TRANSMISSÃO
DE
CALOR
1
SUMÁRIO:
2
CICLO DE BRAYTON - INTRODUÇÃO .................................................................... 67
CICLO DE BRAYTON - DIAGRAMAS E FÓRMULAS ............................................ 67
CICLO RANKINE - INTRODUÇÃO ........................................................................... 70
CICLO RANKINE ......................................................................................................... 71
SISTEMAS ABERTOS E FECHADOS ........................................................................ 74
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA EM ESCOAMENTOS ESTACIONÁRIOS .......... 74
VELOCIDADE DO SOM .............................................................................................. 76
TEMPERATURA, ENTALPIA E PRESSÃO DE ESTAGNAÇÃO............................. 78
TRANSMISSÃO DE CALOR - INTRODUÇÃO ............................................................. 81
CONDUÇÃO ................................................................................................................. 81
CONVECÇÃO ............................................................................................................... 83
RADIAÇÃO ................................................................................................................... 83
TRANSMISSÃO ATRAVÉS DE VÁRIAS CAMADAS ............................................. 86
COEFICIENTES GLOBAIS DE TRANSMISSÃO DE CALOR PARA ALGUNS
ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 88
TUBULAÇÕES AQUECIDAS: ALGUNS DADOS PRÁTICOS ................................ 90
RELAÇÕES TEÓRICAS DO COEFICIENTE DE CONVECÇÃO ............................. 91
CONVECÇÃO LIVRE (OU NATURAL) ..................................................................... 92
CONVECÇÃO FORÇADA - INTRODUÇÃO ............................................................. 97
DIÂMETRO HIDRÁULICO ......................................................................................... 97
FLUXO LAMINAR NO INTERIOR DE TUBOS ........................................................ 98
FLUXO TURBULENTO NO INTERIOR DE TUBOS ................................................ 99
FLUXO AO LONGO DE SUPERFÍCIES PLANAS .................................................. 100
FLUXO EXTERNO PERPENDICULAR A TUBOS ................................................. 102
FLUXO EXTERNO PERPENDICULAR A FEIXE DE TUBOS ............................... 103
PERDAS DE PRESSÃO EM TUBULAÇÕES ........................................................... 105
SUPERFÍCIES COM ALETAS ................................................................................... 107
FORMULAÇÃO TEÓRICA DA ALETA ................................................................... 110
CONDENSAÇÃO PELICULAR ................................................................................. 113
EVAPORAÇÃO ........................................................................................................... 116
DISSIPADORES PARA ELETRÔNICA .................................................................... 118
RESISTÊNCIA TÉRMICA.......................................................................................... 118
MODELO SEMICONDUTOR / DISSIPADOR .......................................................... 120
FORMULAÇÃO BÁSICA DO TROCADOR DE CALOR ........................................ 123
DIFERENÇA LOGARÍTMICA MÉDIA..................................................................... 123
COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSMISSÃO........................................................ 125
3
PLANO DE ENSINO
TERMODINÂMICA
Gás ideal | Equações básicas para o gás ideal | Equação do estado de um gás ideal |
4
TRANSMISSÃO DE CALOR
5
A história da primeira Lei da Termodinâmica
Formalmente,
Outras unidades
Atmosfera é a pressão correspondente a 0,760 m de Hg de densidade
13,5951 g/cm³ e numa aceleração da gravidade de 9,80665 m/s2
Psi (pound per square inch), libra por polegada quadrada, é a unidade
de pressão no sistema inglês/americano: 1 psi = 0,07 bar ;1 bar = 14,5
psi
milibar o 2
Atmosfera Pascal Bária Bar mm Hg m H2O kgf/cm
hPa
7,501×10-
Pascal 9,869×10-6 1 10 10-5 0,01 3 1,020×10-4 1,019×10-5
7,501×10-
Bária 9,869×10-7 0,1 1 10-6 0,001 4 1,020×10-5 1,020×10-2
1,333×10-
mm Hg 1,316×10-3 133,3 1333 3 1,333 1 1,360×10-2 13,60
9,807×10-
m H2O 9,678×10-2 9807 9,807×104 2 98,06 73,56 1 0,100
2
kgf/cm 0,968 9,810×104 9,810×105 0,9810 981,0 735,8 10,00 1
7
explo: 1 atm = 1,013×105 Pa
8
Massa de um átomo expressa em relação a 1/12 da massa do átomo de
Massa atômica
carbono 12.
É a massa de um corpo por unidade de volume. Se o corpo tem m kg e V
Massa
m3, então a massa específica é
específica
µ = m/V kg/m3.
Massa
A soma das massas atômicas de todos os átomos da molécula.
molecular
Massa por mol de uma substância simbolizado por M (kg/kmol ou g/mol).
Massa molar
Ver próximo item.
Quantidade em gramas de uma substância igual à sua massa molecular.
Mol O número de moléculas em 1 mol de qualquer substância é constante e
é denominado constante de Avogadro (aproximadamente 6,022 1023).
Peso de um corpo por unidade de volume. Se o corpo tem G newtons e V
m3, então o peso específico é
Peso específico γ = G/V N/m3.
Relação com massa específica: γ = µ g , onde g ≈ 9,81 m/s2 (aceleração
da gravidade).
Temperatura em Kelvin (K). É usualmente representada pela letra T
(maiúscula). Se a temperatura é indicada por t (minúsculo), significa
Temperatura
normalmente grau Celsius (ºC). Intervalos de temperatura podem ser
absoluta
dados em K ou ºC sem distinções porque as escalas só diferem nos
pontos de referência.
