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Série Perfil de Projetos

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9LWyULD
'H]HPEUR
2

680È5,2

Página

1- Apresentação 3

2- Introdução 4

3- Enquadramento Técnico do Negócio 5

4- Projeto 6

5- Mercado 14

6- Detalhamento dos Investimentos 19

7- Aspectos Econômicos e Financeiros 22

8- Resultados Operacionais 27

9- Incentivos e Fontes de Financiamento 31

10- Fontes de Referência 33


3

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Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que
se propõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambiente
econômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamental
relevância para o bom desempenho do negócio.

A 6pULH3HUILOGH3URMHWRV tem como objetivo suprir de informações o empreendedor


disposto a realizar um novo investimento. Trata-se de um instrumento de auxílio ao
investidor na elaboração de um plano de negócios que deve ser adaptado para cada
situação. E este é o objetivo do SEBRAE/ES: auxiliar as micro e pequenas empresas e
dar as condições necessárias ao surgimento de novos empreendimentos que sejam bem
estruturados e capazes de enfrentar os desafios do mercado.

Este trabalho contém informações sobre o mercado, investimentos necessários à


atividade, previsão de resultados operacionais, fontes de financiamento e diversas
informações relevantes que, em conjunto com outras literaturas sobre o mercado que se
pretende atuar, contribuirá com eficiência maior para uma tomada de decisão segura e
com consideráveis perspectiva de sucesso.
4

,1752'8d­2
As oportunidades para se investir em um bom negócio não acontecem normalmente ao
acaso. Elas podem ser buscadas ou mesmo construídas a partir de informações levantadas e
conhecimentos adquiridos com o tempo. Sempre, no entanto, é necessário que o investidor
faça os seus cálculos sobre o quanto ele vai despender – imobilizar – e sobre os resultados
esperados do empreendimento. Mesmo no meio da incerteza que o cerca e
consequentemente do risco do negócio, fazer cálculos sobre os ganhos esperados da
aplicação dos recursos é tarefa indispensável. Esse exercício de prospeção de um negócio é
chamado de projeto.

Na verdade, um projeto procura sistematizar informações, trabalhá-las e analisá-las de tal


forma a permitir concluir se determinada decisão de investimento é viável ou não. Enquanto
tal, o projeto pode ser elaborado obedecendo diferentes níveis de complexidade e
detalhamento. A idéia básica de perfil de projeto, que servirá de orientação para o presente
trabalho, busca simplificar a tarefa de sistematização de informações e dos cálculos
econômicos que servirão de subsídio à conclusão final sobre a viabilidade do investimento.

O perfil aqui apresentado, Unidade de Apicultura, Criação de Abelhas, para a produção em


escala comercial de Mel, obedece aos roteiros tradicionais de projeto, sem no entanto
aprofundar detalhes técnicos. Serve, dessa forma, como orientação metodológica e de
gestão do processo de tomada de decisão. Há uma preocupação com os pré-requisitos
necessários para um bom negócio, como alguns atributos do empreendedor, o conhecimento
do mercado, a visão prospectiva, alguns aspectos dimensionais do negócio (tamanho,
montante de recursos, etc.) e projeção de resultados.

É bom deixar claro que os números refletem momentos, situações e locais específicos, o
que permite afirmar que para cada local, ou conjuntura, existiria um projeto. Isso não
invalida o processo de cálculo e as conclusões decorrentes. O perfil de projeto reflete uma
situação e local genéricos. O tamanho, por exemplo, é definido pela tecnologia empregada,
pela capacidade de investimento do empreendedor, e principalmente a dimensão mercado
consumidor do produto final, à vista do preço atual de mercado de produtos correlatos.

O presente perfil tem por finalidade, mostrar a viabilidade de uma unidade de apicultura,
criação de abelhas para a produção de mel, considerando-se os recursos físicos e financeiros
necessários, e outros condicionantes como o domínio da tecnologia e a perspectiva de
mercado. A primeira parte faz o enquadramento do negócio( dados gerais e conceito do
projeto ); em seguida, é feita uma abordagem sobre o mercado potencial, principalmente em
termos de orientação sobre quais variáveis ou fatores mais importantes a serem analisados.
Já a parte econômica e financeira, centra atenção nos aspectos de receitas e custos. A
viabilidade do projeto é definida pela TIR, taxa interna de retorno, pelo Pay-Back Time,
tempo necessário para a amortização do investimento e pelo VPL, valor presente líquido do
fluxo de caixa do resultado operacional do negócio.

Os valores aqui apresentados são apenas indicativos e representam uma ordem de grandeza
dos custos e dos investimentos, permitindo assim, ao potencial empresário, decidir se vale a
pena ou não investir tempo e/ou dinheiro para um aprofundamento da análise sobre o
empreendimento em questão.

Levando-se em consideração os 16 municípios pesquisados no primeira fase do projeto e as


características peculiares da Apicultura, conclui-se que a sua localização adequa-se a
qualquer município que apresente flora agrícola com floradas abundantes de plantas que
atraiam as abelhas (laranja, flores, eucalipto, etc.).
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(148$'5$0(1727e&1,&2'21(*Ï&,2

 7,32'(1(*Ï&,2

Criação de Abelhas

 6(725'$(&2120,$

Primário

 5$02'($7,9,'$'(

Agrícola

 352'8726$6(5(02)(57$'26

Mel.

 ,19(67,0(17235(9,672

,QYHVWLPHQWR7RWDO 5 
Investimento Fixo R$ 52.000,00
Capital de Giro R$ 8.467,52
Reserva Técnica R$ 1.209,35

)$785$0(172$18$/(63(5$'2

R$ 35.328,00 ( trinta e cinco mil, trezentos e vinte e oito reais)

 Ë1',&(6'($9$/,$d­2

Ponto de Equilíbrio 50,24%


Valor Presente Líquido (a 15%) R$ 45.812,88
Taxa Interna de Retorno (anual) 31,93%
Tempo de Recuperação do Investimento (Pay-Back Time)- Anos 4,25
Índice de Lucratividade das vendas 39%
6

2352-(72
2%-(7,92

O objetivo do presente perfil de projeto, é sistematizar e trabalhar um conjunto de


informações que permita ao investidor potencial analisar a oportunidade de implantação
de uma unidade de apicultura, para a criação de abelhas visando a produção de mel.
Demais produtos decorrentes dessa mesma atividade, como a cera, a própolis, a geléia
real e o pólen poderão ser também produzidos em escala comercial. Nosso interesse
imediato entretanto, é demonstrar a viabilidade da criação de abelhas para a produção
exclusiva de mel. Em caso positivo, o empreendedor só teria ganhos adicionais na
extração comercial dos demais produtos da apicultura.

 5(48,6,726'2(035((1'('25

O empreendedor é geralmente um agente econômico especial, as vezes sonhador, que


tem a capacidade de transformar boas idéias em um negócio rentável. É importante
lembrar que ninguém nasce com todas as habilidades desejáveis de um empreendedor,
ou seja, muitas das características pessoais positivas são adquiridas ou lapidadas com o
passar do tempo, seja pela vivência, seja por estudo e observação daquilo que acontece
no mundo a sua volta. No entanto, é sempre aconselhável que se disponha de um
mínimo de conhecimentos gerenciais e técnicos para levar à frente um empreendimento;

Dentre os aspectos fundamentais da personalidade desejados de um empreendedor


destacam-se:

- &ULDWLYLGDGH : aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de


problemas.

- /LGHUDQoD capacidade de inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades,


formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar idéias, ouvir ,
aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

- 3HUVHYHUDQoD: capacidade de manter-se firme num dado propósito, sem deixar de


enxergar os limites de sua possibilidade, buscar metas viáveis até mesmo em
situações adversas.

- )OH[LELOLGDGH: poder de controle os seus impulsos para ajustar-se quando a situação


demandar uma mudança, rever posições estar aberto para estudar e aprender sempre.

- 9RQWDGHGHWUDEDOKDU: dedicação plena e entusiasmada ao seu negócio com tempo


e envolvimento pessoal, lembrando-se que um negócio é tocado com inspiração mas
também com muita transpiração.

- $XWRPRWLYDomR: vontade de encontrar a realização pessoal no trabalho e seus


resultados.

- )RUPDomR SHUPDQHQWH: capacidade de buscar um processo de permanente


atualização de informações sobre o mercado no qual ele se insere, tendências
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econômicas em todos os níveis, e atualização profissional sobre novas técnicas


gerenciais.

