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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ

ALISSON GONÇALVES FERREIRA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE

MARINGÁ
2009
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ

ALISSON GONÇALVES FERREIRA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE

Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização,


apresentado como requisito parcial para obtenção do Título
de Especialista em Ecologia Humana, sob orientação do
Prof. Fábio Angeoletto

MARINGÁ
2009
RESUMO
Este artigo objetiva demonstrar ações que organizações e empresas estão desenvolvendo na área de
TI Verde, uma nova tendência incorporada ao conceito de Tecnologia da Informação. O
comportamento orientado pela TI Verde implica em maior atenção e preocupação com os recursos
computacionais e tecnológicos quanto ao seu impacto no meio ambiente. A TI Verde está presente
na busca por controle de resíduos eletrônicos, conhecido como e-waste ou lixo eletrônico; na
eficiência na produção de eletrônicos, com a utilização de materiais menos tóxicos e com melhor
aproveitamento e maior facilidade na reciclagem dos mesmos; na racionalização, reutilização e
reciclagem dos consumíveis como papel, cartuchos e baterias e na economia de energia com
utilização de equipamentos mais econômicos e procedimentos que contribuam para menor consumo
de energia. A TI verde também contribui para uma imagem de sustentabilidade para as organizações
que a adotam e contribui com a lucratividade do negócio.

PALAVRAS CHAVE: TI Verde, Tecnologia da Informação, lixo eletrônico, sustentabilidade,


energia.
1. INTRODUÇÃO

A evolução tecnológica das últimas décadas vem nos envolvendo com os mais incríveis
aparelhos eletrônicos. Modernos celulares, televisores ultra finos, tocadores de Mp3, navegadores
GPS e computadores, este último, o campeão de demanda.
O computador faz parte de nossa rotina desde o começo dos anos 90 do século passado e sua
procura sempre esteve em alta desde então. Dentre os fatores que contribuem para essa procura, está
a famosa Lei de Moore, segundo a qual a velocidade de processamento de seu chip dobra a cada 18
meses, ou seja, seu processador fica obsoleto em um ano e meio e o computador todo em cerca de
três anos ou menos.
Com o surgimento de novos computadores, mais potentes e mais avançados, os
equipamentos antigos são substituídos. Essa evolução, além de permitir um grande avanço no
desempenho dos computadores, contribui para a diminuição de seus custos, dessa forma, ao
substituir um equipamento, o antigo normalmente é totalmente descartado.
Esse descarte é altamente prejudicial para o meio ambiente. O impacto é causado tanto pelo
material com que os computadores, monitores e periféricos são fabricados, quanto pela velocidade
do processo de substituição desses equipamentos. O lixo eletrônico demora anos para se decompor,
tornando um sério problema de saúde ambiental e também de saúde pública, pois para a fabricação
de equipamentos eletrônicos muitas vezes são utilizados substâncias tóxicas, como chumbo e
mercúrio, que podem contaminar o ecossistema e causar doenças nas pessoas. O aumento do
volume desses resíduos contribui para uma maior complexidade no controle do descarte.
Hoje não é segredo mais que a Tecnologia da Informação (TI) tem gerado um passivo
ambiental grave. Com isso, cada vez mais profissionais da área estão se preocupando com o
caminho a ser dado aos resíduos produzidos pela TI. Essa nova postura é chamada de TI Verde, é o
conceito de desenvolvimento sustentável aplicado também na área da Tecnologia da Informação.
Inicialmente, a TI Verde estava voltada para o e-waste ou lixo eletrônico, era inaceitável que
os resíduos produzidos no início deste século tivessem o mesmo destino que os produzidos no início
dos anos 90 do século passado, dividindo o espaço em aterros com antigos computadores,
monitores ultrapassados, celulares e tocadores de mp3, formando toneladas de e-waste. Assim, hoje,
a maioria dos envolvidos na fabricação e comercialização de componentes eletrônicos deve tomar
medidas de controle de descarte, reciclagem e reaproveitamento do e-waste.
Em 2007 foram produzidos 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, composto de
computadores, celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos que, com ciclos de reposição cada vez
mais curtos, vão parar no lixo representando 5% de todo o lixo gerado pela humanidade
(MOREIRA, 2007).
Além do problema com o passivo da TI com a disposição dos produtos que estão sendo
substituídos, outra preocupação é a fabricação. A TI Verde busca uma produção menos agressiva ao
meio ambiente, com materiais que ofereçam menos impactos ecológicos quando descartados e
maior facilidade na reciclagem e reutilização.

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TABELA 1: Materiais usados na fabricação de um computador:
32% Metal Ferroso
23% Plástico
18% Metais não ferrosos (chumbo, cádmio, belírio, mercúrio)
15% Vidro
12% Placas eletrônicas (ouro, platina, prata e paládio)
Fonte: Programa Ambiental das Nações Unidas apud Moreira (2007)

No total, 94% dos componentes de um computador são recicláveis, mas menos de 1% do


lixo eletrônico gerado no mundo é encaminhado para a reciclagem. Do percentual reciclado, 75% é
realizado pelas grandes empresas, que fabricam os produtos (AVILA, 2008).
Também estão na mira da TI Verde os produtos de consumo dos equipamentos
computacionais e eletrônicos como papel, cartuchos e baterias. Estes consumíveis devem ser
controlados e racionalizados, destinados à reciclagem e reaproveitados o quanto possível.
A Tecnologia da Informação é uma importante fonte emissora de gases que contribuem para
o aquecimento global. Um estudo da consultoria Gartner Group estima que globalmente as
empresas do setor contribuem com 2% das emissões de gás carbônico (CO2). Segundo o grupo, os
computadores e servidores são responsáveis por aproximadamente 0,75% do total de dióxido de
carbono lançado na atmosfera do planeta, um percentual elevado, se comparado, por exemplo, com
as emissões da indústria da aviação, da ordem de 2% ao ano (MOREIRA, 2007).
A dependência das organizações em relação a Tecnologias da Informação está exigindo
grandes estruturas computacionais, as quais consomem muita eletricidade.
Um dos pesos pesados no consumo de energia dentro das empresas é o datacenter. O
datacenter é um local fechado onde se concentram os computadores servidores de uma empresa.
Neste espaço estão dispostos equipamentos de alto desempenho que oferecem recursos de
processamento e armazenamento de dados em larga escala. Normalmente os equipamentos estão
alocados em racks (armários de metal), e em grande quantidade, exigindo alto consumo de energia
para sua operação e para a refrigeração do local. Desta forma, os datacenters também estão na mira
da TI Verde.
A TI verde ajuda a olhar para os datacenters através de um prisma ambiental, onde
mudanças básicas podem garantir substanciais reduções no consumo de energia. Na ótica da
redução de energia na infra-estrutura tecnológica das empresas está a questão financeira, ao
proporcionar virtualização nos servidores dos datacenters, é possível fazer mais com menos
equipamentos, também é possível diminuir consumo com refrigeração, assim caem os custos com
TI. Em tempos de crise, a TI Verde auxilia na redução de custos com infra-estrutura e ainda
esverdeiam os negócios, melhorando a imagem das organizações frente aos clientes e tornando-os
mais competitivos dentro de um mercado global que exige sustentabilidade.
Este artigo objetiva analisar as Tecnologias da Informação Verdes. Nossos objetivos
específicos são:
1. Conceitualizar Tecnologia da Informação;
2. Conceitualizar Tecnologia da Informação Verde;
3. Descrever o impacto da fabricação de componentes eletrônicos no meio ambiente e
na saúde humana;
4. Demonstrar ações de TI Verde que envolvidos na produção, operação e descarte de
eletrônicos estão realizando para diminuir esse impacto;

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5. Apresentar normas e leis ambientais que estão relacionadas a Tecnologia da
Informação;
6. Apresentar certificações “verdes” disponíveis para a área da Tecnologia da
Informação;
7. Demonstrar dados sobre consumo de energia elétrica pela Tecnologia da Informação,
em especial nos datacenters e formas de melhorar sua eficiência energética;
8. Apresentar consumo de computadores comuns e formas de melhorar sua eficiência
energética;
9. Demonstrar produtos tecnológicos “verdes”;
10. Por fim, apresentar como a TI Verde está proporcionando lucro e melhorando a
imagem das empresas.