É o volume de 1 kg de massa de um corpo. Se o corpo tem m kg e V m3,
Volume
então o volume específico é
específico
v = V/m m3/kg .
Volume ocupado por 1 kmol de uma substância em determinada
temperatura e pressão. Assim,
M (kg/kmol) . v (m3/kg) = M (kg/kmol) / µ (kg/m3) = X m3/kmol (ou
dm3/mol).
Nas CNTP (273,15 K; 101 325 Pa): 22,413 996 ± 0,000 039 L mol-1
Nas CPTP (273,15 K; 100 000 Pa): 22,710 981 ± 0,000 040 L mol-1
Observação sobre símbolos em letras maiúsculas e minúsculas: não é norma rígida, mas em geral
grandezas representadas por letras minúsculas significam específicas por unidade de massa. Exemplos:
9
se o volume (em metros cúbicos, m3) de uma determinada porção de substância é V (maiúsculo), v
(minúsculo) significa volume específico ou volume por massa (m3/kg). A letra U é usada para energia
interna (joule, J) e u (minúsculo), para energia interna específica (joule por quilograma, J/kg). E vários
outros casos que poderão ser vistos nos textos.
Este tópico começa com uma explicação simplificada dos conceitos de trabalho e
energia, que são grandezas da mesma espécie, mas conceitualmente diferentes.
Aqui cabe também lembrar o conceito de potência, que é a relação entre o trabalho
executado (ou variação correspondente de energia) e o tempo gasto. Se, no exemplo
anterior, foram gastos 2 segundos, a potência desenvolvida foi 20 J / 2 s = 10 watts.
Por esse conceito, é possível concluir que dois corpos na mesma temperatura estão em
equilíbrio térmico, isto é, não há transferência de calor entre eles. E, se dois corpos
distintos estão em equilíbrio térmico com um terceiro, eles estão em equilíbrio térmico
entre si. Esse princípio é também conhecido como lei zero da Termodinâmica.
Portanto, calor e energia são a mesma grandeza física, mas, em outras épocas, isso não
era perfeitamente claro. A caloria foi uma unidade criada especialmente para o calor e
corresponde à quantidade de calor necessária para aquecer um grama de água de 14,5
até 15,5ºC.
Em (a) da Figura 01, a força de um peso comprime uma massa de um gás no interior de
um cilindro com êmbolo até a situação de equilíbrio. Nessa condição, o sistema tem uma
determinada energia interna, que se denomina U1.
Considerando que não há troca de calor com outros meios, se uma quantidade de calor Q
é adicionada ao gás, ele se expande e o pistão eleva o peso até uma certa altura, isto é,
executa um determinado trabalho W. Ver (b) da figura. Nessa situação, a energia interna
do sistema é U2.
10
Fig 01
E a primeira lei relaciona as grandezas mencionadas:
∆U = U2 − U1 = Q − W #A.1#.
Em outras palavras pode-se dizer que a energia não pode ser criada nem pode
desaparecer. Pode ser apenas transformada em outra modalidade. Em outras épocas, a
primeira lei era enunciada pela impossibilidade do moto-perpétuo de primeira espécie,
isto é, de uma máquina que produza trabalho a partir do nada.
A fórmula anterior permite concluir que calor pode se transformar em trabalho e vice-
versa. Assim, foi possível estabelecer uma conversão entre a unidade original de calor
(caloria) e a unidade SI de trabalho:
Mais sobre caloria: a definição anterior (calor para aquecer 1 grama de água de 14,5 a
15,5ºC, ou seja, aumentar temperatura de 1ºC) era também denominada pequena caloria
ou grama caloria. Havia a grande caloria ou quilograma caloria, que era o mesmo
método mas com 1 kg de água. Portanto, uma grande caloria equivale a 1000 pequenas
calorias ou 1 kcal (quilocaloria).
Em nutrição, a unidade ainda é usada para indicar teor energético de alimentos, mas às
vezes o símbolo cal se refere a grande caloria, ou seja, quilocaloria. Entretanto, nada
impede o uso de unidades SI, o que é mais sensato e elimina ambigüidades. Exemplo: se a
recomendação para uma mulher adulta é ingerir em média 2000 kcal/dia, a equivalência
é aproximadamente 8,4 MJ/dia ou 97 W.
A equação anterior da primeira lei pode ser escrita de várias formas. Pode-se usar
grandezas específicas, por unidade de massa (letras minúsculas: u, q e w). Pode-se
também considerar que o trabalho de expansão ou contração de um gás é
dW = p dV #B.2#.
Conceito de entalpia
W = ∫1,2 p dV = p ∫1,2 dV = p (V2 − V1). Aplicando então a primeira lei para esse processo,
H = U + p V #B.1#.
Evidentemente, a entalpia tem a mesma unidade de energia, isto é, joule (J) no Sistema
Internacional. E a entalpia específica h (entalpia por unidade de massa, J/kg) é definida
de forma similar, com as demais grandezas na forma específica:
h = u + p v #C.1#.
Significado físico da entalpia: sendo a soma da energia interna com o produto pV, pode-
se interpretar este último como o trabalho realizado para criar espaço para a massa
gasosa ocupar o volume V sob pressão p. Ou seja, pode ser vista como a energia total da
massa de gás no ambiente.
Q = H2 − H1 = ∆H #D.1#.
Isso significa que, num processo sob pressão constante, o calor trocado é igual à variação
da entalpia.
dH = dQ + V dp #E.2#.
Calor específico
dQ = c m dt #A.1#.