- 2UJDQL]DomR: compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e


administrativo de forma lógica e racional , entender as alterações ocorridas no meio
ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estas
mudanças.

- 6HQVR FUtWLFR: capacidade de se antecipar aos problemas principais, analisando-os


friamente através de questionamentos que levem a indicações de possíveis
alternativas de solução.

O empreendedor necessita possuir um visão global do negócio, que implica tanto o


conhecimento do mercado fornecedor, quanto do mercado final, canais e regras de
convivência com o mundo dos negócios. É importante que o empreendedor defina a sua
estratégia de atuação, de tal modo a garantir seu espaço no mercado, conhecendo bem
os canais de comercialização de seus produtos.

Todavia, o primeiro passo para quem se inicia nessa atividade, é conhecer o mais
profundamente possível os meandros desse negócio. Para tanto necessário se faz que ele
leia uma bibliografia completa cobre o assunto, freqüente cursos sobre apicultura, visite
criadores profissionais, entidades de pesquisa, órgãos de governo, cooperativas de
produtores, para formar conhecimento teórico e prático sobre a atividade de criar
abelhas, antes de decidir concretizar seu investimento.

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Uma unidade de apicultura, para a criação de abelhas, visando a produção de mel,


apresenta exigências locais específicas, ficando por exemplo condicionada a sua
instalação em área rural, devido a questões de controles de segurança, e pelo menos
quatro quilômetro distante de indústrias de açúcar, álcool e cachaça ou culturas de cana
de açúcar. Desta forma, a produção deve estar idealmente localizada junto às fontes de
matérias primas, ou seja, junto à flora agrícola. A existência de floradas abundantes e
variadas, é o principal fator de localização de uma unidade de criação de abelhas. São
também condicionantes para a localização das colmeias: o clima, a proximidade de água
não poluída (as abelhas não devem viajar mais de 300 metros para sua coleta), o bom
acesso rodoviário para maior facilidade de manutenção e transporte do produto
acabado, em área protegida de ventos, e fora da influência de agrotóxicos.
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 352&(662352'87,92

 2)/8;2*5$0$

35(3$5$d­2'$6&2/0e,$6

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O processo de criação de abelhas para a produção de mel, cera e própolis consiste


basicamente em: Preparação das Colmeias, Povoamento, Instalação, Inspeção e
Revisão, Colheita, Desoperculação, Centrifugação, Decantagem, Estocagem, Envase, e
Comercialização.
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PREPARAÇÃO DAS COLMEIAS


A Colmeia é a casa das abelhas, e é habitada por uma colônia ou família de abelhas.
Essa deve ser construída rigidamente dentro de medidas que obedeçam ao “espaço
abelha”, isto é, de acordo com o seu corpo e o espaço das suas pernas. Este espaço é de
seis a 9 milímetros, e deve ser respeitado internamente em todos os componentes da
colmeia.
Dentro dos mais diversos tipos de colmeias existentes, recomenda-se o modelo
/DQJVWURWK, que é a colmeia mais difundida no mundo, inclusive no Brasil. Esta colmeia
é composta dos seguintes elementos: fundo ou assoalho, ninho com dez quadros,
sobreninhos ou melgueiras com dez quadros cada compartimento, tampa e cobertura,
para ajudar na conservação da colmeia.
A madeira para a construção das colmeias deve ser leve, de boa durabilidade, seca, e
nunca ter sido tratada com produtos químicos contra cupim, brocas ou fungos. A
colmeia moderna deve ser toda desmontável, e para aumentar sua vida útil, elas devem
ser banhadas com uma mistura de querosene, parafina e cera, ou pintadas. No caso de
pintura, a tinta utilizada deve ser a base de óleo ou base plástica. As cores mais
recomendáveis são as claras, de preferência, o azul, o azul esverdeado, o verde e o
amarelo.

POVOAMENTO
Para povoar as colmeias existem diversas alternativas:
a- comprar de apicultores especializados famílias inteiras de abelhas;
b- comprar núcleos de produtores de enxames;
c- armar caixas-iscas pelo campo, onde os enxames costumam passar, ou
d- recolher famílias de abelhas que se encontrem alojadas em locais como cupinzeiros ,
ocos de casas etc.
Dentro do presente perfil, utilizaremos para nosso estudo de rentabilidade a hipótese
mais custosa, ou seja a compra de colmeias de apicultores especializados.

INSTALAÇÃO DAS COLMEIAS NO CAMPO


Um apiário pode ser fixo ou migratório. Para efeito de nosso perfil estaremos admitindo
a hipótese de se utilizar tanto o processo fixo, quanto o processo migratório. Quando da
instalação, as colmeias devem ser fixadas sobre estacas, cavaletes ou estrados a uma
altura entre 50 e 60 centímetros do chão, para proteção da colmeia, do enxame e para
maior conforto para o apicultor, que poderá trabalhar em pé. No caso de colmeias sobre
estacas, é recomendável cortar latas de óleo, e colocá-las de boca para baixo, em cima
das estacas como proteção contra as formigas.
As colmeias devem ser alocadas no campo obedecendo a certos esquemas básicos de
distribuição:
a- não instalar mais de 40 colmeias num mesmo lugar, se a média de produção
colmeia/ano estiver abaixo de 25 quilos, diminui-se o número de colmeias no
apiário, se estiver entre 30 e 50 quilos é sinal que, o número de flores e de abelhas
estão equilibradas ;
b- guardar uma distância mínima de 3 quilômetros entre apiários;
c- armar as colmeias preferencialmente formando um desenho tipo U, que facilite a
entrada de veículo perto das colmeias para manutenção;
d- é importante que o alvado das colmeias, deva ficar sempre de frente para o sol
nascente.
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INSPEÇÃO E REVISÃO
É recomendável não manipular as colmeias com freqüência, pois isto é prejudicial às
mesmas por interromper e atrapalhar seu serviço diário. No entanto, as revisões no
apiário se fazem necessário em certos momentos. No essencial, as abelhas não devem
ser perturbadas sem um bom motivo. Os ninhos devem ser revisados entre 15 e 30 dias,
com maior freqüência em épocas de floradas abundantes. Os motivos de uma revisão
são:
a- fazer a extração de mel;
b- avaliar as reservas de mel;
c- avaliar a postura da rainha;
d- orfanar a colônia (retirar a rainha) quando necessário;
e- fazer a introdução de uma nova rainha;
f- avaliar o espaço interno;
g- trocar o número de quadros ou compartimentos ocupados;
h- alimentar as colmeias, e
i- remanejar os quadros.
Basicamente são feitas duas revisões gerais nos apiários, uma de preparo para as
estações produtivas, ou seja, para a época das floradas, e uma outra de preparo do
inverno onde praticamente não existem, ou existem poucas floradas.
A primeira, é chamada de preparo para a primavera, e recomenda-se as seguintes
providencias:
a- além de todo o material de trabalho normal, levar até o apiário um ninho vazio, com
a própolis raspada e bem limpo;
b- no apiário, retirar cavalete e colocar ao lado deste, a primeira colmeia povoada que
vai ser trabalhada;
c- no cavalete, colocar o ninho vazio na mesma posição em que estava a colmeia;
d- abrir a colmeia, e retornar um a um os quadros com os favos e abelhas, aproveitando
para raspar a própolis, e recolocá-los na mesma posição e ordem no ninho vazio.
Favos com defeitos ou problemas não devem ser aproveitados;
e- avaliar a postura da rainha no ninho;
f- verificar as novas larvas para ver se não há doença;
g- verificar se já está entrando na colmeia pólen e mel novo. Em caso negativo
fornecer alimento estimulante às abelhas;
h- o ninho que foi assim desocupado, deve ser raspado e limpo para servir à próxima
colmeia a ser trabalhada.
Essas providencias são importantes pois, despertadas por boas floradas, é nessa época
que as abelhas trabalham mais. Por isso, o apicultor deve se manter mais atento para
evitar que falte nas colmeias as seguintes condições:
a- espaço livre para postura da rainha;
b- melgueiras ou sobreninhos para postura da rainha e para o mel;
c- alvado livre para o bom tráfego das abelhas e para a boa ventilação;
d- espaço nos ninhos, remanejando quando necessário os quadros para descongestionar
os ninhos.
A segunda grande revisão é a chamada revisão de inverno. É nessa temporada que os
apicultores perdem o maior número de famílias de abelhas, principalmente pela falta de
cuidados, ligados basicamente com a baixa quantidade de alimentos disponível às
abelhas. Nessas revisões, devem ser observados os seguintes procedimentos básicos:
a- retirar das colmeias as melgueiras e os sobreninhos que as abelhas não estiverem
ocupando e guardá-los no depósito;
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b- avaliar e anotar no diário as reservas de alimento existentes em cada colmeia. Uma


