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MAL DE ALZHEIMER: UMA VISÃO FISIOTERAPÊUTICA

Carina Corrêa Bastos1


Layana de Souza Guimarães2
Mari Luci Avelar Di Sabatino Santos3

RESUMO:

Este presente artigo tem como principal objetivo esclarecer a comunidade

sobre a doença de Alzheimer, no que diz respeito à patologia, causas,

características, tratamento e como a fisioterapia pode contribuir na melhora da

qualidade de vida do paciente com o Mal de Alzheimer. A relevância do artigo

dá-se no momento em que percebemos o aumento da expectativa de vida e o

envelhecimento da população associado à epidemiologia da doença, onde

mais da metade das pessoas com demência padecem de Alzheimer.

INTRODUÇÃO:

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) dentro de 25

anos 34 milhões de pessoas terão demência, e mais da metade das pessoas

com essa patologia padecem do mal de Alzheimer, que é uma doença

neurodegenerativa, progressiva e irreversível para a qual ainda não existe uma

prevenção e poucas são as alternativas de tratamento.

Quando se observa a expectativa de vida em países em

desenvolvimento percebe-se um aumento da mesma, além do envelhecimento

da população, o que torna de extrema importância o estudo desse tipo de

patologia, visto que o fator de risco mais importante é a idade, onde

percebemos um indivíduo afetado em cada 20 pessoas com mais de 65 anos.

1
Aluna do 4o ano de Fisioterapia da UNAMA e monitora da disciplina Fisioterapia nas Enfermidades e
Distúrbios Neurológicos
2
Aluna do 4o ano de Fisioterapia da UNAMA e monitora da disciplina Cinesioterapia
O MAL DE ALZHEIMER:

Segundo Cotran et al (1991) a doença de Alzheimer (Doença

degenerativa do córtex cerebral) é uma anomalia que geralmente se manifesta

clinicamente sob a forma de comprometimento das funções intelectuais mais

elevadas e através de distúrbios do afeto.

Enquanto Bear et al (2002) afirmam que a doença de Alzheimer

caracteriza-se pela desestruturação do citoesqueleto dos neurônios do córtex

cerebral, uma região encefálica fundamental para as funções cognitivas.

A patologia pode evoluir para demência profunda, muda e imóvel num

período de cinco a dez anos. Os pacientes de Alzheimer já são quatro milhões

nos Estados Unidos. No Brasil não há dados precisos, mas estima-se que a

confusão mental atinge por volta de meio milhão de idosos.

A causa da doença ainda não é conhecida pela ciência, tratando-se de

uma doença geneticamente determinada, não necessariamente hereditária.

Essa patologia é progressiva e caminha inevitavelmente para

incapacidade completa e morte. O curso da doença é muito variável, no

entanto, a maioria dos pacientes morre entre 4-10 anos após o diagnóstico

(SAMUELS, 1992).

A doença de Alzheimer foi descoberta em 1907 pelo médico alemão

Alois Alzheimer ao fazer uma biópsia no encéfalo de uma mulher de 55 anos,

no qual foi notado alterações nas “neurofibrilas”, elementos do citoesqueleto

que eram visualizados após impregnação com sais de prata (BEAR et al,

2002).

3
Supervisora dos estágios em Fisioterapia Comunitária e Fisioterapia Clínica Cardiológica e Professora
da disciplina Fisioterapia nas Enfermidades e Distúrbios Neurológicos
Esta patologia é dividida em três fases: fase inicial, em que a pessoa

está consciente, percebendo que algo está errado; existe a perda da memória

recente, dificuldade de aprender e de reter informações; na fase intermediária,

o paciente é completamente incapaz de aprender e de reter novas informações

e na fase final, o paciente é totalmente incapaz de andar, apresenta

incontinência, está restrito ao leito e não fala mais.

Conforme Salles et al (2000), a dificuldade de memória é geralmente a

primeira e principal queixa do paciente, sendo que o primeiro tipo de memória a

ser afetada é a memória recente, em que são esquecidos recados e trajetos

habituais. Os sintomas no começo são os pequenos esquecimentos, tornando-

se depois confusos e às vezes agressivos, passando o paciente a apresentar

alterações de personalidade.

Os sintomas do Mal de Alzheimer interferem na vida do paciente,

incapacitando-o de realizar determinadas tarefas da vida diária como se vestir,

comer, cuidar da casa, de sua higiene e de gerir sua vida profissional e

emocional. Por isso, alguns cuidados podem ser tomados: os tapetes

aumentam o risco de queda e por isto, devem ser evitados ou fixados ao chão;

sapatos e outros objetos não devem estar no chão; a cama do paciente e o

vaso sanitário não podem ser baixos a fim de facilitar o levantar e sentar dele.

