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FISIOPATOLOGIA DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

SENTIDOS QUÍMICOS
Paladar
Patologia do paladar
Olfacto
Patologia do olfacto
VISÃO
Olhos
Patologia dos músculos oculares
Túnicas do bulbo
Câmaras e líquidos do olho
Cristalino
Cataratas
Refracção
Patologia da refracção
Fotorecepção
Patologia da fotorecepção
Transdução nos fotoreceptores
Via visual
AUDIÇÃO
Estrutura do ouvido
Mecanismo da audição
Via auditiva
Patologia da audição
EQUILÍBRIO
Canais semicirculares
Vias do equilíbrio
SOMESTESIA
Definições
Via somestésica
Caracterização dos estímulos
Mecanoreceptores
Termoreceptores
Nociceptores
SENTIDOS QUIMICOS

Capítulo 1

PALADAR

Papilas gustativas

O sentido do paladar é mediado por grupos de células, os botões gustativos que


se encontram nas papilas gustativas.
As papilas gustativas são pequenas saliências da mucosa lingual que dão à
língua o seu aspecto rugoso.

http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/digestion/pregastric/taste.html
Cortesia de
R.A. Bowen
Colorado State University

Fig. 1.1 – Papilas gustativas

Distinguem-se três tipos principais de papilas – fungiformes, foliadas,


circunvaladas.
http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/taste.html
Cortesia de Tim Jacob

Fig. 1.2 – Tipos de papilas

Papilas fungiformes

São chamadas assim por terem um aspecto de fungos.


São particularmente abundantes no topo da língua.
São enervadas pelo ramo timpânico do facial.
A língua contém cerca de 200 papilas fungiformes.
Cada papila pode conter mais que um botão gustativo, tendo-se calculado 1120.
Papilas foliadas

Estão situadas no bordo da língua.


São enervadas pelo glossofaríngeo.
Tem cerca de 1180 botões gustativos.

Papilas circunvaladas ou caliciformes

São as maiores e menos numerosas.


Encontram-se 3 a 13 nos dois terços posteriores da língua.
Tem cerca de 2200 botões.
Enervada pelo glossofaríngeo.

Células

As células de sustentação representam a maioria das células da papila.


Isolam as células gustativas umas das outras e do epitélio lingual circundante.
Das extremidades das células de sustentação e gustativas emergem longas
microvilosidades que passam pelo poro gustativo e projectam-se na superfície do
epitélio, onde se banham na saliva.
São rodeadas por dendritos sensitivos que representam o segmento inicial da via
gustativa.
Devido à sua situação, as células gustativas são sujeitas a uma fricção intensa pelo que
se renovam de 10 a 14 dias.
A renovação está a cargo das células basais.

Estrutura dos botões gustativos

Estão constituídos por cerca de 40 células epiteliais colunares ligadas entre si pelo seu
grande eixo.
As células gustativas estão colocadas de modo a que as suas pontas formem um
pequeno poro, o poro gustativo por onde passarão os microvilos das células gustativas.

http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/digestion/pregastric/taste.html
Cortesia de
R.A. Bowen
Colorado State University
Fig. 1.3 – Botões gustativos
Sabores fundamentais e transdução

Localização dos sabores

As papilas responsáveis pelos sabores fundamentais encontram-se em partes diferentes


da língua.

http://www.ghettodriveby.com/taste/
Cortesia de Greg Frogh
Fig. 1.4 – Localização dos sabores

A sensação de gosto surge de uma despolarização provocada pelos iões cálcio.


O desencadeamento da despolarização deve-se aos diferentes receptores.

Sabor salgado

O sódio entra nos receptores pelos canais de sódio.


Trata-se do canal de sódio sensível ao amiloride.
A entrada do sódio activa os canais de cálcio condicionados pela voltagem.
A aldosterona aumenta o número de receptores.

Sabor ácido

Os protões bloqueiam os canais de potássio.


Como consequência a célula deixa de estar hiperpolarizada.
A despolarização assim criada permite a entrada de cálcio.
Sabor doce

A glicose ao ligar-se ao receptor activa a adenilciclase.


O AMP cíclico fosforila os canais de potássio, inibindo-os, criando assim uma
despolarização com entrada de cálcio.
A leptina inibe a abertura dos canais de potássio.

Sabor amargo

Liberta cálcio através da libertação do segundo mensageiro IP3.

Sabor umami

É o gosto de certos aminoácidos como o glutamato e o aspartato.


Deve-se à estimulação do receptor metabotropo do glutamato que activando una
proteína G eleva o cálcio intracelular.

Sabor glutamato

Deve-se à estimulação dos receptores NMDA que estimula o influxo de iões potássio e
sódio.

Limiares da sensação

Cada gosto tem um limiar de sensação diferente.

QUADRO 1.I
Limiares de sensação

Tipo de gosto Substancia Limiar

Salgado NaCl 0,01M


Acido HCl 0,0009M
Doce Sacarose 0,01M
Amargo Quinino 0,000008M
Umami Glutamato 0,0007

http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/digestion/pregastric/taste.html
Receptores

Sal

O ENaC (Epithelial Na Channel) existe em toda a língua mas só é funcional na sua


parte anterior.

Amargo

Família T2R contendo cerca de 70 membros.

Doce

Receptores TIR.

Umami

Receptor metabotropo do glutamato.


Receptor da família TIR (TIR1+3).

Ácido

Actuam os protões.

Via gustativa

Os receptores do gosto não têm axónios.


A informação é transmitida para as fibras dos aferentes.
Os aferentes são o ramo timpânico do facial e o glossofaríngeo.
A primeira sinapse gustativa faz-se na medula.
Daqui a informação vai para o córtex somato-sensorial para a percepção consciente do
gosto e para o hipotálamo, amígdala e ínsula para o componente afectivo do gosto
(aversão, secreção gástrica, comportamento alimentar).
http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/taste.html
Cortesia de Tim Jacob

http://www.hhmi.org/research/investigators/margolskee.html

Fig. 1.5 – Transdução dos sinais


Supergostadores

Algumas pessoas têm mais partículas gustativas e botões gustativos que os normais
Distinguem-se pela sua sensibilidade ao n-propil-tiouracilo (PROP) e pelo número
aumentado de papilas fungiformes.

(A) Top surface of the tongue of a non-taster


(B) Tongue of a supertaster. The small circles are fungiform papillae, each of which contains about six taste buds

http://biology.plosjournals.org/perlserv/?request=get-document&doi=10.1371%2Fjournal.pbio.0020064&ct=1

Fig. 1.6 – Hipergostadores

BIBLIOGRAFIA

Fisiologia do paladar

http://www.hhmi.org/research/investigators/margolskee.html
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/T/Taste.html
http://www.asha.org/about/publications/leader-online/archives/2002/q4/f021022a.htm
http://biology.plosjournals.org/perlserv/?request=get-
document&doi=10.1371%2Fjournal.pbio.0020064&ct=1
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/digestion/pregastric/taste.html
http://www.accessexcellence.org/WN/SUA14/taste42k.php
http://www.medecine-et-sante.com/anatomie/langueetgustation.html

Ilustrações- fisiologia do paladar

http://www.slideshare.net/lwolberg/chemical-senses-smell-and-taste/

Genética do paladar

http://www.accessexcellence.org/WN/SUA12/taste299.php
Interacções entre paladar e olfacto

http://www.unmc.edu/physiology/Mann/mann10.html

Papilas gustativas

http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/taste.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Taste_bud

Ilustrações – papilas gustativas

http://www.ghettodriveby.com/taste/

Via do paladar

http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/digestion/pregastric/taste.html
Capítulo 2

PATOLOGIA DO PALADAR

Ageusia e hipogeusia

Perda total ou parcial do gosto.


Geralmente devem-se a lesões dos nervos que enervam a língua como o ramo lingual do
trigémio e o glossofaríngeo.
Algumas doenças endócrinas como Cushing, hipotiroidismo ou diabetes podem
provocar, assim como a deficiência em zinco ou tratamento com anti-proliferativos
como a cis-platina.
Também pode ser devida a lesões locais como inflamação da língua (glossite), lesões
dos nervos locais.

Parageusia

Existência de mau gosto na boca como um gosto metálico.


Em geral deve-se a medicamentos como a tazolamida ou o metroonidazol.
Capítulo 3

OLFACTO

Sistema olfactivo

O órgão do olfacto é o epitélio da região olfactiva, placa amarelada de cerca de 5cm2 no


homem e 25 nos gatos, situada no teto das cavidades nasais.
É constituída por epitélio pseudoestratificado.
As células de sustentação que protegem os neurónios têm um pigmento amarelo claro
no homem e amarelo escuro nos cães. Parece que o pigmento tem um papel no olfacto
talvez absorvendo radiações como os infravermelhos.
As glândulas de Bowman produzem o muco que banha a superfície dos receptores. É
uma secreção aquosa contendo mucopolissacáridos, imunoglobinas, lisosoma e
peptidases.
A base do epitélio é constituída pelas células basais.

http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/olfact1.html
Cortesia de Tim Jacob

Fig. 3.1 – Sistema olfactivo

Células olfactivas

São neurónios bipolares com um dendrito muito fino que se termina numa dilatação
contendo 5 a 20 cílios, os cílios olfactivos.
Os cílios não se movem, tendo por função aumentar a superfície receptora.
Estão cobertos por uma camada de muco claro que constitui um solvente para as
moléculas odorantes.
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab25/lab25.htm
Cortesia de
Thomas Fletcher
Virgínia Maryla Regional College of Veterinary Medicine

http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/olfact1.html
Cortesia de Tim Jacob
http://www.leffingwell.com/olfaction.htm
cortesia de E. Leffingwell
Fig. 3.2 – Células olfactivas

Proteínas transportadoras dos odorantes

As proteínas transportadoras de odorantes ou OBP (Odorant Binding Proteins) são


proteínas existentes no muco olfactivo que facilitam a transferência dos ligandos
lipófilos (odorantes) através do muco e aumentam a concentração do odorante.

Estrutura dos receptores

As proteínas receptoras pertencem à família dos receptores ligados ao domínio 7-


transmembranário da proteína G (GPRC).
Os domínios 3 a 5 são muito variáveis e explicam assim as 350 isoformas existentes no
homem.
A parte C-terminal e as ansas I2 e I3 são domínios de ligação para a proteína
A estimulação dos receptores abre os canais de sódio.

http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/O/Olfaction.html
Cortesia de John W.Kimbal
Fig. 3.4 – Receptores
Especificidade das células olfactivas

O olfacto humano pode distinguir cerca de 10.000 moléculas.


As células olfactivas são estimuladas por cheiros primários que vão de 7 a 50 conforme
os autores.
Há cerca de 1000 genes (1% do genoma) que actuam no olfacto.

Adaptação do olfacto

A diminuição da sensibilidade aos cheiros ou adaptação olfactiva é muito rápida e


parece afectar tanto os receptores como o sistema nervoso.
Os receptores adaptam-se no primeiro segundo em cerca de 50%, sendo em seguida a
adaptação muito mais lenta.

Via olfactiva

Os axónios das células olfactivas formam os nervos olfactivos que se terminam nos
bulbos olfactivos que são as extremidades distais dos tractos olfactivos.
Aí fazem sinapses com as células mitrais (neurónios de 2ª ordem) existentes nos
glomerulos sinápticos.
10 a 100 neurónios partindo de receptores com a mesma especificidade, formam um
feixe olfactivo que penetra na lamina cribiforme e termina no bulbo olfactivo.
Cada glomérulo recebe assim um único tipo de sinais odorantes.
Os bulbos olfactivos contêm células granulosas, que libertam GABA.
O GABA é inibidor da transmissão da mensagem, permitindo apenas a passagem de
impulsos odorantes altamente excitadores.
Esta inibição explica a adaptação olfactiva, mecanismo que permite a adaptação a
cheiros persistentes.
Quando as células mitrais são activadas, os impulsos passam pelo tálamo para chegar às
áreas olfactivas do cérebro, onde os cheiros são interpretados conscientemente.
Dirigem-se em seguida para o sistema límbico que analisa os aspectos emocionais do
cheiro e reage a eles.
http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/olfact1.html
Cortesia de Tim Jacob

http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/olfact1.html
Cortesia de Tim Jacob
Fig. 3.5 – Via olfactiva
Estímulos

Receptores

Bulbo olfactivo

Celulas mitrais

Tálamo

Via olfactiva

Fig. 3.6 – Visão esquemática da via olfactiva

Via do trigémeo

O trigémeo oferece uma via sensitiva suplementar, independente das células olfactivas,
embora muito menos sensível.
Por exemplo estimulando o trigémeo o mentol produz uma sensação de quente e a
cânfora de frio.

