Anda di halaman 1dari 21

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DISCIPLINA: FRUTICULTURA

CULTURA DA ACEROLA

RS, Brasil
2007
1

SUMÁRIO

CULTURA DA ACEROLA ........................................................................................................02


IMPORTANCIA ECONÔMICA ...............................................................................................05
MERCADO ..................................................................................................................................05
Mercado interno ..........................................................................................................................06
Mercado externo ..........................................................................................................................07
CARACTERíSTICAS DA PLANTA ........................................................................................08
FRUTO .........................................................................................................................................08
CULTURA ...................................................................................................................................08
SOLOS ..........................................................................................................................................08
CLIMA .........................................................................................................................................08
VARIEDADES .............................................................................................................................09
Variedades doces ...........................................................................................................................09
Variedades ácidas ..........................................................................................................................09
PROPAGAÇÃO ...........................................................................................................................11
PROPAGAÇÃO VIA SEXUADA ..............................................................................................11
Semeadura .....................................................................................................................................11
PROPAGAÇÃO VEGETATIVA ASSEXUADA .....................................................................12
Estaquia .........................................................................................................................................12
Porta enxertos ................................................................................................................................13
Enxertia ..........................................................................................................................................14
PRAGAS E DOENÇAS ...............................................................................................................16
COLHEITA E PÓS COLHEITA ...............................................................................................18
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................20
2

CULTURA DA ACEROLA

Nome popular: cereja-das-antilhas; cereja-de-barbados


Nome científico: Malpighia glabra Linn.
Família botânica: Malpighiaceae
Origem: Antilhas - América Central.
Malpighia glabra Linn., a cereja-das-antilhas, cereja-de-barbados, ou melhor, acerola,
como é mais conhecida atualmente no Brasil, não deixa dúvidas quanto a sua origem e aparência:
a acerola - cujo nome é uma derivação do original espanhol, azarole - é denominação para uma
frutinha bela e útil, que guarda certa semelhança com a cereja européia.

De cor vermelha bem forte quando madura, variando entre os tons alaranjados e púrpura,
com um perfume semelhante ao da maçã, de sabor levemente ácido, polpa macia e cheia de suco,
a acerola já era usada há muitos séculos pelos nativos da região das Antilhas, da América Central
e do norte da América do Sul. Por ser uma planta rústica e resistente, a acerola se propagou
naturalmente e com facilidade por toda parte.

A aceroleira é um arbusto de porte médio que se desenvolve bem em climas tropicais e


subtropicais e, até mesmo, em regiões semi-áridas, desde que exista algum abastecimento regular
de água. Também não é muito exigente quanto a solos. Começa a frutificar entre 2 e 3 anos após
o plantio, o que pode ocorrer em abundância de 4 a 7 vezes por ano.

Por muito tempo, essa "cereja tropical" nascida nas Antilhas permaneceu florescendo e
frutificando em terras americanas sem provocar maiores atenções. Não tinha a volúpia do caju,
nem a variedade dos araticuns.

O interesse pela acerola e os estudos sobre suas potencialidades econômicas, no entanto,


só foram despertados a partir dos anos 40, quando cientistas porto-riquenhos encontraram na
porção comestível da fruta altos teores de ácido ascórbico, ou seja, vitamina C. Descobriu-se que,
na mesma quantidade de polpa de fruta, a acerola concentra, aproximadamente, até 100 vezes
mais vitamina C que a laranja e o limão, 20 vezes mais que a goiaba e 10 vezes mais que o caju e
3

a amora. Assim, bastariam quatro unidades da fruta por dia para suprir todas as necessidades de
vitamina C de uma pessoa adulta saudável.

Sabe-se, hoje, que pela concentração de ácido ascórbico que contém, a acerola não é
apenas indicada na manutenção da saúde, como também evita a debilidade, a irritabilidade, a
fadiga, a perda de apetite, além de diminuir a ocorrência de doenças infecciosas e de dores
musculares e articulares. Além disso, pode ser aplicada no combate a gripes e afecções
pulmonares, no controle de casos com tendências a hemorragias nasais e gengivais e como
auxiliar nos tratamentos de doenças do fígado. E, por tudo isso, a acerola é indicada na dieta de
lactentes, crianças e adolescentes, de gestantes e de organismos envelhecidos, desnutridos ou
debilitados.

