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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 23ª VARA DO

1
TRABALHO DE CURITIBA/PR.

Numeração Única: 00191-2011-088-09-00-0


Número Antigo: RTOrd - 191 - 2011
Numeração CNJ: 0000012-84.2011.5.09.0088

FABIANO SALES DA SILVA, já devidamente qualificado nos


autos supra, onde litiga em face de POLIUMETKA INDUSTRIA E COMERCIO DE
POLIURETANO LTDA (EPP), também qualificada, vem respeitosamente à presença de
V. Exª, com o devido respeito e por seu advogado e procuradores infra assinados,
apresentar

IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

e a defesa juntados pela ré, como abaixo segue:

I – DOCUMENTOS JUNTADOS.
1. Pedido de Demissão (fls. 60);
Impugna ante o exposto no item I da exordial.

2. TRCT (fls. 61);


Impugna o TRCT, pois quita apenas os valores nele consignados,
pugnando o autor pela existência de eventuais diferenças. Impugna também, a forma de
dispensa lançada no documento, ante todos os argumentos lançados na exordial.

3. Contrato de Trabalho (fls. 63);


Impugna-se o Contrato de Trabalho, vez que nele a jornada
declinada não foi a efetivamente exercida pelo obreiro. Ademais, o documento em tela
nada prova na demanda, observado que o contrato de trabalho à título de experiência já

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se extinguiu, vigendo por ocasião da dispensa um contrato de trabalho por prazo
indeterminado. 2

4. Acordo de Banco de Horas (fl. 64);


Inicialmente impugna-se este Acordo para Compensação, vez que
em que pese a Ré haver alegado a existência de Acordo de Compensação de horas, não
existe nos autos qualquer autorização mediante Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho para que a Reclamada institua o mencionado Acordo, sendo assim, não existindo
nos autos referida outorga, não há como a Reclamada utilizar-se de qualquer ajuste para
implementar o Acordo de Compensação de Jornada, à luz do que determina o artigo 59, §
2º da CLT e a jurisprudência atual do nosso Tribunal Regional do Trabalho, senão vejamos:
Art. 59. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número
não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante
convenção coletiva de trabalho.
...
§ 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva
de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em
outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas
semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
BANCO DE HORAS - ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA - FORMALIDADE
LEGAL A SER OBSERVADA - A legislação prevê a possibilidade de compensação de
jornadas além da jornada normal, através do denominado "banco de horas" (artigo 7º, XIII,
da CF/88), no entanto, se torna imprescindível sua formalização através de acordo ou
convenção coletiva de trabalho (art. 59, parágrafo 2º da CLT). Não tendo a reclamada juntado
aos autos instrumento coletivo apto a autorizar este sistema de compensação, resta configurada
irregularidade formal e afronta o dispositivo legal mencionado, ensejando o pagamento das
horas extras, sendo inaplicável a Súmula 85 do TST. (TRT-PR-00873-2006-018-09-00-5-
ACO-08582-2007 – 4ª Turma. Relator: Sergio Murilo Rodrigues Lemos. Publicado no DJPR
em 10-04-2007)
(grifo nosso)

Impugna-se ainda, o referido documento por não trazer a


homologação do Sindicato da Categoria, critério essencial para a validade do Acordo para
compensação de Horas de Trabalho, nos termos dos artigos 613 e 614 da CLT.
Ademais, o mencionado acordo também é nulo por estabelecer
prazo “indeterminado” para sua vigência.
Senão vejamos o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho,
consolidado na Orientação Jurisprudencial nº 322 da SDI-I, quanto à estipulação do prazo
indeterminado, in verbis:
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLÁUSULA DE TERMO ADITIVO
PRORROGANDO O ACORDO PARA PRAZO INDETERMINADO. INVÁLIDA. DJ
09.12.2003.
Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das
convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a
cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo
indeterminado.
(grifo nosso)

A prorrogação de horário de trabalho firmada entre as partes está


cercada de irregularidades, senão vejamos as razões pela qual deve ser declarada a
nulidade do referido documento.