BIBLIOGRAFIA

http://www.leffingwell.com/olfaction.htm
http://www.cf.ac.uk/biosi/staffinfo/jacob/
http://en.wikipedia.org/wiki/Olfaction
http://olfac.univ-lyon1.fr/sysolf/lso-frame.htm
http://faculty.washington.edu/chudler/nosek.html
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/O/Olfaction.html

Células olfactivas

http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab25/lab25.htm

Fisiologia do olfacto

http://www.leffingwell.com/olfaction.htm
http://faculty.washington.edu/chudler/nosek.html
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/O/Olfaction.html
http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/olfact1.html
http://www.chemistry.wustl.edu/~edudev/Smell/smell.html
http://www.bio-medicine.org/biology-definition/Olfaction/
http://www.sirc.org/publik/smell_human.html
Receptores do olfacto

http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/O/Olfaction.html

Via olfactiva

http://www.cf.ac.uk/biosi/staff/jacob/teaching/sensory/olfact1.html
http://www.leffingwell.com/olfaction.htm
Capítulo 4

PATOLOGIA DO OLFACTO

Anosmia

É a perda total ou parcial do cheiro.


Embora possa ser de origem genética, as causas mais frequentes são os traumatismos
cranianos que cortam os nervos olfactivos, a inflamação ou alergia ou obstruções
(pólipos).
Num terço dos casos deve-se à carência em zinco.

Crises unciformes

São alucinações olfactivas em que o doente sente um cheiro particular, quase sempre
repugnante.
Devem-se em geral a uma irritação da via olfactiva devida a uma cirurgia do encéfalo,
traumatismo craniano ou tumor na região do uncus do hipocampo.

Cacosmia

As pessoas com cacosmia apreciam certos cheiros desagradáveis ou fétidos.

Fantosmia

As pessoas cheiram odores que não estão presentes.

Hiperosmia

Aumento da sensibilidade olfactiva

BIBLIOGRAFIA

Anosmia

http://www.maxuk.net/nose.html
http://personal.ecu.edu/wuenschk/anosmia.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Anosmia
http://www.anosmiafoundation.org/index.shtml
Cacosmia

http://www.vulgaris-medical.com/encyclopedie/cacosmie-868.html

Fantosmia

http://en.wikipedia.org/wiki/Phantosmia
http://www.doctorhoffman.com/wwphant.htm

Hiperosmia

http://en.wikipedia.org/wiki/Hyperosmia

Hiposmia

http://en.wikipedia.org/wiki/Hyposmia

Parosmia

http://en.wikipedia.org/wiki/Parosmia
http://personal.ecu.edu/wuenschk/Parosmia-Treatment.htm
VISÃO

Capítulo 5

OLHOS

A visão é o sentido mais desenvolvido do homem – representa mais de 7% dos


receptores sensoriais e cerca de metade do cérebro trabalha no tratamento da informação
visual.
O olho é uma esfera de cerca de 2,5 cm de diâmetro.
Só um sexto da sua superfície é visível estando a restante envolvida e protegida por uma
almofada de gordura e pelas paredes ósseas da órbita.

Estrutura da orbita

Na figura 5.1 está esquematizada a estrutura da orbita com especial destaque para os
ossos que a constituem.

http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/bonesoforbit.html
Cortesia de Robert Whitaker
Fig. 5.1 - Orbita
Sobrancelhas

São compostas por pelos curtos e grosseiros encimando as arcadas supraciliares.


Protegem os olhos da luz e das gotas de suor correndo pela testa.
A contracção do orbicular do olho abaixa as sobrancelhas e as do corregador deslocam-
nas para o eixo mediano.

Pálpebras

As pálpebras, separadas uma da outra pela fenda palpebral, unem-se nas extremidades
pelos ângulos medial e lateral do olho.
O ângulo medial tem uma eminência carnuda, a carúncula lacrimal, que contem
glândulas sudoríparas e sebáceas.
No seu interior têm dois folhetos de tecido conjuntivo, o tarso superior e o tarso inferior
que servem de inserção para os músculos orbicular do olho e elevador da pálpebra.
O orbicular do olho rodeia o olho e quando se contrai fecha-o.
A pálpebra superior é mais móvel que a inferior graças ao musculo elevador da pálpebra
superior.
Os músculos das pálpebras têm uma actividade reflexa que obriga os olhos a piscar cada
3 a 7 segundos, o que protege o olho dos corpos estranhos e evita a secura por estimular
as secreções das glândulas anexas.
O bordo livre de cada pálpebra tem cílios.
Os folículos dos cílios têm muitas terminações nervosas o que faz que qualquer
contracto com os cílios mesmo uma corrente de ar, desencadeia o reflexo de piscar.

Glândulas anexas da pálpebra

As glândulas tarsais estão inseridas nos tarsos e os seus canais abrem-se no bordo das
pálpebras atrás dos cílios.
São glândulas sebáceas modificadas que produzem uma secreção oleosa que lubrifica o
olho e impede que as pálpebras se colem.
As glândulas ciliares são glândulas sudoríparas modificadas que se encontram entre os
folículos pilosos.

Conjuntiva

É uma mucosa transparente que reveste as pálpebras (conjuntiva palpebral) e face


anterior do bulbo do olho (conjuntiva bulbar).
A conjuntiva bulbar não cobre a córnea.
A conjuntiva bulbar é muito fina e deixa passar os vasos sanguíneos subjacentes.
Quando o olho está fechado há um espaço que separa o bulbo do olho revestido pela
conjuntiva das pálpebras – é o saco da conjuntiva.
A conjuntiva protege o olho e produz um muco lubrificante.
Aparelho lacrimal

Fisiologia

A glândula lacrimal está situada no interior da órbita.


Liberta continuamente as lágrimas levadas por canais excretores à parte superior do
saco da conjuntiva.
O piscar leva as lágrimas para baixo e para a parte mediana do bulbo, saindo em seguida
pelos canais lacrimais por dois pequenos orifícios, os pontos lacrimais, situados no
bordo medial da pálpebra.
As lágrimas escoam-se em seguida para o saco lacrimal e para o conduto lacrimo-nasal
que se abre na cavidade nasal.

Camadas das lágrimas

As lágrimas têm três camadas


A camada externa lipídica, evita que as lágrimas se evaporem rapidamente e ajuda as
lágrimas a se manterem nos olhos.
A camada externa, aquosa, alimenta a córnea e a conjuntiva.
A camada interna (mucina) ajuda a espalhar as lágrimas por todo o olho permitindo que
se mantenha húmido.

http://www.99main.com/~charlief/Blindness.htm
cortesia de Charlie Web

http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html
Fig. 5.2 – Aparelho lacrimal
Olhos secos

Surgem quando a produção de lágrimas é reduzida ou de má qualidade, ficando a


superfície ocular mal lubrificada e mal protegida.

Músculos do bulbo do olho

Trajecto

Os movimentos dos olhos são comandados pelos músculos do bulbo ou pelos músculos
extrínsecos do olho.
São os quatro rectos e os dois oblíquos.
Os músculos rectos partem todos do anel tendinoso comum situado atrás da órbita e
dirigem-se para os seus pontos de inserção no bulbo.
Os seus nomes indicam os pontos de inserção e os movimentos que permitem – rectos
superior, inferior, medial e lateral.
Os músculos oblíquos movimentam os olhos no sentido vertical quando o bulbo já está
virado para o interior pela acção dos rectos.
O oblíquo superior tem a mesma origem dos rectos, segue a parede mediana da órbita,
faz um ângulo recto, atravessa um escudo fibrocartilagíneo, a tróclea, e insere-se na
parte supero-lateral do bulbo.
O oblíquo inferior nasce da parte mediana da órbita, dirige-se obliquamente para o
exterior e insere-se na parte infero-lateral do bulbo.
Desloca o olho para cima e para fora .

http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/scan.jpeg
cortesia de Helga Kolb
1. Muscle releveur de 7. Globe oculaire.
paupière.
2. Muscle droit supérieur 8. Muscle droit externe.
3. Corps adipeux. 9. Paupière inférieure.
4. Anneau de Zinn. 10. Muscle orbiculaire
des paupières.
5. Muscle droit inférieur. 11. Muscle petit oblique.
6. Paupière supérieur.

http://ophtasurf.free.fr/loeil.htm#haut
Fig. 5.3 – Músculos dos olhos

QUADRO 5.I

Músculos dos olhos

Musculo Enervação Acção primaria Acção secundaria Acção terciária

Recto medial III Adução


Recto sup. III Elevação Torção interna Adução
Recto. III Depressão Torção externa Adução
Obliquo inf. III Torção externa Elevação Abdução
Obliquo sup. IV Torção interna Depressão Abdução
Recto lateral VI Abdução
_____________________________________________________________________

Enervação

O recto lateral é enervado pelo abducens.


O oblíquo superior é enervado pelo troclear.
Os outros são enervados pelo oculomotor.

Funções

Realizam dois tipos de movimentos:


Movimentos bruscos e de fraca amplitude que levam rapidamente os olhos de um lado
para o outro cobrindo a totalidade do campo visual.
Movimentos lentos permitindo seguir um objecto e fixar o olhar sobre ele apesar dos
movimentos da cabeça.
BIBLIOGRAFIA

Lágrimas

http://www.99main.com/~charlief/Blindness.htm
http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html

Músculos oculares

http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/scan.jpeg

Órbita

http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/bonesoforbit.html
Capítulo 6

PATOLOGIA DOS MÚSCULOS OCULARES

Diplopia

Imagem dupla por paralisia dos músculos oculares externos por causas vasculares,
traumáticas ou neurológicas.

Estrabismo

Desalinhamento dos dois olhos por fraqueza congénita dos músculos ou lesão dos III,
IV ou VI pares cranianos.
Pode ser convergente ou divergente.

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Strabismus.jpg

http://www.nlm.nih.gov/MEDLINEPLUS/ency/article/001004.htm

Fig. 6.1 - Estrabismo


BIBLIOGRAFIA

Diplopia

http://www.intelihealth.com/IH/ihtIH/WSIHW000/28067/28108/269952.html?d=dmtHe
althAZ
http://www.strabismus.org/double_vision.html

Estrabismo

http://www.intelihealth.com/IH/ihtIH/WSIHW000/28067/28123.html
http://www.chups.jussieu.fr/polys/ophtalmo/POLY.Chp.23.html
http://www.strabismus.org/
http://en.wikipedia.org/wiki/Strabismus
http://www.allaboutvision.com/conditions/strabismus.htm
Capítulo 7

TÚNICAS DO BULBO

O bulbo ocular está rodeado por túnicas.

http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/sagitta2.jpeg
cortesia de Helga Kolb

Fig. 7.1 – Túnicas do globo ocular

Túnica fibrosa

Composta por um tecido conjuntivo denso e pouco vascularizado.

Esclerótica

Forma a parte posterior.


Como é de um branco brilhante e opaco aparece na face anterior como o branco do
olho.
De textura tendinosa, protege o bulbo e permite a inserção dos músculos do bulbo.
Atrás, no lugar em que é furada pelo nervo óptico, funde-se com a duramater.

Córnea

É o sexto anterior da túnica, fazendo saliência para diante.