família de abelhas, com o ninho cheio, precisa de três a cinco favos de mel para
passar o inverno;
c- as colmeias com pouca reserva de mel, devem ser revisitadas durante o inverno para
o fornecimento a elas de alimentos de manutenção. Nessas ocasiões, basta levantar
um ou dois favos, para verificar se ainda têm alimento. Esses movimentos devem
ser os mais rápidos possíveis, para evitar o resfriamento e pilhagem, por isso devem
ser feitos preferencialmente em dia de boa insolação;
d- reduzir o alvado ao máximo, para que as abelhas possam se proteger do frio e de
possíveis inimigos;
e- as colmeias deterioradas com o tempo, devem ser retiradas para serem substituídas
por novas;
f- é importante fazer uma boa limpeza do terreno em volta, para permitir a entrada de
sol e evitar o acesso mais fácil de inimigos.
É sempre bom lembrar que temos de reconhecer que as abelhas fabricam o mel para
alimento delas, e não para o homem, e assim como o homem procura construir um
ambiente de proteção para sua moradia, o mesmo procedimento é encontrado em uma
colmeia. Essa “cerca” de proteção construída pelas abelhas pode ser invisível os olhos
dos homens, mas ela certamente existe. Para defesa da colmeia, o ataque ao inimigo é
sempre muito bem organizado. As abelhas vigias, que ficam no alvado, estão sempre
atentas e quando o inimigo se aproxima, dão o alerta e partem para o ataque – que em
verdade é uma atitude de defesa – coletivo ao inimigo começa. Assim, quando de
qualquer revisão e/ou inspeção em uma colmeia, o apicultor deve observar basicamente
as seguintes normas de manejo, proteção e segurança:
a- escolher um dia de boa insolação e sem ventos, e trabalhar entre 09:00 e 15:00
horas;
b- vestir a roupa de proteção completa, inclusive capuz e luvas;
c- testar o fumigador antes de se aproximar da colmeia, e fazer esta aproximação da
forma mais quieta possível;
d- no começo, aplicar algumas baforadas de fumaça para dentro do alvado, para
surpreender as abelhas vigias;
e- esperar de dois a três minutos para que as abelhas consumam uma boa quantidade
de mel;
f- para começar o trabalho, ficar sempre na parte de trás ou ao lado da colmeia para
não interferir na linha de vôo das abelhas;
g- dar mais uma baforada de fumaça no alvado, e com uma peça metálica levantar a
tampa, aplicando novas baforadas de fumaça agora direto sobre os quadros;
h- ao retirar o primeiro favo o fazer bem lentamente para não esmagar as abelhas;
i- para observar o favo, é importante segurá-lo na mesma posição em que esse se
encontrava na colmeia, para evitar que caia pólen ou mel;
j- evitar respirar sobre as abelhas;
k- quando da retirada das melgueiras ou sobreninhos, é importante não colocá-los
diretamente sobre o chão, para que não os suje ou mate as abelhas;
l- para recolocar a tampa, deve-se ter o cuidado de fazê-lo também lentamente, para
não matar as abelhas;
m- finalmente ao manipular uma colmeia, deve-se procurar controlar com fumaça as
colmeias vizinhas pois as abelhas vigias estão sempre de prontidão.
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COLHEITA
Por ocasião da colheita do mel o apicultor antes de ir a campo deve tomar algumas
providencias básicas como:
a- limpar a casa de mel, ou sala de centrifugação;
b- lavar e enxugar bem a centrífuga;
c- deixar limpos, e de fácil manuseio facas e garfos desoperculadores, filtros e baldes
para o mel;
d- limpar o cocho desoperculador, e os tanques decantadores;
e- providenciar toalhas e águas limpas para lavar as mãos;
f- comprar as embalagens necessárias para o envase do mel;
g- lavar a carroceria do carro transportador, para evitar cheiros estranhos;
h- providenciar lonas para a forração e cobertura da carga do veículo.
Na visita às colmeias é feita a seleção dos favos, devendo ser retirados apenas os de mel
maduro, ou seja, aqueles que estiverem totalmente operculados, com todos os opérculos
fechados com cera. Se eventualmente junto com o mel maduro, forem colhidos alguns
favos que não estejam operculados, estes devem ser centrifugados em separado, pois o
mel de seu interior é o chamado mel verde, que contém alto teor de umidade. Esse
último deverá ser consumido dentro de 90 dias preferencialmente.
No momento de abertura das colmeias, a fumaça deve ser aplicada por cima dos favos (
e não de cima para baixo). Quando o operador levantar um quadro, o bico do fumegador
deve ser direcionado para o outro lado, pois se a fumaça for direta aos favos o mel
adquirirá gosto e cheiro de fumaça perdendo valor comercial. Depois que o operador
sacudir as abelhas, e for guardar o favo no ninho receptor, é que deve ser aplicada mais
fumaça sobre as abelhas.
O apicultor deve levar um ninho receptor, com fundo e tampa, para colocar os primeiros
favos até desocupar aquele cujo mel está sendo colhido. Este processo possui a
vantagem de não expor os favos a poeiras, e evita a invasão de abelhas pilhadoras. Os
favos então são transportados para a casa do mel, sem abelhas, dentro dos ninhos, como
estavam na colmeia.
É aconselhável que se forre o piso do veículo de transporte dos ninhos, com capim ou
similar, para evitar muitos solavancos e quebra dos favos no caminho, do apiário até a
casa do mel. Deve-se também, forrar os ninhos com lona, para evitar poeira e chuva.

DESOPERCULAÇÃO
Esta é a primeira atividade realizada na casa do mel, e consiste em retirar os opérculos
de cera, que são depositados nos favos, com o auxílio de um garfo desoperculador. Esta
operação é realizada em todos os quadros, tanto de um lado quanto de outro, de
preferência em uma mesa de aço inox. Antes de iniciar esta atividade, o operador deve,
como sempre, lavar bem as mãos e enxugá-las muito bem em toalha limpa, pois o mel
fermenta muito facilmente em contato com a água.
Os opérculos retirados deverão ser colocados sobre uma peneira fina, durante 24 horas
para o recolhimento dos restos de mel. O mel recolhido através da compressão dos
opérculos, deve ser recolhido separadamente, pois é de qualidade inferior.
A cera dos opérculos deve ser derretida e coada. É comum a sua troca pelas lâminas de
cera alveoladas nas cooperativas e lojas especializadas.
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CENTRIFUGAÇÃO
Após a desoperculação, os quadros são encaminhados para a centrifugação, realizada
por equipamentos manuais ou mecânicos. Finda a atividade de centrifugação, os favos
são retirados da centrífuga e encaminhados para recolocação nas colmeias.

DECANTAGEM
O mel recolhido pela centrífuga passa então por um processo de filtragem, utilizando-se
um coador de tela malha 10, antes da entrada do mesmo nos tanques de decantação. O
mel deve permanecer nestes tanques, que devem estar bem limpos e secos, por dois dias
para a separação das impurezas, quando então são embalados para armazenagem em
latas ou tambores.

ESTOCAGEM
A estocagem do mel é geralmente feita em latas ou tambores muito limpos e secos, e
que devem possuir um processo hermético de fechamento. Preferencialmente, deve-se
utilizar material novo protegido por verniz, e próprio para a guarda de alimentos, e não
material reaproveitado de outro uso.
Nessa embalagem, o mel deve ficar uns dois centímetros abaixo da tampa, evitando-se
assim que se mantenha muito ar no recipiente, ou que o mel encoste na tampa. Quando
as embalagens de estocagem de mel estiverem em local definitivo, é conveniente abri-
las novamente, e fazer a limpeza das tampas, para depois fechá-las definitivamente.
Evita-se assim que após alguns dias, as gotas de mel que estejam nas tampas se oxidem,
e pinguem das tampas para o volume da massa.
A área de estocagem deve ser a mais limpa, e sem cheiros possíveis.

