‘
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apoio
IPT techne
Edição 140 ano 16 novembro de 2008 R$ 23,00
COMO CONSTRUIR
Light wood
frame
Concreto auto-adensável ■ Pré-moldados ■ Minitúneis ■ Entac 2008 ■ Prêmio Talento Engenharia Estrutural ■ Drywall ■ Light wood frame
ENTREVISTA
BERNARDO TUTIKIAN
E DENISE DAL MOLIN
Concreto
auto-adensável
DRYWALL
Evolução seca
PRÊMIO TALENTO
ESTRUTURAL
Confira projetos
vencedores
INFRA-ESTRUTRA
Minitunéis
Edifícios
pré-moldados
00140
9 770104 105000
ISSN 0104-1053
SUMÁRIO
Walter Stadtorens/ Hm Architecten Luuk Kramer
CAPA
48 Alto e pronto
Bélgica e Holanda levam ao ápice as
tecnologias de construção de
edifícios pré-moldados
44 ESQUADRIAS
Silicones estruturais
Fixação química de vidros deve ser
precedida de testes de arrancamento
54 DRYWALL – 60 ANOS
Evolução seca
Uma trajetória dessa tecnologia
que só começou a se firmar
no País nos anos 90
58 ARTIGO
Urbanização, agregados minerais
e sustentabilidade
Pesquisador aponta alternativas para
"alimentar" a indústria da construção
75 COMO CONSTRUIR
Light wood frame
Conheça o sistema construtivo com
estruturas leves de madeira
Marcelo Scandaroli
32 ENTAC 2008
Ambiente sustentável SEÇÕES
Encontro discute alternativas Editorial 4
de sustentabilidade no Web 8
ambiente construído Cartas 10
Área Construída 12
36 PRÊMIO TALENTO Índices 16
ENGENHARIA ESTRUTURAL IPT Responde 18
Estruturas premiadas Carreira 20
É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver
sumario.qxd 5/11/2008 17:09 Page 3
editorial.qxd 5/11/2008 17:12 Page 4
EDITORIAL
Engenharia contra a crise VEJA EM AU
m um dos debates para as eleições presidenciais norte-
E americanas, ao ser indagado sobre a crise financeira mundial, o
então candidato Barack Obama recorreu ao velho argumento de
que qualquer crise representa mudança e, portanto, novas
oportunidades. Obama vislumbra a chance de os Estados Unidos se
colocarem na vanguarda das tecnologias limpas e liderar a corrida
verde no mundo. A idéia é permitir a retomada do crescimento Edifício Top Towers
americano a partir do investimento em uma nova matriz energética Casa em Joanópolis
e em tecnologias de baixo impacto ambiental. Assim que a crise Cecil e Balmond
Documento: Jacques Pilon
financeira mundial chegou ao Brasil e começou a assombrar a
outrora embaladíssima indústria da construção civil nacional, a VEJA EM
necessidade de as empresas se diferenciarem no mercado tornou-se CONSTRUÇÃO MERCADO
ainda mais premente. Do ponto de vista da produção, duas
vertentes são favoritas nessa disputa: ecoeficiência e
industrialização. As duas já constavam das preocupações das
construtoras mais conscientes, mas podem ganhar contornos
estratégicos. Há quem diga que isso tudo não passa de marketing.
Vale relembrar aos descrentes que o único traço característico dos
novos tempos tem sido o aumento da velocidade das mudanças, Crise financeira
cada vez mais rápidas e surpreendentes. Teremos de esperar o Poder Salários
Subprime brasileiro
Público impor suas vontades políticas para nos conscientizarmos da Seguros
necessidade de investir em sustentabilidade? Vamos aguardar novos
ciclos de desabastecimento de insumos e de falta de mão-de-obra
para apostarmos em soluções industrializadas? Nesta edição, na
qual destacamos na capa os sistemas pré-fabricados para edifícios
altos, oferecemos algumas mostras do quanto é possível fazer hoje,
de forma viável e responsável, pela industrialização do setor. Afinal,
tecnologia e conhecimento constituem os ativos mais importantes
das empresas construtoras no século XXI. Coisas que hoje
ganharam nomes pomposos, como landbank, guidance e branding,
são importantes. Mas não devem nos fazer esquecer daquilo que
sabemos fazer melhor: engenharia.
Paulo Kiss
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
Segunda a sexta das 9h às 18h
Diretor Geral
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Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano,
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+Info? José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi, Osmar Mammini,
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Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Redes subterrâneas
Assista na versão online da Téchne a demonstração do funcionamento do método não-
Fórum Téchne
destrutivo de encamisamento interno. Veja também uma simulação, feita em 3D pela O site da revista Téchne tem um espaço
Eletropaulo, da concentração das redes subterrâneas encontradas sob a avenida Brigadeiro dedicado ao debate técnico e qualificado
Luís Antônio, no Centro de São Paulo. Até trilho de bonde foi encontrado sob o asfalto. dos principais temas da engenharia.
Confira os temas em andamento.
Divulgação: Sabesp
Coordenação modular
Nós, do Grupo Usiminas, gosta- nhos a todos os elos da cadeia pro- principalmente em moradias e
ríamos de parabenizar a equipe de dutiva, da idéia de um empreendi- infra-estrutura. Ainda falta ao
Téchne pelas reportagens da edição mento ao usuário final do edifício. poder público, em suas três instân-
138, dedicada à industrialização da O trabalho dos arquitetos e dos cias, compreender que a carga tri-
construção em suas várias instân- engenheiros de projeto é mais va- butária sobre produtos e soluções
cias. Uma mesma edição contem- lorizado e útil ao ambiente de pro- industrializadas ainda é o princi-
plando temas como alta tecnologia dução, o trabalho do construtor pal entrave à definitiva industriali-
de estruturas mistas em uma obra pode ser planejado à risca, com re- zação do setor produtivo e da
nacional, a cronologia das estrutu- dução de imprevistos. Reduzem-se construção brasileira. O aumento
ras de aço no Brasil e a excelente en- impactos ambientais e urbanos a de produtividade fomenta a eco-
trevista sobre coordenação modu- curto e longo prazos das constru- nomia como um todo e substitui o
lar com o arquiteto e professor ções – algo imperativo frente à rea- emprego informal e inseguro dos
Hélio Adão Greven exibe à cadeia lidade global –, o retorno ao capi- canteiros de obras artesanais pelo
produtiva da construção civil no tal investido em determinado pro- ambiente de fábrica e o conceito
Brasil as nossas reais possibilidades jeto imobiliário é mais rápido e a de montagem.
de industrialização. A coordenação produtividade do setor aumenta Ascanio Merrighi, Superintendente de
modular é o conceito básico que em níveis proporcionais aos desa- Desenvolvimento da Construção em Aço Usiminas
alimenta esse processo e traz ga- fios que nosso País exige hoje, amerrighi@usiminas.com.br
ÁREA CONSTRUÍDA
Construtech promove seminários sobre tecnologia, engenharia de
custos, compras e arquitetura
Aconteceu em outubro o "Construtech
– Encontro Internacional dos Profis- Marcelo Scandaroli
13
area construida.qxd 5/11/2008 17:18 Page 14
ÁREA CONSTRUÍDA
Holcim Awards América Latina elege cinco projetos brasileiros entre 12 premiados
Os vencedores foram anunciados em ceberam menções honrosas por suas Categoria Prata: Midiateca da PUC-Rio
23 de outubro na Cidade do México abordagens inovadoras.
durante a terceira das cinco cerimônias Os projetos foram julgados sob critérios
que compõem o Holcim Awards. O econômicos, ambientais e sociais, a par-
concurso trienal é promovido pela tir do grau de inovação e potencial de re-
Holcim Foundation for Sustainable plicação das propostas, de modo que
Construction para projetos inovadores possam ser aplicados em qualquer parte
e viáveis. Além da etapa latino-ameri- do mundo. Os trabalhos foram avalia-
cana, já foram anunciados os vencedo- dos por um júri independente,compos-
res da Europa e da América do Norte. to, entre outros, pelo professor Vander-
Restam os resultados dos concursos ley John, da Universidade de São Paulo. Ganhadora de concurso promovido
realizados nas regiões África-Oriente Confira mais sobre os vencedores da pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade
Médio e Ásia-Pacífico.Os três vencedo- principal premiação: Católica do Rio de Janeiro) para o pro-
res da principal categoria do prêmio – jeto de midiateca da universidade, o
ouro, prata e bronze – em todas as re- Categoria Ouro: Projeto de Integra- edifício desenvolvido pela SBPR Arqui-
giões concorrem na edição global Hol- ção Urbana na Colômbia tetos foi o segundo melhor classificado
cim Awards. Ao todo, serão distribuí- pelo júri do Holcim Awards por conta
dos US$ 2 milhões em prêmios. não só da qualidade arquitetônica,
Entre os brasileiros, estão classificados como também por explorar as tecnolo-
os projetos do edifício de alta eficiência gias construtivas .De acordo com os ju-
energética para a midiateca da PUC- rados, o conceito é impulsionado por
Rio, da SBPR Arquitetos, e uma torre elementos de design passivos, tais
multifuncional para coleta de água de como orientação adequada, isolamen-
chuva, aquecimento solar e armazena- to térmico, janelas com proteção solar,
mento de água, desenvolvida pelos pes- ventilação e iluminação naturais para
quisadores Maria Andrea Triana, Ro- Sob organização da Empresa de Desen- contribuir com a redução do consumo
berto Lamberts e Marcio Antonio An- volvimento Urbano de Medellín, na energético apesar dos requisitos eleva-
drade da Universidade Federal de Santa Colômbia, o arquiteto Gustavo Adolfo dos no que tange ao clima interior, ne-
Catarina,que ficaram em segundo e ter- Restrepo e equipe desenvolveram o cessários para a conservação dos livros
ceiro lugares. O principal prêmio lati- PUI (Projeto Urbano Integral) Comu- e outras mídias. A estrutura do edifício
no-americano foi atribuído ao projeto na 13 para a área ocidental central da é formada por armações, apoiada cada
de planejamento urbano para uma co- cidade. Ocupada por cerca de 145 mil uma em duas colunas.As fachadas lon-
munidade em Medellín, na Colômbia. moradores em área de 700 hectares, gitudinais são constituídas de painéis
O Holcim Awards também contem- essa zona praticamente vivia margina- de aço de 55 mm de espessura soldadas
plou trabalhos visionários de jovens lizada do resto de Medellín, dadas as continuamente, compostas também de
profissionais na categoria Next Gene- condições topográficas do local, um barreira de ar, isolamento térmico, es-
ration. Em primeiro lugar ficou o ar- dos mais escarpados da cidade. paço mecânico e painel acústico. As fa-
