Anda di halaman 1dari 10

CONTROLE ADAPTATIVO BASEADO EM PASSIVIDADE APLICADO A

CONVERSORES ESTÁTICOS OPERANDO COMO CORRETORES DE FATOR


DE POTÊNCIA
Eduardo A. Oliveira, Lenin M. F. Morais, Seleme I. Seleme Jr., Pedro F. Donoso-Garcia,
Porfírio C. Cortizo, Marcos A. S. Mendes
Universidade Federal de Minas Gerais
CEP 31270-010, Av. Presidente Antônio Carlos, 6627. Belo Horizonte, MG.
Brasil.
eao@ufmg.br, lenin@cpdee.ufmg.br, seleme@cpdee.ufmg.br, pedro@cpdee.ufmg.br,
porfirio@cpdee.ufmg.br, marcoss@cpdee.ufmg.br

Resumo - Neste artigo é discutido o uso da técnica de


controle baseado em passividade aplicada a conversores NOMENCLATURA
estáticos do tipo abaixador de tensão (buck) e elevadores
de tensão (boost) operando como corretores ativos de z1(IL) Corrente no indutor do conversor.
fator de potência (CFP). É proposta uma modelagem do z2(Vo) Tensão no capacitor do conversor.
tipo Euler-Lagrange do conversor e, a partir deste Vd Tensão de saída desejada no conversor.
modelo, a definição das técnicas de controle por z1d Corrente desejada no indutor do conversor.
passividade direta (pela tensão no capacitor) e indireta z2d Referência de tensão gerada pelo controlador.
(pela corrente no indutor) com o reconhecimento da G Módulo da impedância de carga.
impedância de uma carga resistiva por um método μ Razão cíclica.
adaptativo. Por se tratar de uma técnica de controle não E Tensão senoidal retificada.
linear, não é necessário realizar a linearização no ponto G2 Parâmetro do controlador para o modo direto.
de operação mais critico, garantindo o funcionamento do R1 Parâmetro do controlador para o modo indireto.
CFP em toda a faixa de operação, atendendo os preceitos
da resolução da ANEEL - Agência Nacional de Energia
I. INTRODUÇÃO
Elétrica.
Pode-se definir a eficiência energética como a otimização
Palavras-Chave – Controle adaptativo, correção de que se pode fazer no consumo de energia. A eficiência
fator de potência, passividade. energética pressupõe a implementação de estratégias, de
controle e de medidas para combater o desperdício de
PASSIVITY-BASED ADAPTIVE CONTROL energia elétrica ao longo do processo de transformação:
APPLIED TO THE CONVERTERS desde a geração até a sua utilização.
OPERATING AS AN ACTIVE POWER Diversos equipamentos em instalações industriais podem
FACTOR CORRECTOR levar à degradação do fator de potência da tensão da rede,
como motores e transformadores operando a vazio ou com
baixa carga, motores de baixa potência [1], reatores de
Abstract – A passivity based control scheme is applied
lâmpadas de alta intensidade de descarga [2], dentre outros.
to the buck and boost converters operating as an active
Um sistema que possui um baixo fator de potência traz
power factor corrector. The converter is modeled via an
conseqüências negativas, tais como: solicitação de corrente
Euler-Lagrange (energy) approach and two control laws
maior para alimentar carga com a mesma potência ativa;
are derived from this non linear model: a direct control
aumento das perdas por efeito Joule nos cabos e linhas de
(using the voltage in the capacitor) and an indirect
transmissão; aumento das quedas de tensão; flutuações nos
control (via the current in the inductance current). The
sistemas de distribuição e sobrecarga nos equipamentos [3],
resistive load impedance is estimated using an adaptive
ou seja, o uso da energia de forma ineficiente.
approach. There is no need to consider the small signal
A legislação brasileira estabelece que o fator de potência
condition as in the case of linearized models. The control
de referência, “fr”, indutivo ou capacitivo, terá como limite
laws satisfy a wide range of operation of the converter
mínimo permitido, para as instalações elétricas das unidades
within specification.
consumidoras, o valor fr = 0,92 [4]. O fator de potência
1Keywords – Adaptive control, passivity, power factor
nestas instalações será verificado de forma obrigatória no
correction.
Grupo “A” (tensões superiores a 2,3 kV, em geral) e
facultativa no Grupo “B” (tensões inferiores a 2,3 kV, em
Artigo submetido em 15 de maio de 2008; primeira revisão em 26 de agosto geral). Fatores de potência abaixo de 0,92 terão os reativos
de 2008; segunda revisão em 11 de março de 2009. Recomendado para excedentes tarifados.
publicação pelos Editores da Seção Especial, João Carlos dos Santos
Fagundes e Felix Alberto Farret.
Uma forma possível de tornar o fator de potência próximo
de unitário é por meio de um circuito de correção de fator de

Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009 107


potência ativo na saída do estágio de retificação. Conversor • Função de fornecimento, que é a energia externa
do tipo buck e do tipo boost podem ser utilizados com esta recebida pelo sistema. Para circuitos elétricos, está
função. associada a fontes de tensão e de corrente;
Para o controle de conversores operando como corretor de • Função de dissipação, que representa a energia total
fator de potência (CFP) o que comumente se aplica são dissipada pelo sistema em um intervalo de tempo. Esta
técnicas convencionais, baseadas principalmente na energia está associada a resistores, em circuitos
linearização da dinâmica na condição critica de operação e elétrico.
uso de controladores PID (Proporcional-Integral-Derivativo) Em Khalil [13], são apresentadas definições em torno da
ou controle por avanço-atraso. Como muitos conversores são passividade de sistemas, como as que se seguem:
sistemas de fase não mínima, controladores baseados em Considere um sistema representado por:
técnicas lineares são muitas vezes de difícil ajuste para x& = f (x, u ) (1)
obtenção de um desempenho robusto, especialmente sob
y = h( x, u )
condição de grandes mudanças na referência e distúrbios na
operação do circuito que modificam o ponto de operação. Onde f : ℜ n → ℜ n é localmente Lipschitz f(0,0)=0 e h é
Uma das maiores vantagens de usar a modelagem Euler- continuo h(0,0)=0. Este sistema é denominado passivo se
Lagrange é a visualização física da estrutura, possibilitando existe uma função definida positiva simétrica (chamada
incluir fenômenos e características não lineares. Desta forma, função de armazenamento), tal que:
a incorporação de técnicas não lineares no projeto do ∂V (2)
controlador pode ser benéfica [5] u T y ≥ V& = f ( z, u )
∂z
O controle baseado em passividade fundamenta-se nos Outras definições para sistemas passivos:
conceitos de energia e consiste em encontrar, para um
• O sistema é sem perdas se u T y = V& .
sistema dinâmico, uma relação onde a planta armazene
menos energia do que absorve através da sua interconexão • O sistema é estritamente passivo com relação à
com o controlador [6]. entrada se u T y ≥ V& + u T φ (u ) para alguma função φ
A técnica de passividade aplicada a conversores estáticos
onde u T φ (u ) > 0 , ∀u ≠ 0 .
já foi abordada em literatura por diferentes autores: Sanders e
Verghese [7] propuseram a determinação da ação de controle • O sistema é estritamente passivo com relação à saída
a partir dos conceitos de passividade aplicados à função de se u T y ≥ V& + y T ρ (u ) para alguma função ρ onde
energia. Leyva et al [8] acrescentaram ao trabalho de Sanders
y T p (u ) > 0 , ∀y ≠ 0 .
o uso de integração para eliminar erros em regime
permanente, com análise para variações em grandes sinais. • O sistema é estritamente passivo com relação ao
Finalmente, Sira-Ramirez apresentou trabalhos ([9]-[11]) estado se u T y ≥ V& + ψ (z ) para alguma função
onde descreveu os conversores como sistemas Euler- definida positiva Ψ .
Lagrange e aplicou conceitos de controle baseado em Considere o mesmo sistema passivo representado por (1) e
passividade. Escobar e Sira-Ramirez [12] apresentaram com uma função de armazenamento V tal que:
resultados teóricos de um boost CFP com controle em modos dV
deslizantes baseado em passividade. ≤ uT y (3)
dt
Este artigo analisa o controle baseado em passividade
Sabe-se que, se este sistema não é estritamente passivo
aplicado ao controle de conversores estáticos do tipo
com relação a sua saída, pode-se utilizar uma realimentação
abaixador de tensão (buck) e elevadores de tensão (boost),
para levá-lo a esta condição.
operando na correção de fator de potência. São discutidas
Um circuito elétrico pode ser modelado a partir da
duas formas distintas de inserção da técnica neste tipo
equação diferencial não-linear de Euler-Lagrange [14]:
conversor: controle direto da tensão de saída e controle
indireto da tensão via corrente no indutor. d ⎛ ∂l ⎞ ∂l ∂N
⎜⎜ ⎟⎟ − =− + Fq (4)
Na Seção II é apresentada uma breve revisão sobre os dt ⎝ ∂q& ⎠ ∂q ∂q&
principais conceitos de passividade. Na Seção III, são Onde q& é o vetor fluxo de corrente, q é o vetor carga
descritas as técnicas de controle implementadas para o buck
elétrica, N é o vetor com as funções de dissipação e
CFP e apresentadas a leis de controle para este e para o boost
Fq=(Fq1,...,Fqn) representa o vetor com as componentes de
CFP. Na Seção IV é realizada uma comparação entre os
força. A função l é o Lagrangiano do sistema e é definida
resultados de simulação e resultados experimentais, com a
como:
devida discussão. Finalmente, na Seção V é apresentada a
conclusão do trabalho. l(q& , q ) = M (q& , q ) − W (q ) (5)
O termo M representa a co-energia magnética no circuito
II. PASSIVIDADE (armazenada em indutores) e W é a energia de campo elétrico
do circuito (armazenada em capacitores). Os termos (M, W,
A aplicação dos conceitos de passividade implica a N, F) são os parâmetros Euler-Lagrange do sistema.
existência de três funções de energia [13]:
• Função de armazenamento, que representa a energia III. CONTROLE BASEADO EM PASSIVIDADE
armazenada no sistema. No caso de circuitos elétricos,
esta energia está associada a capacitores e indutores; Baseado nos trabalhos de Sira-Ramirez et al [9]-[11] e
Ortega et al [15], podemos propor a modelagem e a técnica