ENVASE
O processo de envasamento para o encaminhamento do produto para os mercados
consumidores, deverá ser feito preferencialmente com a utilização de embalagens novas
de vidro transparente. De todas as embalagens disponíveis essas são as que melhor
apresentam o produto, sendo também as mais seguras, pois permitem um bom
fechamento hermético.
Quando do envase propriamente dito, ou seja, da passagem do mel das unidades de
estocagem para as de comercialização, deve-se tomar o cuidado de evitar a formação de
bolhas de ar e espuma nos vidros, pois as bolhas de ar que ficam entre as camadas
comprometem o produto, e este logo fermenta. Assim, aconselha-se posicionar o frasco
um pouco inclinado embaixo da torneira, fazendo o mel escorrer pela parede do frasco.

COMERCIALIZAÇÃO
Após o envasamento o produto é destinado à comercialização. Essa pode ser feita
diretamente ao consumidor, via cooperativas ou particulares. Em alguns casos o mel
pode ser negociado por atacado e comercializado diretamente das unidades de
estocagem.
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 20(5&$'2
 26352'8726
O principal produto a ser retirado dessa exploração é o mel de abelhas. O mel é
elaborado pelas abelhas, a partir do néctar das flores e de secreções das plantas. É um
produto que tem despertado o interesse crescente de muitos consumidores, em respostas
às campanhas de consumo, assim como da vigorosa procura por alimentos natural, além
de obviamente, ser um alimento de alto valor nutritivo.
A abelha armazena alimentos para as épocas adversas, e usa o néctar como fonte de
matéria prima. Nessa trabalho, as abelhas campeiras trabalham todo o dia recolhendo o
néctar, ao qual acrescentam enzimas e as armazenam em uma bolsa especial chamada
papo. Com o papo cheio, as campeiras voltam às colmeias onde passam a carga trazida
para as abelhas mais jovens. Estas, passam a processar o néctar, acrescentando mais
enzimas, e retirando água até que o néctar trabalhado seja depositado nos favos. Nesse
processo, o néctar vai perdendo água, e o açúcar composto (sacarose) transforma-se em
açúcar simples (glicose e frutose). O néctar depositado, continua perdendo água pela
ação do calor da colmeia, e pela ventilação do bater das asas das abelhas. Quando
atingir em torno de 17% de água, o mel é considerado maduro e as abelhas então
cobrem os favos com uma fina camada de cera. Chama-se isso de operculação.
O mel é um alimento doce, saudável, fácil e agradável de se tomar, e tem a vantagem de
estar pronto para ser absorvido e entrando pela corrente sangüínea, pois as
transformações já foram realizadas pelas abelhas.
A composição química do mel pode ser visualizada no Quadro 01 abaixo.

4XDGUR
&RPSRVLomRTXtPLFDGHJUDPDVGHPHO
6XEVWDQFLD 0pGLD 9DULDomR
Água 17,70% 12,7 a 27,0%
Glicose 34,00% 24,7 a 36,9%
Frutose 40,50% 40,2 a 48,6%
Sacarose 1,90% 0,0 a 10,1%
Minerais 0,18% 0,03 a 0,9%
Maltose 7,11% 4,48 a 18,3%
Outros Açúcares 1,03% 0,16 a 3,3%
Proteínas 4,7 mg 0,4 a 8,0 mg
Vitamina C 2,4 mg 0,5 a 6,5 mg
Vitamina PP 0,35 mg 0,4 a 0,9 mg
Vitamina B1 5,5 microgramas 2,1 a 9,1 microgramas
Vitamina B2 61,0 microgramas 35 a 145 microgramas
Vitamina B6 209,0 microgramas 280 a 480 microgramas
Ácido Pantotênico 105,0 microgramas 25 a 192 microgramas
Ácido Fólico 3,0 microgramas --
Fonte: Doce Mel – EMATER-ES
15

Os outros produtos possíveis de serem comercialmente extraídos da criação de abelhas


são: o pólen, a própolis, a geléia real, a cera e a apitoxina.
O pólen é o gameta masculino das plantas e acha-se nas anteras dos estames das flores,
garantindo a sua fecundação assim como a produção de sementes e frutos. Apresenta
cores variadas conforme sua origem. Seu sabor varia, do ligeiramente doce, ao amargo.
É coletado pelas campeiras nas primeiras horas da manhã, quando ainda úmido pelo
orvalho é transportado para o interior da colmeia, em forma de pequenas bolotas, que
são depositadas no interior das células de armazenamento. É um alimento calórico,
protéico, sendo um fortificante natural que melhora o estado geral do organismo.
A própolis é uma substância resinosa, colhida nas hastes, folhas, gomos, botões de
árvores pelas abelhas. Misturada com o pólen, mel ou saliva e cera, em proporções
diferenciadas conforme a finalidade, as abelhas fazem dois tipos de própolis: o betume e
o bálsamo. O bálsamo, as abelhas utilizam para a higienização dos alvéolos, antes da
postura pela rainha É um alimento estimulante, regenerador com propriedades
medicinais como cicatrizante, anestésico, antimicrobiano e antioxidante. Na medicina é
utilizado nos tratamentos de oitite, amigdalite, faringite, gengivite, estomatite e aftas,
gripes e resfriados, furúnculos, perturbações intestinais por antibioticoterapia, abcessos
e queimaduras. É recomendável que seu uso seja associado ao do mel.
A geléia real, é uma substância gelatinosa, produzida pelas abelhas nutrizes para
alimentar as larvas jovens e a abelha rainha. Apresenta coloração branca leitosa, sabor e
aroma forte e picante. É um estimulante biológico, de ação energética e regeneradora do
organismo, sendo bastante recomendada para os casos de cansaço físico e mental, assim
como para falta de apetite. Configura-se como um excelente complemento alimentar.
A cera, é produzida por glândulas existentes no abdômen das abelhas operárias com
mais de 12 dias de idade, que as usam para construir os favos da colmeia. Para a
produção de 1 quilo de cera as abelhas chegam a consumir de 7 a 15 quilos de mel. A
cera, como todos os produtos da colmeia tem vários tipos de usos, entre eles: o preparo
das colmeias, pasta de calçados, cera para assoalhos, acabamento de móveis, produção
de velas artesanais, proteção de enxertos agrícolas, fechamento de embalagens,
depilação e máscaras faciais, cera de uso odontológico, entre outros.
A apitoxina, ou o veneno das abelhas, é uma substancia química complexa, formada por
água, aminoácidos, açúcares, histamina e outros componentes, que tem sido usado pela
farmacologia moderna para preparar injeções que amenizam as dores de reumatismo,
artrite e nevralgias.

 0(5&$'2$/92

O mercado alvo são os consumidores individuais que conformam o mercado regional e


até nacional. O consumo de mel per capita no Brasil é bastante inferior (menos da
metade) ao registrado no mercado de países mais desenvolvidos, como o mercado
americano e o mercado comum europeu. Em verdade, o Brasil consome mais mel do
que produz, com uma produção estimada em 32 mil toneladas por ano e um consumo
atual de 40 mil toneladas ano. A diferença de oito mil toneladas tem sido importada de
países da América do Sul, entre eles e principalmente da Argentina.
Desta forma, fica facilmente identificado que existe um grande potencial de consumo
dentro do país, sem falar na grande possibilidade de se chegar a exportação pela via de
associação de produtores.
16

Todavia, é importante ressaltar, que a entrada em um mercado, já de certa forma


ocupado por concorrentes, vai requerer estratégias bem definidas e bem trabalhadas de
vendas. Portanto, ter um produto de qualidade e com apresentação pelo menos igual ou
superior, as marcas tradicionais já comercializadas, é de fundamental importância para
abrir e manter um espaço de sobrevivência econômica no mercado.
Em segundo lugar, inegavelmente, a concorrência no mercado desses produtos, que
não podem ter uma grande diversificação, ou que, pela sua escala pequena, não
suportariam um grande investimento em marketing, é realizada quase que
exclusivamente pela via do preço. No caso específico do mel, esta concorrência, deve
ser ganha também, pela via da qualidade e da apresentação do produto. Nestes casos, o
conhecimento do mercado concorrente e principalmente das características físicas do
processo produtivo, assim como a estruturação de custos mínimos são essenciais para
que se viabilize o lado mercadológico do produto. O grande ganho do produtor só
poderá ser obtido com uma postura empresarial agressiva, estabelecendo uma política
permanente de busca de domínio de novas tecnologias visando a redução de custos e de
formas mais atraentes de colocação do produto nos mais diferentes mercados.