quiteto chileno Alberto Fernandez O cenário começou a mudar a partir da chadas têm a função de proteger o edi-
Gonzalez pelo projeto de uma torre de implantação do Metrocable,sistema te- fício das condições climáticas como
captação de água da névoa costeira leférico utilizado como transporte para também fornecem sombra à parede in-
"Camanchaca", em Huasco, região de- integrar essa zona ao metrô e à cidade. terna. As prateleiras para guardar os li-
sértica do Chile, com finalidade de ir- Nesse contexto, a equipe desenvolveu, vros são exibidas dentro de uma área de
rigação agrícola. O segundo prêmio ao longo do metrocable e dentro da co- vidro fechada,que forma um centro re-
foi atribuído ao projeto integrado munidade, uma série de programas tangular rodeado de espaços para escri-
para habitações de baixo custo em para a regeneração da área por meio de tórios. Com essa configuração, os escri-
áreas urbanas, dos arquitetos mexica- processo participativo, inclusive da po- tórios estão sempre próximos das jane-
nos Ricardo Julian Vasquez Ochoa e pulação.Uma série de intervenções está las e prateleiras e o consumo energético
Emílio José García Bidegorry. O arqui- sendo realizada na região, como a im- para o controle necessário de tempera-
teto brasileiro Thiago Cintra Pilegi, de plementação de novos edifícios públi- tura e umidade é reduzido, protegendo
Campinas, ficou em terceiro lugar cos, bibliotecas, centros de desenvolvi- a coleção de livros do exterior por uma
com a apresentação de projeto de uti- mento de negócios, instalações despor- camada dupla de vidro simples. Segun-
lização de espaços urbanos desocupa- tivas, melhoria das escolas, centros mé- do o arquiteto Ângelo Bucci,da SBPR,a
dos para a produção agrícola. Seis pro- dicos e outros serviços. Por esse proje- construção está avaliada em R$ 27 mi-
jetos, sendo dois brasileiros, ainda re- to, a equipe desembolsou US$ 100 mil. lhões,além dos R$ 13 milhões previstos
com o gasto em equipamentos. O pro- Federal de Santa Catarina), desenvolve- tanque. A torre pré-fabricada de con-
jeto, até agora financiado por uma fun- ram uma cisterna sustentável para habi- creto pode ser incorporada em constru-
dação suíça anônima,será erguido com tações de baixa renda. O sistema, dis- ções novas ou existentes ou, ainda, em
recursos da Lei Rouanet. posto em uma única torre, possibilita a futuras residências projetadas para a
coleta de água de chuva, depósito de ar- tecnologia. "É uma conexão externa e
Categoria Bronze: Torre para coleta mazenamento de água potável e aqueci- tecnicamente não seria difícil", afirma o
de água de chuva e aquecimento mento de água por meio de energia engenheiro Roberto Lamberts. O baixo
solar da água solar. A cisterna pode também ser con- custo da instalação reduz o esforço eco-
cebida em áreas onde o abastecimento nômico na cobertura das necessidades
de água é crítico.Ao incorporar um dis- básicas a famílias de baixos rendimen-
positivo de tratamento de água no siste- tos. Mesmo com produção em escala, o
ma, pode ser fornecido um maior volu- engenheiro pondera que o sistema
me de água, em especial em áreas em ainda depende de maior maturação no
que a queda de chuva é insuficiente. A que tange ao uso de tecnologia que ba-
torre,formada por anéis pré-moldados, rateie mais ainda o produto. No entan-
pode ser estendida e girada por conta de to, ele elogia a flexibilidade da cisterna
seu formato redondo. Dessa forma, o para a experimentação e uso de tecno-
A partir de uma demanda da Cohab/SC coletor solar pode ser instalado em logias variáveis. "É possível desenvolver
(Companhia de Habitação do Estado muitas direções e com diversas inclina- várias alternativas e pensar em diferen-
de Santa Catarina), a arquiteta Maria ções em relação ao sol, consoante a lati- tes coletores", exemplifica.
Andrea Triana e os engenheiros Rober- tude local. O volume do depósito de ar-
to Lamberts e Marcio Antonio Andra- mazenamento de água da chuva pode Veja em www.revistatechne.com.br
de, todos pesquisadores do LabEEE- ser dimensionado de acordo com os pa- mais imagens dos projetos vencedores e
UFSC (Laboratório de Eficiência Ener- drões locais de queda de chuva. Além detalhes dos trabalhos classificados nas
gética em Edificações da Universidade disso, é acrescentado espaço para um outras categorias do Holcim Awards
indices 123.qxd 5/11/2008 17:21 Page 16
ÍNDICES
Preços na Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
gangorra 35
IPCE materiais
No mês, a alta foi menor, mas acumulado 30 IPCE global
supera IGP-M no ano IPCE mão-de-obra
25
IPCE (Índice PINI de Custos de
O Edificações) encerrou o mês de
outubro com alta de 0,59%. O per-
20 18 19 20,00
centual é inferior ao IGP-M (Índice 14
15
Geral de Preços de Mercado)da Fun- 13,78
13 13
dação Getúlio Vargas, que registrou 10 11
10 9
alta de 0,98%. 9 9
9 9 8,20
Porém, nos últimos 12 meses, 6 6 6 6 6 6 8 8 8
5,82 5 5
construir em São Paulo está em mé- 5 4 5 5
3,78 4 4 5
dia 13,78% mais caro, contra 12,23% 1,60 3 4
2 2
do acumulado pelo IGP-M no mes- 0
Out/07 Dez Fev Abr Jun Ago Out/08
mo período.
Em decorrência da falta do insu-
Data-base: mar/86 dez/92 = 100
mo no mercado, o cimento Por-
Mês e Ano IPCE – São Paulo
tland CPII deve continuar a in-
global materiais mão-de-obra
fluenciar a alta do índice neste mês.
Out/07 114.860,42 54.342,72 60.517,71
Em outubro, o saco de 50 kg regis-
nov 115.225,62 54.707,92 60.517,71
trou variação de 17,53%, passando
dez 115.335,12 54.817,42 60.517,71
de R$ 18,41 para R$ 21,64.
jan 115.733,11 55.215,41 60.517,71
Insumos como assoalho de ma-
fev 116.040,01 55.522,30 60.517,71
deira (espessura = 20 mm/largura =
mar 116.121,80 55.604,09 60.517,71
200 mm) e a areia lavada média sofre-
abr 116.185,57 55.667,86 60.517,71
ram alta de 5,34% e 2,97%. O assoa-
mai 123.736,89 58.257,90 65.478,99
lho de madeira, que em setembro cus-
jun 124.358,19 58.879,20 65.478,99
tava R$ 106,98/m2, em outubro pas-
jul 126.483,39 61.004,39 65.478,99
sou a custar R$ 112,70/m²; já a areia
ago 129.006,55 63.527,56 65.478,99
lavada média, que apresentava valor
set 129.925,73 64.446,74 65.478,99
de R$ 71,14/m3, com reajuste, passou
Out/08 130.691,57 65.212,58 65.478,99
para R$ 73,25/m3.
Variações % referente ao último mês
Em outubro, o preço da barra de
mês 0,59 1,19 0,00
aço CA-50 3/8" (Ø = 10 mm/m =
acumulado no ano 13,31 18,96 8,20
0,617 kg/m) e do perfil de alumínio
acumulado em 12 meses 13,78 20,00 8,20
para caixilho anodizado fosco apre-
Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir das
sentaram deflação de 1,52% e 4,94%,
variações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado por
contra alta de 3,11% e 0,49% do mês
pesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com
de setembro.
pesquisa na última semana do mês de referência.
Fonte: PINI
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar índices e outros serviços no portal www.piniweb.com
Ladrilhos hidráulicos
Como são produzidos, passo a passo, os sura.A produção é extremamente arte-
CARREIRA
Certificador ambiental
Ainda raro no mercado e com a demanda em alta, profissional obtém boas
remunerações, apesar de ainda sofrer com falta de cultura sustentável do setor
O profissional
Uma vez que no Brasil não há cursos
Acervo pessoal
Currículo
Atribuições: análise de projetos com os profissional tenha conhecimento global salários. A remuneração varia muito em
projetistas, gerenciamento do conteúdo dos processos construtivos e da gestão de função da experiência e especialidade
de informações de projeto, pesquisa de projetos e profissionais. principal do profissional – arquiteto,
empresas e materiais sustentáveis e Aptidões: por ser um trabalho projetista – e da, atualmente alta,
coordenação de projetos multidisciplinar, é vital ser um bom gestor demanda por certificadores.
Formação: arquitetura, paisagismo, de projetos com grandes equipes Indicação de bibliografia: para
projetistas em geral, mas principalmente técnicas, ser um integrador que projetistas, The Green Studio Handbook
de elétrica, luminotécnica, compreende os sistemas isoladamente e Environmental Strategies for Schematic
condicionamento de ar e hidráulica, promove a sinergia, e ter espírito inovador Design, de Alison Kwok e Walter Grondzik;
engenharia de todas as especialidades, para explorar o potencial de melhoria por para construtores, Contractor's Guide to
especialmente de obra, de segurança e novas práticas de projeto e construção, Green Building Construction, de Thomas
meio ambiente e responsáveis por além de liderança sobre a equipe. Glavinich, que trata da gestão dos
departamentos de suprimentos. Remuneração inicial: por ser nova, a subcontratados e da garantia das
Experiência: é importante que esse profissão ainda não tem um padrão de práticas sustentáveis
Opinião semelhante tem o arqui- tam o desempenho do edifício e sua Real que recebeu certificação Leed, na
teto Leed AP (Accredited Professio- implicação ecológica. Recentemente, Grande São Paulo, a certificadora am-
nal) Arthur Britto, da Kahn do Brasil. os institutos que acreditam esses pro- biental da Sustentax, Paola Figueiredo,
Segundo ele, "qualquer formação di- fissionais têm passado a considerar percebeu que havia um total desco-
retamente ligada ao projeto ou execu- também o contexto urbano em que se nhecimento dos fornecedores de ma-
ção forma um candidato a certifica- inserem os edifícios. teriais acerca do contexto sustentável.
dor, cuja competência remete direta- Quanto mais abrangente for a "Havia receio de espionagem por parte
mente ao interesse pela totalidade dos atuação do certificador, menor é o im- dos fabricantes quando questionáva-
sistemas que formam o ambiente pacto das obras no meio. Esses profis- mos a composição de seus produtos",
construído". O especialista em certifi- sionais têm estimulado o setor da conta a geógrafa com pós-graduação
cação ambiental deve conhecer todos construção a desenvolver mecanismos em engenharia de produção e arquite-
os sistemas prediais e ter pleno co- de promoção da sustentabilidade. Du- tura bioclimática. Para poder contar
nhecimento das condições que afe- rante o projeto da agência do Banco com produtos sustentáveis, a Susten-
tax desenvolveu um selo homônimo
para atestar o comprometimento so-
cioambiental de materiais, equipa-
mentos e prestadores de serviços.