Pela definição já vista de caloria, para água a 15ºC temos c = 1 cal /(g ºC) ou 4,1840 J /
(g ºC).
Em cálculos mais exatos deve ser considerada a variação do calor específico com a
temperatura. Desde que as tabelas normalmente indicam os valores médios de zero até
determinadas temperaturas, pode-se deduzir a fórmula seguinte:
O calor específico médio é cmed 0,t = 1/t ∫0,t c dt. Portanto, ∫0,t c dt = cmed 0,t t.
Substituindo,
Misturas: se várias massas de materiais diferentes m1, m2, ... de temperaturas t1, t2, ...
e calores específicos c1, c2, ... são agregadas ou misturadas sem troca de calor com o
exterior e sem produzir trabalho e sem reações entre si, a temperatura final deverá ser:
Exemplo: as seguintes massas são postas em contato sem troca de calor com o meio
externo.
13
Segunda lei da Termodinâmica
Fig 01
Seja o exemplo clássico da Figura 01. Em (a) existem dois corpos isolados, um com
temperatura maior TA (corpo quente) e outro com temperatura menor TB (corpo frio)
Se os dois corpos são colocados em contato entre si num sistema isolado como em (b) da
figura, a experiência mostra que o calor passa do corpo quente para o corpo frio até que
as temperaturas de ambos se estabilizem num valor de equilíbrio TE, como em (c) da
figura.
Observar que, se o processo fosse inverso, isto é, se o calor passasse do corpo frio para o
quente (aumentando a temperatura do quente e diminuindo a do frio), não haveria
nenhuma violação da primeira lei (a mesma quantidade de calor retirada de um é
adicionada ao outro). Mas isso nunca acontece. Assim, pode-se dizer que
Fig 02
Outro exemplo comum da segunda lei é dado pela eficiência de uma máquina térmica.
Uma máquina térmica ideal (M) funcionaria como em (a) da Figura 02. Todo o calor Q1 de
uma fonte quente (exemplo: a combustão de uma substância) seria transformado em
trabalho W. Assim, W = Q1 e teríamos eficiência η = 1 ou 100 %. Mas é claro que isso
nunca ocorre.
14
Uma máquina real opera como em (b) da mesma figura. Há sempre uma parcela de calor
Q2 que é trocada com uma fonte fria (o próprio ambiente na maioria dos casos).
Portanto, a eficiência de uma máquina real é dada por η = (Q1 − Q2) / Q1. E o enunciado a
seguir é outra forma da segunda lei:
É impossível converter todo o calor de uma fonte em trabalho. Sempre haverá uma
parcela trocada com o ambiente.
Fig 01
A reversibilidade ou não de uma transformação é uma propriedade importante, que tem
relação com a segunda lei
Desde que a condição é supostamente ideal, não há atritos nem trocas de calor através
da parede do tubo. Devido à redução de seção, o estado termodinâmico (ex: pressão,
velocidade) do gás em 2 é diferente do estado em 1.
Fig 02
Na Figura 02, ocorre a troca de calor entre dois corpos com temperaturas diferentes TA >
TB, já vista no tópico anterior.
15
Em (b) da figura os corpos são colocados em contato mútuo dentro de um sistema
isolado.
Depois de algum tempo, a troca de calor termina e os corpos atingem uma temperatura
comum de equilíbrio TE (TA > TE > TB), conforme indicado em (c) da figura.
Processos práticos não são ideais e, portanto, sempre têm algum grau de
irreversibilidade. Em geral, ela é atribuída a:
Conceito de entropia
A segunda lei da Termodinâmica pode ser vista de forma mais técnica através do
conceito de entropia. É uma grandeza física, uma variável de estado termodinâmico
definida por:
dS = dQ / T #A.1#. Onde:
dQ: quantidade infinitesimal de calor trocado com o corpo num processo reversível.
T: temperatura absoluta do corpo.
∆S = S2 − S1 = ∫1,2 dQ / T #B.1#.
Fig 01
Significado físico da entropia e outros comentários:
Naturalmente, o estudo da entropia é algo muito mais amplo que as definições básicas
16
aqui apresentadas. Futuras atualizações da página deverão dar mais informações.
Umas das interpretações físicas comuns da entropia é como uma medida da desordem de
um sistema, ou seja, um sistema mais desordenado tem uma entropia maior.
Em (a) da Figura 01, um espaço com um gás tem as moléculas dispostas com alguma
ordenação. Se isso ocorreu em um determinado momento, o mais provável é que, em
tempos futuros, a disposição seja mais desordenada, como em (b) da figura. Isto
significa, portanto, que os processos naturais em sistemas fechados tendem para uma
entropia maior.
17
Gás ideal
Gases reais como o hidrogênio e o hélio apresentam comportamento bem próximo do gás
ideal. Outros gases (ou misturas como o ar), em pressões menores que 300 MPa e
temperaturas usuais, oferecem também uma razoável aproximação.
Lei de Gay-Lussac
Um gás a 0ºC tem volume específico v0. Se é aquecido sob pressão constante, o seu
volume específico em uma determinada temperatura t é dado por:
v = v0 (1 + β t) #A.1#. Onde
β é o coeficiente de dilatação cúbica, cujo valor para o gás ideal é (1/273,15) 1/ºC.
Pode-se então dizer que, no zero absoluto, o volume de um gás ideal é nulo. Se
considerados valores de dois pontos 1 e 2, v1 = v0 β T1 e v2 = v0 β T2. Dividindo as
igualdades,
Lei de Boyle-Mariotte
p v = Rgas T #B.1#.