 3(563(&7,9$6'20(5&$'2

O mercado para este produto é ainda reduzido, por questões de hábitos alimentares e
outras questões culturais. O mel possui qualidades suficientes para ser classificado
como um remédio natural, pois não é tóxico, não causa distúrbios ao organismo, e pode
ser associado a outros remédios. O mel fortalece o organismo, melhora o estado geral e
eleva o potencial de energia do corpo, ajudando a combater e eliminar doenças. Por tudo
isso, é necessário que o mel passe a fazer parte da merenda escolar, como forma de
apoio aos produtores, assim como e de levar aos alunos novos e mais ricos hábitos
alimentares.
Entre outras o mel pode ser consumido :
a- ao natural, substituindo inclusive com vantagens o açúcar na preparação de
alimentos;
b- espalhado no pão, na torrada, em panquecas e bolos;
c- cobrindo frutas frescas, saladas de frutas, sucos e sorvetes;
d- adoçando cereais, mingaus, bebidas como: leite, chá, café e refrescos;
e- misturado em partes com manteiga, margarina e creme de amendoim;
f- na indústria de bebidas, balas, pães e bolos;
g- na preparação de remédios;
h- na cura de carnes;
i- na preparação de cosméticos, para uso em cabelo e pele.
Desta forma, é bastante razoável a perspectiva de mercado para a comercialização do
mel de abelha, dependendo em parte de características regionais específicas e
principalmente, da qualidade e preço do produto a ser comercializado.

 &/,(17(6327(1&,$,6

Para esse ramo de atividade, poder-se-ia listar os seguintes potenciais compradores


finais para seus produtos:
17

a- Venda no atacado, quando o apicultor vende o mel em latas ou tambores, tal qual
estocou, sem fracioná-lo. Neste caso o apicultor não precisa possuir CGCMF,
Inscrição Estadual, e estará sujeito apenas ao recolhimento do ICMS que deverá ser
feito na Coletoria Estadual quando da retirada de uma Nota Fiscal em trânsito. Essa
opção é normalmente caracterizada por menores lucros unitários, porém com
maiores garantias de demanda, viabilizando a produção em uma maior escala e
reduzindo os riscos de comercialização.

b- Venda do produto no varejo, pressupõe, o envase em embalagens específicas, que


poderão ser realizadas diretamente ao consumidor através de feiras livres, lojas
especializadas, estabelecimentos comerciais como supermercados, mercearias,
GHOLFDWHVVHQ, lojas de produtos artesanais/caseirosentre outras.

A abordagem do mercado requer portanto um planejamento prévio que implica:


a- Na definição de uma estratégia de penetração de mercado. Nesse aspecto deve-se
responder às seguintes perguntas: Por onde começar a vender o meu produto?
œ Quais são as exigências dos consumidores potenciais?
œ Como cativar a minha clientela?
œ Como ser diferente dos demais fornecedores?

b- Quais os produtos a produzir e em quais quantidades?


œ Definições após análise prévia do mercado

c- Qual a marca, a aparência a ser dada ao produto?


œ Embalagem: desenho, coloração, dimensões etc..
œ Especificações do produto: características químicas, ingredientes utilizados,
validade etc..

d- Onde estão localizados meus potenciais compradores? Para melhor responder a esta
pergunta é importante proceder da seguinte forma:
œ Visitar estabelecimentos comerciais para ver como funciona o mercado;
œ Fazer uma sondagem preliminar sobre o tamanho do mercado, inquirindo quanto é
vendido por cada um desses estabelecimentos, assim como proceder um
levantamento direto a alguns apicultores, ou associação de apicultores, para
conhecer seu potencial de consumo, e o nível de preço compatível com a sua venda
esperada.

 )251(&('25(6

No caso específico deste projeto é recomendado:


a- Dispor de uma área própria que atenda as condicionantes locacionais onde se possa
implantar com sucesso suas colmeias. Fazer contato com outros proprietários rurais
para estudar a possibilidade de se firmar um Contrato para Locação de Apiário, com
cláusulas estabelecendo condições de uso, tamanho da área, remuneração em R$ ou
em mel, assim como cláusulas de rescisão. Esta é uma forma eficaz, de se iniciar
uma parceria que poderia ser vantajosa para ambos os lados, pois o proprietário da
área seria talvez, o maior beneficiado com o intenso processo de polinização que
18

passaria a ocorrer em suas culturas, e o conseqüente atingimento de maiores níveis


de produtividade menores custos de produção e melhores preços.

b- Planejar as compras dos insumos em função da produção e das vendas. É importante


que se faça uma programação das necessidades de compra de insumos, bem como
dos preços compatíveis com a rentabilidade esperada, com as solicitações de
compra, ou pelo menos, com uma real expectativa de venda. Esse planejamento,
permitirá negociar com os fornecedores preços mais estáveis, e melhores condições
de preços finais dos produtos.
19

 ±'(7$/+$0(172'26,19(67,0(1726

 (63(&,),&$d­2'26,19(67,0(1726),;26

As informações relativas aos investimentos totais no empreendimento em consideração


neste perfil, encontram-se no quadro 02. Deve-se atentar para o fato de que na hipótese
do investidor já possuir alguns destes itens citados neste quadro de investimentos, estes
deveriam ser retirados para não influir nas análises de desembolso, ou pelo menos
considerá-los ao preço de oportunidade mercado. Isso é importante para que não seja
superestimado o valor do investimento total, e conseqüentemente, os índices de
rentabilidade do perfil aqui apresentados não fiquem subvalorizados. Nesse perfil de
apicultura, os maiores investimentos fixos ocorrerão na construção da Casa de Mel com
24 metros quadrados, e na aquisição de uma pick-up para o transporte de material
durante a manutenção e inspeção das colmeias, assim como e principalmente, na
compra de 200 núcleos de abelhas ( 1 rainha mais as operárias e os zangões) , e as
caixas completas (do tipo /DQJVWURWK) incluindo os cavaletes.

4XDGUR
,QYHVWLPHQWRV)L[RVHP5
,WHP'LVFULPLQDomR 4WGH 9DORU8QLWiULR 9DORU7RWDO
1 Terreno ( 1 há ) 1 1.000,00 1.000,00
2 Construção Civil (24 m2) 1 6.000,00 6.000,00
3 Colmeia completa c/cavalete 200 85,00 17.000,00
4 Macacões completos 2 105,00 210,00
5 Fumigador 2 35,00 70,00
6 Centrífuga 1 1.490,00 1.490,00
7 Tanque decantador emaço inox 1 580,00 580,00
8 Mesa desoperculadora 1 600,00 600,00
9 Derretedor de Cera 1 550,00 550,00
10 Veículo (pick-up) 1 10.000,00 10.000,00
11 Outros equipamentos 1 2.500,00 2.500,00
12 Núcleo de Abelhas 200 60,00 12.000,00
Total 52.000,00

 (67,0$7,9$'2&$3,7$/'(75$%$/+2

O Capital de Trabalho, também chamado de Capital de Giro ou Circulante, compreende


o volume de recursos financeiros necessários para sustentar o processo operacional da
unidade produtora, aí compreendido desde a compra das matérias primas, seu
processamento, a política de estoques da empresa, e a sistemática de comercialização
dos produtos finais. É o oxigênio da empresa. Tecnicamente seu valor é estimado tendo
como base uma série de premissas a respeito dos itens mais importantes do processo de
produção, estoque e comercialização da empresa. Alguns destes itens geram
20

necessidade de caixa, e outros geram recursos para o caixa do empreendimento, todos


calculados para um período de 30 dias.
A estimativa dos valores do capital de giro necessário para o financiamento das vendas,
manutenção de estoques de produtos acabados e produtos em processo foi realizada
tendo como base o valor do custo total mensal menos a depreciação mensal.
O Caixa Mínimo está estimado como sendo, um volume de recurso suficiente para
cobrir dois dias de faturamento. O processo de comercialização proposto para este
empreendimento prevê um prazo médio de vendas de 30 dias. O estoque médio está
estimado em: 30 dias para embalagens, 30 dias para os produtos acabados, e 180 dias
para os produtos em processo de elaboração.