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Numa análise superficial dos espelhos de ponto juntados, nota-se
que há habitualidade na prestação de horas extraordinárias, logo se há habitualidade na 3
prestação de horas extraordinárias, já está caracterizada a nulidade do Acordo de
Prorrogação de Horário. Senão vejamos a jurisprudência o que dispõe a Súmula nº 85 do
Tribunal Superior do Trabalho e entendimento majoritário de nosso Tribunal Regional do
Trabalho quanto ao assunto:
Súmula nº 85 - COMPENSAÇÃO DE JORNADA (incorporadas as Orientações
Jurisprudenciais nºs 182, 220 e 223 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.

I – omissis
...
IV - A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada.
Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como
horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais
apenas o adicional por trabalho extraordinário.
HORAS EXTRAS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO INOBSERVADO.
PACTUAÇÃO. A existência habitual de horas extras torna inválido o acordo compensatório
celebrado entre as partes. Devido o pagamento das horas trabalhadas a mais como
suplementares. (TRT-PR-14672-2005-011-09-00-0-ACO-09098-2007 – 4ª Turma. Relator:
Sergio Murilo Rodrigues Lemos. Publicado no DJPR em 13-04-2007)
HORAS EXTRAS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO. HABITUALIDADE.
DESCARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 85 DO C. TST. A prestação habitual de trabalho
extraordinário descaracteriza o acordo de compensação, ensejando o pagamento do adicional
sobre as horas extras destinadas à compensação, nos termos da Súmula nº 85 do C. TST.
Recurso ordinário do Reclamante a que se dá provimento. (TRT-PR-00118-2005-659-09-00-
4-ACO-29053-2006 – 1ª Turma. Relator: Ubirajara Carlos Mendes. Publicado no DJPR em
10-10-2006)
(grifo nosso)

Denota-se pelos documentos carreados aos autos que a autora não


tinha um controle mês a mês do saldo de seu banco de horas, razão pela qual já torna
inválido este instituto, senão vejamos:
JORNADA DE TRABALHO. COMPENSAÇÃO. "BANCO DE HORAS". A existência
de pagamento de horas extraordinárias no curso do contrato de emprego e a ausência de
comprovação da regular observância do ajuste por meio de controles mensais acerca da
compensação e dos saldos de horas a compensar, são situações que tornam nulo o sistema de
compensação de horários denominado "banco de horas". Recurso ordinário da reclamada
conhecido e desprovido nesse tema. (TRT-PR-12373-2004-003-09-00-5-ACO-19197-2007 – 3ª
Turma. Relator: Altino Pedrozo dos Santos. Publicado no DJPR em 17-07-2007)
(grifo nosso)

Inolvide-se que determina o artigo 59, § 3º, da CLT, que na hipótese


de resilição de contrato de trabalho, sem a compensação integral da jornada
extraordinária, faz o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas,
hipótese não ocorrida nos autos, consoante se verifica do Termo de Rescisão de Contrato de
Trabalho.
Vejamos o que determina o artigo em comento acompanhado do
atual entendimento de nosso Tribunal Regional do Trabalho, ipsis literis:
Art. 59 – omissis
§ 1º ...
...
§ 3º - Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação
integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao

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pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data
da rescisão. 4
BANCO DE HORAS - RESILIÇÃO CONTRATUAL SEM TOTAL COMPENSAÇÃO-
ADIMPLEMENTO COMO HORAS EXTRAS. Conforme determina o artigo 59, o 3º, da
CLT, quando, na hipótese de resilição de contrato de trabalho, sem a compensação integral da
jornada extraordinária, faz o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas.
(TRT-PR-51285-2006-664-09-00-0-ACO-27178-2006 – 4ª Turma. Relator: Sueli Gil El-
Rafihi. Publicado no DJPR em 22-09-2006)
(grifo nosso)