2. DESENVOLVIMENTO

2.2 Tecnologia da Informação


A sigla TI, Tecnologia da Informação, abrange todas as atividades desenvolvidas na
sociedade pelos recursos da informática.
O conceito de Tecnologia da Informação engloba um conjunto de recursos tecnológicos e
computacionais na geração e uso da informação, com o objetivo de armazenamento, processamento
e comunicação da informação. A TI vai além dos equipamentos computacionais e softwares, ela está
presente nas decisões e implementações relacionadas à tecnologia, como um planejamento de
informática, processos de produção e operação, desenvolvimento de sistemas e suporte de
hardware.
Nos negócios é improvável que alguma organização nos dias de hoje não se utilize da
Tecnologia da Informação para auxiliar em suas atividades. Algumas utilizam mais outras menos,
mas todas estão se utilizando deste conceito, mesmo sem saber.
O conceito de Tecnologia da Informação é usado também para designar um ramo de
atividade de negócio. Empresas de Tecnologia da Informação são empresas especializadas em
serviços relacionados à tecnologia, como software, web, telecomunicações, fabricação de
componentes eletrônicos dentre outras.
Mas o termo já está familiarizado em empresas que não têm seu fim na tecnologia, isso
porque em sua maioria, não somente empresas de grande porte já possuem suas atividades
dependentes de alguma forma de tecnologia. Empresas de grande porte e até mesmo as médias estão
hoje tão dependente da tecnologia que se veem obrigadas a incorporar a Tecnologia da Informação
no negócio, criando departamentos de TI, setor que fica responsável por pensar e manter processos
tecnológicos dentro das organizações. Quando não existe um setor de TI nas empresas, é comum
que elas possuam parceiros e fornecedores desses serviços para auxiliar nos negócios.

2.3 Tecnologia da Informação Verde


Em 2008 foram vendidas somente no Brasil cerca de 11,8 milhões de computadores,
segundo a consultoria IDC Brasil. Esse número é expressivo se comparado aos anos anteriores, em
2006 foram vendidos 6 milhões e em 2007, 10,7 milhões de unidades. Esses números refletem o
consumo de computadores corporativos quanto pessoais, outro comportamento em crescimento no
Brasil (IDGNOW!, 2009). Como ocorreu no final do século XX, essa quantidade de computadores

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adquiridos hoje certamente serão descartados nos próximos anos, e como no passado, se nada for
feito a respeito acabarão em aterros sem controle nenhum a um alto custo para o meio ambiente.
Outra questão a ser discutida é com respeito ao consumo de energia que esses recursos
computacionais representarão nos próximos anos. Há datacenters consumindo energia suficiente
para abastecer cidades inteiras. Dependendo da quantidade de desktops de uma organização, seu
consumo de energia, incluindo CPUs e monitores, pode ser bem maior que o dos servidores. Um
custo financeiro e ambiental que não deve mais ser passado despercebido por diretores e gerentes de
infra-estrutura e TI.
Essa preocupação com o impacto dos recursos tecnológicos no meio ambiente é uma nova
tendência no mundo, chamada de TI Verde ou Green IT, ou Tecnologia da Informação Verde. A TI
Verde engloba, entre outros, o cumprimento da legislação ambiental, diagnósticos dos aspectos e
impactos ambientais de atividades relacionadas à área da Tecnologia da Informação, seguindo e
desenvolvendo procedimentos e planos de ação com objetivos de eliminação ou diminuição da
agressão ambiental.
A redução do consumo de energia é uma ação prioritária do movimento da TI Verde. Isso é
feito através de inúmeras ações como: racionalização e virtualização de servidores, configuração
para economia de energia nos computadores e servidores, ajuste do ar-condicionado e do fluxo de ar
dentro dos datacenters, aquisições de equipamentos com certificados, etc.
Fabricantes de equipamentos eletro-eletrônicos também podem fazer sua parte, optando por
desenvolver produtos que utilizam materiais menos nocivos ao meio ambiente e com maior chance
de aproveitamento no caso de descarte e que consumam menos energia.
Distribuidores e varejistas que são responsáveis pela logística nas vendas de produtos
eletrônicos já estão desenvolvendo meios de captação dos produtos antigos que os clientes
substituem, proporcionando um destino correto e organizado dos resíduos dos produtos eletrônicos.
No que diz respeito aos consumíveis como papel, cartuchos e baterias, estes devem ser
controlados e racionalizados. Devem ser priorizadas a reciclagem e a reutilização desses materiais
assim como conhecer o destino correto no caso de não aproveitamento.
Com a crescente pressão de órgãos internacionais e nacionais por negócios sustentáveis e
com a mídia disseminando práticas ecologicamente corretas, toda a sociedade está atenta em ações
que beneficiem o meio ambiente. Segundo Cerioni (2007), “conforme cresce a preocupação com a
proteção ambiental, aumenta também a pressão por áreas de TI ecologicamente responsáveis”.
Mais do que benefícios à imagem ou um apelo social percebidos pelos clientes e pela sociedade, as
empresas que adotam TI Verde estão também vendo seus lucros crescerem por causa dessa opção.
Para se adotar a TI Verde, ao invés de olhar para iniciativas individuais, é necessário uma
visão holística sobre o impacto ambiental da TI nas organizações, como dito anteriormente, a
maioria das empresas atuais estão imersas na Tecnologia da Informação, dessa forma é possível agir
em diversas áreas de uma empresa.
A TI Verde pode estar inserida no departamento de Compras de uma empresa, por exemplo,
onde processos pelos quais uma organização compra equipamentos, suprimentos e serviços. Esses
processos devem possuir procedimentos internos que levem em conta o impacto ambiental de
qualquer tipo de aquisição realizada pela empresa.
O ambiente de trabalho é repleto de dispositivos eletrônicos, que vão desde computadores
(desktops e laptops), impressoras e dispositivos móveis. A TI Verde também ajuda na percepção do
uso consciente desses equipamentos, fazendo com que ele seja eficiente e consuma menos energia.
Os servidores e datacenters das empresas são grandes vilões quando o quesito é consumo de
energia, enquanto o foco tradicional em termos de consumo de energia é o datacenters, é importante
ter uma visão holística das áreas que podem ser melhoradas. Também vale a pena notar que
consumo de energia e refrigeração são e continuarão a ser a primeira preocupação dos

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administradores dos datacenters. É possível ir além da capacidade computacional das empresas,
pensar nas estações de trabalho individualmente, optando por computadores menos potentes e
monitores que consomem menos energia, como Thin Clients (computadores de baixo custo, sem
disco rígido que processam informações diretamente no servidor) que utilizam menos energia que
computadores comuns e ocupam menos espaço, também existe a possibilidade de implementar
aplicativos remotos nos computadores da empresa, pois permitem menos deslocamentos.
Se tratando de cidadania corporativa a TI Verde atua na forma pela qual as organizações de
TI interagem com as comunidades locais, regionais e globais, pois além da percepção que os
clientes tem dela, profissionais também estão optando por dar preferência em trabalhar em empresas
que se preocupam com o meio ambiente. Segundo a Accenture, empresa prestadora de serviços na
área de tecnologia, em uma pesquisa, 80% dos formandos entrevistados disseram que estavam
interessados em trabalhar para companhias que tivessem um impacto ambiental positivo enquanto
92% optariam por trabalhar em empresas mais “verdes” (AROS, 2008).
Com a difusão e o amadurecimento do conceito de TI Verde, surgem melhores práticas com
foco na forma como a TI é executada nas empresas, incluindo localidades, processos e estruturas.
Exemplos dessas melhores práticas podem ser:
− E-Invoicing e E-Billing, onde transações entre empresas são feitas eletronicamente,
como faturamento e pagamento, não utilizando de nenhum documento impresso ou
deslocamento entre as partes envolvidas.
− Facilidades via Web, reduzindo deslocamentos dos clientes, como lojas virtuais,
atendimento por telefone e vídeo conferência, etc.
− Facilidades via Intranet, reduzindo o uso de papel e impressões, o que também
aumenta a eficiência organizacional dos processos burocráticos, com maior controle e
organização de informações.
− Melhor logística (empacotamento, envio transporte, etc.) – reduzir o nível de
empacotamento e organizar as entregas em lotes e não em ordens individuais, sempre
que possível.
− Utilização de softwares de gestão centralizados, com banco de dados único e
informações acessíveis a todos com facilidade, velocidade e segurança.