A disposição regular das fibras colagénias, que constituem o estroma, dá-lhe
transparência e faz dela uma janela que permite a entrada da luz.
As duas faces da córnea são cobertas por folhetos epiteliais.
O folheto externo constituído por um epitélio escamoso estratificado une-se à
conjuntiva na junção da esclerótica com a córnea, protegendo-a da abrasão, evita a
passagem de corpos estranhos e oferece uma superfície lisa que absorve oxigénio e
nutrientes das lágrimas e os distribui por toda a córnea.
O endotélio córneo, constituído por um epitélio escamoso simples que atapeta a face
interna.
As suas células têm bombas de sódio que ao rejeitarem continuamente o sódio e água
protegem o colagénio da acumulação de líquidos, mantendo assim a sua transparência.
É muito rica em fibras nocioceptivas.
Como é a parte mais exposta do olho está sujeita a lesões, mas a sua capacidade de
regeneração é enorme.
É o único tecido do organismo praticamente sem riscos de rejeição devido à ausência de
vasos e do sistema imunitário.

http://www.ghettodriveby.com/cornea/
cortesia de Greg Frogh
Fig. 7.2 - Cornea
http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html

Túnica vascular ou úvea

Coroideia

Membrana fortemente vascularizada, castanho-escuro, formando os cinco sextos


posteriores da túnica vascular.
Os seus vasos fornecem nutrimentos a todas as túnicas.
O seu pigmento castanho, produzido por melanocitos, absorve a luz, impedindo-a de se
reflectir e de difundir para o interior do olho.
Interrompe-se atrás no local em que o nervo óptico deixa o olho.
Adiante forma o corpo ciliar, anel de tecido fibroso que rodeia o cristalino, formado
principalmente pelo músculo ciliar que rege a forma do cristalino.
A superfície posterior do corpo ciliar, perto do cristalino, é percorrida pelos processos
ciliares, pregas cujos capilares segregam por transporte activo, o liquido que preenche a
cavidade do segmento anterior do bulbo.
O ligamento suspensor do cristalino ou zona ciliar, estende-se dos processos ciliares
ao cristalino.
As suas fibras rodeiam o cristalino e mantêm-no na vertical.
Íris

É a parte corada e visível do olho, situada entre a córnea e ao cristalino e ligada ao


corpo ciliar pela sua parte posterior.
A sua abertura central, a pupila deixa passar a luz.
O seu diâmetro é controlado por dois músculos o dilatador da pupila e o esfíncter da
pupila.
Pela acção destes músculos a pupila funciona como um diafragma.
Quando o olho fixa um objecto próximo, a pupila contrai-se e quando fixa um afastado,
dilata-se.

Pigmentação da íris

Embora haja íris de diferentes cores, o seu pigmento é sempre castanho.


Se o pigmento é abundante parecem castanhos ou negros.
Se é pouco abundante e circunscrito à parte posterior da íris, as partes não pigmentadas
difundem comprimentos de onda mais curtos e os olhos parecem verdes, azuis ou
cinzentos.

http://www.stlukeseye.com/Anatomy.asp
Cortesia de
St. Lukes Cataract’s & Laser Institute of Tarpon Springs, FL

Fig. 7.3 - Iris


Túnica interna ou retina

Parte pigmentar da retina

Composta por uma só camada de células.


Contígua à coroideia.
Adiante cobre o corpo ciliar e a parte posterior da íris.
A melanina que estas células contêm impede a difusão da luz.
Estas células epiteliais também têm funções fagocitárias e são uma reserva de vitamina
A.

Parte nervosa da retina

É transparente, estendendo-se para diante para se juntar ao bordo posterior do corpo


ciliar formando a ora serrata.
Contem milhões de fotoreceptores, outros neurónios participando no tratamento de
estímulos luminosos e gliocitos.
A retina contem fotoreceptores (cones e bastonetes), gânglios, células bipolares ligando
os receptores aos gânglios, células horizontais que fazem convergir sinais de vários
cones e amácrinas que fazem convergir sinais dos bastonetes periféricos.
http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html

Células da retina
http://neurobranches.chez-alice.fr/flash/retine.html
http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/5months.jpeg
Cortesia de Helga Kolbe

Fig. 7.4 – Retina

Os potenciais receptores produzidos nos fotoreceptores pela luz são conduzidos aos
neurónios bipolares e depois às células ganglionares onde se geram os potenciais de
acção que se dirigirão às áreas visuais do córtex.

Cones e bastonetes

Os 250 milhões de fotoreceptores da retina dividem-se em duas categorias -cones e


bastonetes.
Os bastonetes, mais numerosos que os cones, intervêm na visão periférica e na visão
crepuscular.
São mais sensíveis à luz que os cones mas fornecem imagens pouco claras e incolores.
É por isto que na penumbra e na periferia do campo visual as cores e contornos dos
objectos não se distinguem.
Os cones activam-se em plena luz e fornecem uma imagem muito precisa das cores.
Nos bastonetes as células ganglionares integram a informação de uma grande ares da
retina e por isso a acuidade é baixa, ao contrário dos cones.
Mácula e fovea

Do lado lateral do disco do nervo óptico encontra-se a mácula ou mancha amarelada


cujo centro tem uma depressão de 4mm., a fovea centralis ou fosseta central.
Nesta região as estruturas retinianas contíguas ao corpo vítreo estão deslocadas para o
lado, permitindo assim que a luz atinja directamente os fotoreceptores.
Os cones são os únicos receptores da fovea e são numerosos na mácula pelo que é aí
que se forma a visão detalhada dos objectos e as cores.
Como a fovea tem o diâmetro de uma cabeça de alfinete, só converge para ela um
milésimo do campo visual e por isso para captar uma cena animada os olhos devem-se
dirigir para diferentes pontos do campo visual por movimentos rápidos.

http://www.mdsupport.org/anatomy.html
cortesia de Dan Roberts

http://www.mdsupport.org/anatomy.html
cortesia de Dan Roberts
Fig. 7.5 – Macula e fovea

O disco do nervo óptico, lugar onde o nervo óptico sai do olho é um ponto fraco do
fundo do olho (parte posterior do olho) porque não é protegido pela esclerótica.
O disco do nervo óptico também é chamado mancha cega porque não tem
fotoreceptores.
Irrigação

O seu terço externo (contendo os fotoreceptores) é assegurado pelos vasos da coroideia.


Os seus dois terços internos são servidos pela artéria central da retina (ramo da
oftálmica) e pela veia central da retina que entram e saem pelo centro do nervo óptico.
Radiando a partir do disco do nervo óptico originam uma rica rede vascular que
percorre a face interna da retina.

Descolamento da retina

O descolamento da retina deve-se à separação da parte nervosa e pigmentar da retina.

BIBLIOGRAFIA

Retina

http://faculty.washington.edu/chudler/retina.html

Túnicas do bulbo

http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/sagitta2.jpeg
http://www.ghettodriveby.com/cornea/
http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html
http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/5months.jpeg
Capítulo 8

CÂMARAS E LÍQUIDOS DO OLHO

O cristalino e o seu ligamento suspensor dividem o olho em dois segmentos.

Segmento posterior

Está preenchido por uma substância gelatinosa transparente, o corpo vítreo composto
por uma trama de fibrilhas colagénias colocadas num líquido viscoso que se liga a
grandes quantidades de água.
O corpo vítreo transmite a luz, sustenta a face posterior do cristalino, empurra a parte
nervosa da retina contra a sua parte pigmentar e contribui para a pressão intra-ocular.
O corpo vítreo forma-se no embrião e dura toda a vida.

http://www.e-sunbear.com/anatomy_04.html
cortesia de sunbear
http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/draweye.jpeg
cortesia de Helga Kolb
http://faculty.washington.edu/chudler/eyetr.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington

http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html
Fig. 8.1 – Segmento posterior
Segmento anterior

É dividido pela íris em câmara anterior e câmara posterior.

Câmara anterior

Entre a córnea e a íris.

http://www.e-sunbear.com/anatomy_03.html
cortesia de sunbear
Fig. 8.2 – Segmento anterior

Inteiramente preenchida pelo humor aquoso, líquido aquoso contendo glicose (fonte de
energia) mas não proteínas.
É renovado continuamente.
É um filtrado dos capilares da câmara posterior.
Escoa para o sangue venoso pelo seio venoso da esclerótica.
Normalmente a produção e drenagem fazem-se ao mesmo ritmo, assegurando uma
pressão ocular de 16 mm.Hg que contribui para sustentar o bulbo pelo interior.
Fornece nutrimentos e oxigénio ao cristalino, córnea e certas células da retina.
Elimina os iões e a água do cristalino.
Se a drenagem diminuir, a pressão intra-ocular aumenta, comprimindo a retina e o nervo
óptico – é o glaucoma.
BIBLIOGRAFIA

http://www.e-sunbear.com/anatomy_04.html
http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/draweye.jpeg
http://faculty.washington.edu/chudler/eyetr.html
http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html
http://www.e-sunbear.com/anatomy_03.html
Capítulo 9

CRISTALINO

O cristalino é uma lente transparente biconvexa e flexível que muda de forma para
poder focalizar a luz sobre a retina.
Está contido numa cápsula delgada e elástica e mantido atrás da íris pelo ligamento
suspensor do cristalino.

http://www.med-ars.it/galleries/eye_2.htm
cortesia de med-art.com

http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html
Fig. 9.1 – Cristalino
Não é vascularizado porque os vasos prejudicam a transparência.
O epitélio do cristalino situado na face anterior tem uma camada única de células
cuboides.
Estas células dividem-se, alongam-se e diferenciam-se para formar as fibras do
cristalino.
As fibras estão sobrepostas como as camadas da cebola e unidas entre si por junções
que preservam a forma do cristalino quando este sofre as alterações de estrutura,
próprias da acomodação.
As fibras são anucleadas e contêm poucos organelos.
Têm proteínas, as cristalinas, transparentes que podem metabolisar a glicose para dar
energia.
Como novas fibras se vão acrescentando ao cristalino, com a idade ele cresce, tornando-
se mais convexo, mais denso e menos flexível, perdendo pouco a pouco a sua
capacidade de acomodação.

BIBLIOGRAFIA

http://academia.hixie.ch/bath/eye/home.html
http://www.med-ars.it/galleries/eye_2.htm
Capítulo 10

CATARATAS

As cataratas são uma opacidade do cristalino, provocadas quase sempre pelo


envelhecimento ou pela diabetes.
http://www.stlukeseye.com/Conditions/Cataracts.asp
Cortesia de
St. Lukes Cataract’s & Laser Institute of Tarpon Springs, FL

Fig. 10.1 – Cataratas

BIBLIOGRAFIA

http://www.eyemdlink.com/Condition.asp?ConditionID=4
http://www.nei.nih.gov/health/cataract/cataract_facts.asp
http://hcd2.bupa.co.uk/fact_sheets/Mosby_factsheets/cataracts.html
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001001.htm
http://www.mayoclinic.com/health/cataracts/DS00050
http://www.medem.com/medlb/article_detaillb.cfm?article_ID=ZZZSXEVUF4C&sub_
cat=119
http://www.avclinic.com/Cataract.htm
http://www.maculacenter.com/EyeConditions/Cataracts.htm
http://www.clinicareinoso.com/conditns/qx_cat.htm
http://www.geocities.com/catseyeswebsite/
http://www.emedicinehealth.com/cataracts/article_em.htm
http://www.habazar.com/opticaldirectory/cataracts.htm
http://www.magma.ca/~scimat/eyesurgery.htm
http://www.medicinenet.com/cataracts/article.htm
http://health.yahoo.com/ency/healthwise/hw36825
http://www.chups.jussieu.fr/polys/ophtalmo/POLY.Chp.4.html
http://www.docteurinfo.com/cataracte.html
http://www.caducee.net/DossierSpecialises/ophtalmologie/cataracte.asp
http://vision.healthcommunities.com/cataracts/index.shtml
http://www.docshop.com/education/vision/eye-diseases/cataracts/
http://en.wikipedia.org/wiki/Cataract
Capítulo 11

REFRACÇÃO

Conceitos

A luz caminha em linha recta até encontrar um objecto opaco, reflectindo-se.