Depreende-se ainda, dos Espelhos de ponto juntados, a exemplo do


juntado à fl. 262, a ineficácia do Instituto, em face do labor por mais de 10 horas diárias,
contrariando a determinação do artigo 59, § 2º da Consolidação das Leis do Trabalho.
Ademais, o artigo 59, § 2º da CLT, impede o cômputo no banco de
horas de mais de duas horas diárias (jornada além da 10ª hora diária) em sobrejornada,
sendo as excedentes consideradas verdadeiras horas extras, que deverão ser pagas na sua
integralidade (valor da hora mais adicional), sendo, portanto, devido o pagamento do
respectivo adicional em relação a todas as horas destinadas à compensação.
Nosso Tribunal Regional do Trabalho já decidiu quanto ao tema:
HORAS EXTRAS - BANCO DE HORAS - INVALIDADE. Na hipótese dos autos
inexistia controle de débito e crédito das horas compensadas, deixando o empregado ao inteiro
arbítrio do empregador. Havia, ainda, excesso à 10ª hora diária em nítida violação ao art. 59,
da CLT. Inválido, portanto, o sistema do banco de horas adotado pela empresa, devendo
permanecer a condenação em horas extras. (TRT-PR-02450-2005-513-09-00-8-ACO-18335-
2007 – 4ª Turma. Relator: Sergio Murilo Rodrigues Lemos. Publicado no DJPR em 10-07-
2007)
JORNADA DE TRABALHO. COMPENSAÇÃO. BANCO DE HORAS. A realização de
trabalho além do limite máximo de tolerância de dez horas diárias imposto pelo caput e
parágrafo 2º do art. 59 da Consolidação das Leis do Trabalho torna nulo o sistema de
compensação de horários denominado "banco de horas". Recurso da reclamada conhecido e
desprovido. (TRT-PR-17445-2005-002-09-00-5-ACO-16271-2007 – 3ª Turma. Relator:
Altino Pedrozo dos Santos. Publicado no DJPR em 26-06-2007)
BANCO DE HORAS-INVALIDADE. Considerando-se a jornada laboral fixada pela prova
oral produzida, na hipótese dos autos havia excesso ao limite máximo de 10 horas diárias e 44
semanais, sendo inválido o sistema do banco de horas adotado pela empresa (art. 59, § 2º, da
CLT). Sentença que se mantém. (TRT-PR-03883-2005-006-09-00-1-ACO-07122-2007 – 4ª
Turma. Relator: Sergio Murilo Rodrigues Lemos. Publicado no DJPR em 16-03-2007)
(grifo nosso)

Há de ressaltar ainda que, para que haja a compensação da


jornada de trabalho por meio de acordo ou banco de horas, é necessária a prévia
delimitação dos horários a serem cumpridos, hipótese que não se verifica nos autos,
sob pena de ficar ao livre arbítrio do empregador, caracterizando-se condição potestativa
pura, vedada pela segunda parte do artigo 122 do Código Civil, in verbis:
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos
bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio
jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
(grifo nosso)

Vejamos uma decisão de nosso Egrégio Tribunal Regional do


Trabalho:
COMPENSAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO. ACORDO DE COMPENSAÇÃO
OU BANCO DE HORAS. Para a compensação da jornada de trabalho por meio de acordo ou

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banco de horas, é necessária a prévia delimitação dos horários a serem cumpridos, sob pena de
ficar ao livre arbítrio do empregador, caracterizando-se a condição potestativa pura, vedada pela 5
segunda, parte do art. 122, do Código Civil. TRT-PR-19307-2003-651-09-00-8-ACO-00826-
2006 – 3ª Turma. Relator: Paulo Ricardo Pozzolo. Publicado no DJPR em 17-01-2006.