A TI Verde é uma área complexa com vários pontos de vista possíveis. Para a Accenture, é
necessário um conjunto de princípios básicos para as organizações que pretendem iniciar um
tratamento organizado deste tema tenha êxito. É preciso que os processos de transformação da
Tecnologia da Informação ande junto com os objetivos ambientais pré estabelecidos pelas
empresas. Todas as “Iniciativas Verdes” devem ser focadas na obtenção de um benefício alinhado
com um destes três princípios: redução, reutilização e reciclagem. Através do entendimento da
forma com que as empresas conduzem seus negócios e pela identificação de oportunidades de
melhoria em suas atividades, produzindo um impacto ambiental positivo, se concretiza a TI Verde
(AROS, 2008).

2.3.1 Produção de componentes eletrônicos


2.3.1.1 Materiais
A fabricação de produtos eletrônicos e computacionais utiliza muitos elementos prejudiciais
ao meio ambiente, alguns deles altamente nocivos ao ser humano, segue um explicação dos
elementos mais usados:

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- Mercúrio:
Encontrado em: sensores, termostatos, relays, chaves circuitos
impressos, baterias, vídeos planos (que estão substituindo os CRTs) etc.
Pode provocar: danos no cérebro, rins e nos fetos.
Tem efeito cumulativo nos organismos vivos, por exemplo através do
consumo de peixe contaminado.

- Cádmio:
Encontrado em: detectores infravermelho, resistores e semicondutores.
Danos: afeta irreversivelmente a saúde (em especial os rins).

- Chumbo
Encontrado em: monitores, soldas em circuitos integrados e outros
componentes.
Pode afetar: sistema nervoso, sangue, rins, sistema reprodutivo, sistema
endócrino (efeitos no desenvolvimento cerebral de crianças).

- Cromo Hexavalente
Encontrado em: circuitos integrados, peças cromadas, utilizado para
proteger metal de corrosão e partes de componentes eletrônicos.
Danos: é radioativo e prejudica o metabolismo celular e o DNA.

- Plásticos PVC
Encontrado em: cabos de computadores.
Danos: tóxico quando submetido à alta temperatura forma dioxinas,
que afeta as defesas do organismo, provoca câncer e geração de
crianças com deformidades.

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- Bário
Encontrado em: monitores CRT para proteger contra radiação.
Danos: inchação cerebral, enfraquecimento muscular, coração,
fígado.

- Carbono Preto
Encontrado em: toner (cartucho de impressora a laser).
Danos: câncer, irritação respiratória.

2.3.1.2 Contaminação
Normalmente a contaminação se dá no processo de reciclagem dos materiais eletrônicos,
onde pessoas que sobrevivem desse tipo de atividade buscam em aterros clandestinos e lixões sem
controle de acesso, produtos onde possam ser retiradas suas partes plásticas e metálicas, a extração
dessas partes é feita através de processos químicos (solventes e ácidos) e físico (queima) expondo o
ser humano à contaminação.
O meio ambiente também sofre impacto quando esses produtos são deixados sobre o solo
podendo poluir a água subterrânea. A queima gera gases altamente tóxicos como metais em forma
de vapor – chumbo.

2.3.1.3 Fabricação
Em um estudo coordenado pelo professor Ruediger Kuehr, encontrado em seu livro
Computers and the Environment (2004) e divulgado pela Universidade das Nações Unidas, o
pesquisador afirma que cerca de 1,8 tonelada de materiais, dos mais diversos tipos, são utilizados
para se construir um único computador.
O cálculo foi feito tomando-se como base um computador de mesa com um monitor CRT de
17 polegadas. Somente em combustíveis fósseis, o processo de fabricação de um computador
consome mais de 10 vezes o seu próprio peso.
São, por exemplo, 240 quilos de combustíveis fósseis, 22 quilos de produtos químicos e -
talvez o dado mais impressionante - 1.500 quilos de água. O problema é que a fabricação dos chips
consome uma enormidade de água. Cada etapa da produção de um circuito integrado, da pastilha de
silício até o microprocessador propriamente dito, exige lavagens seguidas em água extremamente
pura. Que não sai assim tão pura do processo, obviamente (ROSA, 2007).
O estudo mostra que a fabricação de um computador é muito mais material intensiva - em
termos de peso - do que a fabricação de eletrodomésticos da linha branca, como refrigeradores e
fogões, e até mesmo do que a fabricação de automóveis. Esses produtos exigem apenas de 1 a 2
vezes o seu próprio peso em combustíveis fósseis.

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Em países menos desenvolvidos, problemas ambientais causados por empresas de
eletrônicos são mais evidentes:
As grandes empresas do ramo de fabricação de eletrônicos dão preferência sempre os países
mais pobres para instalar suas sedes, pois são bem recebidas pelos políticos locais e
moradores, por proporcionarem bons empregos e melhorias na cidade, como é o caso da
sede de uma fábrica localizada em Albuquerque, no estado do Novo México, a qual produz,
em sua maioria, semicondutores e chips. Porém, essa produção já infringiu diversas vezes
as leis ambientais, poluindo os recursos hídricos da região, como o Rio Grande e o ar,
chegando a contaminar, além daquela cidade, as vizinhas como a cidade de Corrales
(MACOHIN, 2007).
No processo de fabricação, para cada quilo de computador produzido são gerados 3 quilos
de e-waste, ou lixo eletrônico, essa atividade também envolve grandes quantidades de elementos
químicos e gases tóxicos que contaminam o ar, a água e o solo, um exemplo é destruição da camada
de ozônio pelo CFC, usado pelas indústrias para a limpeza de circuitos eletrônicos. Os trabalhadores
da indústria de computadores estão expostos em média a três vezes mais toxinas (gases e resíduos)
do que em outros ramos de produção (MACEDO, 2007).