108 Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009


de controle baseado em passividade. O conversor buck da A restrição G2 é que seja estritamente positivo e sua
Figura 1 possui um modelo médio que pode ser representado inserção tem o efeito similar à de uma resistência em paralelo
matricialmente: com o capacitor C. Desta forma, tem-se a equação de erro
D B z& + (J B + R B )z = μE B dinâmica dada por:
⎡z ⎤ ⎡L 0 ⎤ ⎡ 0 1⎤ D B ~z& + ( J B + R B ) ~z =
z = ⎢ 1 ⎥ , DB = ⎢ (12)
0 ⎥ , J B = ⎢ − 1 0⎥ μE − [D z& + ( J + R ) z − R ~z ]
⎣ 2⎦
z ⎣ C ⎦ ⎣ ⎦ (6) B B d B B d 2B
O ajuste da energia, juntamente com o amortecimento
⎡0 0 ⎤ ⎡E ⎤ proporcionado por G 2 , pode ser obtido se fizermos:
RB = ⎢ ⎥ , EB = ⎢ ⎥
⎣0 G ⎦ ⎣0⎦ μE B − [D B z& d + ( J B + R B ) z d − R 2 B ~z ] = 0 (13)
Assim, o erro dinâmico pode ser estabilizado e poderá
satisfazer:
D B ~z& + ( J B + R B ) ~z = 0 (14)
Pode-se propor uma equação para a energia desejada para
o sistema, associada ao vetor de (14):
1 T
Fig. 1. Conversor buck aplicado à correção de fator de potência. Hd = ~ z D B ~z > 0 ∀z ≠ 0 (15)
2
Faz-se (15) como uma função candidata de Lyapunov para
Onde z1 e z2 são as variáveis de estado do sistema e a equação de erro dinâmico (14). A derivada no tempo de
G=1/R para cargas resistivas. (15) ao longo de (14) resulta em uma constante α
Para que ocorra a correção do fator de potência é preciso estritamente positiva, tal que:
que a corrente do indutor possua um comportamento similar H& d (t ) = − ~z T R Bd ~z ≤ −αH d (t ) < 0 ∀z ≠ 0 (16)
ao da tensão de saída do retificador, que pode ser aproximada
Com a condição acima satisfeita, podemos garantir que:
por:
∞ μE B = D B z& d + ( J B + R B ) z d − R2 B ~z (17)
E = V in = ∑ E i sen(120πt × i + φ i ) Explicitando os parâmetros, temos:
i =1,3,5... (7)
Lz&1d + z 2 d = μE
E ≈ E1 sen(120πt + φ1 ) (18)
Cz& 2 d − z1d + Gz 2 d − G 2 (z 2 − Vd ) = 0
Para um conversor buck ideal, operando sem a correção de
fator de potência, tem-se a corrente desejada dada por: A partir de (18), pode-se obter a lei de controle baseado
z1d = GV d em passividade para um conversor buck com uma carga G
(8)
conhecida e ajuste direto pela tensão de capacitor C:
Considerando as variáveis de erro dadas por:
~ z − Gz 2 d + G 2 (z 2 − Vd )
z1 (t ) = z1 (t ) − z1d (t ) z& 2 d = 1d (19)
~ (9) C
z 2 ( t ) = z 2 (t ) − V d Lz& + z 2 d
O vetor erro médio dinâmico é então dado por: μ = 1d (20)
E
z& + ( J B + RB ) ~z = μEB − [DB z&d + ( J B + RB ) zd ] (10)
DB ~
B. Controle Indireto ou Série
O projeto de um controle baseado em passividade em A inserção do termo dissipativo para o controle indireto é
circuitos de conversores estáticos consiste em manipular o dada por:
fluxo de energia do sistema de modo a garantir o
rastreamento de uma trajetória das variáveis de estado ⎡ R 0⎤
R1B = ⎢ 1 ⎥ R1 > 0
(tensão no capacitor e corrente no indutor) adicionando um
⎣ 0 0⎦ (21)
amortecimento pré-definido (R1) [5]. No caso dos
R Bd z = (R B + R1B )z
~ ~
conversores buck e boost, o controle da tensão de saída pode
ser feito diretamente, com a injeção do termo dissipativo em Assim como G2, R1 deve ser estritamente positivo. A sua
paralelo com o capacitor C, ou indiretamente, com a injeção inserção tem o efeito similar ao de uma resistência em série
da resistência em série com o indutor L. com o indutor L. Seguindo o mesmo procedimento descrito
para o método direto, podemos definir a lei de controle
A. Controle Direto ou Paralelo baseado em passividade para um conversor buck com uma
Para realizar o controle direto da tensão de saída temos carga G conhecida e ajuste indireto da tensão z2 pela corrente
que inserir o termo dissipativo tal que: no indutor L:

⎡0 0 ⎤ z1d − Gz 2 d
R2 B = ⎢ G2 > 0 z& 2 d = (22)
⎥ C
⎣0 G 2 ⎦ (11)
Lz&1d + z 2 d − R1 (z1 − z1d )
z = (R B + R 2 B )~z
R Bd ~ μ= (23)
E

Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009 109


C. Controle Adaptativo λ ≤ ωt + φ ≤ π − λ ou Vin (t ) ≥ V d
Quando a carga é desconhecida, porém constante, pode-se Onde, para uma carga estimada:
usar uma estratégia de controle adaptativo baseado em
passividade conforme apresentado [10], onde a condutância V d θˆπ
Ip = (35)
desconhecida da carga é adaptada como: 2 cos(λ ) + (2γ − π )sen(λ )
Para a situação de carga conhecida, basta substituir o
&
θˆ = −kz 2d (z 2 − z 2 d ) k >0 (24) termo adaptativo θˆ na equação de Ip, pela condutância
conhecida G. O produto da função por Ip é necessário para a
Com θ=G sendo a carga desconhecida e θˆ sendo a
manutenção da corrente média no indutor
condutância estimada para a carga. (conseqüentemente, da potência de entrada), quando
Desta forma, a técnica de controle direto para os comparado com a situação sem correção de fator de potência,
conversores buck passa a ser representada: descrita em (8).
z − θˆz 2 d + G 2 (z 2 − Vd ) Observa-se que, para a correção de fator de potência, a
z& 2 d = 1d (25)
C corrente desejada no indutor z1d não é mais constante,
Lz& + z 2 d − R1 (z1 − z1d ) conseqüentemente, não se pode falar em ponto de equilíbrio
μ = 1d (26) e sim em trajetória a ser rastreada. Os resultados
E anteriormente apresentados para a lei de controle se aplicam,
Ao mesmo modo, a técnica de controle indireto pode ser desde que seja considerado que a dinâmica da referência z1d é
representada para conversores buck: bem mais lenta do que a dinâmica de chaveamento do
z − θˆz 2 d conversor.
z& 2 d = 1 d (27)
C
Lz& + z 2 d − R1 (z1 − z1d ) E. Eliminação do erro na tensão de saída
μ = 1d (28) Para eliminar possíveis erros em regime permanente na
E
A inclusão do termo adaptativo proporciona um novo tensão de saída zz deve-se utilizar um termo integrativo tal
parâmetro para ajuste dos controles: k. que [11]:
Nos dois casos, o erro dinâmico do conversor buck é
I = −k i ∫ [z 2 (s ) − Vd ]ds
t
perturbado pelo erro de estimação da condutância da carga, ki > 0 (36)
sendo (12) reescrita como: 0
DB ~
z& + ( J B + RB )~
z =Ψ (29) Onde ki é um ganho que depende do ponto de inserção da
O termo de perturbação é dado por: integração, que pode ser tanto no cálculo de z2d quanto na
obtenção da razão cíclica µ.
⎡ 0 ⎤
Ψ = ⎢ ~⎥ (30)
⎣ z2dθ ⎦ F. Leis de controle para o conversor boost
Onde: A partir do modelo matricial do conversor boost da Figura
~ 2, dado por:
θ = θ − θˆ (31)
Respeitadas as seguintes restrições: E>z2d(0)>0, θ (0 ) > 0
ˆ D B z& + (1 − μ ) J B z + R B z = E B
e Vd>0, com os parâmetros de controle R1>0 e G2>0, o ⎡z ⎤ ⎡L 0 ⎤ ⎡ 0 1⎤
sistema dinâmico dado por (29)-(30), com as leis de controle z = ⎢ 1 ⎥ DB = ⎢ ⎥ J B = ⎢ − 1 0⎥
⎣ 2⎦
z ⎣ 0 C ⎦ ⎣ ⎦ (37)
dadas por (24) a (28), converge assintoticamente para o
ponto de equilíbrio [10]: ⎡0 0 ⎤ ⎡E ⎤
( )
z1 , z 2 , z 2 d , θˆ = (GV d , V d , V d , G ) (32)
RB = ⎢
⎣ 0 G ⎥