18
Onde Rgas é uma constante que depende do gás. A mesma igualdade pode ser deduzida a
partir da teoria cinética de sistemas de partículas (ver página Dinâmica III-40 Sistemas de
partículas). Neste caso, ela tem a forma:
p V = N k T #B.2#. Onde:
N: número de moléculas.
k: constante de Boltzmann (1,380 6505 10−23 J/K).
Segundo Avogadro, 1 mol de substância contém cerca de 6,022 1023 moléculas. Portanto,
para 1 mol de gás,
p Vmol = R T #C.1#.
Exemplo: supondo uma aproximação com o gás ideal, calcular o volume específico do ar
a 30 atm e 100ºC, considerando a massa molar igual a 29 kg/kmol.
Pressão p = 30 atm = 3 039 750 Pa. Temperatura T = 100 + 273,15 = 373,15 K. Conforme
#C.1#,
v = Vmol / (29 10−3 kg/mol) = R T / [ p (29 10−3 kg/mol) ] = 8,314472 373,15 / (3039750
0,029) ≈ 0,035 m3/kg.
Se não se deseja usar volume por mol (Vmol), multiplica-se tudo pelo número de mols.
Assim, o lado esquerdo da equação #C.1# fica simplesmente pV. E pode-se usar as duas
formas:
p V = n R T = N k T #E.1#. Onde:
p: pressão (Pa).
V: volume (m3).
n: número de mols.
R: constante do gás ideal = 8,314472 J (K mol).
19
N: número de moléculas.
k: constante de Boltzmann = 1,380 6505 10−23 J/K = R / NA.
NA: número da Avogadro ≈ 6,022 1023.
T: temperatura absoluta (K).
O valor por mol pode ser obtido através da multiplicação pelo número de Avogadro:
20
Relações térmicas para gases ideais
Em página anterior foi visto que o calor específico de um gás ideal é constante (nas
substâncias reais, o calor específico varia com a temperatura). Desde que não há forças
de atração ou repulsão entre as moléculas, é lícito supor que a energia interna de um gás
ideal depende apenas da energia cinética das moléculas, isto é, da temperatura. Assim,
usando uma das equações da primeira lei da termodinâmica e o conceito de calor
específico,
du = cv dT #A.1#. Onde
Desde que o calor específico do gás ideal não depende da temperatura, a equação
anterior pode ser escrita na forma:
∆u = cv ∆T #B.1#.
No tópico sobre conceitos de entalpia, foi visto que, para pressão invariável, o calor
trocado é igual á variação da entalpia Q = ∆H (ou ∆Q = ∆H. Isso é apenas uma questão de
simbologia). De forma similar à anterior, usa-se a igualdade do calor específico no lugar
de Q:
∆H = ∆Q = m cp ∆T ou
Pode-se confirmar essa relação com valores típicos para gases reais que podem ser
considerados aproximadamente ideais. Exemplos (a 100 kPa e 25ºC):
21
Em ambos os gases, a diferença é 0,008 kJ / (mol ºC) ou 8 J / (mol ºC), próximo do valor
da constante dos gases 8,314472 J / (K mol). Lembrar que, neste caso, ºC e K podem ser
usados sem distinções.
No tópico equação do estado de um gás ideal, foi visto que a energia cinética média por
mol de um gás ideal é dada por (3/2) R T. Mas isso deve corresponder à energia interna
U. Adaptando a equação #A.1#, (3/2) R dT = cv mol dT. Portanto,
cv mol = (3/2) R #E.1#. Mas isso só é válido para gases monoatômicos. Se substituído em
#D.1#, chega-se a cp/cv ≈ 1,67.
Fig 01
Considerando a equação do estado do gás ideal, p V = n R T, observa-se que é uma
dependência de 3 variáveis: p (pressão), V (volume) e T (temperatura).
Num gráfico tridimensional (p, V e T), ela é dada por uma superfície, conforme parte
esquerda da Figura 01.
22
Na representação bidimensional, é comum o uso das variáveis p e V nos eixos de
coordenadas e, portanto, a curva dependerá do tipo de transformação. É, na realidade, a
projeção de alguma curva na superfície mencionada em um plano paralelo ao dos eixos p
V (parte direita da Figura 01).
Algumas situações práticas são (ou se aproximam de) casos particulares, com uma das
variáveis mantida constante. Exemplo: se a temperatura é constante, a curva no plano p
V é a resultante do corte da superfície por um plano paralelo ao plano dos eixos p e V. E,
de forma similar, para pressão ou volume constante.
Transformação isobárica
Isobárica significa pressão constante. Assim, no diagrama pv, é representada por uma
reta paralela ao eixo v (Figura 01). Da equação dos gases ideais, pode ser facilmente
concluído que, entre dois pontos 1 e 2, vale:
v1 / v2 = T1 / T2 #A.1#.
Fig 01
Considerando o conceito anterior de calor específico com pressão constante, pela
igualdade #C.1# do tópico Relações térmicas para gases ideais, tem-se
q = ∆h = h2 − h1 = cp ∆T #C.1#.
Exemplo: Um fluxo de 1000 m3/h de ar a 25 ºC e pressão de 1 atm deve ser aquecido até
200 ºC, sob pressão constante. Calcular a quantidade de calor necessária.
23
A massa molar do ar é 29 g/mol. Portanto, a massa em cada hora é m ≈ 29 40892 / 1000
≈ 1186 kg.
cp 0-25 = 1,30 kJ/(nm3 ºC) e cp 0-200 = 1,31 kJ/(nm3 ºC). E a relação com metro cúbico
normal é 1,293 kg/nm3. Portanto,
De acordo com a fórmula #C.1# do tópico Calor específico (cálculo com valores médios),
Q = m (cmed 0,t2 t2 − cmed 0,t1 t1) = 1186 ( 1013 200 − 1005 25) = 1186 (202600 − 25125) ≈ 210
485 kJ por cada hora.