Tratada como segredo de Estado, a pequena fruta ficou aprisionada em Porto Rico até ser
trazida às escondidas para o Brasil, no ano de 1956, por uma professora da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE). Das 245 sementes plantadas no campus da Universidade, apenas
10 germinaram e se transformaram em plantas produtivas, e é bem provável que a maior parte das
mudas plantadas no Brasil tenham sido geradas a partir daquelas primeiras matrizes.

Durante os anos 80, a UFRPE patrocinou e desenvolveu uma enorme campanha de


conscientização sobre os valores nutricionais da acerola e suas possibilidades de uso, bem como
sobre métodos de cultivo e cuidados necessários ao seu desenvolvimento.

Foi grande a aceitação da nova fruta, e seu sucesso, imediato. Em algumas cidades do
interior do Brasil, por exemplo, não há praticamente quintal, pomar, ou jardim que não tenha um
pé de acerola.

No entanto, foram os grandes grupos agroindustriais que se apropriaram rapidamente da


cultura da fruta, objetivando a exportação da polpa congelada e de seus derivados, levando o
Brasil a ocupar a posição de maior produtor, consumidor e exportador mundial de acerola.

No Pará, no Nordeste brasileiro e em algumas localidades do interior paulista, muitos


hectares já estão com suas aceroleiras produzindo para suprir a demanda do mercado externo, em
4

franca expansão. Isto porque a acerola encaixa-se perfeitamente na tendência mundial, iniciada
durante a década de 80, da procura por produtos naturalmente saudáveis.

Na metade da década de 90, no mundo todo, a acerola está sendo amplamente consumida
in natura ou em sucos processados a partir da própria fruta congelada; em geléias, marmeladas,
compotas, licores ou refrescos.

Além disso, sua polpa é largamente utilizada no enriquecimento vitamínico do suco de


outras frutas, onde o ácido ascórbico atua também como antioxidante e preservante natural, e a
pasta de seus frutos verdes é matéria-prima para a fabricação de cápsulas de vitaminas, para
aqueles que acham o sabor da fruta ácido demais.
5

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O interesse dos produtores e do mercado consumidor da cultura de acerola (Malpighia


glabra L.) surgiu em razão do alto teor de vitaminas e compostos benéficos do fruto, como os
antioxidantes, descobertos por Ansejo (1959). Os carotenóides presentes na acerola podem
fornecer 720 a 4.540 unidades internacionais de vitamina A por 100 gramas de fruto, enquanto a
concentração de vitamina C pode variar entre 1.325 e 2.250 mg por 100 mL de suco.
Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, que apresentam grande contingente
populacional de baixa renda, a cultura de acerola exerce significativo papel social, devido à
possibilidade de contribuir para a melhoria de qualidade da nutrição e da saúde da população. No
Brasil, esta planta foi introduzida, oficialmente, em 1955, na região Nordeste, através da
Universidade Federal Rural de Pernambuco, com sementes trazidas de Porto Rico; entretanto o
cultivo da aceroleira adquiriu escala comercial somente na década de 80, sendo pioneiros os
estados da Bahia e do Pará, que visavam à exportação da acerola para a Europa e o Japão.
Os preços de acerola no atacado, segundo dados do CEAGESP (2003), para o mês de
maio de 2003, variaram entre 6,00 e 6,66 reais por quilo. De acordo com dados coletados no
AGRIANUAL (2002), a renda líquida, na época em que a manutenção da produção é estável, ou
seja, do quinto ao décimo ano de produção, atinge 8.087 dólares por hectare mostrando, assim, a
importância econômica desta cultura.