É também por meio da atuação
atuarmos para que um projeto seja Na sua opinião, qual a importância
do certificador que os custos de ma-
concebido com conceitos de de ser arquiteto para atuar
nutenção e operação de um edifício
sustentabilidade. Caso o cliente queira como certificador?
podem ser reduzidos, afinal estão di-
certificar, o principal passo já terá sido Não necessariamente o arquiteto
retamente relacionados ao consumo
dado. Nesse contexto, as minhas deve ser certificador, mas
de água e eletricidade. "[O certifica-
atribuições são: gerenciar o conteúdo de obrigatoriamente deve conhecer o
dor] pode trabalhar nas empresas, de-
informações sobre o tema no escritório, tema sustentabilidade e aplicar em
finindo estratégias de sustentabilida-
pesquisar empresas e materiais e seus projetos. É imperativo nos
de, ou como consultor. Todo profis-
coordenar os projetos do escritório, sempre dias de hoje.
sional pode ser acreditado", afirma
introduzindo o tema sustentabilidade.
Paola sobre as possibilidades de atua-
Do que você mais gosta em sua
ção desse profissional.
Quantas horas, em média, trabalha função? Há muita resistência
Àqueles interessados na atuação
diariamente? para a sua atuação?
como certificador, o arquiteto Arthur
Divido o meu tempo entre coordenação Oportunidade de aprender um assunto
Brito avisa: o profissional tem que ava-
de projetos de arquitetura e relativamente novo e aplicá-lo em
liar toda a cadeia produtiva e a opera-
sustentabilidade, além de atendimento a novos projetos. Há um pouco de
ção de um edifício. Por isso, mesmo
clientes, fornecedores e pesquisa. Para o resistência por parte dos clientes.
quando o edifício é pequeno, o volume
tema sustentabilidade, trabalho em Sempre quando há custo envolvido
de trabalho é sempre grande.
média meio período diariamente. existe resistência.
Bruno Loturco
21
melhores praticas.qxd 5/11/2008 17:16 Page 22
MELHORES PRÁTICAS
Paredes de concreto
Para atingir a produtividade ideal e o desempenho esperado, sistema exige
atenção a pontos fundamentais da execução
Fundações
Fotos: Marcelo Scandaroli
Instalações
Eletrodutos, caixas de interruptores,
tomadas, luz e tubulações devem ser
fixados às armaduras para evitar que se
desloquem quando do lançamento do
concreto. Espaçadores entre esses
elementos e as faces dos moldes garantem
o recobrimento pelo concreto e o
posicionamento das peças. Deve-se
proteger as caixas elétricas contra a entrada
de concreto e conseqüente obstrução dos
dutos. É possível utilizar produtos próprios
para paredes de concreto, que contam com
tampas removíveis. Kits hidráulicos podem
aumentar a produtividade, mas exigem
testes antes da instalação.
Concretagem
É importante tomar precauções para viscoso, é menos suscetível à
manter a homogeneidade do concreto. segregação dos materiais. Se o
Peças muito esbeltas exigem que o concreto for convencional, durante e
lançamento seja feito por janelas imediatamente após o lançamento, a
abertas na parte lateral ou por meio de vibração faz-se necessária para
funis ou trombas. A preferência deve eliminar espaços vazios e a formação
ser pelo concreto auto-adensável, que de ninhos, especialmente nos pontos
dispensa vibração e, altamente que concentram instalações.
Divulgação: ABCP
Colaboração: Ary Fonseca Jr., gerente de edificações da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e coordenador nacional da
Comunidade da Construção, e engenheiro Roberto Barella Filho, diretor da GMO Engenharia e consultor técnico da ABCP
23
entrevista.qxd 5/11/2008 17:24 Page 24
ENTREVISTA
Vantagens concretas
Pesquisadores do Rio Grande do Sul apresentam em nova obra diferenciais
do auto-adensável como aplicações e estudo de dosagem
Marcelo Scandaroli
BERNARDO FONSECA
TUTIKIAN E DENISE
CARPENA DAL MOLIN
Bernardo é doutor em Engenharia
pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, especializado em
materiais de construção,
especificamente em dosagem de
concreto auto-adensável. É professor
na Universidade Caxias do Sul, na
Universidade Vale do Taquari e na
Universidade Vale dos Sinos.
Denise é doutora em Engenharia Civil
pela Universidade de São Paulo,
professora e pesquisadora do Norie
(Núcleo Orientado para a Inovação
da Construção), da Universidade
concreto auto-adensável (CAA) de uma armadura pronta ou de um con-
Federal do Rio Grande do Sul. Atua
nas áreas de tecnologia de concretos
O surgiu no Japão no fim da década
de 1980. Como o novo produto acaba-
creto auto-adensável”, afirma Denise.
“Mas, com a escassez de mão-de-obra, o
convencionais e especiais,
va com a necessidade de destacar ope- conceito está mudando."
aproveitamento de resíduos em
rários apenas para espalhar e vibrar o Eles acreditam que, com a industria-
materiais de construção e
concreto, logo se tornou popular nos lização, o uso do concreto auto-adensá-
desenvolvimento de novos materiais,
países industrializados. Mesmo sendo vel tende a ser ainda mais disseminado.
entre outros. Tem atuado como
o auto-adensável mais caro do que o "Cada vez mais a construção partirá para
consultora de agências de fomento à
concreto convencional era clara a van- o uso de pré-moldados, onde o CAA é
pesquisa. Aplicações, vantagens,
tagem econômica proporcionada pela extremamente viável", afirma Tutikian.
desvantagens e métodos de dosagem
redução da equipe de concretagem. Em sua visão, esse concreto também é
do CAA são alguns dos temas
Em entrevista à Techne, Bernardo uma opção para aproveitamento de resí-
desenvolvidos pelos entrevistados no
Fonseca Tutikian e Denise Carpena Dal duos de construção triturados. "Ele ne-
livro Concreto Auto-Adensável,
Molin afirmam que a aceitação da nova cessita da incorporação de um material
lançamento da Editora PINI.
tecnologia tende a crescer conforme fino para sua coesão",explica.Mas Deni-
ocorra escassez de mão-de-obra. Na se alerta para a grande variabilidade des-
execução da estrutura aqui no Brasil, ses materiais. "Num momento você tem
costuma-se contratar empreiteiros, que um percentual maior de concreto, em
atrelam seu preço ao metro cúbico de outro,um percentual maior de cerâmica,
concreto lançado. "Ele não consegue – por exemplo, e isso muda o traço. Esse é
ou não quer – quantificar o aumento de o grande gargalo que dificulta a implan-
produtividade proporcionado pelo uso tação em larga escala", enfatiza.
ENTREVISTA
ENTREVISTA
No futuro, acreditam que o concreto Em relação a novos materiais, quais economicamente – a não ser para
auto-adensável deve tomar o lugar são os mais promissores para o pisos de concreto –, apesar de ser
do concreto convencional como o futuro próximo da construção? possível no futuro. Atualmente as fi-
mais usado? Tutikian – Já há um consenso no bras estão sendo mais usadas para
Tutikian – É muito difícil fixar um meio acadêmico e prático que o CAA evitar a fissuração do concreto, em
prazo para isso ocorrer, mas é certo é o concreto do futuro por ser um teores menores.
que, devido às inúmeras vantagens já item fundamental na industrializa- Denise – Não acredito nessa possibi-
citadas, a cada dia o CAA passará a ser ção da construção. Cada vez mais a lidade. O problema da fibra é que ela
mais utilizado. Tudo indica que have- construção partirá para o uso de pré- tem uma posição tridimensional
rá um momento em que será usado moldados, onde o CAA é extrema- dentro do elemento e a armadura
em quase todas as aplicações, e isso mente viável. Concretos aparentes e longitudinal está posicionada em re-
pode ocorrer em um, cinco ou até dez reforçados com fibra também vêm lação ao esforço. Portanto, quando se
anos. O fato é que sua utilização vem chamando cada vez mais atenção e coloca a armadura em uma viga, ela
crescendo rapidamente e quem utili- poderão ser mais comuns no futuro. agüentará a flexão que o concreto
za o CAA em uma obra não retorna não suporta. As fibras, por sua vez,
para o concreto convencional. A fibra de aço chegará a estão espalhadas ao longo dessa peça.
Denise – Depende também do com- substituir completamente Muitas estarão em posições que não
portamento do setor da construção. as armaduras convencionais? vão adiantar em nada para suportar a
Se esse aquecimento continuar por Tutikian – As fibras de aço são usa- flexão. Perdem-se 60%, 70% da resis-
um tempo mais, certamente essa das mais para o incremento da resis- tência das fibras e joga-se fora um
mudança será mais rápida. Mas, se tência mecânica do concreto arma- material caro, que é o aço. Para ele-
entrarmos em crise de novo, talvez do, ou seja, para auxiliar a armadu- mentos estruturais, creio que não
leve mais tempo. Mas que deve ra. Porém, podem sim substituir valha à pena.
mudar, deve. Na Alemanha, por completamente o aço, dependendo
exemplo, há muito tempo não se do teor utilizado. A substituição Onde estão as possibilidades de
pensa mais em ficar vibrando o con- completa de armadura por fibras de aproveitar resíduos de materiais de
creto com operários. aço em estruturas ainda não é viável construção nas novas construções?
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ENTREVISTA
ENTAC 2008
Ambiente sustentável
Problemas e soluções para a construção sustentável são abordados em
trabalhos apresentados em congresso científico sobre ambiente construído
novação e sustentabilidade foram O evento trouxe ainda palestrantes da energética e altos níveis de conforto
I temas que pautaram os trabalhos
apresentados neste ano no Entac
internacionais como o francês Jean-
Luc Chevalier, do CSTB (Centre Scien-
para o usuário. Outra convidada, a
professora da Universidade da Califór-
(Encontro Nacional de Tecnologia tifique et Technique du Bâtiment), que nia em Berkeley, Iris Tommelein, mos-
do Ambiente Construído). Diver- mostrou as iniciativas francesas para trou como o conceito de Lean Cons-
sos sistemas construtivos – inova- promover a sustentabilidade no setor truction pode promover a sustentabili-
dores ou já estabelecidos – e mate- da Construção. Dentre elas, destacam- dade, reduzindo impactos ambientais
riais tiveram seu desempenho (tér- se a realização da mesa-redonda Gre- com inovações simples em produtos e
mico, acústico, durabilidade, emis- nelle de l'Environnement – abordada processos construtivos.
são de substâncias tóxicas) avalia- na edição 129 da Téchne – e a criação A Téchne esteve no evento e sele-
do. Estudos sobre reaproveitamen- do Inies, um banco de dados com as cionou alguns trabalhos apresentados
to de resíduos na construção, ou características ambientais e sanitárias e premiados na última edição do en-
trabalhos locais sobre como as de materiais de construção. O alemão contro promovido pela Antac (Asso-
construtoras destinam o material Andreas Wagner apresentou o EnOB, ciação Nacional de Tecnologia do
produzido nos canteiros também projeto de pesquisa que procura de- Ambiente Construído). Confira:
estiveram presentes. senvolver edifícios com baixa deman- Renato Faria
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materia_secundaria.qxd 5/11/2008 17:27 Page 34
ENTAC 2008
Marcelo Scandaroli
No ano 2000, o IBGE (Instituto estariam vazias. Mas os índices
Brasileiro de Geografia e Estatística) calculados a partir do censo 2000
estimou em seis milhões o número de do IBGE mostram que, se para toda
domicílios vagos no Brasil. No mesmo Salvador a taxa de domicílios vagos
ano, a Fundação João Pinheiro calculou em relação ao total de domicílios
um déficit habitacional de 6,7 milhões permanentes é de 12%, nas áreas
de novas unidades no País. Intrigada informais pesquisadas ela é bastante
com a coincidência numérica, a autora parecida, girando em torno de 10%.
da dissertação de mestrado – laureada Áreas formais da cidade, onde atua o
com o Prêmio Holcim/Antac 2008 – mercado imobiliário legalizado, foram
procurou investigar mais excluídas do estudo por se deduzir que
detalhadamente as características dos nesses locais há uma reserva de
domicílios vagos por meio de uma mercado que funciona como elemento
pesquisa de campo realizada em áreas estruturador do equilíbrio de preços
informais de Salvador. Presumia-se que, entre oferta, procura e construção
pela necessidade de habitação e pela de novas residências.
insuficiência de renda para adquirir
habitações formais, poucas unidades Autora: Daniela Andrade Monteiro Veiga
Marcelo Scandaroli
instalação de sistemas de armazenamento
de água das chuvas em postos de
combustível da cidade de Brasília.