EB = ⎢ ⎥
⎣0⎦

D. Correção de Fator de Potência


Uma vez que a corrente z1 converge para o valor de z1d,
para sincronizar a corrente de entrada e a tensão de entrada,
deve-se alterar a corrente desejada no indutor sem que isso
represente alteração no fluxo de energia do sistema. Sendo:
Fig. 2. Conversor boost aplicado à correção de fator de potência.
V ⎛V ⎞
γ= d λ = arcsen⎜⎜ d ⎟⎟ (33)
E1 ⎝ E1 ⎠ Pode-se descrever o mesmo procedimento aplicado aos
Temos: conversores buck. Desta forma, para um termo adaptativo
dado por (24), a lei de controle direto para o conversor boost
z1d = 0
com carga estimada é dada por:
(0 < ωt + φ < λ ) ∪ (π − λ < ωt + φ < π ) (1 − μ )z 1 d − θˆz 2 d + G 2 ( z 2 − V d )
(34) z& 2 d = (38)
ou Vin (t ) < V d C
[
z1d = I p sen(ω1t + φ ) − sen(λ ) ] μ =1−
E − L z& 1 d
(39)
z 2d

110 Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009


A lei de controle indireta com carga estimada: conhecida. O termo integrativo da equação (36) foi inserido,
(1 − μ )z1d − θˆz 2 d
z& 2 d = (40)
através de uma soma simples, na função que determina o
C valor de µ, ou seja, em (20) e (23).
1 As Figuras 3 e 4 mostram os resultados obtidos para o
μ = 1− [E + R1 (z1 − z1d ) − Lz&1d ] (41) controle em modo indireto. Pode-se observar o
z 2d
comportamento de sincronismo entre a tensão de rede e a
Para a correção de fator de potência, a trajetória da
corrente drenada da rede, o que leva a um fator de
corrente z1d deve ser dada por:
deslocamento de aproximadamente fd≈0,97.
θ V d2
z1 d = 2 sen (ω t + φ ) (42) A corrente no indutor é nula nos intervalos de tempo em
E max que o módulo da tensão da rede é menor que a tensão de
O coeficiente de valor 2 (dois) da equação (42) tem a saída, uma vez que o principio de funcionamento do
mesma função do termo Ip para os conversores buck, ou seja, conversor não possibilita a atuação do controle. Esta
para a manutenção da corrente média no indutor, quando distorção na corrente de entrada não impede que o fator de
comparado com a situação em que a correção de fator de potência fique dentro do normatizado [4], no caso, fp≈0,96.
potência não é o objetivo, ou seja: Além disso, a corrente no indutor tem um valor médio bem
θ V d2 próximo do valor de referência z1d inserido na técnica de
z1d = (43) controle. A tensão de saída média atingiu o valor desejado
E
Quando a tensão E atinge um valor muito baixo, torna-se Vd=25 V, quando utilizado o termo integrativo.
necessária a alteração na estratégia de controle, a fim de
evitar problemas de processamento, em especial, divisões por 4

z 1 d (A )
zero. Desta forma, pode-se redefinir a estratégia de controle 2

para: 0
450 455 460 465 470 475 480 485 490 495
θz 2 d Tempo (ms)
z& 2 d = (44)
C
4
μ =1 (45)
z 1 (A )

0
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 450 455 460 465 470 475 480 485 490 495
Tempo (ms)
A planta utilizada para testes foi um conversor buck com as 1

especificações e elementos apresentados na Tabela I. 0.5


μ

TABELA I 0
450 455 460 465 470 475 480 485 490 495
Elementos e especificações do projeto Tempo (ms)
L = 700 μH Indutor do buck
C = 4700 μF Capacitor do buck Fig. 3. Corrente de referência para o indutor (z1d), corrente no
P = GBPC3508W Ponte Retificadora indutor (z1) e razão cíclica (µ) para controle baseado em passividade
D = MUR1560 Diodo do buck no modo indireto.
Sw = G4BC20UD Chave estática (IGBT) do buck
Lf = 280 μH Indutor do filtro de entrada 30
z2 (V)

Cf = 11 μH Capacitor do filtro de entrada 25


Vin = 55 Vrms@60 Hz Tensão de Alimentação
Vd = 25 V Tensão desejada na saída do buck 20
450 460 470 480 490
Ro = 11 Ω Carga de teste
I in (A) - Vin/40 (V)