24
Transformação isocórica
Da equação dos gases ideais, pode-se facilmente deduzir que, entre dois pontos 1 e 2,
vale a relação:
p1 / p2 = T1 / T2 #A.1#.
Fig 01
Na prática, essa transformação ocorre, por exemplo, quando se aquece ou se resfria uma
massa de gás no interior de um recipiente rígido e fechado.
Desde que não há variação de volume, não pode haver trabalho externo, o que
matematicamente pode ser comprovado pela relação dW = p dv. Portanto,
W = 0 #B.1#.
∆u = ∆q = cv ∆T #C.1#.
Transformação isotérmica
Na transformação com temperatura constante, o lado direito da equação dos gases ideais
(p V = n R T) é invariável ou p V = n R T = constante. Portanto, as curvas isotérmicas são
hipérboles eqüiláteras.
25
Fig 01
Entre dois pontos genéricos (1 e 2) de uma curva isotérmica vale:
p1 V1 = p2 V2 = n R T #A.1#.
∆u = u2 − u1 = 0 #B.1#.
O trabalho executado pelo sistema (ou trabalho externo) é calculado pela relação comum
dW = p dV.
W = n R T ln (p1/p2) #C.1#.
Q = W #D.1#.
Isso significa que, numa expansão isotérmica por exemplo, todo o calor fornecido é
transformado em trabalho executado pelo sistema.
Transformação adiabática
du + dw = 0 #1.1#.
cv dT + p dv = 0 #2.1#.
Das relações de calor específico, cp mol = cv mol + R. Se multiplicado tudo por (n/m), onde
n é o número de mols e m a massa de gás, obtém-se cp e cv relativos à massa:
cv = (n/m) R / (x − 1) #3.1#.
Fig 01
p1 v1x = p2 v2x #A.1#.
De outra forma,
Onde x é um número adimensional dado pela relação cp/cv , o que pode ser visto com
mais detalhes no tópico Relações térmicas para gases ideais (é comum, em várias
referências, o uso da letra grega gama minúscula - γ - no lugar de x).
Combinando a igualdade anterior com a equação dos gases ideais, pode-se chegar a
27
Na prática, processos que se aproximam do adiabático são os que ocorrem rapidamente
(há pouco tempo para troca de calor) ou os que acontecem em locais termicamente
isolados.
No tópico Transformação isobárica, visto que, para o ar, cp ≈ 1005 J/(kg ºC). Assim, cv ≈
1005 / 1,4 = 718 J/(kg ºC).
W = m w = m cv (T2 − T1) = 100 718 (293 − 152) ≈ 10 123 800 J ≈ 10,1 MJ.
28
Transformação politrópica
Em página anterior foi dado que uma transformação adiabática, isto é, sem troca de
calor com o meio externo, é representada pela seguinte equação no plano pv:
p vx = constante.
Onde x é a relação cp/cv (calor específico com pressão constante sobre calor específico
com volume constante).
Fig 01
p va = constante #A.1#.
Obs: em muitas referências, é comum o uso da letra n. Aqui é empregado a para evitar
confusão com o n que indica número de mols.
dv / v = − (1/a) dp / p #B.1#.
E o calor trocado,
q = (x − a) w / (x − 1) #E.1#.
Diagrama T-s
Algumas vezes, o diagrama temperatura x entropia (T-s) se mostra mais adequado para
representar a transformação do que o diagrama pressão x volume (pv). A Figura 01 dá os
aspectos aproximados das curvas de algumas transformações típicas.
Entre dois pontos genéricos 1 e 2, a variação da entropia pode ser deduzida para cada
transformação.
Fig 01
Para transformação isocórica (v constante), dq = cv dT.
∆s = 0 #D.1#.
30
Uma transformação adiabática reversível é também isentrópica (a demonstração, por
enquanto, não é aqui informada).
31
Mistura de gases
Se n gases diferentes, que não reagem quimicamente entre si, estão no mesmo
recipiente, a pressão total da mistura é dada por:
p = p1 + p2 + ... + pn #A.1#.
Onde cada parcela representa a pressão parcial de cada gás, ou seja, a pressão que cada
um teria se fosse o único a ocupar o volume.
Essa igualdade, historicamente denominada lei de Dalton, é para gases ideais. Nos gases
reais, a aproximação é válida se as pressões não são elevadas.
V = volume = 1 m3.
R = constante do gás ideal ≈ 8,315 J (K mol).
T ≈ 30 + 273 = 303 K.
Calor deve ser fornecido ou removido para a mudança de estado físico de uma
substância. Neste caso, a temperatura permanece constante. A figura abaixo dá o
diagrama aproximado para uma massa de 1 kg de água, sob pressão atmosférica normal,
considerada constante.
Entre A e B a água está no estado sólido e vale a relação já vista no conceito de calor
específico:
dQ = c m dt #A.1#.
Desde que o calor específico das substâncias reais varia com a temperatura, considera-se
para um intervalo finito:
∆Q = cm m ∆t #B.1#.
32
Fig 01
Onde cm é o calor específico médio para o intervalo de temperatura ∆t.
Assim, a quantidade de calor para fundir uma massa m de uma determinada substância é
dada por
Q = m Lf #C.1#. Para água sob pressão normal, Lf ≈ 335 kJ/kg (80 kcal/kg).