Cumpre salientar ainda que, verificando-se os comprovantes de


pagamento da Reclamante, nota-se que há o pagamento habitual de algumas horas
extras por parte da Reclamada, o que também descaracteriza o instituto do Banco de
Horas, senão vejamos o posicionamento de nossa jurisprudência:
BANCO DE HORAS. PAGAMENTO SISTEMÁTICO DE HORAS EXTRAS.
AUSÊNCIA DE EFETIVA COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. O instituto da
compensação visa, justamente, evitar o pagamento de horas extras, mediante compensação das
horas trabalhadas além da jornada normal. No caso dos autos, o pagamento sistemático de
horas extras evidencia, justamente, o desvirtuamento da finalidade do instituto. A Reclamada
dispôs das horas trabalhadas pelo Reclamante da forma como quis, pagando-as em sua maioria
e destinando outras raras à compensação, sem critérios objetivos que permitissem ao trabalhador
saber quais horas ele iria receber em pecúnia, quais seriam compensadas e quando isso
ocorreria. Além disso, quando há horas compensadas nos cartões-ponto, não consta nenhuma
indicação das horas trabalhadas a que as mesmas se referem. Portanto, ainda que autorizado
por acordo coletivo, o banco de horas não foi validamente implementado, pois não preencheu
requisitos legais e convencionais. Recurso da Reclamada a que se nega provimento. (TRT-PR-
00099-2005-654-09-00-4-ACO-21653-2007 – 1ª Turma. Relator: Ubirajara Carlos Mendes.
Publicado no DJPR em 14-08-2007)
JORNADA DE TRABALHO. COMPENSAÇÃO. "BANCO DE HORAS". A existência
de pagamento de horas extraordinárias no curso do contrato de emprego e a ausência de
comprovação da regular observância do ajuste por meio de controles mensais acerca da
compensação e dos saldos de horas a compensar, são situações que tornam nulo o sistema de
compensação de horários denominado "banco de horas". Recurso ordinário da reclamada
conhecido e desprovido nesse tema. (TRT-PR-12373-2004-003-09-00-5-ACO-19197-2007 – 3ª
Turma. Relator: Altino Pedrozo dos Santos. Publicado no DJPR em 17-07-2007)
JORNADA DE TRABALHO. COMPENSAÇÃO. BANCO DE HORAS. A realização de
trabalho além do limite máximo de tolerância de dez horas diárias imposto pelo caput e
parágrafo 2º do art. 59 da CLT, a existência de pagamento de horas extraordinárias no curso
do contrato de emprego e a ausência de comprovação da regular observância do ajuste por meio
de controles mensais acerca da compensação e dos saldos de horas a compensar, são situações
que tornam nulo o sistema de compensação de horários denominado "banco de horas". Recurso
da reclamante conhecido e provido. (TRT-PR-21408-2004-652-09-00-6-ACO-01500-2007 – 3ª
Turma. Relator: Altino Pedrozo dos Santos. Publicado no DJPR em 26-01-2007)
(grifo nosso)

Logo, em que pese o árduo esforço das Reclamadas para dar


validade ao Acordo de Compensação, não se deve reputá-lo, diante das inúmeras
irregularidades apontadas, tais como: falta de autorização mediante Convenção ou
Acordo Coletivo de Trabalho, o labor por mais de 10 horas diárias, ausência de
homologação pelo Sindicato da Categoria, estipulação de prazo indeterminado para
validade do Acordo, a não compensação das horas prorrogadas e nem o pagamento das
excedentes ao final do período de apuração estipulado no referido “Acordo de
Prorrogação”, violando assim, o disposto no artigo 59, §§ 2º e 3º, da CLT. Tais ilegalidades,
tornam nulo o Instituto de Banco de Horas, nos termos do artigo 9º da Consolidação das
Leis do Trabalho, senão vejamos uma decisão de nosso Tribunal Regional do Trabalho no
mesmo sentido:
BANCO DE HORAS. VÍCIO SUBSTANCIAL. INVALIDADE. Ainda que o "banco de horas"
tenha sido formalmente implementado, embasado em previsão normativa e explícito quanto
ao saldo de créditos e débitos de horas compensadas ou a compensar, os freqüentes
extrapolamentos da jornada semanal de quarenta e quatro horas, em desacordo com a
cláusula convencional que o instituiu e com o art. 59, § 2.º, da CLT, o tornam inválido. Por

