abreviação é U.A. (sempre em letras maiúsculas).

Uma unidade astronômica equivale a 149597870,691 km mas, em geral, consideramos o valor aproximado de 150 milhões de
quilômetros.

Uma unidade astronômica é equivalente a, aproximadamente, 499 segundos-luz. Um feixe de luz leva aproximadamente 8,3 minutos
para viajar uma unidade astronomica. Isso simplesmente nos diz que uma partícula de luz, ou seja um fóton, depois que deixa o Sol
leva 8,3 minutos para alcançar a Terra.
distancia média ao Sol
planeta em unidades em quilômetros (valor
astronômicas (UA) aproximado)

Mercúrio 0,387 57 900 000

Venus 0,723 108 200 000

Terra 1,000 149 600 000

Marte 1,524 227 900 000

Cinturão de Asteróides
2,206 330 000 000
(mínima)

Cinturão de Asteróides
3,342 500 000 000
(máxima)

Júpiter 5,203 778 300 000

Saturno 9,539 1 427 000 000

Urano 19,182 2 869 600 000

Netuno 30,058 4 496 600 000

Plutão 39,44 5 900 100 000

Cinturão de Kuiper
30 4 488 000 000
(mínima)

Cinturão de Kuiper
~ 50 ~ 7 480 000 000
(máxima)

44 880 000 000 a 1 496 000 000


Nuvem de Oort (interna) de 300 a 10000
000

de 1 496 000 000 000 a 14 960


Nuvem de Oort (externa) de 10000 a 100000
000 000 000

Podemos representar o Sistema Solar graficamente da seguinte forma:


A "lei" de Titius-Bode

A primeira característica do Sistema Solar que os astrônomos logo observaram, e que os intrigou bastante, foi o espaçamento que havia
entre os planetas que faziam parte dele. Vale lembrar que desde a antigüidade os homens sempre procuraram por regularidades no
Universo que os cerca e, em particular, no espaçamento entre os planetas.

Os astrônomos antigos (século XVIII) notaram que, enquanto os planetas mais próximos do Sol estão a distâncias pequenas entre si,
esta distância relativa aumenta entre os planetas gigantes. Além disso parecia haver um "vazio" entre Marte e
Júpiter. Lembre-se que, nesa época, os astrônomos ainda não sabiam da existência do Cinturão de Asteróides,
situado entre Marte e Júpiter. Em 1766 o astrônomo prussiano Johann Daniel Tietz (1729 - 1796), mais conhecido
como Titius, (imagem a esquerda) analisando as distâncias entre os planetas desenvolveu uma equação que
parecia permitir o cálculo do afastamento desses corpos em relação ao Sol.

Titius definiu a distância do Sol até Saturno como sendo de 100 unidades. Assim, Mercúrio estaria a quatro
unidades do Sol, Vênus a 4 + 3, Terra a 4 + 6, Marte a 4 + 12, faltaria um corpo a 4 + 24 e ai teríamos Júpiter a 4
+ 48 e, por fim, Saturno a 4 + 96 = 100. Esta progressão pode ser facilmente calculada através da relação:

Yi = 0,4 + 0,3 (2n)

onde Y representa a distância de um planeta qualquer i até o Sol. Como apenas seis planetas eram conhecidos na
época de Titius, para ele i variava de 1 até 6. A letra n representava numericamente a ordenação dos planetas
conhecidos em relação ao Sol. Assim, n assumia o valor "menos infinito" para Mercúrio, zero para Vênus, um para
a Terra, dois para Marte, três para um lugar onde deveria existir um planeta ainda não observado, quatro para
Júpiter e cinco para Saturno. Baseado nos cálculos realizados com essa "lei", Titius propôs a existência de um
planeta entre Marte e Júpiter, ou seja, com n = 3.

Em 1781 a fórmula obtida por Titius passou por uma confirmação estrondosa: o astrônomo
William Herschel (a direita) e sua irmã Caroline Herschel (a esquerda) descobriram no dia 13
de março de 1781 um novo planeta, Urano, situado a uma distância do Sol equivalente a 4 +
192 unidades!