A maior parte da luz que chega aos olhos foi reflectida por objectos.
Num meio uniforme, a luz propaga-se a velocidade constante mas quando massa de um
meio transparente para um outro de densidade diferente, a sua velocidade altera-se,
acelerando quando entra num meio menos denso e diminuindo a velocidade quando
entra num meio mais denso.
Estas alterações de velocidade são a origem da refracção.
A refracção é maior se atinge a superfície obliquamente e será tanto maior quanto maior
for o ângulo de incidência.

Luz visível

A nossa vista detecta apenas uma margem de 380 a 760 nanómetros, que se designa por
luz visível.

Lentes

Uma lente é um material transparente em que pelo menos uma das superfícies é curva e
refracta a luz.
Uma lente convexa (mais espessa no centro) faz convergir a luz num ponto chamado
foco..
Quanto mais convexa é a lente mais se desvia a luz e a distância focal encurta-se
Nas lentes côncavas passa-se o contrário.

Convergência da luz sobre a retina

No olho a luz atravessa sucessivamente, a córnea, humor aquoso, cristalino, corpo


vítreo e parte nervosa da retina, antes de estimular nos receptores.
http://regentsprep.org/Regents/physics/phys09/ceyes/image.htm

Fig. 11.1 – Convergência da luz sobre a retina

Luz

Cornea

Humor aquoso

Cristalino

Corpo vitreo

Retina

Receptores

Fig. 11.2 – Trajecto da luz

A córnea produz a maior parte da refracção mas como a sua espessura é uniforme, o
valor da refracção é constante.
A curvatura do cristalino pode-se modificar para permitir uma focalização exacta da luz
O humor aquoso e o corpo vítreo têm um papel insignificante na refracção da luz.
http://www.peteducation.com/article.cfm?cls=1&cat=1344&articleid=1596

Fig. 11.3 – Refracção na córnea

Convergência para a visão afastada

Para ver um objecto afastado os olhos fixam-se sobre o mesmo ponto.


A partir de uma certa distancia, o ponto remoto, o cristalino não tem necessidade de se
acomodar mais, ou seja de modificar a sua curvatura.
Para um indivíduo normal, ou emetrope, o ponto remoto situa-se a 6m.
A luz proveniente do ponto remoto ou mais longe, atinge o olho como raios quase
paralelos e focalizada exactamente sobre a retina.
Na visão a distancia os músculos ciliares estão completamente relaxados e o cristalino,
achatado pela tensão do ligamento suspensor, na sua espessura mínima, o que implica
ter a potência de refracção no seu nível mais baixo.

VISÃO A DISTANCIA

Músculos ciliares relaxados

Aumenta a tensão do ligamento suspensor

Cristalino achatado

Diminuição da potência de refracção

Fig. 11.4 – Convergência na visão a distância


Convergência para a visão próxima

A luz proveniente de objectos próximos (menos de 6m) diverge, não chegando aos
olhos como feixes paralelos.
Há três adaptações
Acomodação do cristalino
Contracção da pupila
Convergência dos olhos

Acomodação

A contracção dos músculos ciliares puxa o corpo ciliar para a retina, relaxando o
ligamento suspensor do cristalino e o cristalino, liberto da tracção, bombeia.
Esta contracção dos músculos ciliares é regida pelas fibras parassimpáticas dos nervos
oculomotores.
A contracção dos músculos ciliares diminui a tensão do ligamento suspensor e leva ao
bombeamento do cristalino.

Contracção dos músculos ciliares

Corpo ciliar puxado para a retina

Diminuição da tensão do ligamento suspensor

Bombeamento do cristalino

Fig. 11.5 - Acomodação

Ponto próximo

O ponto mais próximo que a visão pode atingir é o ponto próximo, ponto em que o
cristalino atinge a sua maior curvatura.
A visão dos pontos para cá do ponto próximo é pouco clara.
Num adulto jovem emétrope o ponto próximo é de 8-15 cm.
Nas crianças é menor.
Diminui progressivamente com a idade devido à perda de elasticidade do cristalino.

Presbiopia

Em muitas pessoas com mais de 50 anos, a capacidade de acomodação é nula –


presbiopia (literalmente visão do idoso). A presbiopia não é uma doença – pertence ao
processo de envelhecimento dos olhos.
http://www.essilor.com/Products/VisionAndVisionDefects/presbyopia.htm
Cortesia de
Essilor
Fig. 11.6 - Presbiopia

http://en.wikipedia.org/wiki/Presbyopia
Fig. 11.7 – Presbiopia e idade

Contracção da pupila

O esfíncter da pupila reduz o seu diâmetro para 2mm, funcionando assim a pupila como
o diafragma de uma máquina fotográfica.
A redução do diâmetro facilita o encaminhamento dos raios luminosos para a fóvea.
É regido pelas fibras parassimpáticas do oculomotor.
Convergência dos olhos

É a contracção dos rectos medianos que fazem subir os olhos para que cada um se dirija
para o objecto a ver.
Quanto menor for a distância, maior será a convergência.
É regida pelas fibras somáticas dos oculomotores.

Fadiga ocular

A visão prolongada a curta distância, como a leitura, pode originar uma sobrecarga dos
músculos e provocar a fadiga ocular.
É por isso que periodicamente se devem levantar os olhos e olhar para longe, para
descontrair os músculos.

BIBLIOGRAFIA

Física da visão

http://regentsprep.org/Regents/physics/phys09/ceyes/limit.htm
http://www.peteducation.com/article.cfm?cls=1&cat=1344&articleid=1596
http://www.glenbrook.k12.il.us/gbssci/phys/Class/refrn/u14l5a.html
http://www.glenbrook.k12.il.us/gbssci/phys/Class/refrn/u14l2a.html
http://www.glenbrook.k12.il.us/gbssci/phys/Class/refrn/u14l1a.html

Presbiopia

http://www.avclinic.com/refractive_error_and_presbyopia.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Presbyopia
http://www.eyetopics.com/articles/48/1/Presbyopia.html
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001026.htm
http://emedicine.medscape.com/article/1219573-overview
http://www.agingeye.net/otheragingeye/presbyopia.php
http://www.allaboutvision.com/conditions/presbyopia.htm
Capítulo 12

PATOLOGIA DA REFRACÇÃO

Miopia

A imagem dos objectos afastados forma-se antes da fóvea.


A visão dos objectos próximos não é afectada.
Deve-se a uma elongação do bulbo do olho.
Corrige-se com lentes côncavas.
A cirurgia tem bons resultados.

http://www.essilor.com/Products/VisionAndVisionDefects/ametropia.htm
Cortesia de Essilor
Fig. 12.1 – Miopia

Hiperopia

Os objectos próximos são focalizados atrás da retina.


A visão dos objectos afastados não é afectada.
Deve-se à incapacidade o cristalino em mudar de forma ou a uma diminuição do
comprimento do bulbo.
Corrige-se com lentes côncavas.
http://www.essilor.com/Products/VisionAndVisionDefects/ametropia.htm
cortesia de Essilor
Fig 12.2 – Hiperopia

Astigmatismo

Deve-se à desigualdade da curvatura de diferentes partes do cristalino que leva a que os


diferentes pontos de luz se focalizem como linhas e não como pontos.
Corrige-se com lentes cilíndricas.

http://www.essilor.com/Products/VisionAndVisionDefects/ametropia.htm
Cortesia de Essilor
Fig 12.3 - Astigmatismo
BIBLIOGRAFIA

Astigmatismo

http://www.allaboutvision.com/conditions/astigmatism.htm
http://www.mayoclinic.com/health/astigmatism/DS00230
http://www.medicinenet.com/astigmatism/article.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Astigmatism_(eye

Hiperopia

http://en.wikipedia.org/wiki/Hyperopia
http://www.allaboutvision.com/conditions/hyperopia.htm
http://www.stlukeseye.com/conditions/Hyperopia.asp
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001020.htm
http://www.medicinenet.com/farsightedness/article.htm

Miopia

http://www.chups.jussieu.fr/polys/ophtalmo/POLY.Chp.20.4.html
http://www.myopia-manual.de/
http://en.wikipedia.org/wiki/Myopia
http://www.aoa.org/myopia.xml
http://www.stlukeseye.com/conditions/myopia.asp
http://www.rnib.org.uk/xpedio/groups/public/documents/PublicWebsite/public_rnib003
657.hcsp
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001023.htm
http://www.medicinenet.com/myopia/article.htm
Capítulo 13

FOTORECEPÇÃO

Fotoreceptores

Fotorecepção é o processo pelo qual os olhos detectam a energia luminosa.


Os fotoreceptores são neurónios modificados que se assemelham a células epiteliais
cuja extremidade mergulha na parte pigmentar da retina.
Da parte pigmentar à nervosa os cones e bastonetes têm um segmento externo (região
receptora) unido ao segmento interno por uma haste contendo um cílio modificado.
O segmento interno liga-se ao corpo celular que através de uma fibra interna e
estabelece junções com os neurónios bipolares.
O segmento externo dos bastonetes é alongado, donde o seu nome.
Nos cones o segmento externo é curto e cónico.

http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/V/Vision.html
Cortesia de John W.Kimbal

Fig. 13.1 – Cones e bastonetes

Os segmentos internos possuem muitas mitocôndrias que fornecem a energia necessária


para as reacções fotoreceptoras.
Os segmentos externos contêm pigmentos visuais ou fotopigmentos que mudam de
forma quando absorvem a luz.
As células receptoras são muito frágeis, mas são renovadas todos os dias.

Comprimento de onda da luz

Os olhos detectam apenas uma margem reduzida de comprimentos de onda – 380 a


760nm.
http://faculty.washington.edu/chudler/eyetr.html
Cortesia de E.Chudler
Universidade de Washington
Fig 13.2 – Comprimentos de onda da luz

Química dos fotoreceptores

Bastonetes

A conversão da luz em sinais eléctricos nos fotoreceptores faz-se através duma


molécula fotosensível o retinal que ao se combinar com proteínas chamadas opsinas
forma quatro tipos de pigmentos visuais.
Conforme a opsina com que se combinou, o retinal absorve comprimentos de onda
diferentes.
O retinal é um derivado da vitamina A.
O fígado armazena a vitamina A e liberta-a à medida das necessidades dos
fotoreceptores.
O retinal tem vários estereoisómeros que se interconvertem durante a visão.

Nos cones e bastonetes da retina encontra-se a rodopsina constituída por uma proteína, a
opsina e pelo cis-retinal. A conformação do cis-retinal é tal que se adapta numa
“cavidade” da opsina. Pela acção da luz o cis-retinal transforma-se no isómero trans que
já não se encaixa na opsina e dissocia-se dela. Esta dissociação desencadeia um impulso
eléctrico que é captado pelo nervo óptico e transmitido ao cérebro.

O trans-retinal libertado é transportado por uma proteína até ao espaço pigmentar onde
na presença de ATP é reconvertido no seu isómero cis.

Cones

Os seus pigmentos visuais degradam-se e regeneram como a rodopsina.


Há três tipos conforme as opsinas que contêm e que são designados pelas cores que
observam melhor – azuis, verdes e vermelhos.
http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/3cone.jpeg
Cortesia de Helga Kolbe
Fig. 13.3 – Tipos de fotoreceptores

A sensibilidade dos sensores Rho, gama e beta determina a intensidade das cores.

http://photo.net/learn/optics/edscott/vis00010

Fig. 13.4 – Sensibilidade dos fotoreceptores


Quando os cones vermelhos e verdes são estimulados igualmente vê-se amarelo.
Se os três forem estimulados igualmente vê-se branco.