2.3.1.4 Ações que diminuem poluição na fabricação


Para que o processo de fabricação de componentes eletrônicos e computacionais se torne
menos agressivos ao meio ambiente e as pessoas é necessário partir dos seguintes pontos: utilização
de materiais e procedimentos que diminuam ou eliminem elementos nocivos, cumprimento de
legislação ambiental e criação de novas normas e novas atitudes de empreendedores envolvidos no
negócio, com uma nova consciência ecológica.
Hoje já existem novas técnicas e utilização de novos materiais na fabricação de
computadores que consomem menos recursos naturais e geram menos lixo. Um exemplo disso seria
a utilização de cobre apenas quando necessário quando a criação de um circuito impresso, não
partindo de uma placa toda em cobre e utilizando ácido na remoção do metal quando necessário uso
de cobre nas soldas ao invés de chumbo. Processos mais limpos de produção e produtos mais
econômicos também são possíveis com pesquisa e desenvolvimento. Novos equipamentos devem
ser desenvolvidos para que sua desconstrução seja facilitada para o reaproveitamento, assim como
componentes com vida útil mais longa. Todas essas medidas devem ser acompanhadas de ações que
desenvolvam a consciência ecológica nas organizações, para que exista um consumo mais
responsável e que sejam utilizados cada vez mais produtos menos agressivos a natureza.
Na tentativa de amenizar a situação atual de descontrole de resíduos e-waste, grandes
corporações como IBM, HP, Compaq, Fujitsu, Toshiba, Dell, Sony, Sharp e Unisys criam
programas de reciclagem embutindo taxas de devoluções na compra dos produtos, dessa forma
garante que o produto terá um destino que possa ser controlado. A Apple, fabricante de
computadores, telefone e tocadores de mp3 teve uma redução de quase 100% do chumbo ao
substituir monitores CRT (tubo) por LCD (tela fina), neste último item também foi retirado o
arsênico do vidro dos monitores. A Apple também se destaca pela tentativa de eliminação do
mercúrio na telas que possuem iluminação, diminuição de aplicações em PVC e BRF (Trifluoreto
de bromo) e uma política de processamento do lixo produzido nos EUA no próprio país.
Em 2004 foi criada a STEP, Solving the E-waste Problem (Solucionando o problema do lixo
eletrônico), iniciativa que envolve três agências da ONU (Organização das Nações Unidas), o MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts), universitários, governos dos mais diversos países e
dezesseis empresas, entre elas a Dell, Microsoft, Hewlett Packard (HP), Ericsson, Cisco Systems e
Philips, nos quais se pretende padronizar globalmente os processos de reciclagem para recuperar os
componentes dos resíduos eletrônicos que podem ser reutilizados e harmonizar as legislações e
políticas, tudo para tentar reduzir a velocidade com que esse lixo cresce e um melhor tratamento do
e-waste (MACOHIN, 2007).

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2.3.2 Legislação
Bom senso, consumo responsável e consciência ecológica contribuem consideravelmente
para que a sociedade desenvolva atividades menos agressivas a natureza e procure chegar a um
ponto de equilíbrio entre o ser humano e o meio em que vive.
Mas infelizmente isso não é o suficiente, e num sistema capitalista onde a busca por
lucratividade é o principal alvo das empresas, as consequências do impacto de suas atividades no
meio ambiente são muitas vezes desprezadas, portanto deve existir também outras maneiras de se
barrar tal agressão.
Governos começam a se movimentar, surge à legislação para conter, diminuir ou eliminar
abusos de organizações que insistem em manter atividades que agridam o meio ambiente. No caso
da TI, Tecnologia da Informação, já não é segredo pra ninguém que ela gera um passivo ambiental
grave. Dessa forma foram criadas regulamentações para atacar o problema, demandando proibições
de uso de substâncias tóxicas. A União Européia, uma das administrações mais avançadas neste
sentido, criou em meados de 2006, duas diretrizes chamadas WEEE (Waste Electrical and
Electronic Equipment, que significa Resíduos de Equipamentos Eletrônicos) e RoHS (Restriction of
Hazardous Substances, que significa Restrição a substâncias perigosas). Ambas buscam garantir
que o lançamento dos resíduos químicos oriundos de eletrônicos, especialmente o chumbo e
mercúrio, sejam menos agressivos ao meio ambiente, o que fez e vem fazendo com que empresas de
TI se reestruturem para a conformidade com a norma, o que não é fácil, considerando o alto custo
envolvido bem como que, a solda tradicional hoje, que liga os componentes eletrônicos em placas, é
em regra composta por 60% de estanho e 20% de chumbo.
A RoHS introduz no cenário mundial a obrigatoriedade da indústria ou importador em se
responsabilizar pelo "ciclo de vida" dos produtos que insere no mercado de consumo, através de um
programa de gerenciamento de impacto, coleta e reciclagem dos produtos descartados, certamente
sendo recepcionada no Brasil pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/1990), em sua
política nacional de relações de consumo, que também zela pela integridade da saúde de
consumidores. Igualmente, a RoHS contempla o princípio de Direito Ambiental do "Poluidor
Pagador", segundo o qual a poluição resulta em enriquecimento ilícito e degradação ambiental,
gerando direito à reparação pecuniária.
Outras iniciativas merecem destaque, como no caso do Japão que, ao regulamentar sua Lei
de Incentivo a Utilização Eficaz de Recursos (Law for the Promotion of Effective Utilization of
Resources), editou a norma JIS C 0950:2005, a conhecida "J-Moss", que prevê inclusive que os
fabricantes informem aos consumidores, até mesmo via website corporativo, a aposição de
componentes químicos perigosos em equipamentos eletrônicos como computadores pessoais e
televisores. A Coréia do Sul por sua vez, adotando o padrão RoHS, editou recentemente o Act for
Resource Recycling of Electrical and Electronic Equipment and Vehicles (Bill 6319 of 30 March
2007).
Na América, o Estado da Califórnia, que concentra as principais empresas de tecnologia do
mundo, também conta com legislação específica, a Electronic Waste Recycling Act of 2003
(EWRA), que dá ênfase à poluição de monitores e displays, inclusive LCDs, e que desde janeiro de
2007, obriga os fabricantes a respeitar os limites máximos permitidos de substâncias perigosas, na
concepção de tais produtos.
Já no Estado Americano do Texas, a preocupação como e-waste (desperdício eletrônico)
levou o Estado à aprovação da House Bill 2714, uma Lei Estadual que penaliza o fabricante pelo
impacto ambiental do equipamento: Segundo a Lei, os fabricantes são responsáveis pela reciclagem
e retorno do equipamento utilizado, rotulando inclusive suas máquinas, com informações claras ao
consumidor para que as destinem à empresa fabricante em caso do descarte ou obsolescência.
Para o consumo de energia, ainda no plano internacional, demandas como a Energy Star 4.0,
da agência de proteção do meio ambiente dos EUZ, cobra dos fabricantes maior eficiência

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energética nos produtos. A quantidade de energia consumida pelos centros de dados corporativos e
estatais; Medidas da indústria no sentido de desenvolver servidores eficientes em relação ao
consumo de energia; Possíveis incentivos que convençam as empresas a optarem pela utilização de
tecnologias com funções para poupar energia. O selo "Energy Star" vem sendo hoje um dos mais
cobiçados pelas empresas que já atentaram ao novo modelo, onde CIOs já estudam projetos e
auditorias objetivando as certificações.
No Brasil, possuidor de uma das legislações mais complexas do mundo, menciona em seu
conjunto de leis diversas determinações em que as políticas de TI e TI Verde devem estar atentas,
tais como: Leis 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), Lei 9.605/1968 (Lei de Crimes
Ambientais), Lei da Ação Civil Pública nº 7.347/1985 no que cerne a responsabilidade por danos
causados ao meio ambiente, além é claro da Lei da Ação Popular nº 4.717/1965, nos seus aspectos
referentes à lesão e a proteção ao meio-ambiente (MILAGRE, 2008).
Mesmo com esses avanços no campo da legislação internacional, com órgãos de fiscalização
e certificações, um estudo realizado pelo Greenpeace, organização não-governamental (ONG),
revelou que os eletrônicos ainda não são ecologicamente corretos, a ONG afirma que hoje os novos
produtos são um pouco mais ecológicos que os fabricados há um ano. Segundo o Greenpeace
poucos contem menos substâncias tóxicas dos que os produzidos no ano de 2008. Mas houve uma
melhora em relação ao uso de telas com tecnologia LED, que são mais econômicas e livres de
mercúrio, substância que pode ser tóxica e era encontrada em vários modelos de televisores. Outra
boa notícia é que mais empresas estão usando materiais reciclados em seus produtos. Além disso, as
companhias também estão se responsabilizando por receber e reciclar aparelhos usados.
Periodicamente o Greenpeace divulga uma lista classificando o nível de sustentabilidade das
empresas fabricantes de eletrônicos. Para avaliar as empresas, são estudados requisitos
relacionados a substâncias tóxicas presentes nos produtos, o tratamento do lixo eletrônico e fatores
relacionado ao consumo de energia. Veja no último relatório (TABELA 2), de março de 2009 o quão
“verde” estão as gigantes do mundo da tecnologia segundo a ONG. O Greenpeace apresenta
também uma imagem que permite visualizar e incorporar nos sites quais empresas estão sendo
avaliadas e em que posição se encontram segundo a avaliação.

