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DA CITAÇÃO E DA INTIMAÇÃO
Sumário: 31.1 Introdução / 31.2 Instituto da citação / 31.3 Supri-
mento da citação / 31.4 Destinatário da citação / 31.5 Quem
deve ser citado / 31.6 Citação inicial dos militares em serviço ativo
e do funcionário público / 31.7 Citação inicial do agente
diplomático / 31.8 Pessoas a quem não se deve fazer citação
inicial / 31.9 Estabilização da demanda / 31.10 Efeitos da citação
inicial / 31.10.1 Prevenção do juízo / 31.10.2 Litispendência
31.10.3 Litigiosidade da coisa / 31.10.4 Constituição do devedor
em mora / 31.10.5 Interrupção da prescrição / 31.11 Modalidades
de citação / 31.11.1 Citação pelo correio / 31.11.2 Citação
através do Oficial de Justiça / 31.11.3 Citação por hora certa
31.11.4 Citação por edital / 31.12 Requisitos da citação por edital
31.13 Da intimação / 31.14 Destinatário da comunicação do ato
processual.
31.1 INTRODUÇÃO
É sabido que a relação jurídica processual é o próprio processo e,
para que se forme, é necessário que o réu seja citado. "Para a validade
do processo – diz o art. 214 do CPC – é indispensável a citação inicial
do réu". Por isso, é considerado o mais importante dos atos processuais,
exatamente por completar a formação da relação processual e instaurar o
contraditório no processo. Aliás, é regra de fundo constitucional que
ninguém pode ser condenado, sem antes ter conhecimento do que lhe é
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31.10.2 Litispendência
Litispendência significa existência de uma demanda em
andamento; a lide que não foi decidida (lites = lide, demanda) e
(pendentia = pender), ou seja, causa pendente. Enfim, litispendência é a
existência de ação em andamento, que não foi julgada. Na palavra do
mestre Vicente Greco Filho, a “litispendência é o fato processual da
existência de ação em andamento e que produz como efeito negativo a
impossibilidade de haver outro processo idêntico”.236
A conseqüência maior dessa pendência é a argüição, pelo
interessado, da preliminar de litispendência, impedindo que uma mesma
causa seja objeto de nova ação, até que a ação pendente seja decidida
definitivamente.
Portanto, existindo outra ação em andamento que contém as
mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, ou seja, a
repetição ipsis litteris de ação já em andamento, há litispendência que
gera a extinção da ação que se formou por último (CPC, art. 267, V).
A proibição da existência de ações idênticas é matéria de ordem
pública, tanto que o juiz pode extinguir de ofício, a qualquer tempo e em
qualquer grau de jurisdição.
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239 Segunda parte do art. 285: “do mandado constará que, não sendo
contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos
articulados pelo autor”.
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240 Art. 225: “O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá
conter: I – os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou
residências; II – o fim da citação, com todas as especificações constantes da
petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda
parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis: III – a cominação, se
houver; IV – o dia, hora e lugar do comparecimento; V – cópia do despacho;
VI – o prazo para defesa; VII – a assinatura do escrivão e a declaração de que
o subscreve por ordem do juiz”.
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Pode acontecer que, após ter procurado o réu por três vezes em seu
domicílio ou residência, o oficial de justiça suspeite que o réu esteja se
ocultando. Nesse caso, procurará qualquer pessoa da família, desde que capaz
(in RT 482/180) ou, em sua falta, qualquer vizinho maior, transmitindo-lhe
que, no dia imediato, procurará o réu em hora determinada para fazer-lhe a
citação. “Morando o citando em edifício de apartamentos, pode a hora certa
ser levantada na pessoa do porteiro ou do zelador" (in RT 730/268).
No dia e hora designados, o oficial de justiça comparecerá ao
domicílio ou residência do citando; se não o encontrar, inquirirá a pessoa
com quem deixou o recado e, se se convencer, realmente, de que o
citando está se ocultando, dará por feita a citação. Caso contrário, o
oficial de justiça não ultimará a citação e prosseguirá a diligência.
A consumação da citação por hora certa deve ser comunicada pelo
escrivão, através de carta, telegrama ou radiograma (art. 229). A propósito,
o Tribunal de Alçada de São Paulo já decidiu que "a citação com hora certa
deve obrigatoriamente ser completada com a expedição de carta, como
determina o art. 229 do Código de Processo Civil" (in RT 488/121).
Tratando-se de citação com hora certa, o prazo para contestação
tem o seu início com a juntada aos autos do mandado cumprido (CPC, art.
241, II).
No que tange à exigência da expedição da carta, diverge a
jurisprudência. Veja o que decidiu, certa vez, o mesmo tribunal: “O
expediente da carta do escrivão nada mais é do que providência
suplementar, para tornar mais certa a ciência da citação, mas não constitui
elemento integrante do respectivo ato citatório" (in RT 469/140).
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31.13 DA INTIMAÇÃO
Intimação, na definição legal, "... é o ato pelo qual se dá ciência a
alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer
alguma coisa" (CPC, art. 234). O objetivo da intimação, portanto, é
cientificar, avisar o advogado de determinado ato judicial. Essa incumbên-
cia está a cargo do escrivão, que a efetua de ofício, independente-mente de
requerimento da parte, quer intimando diretamente a pessoa nos próprios
autos em cartório, quer enviando ao órgão oficial para ser publicado, quer
mediante carta registrada, quer expedindo mandado a ser cumprido pelo
oficial de justiça. De qualquer maneira, o escrivão ou o oficial de justiça
deve declarar as circunstâncias em que a intimação é feita, quando esta for
pessoal: se em cartório, se por carta, por petição ou mandado. O Tribunal
não aceitou como válida a intimação pessoal do advogado por telefone com
fundamento de que esta só pode ser feita em cartório, à vista dos autos, para
pronto exame destes (in RT 527/200). Aliás, o ato da intimação é ato
solene. Veja o conteúdo do art. 239 do CPC:
“Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça
quando frustrada a realização pelo correio.
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter:
I – a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada,
mencionando, quando possível, o número de sua carteira
de identidade e o órgão que a expediu;
II – a declaração de entrega da contra-fé;
III – a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a
apôs no mandado”.
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