A força e coordenação motora estão comprometidas e podem complicar o

simples ato de colocar roupas e por isto, devem ser escolhidas roupas que

sejam fáceis de manusear, sendo largas e elásticas; talheres com cabos

maiores são mais fáceis de segurar. Os autores dizem que a demência não é

uma doença em si própria e sim um grupo de sintomas que caracterizam certas

doenças.
Nos exames específicos feitos em pacientes com o mal de Alzheimer, é

possível observar um grau variável de atrofia cortical com alargamento dos

sulcos cerebrais, sendo mais evidente nos lobos frontais, temporais e parietais

(fig. 01). O número de neurofibrilas entrelaçadas, o que caracteriza a

degeneração neurofibrilar e de placas senis, tem alguma relação com o grau e

a duração da demência (COTRAN et al, 2000).

Fig. 01 – Diferença entre as áreas corticais de Fig. 02 – Diferença entre um cérebro


um cérebro normal para um afetado pela doença com o Mal de Alzheimer para um sadio

Alzheimer é um distúrbio irreversível do cérebro, cujas células

deterioram-se progressivamente provocando o envelhecimento do cérebro e a

degeneração dos neurônios (fig. 02).

SILVA (1997) afirma que a síndrome está ligada a duas categorias de

lesões cerebrais: em uma delas, os neurônios exibem grandes placas de uma

proteína chamada beta-amilóide, que tem efeitos tóxicos sobre as células. No

outro dano, os neurônios criam nós em peças essenciais de sua estrutura

interna, os microtúbulos, que ficam retorcidos e emaranhados prejudicando o

funcionamento dessas células. De qualquer forma, sabe-se que existe um gene

que pode contribuir para este risco. Este gene encontra-se no cromossoma 19

e é responsável pela produção de uma proteína denominada apolipoproteína E


(ApoE). Existem três tipos principais desta proteína, um dos quais (ApoE4),

que, embora raro, propicia a ocorrência da doença de Alzheimer.

De acordo com Samuels (1992), praticamente todas as partes do córtex

cerebral apresentam disfunção, já que a degeneração cortical é difusa. Na

prática, a maior parte dos portadores de Alzheimer apresenta dificuldades de

funções dos lobos parietal e temporal com perda da memória e desorientação

espacial. À medida que a doença progride, o paciente manifesta-se com perda

de inibições sociais, incontinência urinária e fecal e abulia (perda da

espontaneidade), devido à disfunção do lobo frontal. Alguns pacientes

apresentam extensas disfunções do lobo temporal e parietal. Os portadores do

mal de Alzheimer apresentam vários distúrbios do movimento.

O mesmo autor acima mencionado afirma que é comum esses pacientes

fugirem de casa e não encontrarem o caminho de volta. Os sintomas

depressivos podem ser o principal problema no início da doença.

O diagnóstico é feito através de um processo de eliminação, assim

como, através de um exame minucioso do estado físico e mental do paciente,

em vez da detecção de uma prova da doença. Inclui também, biópsia do tecido

cerebral, exames de sangue, tomografia ou ressonância magnética.

Salles et al (2000) acreditam que o tratamento deve incluir certas

drogas, bem como a orientação de diferentes profissionais da área da saúde

para tratar das alterações de comportamento como agitação e agressividade e

do humor como a depressão, que não devem ser feitos apenas com

medicação.

É importante saber o que é cuidar. Cuidar significa uma situação que

envolve a emoção de um indivíduo transformando-se em proteção e segurança


do outro. Como o mal de Alzheimer faz diminuir a capacidade da pessoa de

cuidar de si mesma, surge outra vítima, o cuidador. Este precisa estar bem

consigo próprio, ter paciência e aceitar a situação para saber enfrentar a difícil

tarefa que lhe foi imposta. Ele precisa estar bem atualizado, conhecer bem os

sintomas, os cuidados e para que o cuidador tivesse acesso fácil às

informações, criaram-se grupos de apoio; grupos esses de pessoas que se

reúnem para colher informações específicas da doença, trocar idéias, transmitir

experiências, técnicas e tudo o que os associados precisarem dentro da

metodologia da associação.

