Resumo:
Considerações iniciais
Os intelectuais da chamada Escola de Frankfurt caracterizaram-se por pensar
radicalmente o conceito de emancipação humana, através de um conjunto de
investigações interdisciplinares. Max Horkheimer, um dos principais pensadores da
referida escola, e Paulo Freire – teórico crítico, que, assim como os frankfurtianos, é
herdeiro das teorias de Karl Marx – podem ser tomados como referencial para que se
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O presente texto é parte dos resultados de pesquisa apoiada por bolsa e recursos financeiros do CNPq e
da FAPERGS. Motivados pela experiência original dos pesquisadores do Institut für Sozialforschung, os
autores desenvolvem suas reflexões em constante debate com os demais pesquisadores e estudantes do
Grupo de Pesquisas em Filosofia, Educação e Práxis Social (FEPráxis). Deste modo, apostam que a
constante discussão de idéias, num processo de reflexão coletiva, contribui para o aperfeiçoamento dos
estudos produzidos.
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Acadêmica do curso de Pedagogia da FaE/UFPel. Bolsista PIBIC/CNPq. E-mail:
judeoliveira.fae@bol.com.br.
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Professor titular de Fundamentos da Educação da FaE/UFPel. E-mail: avelino.oliveira@ufpel.edu.br.
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lance luz sobre as questões que nortearão este estudo, subsidiando a fundamentação
racional da práxis educativa, e o não abandono ao ideal de emancipação humana.
pudesse fazer descrer absolutamente na razão, Horkheimer alerta que tal caminho,
mais do que afetar a teoria, teria incidência nefasta também sobre a práxis
libertadora. Por isso, pouco adiante do excerto referido, volta a enfatizar que a
necessária crítica ao modelo de racionalidade reinante "... não tem nada a ver com o
princípio de questionar radical e permanentemente qualquer conteúdo teórico e de
estar iniciando sempre tudo de novo ...”. (HORKHEIMER, 1983, p.149) Hoje,
infelizmente, constatamos que não era infundada a apreensão do autor.
certa sociedade analisarem seu próprio tempo histórico. “... a teoria crítica não
almeja de forma alguma apenas uma mera ampliação do saber, ela intenciona
emancipar o homem de uma situação escravizadora.” (HORKHEIMER, 1983,
p.156)
De fato, desde que Kant exortou a humanidade com seu Sapere aude!,
definindo claramente os propósitos do Esclarecimento, outra não foi a lógica
Iluminista do que o esforço em evidenciar como a humanidade detinha a faculdade
de, pela razão, retificar seus desvios da ordem natural universal com o propósito de
certamente alcançarem a felicidade.
Referências:
ADORNO, Theodor W., HORKHEIMER, Max. Conceito de Iluminismo. In: BENJAMIN,
Walter, HORKHEIMER, Max, ADORNO, Theodor W., HABERMAS, Jürgen. Textos
escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.89-116. (Os Pensadores)
FREIRE, Paulo. Conscientização: Teoria e prática da libertação. São Paulo: Moraes, 1980.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
FREITAG, Bárbara. A Teoria Crítica: Ontem e Hoje. São Paulo: Brasiliense, 1990.
GADOTTI, Moacir. História Das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 2003.
HENRY, Giroux. Pedagogia radical: subsídios. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1983.
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é Iluminismo? In: KANT, Immanuel. A Paz
Perpétua e outros opúsculos. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1990. p. 11-19. (Textos
Filosóficos, 18)
PRESTES, Nadja Mara Hermann. A Razão, a Teoria Critica e a Educação. In: PUCCI, Bruno
(org.). Teoria Crítica e Educação: A Questão da Formação Cultural na Escola de Frankfurt.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 83-101.