O potencial de economia no consumo de
água potável nesse tipo de
estabelecimento decorre de suas
características arquitetônicas e
operacionais: além de possuírem grandes
áreas de telhados – que favorecem a
captação de águas pluviais –, os postos
utilizam a água principalmente com fins
não-potáveis, como na lavagem de carros.
Os pesquisadores da Universidade Federal
de Santa Catarina analisaram o potencial
de redução de consumo de água potável e
a viabilidade econômica da instalação de
sistemas de captação, tratamento e 750 m²), volumes de reservatórios (de pluvial é de 32,7%, podendo atingir valores
armazenamento de águas pluviais em 1 mil m³ a 100 mil m³), números de lavagens superiores a 70%. Verificou-se também que
postos de Brasília. Para isso, eles se (15, 30 e 45 veículos/dia) e demandas de a implantação dos sistemas é viável na
basearam em simulações computacionais água potável e pluvial. Segundo os autores maioria das vezes.
que consideravam dados pluviométricos de do estudo, os resultados mostraram que o
duas estações meteorológicas, diferentes potencial de economia médio de água Autores: Davi da Fonseca Tavares,
áreas de captação (350 m², 550 m² e potável a ser obtido pela utilização de água Vinicius Luis Rocha, Enedir Ghisi
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Estruturas premiadas
Ponte Estaiada Octávio Frias e Edifício Rochaverá, em São Paulo, residência em
Nova Lima (MG) e Estação Ciência de João Pessoa levam os prêmios máximos
da Abece em 2008. Confira também as menções honrosas
Divulgação: Gerdau
Prêmio Talento Engenharia Es- critos. Dentre eles, foram escolhi- concebida por Oscar Niemeyer com
O trutural chegou em 2008 à sua
sexta edição. O evento, promovido
dos cinco finalistas e, finalmente,
um vencedor e uma menção honro-
projeto estrutural de Mário Terra
Cunha, levou o prêmio entre as
pela Abece (Associação Brasileira sa para cada categoria. Obras Especiais. A Residência unifa-
de Engenharia e Consultoria Estru- Dois dos projetos vencedores miliar em Nova Lima (MG), calcula-
tural) e pela Gerdau, contemplou foram executados em São Paulo: da por Márcio José de Rezende Gon-
projetos em quatro categorias. Projeto Rochaverá – Torres A e B, de çalves, venceu na categoria Obras de
Além das tradicionais de Infra-Es- Mário Franco, e Ponte Estaiada Oc- Pequeno Porte. Os vencedores ga-
trutura e Edificações, uma catego- távio Frias de Oliveira, de Catão nharão passagens e estadia para
ria presente na quinta edição foi Francisco Ribeiro, nas categorias acompanhar, em fevereiro de 2009, a
desmembrada em duas: Obras de Edificações e Infra-estrutura, res- feira World of Concrete, em Las
Pequeno Porte e Obras Especiais. pectivamente. A Estação Ciência, Vegas, nos Estados Unidos.
No total, foram 182 trabalhos ins- Cultura e Arte, em João Pessoa (PB), Renato Faria
Marcelo Scandaroli
Categoria edificações
Vencedor Mário Franco
Projeto Rochaverá – Torres A e B – São Paulo (SP)
A concepção arquitetônica dos edifícios foi sua grande esbeltez – a relação altura-
se deu em função de sua localização menor dimensão alcançou um valor maior
próxima a um dos cartões-postais da que dez. Para atestar a segurança estrutural
capital do Rio Grande do Norte (RN), das edificações, foram realizados ensaios
a praia de Ponta Negra. em escala reduzida no túnel de vento do
Todos 468 apartamentos, dispostos em duas Laboratório de Aerodinâmica das
torres de 132,12 m de altura, deveriam estar Construções da Universidade Federal do Rio
voltados para o Morro do Careca e para o Grande do Sul. Também foram especificados 45 MPa (até o 30º pavimento) e 35 MPa (do
mar. A principal implicação para a estrutura concretos com resistência à compressão de 31º ao último pavimento).
Categoria infra-estrutura
Marcelo Scandaroli
O Terminal de Passageiros do aeroporto apoiadas em vigas, que por sua vez se pisos. Nas regiões próximas aos pilares,
Santos Dumont foi concebido na década apóiam nos pilares. Devido aos efeitos de onde há altos valores de esforços, foram
de 1940 e é considerado um marco na subpressão e das cargas verticais atuantes mantidas lajes maciças com 0,525 m de
arquitetura moderna. Para atender às no piso do subsolo, que incluíam espessura, configurando um capitel.
normas da Infraero e às restrições enchimentos e equipamentos, as lajes O piso do mezanino técnico foi executado
impostas pelo tombamento do edifício foram executadas com espessura de 30 cm. em estrutura metálica.
pelo Patrimônio Histórico, foi projetada Os demais pisos, todos em concreto
Celso Brando
uma nova edificação para abrigar o armado moldado "in loco", foram
terminal de embarque. O prédio antigo detalhados em lajes nervuradas de 0,525
fica com as funções de desembarque. m de altura, com fôrmas plásticas. Foram
A estrutura do subsolo da nova construção usadas vigas apenas nas periferias do
foi projetada utilizando-se lajes lisas edifício e próximas das aberturas dos
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Guilherme Filho/Secom MT
Ginásio Poliesportivo Aecim Tocantins – Cuiabá (MT)
O Governo Estadual do Mato Grosso investiu vertical, e dois arcos secundários, inclinados
R$ 22 milhões para construir o ginásio, em 33º. O vão livre máximo coberto por
inaugurado em 2007. O equipamento possui cada um dos arcos principais é de 135 m
o sistema de cobertura independente da e a altura máxima é de 36 m. Aos arcos
arquibancada. A cobertura conta com uma secundários foram atirantadas as passarelas
estrutura metálica composta por dois arcos de acesso e fuga do ginásio, em fôrmas
principais, inclinados em 15o em relação à metálicas tipo multideck.
INFRA-ESTRUTURA
Subsolo congestionado
Prefeituras brasileiras não têm cadastro unificado das redes subterrâneas
e concessionárias se unem para minimizar acidentes em escavações
única saída é a migração dos cadastros São Paulo), empresa privada de distri-
já digitalizados das concessionárias buição de gás, estabelecida num siste-
para a base da administração munici- ma compatível com o da Sabesp. Mas
pal. "A iniciativa é boa, seria uma ótima ainda faltariam os cadastros das demais
ferramenta para os projetistas, por concessionárias."As informações (con-
exemplo. Mas, na prática, o que vemos tidas nos cadastros) são diferentes, ade-
é a incompatibilidade entre as bases ca- quadas aos negócios e às necessidades
dastrais", explica Moacir Fernandes das empresas", afirma Lopes, da Eletro-
Lopes, coordenador técnico de Infra- paulo. Nas regiões centrais, onde a
estrutura e Obras do Sistema Subterrâ- malha de infra-estrutura é mais conso-
neo da Eletropaulo, concessionária dis- lidada, os mapas também não são atua-
tribuidora de energia elétrica na cida- lizados com tanta freqüência. "Even-
de. Ruy Villani explica que a escala e o tualmente pode haver falhas no cadas-
ponto referencial – o ponto zero – dos tro", reconhece o coordenador.
mapas de cada empresa não são padro- Enquanto a centralização não che-
nizados.Com a unificação,haveria des- ga, as empresas e o poder público esta-
locamentos e, em alguns casos, sobre- belecem procedimentos para quando
posições das redes, fazendo com que a precisam abrir valas para realizar ma-
representação não correspondesse à nutenção programada em suas redes.
realidade. Na cidade, por meio de um Na capital paulista, o Convias manda
acordo entre as administrações muni- avisos para as concessionárias três ve- Após a abertura das valas para manutenção
cipal e estadual, a base cadastral com- zes por semana com os endereços onde das redes subterrâneas, a concessionária
pleta da Sabesp (Companhia de Sanea- haverá escavações. Se acharem neces- deve arcar com recapeamento da via.
mento Básico do Estado de São Paulo) sário, enviam um fiscal para a obra. Custos podem ser dissolvidos com a
será fornecida à Prefeitura. Isso facilita- Uma alternativa ao modelo,testada em programação de ações de manutenção
rá a integração posterior com o cadas- outras cidades do mundo, seria o conjuntas com outras empresas
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INFRA-ESTRUTURA
Encamisamento interno
Método usado para substituição ou reparação de
redes de água e esgoto. Um tubo flexível,
embebido internamente com resina aderente, é
inflado, pela pressão de uma bomba de ar, para
dentro da tubulação existente. Com a cura da
resina, o tubo flexível endurece e ganha
resistência, substituindo a tubulação danificada.