MERCADO

Relativamente ao volume de produção de acerola no Brasil, os dados disponíveis,


tomando-se por base uma produtividade média de 10 t/ha, indicam um total de aproximadamente
150 mil toneladas de frutos, produzidos principalmente pela Região Nordeste. Sendo que os
pomares brasileiros são formados, basicamente, por plantas, em geral, ainda jovens e com
elevada heterogeneidade genética, sendo, portanto, bastante desuniformes e, conseqüentemente,
pouco produtivos. Com a introdução, em nossos sistemas de cultivo, de genótipos
agronomicamente superiores, acompanhada do emprego de técnicas adequadas de manejo
cultural, a produtividade média poderá ser substancialmente aumentada, podendo-se prever
6

valores em torno de 50 t/ha. Desse modo, o volume de produção de acerola no Brasil apresenta
um grande potencial de crescimento, sem a necessidade de expansão das áreas de cultivo atuais.
Parte considerável dessa produção não é aproveitada devido à alta perecibilidade dos
frutos, estimando-se em 40% as perdas pós-colheita. Quanto ao destino da produção, cerca de
60% permanecem no mercado interno e 40% vão para o mercado externo. No tocante ao mercado
interno, o volume de produção é distribuído entre a indústria (46%), atacado (28%), varejo
(19%), bem como cooperativas e outras associações de produtores (7%).

Mercado Interno

Considerando-se o período de junho de 1996 a junho de 1997, estima-se que o consumo


interno tenha sido de 25.668 t (cerca de 60% da produção, excluindo-se as perdas). Quanto à
comercialização da produção, esta se dá sob diversas formas, incluindo: frutos in natura; frutos
congelados (embalagens plásticas de 1 kg, 5 kg e 20 kg); polpa em tambores de 200 L, bombonas
de 20 L, bem como em embalagens plásticas de 1 kg e de 100 g (polpinha); suco (em garrafas de
220 ml e 500 ml, bem como embalados em caixas Tetra Pack de 250 ml e de 1 L). A demanda
futura de frutos de acerola, nota-se uma clara tendência de expansão, uma vez que o mercado
comprador, principalmente as agroindústrias, acusa uma falta do produto durante determinados
períodos do ano.
No momento, a maioria dos pomares de acerola concentra-se entre médios produtores
(pomares de 5 ha a 30 ha), compreendendo cerca de 43% da área plantada no país. Bahia, Paraná,
Rondônia, Pernambuco e Rio Grande do Norte destacam-se, entre os principais Estados
produtores, por uma expressiva predominância de pomares com pequeno e médio porte. No
tocante aos pequenos (pomares até 5 ha) e grandes produtores (pomares acima de 30 ha), estes
relacionam-se, respectivamente, a 33% e 24% da área total cultivada com acerola no Brasil.
Tendo-se em vista, porém, o fato de que os cultivos de acerola exigem, principalmente
nas fases pós-colheita, uma alta demanda tecnológica, é previsível uma alteração do quadro ora
apresentado, uma vez que os médios e grandes produtores, via de regra mais capitalizados, têm
maiores possibilidades de permanência no mercado. Pode-se prever que a sobrevivência dos
pequenos produtores dependerá diretamente de uma maior organização dos mesmos, em grupos
como cooperativas e associações e em parcerias com agroindústrias.
7

Mercado Externo.

Conforme comentário anterior, cerca de 40% da produção brasileira de acerola destinam-


se ao mercado externo. Isto significa que, considerando-se o período 1996-97, um total estimado
em 17.112 t de frutos foi transformado em diversos produtos de exportação, compreendendo:
polpa integral, polpa concentrada, acerola em pó (14% de vitamina C) e acerola ultra-filtrada (7%
de vitamina C). Essa produção foi absorvida principalmente pelos Estados Unidos da América,
Alemanha, França, Japão e Países Baixos.
8

CARACTERISTICAS DA PLANTA

Arbusto de até 3 m de altura. Tronco que se ramifica desde a base. Copa densa com folhas
pequenas de coloração verde-escura e brilhante. Flores dispostas em cachos de coloração rósea a
violeta esbranquiçada. Floração durante o ano todo.

