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SENTENÇA

Cuida-se Ação de Indenização por Danos Morais, com pedido de antecipação de tutela, formulado contra a
SERASA e o SPC, na qual o autor diz que constam nos cadastros de inadimplentes dos requeridos 12
registros de cheques devolvidos por insuficiência de fundos. Todavia, diz também que os registros são
ilegais, eis que os cheques já estariam prescritos e que não houve comunicação, feita pelos requeridos, da
inclusão do nome do autor nos cadastros de inadimplentes. Por isso, pleiteia a condenação dos requeridos
na obrigação de retirar os registros referentes aos 12 cheques emitidos de seus cadastros de
inadimplentes.Os réus foram citados em 09/05/2008 (SPC) e 12/05/2008 (SERASA) e a audiência realizou-
se em 16/06/2008. Por se tratar de matéria puramente de direito, foi concedido prazo ao segundo
requerido para apresentar contestação e juntada a peça contestatória do primeiro requerido.A SERASA
apresentou contestação onde alega que não houve prescrição das anotações, uma vez que os cheques
foram emitidos em 2007, não sendo aplicável o disposto nos §§ 1º e 5º do artigo 43 do Código de Defesa
do Consumidor. Também alega que as anotações foram feitas ante a inadimplência creditícia do autor,
que emitiu 12 cheques com insuficiência de fundos, e teve seu nome incluído no Cadastro de Emitentes
de Cheques sem Fundos – CCF, do Banco Central do Brasil. No que diz respeito à falta de comunicação da
inclusão no cadastro de inadimplentes, alega que, considerado o fato de que todas as instituições
financeiras têm acesso ao Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos, a comunicação já estaria feita.
Sustenta, ainda, que a comunicação ao emitente de cheque sem fundos deve ser feita pela instituição
bancária sacada e que o autor já tinha conhecimento da inclusão de seu nome na SERASA, uma vez que
reconheceu na petição inicial que era devedor dos 12 cheques devolvidos pelo Banco de Brasília – BRB.
Por fim, diz que é uma instituição idônea, que somente faz registros nos cadastros de inadimplentes
mediante solicitação e que presta somente informações concretas e verdadeiras. O SPC sustenta que as
anotações não foram feitas pela instituição, mas que possui um convênio com o Banco Central do Brasil,
que disponibiliza as informações dos emitentes de cheques sem fundos e que os registros e as baixas no
Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos são feitos pelas instituições bancárias e disponibilizados
pelo requerido em caráter meramente informativo, para segurança dos lojistas associados. Sustenta,
ainda, que as anotações decorrem de inadimplência creditícia, seja com relação a títulos de crédito ou a
obrigações e que as anotações feitas em nome do autor não estão prescritas.É o relatório. Passo à
decisão.Ausente questão preliminar a ser apreciada, passo ao mérito.As questões postas para apreciação,
em síntese, são sobre a prescrição das anotações nos cadastros de inadimplentes dos requeridos e a
obrigação de comunicar ao autor as anotações feitas.Dispõe o § 1º do artigo 43 do Código de Defesa do
Consumidor (Lei 8.078/90) que “os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes
a período superior a cinco anos” (grifei).No caso em exame, reconhece o autor que emitiu 12 cheques que
foram devolvidos por insuficiência de fundos e que tais cheques foram emitidos no ano de 2007; portanto,
não há que se falar em prescrição das anotações, que podem, até ser consideradas devidas, ante a
inadimplência do autor.No que se refere à falta de comunicação ao consumidor da inscrição de seu nome
nos cadastros restritivos de crédito, a SERASA alega que não fez abertura de cadastro e que a obrigação
de comunicar a inclusão é da instituição bancária sacada; o SPC, por sua vez, diz que possui um convênio
com o Banco Central do Brasil, que disponibiliza informações acerca do Cadastro de Emitentes de Cheques
sem Fundos - CCF e que a responsabilidade pela inclusão ou baixa dos registros é das instituições
bancárias.Com parcial razão os requeridos. No entanto, estão eles se referindo às inclusões, baixas e
comunicações de registro junto ao Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo, cuja responsabilidade,
sim, é das instituições bancárias.No caso dos autos, a discussão é sobre a obrigação de se fazer
comunicação da inclusão do nome do consumidor nos órgãos de restrição creditícia, que é das próprias
instituições que receberam o pedido de inclusão, como se vê no § 2º do artigo 43 da Lei 8.078/90 (Código
de Defesa do Consumidor), que “a abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele”. (grifo meu).Nenhum
dos requeridos comprovou ter agido com regularidade no que diz respeito à formalização da notificação
ao devedor. Nos autos, há apenas extratos sobre o trânsito de informações em meio digital, relacionadas
com o autor. Nenhuma que aponte tenha ele sido notificado da referida inclusão.De todo o exposto, JULGO
PROCEDENTE O PEDIDO para condenar os requeridos, solidariamente, a promoverem a baixa das
restrições de crédito apresentadas contra o autor, no que se refere aos cheques devolvidos por
insuficiência de fundos, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar da intimação da sentença, sob
pena de multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais).Sem custas e sem honorários advocatícios, nessa
primeira fase do processo, nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95.Intimem-se as partes da sentença. Fica a
parte devedora também intimada de que, uma vez transitada em julgado a sentença, deverá efetuar o
pagamento do valor da condenação, no prazo máximo de 15 dias, independentemente de nova intimação
ou notificação. Fica ainda a parte devedora intimada de que o não cumprimento voluntário da obrigação
no prazo acima fixado implicará na aplicação de multa de 10% (dez por cento) sobre o valor corrigido da
dívida, nos termos do artigo 475-J, caput, do Código de Processo Civil, e de que, mediante simples
requerimento do credor, terá início a fase de execução do processo, com penhora de bens. O pagamento
poderá ser feito por meio de depósito judicial e deverá ser comprovado, neste Juizado, no prazo máximo
acima fixado. A Secretaria deste Juizado deve calcular o valor e expedir a respectiva guia, mediante
simples solicitação verbal do devedor, independentemente de nova conclusão.
Publique-se, registre-se.

Transitada em julgado, aguarde-se a manifestação das partes pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
Após, sem requerimentos, arquivem-se mediante baixa na distribuição.

Núcleo Bandeirante, DF, 23 de março de 2009


Juiz Asiel Henrique de Sousa

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