Tempo(ms)
Fchav_buck = 24 kHz Freqüência de chaveamento do buck
2

0
Para a relação tensão de rede 55 Vrms versus tensão de -2
450 460 470 480 490
saída 25 V, a corrente desejada no indutor z1d proporciona
Tempo (ms)
uma taxa de distorção harmônica THD=21,3 %. Uma vez 0.04
que a corrente drenada da rede é diretamente influenciada
0.02
I in

pela corrente no indutor, tal distorção limita o fator de


potência do conjunto apresentado a um valor máximo de 0
0 200 400 600 800 1000
fd=0,978. Frequência (Hz)

A. Comparação entre os métodos de controle Fig. 4. Tensão de saída (z2), corrente drenada da rede (Iin) e amostra
O circuito do conversor buck foi simulado utilizando o da tensão (tracejado) na rede (Vin/40) e FFT de Iipara controle
software Matlab® 2007b. Os resultados apresentados foram baseado em passividade no modo indireto.
obtidos com os parâmetros de controle ajustados em R1=20
Ω, no controle em modo indireto, e G2=1,0x10-2 S, para o A Figura 5 exibe os resultados obtidos para o controle no
modo direto. Para a constante de integração foi atribuído o modo direto. A corrente no indutor não consegue manter o
valor ki=40 e a condição em questão é para uma carga mesmo sincronismo obtido pelo controle em modo indireto,
causando uma elevada distorção na corrente. Desta forma,

Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009 111


apesar do fator de deslocamento entre as fundamentais
próximo de unitário (fd≈0,98), a distorção na corrente de rede
impede a obtenção de um fator de potência elevado.
30 5
4

z1d (A)
3
z2 (V)

25 2
1
0
20
450 460 470 480 490 450 460 470 480 490
Tempo (ms) Tempo (ms)
1 5
4
3
z1 (A)

0.5
μ

2 Fig. 7. Controle pelo modo indireto: Tensão (20V/div) E na saída


1 do retificador e corrente (1A/div) z1 no indutor do buck. Escala de
0 tempo: 5ms/div.
0
450 460 470 480 490 450 460 470 480 490
Tempo (ms) Tempo (ms) A Figura 8 exibe os sinais E e z1 descritos anteriormente,
Fig. 5. Tensão de saída (z1), corrente de referência para o indutor mas agora para o controle em modo direto. Apesar do
(z1d), razão cíclica (μ) e corrente no indutor (z1) para controle sincronismo dos sinais, é facilmente observada a distorção na
baseado em passividade modo direto. corrente do indutor e, conseqüentemente, na corrente da rede,
o que impede a correção do fator de potência.
Apesar da não correção do fator de potência, pode-se
observar o controle da tensão de saída do buck com o uso do
termo integrativo, com resposta similar à apresentada para o
método indireto.
Para a obtenção dos resultados experimentais utilizou-se
um DSP TMS320F2812, da Texas Instrument. Os algoritmos
de controle foram implementados em ponto flutuante, o que
possibilitou o uso de equações em tempo contínuo para
execução das técnicas de controle descritas.
A Figura 6 exibe a tensão da rede e a corrente drenada da
rede para o circuito implementado e operando na condição
com controle indireto da tensão de saída. Nesta condição de
operação, o fator de deslocamento obtido foi fd=0,97, o fator
de potência fp=0,94, a THD da tensão de entrada de 8,40 % e
a THD da corrente de entrada de 26,69 %. A Figura 7 exibe Fig. 8. Controle pelo modo direto: Tensão (20V/div) E na saída do
os sinais da tensão E na saída do retificador e a corrente z1 no retificador e corrente (1A/div) z1 no indutor do buck. Escala de
indutor do buck também para a técnica indireta. Podemos tempo: 5ms/div.
observar o sincronismo entre os dois sinais, sendo este o
compromisso principal de um corretor de fator de potência. B. Análise da estimação de carga
Para a análise da estimação de carga foi utilizado
conversor buck controlado pelo método indireto com ajuste
de parâmetros R1=20 Ω, k=1,0x10-2. Nesta situação, não foi
utilizada a integração para eliminar erros em regime
permanente.

TABELA II
Parâmetros do conjunto inversor com filtro e com
resistência de carga
Sw(1,2,3,4) Chaves estáticas do inversor
Vcarga= 15 Vrms@1 kHz Tensão desejada nos terminais da Carga
Rcarga≅3,96 Ω Resistência de Carga
Pcarga≅56,8 W Potência na Carga
Fig. 6. Controle pelo modo indireto: Tensão (50V/div) Vin na rede e
Lo=400 μH Indutor do filtro de saída
corrente (1A/div) Iin drenada da rede.
Escala de tempo: 5ms/div. Co=570 nF Capacitor do filtro de saída

112 Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009


A Tabela II exibe os parâmetros referentes a um circuito A Figura 11 exibe algumas das curvas descritas para a
inversor em ponte completa, alimentando uma resistência de carga puramente resistiva, mas agora para a operação com a
carga com filtro LC. Essa estrutura é similar a um reator carga descrita na Tabela II, ou seja, com um inversor de
eletrônico alimentando uma lâmpada de alta intensidade de freqüência como carga. Observa-se a manutenção do fator
descarga que esteja operando em regime, que pode ser de potência e do ripple na tensão de saída z2. Quanto à
modelada por uma resistência, ressalvado o fato da potência tensão de saída do buck, observa-se ainda a influência do
demandada pela carga na simulação não se tratar de um valor chaveamento do inversor. A carga a ser estimada é a mesma
comercial de potência para lâmpadas. para a condição de carga puramente resistiva, uma vez que é
As Figuras 9 e 10 mostram os resultados obtidos demandada a mesma potência do conversor buck com este
utilizando como carga a resistência de 11 Ω. Pode-se operando com a mesma tensão desejada Vd.
observar o comportamento de sincronismo entre a tensão de
P0 = z 22 G → G ≈ 90,9mS
rede e a corrente drenada da rede, o que leva a um fator de
(46)
deslocamento próximo de unitário. R= 1 = 11Ω
A distorção na corrente de entrada não impede que o fator G
de potência, no caso, fp≈0,95, fique dentro da especificação
da resolução específica [4]. Além disso, a corrente no indutor 30 12
tem um valor médio bem próximo do valor de referência 28
fd=0,97
inserido na técnica de controle. Os valores da carga estimada 11.5
fp=0,95

z 1 d (A )