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aplicação da Súmula n.º 85 do C. TST, impõe-se a condenação ao pagamento do adicional
de horas extras para as horas excedentes de oito diárias e de forma integral das que 6
sobejam quarenta e quatro horas semanais. Recurso ordinário da Reclamada a que se
acolhe parcialmente. (TRT-PR-00375-2006-095-09-00-1-ACO-05733-2007 – 1ª Turma.
Relator: Ubirajara Carlos Mendes. Publicado no DJPR em 06-03-2007)
(grifo nosso)

Diante de todo o exposto, pugna a autora pelo deferimento das


horas extras na forma requerida na letra “B” dos pedidos, declarando-se a nulidade do
Banco de Horas instituído, nos termos do artigo 9º e 59 ambos da Consolidação das Leis do
Trabalho, Súmula nº 85 do Tribunal Superior do Trabalho e ainda diante do
posicionamento majoritário de nosso TRT acerca desse tema.

5. Cartões de Ponto (fls. 65/75);


Primeiramente, restam impugnados os documentos por não
trazerem a assinatura do reclamante, constituindo-se assim, em prova unilateralmente
produzida pela ré.
Restam, também, os documentos impugnados por não se tratarem
de documentos hábeis a comprovar o registro de ponto do reclamante, eis que não
retratam a jornada efetivamente laborada, vez que a correta jornada realizada pelo
obreiro é a retratada na peça exordial, pugnado o autor pelo pagamento de todas as
horas extras realizadas.
Ressalta-se que o correto horário de trabalho da obreira era o
declinado na exordial, salientando-se que a mesma era obrigada a estar na empresa 15/20
minutos antes, bem como ao final, da jornada contratual, com a finalidade de trocar o
uniforme, deslocar-se do vestiário ao setor de trabalho, ficar na fila para registrar o ponto.
O aludido tempo à disposição da empresa deve integrar a
remuneração do autor em forma de horas extras. Vale ressaltar que era vedado ao obreiro
consignar o tempo à disposição acima citado nos cartões ponto, uma vez que a
determinação era para que estes fossem assinalados pelo empregado uniformizado.
Todavia, na hipótese de acolhimento dos aludidos registros de
jornada, a reclamante pugna pelo pagamento dos intervalos intrajornadas não fruídos,
todos na forma de hora extra.
Superados esses argumentos, mesmo considerando como horas
extras as laboradas a partir das 08:00 diárias, observamos que os pagamentos a obreira
não foram corretamente realizados pela Ré. Como exemplo, analisaremos o período de
Julho de 2006, considerando como extras às excedentes a 08:00 diárias, sem prejuízo da
indenização dos intervalos “intrajornadas” não fruídos na forma do artigo 71 da CLT.

Cartão de Ponto referente a Julho de 2006

Horas Horas
Início Fim Horas Horas
Data Entrada Saída Extras Extras
Intervalo Intervalo Diurnas Noturnas
Diurnas Noturnas
01/07/2006 (Sábado) --:-- --:-- --:-- --:--
02/07/2006 (Descanso) --:-- --:-- --:-- --:--
03/07/2006 (Segunda) 07:31 12:00 13:00 20:29 11:58 --:-- 03:58 --:--
04/07/2006 (Terça) 07:30 12:00 13:00 17:32 09:02 --:-- 01:02 --:--