FRUTO

Fruto carnoso de superfície lisa ou dividido em 3 gomos, de coloração vermelho-


alaranjada quando madura. Contém 3 sementes. A frutificação ocorre 3 a 4 semanas após o
aparecimento das flores.

CULTIVO

Desenvolve-se em qualquer tipo de solo, de fertilidade mediana, bem drenados. Prefere


regiões mais quentes (25°C a 27°C). Podendo ser cultivado o ano todo e principalmente na
estação chuvosa. Possui crescimento lento e pode ser utilizada como planta ornamental.

SOLOS

Desenvolve-se bem em quase todos os tipos de solos. Os de fertilidade media e os argilo-


arenosos, por reterem maior teor de umidade, são os mais indicados. Solos alcalinos devem ser
evitados, pois dificultam a assimilação de nutrientes. Essa planta é intolerante a solos
encharcados, deve-se dar preferência a solos ricos, profundos e bem drenados.

CLIMA

A aceroleira é uma planta rústica, desenvolve-se bem em clima tropical e subtropical.


Quando adulta suas folhas persistentes suportam temperaturas inferiores a 0°C. Durante o
período seco e frio a planta permanece estacionaria, o que é normal, porem, quando a temperatura
9

se eleva, a vegetação e o florescimento mantêm-se constantes. Se houver precipitações, a


vegetação, o florescimento e a frutificação são acelerados. Por isso que frutificação ocorre na
primavera.

VARIEDADES

As variedades de acerola podem ser classificadas em doces, ácidas e sub-ácidas. Estes


tipos diferenciam-se principalmente pelos teores de açúcares - sólidos solúveis totais (SST) e
acidez total titulável (ATT) nos frutos maduros. As variedades doces são indicadas para a mesa,
as variedades ácidas são mais utilizadas na industrialização, sendo que apresentam sabor pouco
agradável, por conter teor de acidez elevado. Por sua vez, as variedades sub-ácidas apresentam
teores intermediários de açúcares e acidez, podendo ser utilizadas para ambas as finalidades.

Variedades doces

Manoa Sweet – apresenta copa ereta e estendida, é vigorosa, prolífica e tem tendência a
produzir muita ramagem líder, atingindo ate 5m de altura. Seus frutos são de coloração Amarela-
avermelhada quando completamente maduros. São doces, de bom sabor. É recomendada para
plantios caseiros.
Tropical ruby – o habito de crescimento lembra a Manoa Sweet, necessitando de
controle para desenvolver tronco único. Quando não podada pode atingir 5m de altura. Boa
produtora, seus frutos são idênticos aos da Manoa Sweet.
Hawaiian Queen – seu hábito de crescimento é ereto, esparramado e aberto. Igualmente,
deve ser conduzida de maneira a formar tronco único, o que pode ser praticado com menor
esforço que as anteriores.

Variedades ácidas.

J. H. Beaumont – denominação dada em homenagem ao Dr. John Beaumont, que foi


diretor da Estação Experimental de Agricultura do Havaí. Derivado se sementes obtidas na
10

Universidade de Miami, este clone é compacto, baixo, com ramagem densa e habito de
crescimento que pode ser facilmente conduzido para formar arbusto de tronco único. Tanto a
produção de frutos como de acido ascórbico são boas. Fruto grande, com coloração laranja
avermelhada quando completamente maduro.
C. F. Rehnborg – nome dado em homenagem ao Sr. Carl F. Rehnborg, devido ao seu
grande interesse pela acerola. Provenientes de Miami, as sementes germinaram no Havaí. A
planta é de formação compacta, densamente ramificada, podendo ser facilmente conduzida para
formar tronco único. Embora altamente produtiva, comparativamente seu teor de ácido ascórbico
é baixo. Apresenta fruto grande com coloração laranja avermelhada passando a vermelho escuro
quando maduro.
F. Haley – a denominação é derivada de Frederick Haley Sênior, primeiro a introduzir a
acerola na Havaí. Com sementes provenientes de Miami, essa variedade forma arvores boas para
pomares, sendo facilmente conduzida para tronco único e crescimento ereto, seus ramos são
alongados, com ramagem lateral não esparramada. Os frutos, de tamanho médio, tem coloração
vermelho-púrpura quando plenamente maduros. Esta variedade adapta-se melhor às áreas mais
secas.
Red Jumbo – é uma das melhores, indicada para plantações comerciais. Possui tronco
único, crescimento baixo. Na Havaí sua estação de florescimento prolonga-se de janeiro a
fevereiro. Embora seja arbusto baixo, a porcentagem de frutificação é relativamente alta e o fruto
grande, pesando 9,3g, em media, é de coloração atrativa, passa do vermelho-cereja para o
vermelho-púrpura quando em plena maturação.
11