Fonte: Greenpeace

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TABELA 2: Ranking Greenpeace
1 7,5 Nokia Se mantem no topo pelo programa de coleta de celulares inativos e através de novas
metas de emissão de CO2.
2 6,9 Samsung Subiu no ranking duas posições graças ao claro apoio a cortes que provocam alterações
climáticas globais.
3 5,7 Sony Ericsson Desceu uma posição, pois existe mais a ser feito pela reciclagem.
4 5,7 Philips Deu um salto de 11 posições devido a grande melhoria na política de reciclagem.
5 5,5 Sony Subiu duas posições devido a uma melhor eficiência energética.
6 5,5 LG Perdeu pontos por atrasar o progresso de eliminação de substâncias tóxicas de seus
Electronics produtos.
7 5,3 Toshiba Perde pontos pela pobre redução na emissão de CO2 e falta de dados sobre eficiência
energética.
8 5,3 Motorola Precisa melhorar em matéria de resíduos e energia.
9 4,9 Sharp Ganhou pontos no regime de reciclagem dentro dos EUA, mas perdeu quanto a redução
de emissões globais
10 4,7 Apple Subiu quatro posições devido a eliminação de produtos químicos e melhoria na
reciclagem, mas ainda está pobre em matéria de energia.
11 4,5 Acer Caiu ligeiramente devido a uma pobre pontuação quanto aos resíduos.
12 4,3 Panasonic Perde três posições devido a uma pobre definição sobre o princípio da precaução e dados
sobre eficiência energética.
13 3,7 Dell Em queda, penalizada devido a falta de metas para eliminação de toxinas até o final de
2009.
14 3,1 Lenovo Também penalizada devido a falta de metas para eliminação de toxinas até o final de
2009
15 2,7 Microsoft Pontuação caiu devido a má performance quanto aos resíduos.
16 2,7 HP Penalizada devido a falta de metas para eliminação de toxinas até o final de 2009
17 0,8 Nintendo Em último, não sofreu alteração na pontuação.
Fonte: Guide to Greener Electronics. Versão 11 de março de 2009.

Existe também uma movimentação positiva em vários pontos da cadeia de negócios de TI. A
GSM Association é um exemplo disso. Ela prevê redução de lixo eletrônico com carregador de
celular que funcione em qualquer aparelho. A criação de um carregador de celular universal,
anunciada durante o Mobile World Congress 2009, será não somente confortável como reduzirá a
quantidade de material desperdiçado.
Mesmo não existindo uma legislação específica que imponha atitudes mais ecologicamente
corretas em relação a produtos que não atendem mais as expectativas dos usuários, fabricantes de
hardware vêm criando formas de reaproveitamento de produtos em comunidades carentes,
proporcionando inclusão digital, criando coletas seletivas e sites de armazenamento.

2.3.3 Certificações
No mesmo ritmo do acompanhamento a legislação, surge na outra ponta as certificações e as
SGAs (Sistemas de Gestão Ambiental). No que diz respeito a certificações, entre as mais
conhecidas estão especialmente à família ISO 14000, que segue indicando caminhos para a
produção ambientalmente responsável, obrigando empresas certificadas a controlar seus resíduos e
a sua disposição no meio ambiente.
Cada vez mais, diretores e gerentes de infra-estrutura de indústrias de todos os setores
preocupam-se com o caminho dado aos resíduos de suas áreas despejados no meio ambiente. E
nesse contexto, a norma ISO 14001 pode ser um apoio.
A ISO (sigla em inglês para Internacional Standardization for Organization) é uma

14
organização não-governamental sediada em Genebra, fundada na década de 40. O objetivo é ser o
fórum mundial de normalização. A série de normas ISO 14000 especifica os elementos de um
sistema de gestão ambiental. Além disso, oferece ajuda prática para sua implantação ou
aprimoramento. A norma isso 14001 inclui os elementos centrais do sistema de gestão ambiental
para a certificação. A empresa que possui este certificado é capaz de atestar responsabilidade
ambiental no desenvolvimento das atividades de uma companhia. Entre os pré-requisitos para um
empresa se certificar estão: cumprimento da legislação ambiental, diagnóstico atualizado dos
aspectos e impactos ambientais de suas atividades, procedimentos-padrão e planos de ação para
eliminar ou diminuir impactos ambientais, além de pessoal devidamente treinado e qualificado e
campanhas internas constantes.
A indústria de computadores dos Estados Unidos possui um programa voluntário chamado
Ferramenta de Avaliação Ambiental de Produtos Eletrônicos (EPEAT, na sigla em inglês), dedicado
a fornecer padrões para computadores mais “verdes”, assim como para manter o lixo eletrônico fora
dos aterros, onde a maior parte vai parar. Atualmente não há qualquer regulamentação para o
descarte de eletrônicos nos Estados Unidos, mas alguns estados, como Califórnia e Massachusetts,
com a ajuda de ambientalistas, estão pressionando o congresso americano a adotar leis federais. A
EPEAT foi lançada há três anos pelo Conselho de Eletrônicos “Verdes” (GEC, na sigla em inglês),
uma organização sem fins lucrativos em Portland, no estado de Oregon, criada em 2004 para
encorajar a produção de eletrônicos que não causassem danos ao meio ambiente. Uma de suas
propostas é avaliar desktops, notebooks e monitores de acordo com 51 critérios ecológicos, como
limites para a quantidade de cádmio e embalagem em materiais recicláveis. Assim, os produtos
recebem uma “medalha” de bronze, prata ou ouro de acordo com essas orientações: ganhar o ouro
significar atender pelo menos a 41 dos critérios. Até hoje, apenas 68 (dos 601 modelos de
computadores avaliados) atingiram a classificação máxima. A maioria (510) ficou com a prata (ou
seja, atendem a pelo menos 35 dos critérios) e 23 levaram o bronze, de acordo com o site da EPEAT
(www.epeat.net).
Cerca de 109 milhões desses computadores e monitores certificados pela EPEAT foram
vendidos no mundo todo no ano passado (apenas 22% das vendas globais), de acordo com o
relatório do programa. A EPEAT também ressalta que esses computadores usaram 75,5 milhões de
toneladas a menos de materiais tóxicos em sua fabricação, inclusive 3.220 toneladas a menos de
mercúrio.
O programa ajudou a eliminar mercúrio suficiente para encher mais de 480 mil termômetros,
principalmente porque os grandes compradores, como as agências governamentais norte-
americanas, compararam monitores com luz de LED – uma nova tecnologia de iluminação que não
emprega o mercúrio, como as lâmpadas fluorescentes compactas de cátodo frio no passado.
Os computadores certificados pela EPEAT também economizam energia, de acordo com o
site: 42,2 bilhões de kWh de eletricidade ao longo de sua vida útil, o que significa 3,31 milhões de
toneladas a menos de emissões de gases de efeito estufa que seus concorrentes não certificados – o
equivalente a retirar 2,6 milhões de carros das ruas. Se a economia de energia for levada em conta,
os computadores da EPEAT na verdade economizam dinheiro – US$ 3,7 bilhões ao longo de sua
vida útil, em comparação aos eletrônicos não certificados. Consumidores interessados na avaliação
da EPEAT para alguma marca específica podem acessar o site do programa. No entanto, ainda há a
questão das impressoras, televisores e 130 milhões de telefones celulares descartados no mundo
inteiro a cada ano, de acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas, que enfoca o
monitoramento e solução de problemas ambientais. A EPEAT espera expandir seus programas para
esses aparelhos também num futuro próximo (BIELLO, 2008).