1/θ (Ω )
26
e a tensão de saída ficam próximos do esperado, com o erro 11
em regime permanente devido a falta da integração, sendo 24

que esta mesma tensão apresenta um ripple de 22


10.5

aproximadamente 5 % com relação ao seu valor médio. 20 10


450 460 470 480 490 450 460 470 480 490
Tempo (ms) Tempo (ms)
30
z2 (V)

5 1
25
4 0.8
20 3
450 460 470 480 490 0.6
z 1 (A )
I in (A) - Vin/40 (V)

Tempo (ms) 2

μ
0.4
2 1
0 0.2
0
-1 0
450 460 470 480 490 450 460 470 480 490
-2 Tempo (ms) Tempo (ms)
450 460 470 480 490
Tempo (ms)
0.04
Fig. 11. Tensão de saída (z2), impedância estimada ( 1 / θˆ ),
corrente no indutor (z1) e ciclo de trabalho (µ) para carga descrita
0.02
I in

na Tabela II.
0
0 200 400 600 800 1000
Frequência (Hz) Quanto aos resultados experimentais, quando utilizada a
técnica adaptativa, a resistência de carga estimada pelo
~
Fig. 9. Tensão de saída (z2), Corrente drenada da rede (Iin) e controlador foi próxima de 11 Ω ( θ = 9,1× 10−2 ). Além
amostra da tensão (tracejado) na rede (Vin/40) e espetro harmônico disso, a Figura 12 demonstra que a inserção da técnica
de Iin para carga resistiva.
adaptativa não influi na correção do fator de potência, que
5 5 manteve os mesmos índices obtidos para a condição de carga
4 4 conhecida (fd =0,97 e fp =0,95).
3 3
z1d (A)

z1 (A)

2 2

1 1

0 0

-1 -1
450 460 470 480 490 450 460 470 480 490
Tempo (ms) Tempo (ms)

12 1

0.8
11.5
1/θ (Ω)

0.6
11
μ

0.4
10.5
0.2

10 0
450 460 470 480 490 450 460 470 480 490
Tempo (ms) Tempo (ms)

Fig. 10. Corrente de referência para o indutor (z1d), corrente


Fig. 12. Controle pelo modo indireto: Tensão (20V/div) E na
no indutor (z1), impedância estimada ( 1 / θˆ ) e ciclo de trabalho (µ) saída do retificador e corrente (1A/div) z1 no indutor do buck.
para carga resistiva. Escala de tempo: 5ms/div.

Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009 113


C. Transitórios de carga D. Regulação de tensão
Para os resultados apresentados a seguir, foi utilizado o Os parâmetros utilizados para estes testes foram: R1=15,
controle em modo indireto, com os parâmetros: R1=20, k=0,1 k=0,01 e ki =10. Na Tabela III são apresentados os resultados
e ki=40. obtidos para variações de 20 % na tensão de entrada.
A Fig. 13 exibe a situação onde ocorre uma redução pela
metade da carga, ocasionando uma breve elevação da tensão
de cerca de 10 % com relação ao valor em regime (25 V). A TABELA III
Figura 14 exibe o transitório para aumento da carga, onde é Resultados obtidos para diferentes pontos de operação do
possível observar um afundamento de tensão e o posterior sistema
retorno à operação em regime permanente. Nos dois casos, a Condições Vin_nom=55 V Vin_min=44 V Vin_max=66 V
medição foi feita utilizando o osciloscópio em modo AC, de Z2_min (V) 24,85 24,81 24,86
forma a privilegiar a observação do transitório. O fator de Z2_max (V) 25,11 25,13 25,17
potência não sofreu alteração por conta da alteração da carga. THD Vin 8,40 % 9,15 % 8,56 %
As impedâncias estimadas foram 9,3 Ω e 25,0 Ω para os THD Iin 26,69 % 31,25 % 27,91 %
valores reais de 16 Ω e 32 Ω, respectivamente. Porém, a φv - φi 1,4º 6,01º 2,10º
estimação de carga não é o objetivo do controle, e sim, a
fp 0,950 0,936 0,951
regulação da tensão de saída e a correção do fator de
potência com carga desconhecida. Este objetivo foi
alcançado, conforme mostram a Figuras 13 e 14. Observa-se que a variação do ponto de operação
influencia nos níveis de distorção harmônica, especialmente
quando é observada a redução na tensão de entrada. Com
esses parâmetros, torna-se possível calcular a regulação de
tensão:
z 2 (nom ) − z 2 (Vin _ min )
× 100 % = 1,19 % (47)
z2 (nom )
z 2 (nom ) − z 2 (Vin _ max )
× 100 % = 1,00 % (48)
T z 2 (nom )
1>
Considerando a condição com valor mais elevado, tem-se
que a regulação de tensão é de 1,19 %.

E. Execução do algoritmo
A fim de fornecer uma referência para a complexidade da
técnica de controle baseado em passividade, foi realizado o teste
para identificação do tempo de execução demandado para as
Fig. 13. Transitório na tensão de saída do buck CFP diante de rotinas de controle da técnica em referência com um controle
uma redução de carga, com variação da resistência de 16 Ω para 32 Ω. linear PI (Proporcional-Integral) com duas malhas. Os
Escalas: 1V/div; 250ms/div algoritmos foram implementados para a operação das variáveis
em ponto flutuante, o que aumenta o tempo de execução, se
comparado com variáveis ajustadas em ponto fixo. Observa-se
que o controle baseado em passividade demanda um maior
tempo para execução da rotina, com cerca de 32 μs contra os 23
μs dos controladores PI. No entanto, a diferença apresentada não
é relevante o suficiente para impedir o uso da técnica,
principalmente pelas vantagens que esta pode oferecer.
1> T

F. Conversor Boost CFP


Para simulação do conversor boost foram utilizadas as
especificações apresentadas na Tabela IV.