Este fato foi utilizado por outro astrônomo, Johann Elert Bode (1747 -1826) (imagem a direita), para divulgar a idéia
de que estaria faltando um planeta na região equivalente a cerca de 28 unidades. De fato, alguns anos mais tarde foi
descoberto o primeiro asteróide, 1 Ceres, a exatamente 2,8 unidades astronômicas. Esta
descoberta passou a ser vista como a confirmação definitiva da validade da regra das distâncias
planetárias descrita acima, que passou a ser conhecida como "lei de Titius-Bode".

Para obter a série de Titius-Bode para o nosso Sistema Solar, começamos com 0,4 unidades astronômicas, e então
formamos uma série adicionando 0,0; 0,3; 0,6; 1,2; 2,4; etc, e dobrando sempre esses valores. Os resultados que
ela preve são :
conhecida como "lei de Titius-Bode".

Para obter a série de Titius-Bode para o nosso Sistema Solar, começamos com 0,4 unidades astronômicas, e então formamos uma série
adicionando 0,0; 0,3; 0,6; 1,2; 2,4; etc, e dobrando sempre esses valores. Os resultados que ela preve são :

Planetas "Lei" de Titius-Bode distâncias calculadas


Mercúrio 0,4 U.A. 0,3871 U.A.
Venus 0,7 U.A. 0,7233 U.A.
Terra 1,0 U.A. 1,0000 U.A.
Marte 1,6 U.A. 1,5237 U.A.
Cinturão de Asteróides 2,8 U.A. -- U.A.
Júpiter 5,2 U.A. 5,2026 U.A.
Saturno 10,0 U.A. 9,5547 U.A.
Urano 19,6 U.A. 19,2181 U.A.
Netuno 38,8 U.A. 30,1096 U.A.
Plutão-Caronte 77,2 U.A. 39,4387 U.A.

No entanto, verificou-se logo depois que não existia apenas um corpo entre Marte e Júpiter, mas sim, uma miríade de pequenos objetos.
Claro que os defensores da "lei" procuraram se adaptar à nova descoberta e propuseram que o que estaríamos vendo agora seriam
apenas os restos de um planeta que havia existido nesse local, entre Marte e Júpiter, e que teria explodido. A descoberta de Netuno e
Plutão pôs fim ao reinado dessa "lei" que falha completamente na previsão das posições destes dois novos planetas. Além disto, estudos
mostraram que a diversidade de órbitas e de composições que encontramos entre os asteróides, também não é compatível com a
hipótese de fragmentação de um único corpo.
É importante ressaltar que a "lei de Titius-Bode" é apenas uma regra numérica empírica e não fornece nenhuma explicação física de
porque razão as distâncias planetárias deveriam seguir esta regra.

Hoje em dia, a "lei" de Titius-Bode não passa de uma interessante peça histórica de numerologia.

As órbitas dos corpos do Sistema Solar

Uma segunda característica importante do Sistema Solar é a de que todos os planetas giram em torno do Sol em uma única direção. Um
observador imaginário colocado no pólo norte do Sol veria os planetas se deslocando da direita para a esquerda, sentido esse que
chamamos de anti-horário.

Os planetas, em seu movimento em torno do Sol, descrevem órbitas quase circulares e aproximadamente coplanares. As únicas
exceções são Mercúrio e Plutão, os menores planetas de todo o sistema, os quais, embora girando na mesma direção que os outros,
seguem órbitas ligeiramente excêntricas e inclinadas.
É importante conhecermos algumas propriedades físicas que são comumente citadas quando falamos das órbitas descritas por corpos
celestes.