No processo operacional também são gerados recursos que podem ser assim
considerados. A compra das embalagens será realizada com um prazo médio de 30 dias.
A proposta básica para a operação deste empreendimento é a de se evitar o desconto de
duplicatas, para fugir dos altos custos financeiros que estas operações envolvem. Os
itens Impostos, Energia, Mão de Obra e Encargos são pagos com um prazo médio de 15
dias, considerando que há utilização de mão de obra, energia, vendas, e
conseqüentemente impostos, do dia primeiro até o dia 30, e que os desembolsos
correspondentes a estes fluxos econômicos só ocorrem após esta data final.

O valor estimado como Capital de Giro, necessário para a boa operacionalidade do


empreendimento, nos moldes das políticas de: Estoque, Produção e Comercialização
propostas é definido pela diferença entre o SubtOtal Necessidades e o SubtOtal
Recursos, conforme Quadro 03 abaixo.
4XDGUR
(VWLPDWLYDGR&DSLWDOGH*LURHP5
,WHP 'LVFULPLQDomR 3UD]R0pGLRHPGLDV &DSLWDOGH*LUR
1 Necessidade
1.1 Caixa Mínimo 2 196,27
1.2 Financiamento das Vendas 30 1.086,67
1.3 Estoque de Produto Acabado 30 1.086,67
1.4 Estoque de Produtos em Processo 180 6.520,00
1.6 Estoque de Embalagens 30 271,67
Sub- Total 8.889,60

2 Recursos
2.1 Fornecedores
2.1.1 Embalagens 30 271,67
2.2 Desconto de Duplicatas 0 -
2.3 Outras Despesas 15 150,42
Sub-Total 422,08

3 Capital de Giro Adicional 8.467,52

Base de cálculo p/financiamento de venda e produtos acabados 13.040,00


21

 (67,0$7,9$'$5(6(59$7e&1,&$

O presente perfil propõe que no cálculo dos Investimentos Totais, seja incluída uma
Reserva Técnica, como garantia de qualquer eventualidade de sub-estimativa de
necessidade de capital (seja de capital fixo ou de trabalho), equivalente a 2% da soma
do Capital Fixo mais o Capital de Trabalho.

 48$'52'(,19(67,0(172727$/

O Investimento Total é finalmente encontrado, pela soma dos Investimentos em Capital


Fixo, Capital de Giro mais a Reserva Técnica, conforme apresentado no quadro 04
abaixo:

4XDGUR
(VWLPDWLYDGR,QYHVWLPHQWR7RWDOHP5

,WHP 'LVFULPLQDomR 9DORU7RWDO


1 Investimento Fixo 52.000,00
2 Capital de Giro 8.467,52
3 Reserva Técnica 1.209,35
Investimento Total 61.676,87
22

$63(&726(&21Ð0,&26(),1$1&(,526

35(9,6­2'26&86726

A definição de “custo” trabalhada no presente perfil considera como tal a ”remuneração


de todos os recursos efetivamente utilizados no processo produtivo”. Por outro lado,
para efeito da classificação dos custos do empreendimento será aqui utilizada a
metodologia clássica da subdivisão dos custos em Custos Fixos e Custos Variáveis.

 &86726),;26

Serão classificados como Custos Fixos a remuneração dos recursos efetivamente


utilizados no processo, e que não dependam da quantidade produzida.
Como primeiro elemento dos custos fixos, e que deriva da remuneração legal dos
investimentos fixos, temos a Depreciação que está calculada e explicitada no Quadro
05.

4XDGUR
'HSUHFLDomRDQXDOHP5
9LGD 9DORU 'HSUHFLDomR
,WHP 'LVFULPLQDomR 'HSUHFLDomR
ÒWLO 7RWDO $QXDO
1 Terreno ( 1 há ) 0 1.000,00 -
2 Construção Civil (24 m2) 25 4 6.000,00 240,00
3 Colmeia completa c/cavalete 5 20 17.000,00 3.400,00
4 Macacões completos 5 20 210,00 42,00
5 Fumigador 5 20 70,00 14,00
6 Centrífuga 5 20 1.490,00 298,00
7 Tanque decantador 5 20 580,00 116,00
8 Mesa desoperculadora 5 20 600,00 120,00
9 Derretedor de Cera 5 20 550,00 110,00
10 Veículo (pick-up) 5 20 10.000,00 2.000,00
11 Outros equipamentos 5 20 2.500,00 500,00
12 Núcleo de Abelhas 5 0 12.000,00 -
Total 52.000,00 6.840,00

Os itens referentes aos Custos Fixos Mensais deste perfil, encontram-se discriminados
no quadro 06, e foram calculados a partir das premissa básicas de funcionamento do
negócio conforme já mencionadas.
23

4XDGUR
&XVWRV)L[RV0HQVDLVHP5
,WHP 'LVFULPLQDomR 9DORU7RWDO
1 Depreciação 570,00
2 Honorários Contador 150,00
3 Energia Elétrica 50,00
4 Manutenção 50,00
5 Retirada Proprietário 400,00
6 Despesas Administrativas 80,00
Total 1.300,00

 &867269$5,È9(,6

A lógica proposta de funcionamento deste empreendimento, é a de que a unidade


produtiva irá funcionar durante doze meses por ano, operando com apenas um
empregado , além do proprietário.
O principal insumo do processo de produção de mel é o néctar das flores das plantas
que não deverá receber nenhuma remuneração, pois é retirado gratuitamente. Nos casos
de área emprestada para a instalação das colmeias a remuneração será de forma indireta,
ou seja, o trabalho gratuito de polinização que as abelhas exercerão para o proprietário
da terra.

O quadro 07 apresenta os coeficientes técnicos utilizados para os cálculos dos custos


variáveis, da produção de mel de abelhas. Basicamente, espera-se que cada colmeia seja
capaz de produzir em média 30 quilos de mel de abelhas por ano. Se essa média cair o
apicultor deve diminuir o número de colmeias em um lugar, e as redistribuir para outro
local potencialmente mais produtivo. Considerando a utilização de 200 colmeias,
espera-se a produção de 6.000 quilos de mel por ano. Foi desconsiderado neste item,
conforme também anteriormente mencionado, a possível produção de própolis, cera e
pólen, por requererem maior aprimoramento técnico. Todavia, esta não é uma
impossibilidade, ao contrário deverá ser um objetivo. O que se espera demonstrar é que
o empreendimento é viável produzindo apenas o mel de abelha, e consequentemente
que ele o será ainda mais rentável, com a produção adicional de produtos de maior valor
agregado, como a própolis e o pólen.

4XDGUR
&RHILFLHQWHV7pFQLFRV

'H0HO
Uma Colmeia = produção média de mel por ano em quilos 
Número de Colmeias 
Produção de mel em kg por ano 

O quadro 08 retrata a posição dos custos variáveis. Foram utilizados dois parâmetros de
custos variáveis. O primeiro de mão-de-obra e encargos cuja base de cálculo é um mês.
24

O segundo , formado pelo custo de aquisição de embalagens tomou como parâmetro


básico o custo para envasar a produção de uma colmeia. No final desse quadro estima-
se o custo variável anual a partir da premissa de se realizar coletas em 200 colmeias por
ano, sem o custo das embalagens, que por terem especificidade e preços diferentes,
terão seus custos adicionados somente antes de se calcular o preço de venda. Define-se
também nesse quadro posições técnicas sobre a composição da forma de se embalar o
mel produzido, composição essa que poderá no futuro ser alterada, de acordo com a
especificidade e demanda do mercado.

4XDGUR
&XVWRV9DULiYHLVHP5
,WH 6DOiULR &XVWR &XVWR
'LVFULPLQDomR 4WGH
P 8QLWiULR 0HQVDO $QXDO
1 Ajudantes 1 150,00 150,00 1.800,00
2 Encargos Sociais(%) 60% 90,00 1.080,00
3HVVRDO7RWDO 

&XVWR &XVWRS
'LVFULPLQDomR  4WGH
8QLWiULR FROPpLD
Por C olmeia R$ R$
1 - Alimentos 1 3,00 3,00
2 - Medicamentos 1 4,00 4,00
Sub-total 7,00

3- Embalagem Unid
3.1 - Potes de 1 kg 20% 6 0,30 1,80
3.2 - Potes de 1/2 kg 30% 18 0,25 4,50
3.3 - Potes de 0,3 kg 50% 50 0,20 10,00
Sub-total 16,30

C usto Variável c/ Embalagens 23,30


C usto Variável s/ Embalagens 7,00

Custo Variável/Ano p/200 Colmeias em R$


&XVWR9DU &XVWR9DU
'LVFULPLQDomR 4WGH 8QLWiULR 7RWDO$QR
Pessoal total 2.880,00 2.880,00
Colmeias 200 7,00 1.400,00
Total 4.280,00

 &86726727$,6(81,7È5,260(16$,6
25

Os Custos Totais Operacionais Anuais e os Custos Unitários da produção de mel de


abelha encontram-se definidos e discriminados no Quadro 09. O custo operacional de
produção de um quilo de mel está definido com a divisão do custo total operacional
anual pela produção anual de mel em quilos estimada.