PROPAGAÇÃO

A aceroleira pode ser propagada por via sexuada (através de sementes), via assexuada
(através de enxertia e estaquia).

PROPAGAÇÃO VIA SEXUADA

Semeadura.

A propagação por via sexual provoca uma serie de problemas no pomar, uma vez que são
observados baixo índice de germinação das sementes, segregação dos caracteres genéticos que
por sua vez influenciara nas características relativas ao vigor, conformação da copa e
produtividade da planta, bem como no tamanho, formato, coloração e sabor dos frutos, e
rendimento de ácido ascórbico. Baixa é a germinação das sementes a aceroleira. A germinação
varia de 20 a 30%. A perda do poder germinativo é rápido, as sementes mantém até 3 meses de
idade um poder germinativo de 47%, de 20% aos 6 meses e 10% aos 12 meses.
As sementes devem ser colhidas de plantas que apresentem boa produtividade, em
matrizes selecionadas. As plantas devem ser vigorosas, produtivas e isentas de pragas e doenças,
devendo as sementes serem retiradas dos frutos, completamente maduros, que são lavados e em
seguida sobre uma peneira sob jato de água corrente e secas à sombra por 3 a 5 dias.
A semeadura pode ser feita em qualquer época do ano onde será implantado o pomar com
irrigação. Em outras condições é preferível semear de 4 a 6 meses antes do plantio no campo de
forma a coincidir com inicio da estação chuvosa. A semeadura pode ser realizada diretamente em
recipientes ou em canteiros para posterior repicagem para aqueles.

Semeadura em recipientes – os principais recipientes utilizados são sacos plásticos de


dimensões variando de 10x25cm a 18x30cm, recomenda-se sacolas de25x30cm. As sementes são
semeadas em profundidade de 1 a 2 cm em numero de 5 a 10 por cada sacola, pois o percentual
de germinação é baixo, cerca de 20%. O substrato usado deve conter de duas a três partes de
terriço ou terra fértil misturadas com uma parte de esterco de curral curtido.
12

Semeadura em canteiros – os canteiros que servirão para a aceroleira devem possuir as


seguintes dimensões: 1 a 1,2m de largura por 10 a 20 de comprimento e 0,10 a 0,15m de altura.
Em cada metro quadrado de canteiro deve-se colocar 3 a 5 litros de esterco de curral curtido, 80 a
150 g de superfosfato simples e 30 a 50g de cloreto de potássio. Esses adubos devem ser
misturados com a terra do canteiro. Após 5 dias as sementes são semeadas em sulcos de 1 a 2cm
de profundidade e distanciados de 10 a 20cm entre si e a sementes distribuídas em fileiras
continuas dentro do sulco.
A emergência das plântulas em qualquer situação ocorre após 18 a 30 dias dependendo
das condições climáticas do local. O plantio no campo deve ser feito com as mudas apresentando
25 a 35 cm de altura.

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA VIA ASSEXUADA.

Estaquia, porta enxertos, enxertia.

Estaquia.