Propriedades físicas das órbitas


é o valor que nos indica o quanto a órbita descrita pelo corpo celeste em torno do Sol difere de uma
circunferência. A excentricidade pode assumir valores que vão de 0, quando a órbita é uma
circunferência, até o valor 1, quando a órbita descrita pode ser representada por uma parábola. Veja
excentricidade na imagem abaixo, que mostra a excentricidade das órbitas dos planetas, que praticamente não
notamos diferenças entre elas. No entanto, essas órbitas não são circulares e sim elípticas. Ao
contrário, as órbitas dos cometas, que possuem uma excentricidade bem maior, são bem mais
distintas do círculo.

esse valor nos diz qual é o ângulo entre a órbita descrita pelo corpo celeste e um plano de referência
inclinação que, por convenção, é adotado como sendo o plano da órbita da Terra. Ao plano imaginário sobre o
qual a Terra descreve a sua órbita em torno do Sol damos o nome de eclíptica

semi-eixo maior representa basicamente a distância média do corpo celeste ao Sol


período de nos diz qual o intervalo de tempo gasto por um corpo celeste para descrever um movimento completo
revolução em torno de um outro corpo celeste

Na tabela 1 abaixo são dadas, para cada planeta, as características básicas de sua órbitas.

Tabela 1
Inclinação do plano da período de revolução
Semi-eixo órbita do
Planeta maior Excentricidade planeta em relação à período
(em U.A.) Eclíptica período sideral
sinódico
(em graus)
Mercúrio 0,3871 0,206 7o 00' 87,969 dias ano 115,9 dias
o 1 ano e 218,7
Vênus 0,7233 0,007 3 24' 224,701 dias
dias
Terra 1,0000 0,017 0o 365,256 dias -
1 ano 321,73 2 anos e 49,5
Marte 1,5237 0,093 1o 51'
dias dias
11 anos 314,84 1 ano e 33,6
Júpiter 5,2026 0,048 1o 19'
dias dias
29 anos 167,0 1 ano e 12,8
Saturno 9,5547 0,056 2o 30'
dias dias
Urano 19,2181 0,046 0o 46' 84 anos 7,4 dias 1 ano e 4,4 dias
o 164 anos 280,3
Netuno 30,1096 0,009 1 47' 1 ano e 2,2 dias
dias
247 anos 249,0
Plutão 39,4387 0,246 17o 10' 1 ano e 1,5 dias
dias
Observação:
Na tabela acima consideramos que "ano" equivale a um ano terrestre ou seja, 365,256 dias.

Algumas definições básicas sobre as configurações planetárias no céu


são os planetas cujas órbitas estão localizadas entre a órbita da Terra e o Sol. Eles são
planetas Mercúrio e Vênus. Os planetas inferiores podem ter duas configurações geométricas
inferiores características no céu, formadas pela Terra, o planeta e o Sol: a conjunção inferior e a
conjunção superior.
conjunção ocorre quando Mercúrio ou Vênus está alinhado entre a Terra e o Sol, visto por um
inferior observador na Terra. O alinhamento na conjunção inferior é Terra - planeta - Sol.
conjunção ocorre quando Mercúrio ou Vênus está no lado oposto ao Sol, visto por um observador na
superior Terra. O alinhamento na conjunção superior é Terra - Sol - planeta.
é o ângulo entre o Sol e um planeta inferior, determinado por um observador na Terra.
elongação Existem duas elongações características: a elongação máxima a oeste e a elongação
máxima a leste.
elongação
ocorre quando Mercúrio ou Vênus está em uma posição mais a oeste possível em relação ao
máxima a
Sol. Nesse caso o planeta "nasce" antes do Sol como uma "estrela matutina".
oeste
ocorre quando Mercúrio ou Vênus está em uma posição mais a leste possível em relação ao
elongação
Sol. Nesse caso o planeta aparece acima do horizonte a oeste depois do por do Sol como se
máxima a leste
fosse uma "estrela vespertina".
são os planetas cujas órbitas estão localizadas após a órbita da Terra. Eles são Marte,
planetas Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.
superiores Os planetas superiores podem ter duas configurações geométricas características no céu,
formadas pela Terra, o planeta e o Sol: a conjunção e a oposição.
ocorre quando o planeta superior está localizado "atrás" do Sol, visto por um observador na
conjunção
Terra. O alinhamento na conjunção é Terra - Sol - planeta superior.
ocorre quando o planeta superior está localizado de modo que a Terra está entre ele e o Sol,
oposição visto por um observador na Terra. O alinhamento na oposição é Sol - Terra - planeta
superior.
é o intervalo de tempo que separa duas configurações idênticas e sucessivas do sistema
período
planeta-Sol-Terra como ocorre, por exemplo, entre duas oposições ou entre duas
sinódico
conjunções. O período sinódico de um planeta pode ser determinado observando-se o céu.
é o verdadeiro período orbital de um planeta, o intervalo de tempo que o planeta leva para
período sideral realizar uma órbita completa em torno do Sol em relação às estrelas. O período sideral é
obtido somente através de cálculos.
A rotação dos planetas do Sistema Solar

