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opinião

de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan


(Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares).

A energia
descriminada
O Brasil é um país abençoado, pois possui oportunidade
de utilizar todos os tipos de tecnologias para geração de
energia elétrica, garantindo a sustentabilidade de maneira
ecologicamente correta.

É
o país que mais utiliza a energia renová- próximo é a geração nucleoelétrica, utilizando
vel através de geração de origem hidro combustível nacional, que é o urânio, não neces-
e biomassa. Investe em usinas eólicas e sitando de importação de qualquer outro combus-
térmicas convencionais. É um país líder tível, e sem depender de oscilações no preço do
mundial de energia limpa, porém, hoje, mesmo.
infelizmente, inicia um processo de utilização de O Brasil possui a sétima reserva mundial de
energia que irá impactar esta liderança: geração urânio, equivalente conforme

Foto: Banco de Imagens TN Petróleo


elétrica utilizando como combustível hidrocarbo- mencionado recentemente, a
netos. Fator este que poderá ser atenuado com a 7 bilhões de barris equivalen-
tecnologia discriminada no Plano Decenal de 2019, tes de petróleo, significando,
recentemente colocado para avaliação pública, “a segundo dados da ANP, em
tecnologia nuclear”. torno de 50% da reserva de
Como é de conhecimento dos órgãos de planeja- petróleo brasileiro conhecida
mento do setor elétrico, e frequentemente mencio- nesta presente data.
nado pelo Ministério de Minas e Energia, a partir Quando o Brasil iniciou
de 2025/2030 não existirá mais disponibilidade de a implantação de geração
aproveitamentos hídricos de porte para geração de nucleoelétrica com a cons-
energia elétrica, pois, pela avaliação das autorida- trução da Usina de Angra
des existem disponíveis hoje 260.000 MW hídricos, dos Reis, Unidade I, a Coreia
com cerca de 90.000 MW já aproveitados, 90.000 também iniciou com Kori 1 o
MW em desenvolvimento e os restantes em terra seu programa nuclear – este país possui 20 usinas
indígenas de impossível aproveitamento. Portanto, em operação, gerando 18.400 MW, seis usinas em
para o atendimento de energia elétrica de base construção de 6.800 MW, exportou há pouco quatro
existem duas possibilidades: a geração de energia usinas com tecnologia própria – e o Brasil, que
elétrica através de usinas termelétricas utilizando possui urânio e tecnologia completa do ciclo, só
como combustível urânio ou carvão. agora inicia sua terceira usina. No mundo, apenas
A tecnologia de geração de energia utilizando três países possuem tecnologia completa do ciclo e
carvão é altamente poluente, acrescentando grande urânio. São eles: Rússia, Estados Unidos e Brasil.
quantidade de CO2 ao meio ambiente e, sem dúvi- Acorda Brasil!
da, com as pesquisas que estão sendo desenvolvi- Vamos utilizar energia brasileira que atenda
das para queima limpa, no futuro poderá ser uma o seu crescimento sustentável e ambientalmente
solução. amigável. Existem 12 mil anos-reator sem nenhum
A solução do Brasil para atender o Sistema In- acidente e, como mostrado no estudo apresentado
tegrado Nacional, com energia de base, em futuro pelo Paul Scherrer, do Instituto da Suíça, com base

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em análise de todos os acidentes na indústria no mundo o tratamento de rejeitos vem ocorrendo de


período de 1969 a 1996 que inclui os acidentes maneira muito profissional e competente; e além
de Three Mile Island e Chernobyl, contemplando destes fatores as quantidades são pequenas, bem
13.914 acidentes industriais severos, incluindo como o combustível queimado em alguns países
4.290 da indústria de geração elétrica, foi cons- (por exemplo, o Japão) estão sendo processados e
tatado que para cada Terawatt/ano de geração de aumentando assim a disponibilidade de combustí-
eletricidade ocorre o seguinte: vel para as usinas. Por exemplo, os Estados Unidos,
• fatalidades mundiais por tecnologia: oito para que possuem em operação 103 reatores de geração
nuclear, 85 para gás natural, 342 para carvão, 418 elétrica, gerando cerca de 2.000 t de rejeitos por
para óleo, 884 para hidro e 3.289 para gás lique- ano que podem ser armazenados em almoxarifados
feito. de porte médio, tais como os de Angra dos Reis
É importante ressaltar que o fator de disponibi- (RJ). É um rejeito que não polui e é totalmente
lidade mundial médio de uma usina nuclear é su- controlado.
perior a 90%. No Brasil, Angra II atingiu em 2009 O Plano 2030 contempla quatro, seis ou oito
o fator de 92%, enquanto as outras tecnologias de unidades nucleoelétricas de 1.000 MW, porém para
usinas térmicas possuem um fator médio inferior, o Brasil ter sucesso na implantação destas unida-
como mencionado no Plano 2019: des é mandatório ser considerada a solução nu-
• óleo diesel e combustível: de 5% a 8%; cleoelétrica no Plano 2019, apresentando de modo
• usinas a gás: 27%; claro as atividades a serem consideradas no Plano
• carvão mineral: 50%; no período, para atender os requisitos necessários
• eólica: 30%. ao Sistema Integrado Nacional, em 2025/2030.
São também ressaltados no Plano 2019 que os Em recente publicação, o Operador Nacional
reduzidos fatores de capacidade, em especial para do Sistema Elétrico (ONS) ressaltou a necessidade
as termelétricas a óleo diesel e combustível, contri- de pelo menos 1.000 MW térmicos no período de
buirão para as baixas emissões de gases de efeito 2014-2018. Esta demanda poderia ser atendida em
estufa, efeitos estes que mostram mais um fator 2018 através de uma usina nuclear e, para tanto,
positivo para as nucleares, pois estas não emitem são necessárias providências imediatas.
gases poluentes. Se desejarmos ter, no futuro, uma solução
Então, mais uma vez, por que não considerar sustentável e ambientalmente correta para o Brasil,
uma energia brasileira, segura e amigável do ponto temos que incluir no Plano 2019 todas as ações
de vista ambiental? necessárias, para conseguirmos, após Angra III,
O que alegam os opositores a esta energia é que uma outra usina esteja em operação no período
o gerenciamento do combustível queimado e dos de 2018-2020, atendendo assim as necessidades de
rejeitos de média e baixa atividade. Não preten- energia elétrica de base para o Sistema Interligado
do aqui abordar em detalhe este tema, porém, no Nacional a partir de 2025/2030.

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