Robôs controlados remotamente, com câmeras acopladas, Para prevenção de acidentes, a abertura de valas em regiões
realizam furos para abertura de ramais em tubulações de com o subsolo "congestionado" é acompanhada por fiscais de
diâmetro médio todas as concessionárias
"One-Call Center" ou "Call Before via, numa escala 1:1, a localização de Sabesp e a Comgás se uniram em
Digging": antes de realizar a escavação, suas tubulações e sua profundidade. torno do programa para desburocra-
a empresa liga para um escritório – Outra iniciativa para a minimiza- tizar a consulta às bases de dados e
mantido pela prefeitura e/ou pelas ção dos acidentes com outras redes para treinar os funcionários com o
concessionárias –, avisando sobre a ne- que compartilham o espaço no sub- objetivo de reduzir os danos causa-
cessidade da intervenção. Elas desta- solo urbano foi a criação do PPD dos por terceiros.
cam um funcionário para pintar, na (Plano de Prevenção de Danos). A Renato Faria
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ESQUADRIAS
Silicones estruturais
Veja como preparar a esquadria para receber os vidros e quais os selantes
mais indicados para fixação, conforme o material
Preparação e aplicação aplicado em excesso, após a evapora- car uma fita adesiva para proteger o
Cada tipo de substrato requer ção do solvente, o primer forma uma perfil e o vidro, removendo-a assim
procedimentos específicos de limpeza camada esbranquiçada de pó que re- que o selante for aplicado na junta. Os
e aderência, mas, de modo geral, para sulta na perda de adesão. Ele também quadros colados devem ser deixados
que a adesão do selante tenha bom re- não deve ser aplicado em vidros. "Os para cura na horizontal pelo tempo
sultado, o substrato deve estar limpo, primers são recomendados apenas se especificado pelo fabricante de silico-
seco e sólido. As superfícies devem ser a adesão do silicone ao substrato não ne, em função do produto escolhido
limpas com panos embebidos com for suficiente, ou seja, o valor mínimo (monocomponente ou bicomponen-
solvente (não deve ser utilizada esto- não atingir o padrão do teste de Ade- te). O sucesso do trabalho de aplicação
pa). De acordo com Viesti, o método são in-peel ASTM C-794", explica de silicone em fachadas, esquadrias e
mais utilizado para limpar o substrato Viesti. O produto provoca reação quí- coberturas de vidro depende da capa-
é o "método dos dois panos": deve-se mica entre o substrato e o selante, citação da mão-de-obra e do controle
embeber um pano com solvente e es- agindo como promotor de aderência, de cada etapa - a limpeza da superfície,
fregá-lo no substrato. Em seguida, mas deve ser usado apenas quando es- passando pela aplicação eventual de
com outro pano seco, deve-se esfregar gotadas as possibilidades de testes um primer e, finalmente, do silicone.
o substrato até secá-lo, verificando se com os vários tipos de silicones, pois, No entanto, é preciso observar que
está limpo. Quando recomendado, além de altamente tóxico, o produto cada material tem características espe-
deve-se aplicar uma película fina de requer uma aplicação controlada. cíficas que o diferem quanto à limpeza
primer nos substratos com pincel de O selante é aplicado empurrando- e aderência do silicone.
cerdas naturais ou um pano limpo e se o material com a ponta do cartucho
sem fiapos e esperar 30 minutos até de maneira a preencher a junta por Falhas e reparos
que seque. Ele deve ser utilizado a completo. Para garantir que toda a Em geral, as falhas podem ser repa-
partir de uma pequena quantidade junta seja preenchida, pressiona-se o radas cortando-se a área afetada e apli-
em um recipiente metálico, e a emba- selante contra os lados da junta e con- cando-se novamente o selante. "Quan-
lagem deve ser fechada imediatamen- tra o espaçador. Quando o caixilho do as falhas comprometem o desem-
te para evitar contaminações. Se for tiver aba de sustentação, deve-se colo- penho da unidade como um todo, re-
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ESQUADRIAS
Materiais e aderência
Veja como preparar as diferentes feita pelo método dos "dois panos", com outros contaminantes na formulação do
superfícies e como o selante adere nas álcool como solvente. No caso do vidro material, como desmoldantes à base de
diferentes superfícies duplo, existem selantes específicos para vaselina. A superfície deve ser limpa com
utilização. Esses perfis são compostos por jato de areia, em seguida deve ser lixada
Metais dois painéis de vidro, um perfil oco e receber um polimento (se necessário,
As esquadrias mais instaladas em edifícios preenchido por dessecante à base de sílica usar palha de aço). Se o concreto estiver
são as metálicas, mas dependendo do (para absorver a umidade interna e evitar a molhado, usar solvente para limpeza e
metal podem apresentar problemas quanto condensação), selo primário evaporação da água. Aplicar o selante
à limpeza e aderência. O alumínio natural (poliisobutileno) e selo secundário (silicone). assim que o solvente evaporar ou o
contém contaminantes como óleos, grafite A produção desse sistema requer a lavagem substrato secar. As juntas devem ser
ou resíduos de carbono, que dificultam sua do vidro ou cristal, preenchimento do dimensionadas de acordo com o grau de
limpeza e o tornam oxidável, ao contrário espaçador com o dessecante, dobra do movimentação do substrato, que
do alumínio pintado ou anodizado. O aço marcador do espaçador e solda ultra-sônica, indicará o módulo de elasticidade do
inoxidável ou galvanizado permite apenas o aplicação do selante de poliisobutileno no silicone. Existem dois tipos de juntas a
uso de selantes de cura neutra; já o aço não marcador do espaçador e montagem do se considerar: a estática e a dinâmica,
pintado ou estampado sofre oxidação e vidro. No caso da colagem estrutural da que sofre movimentos de tensão e
pode provocar perda de adesão do selante. unidade de vidro duplo na fachada podem- compressão. Quando o substrato
Para limpar essas superfícies, o álcool se utilizar os selantes estruturais normais. O apresenta muita movimentação usa-se
isopropílico é o produto mais indicado. cálculo dessa junta é diferente das unidades um silicone de módulo mais baixo.
simples estruturais e também deve ser Quando a exigência é de fixação ou
Vidros definido pelo fabricante do selante. Toda a colagem, usa-se silicone de módulo
Em geral o vidro é um material excelente unidade de vidro duplo que será colada mais alto. Além das condições químicas,
para adesão do silicone, e os selantes estruturalmente deve ter um suporte o rompimento do silicone pode ser
neutros são os mais recomendados para mecânico para o peso morto. evitado se a adesão na junta
aplicação, exceto em vidros autolimpantes, compreender apenas dois lados opostos.
que pedem um silicone com propriedades Concreto Para evitar a adesão em três pontos,
que não alterem suas características. A A adesão do silicone no concreto pode isola-se o terceiro ponto com um filme
preparação da superfície também deve ser ser prejudicada pela presença de óleo ou ou espuma de polietileno.
do e que seja feita uma nova aplica- existem falhas coesivas ou adesivas,
ção", explica Viesti. Para efetuar a nova causadas pelo rompimento do subs-
aplicação, no entanto, é necessário trato. Elas ocorrem quando o silicone
identificar o tipo de selante e substrato não se movimenta, e com a movi-
existentes e analisar o tipo de falha, se mentação da junta, rompe o substra-
adesiva, coesiva ou causada por movi- to. Essas falhas são comuns em super-
mento excessivo nas juntas. A partir fícies de concreto ou em estruturas
desse diagnóstico é possível fazer o re- metálicas submetidas a pintura com
paro, substituindo-se a camada de se- produtos não adequados. No concre-
lante por uma nova, mas não antes de to recomenda-se retirar o selante e re-
retirar todo o material velho. "Essa so- compor o substrato com uma resina
lução é segura se a reparação for feita epóxi, que em seguida recebe nova ca-
corretamente e com o selante adequa- mada de silicone. Já em estruturas
do", explica Viesti. Também há casos metálicas deve-se lixar a superfície das
em que se pode aplicar uma camada de peças e submetê-las a um tratamento
silicone sobre o selante antigo, quando anticorrosivo. Em seguida aplica-se
ocorrem falhas em fundo de junta. Em tinta de grande aderência e resistência
vez de retirar o silicone velho,coloca-se aos raios ultravioleta e aos agentes at-
uma camada de material antiaderente mosféricos (à base de poliuretano ou,
(como filme de polietileno), e aplica-se Como é grande a quantidade de vidros preferencialmente, epóxi), e após a se-
o novo silicone. Esse processo permite a serem colados, um equipamento dosa cagem e limpeza aplica-se nova cama-
mais movimento nas juntas e é compa- os componentes do silicone e os da de silicone.
tível com uma variedade de substratos. mistura no local Simone Sayegh
CAPA
Alto e pronto
Sistemas em concreto pré-moldado viabilizam a construção de edifícios com
mais de 80 m de altura na Europa. No Brasil, edifícios de até dez andares são
integralmente construídos com pré-fabricados
Divulgação: Copen
Luuk Kramer
dado e as construções metálicas. "A mento absorver as ações horizontais fabricado na construção de edifícios
cultura européia de projeto com con- como o vento. As ligações pilar-pilar – altos. Obras limpas e rápidas, redução
creto pré-moldado é uma extensão da que acontecem, em geral, a cada dois do desperdício de materiais, maior
maneira de projetar com metálica", pavimentos (ou mais) – não precisam controle da qualidade e previsibilida-
esclarece o engenheiro. Enquanto a ser resistentes à flexão, como acontece de de resultados são algumas delas. O
Inglaterra tradicionalmente privile- nas estruturas monolíticas. outro ganho, segundo Ferreira, diz
gia a estrutura metálica – seja por ra- Se do ponto de vista construtivo as li- respeito à pré-fixação dos preços de
zões históricas ou por subsídios go- gações pilar-pilar são relativamente sim- compra dos insumos da construção.
vernamentais – nações como a Bélgi- ples nessas torres,o mesmo não pode ser "Nesses casos, os contratos são fecha-
ca e a Holanda priorizam as edifica- dito das ligações laje-viga, que exige dos dos a preços fixos, sem os aditivos
ções em concreto pré-moldado. "No projetistas critério e discernimento para contratuais que normalmente estão
caso da Bélgica, por exemplo, a indús- serem detalhadas. Isso porque o com- presentes nos contratos das obras
tria de pré-fabricados de concreto, portamento de diafragma das lajes é convencionais, como as de concreto
em especial a Ergon, reagiu fortemen- mais complexo em edifícios altos contra- moldado "in loco'", esclarece.
te contra a disseminação da constru- ventados (ver ilustração esquemática da
ção metálica no País", afirma Ferreira. estrutura).Nessas construções,as funda- Edifícios pré-moldados no Brasil
Produzidos em fábricas,em fôrmas ções também são mais pesadas, devido Normalmente, no Brasil, são cons-
metálicas com concreto auto-adensá- ao aumento de carga promovido pelo truídos edifícios de até dez andares com
vel de 90 MPa, os pilares são dimensio- núcleo de enrijecimento. estruturas integralmente pré-fabri-
nados para suportar somente as cargas No entanto, são muitas as vanta- cadas de concreto. Com resistência me-
verticais, já que cabe ao contraventa- gens propiciadas pelo sistema pré- cânica que pode chegar até 50 MPa, os
49
materia de capa.qxd 5/11/2008 17:33 Page 50
CAPA
Divulgação: KPN
que, na Europa, a lógica de projeto
edifício-sede da empresa
para edifícios em concreto pré-
de telecomunicações KPN
moldado – altos ou não – assemelha-
possui estrutura híbrida
se ao sistema metálico", explica Fer-
que combina concreto
reira. O que ambos os sistemas têm
pré-fabricado e concreto
em comum é a utilização da laje al-
moldado no local. As
veolar e vigas pré-moldadas.
forças horizontais que
"Precisamos de um maior número
resultam da inclinação do
de empresas adotando a laje alveolar
prédio são compensadas
como sistema construtivo e estamos in-
por uma treliça de aço de
centivando sua utilização em edifícios
50 m, que desempenha
altos", diz a engenheira Íria Lícia Oliva
um papel importante
Doniak, diretora-executiva da Abcic
na interação das forças.