Além do movimento de translação que cada corpo celeste pertencente ao Sistema Solar descreve em torno do Sol existe um outro
movimento, de rotação, que é realizado por todos esses corpos individualmente. Os planetas e satélites naturais que formam o Sistema
Solar giram em torno de um eixo imaginário que os atravessam. Na maioria dos casos o sentido dessa rotação é o mesmo que aquele
descrito pelo corpo celeste ao realizar o seu movimento de translação em torno do Sol. Uma das exceções é Vênus, que gira muito
lentamente em direção contrária ao seu movimento de translação. Dizemos então que o planeta Vênus tem uma rotação retrógrada.

Tabela 2
Planeta período de rotação
Mercúrio 58,646 dias
243,00 dias
Vênus
(MOVIMENTO RETRÓGRADO)
Terra 23 horas 56 minutos 04 segundos
Marte 24 horas 37 minutos 23 segundos
Júpiter 9 horas 50 minutos a 9 horas 56 minutos
Saturno 10 horas 14 minutos a 10 horas 39 minutos
Urano 17 horas 06 minutos
Netuno 15 horas 48 minutos
Plutão 6 dias 9 horas 18 minutos
A inclinação do eixo de rotação dos planetas

Todos os planetas realizam seu movimento de rotação em torno de um eixo que não é perpendicular ao plano de sua órbita em torno do
Sol. Os astrônomos definem a inclinação do eixo de rotação de um planeta como sendo o ângulo que mede a inclinação do equador do
planeta em relação ao plano de sua própria órbita.

Tabela 3
Planeta inclinação do eixo de rotação
Mercúrio 0o
o
Vênus 2 07'
Terra 23o26'
Marte 23o59'
Júpiter 3o04'
Saturno 26o44'
Urano 98o
Netuno 29o
Plutão ??

É muito importante notar que os eixos de rotação dos planetas Urano e Plutão são muito inclinados. Na verdade eles estão quase
situados nos planos de suas órbitas ao invés de serem perpendiculares a estes. Isso faz com que esses dois planetas pareçam ter
rotação retrógrada, semelhante a Vênus. No entanto, isso não é verdade. Os planetas Urano e Plutão não possuem rotação retrógrada.

A massa dos corpos do Sistema Solar

Uma característica fundamental do Sistema Solar é o fato de que o Sol é, de longe, o objeto com maior massa de todo o sistema e este
fato define a evolução dinâmica dos demais corpos. Lembramos que quanto mais massa tem um corpo, mais forte é a atração
gravitacional que ele exerce sobre outros corpos. Em termos matemáticos a atração gravitacional entre dois corpos é dada pela lei da
gravitação universal enunciada pelo físico inglês Isaac Newton:

F = (G M1 M2)/(D2)
onde M1 e M2 são as massas dos corpos e D é a medida da separação, ou distância, entre eles. O número representado por G é
chamado de constante da gravitação.

A tabela abaixo nos mostra quantos por cento da massa total do Sistema Solar está localizada nos objetos mais característicos do
Sistema Solar.

Tabela 4
Percentagem
Objeto da massa total do
Sistema Solar
Sol 99,80
Júpiter 0,10
todos os cometas 0,05
todos os demais planetas 0,04
satélites e anéis 0,00005
0,000002
asteróides

poeira cósmica 0,0000001


Como é mostrado nessa tabela, mais de 99% de toda a massa do Sistema Solar se concentra no Sol e quase todo o restante em um
único planeta, Júpiter. A massa dos outros oito planetas representa apenas 40% daquela possuida por Júpiter. Portanto, o movimento de
qualquer corpo do Sistema Solar é regido pela atração gravitacional do Sol, perturbado em maior ou menor grau pelos demais corpos.