De C até D a água está líquida e vale a fórmula anterior do calor específico. De forma
similar ao trecho de fusão, de D até E a temperatura é constante, significando o
fornecimento de calor para vaporizar a água. Essa quantidade de calor por unidade de
massa é chamada calor latente de vaporização (Lv). E a quantidade de calor para
vaporizar uma massa m de uma determinada substância é dada por
Q = m Lv #D.1#. Para água sob pressão normal, Lv ≈ 2260 kJ/kg (540 kcal/kg).
Vapor
O estado físico (sólido, líquido, gás) em que uma substância se encontra depende
basicamente das condições de pressão e temperatura. A Figura 01 abaixo dá o diagrama
(aproximado e sem escalas) para a água.
33
Fig 01
No diagrama, as linhas divisórias indicam condições de pressão e temperatura nas quais
pode haver transição de estados e, portanto, os dois estados físicos podem coexistir.
Comentam-se agora os termos gás e vapor. São o mesmo estado físico da substância e,
muitas vezes, são empregados sem distinções. O termo vapor é em geral usado para o gás
de uma substância que é líquida em condições normais de ambientes. A água é o exemplo
comum. De forma mais técnica, vapor pode ser considerado o gás em temperatura
inferior à crítica.
34
Fig 02
Vapor saturado é o vapor na temperatura de saturação. Portanto, as condições de
temperatura e pressão devem estar em algum ponto da linha divisória líquido / vapor da
Figura 01 deste tópico.
A linha logo abaixo de 1234 é uma curva típica para volume específico constante.
35
Vapor saturado - Diagrama temperatura x entalpia
Em página anterior, tópico Vapor, foi visto o diagrama temperatura x entropia para as
transições líquido / vapor saturado e vapor saturado / vapor superaquecido para a água.
Esse parâmetro pode ser entendido como um índice de qualidade do vapor. Para melhor
esclarecer, seguem alguns comentários sobre o uso do vapor saturado.
Fig 01
Uma caldeira ideal produziria vapor saturado com χ = 1. Na prática, turbulências e
formação de bolhas provocam o arraste de água. Naturalmente, a presença de água é
prejudicial porque reduz a quantidade de vapor disponível para aquecimento. Uma
instalação típica em bom estado deve produzir vapor com cerca de 5% de água, ou seja, χ
≈ 0,95.
Voltando ao diagrama da Figura 01, as linhas com uma parte horizontal são exemplos de
linhas de pressão constante. Usa-se uma delas para analisar a formação do vapor:
Supõe-se que o recipiente onde a água se encontra está na pressão da linha BCD. Se a
água inicialmente está no ponto A, o aquecimento eleva sua entalpia até o máximo
possível do líquido para aquela pressão (hB − hA).
36
aquecimento (CD) resulta em vapor superaquecido.
O vapor sai da caldeira com uma pressão p e alimenta uma linha ou ramal principal. Uma
válvula redutora diminui a pressão para pV e alimenta a serpentina do trocador. Nessa
condição, o vapor tem uma temperatura TV e o fluxo de massa é qmV.
Ao passar pela serpentina o vapor troca calor com o fluido e se condensa. Um dispositivo
na saída, denominado purgador, evita a perda de vapor, permitindo somente a passagem
do condensado. Em geral, a água condensada é enviada a um reservatório próprio e
retorna à caldeira por bombeamento.
No trocador, o fluido que se deseja aquecer entra com uma temperatura TE e sai com TS.
Naturalmente, a vazão de massa qmF é a mesma em ambos os lados. É suposto que o
fluido tem um calor específico médio cF entre essas temperaturas.
Neste exemplo simples, desprezam-se quaisquer perdas de calor. Portanto, todo o calor
cedido pela condensação do vapor é usado para aquecer o fluido. Considera-se também
que a vazão de massa do fluido qmF é constante.
Fig 01
37
De acordo com o conceito de calor específico, ∆Q = c m ∆T.
No mesmo intervalo de tempo, deve circular pela serpentina uma massa de vapor igual a
qmV ∆t. Assim, o calor trocado deve ser igual à entalpia de vaporização hfg (que é a
mesma da condensação) multiplicada por essa massa (considerado vapor ideal, qualidade
χ = 1):
Mas (mF/∆t) é a vazão de massa qmF do fluido. hfg qmV = cF qmF (TS − TE). E a vazão de
massa necessária de vapor é:
A relação direta entre pressão e temperatura é uma das grandes facilidades do uso de
vapor saturado para aquecimento. A temperatura pode ser mantida ou variada mediante
simples ajuste de pressão. Válvulas redutoras ou reguladoras de pressão são dispositivos
simples e podem ter regulagem manual ou automática, através da expansão de fluido ou
outros meios, para manter a temperatura constante, mesmo com variações de demandas
no equipamento a aquecer.