TABELA IV
Fig. 14. Transitório na tensão de saída do buck CFP diante de Elementos e especificações do projeto
um aumento de carga, com variação da resistência de 32 Ω para 16 Ω. L = 5,6 mH Indutor do boost
Escalas: 1V/div; 250ms/div C =220 μF Capacitor do boost
Vin = 127 Vrms@60 Hz Tensão de Alimentação
Vd = 400 V Tensão desejada na saída do boost
R o = 1k Ω Carga de teste
f chav _ boost = 24 kHz Freqüência de chaveamento do boost

114 Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009


A operação em modo de condução contínua com uma alta V. CONCLUSÕES
indutância dispensa, para efeitos de simulação, o uso de um
filtro de entrada. Com os parâmetros de controle ajustados O artigo apresentou uma discussão sobre duas formas de
em R1=100, k=1,0x10-6, e sem a correção da tensão de saída implementação de controle baseado em passividade em
(ki=0), foram obtidos os resultados apresentados nas Figuras conversores estáticos buck e boost operando como corretores
15 e 16. de fator de potência: método direto ou paralelo, com controle
direto da tensão de saída, e método indireto ou série, com
controle indireto da tensão de saída e ajuste da trajetória
2 desejada na corrente do indutor. Para os dois métodos de
z1d (A)

1 controle foi apresentada a possibilidade ou não da estimação


0 da carga através de uma técnica adaptativa.
450 460 470 480 490 Com a técnica de controle baseado em passividade
Tempo (ms) apresentada, o ajuste de parâmetros do controlador dispensa
2 a linearização da planta em torno de um ponto de operação
z1 (A)

1 critico, o que deprecia a resposta nas demais faixas de


0 operação, como ocorre em controladores PID. Além disso, o
450 460 470 480 490 controle clássico em conversores operando no modo de
Tempo (ms) condução contínuo demanda o uso de dois controladores,
1
devido ao controle da corrente no indutor, e,
0.5 conseqüentemente, o ajuste de no mínimo três parâmetros.
μ

0 Em contrapartida, a técnica de passividade necessita do


450 460 470 480 490 ajuste apenas de R1 ou G2 e ki, para uma carga conhecida. No
Tempo (ms)
caso de utilização de um terceiro parâmetro (uso de k),
adquire-se a vantagem de possuir uma estimação da carga.
Fig. 15. Corrente de referência para o indutor (z1d), corrente no
indutor (z1) e razão cíclica (µ) para controle baseado em passividade Os resultados obtidos para o controle indireto estão dentro
no modo indireto no conversor boost. dos desejados para esta aplicação, tais como baixo ripple na
tensão de saída e a correção do fator de potência,
principalmente com o sincronismo entre as fundamentais da
400
tensão e da corrente de rede.
z2 (V)

395
390 O uso do controle direto não proporciona uma corrente no
385 indutor similar à corrente desejada z1d, impedindo a correção
450 460 470 480 490
do fator de potência.
I in (A) - Vin/40 (V)

Tempo (ms)
5
Vale ainda ressaltar que a inclusão de um filtro de entrada
tem impacto sobre a dinâmica do conversor e sobre o
0
controle, tendo que ser levado em conta e dimensionado em
-5 sintonia com o projeto do controlador. Embora seja tema
450 460 470 480 490
Tempo (ms) relevante, este não é o foco do presente trabalho. É possível
1050 notar que no exemplo apresentado, o filtro de entrada não
teve influência relevante no desempenho do controle, ou seja,
1/θ (Ω)

1000
de um lado, as THDs resultantes atendem a norma e as
950
450 460 470 480 490
trajetórias de referência para as variáveis controladas são
Tempo (ms) rastreadas adequadamente.
A estimação da condutância da carga pode possibilitar,
Fig. 16. Tensão de saída (z2), Corrente drenada da rede (Iin) e sem maiores ajustes, a aplicação da técnica em diferentes
amostra da tensão (tracejado) na rede (Vin/40) e estimação de carga cargas. A limitação do ajuste fica por conta da dinâmica da
( 1 / θˆ ) para controle baseado em passividade no modo indireto no planta (intimamente ligada ao valor de k, visto que este é
conversor boost. fator determinante na taxa de variação da condutância
estimada) e que pode levar a razão cíclica à saturação (µ=0
Diante das condições apresentadas, o fator de ou µ=1). A estimação de carga pode ser utilizada para
deslocamento obtido foi unitário e o fator de potência foi detectar a ocorrência da ressonância acústica em lâmpadas de
fp=0,99, devido a uma pequena distorção na corrente de alta intensidade de descarga, uma vez que tal fenômeno
entrada (THD<2 %). A tensão média na saída apresenta um levaria a uma redução na condutância estimada,
pequeno erro com relação ao valor desejado, uma vez que possibilitando assim a execução de uma ação que evite a
não foi inserida a integração do erro no controle. A carga extinção do arco voltaico da lâmpada.
estimada apresenta um desvio de 1 % com relação ao valor Como trabalhos futuros, pretende-se avaliar a técnica de
real. passividade aplicada a conversores do tipo boost (elevadores
de tensão), uma vez que estes respondem pela maioria das
aplicações de conversores estáticos na correção de fator de
potência, e a influência dos parâmetros de ajuste (R1, G2 e k)
no comportamento do sistema.

Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009 115


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DADOS BIOGRÁFICOS

[1] A. E. Fitzgerald et al, Electric Machinery, McGraw Hill, Eduardo Augusto Oliveira, nascido em Belo Horizonte-
6a Edição, Nova Iorque, 2003. MG, em 23/11/1981, é engenheiro eletricista (2005) pela
[2] T. Suzuki et al, “Electronic ballast for fluorescent lamp”, UFMG, especialista em instrumentação (2008) pela PUC-
IEEE International Conference On Industrial MG e mestre em engenharia elétrica (2008) pela UFMG.
Applications INDUSCON, Porto Alegre, Nov. 2000. Suas áreas de interesse são controle aplicado à eletrônica
[3] F. P. Souza, Correção do Fator de Potência para de potência, conversores para correção de fator de potência e
instalações de baixa potência empregando filtros ativos, eficiência energética.
Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em
Engenharia Elétrica – Universidade Federal de Santa Lenin Martins Ferreira Morais, nascido em 04/03/1978 em
Catarina, 2000. Pirapora-MG, é engenheiro eletricista (2000), mestre (2002)
[4] Resolução ANEEL (Agência Nacional de Energia e doutor em Engenharia Elétrica (2007) pelo Programa de
Elétrica) no 456, de 29 de Novembro de 2000. Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFMG.
[5] D. Jeltsema and J. M. A. Scherpen, Tunning of Atualmente, é professor Adjunto do DELT – UFMG. Suas
Passivity-Preserving Controllers for Switched-Mode áreas de interesse são: eletrônica de potência, reatores
Power Converters”, IEEE Transactions on Automatic eletrônicos para lâmpadas AID, conversores CFP, sistemas
Control, vol. 49, nº 8, pp. 1333-1344, 2004. de controle eletrônico.
[6] M.I.A. Orozco, Control no lineal de convertidores
conmutados CC/CC: Análisis de prestaciones y Seleme Isaac Seleme Júnior, nascido em 1955 em Palmas-
verificación experimental, Tesis Doctoral, Programa de PR, é engenheiro eletricista (1977) pela Escola Politécnica de
Doctorado: Automatización Avanzada Y Robótica – São Paulo, mestre (1985) pela UFSC, doutor (1994) em
Universidad Politécnica da Cataluña, 2006. controle e automação pelo Institut National Polytechnique de
[7] R. Sanders and G.C. Verghese, “Lyapunov-Based Grenoble (INPG), Grenoble, França, e pós-doutorado no
Control for Switched Power Converters”, IEEE Power Electronic Group, University of California, Berkeley
Transactions on Automatic Control, vol. 7, nº 1, pp. 17- em 2002.
24, 1992. Atualmente é professor adjunto do DELT - UFMG. Suas
[8] R. Leyva et al, “Passivity-based integral control of a áreas de interesse são: eletrônica de potência, controle
boost converter for large-signal stability”, IEE aplicado à eletrônica de potência, acionamentos elétricos e
Proceedings. Control Theory and Applications, vol. 153, sistemas eletromecânicos.
nº 2, pp. 139-146, 2006.
[9] H. Sira-Ramirez, et al,.”Passivity-Based Controllers for Pedro Francisco Donoso-Garcia, nascido em 1955 em
the stabilization of DC-to-DC Power Converters”, Lima – Peru, é engenheiro eletricista op. eletrônica (1981)
Automatica, vol. 33, nº 4, pp. 499-513, 1997. pela UFRGS, mestre (1986) pela UFMG e doutor em
[10] H. Sira-Ramirez, R. Ortega and M. Garcia-Esteban, Engenharia Elétrica (1991) pela UFSC.
“Adaptive Passivity-Based Control of Average DC-to- Atualmente é professor Associado do Departamento de
DC Power Converters Models”, Internacional Journal of Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Minas
Adaptive Control and Signal Processing, vol. 11, pp. Gerais. Suas áreas de pesquisa incluem: Fontes de
489-499, 1997. alimentação com alta eficiência, sistemas de energia
[11] G. Escobar, R. Ortega, H. Sira-Ramirez, J.P. Vilain and ininterrupta, reatores eletrônicos, amplificadores de áudio
I. Zein, “An experimental comparison of several non lineares e chaveados.
linear controllers for power converters”, IEEE Control
Systems Magazine, vol.19, nº 1, pp. 66-82,1999. Porfírio Cabaleiro Cortizo, nascido em Belo Horizonte-
[12] G. Escobar and H. Sira-Ramirez, “A Passivity Based- MG em 26/03/1955. Formado em Engenharia Elétrica em
Sliding Mode Control Approach for the Regulation of 1978 na UFMG e doutor em Engenharia Elétrica em 1984 no
Power Factor Precompensators”, 37th IEEE Conference Intitut National Polytechnique de Toulouse, França.
on Decision & Control, Florida, USA, pp. 2423-2424, Desde 1984 é professor associado do DELT da UFMG, no
1998. cargo de Professor Associado. Sua área de atuação é
[13] H. K. Khalil, Nonlinear Systems, Prentice-Hall, 3a Eletrônica de Potência com interesse em Sistemas de
Edição, 2002. Alimentação Ininterrupta (UPS), fontes chaveadas de alta
[14] J. Meisel. Principles of Electromechanical Energy freqüência e técnicas de controle empregando DSP’s.
Conversion, McGraw-Hill, 1966.
[15] R. Ortega, A. Loria, R. Kelly and L. Praly, “On Marcos Antônio Severo Mendes, nascido em Patos de
Passivity-Based Output Feedback Global Stabilization of Minas-MG em 08/03/1967. Graduou-se em Engenharia
Euler-Lagrange Systems”, IEEE International Journal of Elétrica pela UFMG em 1994. Em 2001 recebeu o título de
Robust and Nonlinear Control, vol. 5, nº 1, pp.313-323, Doutor em Engenharia Elétrica pelo PPGEE-UFMG.
March, 2007. Atualmente é professor Adjunto do Departamento de
Engenharia Eletrônica da UFMG. As principais áreas de
interesse são: Eletrônica, Eletrônica de Potência, Métodos de
Modulação em Largura de Pulso, Processadores Digitais de
Sinais e suas aplicações.

116 Eletrônica de Potência, vol. 14, no. 2, Maio de 2009

Anda mungkin juga menyukai