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05/07/2006 (Quarta) 07:29 12:00 13:00 17:31 09:02 --:-- 01:02 --:--
06/07/2006 (Quinta) 07:26 12:00 13:00 20:31 12:05 --:-- 04:05 --:--
7
07/07/2006 (Sexta) 07:32 12:00 13:00 20:30 11:58 --:-- 03:58 --:--
08/07/2006 (Sábado) 07:24 12:00 13:00 16:28 08:04 --:-- 08:04 --:--
09/07/2006 (Descanso) --:-- --:-- --:-- --:--
10/07/2006 (Segunda) 07:27 12:00 13:00 17:30 09:03 --:-- 01:03 --:--
11/07/2006 (Terça) 07:29 12:00 13:00 20:26 11:57 --:-- 03:57 --:--
12/07/2006 (Quarta) 07:27 12:00 13:00 20:29 12:02 --:-- 04:02 --:--
13/07/2006 (Quinta) 07:28 12:00 13:00 20:28 12:00 --:-- 04:00 --:--
14/07/2006 (Sexta) 07:31 12:00 13:00 17:01 08:30 --:-- 00:30 --:--
15/07/2006 (Sábado) --:-- --:-- --:-- --:--
16/07/2006 (Descanso) --:-- --:-- --:-- --:--
17/07/2006 (Segunda) 07:28 12:00 13:00 20:30 12:02 --:-- 04:02 --:--
18/07/2006 (Terça) 08:03 12:00 13:00 20:32 11:29 --:-- 03:29 --:--
19/07/2006 (Quarta) 07:08 12:00 13:00 21:20 13:12 --:-- 05:12 --:--
20/07/2006 (Quinta) 07:27 12:00 13:00 20:30 12:03 --:-- 04:03 --:--
21/07/2006 (Sexta) 07:31 12:00 13:00 20:31 12:00 --:-- 04:00 --:--
22/07/2006 (Sábado) --:-- --:-- --:-- --:--
23/07/2006 (Descanso) --:-- --:-- --:-- --:--
24/07/2006 (Segunda) 07:26 12:00 13:00 17:30 09:04 --:-- 01:04 --:--
25/07/2006 (Terça) 07:29 12:00 13:00 20:30 12:01 --:-- 04:01 --:--
26/07/2006 (Quarta) 07:29 12:00 13:00 20:25 11:56 --:-- 03:56 --:--
27/07/2006 (Quinta) 07:24 12:00 13:00 20:29 12:05 --:-- 04:05 --:--
28/07/2006 (Sexta) 07:25 12:00 13:00 20:30 12:05 --:-- 04:05 --:--
29/07/2006 (Sábado) 07:26 12:00 13:00 16:30 08:04 --:-- 08:04 --:--
30/07/2006 (Descanso) --:-- --:-- --:-- --:--
31/07/2006 (Segunda) 07:25 12:00 13:00 17:30 09:05 --:-- 01:05 --:--
Total Mensal: 250:47 --:-- 82:47 --:--

Horas Extras Diárias

Percentual Diurnas Noturnas


50% 76:27 00:00
100% 06:20 00:00

Nota-se que embora tenha o autor laborado em 82,78 horas extras


no período, no contracheque correspondente ao período acima mencionado, a reclamada
não quitou nenhuma hora extra, restando devidas neste mês, 82,78 horas extras
prestadas e não quitadas pela Reclamada. Demonstramos apenas um mês, no
entanto tal situação ocorreu durante toda a contratualidade.
Por fim, cabe ressaltar que as horas extras constantes nos
cartões de ponto, invalidam qualquer acordo de compensação existente, razão
pela qual são devidas todas as horas extras excedentes ao labor normal.
Assim, pugna pelo deferimento das verbas requeridas na exordial.

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6. Comprovantes de Pagamento (fls. 76/84);
8
Ressalta o autor que estas quitam apenas os valores nelas
consignados, pugnando pelas diferenças, vez que neles não consta o pagamento das horas
extraordinárias devidas, da indenização do intervalo intrajornada não fruído e dos reflexos.

Impugna também todos os termos da defesa da reclamada, vez


que não condizem com a realidade dos fatos observados durante a contratualidade do
obreiro.

Ratificam-se os termos da inicial.

Termos em que, Pede Deferimento.

Curitiba, Março/29/2011.

Emir Baranhuk Conceição Joãozinho Santana


Advogado - OAB/PR 18.538 Advogado - OAB/PR 23.034

Arnoldo da Silva Filho Éverson Fasolin


Advogado - OAB/PR 25.720 Advogado - OAB/PR 41.322

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