A estaquia é um dos processos de propagação vegetativa, que consiste em destacar


qualquer parte da planta mãe que tenha capacidade de desenvolver e formar um novo individuo.
Ela está baseada na faculdade de regeneração dos tecidos e na emissão de raízes, assim a
habilidade que tem um caule para emitir raízes vai depender da planta e do tratamento
subseqüente. Portanto, ela é função de da interação de fatores inerentes contidos em suas celular
– como as substâncias transportáveis produzidas nas folhas e gemas, de cofatores do
enraizamento – cuja fonte estariam também nas folhas, e de fatores externos do meio ambiente
como a luz, temperatura, umidade e oxigênio.
A estaquia em aceroleira apresenta inúmeras vantagens em relação a propagação sexuada,
entre elas destacam-se a precocidade da produção, a obtenção de clones e a simplicidade e
rapidez na produção de mudas. Com relação a enxertia, não apresenta o problema da
incompatibilidade entre enxerto e porta enxerto. Mostra porem o inconveniente de não produzir
raiz pivotante e sim raízes adventícias, que muitas vezes pode limitar a perfeita fixação da planta
13

ao solo. A produção por estaquia apresenta a formação de pomares mais uniformes, visto que
todas as plantas descendem de uma mesma matriz.
Utilizam-se estacas lenhosas com 2 pares de folhas, de 15 a 20cm de comprimento,
enterrando-se 1/3 em terra misturada com areia. Após 60 dias, transplantar para sacos plásticos,
levando a campo com 8 meses.

Porta-enxerto:

Porta-enxertos são as plantas em cuja haste é feito o enxerto, sustentando e fornecendo


água e nutrientes por meio das raízes. Sua propagação é feita mediante a semeadura dos caroços,
que são retirados de frutos maduros, lavados para a retirada da casca e polpa (A), e secos à
sombra.

Considerando que o número de caroços com sementes viáveis é baixo, entre 20 a 50%,
recomendasse aumentar na mesma proporção a quantidade de caroços a semear (B). A semeadura
pode ser feita em linhas ou espalhando os caroços ao acaso em caixas de madeira, plástico ou
isopor contendo um substrato poroso, bem drenado, geralmente constituído por areia lavada e
vermiculita na proporção, em volume, de 1:1. Em seguida, os caroços devem ser coberto com
uma camada de 1,0 cm de substrato e colocados em local sombreado e protegido. O início da
emergência das plântulas ocorre duas a três semanas após a semeadura, sendo repicadas para
sacos de polietileno preto contendo o substrato de crescimento quando apresentarem de dois a
três pares de folhas (C).

Após a repicagem, as plantas em desenvolvimento (D) devem ser conduzidas em viveiros,


com luminosidade natural em torno de 50%. As plantas estão aptas a serem enxertadas quando o
porta - enxerto atingir o diâmetro aproximado de um lápis (7 mm) a uma altura de 15 a 20 cm da
superfície do solo.
14

Enxertia

As mudas propagadas por enxertia apresentam um sistema de raízes mais vigoroso e por
isso mais agressivo, explorando assim um maior volume de solo. Alem disso a presença da raiz
pivotante, da muda enxertada, confere um maior sustentação da planta ao solo. O enxerto é a
parte da planta que dará origem à copa, responsável pela produção de frutos. A enxertia é feita
com o auxílio de um canivete, sendo a garfagem em fenda cheia o método mais utilizado em
acerola. Os garfos devem ser semilenhosos, com 3 a 4 gemas, isentos de pragas e doenças e
coletados de diferentes variedades compatíveis para plantio intercalado no pomar evitando que
predomine a autopolinização, que pode levar a uma menor produção de frutos.

Para que a enxertia seja bem sucedida é importante que os garfos tenham o mesmo
diâmetro dos porta-enxertos na região do enxerto. Além disso, recomenda-se que seja realizada
durante os meses quentes do ano, quando as plantas estão em pleno desenvolvimento vegetativo,
15

que favorece o pegamento. A compatibilidade, que é uma condição básica para que a planta
enxertada possa externar toda a sua função produtiva.

O processo inicia com decepa do porta-enxerto entre 15 a 20 cm de altura e o corte da


base do garfo em forma de cunha ou bisel (A). Em seguida, é feita uma incisão vertical no porta-
enxerto (B) e o ajuste do garfo nesta incisão (C). Posteriormente, é feito o amarrio do enxerto
com uma fita de polietileno (D) e a sua proteção com saco plástico para evitar o ressecamento,
mantendo-o até a emissão das brotações (E). A muda deve estar apta para plantio cerca de 90 dias
após a enxertia, com ramos primários desenvolvidos e folhas maduras (F). Sob condições
adequadas, espera-se uma percentagem de pegamento superior a 70%.
16

PRAGAS E DOENÇAS.