2.3.4 Energia
Na Tecnologia da Informação o consumo de energia está na fabricação dos equipamentos
computacionais, na operação desses produtos e também na reciclagem e descarte dos mesmos. Mas

15
o ponto crítico está na operação, e os grandes sugadores atuais de energia no setor de tecnologia são
os datacenters, local onde são concentrados os computadores servidores responsáveis pelo
processamento de dados de uma empresa ou organização.
Em um datacenter, 99,9997% dos watts que entram se transformam em calor, enquanto que
0,0003% dos watts restantes se transformam em processamento. A necessidade de operação de
datacenters nas organizações só tem aumentado com a crescente dependência que as empresas têm
na Tecnologia da Informação. Não obstante, a potência dos servidores segue seu curso normal de
aceleração de desempenho, e ainda, consumindo maior energia em sua operação, a um menor custo.
Segundo dados do Gartner, um rack que há três anos consumia entre 2 mil e 3 mil watts de energia,
hoje pode chegar a 30 mil watts, dependendo da quantidade de equipamentos empilhados. Junto a
esses dados, a IDC previu que entre os anos de 2010 e 2015, os gastos com energia superarão os
investimentos em equipamentos (SATUDI, 2008).

Fonte: IDC (International Data Corporation) apud Miranda (2007)


Ainda segundo a Gartner, os datacenters representaram cerca de 23% da energia consumida
na área de Tecnologia da Informação:

Fonte: Gartner Group apud Vilela (2008)

16
Dentro de um datacenter o consumo de energia se compõe da seguinte forma (TABELA 3):
TABELA 3: Consumo de energia em um datacenter
33% Refrigeração
30% Equipamentos computacionais
18% Suprimento de energia ininterrupta, bateria
19% Outro, como iluminação, equipamento de rede
Fonte: APC American Power Conversion apud Satudi (2008)

Partindo do pressuposto de que não é possível controlar algo que não pode ser medido, esse
prognóstico auxilia em medidas para tornar os datacenters mais verdes, dessa forma, além de
economizarem energia eles também pode reduzir a necessidade de expansão de infra-estrutura,
reduzindo uso de refrigeração. Fazendo mudanças básicas dentro dos datacenters já é possível
garantir substancial economia. Segue algumas das maneiras para tornar-los eficientes:
Consolidação
Essa medida corresponde em fixar o armazenamento de informações em um único local, o
que já ocorre, mas também vai além quando sugere verificar servidores que possam ser desativados
migrando aplicações para um menor número de equipamentos. O aumento no armazenamento, uso
de discos rígidos de grande capacidade, é outro caminho sugerido na consolidação. A consolidação
de unidades físicas afeta imensamente o volume de energia e proporciona custos de aquisição mais
baixos.
Virtualização
Com a virtualização é possível executar diversos sistemas operacionais em um único
equipamento físico. Essa medida permite a criação de máquinas virtuais em um mesmo
equipamento, onde vários serviços de servidores, incluindo sistemas operacionais distintos,
compartilham o mesmo hardware . A virtualização é uma funcionalidade que permite alocar a carga
de trabalho entre os servidores, tratando-os como uma única região de processamento de forma
dinâmica, realocando o processamento de acordo com a demanda por atividade.
Gerenciamento de consumo de energia
Em um típico datacenter a quantidade de eletricidade não muda durante o dia, mesmo que a
carga de processamento não seja constante no período. Para manter um ambiente de TI em
funcionamento é essencial fornecer o grau exato de energia para os servidores. Ainda que
fornecedores de processadores tenham colocado novas funções de energia em suas linhas e existam
ferramentas de gestão de energia disponíveis, os administradores de TI não estão familiarizados
com tais ferramentas, pois no momento a prioridade está voltada para a disponibilidade e
desempenho. O gerenciamento de energia de servidores e processadores contribui para a vida útil
desses eletrônicos e no sistema de resfriamento.
Outro foco na gestão de energia são as fontes de alimentação dos servidores. Há fontes
ineficientes sendo vendidas que causam maior gasto com energia do que qualquer outro
componente dentro de um datacenter. Ainda que novos modelos sejam mais eficientes, eles não são
comprados por serem mais caros. As fontes comuns nos servidores podem ser responsáveis por
metade da energia consumida pelo equipamento. Soma-se a isso que cada Watt perdido com a fonte
equivale a mais um gasto com o sistema de refrigeração. Mesmo mais caras, as mudanças para
fontes mais eficientes representa tanto redução de custo operacional quanto financeiro. A referência
8oPlus.org é um programa de certificação que agracia fontes de energia que mantêm 80% de
eficiência mesmo quando a carga está em 20%, 50% e mesmo 100% (COMPUTERWORLD, 2007).

17
Refrigeração e ventilação
O Gartner identificou 11 melhores práticas que, implementadas, podem reduzir, anualmente,
milhões de kWh (ANTONELLI, 2008):
− Fechar brechas e vãos em ambientes com pisos elevados para evitar a saída de ar frio. Só
com este cuidado, as empresas economizam cerca de 10% de energia;
− Utilizar painéis de isolamento para aperfeiçoar o sistema de arrefecimento de racks;
− Coordenar o funcionamento dos condicionadores de ar com novos equipamentos nas
salas de computadores para que, ao mesmo tempo, refrigerem e desumidifiquem o
ambiente. A função de desumidificação não pode ser atribuída unicamente aos
condicionadores de ar;
− Melhorar o fluxo de retirada de ar quente e a entrada de ar fresco nos locais embaixo dos
pisos elevados dos datacenters, mantendo organizado este espaço que, geralmente, é
composto por um emaranhado de cabos que prejudicam o funcionamento do sistema de
refrigeração;
− Utilizar racks que dispõem de corredores independentes de ar quente e frio e que
possuem entradas de ar em diferentes direções, para melhor controle do fluxo de ar;
− Instalar sensores de temperatura em áreas em que há suspeita de problemas com
refrigeração;
− Implantar sistemas de contenção nos corredores de ar quente e frio para aperfeiçoar a
refrigeração dos servidores;
− Elevar e manter a temperatura no datacenter entre 24ºC e 25ºC;
− Instalar ventiladores com velocidades variáveis. Estes sistemas permitem o
funcionamento de ventiladores, motores, compressores e bombas a uma velocidade
adequada às necessidades. A simples redução de 10% da velocidade resulta em uma
economia de 27% do consumo de energia destes equipamentos;
− Usar a técnica Free Cooling, que consiste na utilização do ar fresco de ambientes
exteriores para efetuar o arrefecimento;
− Desenvolver novos datacenters usando refrigeração modular. Trata-se de um sistema de
refrigeração mais eficiente.
Segundo o grupo, grande parte da energia consumida em um datacenter convencional, cerca
de 35% a 50%, provém da refrigeração. Por isso, a Gartner, empresa de pesquisas e aconselhamento
sobre tecnologia, divulga algumas boas práticas que, caso implementadas, podem reduzir esse
consumo para cerca de 15%.