4XDGUR
&XVWR7RWDO$QXDOH8QLWiULRV
'LVFULPLQDomR 9DORU7RWDO
Custos Fixos 15.600,00
Custos Variáveis 4.280,00
C usto Totais anuais 19.880,00

Uma Colmeia = produção média de mel por ano em quilos 30


Número de Colmeias 200
Produção de mel em kg por ano 6000

Custo operacional de produção de 1 quilo de mel em R$ 3,31

 35(9,6­2'$5(&(,7$

 '(7(50,1$d­2'$60$5*(16'(9(1'$

O quadro 10, a seguir, apresenta a composição da margem de venda, englobando as


despesas tributárias – impostos estaduais e federais – as despesas de comercialização e a
margem de lucro esperada pelo empreendedor, compatível com o preço atual de
comercialização do produto (mel de abelha) no mercado..

Considerando-se a faixa de faturamento do empreendimento optou-se por enquadrá-lo


no Sistema Simples de tributação - Estadual e Federal – para efeito de determinação dos
percentuais de despesas tributárias.
4XDGUR
0DUJHQVGH&RPHUFLDOL]DomR
,WHP 'LVFULPLQDomR 3HUFHQWXDO
1 Tributos 4,0%
1.1 Simples Federal 3,0%
1.2 Simples ICMS 1,0%

2 Comercialização 0,5%
2.1 Publicidade 0,5%

3 Margem de lucro 30,0%


Total 34,5%
26

 '(7(50,1$d­2'2635(d26%È6,&26'(9(1'$

Para o cálculo dos preços de venda dos produtos foram considerados os seguintes
critérios:
a- Os custos unitários: custo fixo médio adicionado ao custo variável médio, mais os
custos referentes a embalagens específicas;
b- A margem de venda definida no quadro 10 (mark-up);
c- Preço de venda nos pontos finais de mercado de produtos semelhantes.
Assim, o quadro 11 apresenta os seguintes preços de venda sugeridos.

4XDGUR
3UHoRGH9HQGD6XJHULGR

3UHoRGHYHQGD
&XVWR8QLWiULR
'LVFULPLQDomR

VXJHULGR 5
2SHUDFLRQDO

(PEDODJHP
8QLWiULR5

0DUNXS
8QLWiULR
8QLGDGH

GLYLVRU
&XVWR

&XVWR
,WHP

1 Mel de Abelha Potes de 1 kg 3,31 0,30 3,61 0,655 5,52


2 Mel de Abelha Potes de 0,5 kg 1,66 0,25 1,91 0,655 2,91
3 Mel de Abelha Potes de 0,3 kg 0,99 0,20 1,19 0,655 1,82

 (67,0$7,9$'$5(&(,7$727$/

A receita total anual, foi calculada levando-se em consideração os preços definidos no


quadro 11, e os quantitativos projetados para uma unidade de produção composta de
200 colmeias, cujos valores podem ser observados no quadro 12 a seguir.

4XDGUR
5HFHLWD7RWDO$QXDOHP5

3URGXomR 4XDQW 3UHoR 5HFHLWD


,WHP 'LVFULPLQDomR $QXDO 9HQGLGD 8QLGDGHGH9HQGD 8QLWiULR $QXDO
1 Mel de Abelha 1.200 1.200 Potes de 1 kg 5,52 6.620
2 Mel de Abelha 1.800 3.600 Potes de 0,5 kg 2,91 10.479
3 Mel de Abelha 3.000 10.000 Potes de 0,3 kg 1,82 18.229
Total 6.000 35.328
27

5(68/7$'223(5$&,21$/$18$/

48$'52'(5(68/7$'2

O resultado operacional anual do empreendimento aparece discriminado no quadro 13


abaixo. Deve-se também ressaltar que, a capacidade de pagamento de um
empreendimento é encontrada pela soma do resultado líquido operacional após os
impostos adicionado ao valor da Depreciação. Essa assertiva é verdadeira pois decorre
do fato da Depreciação não representar uma saída de caixa, sendo apenas uma posição
contábil.

4XDGUR
5HVXOWDGR2SHUDFLRQDO$QXDOHP5
,WHP 'LVFULPLQDomR 9DORU7RWDO
1 Receita Operacional de Vendas 35.328,24

2 Custos Totais 21.469,77


2.1 Custos Fixos 15.600,00
2.2 Custos Variáveis 4.280,00
2.3 Custos de Comercialização 176,64
2.4 Custos Tributários 1.413,13

3 Lucro Operacional antes IR 13.858,47


4 Imposto de Renda(SIMPLES) -

5 Lucro Líquido 13.858,47


6 Depreciação 6.840,00
7 Resultado ou C apacidade de Pagamento 20.698,47
Na opção pelo Simples, o Imposto de Renda está incluído nos
custos tributários

)/8;2'(&$,;$'2(035((1',0(172

Os seguintes critérios foram utilizados para a elaboração do quadro 14, que apresenta o
fluxo de caixa anual do empreendimento:
a- Vida útil para a análise financeira de dez anos;
b- O valor total do investimento inicial, dado pela soma dos investimentos fixos,
investimentos em capital de trabalho e a reserva técnica.
c- Valor residual do investimento fixo ao final de 10 anos, considerando as taxas legais
de depreciação no quadro 05;
d- Resultado líquido anual - capacidade de pagamento -, conforme quadro 13;
e- O saldo líquido anual foi calculado tomando-se como base o resultado líquido mais
o valor residual do investimento e menos o investimento total;
28

f- Os valores do fluxo de caixa descontado foram encontrados a partir da utilização de


uma taxa de juros imputada de 15% ao ano, denominada custo de oportunidade.

4XDGUR
)OX[RGH&DL[DGR(PSUHHQGLPHQWRHP5
)OX[RGH
,QYHVWLPHQWR 9DORU5HVLGXDO
$QR 5HVXOWDGR/tTXLGR 6DOGR/tTXLGR &DL[D
7RWDO GR,QYHVWLPHQWR
'HVFRQWDGR
0 61.676,87 (61.676,87) (61.676,87)
1 - 20.698,47 20.698,47 17.998,67
2 - 20.698,47 20.698,47 15.651,02
3 - 20.698,47 20.698,47 13.609,58
4 - 20.698,47 20.698,47 11.834,42
5 - 20.698,47 20.698,47 10.290,80
6 - 20.698,47 20.698,47 8.948,52
7 - 20.698,47 20.698,47 7.781,32
8 - 20.698,47 20.698,47 6.766,37
9 - 20.698,47 20.698,47 5.883,80
10 - 14.600,00 20.698,47 35.298,47 8.725,24

VPL 45.812,88
TIR 31,93%
Custo de Oportunidade (Anual) 15%
7HPSRGH5HFXSHUDomRGR&DSLWDO 4,25

Ë1',&(6),1$1&(,526'2(035((1',0(172

 32172'(1,9(/$0(172

O ponto de nivelamento é também chamado de ponto de equilíbrio e será aqui definido


pelo nível de produção (ou de faturamento) mínimo para que a empresa comece a gerar
lucros. Na formulação matemática, este ponto é encontrado pela divisão dos Custos
Fixos, pela diferença entre a Receita Total e os Custos Variáveis. Para o presente perfil
temos que o ponto de nivelamento está estimado em 50,24 %,Quadro 15, mostrando
uma boa relação entre os custos fixos e os variáveis que permite uma boa flexibilização
do processo de produção e comercialização. A perdurar essas premissa aqui colocadas
o empreendimento resiste a uma que de mercado, ou de produção por qualquer
problema técnico, de aproximadamente 50%, sem entrar na faixa de geração de
prejuízos.
29

 9$/2535(6(17(/Ë48,'2

O Valor Presente Líquido, VPL, foi calculado a partir de uma taxa mínima de
atratividade de 15% ao ano, o chamado custo de oportunidade do capital, representando
um desejo do empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao
ano. A partir da determinação deste percentual, é então calculado o valor atual (valor
presente ou valor descontado) de todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos
valores podem então ser somados para se encontrar o VPL, Valor Presente Líquido.
Para o presente perfil de apicultura, o VPL está calculado em R$ 45.812,88 , conforme
Quadro 15, significando que os resultados obtidos remuneram o valor do investimento
feito, em 15% ao ano e ainda permitem aumentar o valor da empresa daquela
importância.