Apesar da rusticidade da acerola, a incidência de algumas pragas de maior ou menor


interesse econômico tem sido observada com freqüência nas áreas irrigadas do submédio São
Francisco, destacando-se, na estação seca, a dos pulgões.

Pulgões - podem causar sérios prejuízos à planta. Ao sugarem a parte final dos ramos,
provocam seu murchamento e morte, o que força a planta a gerar brotos laterais. Controle -
pulverizações de óleo mineral emulsionável, na concentração de 1 a 1,5% em água. Os pomares
irrigados por aspersão sobre a copa têm apresentado, em geral, menor índice de infestação.

Bicudo - Faz sua oviposição no ovário das flores e nos frutos em desenvolvimento dos
quais se alimenta nas primeiras etapas de seu crescimento. Em geral os frutos atacados pelo
bicudo ficam deformados. Controle - Pulverizar com paration na época do florescimento,
repetindo-se a pulverização após dez dias; observadas as recomendações do fabricante; recolher e
enterrar todos os frutos caídos no chão e eliminar as outras espécies do gênero Malpighia
existentes nas proximidades do pomar.

Nematóides - É a de maior importância econômica. A aceroleira é muito sensível ao


ataque de nematóides, principalmente os do gênero Meloidogyne. As plantas atacadas
enfraquecem e apresentam menor desenvolvimento, tanto da parte aérea como das raízes, que
encurtam e engrossam. Controle - Obter mudas sadias, produzidas em solos não infestados com
fitonematóides, e utilizar leguminosas como Crotalaria spectabilis e Crotalaria paulinea para
posterior incorporação ao solo.

Poderá ocorrer também o ataque de cochonilhas e cigarrinhas ainda não identificadas,


porém de controle simples. Em geral esses insetos são controlados, sem maiores custos, ao se
proceder às pulverizações para o combate das pragas de importância econômica.

Em certas épocas do ano, a mosca-das-frutas, Ceratitis capitata, causa prejuízos aos


frutos da acerola. Recomenda-se a utilização de paration ou óleo mineral para o controle das
cochonilhas e de enxofre para o controle dos ácaros, além de produtos à base de fenthion, como
isca ou em pulverização, contra a mosca-das-frutas.

As principais doenças que surgem nas plantações de acerola são:


17

Antracnose – constitui-se na mais difundida enfermidade da acerola no Brasil, podendo


afetar folhas, ramos e frutos. Em folhas tanto em mudas quanto em plantas adultas, os sintomas
característicos da antracnose são manchas esbranquiçadas, com estreito halo marrom circundando
a área necrosada.
Com o progresso da doença os tecidos centrais da mancha se fragmentam e caem,
deixando uma perfuração no limbo foliar. Em plantas em fase de frutificação o fungo causador da
antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) pode infectar os frutos, causando manchas
pequenas, enegrecias, as quais podem aumentar área necrosada. Os frutos afetados não se
prestam para a exportação, caracterizando elevados prejuízos para os produtores.
Mancha castanho – è causada pelo fungo Cercospora sp. Esta enfermidade é restrita as
folhas e caracteriza-se pela formação de manchas freqüentemente localizadas no ápice ou nas
bordas do limbo foliar, de coloração castanho, às vezes parda, circundada por um típico halo
clorótico.
Verrugose – a enfermidade se caracteriza por rugosidade nas folhas, principalmente na
superfície superior, algumas vezes acompanhado por nervuras das olhas. Em infecções severas as
folhas podem apresentar o limbo retorcido. É nos frutos, entretanto, onde os prejuízos, são mais
notórios. As rugosidades decorrentes da infecção afetam o desenvolvimento normal dos frutos,
provocando distorções e atrofiamento. Os frutos podem não atingir a maturidade ou terem seu
aspecto externo totalmente comprometido. O agente causador da verrugose é o fungo
Sphaceloma sp.
Cercosporiose – Esta doença caracteriza-se pela presença de tecido morto como
pontuações medindo de 1 a 5mm de diâmetro, arredondadas e, às vezes, irregulares, nas duas
faces das folhas, que amarelecem e caem. Os produtos químicos a base de cobre controlam a
doença.
18

COLHEITA E PÓS COLHEITA.