QUADRO 13.I

Diferenças entre cones e bastonetes

Características Bastonetes Cones


Sensibilidade Alta Baixa
Visão Nocturna Diurna
Saturação à luz do dia Satura Só com luz intensa
Visão cromática Não Sim
Acuidade Baixa Alta
Presentes na fovea Não Sim
______________________________________________________________________

BIBLIOGRAFIA

Fotorecepção

http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/V/Vision.html
http://faculty.washington.edu/chudler/eyetr.html
http://www.webvision.med.utah.edu/imageswv/3cone.jpeg
http://photo.net/learn/optics/edscott/vis00010

Transdução nos fotoreceptores

http://www.ouhscphysio.org/humanphys/animations/Phototransduction/sld001.htm
Capítulo 14

PATOLOGIA DA FOTORECEPÇÃO

Acromatopsia

Deve-se à deficiência ou ausência de um tipo de cones. A deficiência pode ser parcial


(tricomasia) ou total (dicromasia).
5 a 8% dos homens e 0,5% das mulheres têm acromatopsia, estando 99% dos casos
ligados ao vermelho (protanos) ou verde (deutanos).
Na tricomasia a visão da cor em que há cones deficientes apresenta-se com menos
intensidade e menos brilho.
Na dicromasia há a ausência total da visão de uma cor. As mais frequentes são a
protanopia (1 por 100) e a deuteranopia ( 1 por 100).

Cegueira nocturna ou nictalopia

É a impossibilidade de ver bem quando a luz é escassa.


A sua causa mais frequente é a deficiência prolongada de vitamina A.

BIBLIOGRAFIA

Cegueira para as cores

http://colorvisiontesting.com/color2.htm
http://members.shaw.ca/hidden-talents/vision/color/colorblind1.html
http://www.geocities.com/HotSprings/8018/index.html

Acromatopsia

http://www.lowvision.org/achromatopsia_and_color_blindnes.htm
http://www.noir-medical.com/achrom.htm
http://cvision.ucsd.edu/
http://askabiologist.asu.edu/research/seecolor/colortest.html
http://serendip.brynmawr.edu/bb/neuro/neuro98/202s98-paper2/DeCastro2.html
http://rarediseases.info.nih.gov/GARD/Disease.aspx?PageID=4&diseaseID=10348
http://en.wikipedia.org/wiki/Achromatopsia
http://www.achromat.org/
Capítulo 15

TRANSDUÇÃO NOS FOTORECEPTORES

Na obscuridade o GMP cíclico mantém os canais de sódio abertos, produzindo uma


corrente de obscuridade que mantém um potencial de membrana (neste caso de
obscuridade) de -40 mV que mantém os canais de cálcio abertos nas terminações
sinápticas.
Nestas condições os fotoreceptores podem libertar continuamente o seu
neurotransmissor (glutamato) nas sinapses com os neurónios bipolares.
Com a luz, a opsina é libertada do seu precursor, a metarodopsina II, e activa a
subunidade duma proteína G, a transducina que irá activar a fosfodiesterase que irá
inactivar o GMP cíclico.
Como consequência os canais de sódio fecham-se, mantendo-se constante a
permeabilidade ao potássio.
Cria-se um potencial receptor hiperpolarizante que inibe a libertação do receptor.
http://www.ouhscphysio.org/humanphys/animations/Phototransduction/sld003.htm
Cortesia de Kennon Garrett

Fig. 15.1 – Transdução nos fotoreceptores

Esta paragem da libertação do neurotransmissor permite o encaminhamento da


informação.
Na obscuridade a recoverina activa a guanilato ciclase, enzima que activa a síntese do
GMP cíclico.

Adaptação à luz e à obscuridade

Quando se passa de um ambiente escuro para um luminoso, o sistema visual adapta-se


em segundos, reduzindo a sua sensibilidade – adaptação à luz.
Quando se entra num local escuro, a adaptação é lenta, levando alguns minutos –
adaptação à obscuridade.
Estas adaptações são devidas essencialmente ao esgotamento e regeneração dos
fotopigmentos.
Quanto aumenta a intensidade da luz, gastam-se os pigmentos, sendo necessária uma
maior quantidade de luz para estimular os pigmentos não gastos, enquanto outras
moléculas de receptores estão sendo regeneradas.
A regeneração dos bastonetes é lenta e a dos cones muito mais rápida.
Se a intensidade da luz diminui bruscamente, a sensibilidade aumenta rapidamente no
início e depois fá-lo mais lentamente.
Na obscuridade absoluta, a regeneração dos pigmentos dos cones faz-se em 8 minutos.
Capítulo 16

VIA VISUAL

Os axónios das células ganglionares saem atrás do bulbo do olho, formando o nervo
óptico.
No quiasma óptico os neurónios saídos da parte mediana de cada olho cruzam a linha
mediana formando os tractos ópticos.
Cada tracto contém as fibras saídas da parte lateral (temporal) do olho homolateral e as
da parte mediana (nasal) do olho contralateral.
Como os cristalinos invertem a imagem a metade mediana da retina recebe raios
luminosos da parte temporal do campo visual o que quer dizer que cada tracto
encaminha para o cérebro uma representação completa da metade contralateral do
campo visual.
Os dois tractos ópticos fazem sinapse no tálamo, formando em seguida a radiação óptica
que se dirige para a área visual primária.
Algumas fibras emitem ramificações no mesencéfalo.
Outras fibras estendem-se até ao hipotálamo.

Campos visuais

É costume dividir a retina em duas metades – a metade nasal ou direita, próxima do


nariz, e a metade temporal ou esquerda, próxima do temporal.
No caso do olho direito, a retina nasal vê a metade direita do campo e a temporal a
esquerda.
Podemos assim considerar dois hemicampos visuais, o direito e o esquerdo.

http://thalamus.wustl.edu/course/basvis.html
Cortesia de
David van Essen
Washington Univ. Sch. Med
Fig. 16.1 – Campos visuais

O lado direito do cérebro trata o hemicampo esquerdo e vice-versa, tendo a retina fibras
separadas para cada hemicampo e por isso as fibras da retina nasal decussam acima do
quiasma enquanto que as da retina temporal, já posicionada no hemicampo oposto não
decussam.
As lesões do sistema visual abaixo do quiasma afectam um olho e portanto os dois
hemicampos.
As lesões acima afectam um hemicampo de cada um dos olhos.
O estudo das lesões em vários níveis do sistema ajudam a compreender este mecanismo.

http://thalamus.wustl.edu/course/basvis.html
Cortesía de David van Essen
Washington Univ. Sch. Med
Fig. 16.2 - Vias

Vídeo

http://video.vulgaris-medical.com/index.php/2007/03/03/19-l-oeil
AUDIÇÃO

Capítulo 17

ESTRUTURA DO OUVIDO

Ouvido externo

É composto pelo pavilhão e pelo canal auditivo externo.

Pavilhão

O pavilhão ou aurícula na linguagem corrente é designado por ouvido.


É uma parte saliente em forma de concha que rodeia o orifício do canal auditivo
externo.
É uma cartilagem revestida por pele e alguns pelos.
Dirigem os sons para o canal auditivo.
A sua parte inferior, o lóbulo, não contem cartilagem.

http://www.ghorayeb.com/AnatomyAuricle.html
Cortesia de B.Y.Ghorayeb
Fig. 17.1 – Anatomia do ouvido
Canal auditivo externo

É um tubo curto que liga o pavilhão à membrana do tímpano, estando escavado no


temporal.
A pele que o reveste tem glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas apócrinas, as
glândulas ceruminosas que segregam o cerúmen.

http://oto.wustl.edu/cochlea/intro1.htm
cortesia de Alec Salt

http://en.wikipedia.org/wiki/Ear
Fig. 17.2 – Canal auditivo externo
Tímpano

O tímpano ou membrana timpânica separa o ouvido externo do ouvido médio.


É uma delgada membrana de tecido conjuntivo com a face externa revestida de pele e a
interna duma mucosa.
Tem a forma de um cone achatado cujo vértice penetra no ouvido médio.
O tímpano vibra com as ondas sonoras, sendo a vibração transferida para os ossículos
do ouvido médio.

Ouvido médio

Estrutura

O ouvido médio ou caixa do tímpano é uma pequena cavidade preenchida de ar.


Está revestida por uma mucosa, escavada na parte petrosa do temporal.
O seu limite externo é o tímpano.
A sua parte média está limitada por uma parede óssea com dois orifícios, a janela do
vestíbulo e a janela da cóclea.
Os ossículos alojam-se na sua parte superior, o recesso epitimpanico.
Está em comunicação com as células mastoideias do temporal pelo antro mastoideu,
extremidade cavada na sua parede posterior.

Trompa de Eustáquio

É um canal oblíquo que liga o ouvido médio à nasofaringe.


As trompas estão fechadas mas abrem-se na deglutição para igualar as pressões,
condição necessária para o tímpano vibrar livremente.
Quando por qualquer razão esta igualização das pressões não se realiza a audição é
prejudicada e surge otalgia (dor de ouvidos).
Esta situação surge em mudanças rápidas de altitudes, por exemplo num avião quando
desce para aterrar.
A manobra de Valsalva (respiração com as duas narinas fechadas) alivia muito esta
situação.

Ossículos do ouvido

São os ossos mais pequenos do organismo.


Os seus nomes são devidos à sua forma - martelo, bigorna e estribo.
http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/meossicles.html
Cortesia de Robert A. Whitaker

Martelo
http://www.ghorayeb.com/Malleus.html
Cortesia de B.Y. Ghorayeb
Bigorna
http://www.ghorayeb.com/Incus.html
Cortesia de B.Y.Ghorayeb
Fig. 17.3 - Ossiculos

A manga do martelo está ligado ao tímpano e a sua base insere-se na janela do vestíbulo
Os ossos são mantidos ligados por minúsculos ligamentos e pequenas articulações
sinoviais.
A bigorna articula-se com o martelo pelo seu lado interno e com o estribo pelo interno.

http://bioweb.uwlax.edu/aplab/Table_of_Contents/Lab_03/Ear_Ossicles/ear_ossicles.html
Cortesia de Gillis Rick

Fig. 17.4 – Articulação dos ossiculos


A base do estribo adapta-se a uma abertura da membrana óssea que separa o ouvido
médio do interno - é a janela oval.
Abaixo da janela oval encontra-se a janela redonda, fechada pela membrana timpânica
secundária.
Dois pequenos músculos (tensor do tímpano e músculo do estribo) contraem-se sempre
que o ouvido capta um som intenso ou antes de se começar a falar, com o objectivo de
proteger os receptores, pois que diminuem a frequência dos sons.

http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Middle_ear.html

Fig. 17.5 – Janela oval e janela redonda

Ouvido interno

Estrutura

O ouvido interno ou labirinto está situado no temporal, atrás da órbita.


O labirinto ósseo é um sistema de canais tortuosos escavados no osso.
O labirinto membranoso é um sistema de vesículas e canais membranosos alojado no
labirinto ósseo.
Situação do ouvido interno
http://www.ghettodriveby.com/inner-ear/
Cortesia de Greg Frogh
Fig. 17.6 – Ouvido interno

O labirinto ósseo é banhado pela perilinfa.


O labirinto membranoso flutua na perilinfa e contém a endolinfa.

http://oto.wustl.edu/cochlea/intro1.htm
cortesia de Alec Salt
Fig.17.7 – Perilinfa
http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/ieosseousmembranouslabyrinth.html
Cortesia de Robert Whitaker

Fig. 17.8 – Labirintos ósseo e membranoso

A perilinfa e endolinfa transmitem as vibrações sonoras e as alterações da posição do


corpo.
O labirinto ósseo divide-se em três regiões – vestíbulo, caracol, canais semicirculares.
Regiões do labirinto
http://thalamus.wustl.edu/course/audvest.html
Cortesía de
David van Essen
Washington Univ. Sch. Med

Fig. 17.9 – Labirinto ósseo

Vestíbulo

Cavidade ovóide, situada no centro do labirinto ósseo, atrás do caracol e adiante dos
canais semicirculares.
Na sua parte lateral encontra-se a janela do vestíbulo.
Na sua perilinfa flutuam duas vesículas unidas por um pequeno canal, o utrículo e o
sáculo.
O sáculo está em continuidade com o labirinto membranoso para se ligar ao caracol no
canal coclear.
O utrículo, maior que o sáculo, está em continuidade com os canais semicirculares.
http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/ieosseousmembranouslabyrinth.html
Cortesia de Robert Whitaker

http://oto.wustl.edu/cochlea/intro1.htm
cortesia de Alec Salt
Fig 17.10 - Vestíbulo
O sáculo e o utrículo abrigam os receptores do equilíbrio.