38
Tabela de vapor saturado - Referência de pressão
Entalpia Entalpia Volume Entropia Entropia
Entalpia Volume Entropia Calor Calor
Pressão Temp espec espec espec espec espec
espec espec espec espec espec
abs saturação de do do de do
da água da água da água vapor vapor
vaporiz vapor vapor vaporiz vapor
pabs tsat hf hfg hg vf vg sf sfg sg cv cp
kJ/kg kJ/kg
bar °C kJ/kg kJ/kg kJ/kg dm³/kg m³/kg kJ/kg K kJ/kg K kJ/kg K
K K
1 99,6 417,5 2257,6 2675,2 1,043 1,694 1,303 6,056 7,359 1,525 2,043
2 120,2 504,8 2201,7 2706,6 1,060 0,886 1,530 5,597 7,127 1,577 2,127
3 133,6 561,6 2163,7 2725,3 1,073 0,606 1,672 5,320 6,992 1,616 2,195
4 143,6 604,9 2133,6 2738,6 1,083 0,462 1,777 5,119 6,896 1,651 2,256
5 151,9 640,4 2108,2 2748,7 1,092 0,375 1,861 4,960 6,821 1,682 2,312
6 158,9 670,7 2086,0 2756,7 1,100 0,316 1,932 4,829 6,760 1,710 2,365
7 165,0 697,4 2066,0 2763,4 1,107 0,273 1,993 4,715 6,708 1,736 2,415
8 170,4 721,3 2047,7 2768,9 1,114 0,240 2,046 4,616 6,663 1,762 2,464
9 175,4 743,0 2030,7 2773,7 1,120 0,215 2,095 4,527 6,622 1,785 2,511
10 179,9 762,9 2014,8 2777,8 1,126 0,194 2,139 4,447 6,586 1,808 2,557
11 184,1 781,4 1999,9 2781,3 1,131 0,177 2,179 4,374 6,553 1,830 2,602
12 188,0 798,7 1985,7 2784,4 1,137 0,163 2,217 4,306 6,523 1,852 2,646
13 191,6 815,0 1972,1 2787,1 1,142 0,151 2,252 4,243 6,495 1,873 2,689
14 195,1 830,3 1959,1 2789,5 1,147 0,141 2,284 4,184 6,468 1,893 2,732
15 198,3 844,9 1946,7 2791,5 1,152 0,132 2,315 4,129 6,444 1,912 2,775
16 201,4 858,8 1934,6 2793,4 1,157 0,124 2,344 4,077 6,421 1,931 2,816
17 204,3 872,0 1923,0 2795,0 1,162 0,117 2,372 4,027 6,399 1,950 2,858
18 207,2 884,7 1911,7 2796,4 1,166 0,110 2,398 3,980 6,378 1,969 2,899
19 209,8 897,0 1900,7 2797,7 1,170 0,105 2,423 3,935 6,358 1,987 2,940
pabs tsat hf hfg hg vf vg sf sfg sg cv cp
20 212,4 908,7 1890,0 2798,8 1,175 0,100 2,447 3,892 6,340 2,004 2,981
21 214,9 920,1 1879,6 2799,7 1,179 0,095 2,470 3,851 6,322 2,022 3,021
22 217,3 931,0 1869,5 2800,5 1,183 0,091 2,492 3,812 6,304 2,039 3,062
23 219,6 941,7 1859,5 2801,2 1,187 0,087 2,514 3,774 6,288 2,055 3,102
24 221,8 952,0 1849,8 2801,8 1,191 0,083 2,534 3,737 6,272 2,072 3,142
25 224,0 962,0 1840,2 2802,2 1,195 0,080 2,554 3,702 6,256 2,088 3,182
26 226,1 971,7 1830,9 2802,6 1,199 0,077 2,574 3,667 6,241 2,104 3,222
27 228,1 981,2 1821,7 2802,9 1,203 0,074 2,592 3,634 6,227 2,120 3,262
28 230,1 990,5 1812,6 2803,1 1,207 0,071 2,611 3,602 6,213 2,136 3,301
29 232,0 999,5 1803,7 2803,2 1,210 0,069 2,628 3,571 6,199 2,151 3,341
30 233,9 1008,3 1795,0 2803,3 1,214 0,067 2,645 3,540 6,186 2,166 3,381
31 235,7 1016,9 1786,3 2803,3 1,217 0,065 2,662 3,510 6,173 2,181 3,421
32 237,5 1025,4 1777,8 2803,2 1,221 0,062 2,679 3,482 6,160 2,196 3,461
33 239,2 1033,6 1769,4 2803,1 1,225 0,061 2,694 3,453 6,148 2,211 3,501
34 240,9 1041,7 1761,2 2802,9 1,229 0,059 2,710 3,426 6,136 2,226 3,541
35 242,6 1049,7 1753,0 2802,6 1,232 0,057 2,725 3,399 6,124 2,240 3,581
36 244,2 1057,5 1744,9 2802,3 1,236 0,055 2,740 3,373 6,113 2,254 3,621
39
37 245,8 1065,1 1736,9 2802,0 1,239 0,054 2,754 3,347 6,101 2,268 3,661
38 247,4 1072,6 1729,0 2801,6 1,242 0,052 2,769 3,322 6,090 2,282 3,702
39 248,9 1080,0 1721,1 2801,1 1,245 0,051 2,783 3,297 6,080 2,296 3,742
40 250,4 1087,3 1713,4 2800,7 1,249 0,050 2,796 3,273 6,069 2,310 3,783
100 1,01 419,10 2256,66 2675,76 1,0437 1,674 1,307 6,048 7,355 1,526 2,044
105 1,21 440,22 2243,39 2683,61 1,0477 1,420 1,363 5,933 7,296 1,538 2,062
110 1,43 461,37 2229,93 2691,31 1,0519 1,211 1,419 5,820 7,239 1,550 2,082
115 1,69 482,57 2216,28 2698,85 1,0562 1,037 1,474 5,710 7,183 1,562 2,103
120 1,98 503,81 2202,42 2706,23 1,0606 0,892 1,528 5,602 7,130 1,576 2,126
125 2,32 525,10 2188,33 2713,43 1,0652 0,771 1,582 5,496 7,078 1,590 2,150
130 2,70 546,44 2174,00 2720,44 1,0700 0,669 1,635 5,393 7,027 1,605 2,176