(Associação Brasileira de Construção
A superfície oblíqua da
Industrializada de Concreto). A baixa
fachada é um painel
mecanização do canteiro de obras, se-
publicitário luminoso
gundo Íria, é um dos principais obstá-
(48 m x 85 m) cuja
culos para a disseminação dos edifícios
inclinação foi inspirada
altos em concreto pré-moldado no País.
nos eixos dos cabos da
Segundo Ferreira, as estruturas de
Erasmus Bridge.
concreto brasileiras totalmente pré-
51
materia de capa.qxd 5/11/2008 17:33 Page 52
CAPA
Evolução seca
Abertura da economia e disseminação da construção racionalizada
impulsionaram desenvolvimento do mercado do drywall no Brasil
omparado com países como Esta- ao impacto ou por duvidar de sua ca-
C
Divulgação: Knauf
Linha do tempo
Década de 1970
Década de 1980
Divulgação: Lafarge
Década de 1990
Surge um mercado: A construção racionalizada se
consolida no País, gerando demanda por novos sistemas
construtivos industrializados. Vislumbrando um novo
Estréia no Brasil: A primeira fábrica de chapas de gesso mercado promissor, três empresas começam a fornecer o
acartonado do País entra em operação na cidade de Petrolina, em produto no Brasil: a francesa Lafarge, a alemã Knauf e a
Pernambuco, no ano de 1972. A Gypsum do Nordeste fornecia ao britânica BPB-Placo. As empresas iniciaram seus negócios
mercado placas para forros e divisórias internas. Apesar de, no setor importando chapas de suas fábricas no exterior,
durante a década de 1970, centenas de unidades de conjuntos mas logo instalaram seus próprios parques industriais no
habitacionais em São Paulo terem sido construídas com vedação País. A Lafarge adquiriu, em 1995, as fábricas de Petrolina
interna em drywall, o sistema não se populariza. e Araripina da Gypsum do Nordeste.
2008
materia_drywall.qxd 5/11/2008 17:35 Page 55
Discussões atuais
Divulgação Knauf
Até o final do ano, deve estar
disponível para consulta pública a
norma de montagem de sistemas de
drywall. A elaboração do texto
começou em agosto de 2007. A idéia
século 19, mas só na década de 1940 inicial, de acordo com Luiz Antonio
se disseminou seu uso em divisórias Martins Filho, da Associação Drywall,
internas em casas e escritórios. era produzir uma norma
A oportunidade de introduzir a complementar para os componentes
construção seca e industrializada no não incluídos nas normas de chapas e
Brasil surgiu durante o "Milagre de perfis, mas os construtores
Econômico". A forte presença estatal pediram para que contemplasse
no setor da Construção – especial- também a execução do sistema. "Eles
mente neste caso financiando o setor compravam um produto normatizado,
imobiliário – "garantia" a demanda e mas sentiam falta da normatização do
estimulava o investimento em siste- processo de montagem", revela. Em
mas construtivos industrializados. outra frente, a norma NBR 15.217
Nesse período, testaram-se tecnolo- também está sendo revisada para que
gias como painéis cimentícios de fe- seu texto seja complementado com os
chamento pré-fabricados, edifícios métodos de ensaio dos perfis
com paredes de concreto e sistemas metálicos para drywall.
de vedações verticais com chapas de
gesso acartonado.
A primeira fábrica foi instalada volvimento de mercado ocorreu du- lhães Prado. Em Taubaté, 850 casas.
em 1972 na cidade de Petrolina, em rante aquela década: diversos con- Na Praia Grande, no litoral, mais 100
Pernambuco, pela Gypsum do Nor- juntos habitacionais foram construí- casas. Mesmo assim, o sistema não
deste. Localização estratégica, já que dos no Estado de São Paulo com di- pegou e, durante toda a década de
ali se encontravam enormes jazidas visórias internas em chapas de dry- 1980, apenas 20% das chapas de
de gipsita, mineral usado na produ- wall. Em Guarulhos, foram 950 uni- gesso produzidas eram aplicadas
ção de gesso. Um esboço de desen- dades no conjunto Zezinho Maga- como divisórias.
Década de 2000
Associação é criada: Para divulgar a (RU) – de coloração verde, para uso em Norma de perfis: A ABNT (Associação
cultura da construção seca, as áreas úmidas e molháveis internas – e Brasileira de Normas Técnicas) publica,
fabricantes do sistema fundam a as chapas Resistentes ao Fogo (RF) – em 2005, a NBR 15.217 – Perfis de Aço
Associação Drywall (Associação Brasileira de coloração rosa, contêm retardantes para Sistemas de Gesso Acartonado –
dos Fabricantes de Chapas para Drywall) de chama em sua composição, Requisitos. O documento prescreve as
em junho de 2000. fazendo-as adequadas para aplicação características das estruturas metálicas
em saídas de emergência, áreas das paredes de drywall.
Novas tecnologias: São lançadas no enclausuradas etc.
Divulgação: Lafarge
55
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Urbanização, agregados
minerais e sustentabilidade
perspectiva de se alcançar um ce- vias urbanas e estradas, onde a areia e
A nário de desenvolvimento susten-
tável no universo da construção civil
Omar Yazbek Bitar, geólogo
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas
a brita correspondem geralmente a
95% do material empregado, sendo o
pressupõe analisar as dimensões eco- do Estado de São Paulo) restante composto de emulsão asfálti-
nômica, social, ambiental e institucio- e-mail: omar@ipt.br ca. Nesse caso, o uso de agregados re-
nal envolvidas em toda a cadeia produ- ciclados tem crescido e já chega, em
tiva, desde o fornecimento de insumos algumas aplicações, a cerca de 50% do
básicos até o tratamento e a destinação sos ainda não plenamente equaciona- volume de material empregado.
dos resíduos gerados. Para tal, convém dos, que limitam a intensificação do Dados compilados dos últimos
incluir, nessa análise, a avaliação do pa- uso de RCDs, como logística, desem- anuários do DNPM (Departamento
norama atual e futuro em relação ao penho ou até certa falta de cultura Nacional da Produção Mineral),
setor de extração de agregados mine- técnica para aprimorá-los e aos pou- acerca da evolução do setor mineral
rais, sobretudo areia e brita, materiais cos ampliar sua utilização. Certamen- no País na última década, ilustram a
largamente empregados na prepara- te, muito ainda se avançará nesse ca- significância da participação dos
ção de argamassas, concreto, artefatos minho, conforme já se vê em países agregados minerais no quadro do
de cimento e pavimentos, e ainda fun- mais desenvolvidos. Todavia, en- produto mineral brasileiro. Exce-
damentais em obras de engenharia. quanto isso, a dinâmica produtiva tuando-se gás e petróleo, estima-se
De fato, em que pese o conjunto de atual continua notavelmente deman- que o setor de agregados (areia, casca-
esforços e avanços tecnológicos recen- dante de agregados de origem mine- lho e pedras britadas) tem respondi-
tes em relação ao aproveitamento de ral, com valores crescentes a cada ano do por cerca de 30% do volume total
RCDs (resíduos de construção e demo- em todo o País, razão pela qual os gerado nas minas brasileiras. A rele-
lição), passíveis de reciclagem e empre- problemas associados à sustentabili- vância dessa presença é ilustrada tam-
go como materiais alternativos, em dade de sua produção em áreas urba- bém quando se verifica que esse volu-
substituição a insumos tradicionais, nas, em todas as suas dimensões fun- me supera o do montante de minério
aqueles bens minerais permanecem na damentais, devem ser considerados. de ferro produzido no País, este como
pauta de itens básicos requeridos na bem mineral de maior expressão na
maior parte dos projetos e obras de Características do setor produtivo pauta atual de exportações. Contabi-
construção civil. A adoção de normas Os agregados são materiais gra- lizam-se nisso apenas as estatísticas
de estímulo ao incremento da recicla- nulares, com dimensões e proprieda- oficiais, pois se sabe que o setor abriga
gem de RCDs (como o decreto munici- des físico-químicas variadas. Tanto ainda uma parcela considerável de
pal em vigor na cidade de São Paulo em argamassas quanto na fabricação pequenos empreendimentos na cha-
desde julho de 2007, sobre o uso de de concreto e artefatos de cimento, os mada economia informal.
agregados reciclados em obras de pavi- agregados (areia e brita) entram ge- Segundo a Anepac (Associação
mentação de vias públicas), aparente- ralmente na composição com 70% a Nacional das Entidades de Produtores
mente não tem sido ainda suficiente 80% do volume total e sua qualidade de Agregados para Construção Civil),
para inverter ou mesmo atenuar signifi- deve estar compatível com as normas o consumo de agregados pela popula-
cativamente o consumo de materiais técnicas pertinentes a cada finalidade. ção brasileira se situa atualmente em
produzidos a partir de fontes primárias. Os agregados também constituem a cerca de 2 t/hab/ano, ou seja, em pata-
Talvez se possa atribuir esse qua- base do material utilizado na pavi- mar muito inferior quando compara-
dro a uma conjunção de fatores diver- mentação asfáltica de boa parte de do ao de países mais industrializados,
59
artigo70.qxd 5/11/2008 17:41 Page 60
ARTIGO
notavelmente desprovido de infra-es- ficas favoráveis à separação da areia (re- minerais, o que remete à reflexão
trutura de transporte público), com a movida em meio à polpa, por métodos sobre as perspectivas futuras nas rela-
construção de extensos condomínios essencialmente gravitacionais). ções entre mineração e cidades.
residenciais horizontais e o conse- Cabe mencionar que, no passado,
qüente remanejamento da extração essas areeiras se encontravam instala- Conseqüências à sustentabilidade
de agregados minerais para áreas mais das mais ao núcleo da metrópole, no Os efeitos decorrentes desse pro-
distantes (figura 1). campo denominado de centro expan- cesso se fazem sentir no plano econô-
Além desse caso, muitos outros dido, em áreas de planícies aluviais mico e também no âmbito socioam-
certamente poderiam ser menciona- dos rios Pinheiros e Tietê, hoje total- biental, ou seja, repercutem nos pila-
dos, particularmente em países da mente ocupadas pela urbanização e res de sustentabilidade das cidades, a
América Latina e Caribe e também na seu sistema viário. Com o tempo, as partir da perda de recursos minerais
Ásia. Como na China, considerada atividades migraram não apenas sob aproveitáveis, pela indisponibilidade
hoje como centro industrial mundial o ponto de vista geográfico, mas tam- de jazidas devido à ocupação do solo.
e que tem a maior parte de suas insta- bém no que se refere aos materiais la- Perde-se, de maneira praticamente ir-
lações fabris situadas dentro ou em vrados, que mudaram para os men- reparável, a possibilidade de aprovei-
áreas próximas das cidades (UNFPA, cionados solos de alteração. tamento de bens minerais importan-
2007), inclusas as de produção de Por sua vez, ao Norte do municí- tes ao desenvolvimento sustentável
agregados para construção, as quais pio, sob o domínio de rochas cristali- das próprias cidades.