Canais semicirculares

Os canais semicirculares ósseos saem da parte posterior do vestíbulo.


Há três canais – anterior, posterior e lateral.
Cada canal tem um canal semicircular membranoso que se abre adiante no utrículo.
Cada um destes canais tem na sua extremidade uma dilatação, a ampola, que tem um
receptor do equilíbrio.

http://fr.wikipedia.org/wiki/Image:OreilleHumaine.png

Fig. 17.11 – Canais semicirculares

Cóclea ou caracol

É uma pequena cavidade óssea espiralada e cónica.


Nasce da parte anterior do vestíbulo e descreve em seguida duas voltas e meia à volta de
um pilar ósseo, o modíolo.
O canal coclear tem o órgão espiral ou órgão de Corti que é o receptor da audição.
A lâmina espiral óssea que se enrola à volta do modíolo, divide o caracol em três
cavidades – rampa vestibular, canal coclear e rampa timpânica.
O canal coclear faz parte do labirinto membranoso.
A rampa vestibular e a rampa timpânica fazem parte do labirinto ósseo.
Estas duas rampas comunicam com o vértice do caracol pelo helicotrema.
http://oto.wustl.edu/cochlea/intro2.htm
cortesia de Alec Salt
Fig. 17.12 – Rampa vestibular e timpanica

No teto do canal vascular encontra-se uma mucosa altamente vascularizada, a estria


vascular, que segrega a endolinfa.
No pavimento do canal coclear encontra-se a lâmina basilar da cóclea que sustenta o
órgão espiral.
O nervo coclear, ramo do VIII par, nasce do órgão espiral, atravessa o modíolo e dirige-
se para o cérebro.
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/BrainStem/13VNAN.html
Copyright UW-Madison Medical School

Fig. 17.13 – Saída dos nervos vestibular e coclear

BIBLIOGRAFIA

Textos – audição

http://ctl.augie.edu/perry/ear/hearmech.htm
http://www.cochlea.org/
http://www.asha.org/public/hearing/anatomy/
http://en.wikipedia.org/wiki/Ear
Animações – audição.

http://www.lloydwatts.com/collaborators.shtml
http://www.cochlea.org/
http://www.dizziness-and-hearing.com/disorders/hearing/hearing.html

Ilustrações – audição

http://www.ghorayeb.com/PicturesEar.html
http://fr.wikipedia.org/wiki/Image:OreilleHumaine.png
http://ctl.augie.edu/perry/ear/hearmech.htm

Anatomia dos ouvidos

http://www.ghorayeb.com/AnatomyAuricle.html
http://oto.wustl.edu/cochlea/intro1.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Ear
http://www.bcm.edu/oto/studs/anat/tbone.html
http://www.medicinenet.com/script/main/art.asp?articlekey=21685
http://www.neurophys.wisc.edu/~ychen/textbook/general_structure.html
http://www.medecine-et-sante.com/anatomie/anatoreille.html

Ossículos

http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/meossicles.html
http://www.ghorayeb.com/Malleus.html
http://www.ghorayeb.com/Incus.html
http://bioweb.uwlax.edu/aplab/Table_of_Contents/Lab_03/Ear_Ossicles/ear_ossicles.ht
ml
http://147.162.36.50/cochlea/cochleapages/theory/index.htm

Ouvido interno

http://www.ghettodriveby.com/inner-ear/
http://oto.wustl.edu/cochlea/intro1.htm
http://www.instantanatomy.net/headneck/areas/ieosseousmembranouslabyrinth.html
http://thalamus.wustl.edu/course/audvest.html
http://fr.wikipedia.org/wiki/Image:OreilleHumaine.png
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/BrainStem/13VNAN.html
Capítulo 18

MECANISMO DA AUDIÇÃO

Física da audição

Características do som

Contrariamente à luz, que se pode propagar no vácuo, o som necessita de um meio


elástico para se transmitir.
O som é uma perturbação da pressão causada por um objecto em vibração e que se
propaga nas moléculas do meio.
Cada molécula de ar só vibra numa distância curta mas a energia cinética criada nas
moléculas com que chocam é transferida na direcção da onda sonora, embora a sua
energia diminua com o tempo e a distância.
A onda sonora pode-se representar por uma curva sinusoidal em que os picos
representam ondas de compressão e o vazio ondas de rarefacção.
Desta curva destacam-se duas características, a frequência e a amplitude.

Frequência

A distância entre dois picos designa-se por comprimento de onda.


A frequência, medida em Hertz ou Hz, é o número de ondas que passam por um
determinado ponto num tempo dado. Quanto mais curto é o comprimento de onda,
maior será a frequência

a) High pitch:
this wave corresponds to a pure
tone of 3,000 Hz (3 kHz);
i.e., a pitch corresponding to half
an octave above the soprano top
C ( 2,090 Hz)

b) Low pitch:
this wave corresponds to a pure
tone of 300 Hz (pitch common to
most voice registers).
The lowest pitch of a singing voice
(bass) is 65 Hz.

c) Same low pitch at high


(black) and low (blue)
intensities

http://www.cochlea.org/
Fig 18.1 - Frequência
A frequência do som define a sua altura (agudo ou grave).
Quando maior for a frequência, mais agudo será o som.
A maior parte dos sons é um misto de sons com várias frequências. Esta característica
define o timbre.

Pure tones, musical sounds and noise

Pure tones: regular wave of a single frequency. i =


intensity,
p = period, t = time

Musical sound: the wave is made up of a fundamental


frequency (pitch) and harmonic caracteristics of the timbre .
Upgrading a sound by one octave means increasing the
fundamental frequency twofold.

Noise: no characteristic frequency

http://www.cochlea.org/
Fig. 18.2 - Tons

Amplitude

A amplitude é a altura das ondas e significa a intensidade do som.


A amplitude mede-se em decibels (dB).
Um aumento de 10dB significa que a intensidade aumentou 100 vezes.
O ouvido detecta sons de 0,1 dB.
A exposição prolongada de sons superiores a 90 dB provoca uma grande diminuição da
audição. Intensidades superiores a 130 provocam dor.

http://www.bcm.edu/oto/studs/innear.html
Fig. 18.3 - Amplitude

Estrutura do órgão de Corti


O órgão de Corti tem cerca de 16000 células sensoriais que são os receptores da audição
Há uma camada de células sensoriais internas e três de externas.

http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/BrainStem/13VNAN.html
Copyright UW-Madison Medical School
Fig 18.4 – Orgão de Corti

A sua base está rodeada de fibras aferentes do nervo coclear, ramo do VIII par.
Os cílios são estereocílios rígidos reforçados por filamentos de actina.
A extremidade dos cílios está em contacto com a endolinfa.
Os cílios mais longos implantam-se na membrana tectória do canal coclear, de textura
gelatinosa.

Fisiologia da audição

O pavilhão dirige as ondas para o meato auditivo.


A compressão e descompressão alternadas provocada pelo choque das ondas sonoras
com a membrana do tímpano fazem que o tímpano vibre de diante para trás.
O tímpano vibra lentamente quando os sons são de baixa frequência e rapidamente
quando a frequência é alta.
A vibração do tímpano transmite-se ao martelo e daí aos outros ossículos.
A vibração do estribo empurra a janela oval.
http://www.neurophys.wisc.edu/h&b/auditory/anatomy/a13.html
Copyright UW-Madison Medical School

Fig. 18.5 – Trajecto das ondas

O movimento da janela oval provoca ondas da pressão na perilinfa, empurrando a


perilinfa da rampa vestibular.
A onda de pressão contínua pela rampa timpânica e janela redonda.
Como consequência da deformação das paredes das rampas vestibular e timpânica pelas
ondas de pressão, a membrana vestibular é empurrada para trás e para diante,
aumentando ou diminuindo a pressão da endolinfa.

http://147.162.36.50/cochlea/cochleapages/theory/index.htm

Fig. 18.6 – Pressão sobre a janela oval


As flutuações da pressão da endolinfa fazem vibrar a membrana basilar e assim os cílios
inclinam-se contra a membrana tectória.
A inflexão dos cílios numa direcção abre os canais de potássio, havendo uma entrada
rápida de potássio para a endolinfa, criando uma despolarização.

http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/BrainStem/13VNAN.html~
Copyright UW-Madison Medical School

Fig. 18.7 – Movimentos dos cilios e despolarização

A despolarização propaga-se pela célula e faz abrir os canais de cálcio na base das
células ciliadas.
A entrada de cálcio leva as vesículas sinápticas a libertar o transmissor, que se pensa ser
o glutamato ou o GABA.
A inflexão dos cílios no sentido contrário fecha os canais.
Onda auditiva

Pavilhão

Meato auditivo externo

Tímpano

Ossículos

Estribo empurra janela oval

Ondas de pressão

Inflexão dos cílios

Abertura dos canais de potássio

Fig. 18.8 – Propagação da despolarização

Animação em:

http://www.iurc.montp.inserm.fr/cric/audition/english/corti/hcells/transd/ftransd.htm
http://www.dizziness-and-hearing.com/disorders/hearing/hearing.html

BIBLIOGRAFIA

Física da audição

http://www.glenbrook.k12.il.us/gbssci/phys/Class/sound/soundtoc.html
http://www.bcm.edu/oto/studs/innear.html
http://147.162.36.50/cochlea/cochleapages/theory/index.htm
http://www.ece.rice.edu/~dhj/neuro.html
http://www.cochlea.org/
http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/Hbase/sound/earsens.html
Fisiologia da audição

http://thalamus.wustl.edu/course/audvest.html
http://www.medecine-et-sante.com/anatomie/anatoreille.html
http://147.162.36.50/cochlea/cochleapages/theory/index.htm
http://www.medisite.fr/medisite/-Comment-ca-marche-.html
http://www.med.unc.edu/~pmanis/
http://www.howstuffworks.com/hearing.htm

Órgão de Corti

http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/BrainStem/13VNAN.html
http://www.vimm.it/cochlea/cochleapages/theory/index.htm
Capítulo 19

VIA AUDITIVA

Vias primárias

A via é curta (3 a 4 neurónios) e rápida (grandes fibras mielinizadas).


Termina no córtex auditivo primário situado na área temporal.
Cada núcleo de paragem faz um trabalho específico de descodificação e integração.

http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Cochlea.html
http://www.ece.rice.edu/~dhj/pathway.html

Fig 19.1 – Vias primárias


Vias não primárias

Fibras pequenas ligam o núcleo coclear à formação reticular onde a mensagem auditiva
se junta a outras mensagens sensoriais.
Daí dirigem-se a núcleos talâmicos não específicos antes de atingir as áreas associativas
para serem definidas as mensagens a ser tratadas primeiro.

Non-primary pathways

From the cochlear nuclei, small fibers connect with the reticular
formation where the auditory message joins all other sensory
messages. The next relay is in the non-specific thalamus nuclei
before the pathway ends in the polysensory (associative) cortex.
The main function of these pathways, also connected to wake
and motivation centers as well as to vegetative and hormonal
systems, is to select the type of sensory message to be treated
first. For instance, when reading a book while listening to a
record, this system allows the person to pay attention alternately
to the most important task.

http://www.cochlea.org/

Fig. 19.2 – Vias não primárias


Capítulo 20

PATOLOGIA DA AUDIÇÃO

Cera no ouvido

A cera é formada pelas glândulas da cera do canal auditivo externo podem provir
também de células mortas, suor e óleo.
O seu componente principal é a queratina, derivada da pele morta.
Embora seja um produto normal, pode ser produzida em excesso e acumular-se no canal
auditivo externo como um rolhão de cera.
Este rolhão prejudica a audição e atrai bactérias, produzindo infecções.
É costume retirar o rolhão com um cotonete, mas isto não deve ser feito porque pode
produzir uma ruptura do tímpano.
É preferível a extracção com visão directa feita com um otoscópio, feita por um
otorrinolaringologista.