A colheita é feita a mão, sendo o inicio da produção relacionado à origem da planta.


Quando proveniente de propagação vegetativa, frutifica no 2º ano, enquanto que a propagada por
via sexuada inicia a frutificação aos dois anos e meio, a partir do plantio definitivo.
Cada aceroleira pode produzir de 20 a 30 Kg de frutos por ano. A colheita é feita
diariamente. O florescimento a partir de setembro ocorre quase continuamente e os frutos
amadurecem após 21 dias, devendo ser colhidos quando apresentarem uma cor rosada, tendendo
para o vermelho.
A colheita dos frutos da aceroleira destinados ao consumo in natura ou ao processamento
do suco para fins de exportação deve ser feita de maneira bastante criteriosa. Os colhedores
devem ser adequadamente treinados para o trabalho de colheita. As acerolas destinadas a
mercados consumidores distantes devem ser colhidas "de vez". Durante o processo de colheita,
seleção e embalagem, é preciso evitar que os frutos sofram pancadas ou ferimentos, o que acelera
sua deteriorização. Os frutos, principalmente os maduros, devem ser acondicionados nas caixas
de colheita em poucas camadas, pois o peso das camadas superiores pode provocar o rompimento
da casca dos frutos das camadas de baixo.
A comercialização da acerola in natura tem se limitado às imediações das regiões
produtoras, devido a sua alta perecibilidade a temperatura ambiente ou sob refrigeração.
Atualmente o fruto tem sido comercializado congelado ou em forma de produtos processados.
Os frutos devem ser colhidos nas horas em que as temperaturas são mais amenas, ou seja,
ate nove horas da manhã ou após as quinze horas, nos casos de dias de pleno sol.
Devem-se utilizar caixas de pvc de tamanho pequeno que permitam coluna de frutos até
15cm. Após a colheita os frutos não devem ficar expostos ao sol, para evitar a depreciação do
produto por perda de umidade, que a partir de certos níveis pode provocar prejuízos
consideráveis, em função a acerola ser comercializada por peso, e a exposições pode causar a
perda nos níveis de vitamina C.
No transporte para longas distancias se faz necessário a utilização de refrigeração. É feita
uma seleção dos frutos e forma manual, mantendo-se apenas aqueles de coloração vermelha e
rejeitando-se detritos de qualquer natureza e frutos injuriados.
19

A lavagem dos frutos dever ser feita em esteiras adequadas para o uso de jatos de água
fria sobre os frutos. Tanques contendo água fria podem ser utilizados, sendo que esta água deve
ser renovada com freqüência.
Após a seleção e lavagem os frutos devem ser levados para câmaras ou túneis de
congelamento em recipientes que permitam a passagem uniforme de fluxo de ar frio pelo frutos.
O congelamento deve ser realizado no menor tempo possível. O armazenamento é feito em
câmaras com temperatura em torno de – 20°C. durante o armazenamento de frutos
congelados,apesar da baixa temperatura, ocorre mudanças de ordem física,
bioquímica,microbiológica e nutricional, principalmente em função do tempo e da temperatura de
congelamento e armazenamento. Entre estas mudanças a principal é a recristalização da água.
Durante a comercialização é fundamental a manutenção da cadeia de frio durante o
transporte ou na comercialização.
20

REFERENCIAS

SÃO JOSÉ, Abel Rebouças. Acerola no Brasil, Produção e Mercado. Vitória da Conquista –
BA, DFZ/UESB, 1995.
NETTO, L. M. Acerola a cereja tropical. Nobel, 1986, São Paulo.

Anda mungkin juga menyukai