A massa dos planetas do Sistema Solar é mostrada na tabela abaixo.

Tabela 5
massa massa em relação
Planeta
(em quilogramas) à massa da Terra
Mercúrio 3,300 x 1023 0,055
24
Vênus 4,870 x 10 0,815
Terra 5,976 x 1024 1
Marte 6,420 x 1023 0,107
Júpiter 1,900 x 1027 317,80
Saturno 5,690 x 1026 95,1
Urano 8,680 x 1025 14,6
26
Netuno 1,020 x 10 17,2
Plutão 1,290 x 1022 0,002

A massa de cada planeta em relação à massa da Terra é obtida dividindo-se o valor da massa do planeta pelo valor conhecido da massa
da Terra (mTerra = 5,976 x 1024 kg). Esse valor nos mostra de modo bem rápido se um determinado planeta tem mais massa, ou não,
que a Terra.
A gravidade superficial

Um corpo com massa exerce atração gravitacional sobre outros corpos situados na sua vizinhança.
Dizemos então que a massa de um corpo cria, em volta dele, um campo gravitacional. Todos os
outros corpos colocados na superfície desse corpo sentem a ação do seu campo gravitacional, que é
exercida por intermédio de uma força que recebe o nome de força gravitacional.

Assim, sabemos que todos os planetas, satélites, etc exercem atração gravitacional sobre outros corpos
celestes e sobre todos os objetos colocados na sua superfíce.

Para que qualquer corpo possa deixar a superfície de um planeta ou satélite é necessário que ele possua
uma velocidade suficientemente grande para vencer essa atração gravitacional. A essa velocidade
damos o nome de velocidade de escape. Esse é o motivo pelo qual ao lançarmos um objeto para cima,
estando na superfície da Terra, ele volta à superfície do nosso planeta. Nesse caso, a velocidade atingida
por ele não foi suficiente para superar a atração gravitacional da Terra ou seja, sua velocidade era
menor do que a velocidade de escape exigida pela massa da Terra.

Podemos determinar a gravidade superficial em m/seg2 e a velocidade de escape em km/segundo

Tabela 6
gravidade superficial velocidade de escape
Planeta
(em metros/segundo2) (em km/segundo)
Mercúrio 3,78 4,25
Vênus 8,60 10,36
Terra 9,78 11,18
Marte 3,72 5,02
Júpiter 24,8 59,64
Saturno 10,5 35,41
Urano 8,5 21,41
Netuno 10,8 23,52
Plutão ?? ??

A densidade e composição química dos corpos do Sistema Solar

A densidade é outro dado fundamental que caracteriza os planetas do Sistema Solar.

A densidade de um corpo estabelece uma relação entre sua massa e seu volume. Dizemos
que a densidade de um corpo é igual à sua massa dividida pelo seu volume.

densidade= massa/ volume


A densidade de um corpo é, portanto, diretamente proporcional à sua massa e inversamente
proporcional ao seu tamanho, ou seja, para um mesmo valor de massa quanto menor for o
corpo mais denso ele será.

A tabela abaixo nos dá a densidade média dos planetas pertencentes ao Sistema Solar:

Tabela 7
Planeta densidade média
Mercúrio 5,44
Vênus 5,25
Terra 5,52
Marte 3,94
Júpiter 1,24
Saturno 0,63
Urano 1,21
Netuno 1,67
Plutão 1 (??)
O gráfico acima mostra as densidades de várias substâncias comparadas com as densidades planetárias.
Note, por exemplo, que a densidade da pedra-pomes e do planeta Saturno são menores que a da água,
o que significa que tanto a pedra-pomes como este gigantesco planeta flutuariam se colocados em um
recipiente com água (haja recipiente para colocar Saturno!). Do mesmo modo, o aço e o planeta
Mercúrio flutuariam no elemento químico mercúrio uma vez que suas densidades são menores do que a
desse elemento.