2.3.5 Case Sun Microsystem


A Sun Microsystems, empresa que fornece componentes e serviços na área de Tecnologia da
Informação, iniciou no começo do ano um projeto para um novo datacenter, em Broomfield,
Colorado, nos Estados Unidos. O projeto é a maior consolidação de hardware da história da
companhia e permitirá uma economia de até 11 mil toneladas métricas de CO² por ano. Utilizando
os mais recentes sistemas de eficiência energética, incluindo design e tecnologias inovadores de
alimentação de energia e de resfriamento, a companhia almeja 20% na redução do consumo
energético.
Além da economia de 11 mil toneladas métricas de CO² por ano – redução de 6% das
emissões da empresa nos Estados Unidos - a Sun Microsystems estima economizar mais de 1

18
milhão de dólares em custos de eletricidade. Segundo a empresa, o datacenter verde permitiu a
diminuição de 1 milhão de kWh por mês do consumo de eletricidade. Com a substituição de
hardwares, a Sun Microsystem conseguiu uma redução de espaço físico de 66%. Em um exemplo, a
companhia consolidou 63 servidores e 30 dispositivos de armazenamento ligados diretamente, em
apenas dois de seus servidores (FERRARI, 2009).

2.3.6 Consumo de energia de computadores


Os computadores comuns utilizados como estações de trabalho ou para uso pessoal
atualmente possuem características distintas de consumo de energia. Os computadores são
constituídos por diversos componentes alimentados por eletricidade. Processadores, discos rígidos,
placas de vídeo, fonte de alimentação entre outros se diferenciam de acordo com a qualidade,
potência e desempenho desses componentes, a combinação entre eles também faz com que o
consumo de energia seja diferenciado. O mesmo acontece quanto ao uso do monitor, modelos CRTs
(tubo) consomem mais energia que modelos LCDs (tela fina), o tamanho da tela também influencia.
O computador pode ser configurado para operar em modo econômico, onde aplicativos
gerenciam o consumo de energia do hardware, proporcionando menor consumo de energia quando
ocioso, desligando o monitor e até mesmo o disco rígido após determinado período
automaticamente. Essa configuração de gestão de energia é comumente usada em computadores
portáteis que são alimentados por bateria, que em modo econômico prolonga sua autonomia.
Para se ter uma noção aproximada do consumo de energia de um computador comum o site
www.eu-energystar.org oferece uma calculadora para esse fim. De acordo com as informações
preenchidas sobre as características do equipamento e forma de operação é possível obter o
consumo aproximado do computador. O site é uma iniciativa Comunidade Europeia Programa
Energy Star de eficiência energética do equipamento de escritório .
A calculadora considera o custo de aquisição do equipamento, permitindo informar o valor
monetário do CPU e do monitor, custo do consumo de energia em uma ano, e o custo de
propriedade total, que considera o valor de aquisição somado ao consumo de energia durante a vida
útil do equipamento.
Em duas simulações com computadores estações de trabalho, foram alterados apenas o
modelo do monitor e o modo de gestão de energia. Segundo a Energy Star os monitores LCD (em
inglês Liquid Crystal Display) utilizam em média 50 a 70% menos energia do os modelos CRT (em
inglês Cathode Ray Tube) monitores. Quanto ao modo de gestão de energia, a “Função normal”
ativa o modo de espera do computador em 30 minutos quando ocioso, já na “Função poupança de
energia” o modo de espera é ativado em 10 minutos. Ao entrar em modo de espera, não apenas o
disco rígido e o monitor, mas quase todo o computador é desligado, incluindo o processador, o
cooler, placa de vídeo ou som, etc. Apenas a memória RAM, partes da placa mãe, modem e placa de
rede continuam ativos. Em modo de espera o equipamento consome de 15 a 20 Watts de energia
(MORIMOTO, 2001).

19
1 – Simulação:
Monitor: Sistema CRT 17”
Modo de gestão de energia: Função normal

2 – Simulação
Monitor: Monitor econômico 17” LCD
Modo de gestão de energia: Função poupança de energia

20
Os valores monetários foram alterados para estarem de acordo com os preços praticados no
Brasil no mês de abril de 2009, segue conversão de valores (TABELA 4):
TABELA 4: Conversão de valores
Equipamento Valor em Reais Valor em Euro
(R$) (€ ) 2,85 *
Computador (apenas CPU) 1000,00 350,00
Monitor CRT 17” 400,00 140,00
Monitor LCD 17” 600,00 210,00
Energia elétrica kWh ** 0,37 0,12
* Cotação de abril de 2009.
** Tarifa Comercial Convencional vigente aplicada pela Copel, Companhia
Paranaense de Energia.

Resultados
Diferença entre consumo de energia e custo em reais.(TABELA 5)
TABELA 5 : Consumo total de eletricidade
Consumo Custo
kWh/ano R$/ano
1 – Simulação 713,8 264,10
2 – Simulação 487,5 180,37
Economia 226,3 83,73

Ao substituir um monitor CRT por um modelo LCD (mais econômico) e mudar a gestão de
energia do equipamento, para que ele desative os componentes quando estes estiverem ociosos, a
economia em consumo de energia chega a 226,3 kWh ao ano. Em valores monetários, a mudança
provoca uma economia de R$ 83,73. Considerando uma pequena empresa com 10 computadores, a
percepção de economia já pode ser percebida. Em uma empresa com 500 computadores a economia
de energia seria mais de 100 mil kWh, poupando mais de 40 mil reais ao ano, um valor expressivo.
A segunda simulação é 63% mais econômica do que a primeira (TABELA 6).
TABELA 6: Custos totais de propriedade
Custo de Custo de
Propriedade Propriedade
Valor em Euro Valor em Real
(€ ) 2,85 * R$/ano
1 – Simulação 1003,90 2861,11
2 – Simulação 911,00 2596,35
Economia 92,90 264,76

O site permite calcular o custo de propriedade do equipamento, ou seja, o valor de compra


do computador somado ao custo de energia utilizado em sua vida útil. Nas duas simulações os
equipamentos tinham vida útil de seis anos. Mesmo que na primeira simulação o monitor tenha um
valor menor que o da segunda, a segunda simulação geraria uma economia de R$ 264,76 de custo
de propriedade.

21
2.3.6.1 Dicas para reduzir consumo de energia dos computadores
Trocar equipamentos
− equipamentos novos são mais sofisticados, tem melhor desempenho e qualidade e
consomem menos energia. O monitor é exemplo mais conhecido, a substituição de um
modelo CRT por um LCD proporciona melhor uso do espaço, mais qualidade de
imagem e uma considerável redução no consumo de energia, cerca de 50 a 70% a menos
que os modelos anteriores.
− os computadores portáteis, também mais modernos, são mais econômicos que os
computadores de mesa (CPU e monitor separados). Eles utilizam telas em LCD,
adaptadores, discos rígidos e processadores de melhor rendimento energético.
Comparando o consumo de 30 Watts de um poderoso computador portátil (equipado com
tela LCD, por exemplo) com o consumo de 120 Watts de um computador de mesa mais
80 Watts do monitor CRT, constata-se que a poupança pode atingir 80%.
− os componentes internos e externos, como processadores, placas de vídeo, fontes de
alimentação, mouses, teclados, impressoras dentre outros dispositivos são mais
econômicos atualmente do que os produzidos no passado. Assim mesmo são mais
eficientes, com melhor desempenho e mais “inteligentes” quanto ao consumo de energia,
permitindo desativa-los quando ociosos. Os processadores mais recentes operam em
várias tensões e frequências, no caso dos que utilizam múltiplos núcleos, é possível
desativar os núcleos não usados em determinadas situações por exemplo.