Surdez

A surdez de transmissão deve-se a lesões do ouvido que impedem a progressão dos


sons. São exemplos um rolhão de cera, perfuração ou rasgamento do tímpano e a otite
média.
A surdez de percepção deve-se a lesões das estruturas nervosas relacionadas com a
recepção do sinal. É o caso da exposição prolongada a ruídos muito intensos, lesões
degenerativas do nervo coclear, tumores nas áreas auditivas.

Acufenos

Zumbidos na ausência de estímulos auditivos.


Podem-se observar na degenerescência do nervo coclear, otite média ou interna ou
devida a acções colaterais de certos medicamentos como o ácido acetilsalicílico.
BIBLIOGRAFIA

Cera nos ouvidos

http://www.medecine-et-sante.com/maladiesexplications/bouchondecerument.html
http://www.intelihealth.com/IH/ihtIH/WSIHW000/35263/35269/211229.html?d=dmtHe
althAZ

Surdez

http://www.surdite.net/
http://www.deaflibrary.org/
http://www.hearinglossweb.com/
http://www.hear-it.org/index.dsp
http://clerccenter.gallaudet.edu/InfoToGo/index.html
http://www.caducee.net/DossierSpecialises/orl/troubles-audition.asp
http://www.docteurinfo.com/troubles_audition.html
http://www.who.int/topics/deafness/en/
http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/index.htm
http://www.intelihealth.com/IH/ihtIH/WSIHW000/35263/35270/211237.html?d=dmtHealthAZ
EQUILIBRIO

A manutenção do equilíbrio não provém de sensações mas dos diferentes movimentos


da cabeça.
Utiliza ainda impulsos vindos dos olhos e dos receptores do estiramento situados nos
músculos e tendões.
Os receptores do equilíbrio estão colocados nos canais semicirculares, no utrículo e no
sáculo, constituindo o sistema vestibular.
O sistema vestibular tem cinco órgãos distintos - três canais semicirculares, sensíveis às
rotações angulares (rotações da cabeça) e dois órgãos com otólitos (utrículo e sáculo)
sensíveis a acelerações lineares.

Capítulo 21

CANAIS SEMICIRCULARES

Estrutura

Já foram estudados a propósito da audição.


Recordaremos aqui as características mais importantes.
Há três canais, em que cada um está em ângulo recto em relação aos outros dois.
A sua orientação é semelhante aos três lados de uma caixa de fósforos.

http://www.nidcd.nih.gov/health/balance/balance_disorders.asp

Fig 21.1 – Canais semicirculares

Funcionamento

Cada canal é mais sensível aos movimentos que se realizam no seu plano de orientação.
Os canais estão organizados em pares funcionais situados no mesmo plano (ouvidos
direito e esquerdo).
Qualquer rotação do plano é excitadora para um dos membros do par e inibidora para o
outro.
Órgãos com otólitos

São o utrículo e o sáculo.


O utrículo detecta movimentos no plano horizontal (para diante e para trás ou esquerda
e direita) e o sáculo no plano sagital (para cima e para baixo).
Os otólitos e as células sensoriais, tanto no utrículo como no sáculo, estão situados na
mácula.

Mácula

As máculas são placas de epitélio contendo células de sustentação e células sensoriais


dispersas.
Contêm ainda a membrana esteatocónica ou membrana otolítica que contem os otólitos

Membrana esteatocónica

A membrana esteatocónica é uma placa gelatinosa, onde estão dispersas as


esteatocónias ou otólitos.
Os otólitos são depósitos de carbonato de cálcio ou calcite.
A sua densidade é muito superior à da endolinfa.
São produzidos pelas células de sustentação.

Células sensoriais

São células neuroepiteliais contendo 50-100 estereocílios e um cinocílio.


Os estereocílios, rígidos e imóveis, na realidade não são cílios mas são filamentos de
actina numa formação paracristalina com outras proteínas citoesqueléticas.
O cinocílio tem a estrutura dum cílio móvel e projecta-se para o citoplasma celular.
Quando o movimento da membrana otolítica inclina as células sensoriais na direcção do
cinocílio, as fibras do nervo vestibular despolarizam-se.

Células de sustentação

As células de sustentação estendem-se da membrana basal à superfície apical rodeando


as células sensoriais.
Formam junções cerradas e desmosomas com as células de sustentação separando o
espaço endolinfático, onde os estereocílios se banham na endolinfa do espaço
perilinfático.

Sáculo

Está ligado adiante ao canal coclear pelo ductus reuniens e atrás ao canal endolinfatico
pelo canal utriculosacular.
A mácula está na parede vertical anterior do sáculo.
A mácula é quase vertical e os cílios introduzem-se horizontalmente na membrana
otolitica.
Reage aos movimentos verticais como a aceleração brusca de um ascensor.
Utrículo

Comunica adiante com o canal endolinfático pelo canal utriculosacular.


Os canais semicirculares comunicam por cinco aberturas.
Os canais posterior e superior partilham uma abertura através do crus comune.
A mácula está colocada numa dilatação anterior do utrículo, o recesso utricular.
A mácula está numa posição horizontal e os cílios estão orientados horizontalmente
quando a cabeça está direita.
Reage à aceleração num plano horizontal e à flexão lateral da cabeça.

Crista ampolar

Estrutura

As cristas ampolares são saliências minúsculas situadas nas ampolas dos canais
semicirculares.
Reagem aos movimentos rotatórios (angulares).
Tem células de sustentação e células sensoriais.
Os estereocílios e o cinocílio projectam-se numa massa gelatinosa, a cúpula, rede de
filamentos gelatinosos que radiam para entrar em contacto com os cílios das células
sensoriais.

Mecanismo

Quando de um movimento de rotação do corpo a endolinfa dos canais semicirculares


desloca-se em sentido oposto, devido à inércia, e deforma a crista ampolar.

http://en.wikipedia.org/wiki/Vestibular_system

Fig. 21.2 – Acção da crista ampular


Esta deformação leva os cílios a flectirem-se, criando assim uma despolarização.
Como o eixo das células sensoriais é oposto nos dois ouvidos, o outro fica
despolarizado.
Se a rotação se mantiver a um ritmo constante a endolinfa imobiliza-se por igualar a
velocidade do corpo e cessa a estimulação.
Se houver uma paragem brusca a endolinfa deslocar-se-á em sentido inverso o que para
o cérebro será um sinal de abrandamento ou paragem.

http://en.wikipedia.org/wiki/Vestibular_system

Deslocamento dos otólitos

http://en.wikipedia.org/wiki/Main_Page
Fig. 21.3 – Acção sobre os otolitos
Movimento de rotação

Deslocamento da endolinfa em sentido oposto

Deformação da crista ampolar

Flexão dos cílios

Despolarização

Fig. 21.4 – Acção dos movimentos de rotação

Animações

http://www.vimm.it/cochlea/cochleapages/theory/index.htm
Capítulo 22

VIAS DO EQUILIBRIO

Vias aferentes

Os impulsos transmitidos pelas células sensoriais dirigem-se inicialmente no tronco


cerebral ou para o cerebelo.
Os núcleos vestibulares recebem também impulsos dos receptores visuais e dos
propioceptores situados nos músculos do pescoço que detectam o ângulo de inclinação
da cabeça.

Núcleos vestibulares

Os núcleos vestibulares integram estes dados e mandam ordens aos centros motores do
tronco cerebral que regem os músculos dos olhos (III, IV e V pares) e os movimentos
reflexos dos músculos do pescoço, membros e tronco (XI par e tractos cérebro-
espinhais).

Cerebelo

O cerebelo integra também os movimentos provenientes dos olhos e dos receptores


somáticos.
Coordena a actividade dos músculos esqueléticos.
Rege o tono muscular para conservar a posição da cabeça e a postura.
Regula especialmente os movimentos posturais finos e a sincronização.

BIBLIIOGRAFIA

http://147.162.36.50/cochlea/index.htm
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/H/Hearing.html
http://www.earinfosite.org/
http://www.hearingaidscentral.com/Diseases_and_Disorders_of_the_Inner_Ear.asp
http://www.nidcd.nih.gov/health/balance/balance_disorders.asp

Fisiologia do equilíbrio

http://library.med.utah.edu/kw/hyperbrain/syllabus/syllabus8.html
http://www.neurophys.wisc.edu/h&b/
http://www.vestibular.org/vestibular-disorders/balance.php
http://147.162.36.50/cochlea/index.htm
http://oto2.wustl.edu/cochlea/
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/H/Hearing.html
Canais semicirculares

http://www.nidcd.nih.gov/health/balance/balance_disorders.asp
http://en.wikipedia.org/wiki/Vestibular_system
http://www.vimm.it/cochlea/cochleapages/physiology/index.htm
SOMESTESIA

Capítulo 23

DEFINIÇÕES

Sensações e percepções

Sensação é a consciência das variações do meio interno e do meio exterior pelo córtex
sensitivo primário.
Percepção é a interpretação consciente dos estímulos pelo córtex sensitivo associativo
Quando nos cortamos, há uma sensação de pressão e uma percepção de dor.

Sistema somestésico

Transmite informações relativas às diferentes modalidades sensitivas do meio interno e


do meio exterior, estando cada modalidade associada a um grupo de receptores.

Diferenças com os outros sistemas

Os receptores estão distribuídos por todo o corpo.


Respondem a vários estímulos.
Representam vários sentidos como tacto, temperatura, propiocepção e nocicepção.
Capítulo 24

VIA SOMESTÉSICA

Nociceptores

São os receptores sensoriais.


Os neurónios dos nociceptores reagem a estímulos (sonoros, mecânicos, químicos, etc.)
que converterão em impulso nervoso (transdução).
A transdução abre ou fecha canais iónicos criando um potencial receptor.
Quando o potencial de recepção ultrapassa um limiar, cria um potencial de acção.

Vias ascendentes

Trajecto

O corpo celular do neurónio de primeira ordem ou neurónio aferente encontra-se no


gânglio espinhal.
A primeira sinapse faz-se com os neurónios dos núcleos do tronco cerebral.
Dirigem-se ao tálamo e em seguida ao cérebro por duas vias – via ascendente
anterolateral ou via ascendente lemniscal.

http://www.indiana.edu/~pietsch/v414input06.html#somesthetic%20schematic
cortesia do prof. Pietsch

Fig. 24.1 – Via ascendente


Via lemniscal

Transmite a sensibilidade fina (tacto, vibrações).


Tem fibras de tipo I, II e III.
Sobe no cordão posterior pelo lado homolateral.
O feixe de Goll recebe informações dos segmentos sagrado, lombar e dorsal baixo.
O feixe de Burdach recebe informações das regiões dorsal alta e cervical.

Via extra-lemniscal

Tem fibras dos tipos III e IV.


Sobem do lado contralateral.
Constituídas por dois feixes – neo-espinotalamico ou espinotalamico e o
paleoespinotalamico.
O primeiro transmite a sensibilidade táctil grosseira e a sensibilidade dolorosa rápida e
segundo a sensibilidade dolorosa e a sensibilidade térmica.