Os mesmos autores afirmam que a doença de Alzheimer tem várias

fases e que o cuidador perceberá as diferenças entre elas. Por exemplo,

quando o familiar perceber que o paciente está tendo dificuldade para dirigir,

deverá tomar providências cautelosas; o doente muda fácil de humor, sente

raiva, sente-se ameaçado, vê perigo onde não existe; não vê perigo onde

existe; fica agitado podendo torna-se agressivo, cabendo ao cuidador amenizar

a situação. È importante ressaltar que o início da doença é lento, gradual, em

períodos de vários anos, continuando progressivamente sem melhoria. A

memória e o intelecto são sempre comprometidos.

A FISIOTERAPIA E O MAL DE ALZHEIMER

A doença de Alzheimer causa uma série de efeitos tanto ao nível de

pensamento quanto ao nível motor. O que interessa para o fisioterapeuta é o

sistema motor, que ao ser estimulado, obtém-se como resultado uma melhora

na qualidade de vida.
É necessário realizar primeiramente uma avaliação do paciente

colhendo todos os dados a respeito da doença e de seus sintomas, para que

depois possa ser feito um plano de tratamento para este paciente. O

tratamento fisioterapêutico é constante e por tempo indefinido. Existem

melhoras, mas o paciente nunca recupera suas funções totalmente, já que é

uma demência e há comprometimento de uma área do cérebro.

A conduta fisioterapêutica é realizada de acordo com as alterações

apresentadas pelo paciente e essas alterações dependerão do estágio da

lesão. Dessa forma, se o paciente apresenta alterações de postura, o

fisioterapeuta trabalhará com ele exercícios de alongamentos de grupos

musculares encurtados; se for detectado alteração no equilíbrio será trabalhado

com ele exercícios que recuperem esta condição. O fisioterapeuta deve

orientar também o cuidador quanto à importância de cuidar da pele do

paciente, evitando que a mesma fique ressecada ou que haja a formação de

escaras. È essencial que o terapeuta observe o trofismo e o tônus muscular

para que se possa ter conhecimento do grau de incapacidade surgido pela

demência. O paciente com hipotonia pode ser tratado com estímulos elétricos,

crioestimulação e solicitação verbal de contração muscular. O tônus espástico

pode ser trabalhado no sentido de alongamento da musculatura atingida e

através da facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Avaliar o grau de

sensibilidade do paciente; se o grau estiver diminuído pode-se trabalhar com

diversos estímulos sobre a pele, como com diferentes texturas, agentes

térmicos e estímulos dolorosos. E quanto às atividades da vida diária, avaliar

se o paciente é capaz de realizar as atividades sozinho ou se é dependente,

procurando então diminuir as dificuldades dele em realizá-las.


O Mal de Alzheimer é uma doença crônico degenerativa do sistema

nervoso central, que desencadeia uma série de efeitos tanto a nível intelectivo

quanto a nível motor. Se houver estimulação motora, haverá como

conseqüência, uma melhora do quadro intelectivo. O exercício físico é

importante para esses pacientes, pois com a melhora da parte física, o

psiquismo do doente também melhora, já que ele evita o recolhimento em si e

continua a executar as atividades do mundo externo (SALLES et al, 2000).

Acredita-se que médicos e/ou pesquisadores consigam descobrir a

causa deste mal para que assim possam obter uma cura, evitando a morte de

idosos e problemas médicos, sociais e econômicos, já que vivemos em uma

sociedade que está em processo de envelhecimento.

A solidariedade e o convívio da família são de fundamental importância

para que o tratamento do paciente tenha um melhor efeito ajudando-o a ter

uma melhor qualidade de vida.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEAR et al. Neurociências desvendando o Sistema Nervoso. 2ed.

São Paulo: Artmed, 2002.

COTRAN, R. et al. Patologia Estrutural e Funcional. 6 ed. São Paulo:

Guanabara Koogan, 1991.

SALLES et al. Alzheimer’s Page. Disponível em:

http://www.alzheimer.net.hpg.ig.com.br. Acesso em 05 jun.2000

SAMUELS, M. A. Manual de Neurologia, Diagnóstico e Tratamento. 4ed.

Rio de Janeiro: Medsi, 1992.

SILVA, Carlos Eduardo Lins da. O retrato do mal antes da hora. Super

interessante. Set. 1997. Disponível: www.alzheimer-net.hpg.com.br. Acesso

em: 07 jun. 2000.

______. Disponível em: http:// www.fisioatualizada.hpg.ig.com.br.

Acesso em: 06 abr. 2003.

______. Disponível em: http://www.infoviva.hpg.com.br. Acesso em: 06

abr.2003.

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