 7$;$,17(51$'(5(72512

É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, a taxa de
remuneração anual do empreendimento. Neste perfil a TIR, Taxa Interna de Retorno, é
de 31,93% ao ano,conforme Quadro 15, representando um exemplo de negócio em que
o investimento do empreendedor será remunerado a uma taxa anual de 31,93%.
Significa ainda, que o empreendimento apresenta uma taxa de retorno sobre o
investimento inicial realizado, superior a taxa média de atratividade do mercado, 15%.
Em síntese, o projeto pode ser considerado viável.

 3$<%$&.7,0(287(032'(5(&83(5$d­2'(6&217$'2

Este indicador tem a mesma função do tempo de recuperação do capital investido


calculado da forma simples, sendo que a única e substancial diferença, é que seu cálculo
é realizado com os valores do fluxo de caixa descontados a partir da taxa mínima de
atratividade, ou do custo de oportunidade do capital. A vantagem deste indicador sobre
o simples, é que ele leva em consideração em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo,
isto é dos valores atuais do fluxo futuro. Assim, de acordo com os dados apresentados
do Quadro 15, o Tempo de Recuperação do Capital (Descontado) do presente perfil é de
4,25 anos, indicando o período de tempo que seria suficiente para a recuperação do
capital investido.

 Ë1',&('(/8&5$7,9,'$'('$69(1'$6

É uma medida de avaliação econômica e um dos fatores que influencia a Taxa de


Retorno do Investimento. Expressa em uma taxa (%), é encontrada pela divisão do
Lucro Líquido Operacional pelo valor das Vendas Totais. Com base nos dados anuais,
este perfil apresenta um “índice de lucratividade das vendas” de 39%, conforme
explícito no Quadro 15.
30

4XDGUR
ËQGLFHV)LQDQFHLURVGR(PSUHHQGLPHQWR
,WHP 'LVFULPLQDomR 5HVXOWDGR

1 Ponto de Equilíbrio ou Break-Even Point % do faturamento 50,24

2 Valor Presente Líquido para i anual de 15% 45.812,88

3 Taxa Interna de Retorno anual 31,93%

4 Tempo de Recuperação Descontado ou Pay Back Time em anos 4,25

5 Índice de Lucratividade das Vendas em % 39%


31

,1&(17,926()217(6'(),1$1&,$0(172

,1&(17,926),6&$,6327(1&,$,6

Para credenciar-se aos recursos do FUNRES e portanto receber recursos do FUNRES -


Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, comumente chamado de Incentivo
Fiscal, é necessário que a empresa seja constituída sob a forma de sociedade anônima,
requerendo para tanto procedimentos legais mais custosos, não compatíveis com este
tipo de empreendimento. A disponibilidade de recursos FUNRES para micro e pequenas
empresas é para financiamentos, conforme explicado em seguida.

)217(6'(),1$1&,$0(172327(1&,$,6

As linhas de financiamento direcionadas às micros e pequenas empresas geralmente não


apresentam muita variação. No caso específico do Espírito Santo elas tem como fonte
básica recursos do FUNRES, relativamente limitados, e do BNDES, que são repassados
por bancos credenciados sejam eles públicos ou privados. As condições apresentadas
não diferem muito. Todas usam a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo como taxa
básica de juros, acrescida de uma taxa fixa que pode variar de 4 a 6 por cento ao ano.

A linha do BNDES mais difundida é chamada de BNDES/ AUTOMÁTICO que é


operada pela maioria dos bancos públicos( Banco do Brasil, Banestes e Bandes) e
também pelos bancos privados.

No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ,


orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o
valor de R$ 25.000,00.

A seguir são apresentadas duas linhas básicas de financiamento.

%1'(6$8720È7,&2

Agente Operador
Operado por Bancos Comerciais e de Desenvolvimento devidamente credenciados.

Objetivo
Financiamento a investimentos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos novos
de fabricação nacional, importação de máquinas e equipamentos, e capital de giro
associado ao investimento fixo.

Beneficiários
Empresas privadas, pessoais físicas residentes e domiciliadas no País, entidades da
administração pública direta e indireta, e demais entidades que
contribuam para os objetivos do Sistema BNDES.
32

Itens Financiáveis

Ativos fixos de qualquer natureza, exceto: terrenos e benfeitorias já existentes;


máquinas e equipamentos usados (no caso de microempresas e empresas de pequenos
porte poderão ser apoiados máquinas e equipamentos de qualquer natureza); animais
para revenda, formação de pastos em Áreas de Preservação Ambiental. Capital de giro
associado ao investimento fixo. Despesas pré-operacionais.

Condições Operacionais
Limite Máximo:: Investimentos limitados a R$ 7 milhões, por empresa, por ano.
Participação: Equipamentos nacionais ou importado: até 100%.
Outros itens: - microempresas e empresas de pequeno porte e programas de
desenvolvimento regional: até 90% e demais casos: até 70%. A participação está
limitada a 50% do ativo total projetado da empresa ou do grupo empresarial ou a 5% do
Patrimônio Líquido Ajustado do BANDES, o que for menor.
No caso de Bancos privados não há esta limitação. Neste caso, o financiamento será
analisado de acordo com os interesses e reciprocidades apresentados pelo Banco.

Prazo:
O prazo total será determinado em função da capacidade de pagamento do
empreendimento, da empresa ou do grupo econômico.

Taxas de Juros:
Micro e Pequena Empresas: 6% a.a. + TJLP.
Média e grande empresas: 7,5% a.a. + TJLP.
IOF: Cobrado na forma legal, descontado no ato da liberação.
Custo de Análise de Projeto: Isento.

Garantias
Reais: Equivalentes, no mínimo, a 1,5 vezes o valor financiado. Os bens dados como
garantia deverão ter seguro.
Pessoais: Aval ou fiança de terceiros.
Fundo de Aval

)815(63523(10,3(4

Subprograma de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Agente Operador
Somente o Bandes.

Objetivo
Apoio financeiro, assistência técnica e gerencial a micros e pequenas empresas dos
setores industrial, agroindustrial, de comércio e serviços, visando implementar política
de geração de empregos e renda.

Beneficiários
Empresas existentes, classificadas com base na receita operacional líquida anual,
relativa ao último exercício social, e empresas novas, classificadas com base na previsão
33

da receita, da mesma forma, verificadas, em ambas situações o número de empregados,


observados os seguintes parâmetros:
a. 0LFURHPSUHVDV: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, e
tenham até 19 empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e
serviços;

b 3HTXHQDV HPSUHVDV: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e
até 750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a
49, no caso de comércio e serviços.

Itens Financiáveis
Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total do
investimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas e
equipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados.

Condições Operacionais
Limite Máximo: R$ 25.000,00, por tomador.
Participação: Até 80% do total financiável, condicionado à política de risco do
BANDES.
Prazo: Até 48 meses, incluindo a carência de até 12 meses.
Taxa de Juros: 6% a.a. (seis por cento ao ano) + TJLP.
Obs: O BANDES poderá cobrar Custo de Análise de Projeto, conforme Tabela de
Ressarcimento de Custos, com exceção das micro empresas.
IOF: Isento.

Utilização do Crédito
Em uma ou em várias parcelas periódicas, fixadas em função do cronograma físico-
financeiro do empreendimento.

Forma de Pagamento
Amortização mensal, juntamente com os encargos financeiros, pagos no período da
carência, trimestralmente.

Garantias
Reais e Pessoais, preferencialmente, definidas na ocasião da análise da operação. Os
bens dados em garantia deverão ter seguro.

 )217(6'(5()(5Ç1&,$
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO – David Lord Tuch (SENAC/CEATEL)

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