evidenciam os primeiros sinais de nas de composição predominante- Com isso, transferem-se instala-
problemas e conflitos ambientais. mente granítica ou gnáissica, encon- ções e abrem-se novas minas em outras
Com algumas diferenças em seu tram-se diversas pedreiras, como na localidades mais longínquas (em rela-
processo evolutivo, a depender do tipo região da serra da Cantareira (figura ção à cidade em questão,embora certa-
de agregado mineral extraído,o caso da 3), com características propícias à mente próximas a outros centros con-
RMSP envolve situações similares. No- produção de brita. sumidores). Muda-se o endereço, mas
tabiliza-se o caminhamento e a atual Tanto as areeiras quanto as pedrei- os problemas, como os de natureza
concentração de areeiras no rumo da ras encontram-se hoje sob forte pres- ambiental, por exemplo, podem não
zona Sul da região (figura 2), em que são da expansão urbana. Não se pode apenas se repetir, mas evoluir para si-
ocorre o domínio de morros cobertos deixar de considerar certa contradição tuações até mais preocupantes. Por
por solos de alteração de rochas crista- nesse processo. Em síntese, observa-se conta de deficiências institucionais as-
linas (os solos saprolíticos, correspon- que a mesma urbanização atualmente sociadas a essas novas localidades, bem
dentes ao horizonte pedológico C), viabilizada pela indústria da constru- como de práticas rudimentares por
muito suscetíveis a processos erosivos ção civil acaba, mais cedo ou mais parte de alguns produtores, configu-
e, por isso, passíveis de desmonte hi- tarde, expulsando ou eliminando uma ram-se cenários de impactos ambien-
dráulico relativamente simples, bem das atividades que a alimenta, ou seja, tais com magnitudes e intensidades
como situados em condições topográ- a extração e produção de agregados ampliadas. Exemplo disso se observou,
61
artigo70.qxd 5/11/2008 17:41 Page 62
ARTIGO
urbanas existentes, tem sido apontado nos municípios de São Paulo e Embu,
como um caminho necessário, embora que contemplaram, em seus zonea-
de logística relativamente complexa,em
LEIA MAIS
mentos, áreas especiais para a ativida-
razão das grandes dimensões de volu- de de produção de agregados. O Itaquera: de pedreira a área
mes e equipamentos envolvidas. mesmo se verificou no zoneamento reurbanizada.Areia & Brita, 2007.
Na cidade de São Paulo, por exem- ecológico-econômico da região do li- Revista Areia & Brita, São Paulo:
plo, a geração de entulhos equivale à toral Norte do Estado de São Paulo, Anepac, abr/mai/jun, 38, p.6-12.
produção de resíduos domiciliares estabelecido por lei estadual em 2004,
(cerca de 17 mil t/dia de RCDs contra que prevê a atividade mineral entre os Demanda por Brita na Região
aproximadamente 15 mil t/dia de lixo usos do solo permitidos, desde que Metropolitana de São Paulo.
doméstico). Cerca de 50% das caçam- realizada sob plano diretor específico Areia & Brita, 2008. Revista Areia &
bas de entulho são consideradas clan- e em consonância com os PDMs dos Brita, São Paulo: Anepac,
destinas (ao todo, estimam-se cerca de municípios da região. jan/fev/mar, 41, p.32-33.
25 mil), havendo muitos pontos de O momento parece ser favorável a
lançamento irregular de RCDs. Pre- essa discussão, pois se nota progressi- Ordenación Minero-ambiental
sume-se que o gerenciamento dos re- va tendência de aproximação entre as de Los Recursos no
síduos urbanos tende a interagir cada políticas mineral, urbana e ambiental Renovables. El Caso de
vez mais com a atividade mineral, para no País, com reformas em curso, re- Guayaquil (Ecuador). In:
aumentar a cooperação e reduzir as presentando excelente oportunidade Jornadas Iberoamericanas
pressões sobre os recursos naturais. O para o tratamento e a solução integra- sobre Caracterización e
aproveitamento de finos de pedreiras da dos problemas. Normalización de Materiales de
e a demolição de grandes obras tam- Construcción 1. J. R. H. Castillo,
bém devem merecer atenção especial. Conclusão 2001. Madrid: Cyted, 2001, 9p.
Para atingir os desafios menciona- As perspectivas de sustentabilida-
dos, há outros correlatos e estruturais a de no universo da construção civil res- Imagens de Satélite Ikonos.
enfrentar, como o do processo mais saltam a importância dos agregados Fundação de Ciência, Aplicações e
geral de planificação do uso do solo, minerais no contexto de áreas urba- Tecnologias Espaciais/Secretaria
incluindo as áreas de produção de nas, morada atual e futura da maior de Estado do Meio Ambiente.
agregados, ou seja, atribuir novos usos parte da humanidade. Embora de 2003. São Paulo: Funcate/SMA,
às áreas em harmonia com o contexto modo desigual, as cidades continuam CD-ROM.
territorial e funcional da cidade na re- crescendo e se expandindo, e os con-
gião em que se situam. O ordenamen- flitos com áreas de produção de agre- Situação da População
to territorial almejado na elaboração gados tendem a continuar ocorrendo. Mundial – Desencadeando
dos planos diretores municipais Nesse contexto, a gestão das rela- o Potencial do Crescimento
(PDMs) e regionais deve assegurar a ções entre urbanização e agregados re- Urbano. Fundo de População das
identificação e proteção de áreas po- quer o enfrentamento de alguns desa- Nações Unidas – UNFPA. 2007.
tenciais e áreas exclusivas para minera- fios básicos, entre os quais se desta- Washington: UNFPA/ONU, 108p.
ção de agregados (Castillo, 2001), po- cam: a conservação de recursos mine-
dendo resultar na recomendação de rais, o prolongamento da vida útil das Mineração e Meio Ambiente.
três tipos básicos no zoneamento mi- minas urbanas em operação (com a In:Tendências Tecnológicas
neral: áreas preferenciais; áreas contro- melhoria na gestão ambiental de Brasil 2015: Geociências e
ladas; e áreas bloqueadas (Tanno e Sin- minas ativas e a integração progressiva Tecnologia Mineral. Sánchez,
toni, 2003; Sintoni, 2007). de áreas exauridas ao tecido urbano),o L.E. 2007. Rio de Janeiro:
As bases para isso têm sido dadas desenvolvimento da reciclagem de Cetem/MCT, p.191-208.
em diversas normas constitucionais e RCDs e, ainda, em um plano institu-
federais, como o Estatuto da Cidade, cional, a planificação do uso do solo, Ordenamento Territorial da
bem como em leis estaduais e munici- com a inclusão de áreas destinadas à Mineração de Agregados. A.
pais. Constituições estaduais, como as produção de agregados. Sintoni, 2007. Areia & Brita. São
de Goiás e de São Paulo contêm dire- Paulo: Anepac, 40, p.26-30.
trizes para que o disciplinamento do Agradecimentos
uso do solo leve em conta a atividade Aos colegas do IPT, pela perma- Mineração e Município. Base
mineral. Não obstante, a inserção em nente reflexão e discussão sobre o as- para Planejamento e Gestão
planos diretores requer participação sunto, em especial a Tânia de Oliveira dos Recursos Minerais. L.C.
pró-ativa por parte dos setores envol- Braga, pela leitura crítica e sugestões Tanno; A. Sintoni
vidos, como bem se mostrou, entre ao texto, e a Nivaldo Paulon, pelo geo- (coordenadores). São Paulo: IPT,
outros, na revisão de planos diretores processamento e edição das figuras. 178p. 2003.
63
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FACHADA
O sistema KeraGail, da Gail, é
composto por painéis de
FORROS
cerâmica extrudada, com vários
A linha de produtos Gyptone, da
tipos de fixação e baixo peso
Placo, é composta por placas de
próprio. Segundo o fabricante,
gesso perfuradas, lisas ou mistas
as juntas com 8 mm de largura
e estampadas, de acordo com o
são executadas de modo que a
fabricante, com alta precisão.
fachada seja protegida até de
Segundo a Placo, possuem
chuvas dirigidas.
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CHAPA COMPENSADA
A Formaplan garante precisão
ARGAMASSA dimensional, durabilidade e
Calfino Hidra é uma argamassa FÔRMAS
qualidade no acabamento de
PIGMENTO A Forsa fornece sistemas de
industrializada com dosagem suas chapas compensadas para
Pó Xadrez, da Lanxess, é o fôrmas de alumínio para
regular de cal virgem pura fôrmas. Segundo a empresa, são
pigmento ideal para fazer o execução de casas e edifícios
micropulverizada e areia seca usadas apenas matérias-primas
cimento queimado e a pintura com paredes de concreto.
peneirada. Ideal, de acordo com certificadas, processadas com
com cal. É também usado para O corpo técnico oferece
o fabricante, para revestimento mão-de-obra especializada de
tingir a massa de textura acrílica, assessoria completa e
de paredes internas, externas e acordo com normas técnicas
a argamassa e o concreto. acompanhamento em
tetos de alvenaria rebocada. nacionais e internacionais.
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65
p&t140.qxd 5/11/2008 17:37 Page 66
AÇO RESISTENTE
O aço zincado CSN recebe uma
camada de revestimento de STEEL FRAME
zinco por um processo contínuo A Usiminas fornece perfis para o BLOCOS ESPECIAIS
de imersão a quente, que Muroflor é um sistema PISO GRAMA
sistema construtivo steel Pavigrama, da Pavibloco, é um
garante, segundo a empresa, a construtivo composto por
framing. O sistema autoportante piso grama que proporciona
uniformidade de espessura do muros de variados tamanhos,
de construção a seco vem sendo uma superfície permeável e
revestimento. O produto, de formas e funções. Usam os
utilizado com mais freqüência no drenante. Por oferecer proteção
acordo com o fabricante, reúne blocos Mauer, podendo formar
segmento imobiliário brasileiro. mecânica à vegetação rasteira
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a elevada resistência à corrosão apenas em linha reta ou em
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p&t140.qxd 5/11/2008 17:37 Page 67
TRANSPORTE VERTICAL
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p&t140.qxd 5/11/2008 17:37 Page 68
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p&t140.qxd 5/11/2008 17:37 Page 69
obra aberta 140.qxd 5/11/2008 17:39 Page 70
OBRA ABERTA
Livros
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O desenvolvimento das novas www.lojapini.com.br minutos de duração, mas há, com uma seção inteiramente
normas sobre gruas tomou Nessa publicação são ainda, um Vídeo-Síntese, com dedicada ao sistema
como base essa publicação abordados os principais tipos seis minutos, e um construtivo light steel framing.
inédita. O livro aborda a de válvulas comuns a Documentário, com 36 Reúne informações sobre essa
operacionalização do processos industriais. Sobre minutos. O vídeo apresenta a tecnologia que vão desde as
equipamento e procura elas, explica o funcionamento, organização, com todos os características básicas do
auxiliar os profissionais que a aplicação e o seus braços de atuação, e traz material e dos processos até as
operam gruas ou mesmo que dimensionamento, além do histórias reais coletadas ao vedações e acabamentos.
queiram apenas entender comportamento dinâmico do longo dos 64 anos de O foco, no entanto, é o aço
mais sobre o assunto. O autor fluxo por meio de cada tipo de existência da organização. São utilizado para a fabricação dos
salienta que a intenção desse válvula. De acordo com o contadas pelos próprios perfis que compõem a
trabalho é levar ao leitor autor, o sucesso ou o fracasso funcionários, escolhidos estrutura do sistema. Assim, a
conhecimentos importantes de uma planta industrial dentre os 60 mil colaboradores seção conta com uma tabela
para as tomadas de decisão depende também da correta da empresa, que atua nos com os revestimentos mínimos
sobre sua utilização. Assim, seleção das válvulas, pois a ramos de engenharia e para o aço de perfis estruturais
auxilia no planejamento, manutenção ou correção de construção, química e ou não-estruturais. Também
posicionamento, na um projeto equivocado pode petroquímica. O clipe traz os contatos de
elaboração de planilhas de ser muito onerosa. Também interativo tem 11 capítulos e, fornecedores de perfis,
esforços, equipes de salienta que, mesmo quando assim como o segundo DVD, construtoras, montadoras e
segurança e outros pontos. No especificadas corretamente, que contém o Documentário e empresas de cálculo estrutural
segundo capítulo, ele tenta as despesas com válvulas a Síntese, tem uma versão especializadas em
responder a uma das dúvidas podem atingir até 15% de nacional, em português, e steel framing.
mais atuais dos construtores: todas as despesas de uma outra internacional, com
por que usar grua? Apresenta instalação industrial. opções em inglês, espanhol,
argumentos técnicos e francês e árabe.