Sindroma de Brown-Sequard

Deve-se a:
hemisecção da medula, traumática ou circulatória
Paralisia ipsilateral
Observa-se:
Desaparecimento das sensações tácteis finas e propioceptivas abaixo do lado da
lesão
Desaparecimento das sensações térmica e dolorosa do lado oposto à lesão

Cérebro

Os feixes de Goll e de Burdach fazem paragem nos núcleos de Goll e de Burdach no


bulbo para se dirigirem para o tálamo constituindo o lemnisco mediano.
O feixe espinotalâmico atravessa o tronco cerebral e dirige-se para o tálamo.
As sensações da face são veiculadas pelos trigémios.
As informações são dirigidas para o córtex somestésico.
A área reservada pelo córtex somestésico às mãos e face é comparativamente muito
mais importante que a dedicada ao resto do corpo.
BIBLIOGRAFIA

http://library.med.utah.edu/kw/hyperbrain/syllabus/syllabus5.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Tactition
http://www.dartmouth.edu/~rswenson/NeuroSci/chapter_7A.html#Unconscious_sensati
on
http://jan.ucc.nau.edu/~brc/sph405/class/afferent/somato/lesson3-1-1.html

Fibras sensitivas

http://en.wikipedia.org/wiki/Type_Ia_sensory_fiber
http://en.wikipedia.org/wiki/Type_II_sensory_fiber

Vias somestesicas

http://thalamus.wustl.edu/course/body.html
http://www.indiana.edu/~pietsch/v414input06.html#somesthetic%20schematic
http://instruct.uwo.ca/anatomy/530/kiernan.htm
Capítulo 25

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTIMULOS

Unidade sensorial e campo receptor

Os receptores sensoriais estão situados na extremidade periférica dos neurónios


aferentes primários.
O neurónio tem vários ramos terminais para recolher as informações sensoriais.
A unidade sensorial é o conjunto dos ramos terminais dum neurónio.
Campo receptor é a área periférica coberta pela unidade sensorial.

Duração do estímulo

Nem todos os receptores permitem uma resposta prolongada.


O receptor tónico ou estático tem uma adaptação lenta ou nula.
Um receptor fásico ou dinâmico tem uma adaptação rápida e traduzirá as variações de
intensidade do estímulo.

Localização do estímulo

O tamanho dos campos receptivos duma área define a capacidade de discriminar os


estímulos nessa área.
Quando muitos neurónios convergem num neurónio secundário, a intensidade aumenta
mas a discriminação diminui, porque os dois estímulos são recebidos no mesmo campo
receptivo.
Quando a convergência dos neurónios é pequena os dois estímulos actuam em campos
receptores diferentes e portando aumenta a discriminação e diminui a intensidade.
A inibição lateral aumenta o contraste entre o estímulo e o que o rodeia, facilitando a
percepção e localização.
Os campos receptivos sensoriais estão organizados no córtex em mapas topográficos.
A intensidade do estímulo depende do número de receptores activados e da frequência
dos potenciais de acção.

Limiar

O limiar é a menor intensidade de estímulo que pode ser detectada.


O limiar pode ser causado perifèricamente quando o estímulo é tão fraco que não
despolariza o receptor.

Mecano-nocioceptores

Registam deformações mecânicas na pele, músculos, ouvidos, órgão vestibular.


Termo-nocioceptores

Registam arrefecimento ou aquecimento particularmente ao nível da pele, mas também


ao nível de algumas estruturas centrais como o hipocampo.

Quimio-nocioceptores

Reagem a estímulos químicos (olfacto, paladar).

Nociceptores para a dor

Detectam estímulos potencialmente nocivos para o organismo.

Nociceptores polimodais

Respondem a estimulações dolorosas, térmicas, mecânicas e químicas.


Capítulo 26

MECANORECEPTORES

Classificação

QUADRO 26.I

Classificação dos mecanoreceptores

Receptor Função
Terminações nervosas livres Dor
Temperatura
Tacto grosseiro
Corpúsculos de Meissner Tacto
Pressão
Corpúsculos de Pacini Pressão profunda
Vibração
Discos de Merkel Tacto
Pressão
Corpúsculos de Ruffini Estiramento da pele

Fibras intrafusais Estiramento muscular


______________________________________________________________________

Tacto

O limiar à sensibilidade depende da localização do estímulo.

Terminações nervosas livres

Captam sensações dolorosas.

http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm

Fig. 26.1 – Terminações nervosas livres


Corpúsculos de Meissner

Os corpúsculos do tacto ou de Meissner são receptores para o tacto discriminativo.


São uma massa de dendritos rodeadas de tecido conjuntivo localizadas nas papilas
dérmicas.
Como se adaptam com rapidez transmitem os impulsos rapidamente quando se produz o
estímulo.
São muito abundantes nas pontas dos dedos, palma das mãos e plantas dos pés.

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/peau/fig102.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal
http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm

http://www.cytochemistry.net/microanatomy/nerve/touch_and_position_receptors.htm
cortesia de Gwen Childs
Fig. 26.2 – Corpúsculos de Meissner
Plexos das raízes dos pelos

São também receptores de adaptação rápida.


São dendritos dispostos à volta dos folículos pilosos.
São estimulados pelos movimentos das hastes dos pelos.

Discos de Merkel

São dendritos achatados de neurónios sensitivos em contacto com as células


epidérmicas do extracto basal.

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/peau/fig103.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal
Fig. 26.3 – Corpusculos de Merkel

Órgãos de Ruffini

Encontram-se na profundidade da derme.


Detectam sensações tácteis fortes e contínuas.
http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/peau/fig104.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal
Fig.26.4 – Corpusculo de Ruffini
Mecanismo

O estímulo desencadeia um potencial receptor nos canais de sódio condicionados


mecanicamente que irá abrir os canais de sódio condicionados pela voltagem que se
ultrapassarem o limiar causará um potencial de acção.

Estímulo

Canais de sódio condicionados mecanicamente

Canais de sódio condicionados pela voltagem

Potencial de acção

Fig. 26.5 – Mecanismo da estimulação

Os receptores não estão distribuídos igualmente - a ponta dos dedos e a língua têm 100
por cm2 e as costas da mão.

Propiocepção

Permite monitorizar inconscientemente a posição do corpo.


Depende dos receptores situados nos músculos, tendões e articulações
Refere a sensibilidade à posição, ao movimento e à força.

Pressão profunda

Os receptores são os corpúsculos de Paccini.


Estão colocados na pele e em vários órgãos internos.
Cada um está ligado a um neurónio aferente.
http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm

http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/pns15.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
http://www.cytochemistry.net/microanatomy/nerve/touch_and_position_receptors.htm
cortesia de Gwen Childs
Fig. 26.5- Corpúsculo de Paccini

A deformação do corpúsculo cria um potencial gerador na fibra nervosa a que está


ligado, potencial que será tanto maior quanto maior for a deformação.
Quando for atingido o limiar desencadear-se-á um potencial de acção no primeiro
nódulo de Ranvier.
A intensidade do estímulo depende da frequência dos impulsos gerados.
Com a continuação da pressão a frequência diminui até parar (adaptação).

Estiramento muscular

O estiramento ou pressão de um músculo provoca a sua contracção - é o caso do reflexo


rotuliano.
O receptor é o fuso muscular constituído por terminações sensitivas enroladas à volta de
umas fibras musculares específicas, as fibras intrafusais.
http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/fig60.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal

http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Proprioceptors.html

Fig. 26.6 – Fuso neuromuscular


Alguns ramos dos axónios vão directamente para os neurónios motores, que devolvem o
impulso ao mesmo músculo, fazendo-o contrair.
Outros ramos fazem sinapses com interneurónios inibidores que irão inibir o músculo
antagonista – se a resposta for a contracção de um extensor, será inibido o flexor.
Outros ramos fazem sinapses com interneurónios que se dirigem aos centros encefálicos
que coordenam os movimentos, como o cerebelo.

Tendões

Os órgãos de Golgi são propioceptores situados na união entre os tendões e os


músculos.
Protegem os tendões e músculos de uma tensão excessiva.
É formado por uma camada fina de tecido conjuntivo que rodeia algumas fibras de
conjuntivo, onde penetram fibras aferentes cujos dendritos se entrelaçam com as fibras
colagénias.
O estímulo surge quando se aplica tensão a um tendão.

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/fig61.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal
http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Proprioceptors.html

Fig. 26.7 – Corpúsculos de Golgi

BIBLIOGRAFIA

Corpúsculos de Meissner

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/peau/fig102.html
http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm
http://www.cytochemistry.net/microanatomy/nerve/touch_and_position_receptors.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Meissner%27s_corpuscle

Ilustrações - corpúsculos de Meissner

http://www.bu.edu/histology/p/08105loa.htm
http://www.anatomyatlases.org/MicroscopicAnatomy/Section06/Plate06123.shtml
http://bio.rutgers.edu/~gb102/lab_5/104bm.html
Corpúsculos de Paccini

http://www.cytochemistry.net/microanatomy/nerve/touch_and_position_receptors.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Golgi-Mazzoni_corpuscles

Ilustrações- corpúsculos de Paccini

http://www.anatomyatlases.org/MicroscopicAnatomy/Section06/Plate06124.shtml
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/pns15.html

Corpúsculos de Ruffini

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/peau/fig104.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Ruffini%27s_end_organ

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/peau/fig103.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Merkel_nerve_ending

Fusos neuromusculares

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/fig60.html
http://www.cytochemistry.net/microanatomy/nerve/touch_and_position_receptors.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Intrafusal_muscle_fiber

Órgãos de Golgi

http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/fig61.html
http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Proprioceptors.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Golgi_tendon_organ

Tacto

http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm

Terminações nervosas livres

http://www.starsandseas.com/SAS%20Physiology/Neurology/Touch.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Free_nerve_ending
Capítulo 27

TERMORECEPTORES

Características

São detectores de variações de temperatura.


A percepção da temperatura depende da temperatura cutânea inicial, da velocidade de
mudança da temperatura e da superfície estimulada e da adaptação dos receptores.
Alterações grandes da temperatura provocam percepções mais fortes.
Capítulo 28

NOCICEPTORES

Conceitos

A dor é a percepção de efeitos desagradáveis vindos de uma parte do organismo.


A nocicepção é um processo sensorial causado pelos sinais nervosos que originam a
dor.

Classes de dor

Nocicepção térmica

O calor destrói os tecidos e abre os canais iónicos dependentes do calor a temperaturas


superiores a 45.

Nocicepção hipóxica

O metabolismo anaeróbico próprio da anóxia produz a acumulação de acido láctico que


aumenta o H+ que activa os canais iónicos.

Nocicepção química

Estímulos químicos como uma picada de abelha activam os mastocitos que produzirão
histamina que se fixa sobre a membrana dos nociceptores, activando-os.

Sensibilização periférica

As lesões tissulares provocam a libertação local de prostaglandina e substancia P que


estimulação a libertação de histamina, serotonina e bradicinina.
Estas moleculas aumentam a sensibilidade das fibras nocipeptoras.
A bradicinina despolariza directamente os nociceptotes.
As prostaglandinas aumentam a sensibilidade dos nociceptores a outros estímulos.
A substancia P é um neuropeptido sintetizado pelos nociceptores que estimula a
libertação de histamina.
http://neurobranches.chez-alice.fr/systnerv/systsens/somesthesie4.html

Fig. 29.1 – Histamina e bradicinina

Vias nervosas

As fibras A delta transmitem a dor rápida e e as C a dor lenta.


Estas fibras vão para o corno posterior da medula.
Depois as fibras formam o feixe espino-talâmico.
Do tálamo partem fibras para o lobo frontal onde o influxo é classificado como dor,
para a zona parietal onde é localizado e para o sistema mesolímbico onde toma a sua
carga emocional.

Dor projectada

Dor causada por uma víscera mas sentida num segmento cutâneo.
Deve-se à convergência dos aferentes viscerais e somáticos nos neurónios do corno
posterior.

Hipoalgia

Diminuição da percepção dolorosa devida a uma interacção sensorial ao nível dos


neurónios periféricos.

Tipos de dor

Dor aguda

Causada por um traumatismo ou uma doença.

Dor crónica

Duração superior a 6 meses.


Pode ser considerada uma doença.
Dor neuropática ou nevralgia

Consequência da lesão ou doença de um nervo.

Dor neurogénica

Dores que surgem sem lesão.


Devem-se a um disfuncionamento do sistema nervoso.

Dor psicogénica

Não tem causa conhecida.

Dor da perna fantasma

Sensação de dor na localização de uma perna amputada.

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