135 3,13 567,83 2159,43 2727,26 1,0750 0,582 1,687 5,291 6,978 1,621 2,203
140 3,61 589,28 2144,59 2733,87 1,0801 0,509 1,739 5,191 6,930 1,638 2,233
145 4,15 610,78 2129,47 2740,26 1,0853 0,446 1,791 5,093 6,884 1,656 2,265
150 4,76 632,35 2114,06 2746,41 1,0908 0,393 1,842 4,996 6,838 1,674 2,299
155 5,43 653,98 2098,34 2752,33 1,0964 0,347 1,893 4,901 6,794 1,694 2,335
160 6,18 675,69 2082,30 2757,99 1,1022 0,307 1,943 4,807 6,750 1,715 2,374
165 7,00 697,46 2065,91 2763,38 1,1082 0,273 1,993 4,715 6,708 1,736 2,415
170 7,91 719,32 2049,17 2768,49 1,1145 0,243 2,042 4,624 6,666 1,759 2,460
175 8,92 741,26 2032,05 2773,30 1,1209 0,217 2,091 4,534 6,625 1,784 2,507
180 10,02 763,28 2014,54 2777,82 1,1275 0,194 2,140 4,446 6,585 1,809 2,558
185 11,22 785,41 1996,61 2782,01 1,1344 0,174 2,188 4,358 6,546 1,835 2,612
190 12,54 807,63 1978,25 2785,88 1,1415 0,157 2,236 4,271 6,507 1,863 2,670
195 13,98 829,97 1959,43 2789,40 1,1489 0,141 2,284 4,185 6,469 1,892 2,731
tsat pabs hf hfg hg vf vg sf sfg sg cv cp
200 15,54 852,42 1940,14 2792,56 1,1565 0,127 2,331 4,100 6,431 1,923 2,797
205 17,23 874,99 1920,35 2795,34 1,16 0,115 2,378 4,016 6,394 1,954 2,867
210 19,06 897,70 1900,04 2797,74 1,1726 0,104 2,425 3,933 6,357 1,988 2,943
215 21,04 920,54 1879,19 2799,73 1,18 0,095 2,471 3,850 6,321 2,022 3,023
220 23,18 943,54 1857,76 2801,30 1,1900 0,086 2,518 3,767 6,285 2,058 3,109
225 25,48 966,70 1835,73 2802,43 1,20 0,078 2,564 3,685 6,249 2,096 3,201
230 27,95 990,04 1813,07 2803,10 1,2087 0,072 2,610 3,603 6,213 2,135 3,299
235 30,60 1013,55 1789,74 2803,30 1,22 0,065 2,656 3,522 6,178 2,175 3,405
240 33,45 1037,27 1765,72 2802,99 1,2291 0,060 2,701 3,441 6,142 2,217 3,519
245 36,49 1061,20 1740,96 2802,16 1,24 0,055 2,747 3,360 6,107 2,261 3,641
250 39,74 1085,35 1715,43 2800,78 1,2513 0,050 2,793 3,279 6,072 2,306 3,772
40
Mistura vapor saturado e água
Em página anterior foi visto que, na prática, o "vapor saturado" que sai de um gerador
(caldeira) é uma mistura de vapor saturado e água. Esta última ocorre normalmente em
pequenas proporções. Isso é medido pelo parâmetro χ, um índice de qualidade do vapor.
v = χ vg + (1 − χ) vf #B.1#. Onde:
v ≈ χ vg #B.2#.
Mas a diferença (hg − hf) é a entalpia de vaporização (calor latente) hfg. Portanto,
h = hf + χ hfg #C.2#.
Exemplo de cálculo: vapor a 27 bar absoluto com qualidade χ = 0,9. Da Tabela de vapor
saturado - Referência de pressão, obtém-se para essa pressão:
vg = 0,074 m3/kg = 74 10−3 m3/kg. vf = 1,203 dm3/kg = 1,203 10−3 m3/kg. hg = 2802,9
kJ/kg. hf = 981,2 kJ/kg. sg = 6,227 kJ/kg. sf = 2,592 kJ/kg.
Os dados confirmam a aproximação anterior porque vf << vg. Assim usa-se #B.2#: v = 0,9
0,074 ≈ 0,067 m3/kg.
Vapor de flash
No uso prático do vapor saturado, a água condensada após a troca de calor deve retornar
41
para a caldeira, por questão de economia da própria água e de energia para
aquecimento. Supõe-se, é claro, que não há contado do vapor com outros fluidos, o que é
verdadeiro na maioria das aplicações.
Fig 01
Após o purgador, a água condensada está na pressão atmosférica patm, menor que pV.
Mas, na pressão atmosférica, não pode existir água líquida na temperatura TV e uma
parte do condensado se vaporiza para manter o equilíbrio energético. Esse vapor formado
na saída do condensado é, de praxe, denominado vapor de flash.
Antes do purgador, a água condensada tem pressão pV, temperatura TV. A entalpia, que
pode ser lida nas tabelas, é hfV. A vazão de massa é a mesma do vapor qmV.
• Condensado: vazão de massa qmCond, entalpia hfCond, que pode ser vista nas tabelas para
pressão patm.
• Vapor de flash: vazão de massa qmFlash, entalpia hgFlash que pode ser vista nas tabelas
para pressão patm.
42
Pela conservação da energia, a entalpia deve ser mantida:
As equações acima formam um sistema que permite a determinação das duas incógnitas
qmCond e qmFlash.
43