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Conferências www.cte.com.br/eventos/eventos2008 equipamentos, veículos e máquinas
de construção.
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Conferência Internacional no Brasil: Desafios e Oportunidades
de Avaliações 17 e 18/3/2009 World of Concrete
Brasília Brasília 2 a 6/2/2009
Por meio de painéis, palestras e mesas de O principal objetivo do II SNCC Las Vegas
discussões, a conferência realizada pelo (Seminário Nacional da Construção Civil A WOC (World Of Concrete) é a maior
Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e no Brasil) é estimular o debate entre o exposição mundial de produtos e
Perícias de Engenharia) objetiva promover setor privado, poder público e tecnologias feitas com concreto. Reúne
e difundir o conhecimento técnico nas pesquisadores interessados no tema para anualmente fornecedores, construtores
áreas de Engenharia de Avaliações e de estabelecer os caminhos da construção e engenheiros de diversos países a fim
Perícias de Engenharia, além de fomentar civil no País. Serão analisados desde os de estabelecer parcerias e conhecer as
o intercâmbio entre os profissionais de processos construtivos até o papel dos novidades do setor. Para 2009, serão
diversos países. construtores e incorporadores em relação apresentados seminários entre os dias 2
www.ibape.org.br às transformações do setor. As inscrições e 6 de fevereiro e, em paralelo, uma
já podem ser feitas pelo site. feira completa com novas soluções para
2 a 6/12/2008 Fones: (61) 3244-2366/3443-5474 o aumento da produtividade, qualidade
WEC 2008 – World Engineers' contato@snccb.com.br e velocidade na execução das obras.
Convention www.snccb.com.br contactus@worldofconcrete.com
Brasília www.worldofconcrete.com
A terceira edição do Congresso Mundial 19 a 22/5/2009
de Engenheiros será realizada pela Simpósio Brasileiro de Tecnologia 3 a 5/3/2009
primeira vez no continente americano, das Argamassas – VIII SBTA Ecobuild
com o objetivo de reunir engenheiros e Curitiba Londres
estudantes do mundo todo para O evento pretende divulgar e discutir os O Ecobuild, que começou em 2004 como
debates, fóruns, palestras, visitas avanços das pesquisas em argamassa, uma pequena conferência sobre
técnicas e atividades culturais. com a apresentação de trabalhos greenbuilding, promoverá em sua quinta
www.wec2008.org.br desenvolvidos em universidades e centros edição mais de 100 conferências e
de pesquisa que dão suporte ao seminários e dezenas de atrações
3/12/2008 desenvolvimento tecnológico do tema. especiais. O evento receberá cerca de
Encontro de Diretores Técnicos e Integra a programação o Dia do 800 expositores e 30 mil visitantes.
Gestores da Construção Construtor, cujo objetivo é aproximar os www.ecobuild.co.uk
São Paulo avanços das pesquisas desenvolvidas nos
O encontro tem por objetivo discutir os laboratórios das Universidades e do setor 24 a 27/3/2009
desafios enfrentados por diretores produtivo às empresas de construção civil. Revestir
técnicos e gestores de construção www.sbta2009.com.br São Paulo
referentes a custos, ciclos de produção, A feira reúne os maiores fabricantes de
qualidade, segurança, meio ambiente e revestimentos e fornecedores e tornou-
tecnologia. O evento deve promover
Feiras e Exposições se uma das maiores vitrines do País de
também a apresentação de cases de Bauma China 2008 lançamentos em revestimentos
logística, planejamento e controle, 25 a 28/11/2008 cerâmicos, granitos, mármores,
gestão da cadeia de suprimentos, Shangai laminados, mosaicos e outros.
tecnologia da informação e tecnologia A maior e mais importante plataforma da (11) 4613-2000
da construção. indústria do mundo vai ser aberta pela www.exporevestir.com.br
73
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como construir.qxd 5/11/2008 17:42 Page 75
75
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COMO CONSTRUIR
Na NBR 7190/1997 são especifica- por flexão simples. As vigas I são tos também são definidas em função
das dimensões mínimas para os ele- apoiadas nas paredes, que assim soli- dessa cortante. Essa viga horizontal de
mentos estruturais, que foram defini- citam os montantes à compressão pa- piso distribui as cargas nas paredes la-
das considerando-se a segurança de es- ralela às fibras. Esses, por sua vez, des- terais, que então deverão ser dimen-
truturas isostáticas de treliças. Porém, carregam esses esforços no pavimento sionadas pelo cisalhamento (por isso
essas são impraticáveis em estruturas inferior ou nas fundações. Por esta- são chamadas shear walls).
de wood frame. Por existir repetição de rem fixados às chapas de OSB, esses Nessa situação de shear wall,as liga-
elementos cumprindo a mesma fun- montantes não apresentam flamba- ções pregadas entre as chapas de OSB e
ção, existe a chamada redundância, ou gem na menor inércia, sendo verifica- os montantes deverão resistir ao fluxo
seja, uma redistribuição de esforços da a instabilidade na maior inércia. de cisalhamento aplicado na parede.
caso um dos elementos venha a falhar, Devido à rigidez das paredes e pisos Os montantes, especialmente os de ex-
permitindo a utilização de seções me- nos seus planos, o wood frame tem tremidade dos painéis,ficarão sujeitos à
nores e otimizando o consumo de ma- grande capacidade de resistir aos esfor- compressão e tração, impedindo o giro
deira. Uma analogia grosseira desse ços de vento, diferente dos sistemas do painel, comportamento também
comportamento é a armação de lajes construtivos de casas de madeira utili- auxiliado por ligações adequadas com
de concreto. É fácil imaginar que, se zados no Brasil (figura 1). Com os es- o piso inferior ou com as fundações.
uma única barra dessa armação falhar, forços horizontais, a parede é solicitada Diante dessa composição de es-
haverá uma redistribuição dos esfor- perpendicularmente ao seu plano, re- forços, o dimensionamento deve ser
ços para as demais no seu entorno. As sultando em esforços de flexão nos feito seguindo a combinação das
paredes do wood frame também apre- montantes e nas chapas de OSB. Essa ações peça a peça, podendo então
sentam esse comportamento. parede transfere esses esforços para os considerar os critérios de dimensio-
Diante disso, o dimensionamento pisos inferior e superior, que receberão namento da NBR 7190/1997 para ve-
das estruturas em wood frame pode esses esforços como carga distribuída. rificar as peças individualmente.
ser feito utilizando-se critérios de Para esse esforço horizontal, os Essas combinações devem ser feitas
normas de outros países, dentre as métodos de dimensionamento apre- para todos os elementos, observando
quais o Eurocode 5 apresenta bases sentam uma simplificação, conside- que o entendimento claro da distribui-
mais semelhantes à norma brasileira, rando o piso como uma viga horizon- ção interna dos esforços e suas nature-
o que permite utilizá-la complemen- tal submetida ao esforço de flexão zas são de grande importância para a
tarmente à nossa. transferido pela parede. Para tanto, a combinação dos esforços em cada ele-
De forma bastante resumida, o di- simplificação transforma o momento mento. Feitas essas combinações, os
mensionamento dessas estruturas con- atuante nessa viga em binário de tra- critérios de dimensionamento da NBR
sidera que as paredes e pisos têm com- ção e compressão, que devem ser re- 7190/1997 podem ser aplicados.
portamento de placa e chapa, receben- sistidos pelos elementos de topo das
do cargas tanto no seu plano quanto paredes, as chamadas cordas, que fun- Construção passo-a-passo
perpendicularmente a esse. cionam como mesas dessa viga. A cor- Fundação, pisos e áreas molháveis
Os painéis de piso recebem as car- tante que surge nessa viga horizontal Uma boa solução de fundação
gas de peso próprio e acidentais, per- deve ser resistida pelo conjunto for- para esse sistema é o radier (figura 2).
pendiculares ao seu plano, que são re- mado por chapas de OSB e vigas I do Como a estrutura é bastante leve e
sistidas pelas chapas de OSB e vigas I piso, e as ligações entre esses elemen- com cargas distribuídas ao longo das
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prego, apesar de parecer um elemento cialmente em madeiras macias como o Sobre os painéis estruturais (po-
primitivo, é um ótimo sistema de fixa- pínus. Os pregos deverão ser sempre dem haver painéis não-estruturais que
ção, especialmente quando pregado de galvanizados a fogo, uma vez que deve- não são considerados para o apoio dos
forma não-perpendicular à superfície, rão ter longa vida de serviço. Há alguns barrotes e que podem ser removidos
tornando a ligação mais resistente outros sistemas de galvanização que em uma reforma, por exemplo), são
quanto ao arrancamento. No sistema garantem o mesmo tipo de desempe- distribuídos barrotes de madeira com
de wood frame são utilizados pregos nho. Como regra sugerimos que se ob- seções que podem variar de 40 mm x
tipo ardox ou tipo anelado que tam- tenha, do fabricante, uma garantia de 185 mm a até 60 cm x 250 cm (figura 7)
bém dificultam o arrancamento, espe- mil horas em teste de salt spray. e também como opção para vãos maio-
Marcelo Sacco
Marcelo Sacco
Figura 6 – Travamento entre painéis Figura 7 – Barroteamento de piso e Figura 8 – Barroteamento utilizando
de parede contrapiso de OSB vigas I de madeira
Montante de
madeira tratada Fundação
Guia
Figura 12 – Fachada com revestimento
Figura 11 – Seção transversal de parede externa de chapa cimentícia, antes do acabamento
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Marcelo Sacco
Marcelo Sacco
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