Veremos mais tarde que os valores das densidades dos planetas do Sistema Solar permite-nos separá-
los em dois tipos básicos: os que apresentam densidade em torno de 5 g/cm 3, como a Terra, e aqueles
com densidades muito menores, em torno de 1 g/cm3, como Júpiter.

Os elementos químicos que compõem o Sistema Solar e suas vizinhanças

Naturalmente, a densidade de um corpo é função direta de sua composição. Uma maneira conveniente
de expressar as abundâncias relativas dos vários elementos químicos presentes no Sistema Solar e nas
suas vizinhanças é dizer quantos átomos de um elemento particular são encontrados para cada milhão,
bilhão ou trilhão de átomos de hidrogênio, o elemento químico mais abundante no Universo.

Como pode ser visto na Tabela 8 abaixo os elementos mais abundantes no Sistema Solar são o
hidrogênio, o hélio, um pouco de oxigênio e de carbono além de traços de outros elementos tais como o
neônio, o nitrogênio, o magnésio, o silício, o ferro e alguns outros.

Tabela 8
Número de átomos
Elemento Símbolo do elemento químico
por milhão de átomos de H
Hidrogênio H 1000000
Helio He 68000
Oxigênio O 690
Carbono C 420
Neônio Ne 98
Nitrogênio N 87
Magnesio Mg 40
38
Silício Si

Ferro Fe 34
Enxofre S 19
Argônio Ar 4
Alumínio Al 3
Calcio Ca 2
Níquel Ni 2

Essa tabela nos diz que, por exemplo, para cada milhão de átomos de hidrogênio encontramos 68000 átomos de hélio, 690 de oxigênio,
etc.

O gráfico abaixo mostra as abundâncias dos 30 elementos químicos mais leves (do hidrogênio ao zinco) comparados com um valor de
1012 átomos de hidrogênio (ou seja, um trilhão de átomos de hidrogênio). Por exemplo, para cada trilhão de átomos de hidrogênio
existentes no espaço, existem cerca de 70 bilhões de átomos de hélio. Todos os elementos mais pesados que o zinco têm abundâncias
menores do que 1000 átomos por trilhão de átomos de hidrogênio. A maioria dos outros elementos químicos são muitíssimo mais raros.
Sabemos, por exemplo, que para cada trilhão de átomos de hidrogênio existem somente seis átomos de ouro.
A presença desses vários elementos e compostos no Sistema Solar, entretanto, não é homogênea. Por
exemplo, os metais são mais abundantes na parte interna do Sistema Solar, na região mais próxima ao
Sol. Os silicatos e o material rochoso estão presentes até uma distância de cerca de 5 U.A. enquanto que
a água e os gelos se concentram na parte mais externa so Sistema Solar.

A temperatura dos planetas

A distribuição dos elementos e compostos que formam os planetas do Sistema Solar é função direta da
temperatura. De forma bem geral quanto mais longe do Sol se situa um corpo, mais frio ele será. Os
planetas são aquecidos basicamente pela radiação do Sol mas essa intensidade diminue com o quadrado
da distância. Mercúrio, sendo o planeta mais próximo do Sol, tem uma temperatura superficial de até
230 oC. Mas no outro extremo do Sistema Solar a temperatura na superfície de Plutão não passa dos -
220 oC! No entanto, a existência de uma densa atmosfera pode ser um fator determinante na definição
da temperatura de um planeta ou satélite, podendo aumentá-la significantemente, como veremos mais
tarde.

Matematicamente os valores das temperaturas são expressos na escala de Kelvin, ou seja, 0 K = -


273,15 oC, e decrescem, aproximadamente, com a raiz quadrada da distância ao Sol. Por exemplo,
Plutão se encontra a cerca de 30 U.A. do Sol e isto equivale a 100 vezes à distância de Mercúrio ao Sol
(0,3 U.A.). Logo, a temperatura na superfície de Plutão será menor do que a determinada em Mercúrio
por um fator equivalente a 10 vezes. Se em Mercúrio temos 500 K então em Plutão teremos 50 K.

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