Periféricos
− outros equipamentos que são utilizados no trabalho ou em casa e dependem do
computador também devem ser desligados quando não estão sendo utilizados, esse é o
caso de impressoras, caixas de som, estabilizadores, filtros de energia e dispositivos
USB ligados sem necessidade.
Gerenciamento de energia
− utilize a configuração de modo de espera ou hibernação, são opções fornecidas pelo
próprio computador. Segundo a Microsoft, o modo de espera reduz o consumo de
energia do computador cortando a energia dos componentes de hardware que não são
usados por um período em que o usuário pode determinar (AREAS, 2007). O modo de
espera pode desativar dispositivos periféricos, o monitor e mesmo o disco rígido, mas
mantém a energia da memória de seu computador para você não perder trabalho. Essa
opção pode ser ativada manualmente ou automaticamente, através da configuração do
gerenciamento de energia. Já a hibernação salva uma imagem de sua área de trabalho
com todos os arquivos abertos e documentos e, em seguida, desliga o computador.
Quando você ativar a energia, seus arquivos e documentos continuam abertos em sua
área de trabalho exatamente como você os deixou. O modo hibernar também pode ser
acionado manualmente ou através de configurações.
− não use Protetor de Tela, aquelas animações na tela consomem energia e não são
úteis, desative a proteção de tela do seu computador, ao invés dela, coloque o monitor
para entrar em stand-by quando estiver inativo.
Aplicativos
− o uso dos programas e aplicativos também influencia no consumo do equipamento,
usam recursos do computador e estes recursos consomem energia. Use apenas
programas necessários, pois programas inúteis somente exigem mais esforço do
equipamento, o mesmo acontece com programas corrompidos ou com mau

22
funcionamento. Desinstale periodicamente esses aplicativos e faça uma limpeza nos
arquivos desnecessários.
− segundo o Blackle, um sistema de busca customizada do Google, os monitores
necessitam mais energia para mostrar a tela branca (ou clara) do que a preta (ou escura),
os resultados das buscas serão exatamente os mesmos que o do site do Google, que
possui interface da cor branca, a diferença está nas cores do Blackle que é
predominantemente preto, que além de mais saudável aos olhos, isso representa uma
economia de energia.
Limpeza
− Periodicamente limpe seu hardware, equipamentos sujos, com poeira, também
consomem mais energia, especialmente se a sujeira estiver acumulada em algum dos
coolers, que são ventoinhas que expulsa o ar quente de dentro do computador. Pelo
menos uma vez a cada 6 meses abra seu gabinete e execute uma limpeza superficial.

A ONG AJA Brasil, em parceria com a Climate Savers Computing, cuja


missão é reduzir em 50%, até 2010, o consumo de energia pelos computadores, recomenda as
seguintes configurações de gestão de energia:
− Monitor: Desligar após 15 minutos ou menos
− Desligar ou suspender discos rígidos: Após 15 minutos de inatividade ou menos
− Sistema em espera/hibernação: Após 15 minutos ou menos
Segundo a ONG, após configurar o Gerenciador de Energia do seu computador, é possível
economizar até 600 kWh de eletricidade por ano.
A configuração do Gerenciador de Energia para um modo econômico somado a outras dicas
irá reduzir o consumo de energia de sua casa ou escritório, diminuir a geração de calor, reduzir
geração de ruídos, além de prolongar a vida útil de seu equipamento.

2.3.7 Resultado para o negócio e imagem da empresa


Ser “ecológico”, preocupado com os impactos ambientais de atitudes individuais e de ações
que o mundo todo faz, hoje não é só responsabilidade apenas dos “bonzinhos”, não é mais uma
questão de opção, é preciso que todos tenham essa consciência. Nos negócios, ser sustentável é uma
obrigação cobrada pelos consumidores e pela sociedade. As empresas devem procurar minimizar ou
eliminar o impacto ambiental produzido por suas operações.
Ações responsáveis ambientalmente contribuem para a imagem da empresa e também
monetariamente. Um exemplo de crescimento monetário é o desempenho que as empresas listadas
pelo índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI). Essas empresas obtiveram valorização superior
ao Dow Jones tradicional desde 2002. No Brasil, a Bovespa também lançou em 2005 o Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE), estimulando empresas importantes como Aracruz, Cemig e
Banco Itaú a criarem verdadeiros sistemas de gestão para marcar território no mapa da gestão verde.
Adotar TI Verde, atualmente, significa conciliar consciência ecológica e prática de negócios.
Representa um forte argumento para se tornar um defensor da saúde do planeta, consumir menos
energia, menos gastos com eletricidade, maior possibilidade de expansão e competitividade.
Eliminar e minimizar impactos ambientais, além de salvar o planeta do aquecimento global
e outro desastre na natureza, contribui para a qualidade de vida das pessoas, isso já é motivo
suficiente para que as empresas sejam sustentáveis, mas se tornar Verde também contribui para a
lucratividade, é um incentivo que não se deve ignorar. Existe também a necessidade de se adequar a

23
regulamentações governamentais ou de instituições não governamentais que possuem grande peso
na sociedade.
Reduzir consumo de energia da infraestrutura tecnológica, produzir computadores menos
nocivos ao meio ambiente, colocar placas que captam energia solar sobre os tetos dos datacenters,
enfim, adotar TI Verde é bem visto pelas pessoas, que gostam de ver nos noticiários que empresas
estão dando mais atenção a natureza utilizando de Tecnologias da Informação Verdes. Esse tipo de
comportamento funciona como uma publicidade positiva associando uma boa imagem a qualquer
tipo de organização, compensando grandes investimentos em TI Verde.
Ao se adotar TI Verde, a área de Tecnologia da Informação constrói um mudança que
influencia toda a companhia. Vai além, ao conquistar espaço na mídia e na sociedade servindo de
exemplo para que outras organizações, vendo vantagens para o meio ambiente e para o negócio,
adote uma postura “verde”.

2.3.8 Produtos tecnológicos verdes


Produtos tecnológicos verdes são eletrônicos feitos com materiais biodegradáveis, que
consomem menos energia e não prejudicam o meio ambiente. Conhecidos como gadgets,
dispositivos eletrônicos portáteis como PDAs, celulares, smartphones, tocadores mp3, entre outros
são cada vez mais comuns no nosso cotidiano.
A TI Verde auxilia na fabricação desses equipamentos, tornando os eletrônicos menos
agressivos a natureza, e muitas vezes deixando-os mais criativos, sofisticados e charmosos,
permitindo aos fabricantes agregarem mais valor nesse tipo de produto. Veja alguns exemplos:
Studio Hybrid
O compacto desktop da Dell é feito com 95% de materiais
recicláveis e consome 70% menos energia do que os desktops
tradicionais.

Samsung E200 Eco


O celular E200 Eco da Samsung é feito de bioplástico
produzido a partir de plantas naturais, entre elas o milho.
Uma tonelada de bioplástico utilizado no aparelho é capaz
de reduzir até 2,16 toneladas de CO2, em comparação com o
uso do policarbonato (plástico comum) produzido a partir do
petróleo.

ATP EarthDrive
O pen drive EarthDrive utiliza a maior quantidade de materiais
biodegradáveis possível, processo que torna o produto
totalmente reciclável. O modelo, que é oferecido nas
capacidades de 1GB a 8GB, dura dez anos e é a prova d´água.

24
Asus EcoBook
O Asus EcoBook é apresentado como o primeiro notebook
produzido a partir de bambu. A vantagem é que o bambu é
encontrado em abundância, cresce muito rapidamente e ao
contrário do plástico é biodegradável.

Monitor Lenovo
O Lenovo ThinkVision L193p LCD de 19 polegadas possui o
selo ENERGY STAR, o que garante um consumo em média
30% menor de energia do que outros modelos, com redução
de um terço nas emissões de dióxido de carbono.

MP3 Player Verio


O MP3 Player Verio obtém energia através de uma manivela
manual. Gire a alavanca por um minuto e ouça músicas por 15
a 20 minutos. Se você preferir usar energia, o aparelho inclui
uma porta USB. O aparelho dispõe de 1GB de memória.

myPower
A bateria da Sollaric permite carregar a maioria dos portáteis a
partir de energia solar. O modelo é compatível com notebooks,
câmeras e filmadoras digitais, reprodutores de CD e DVD,
entre outros. O aparelho possui ainda porta USB adicional.

25
3. CONCLUSÃO
A busca por atitudes ecologicamente responsáveis e a preocupação com impactos ambientais
negativos já estão sendo discutidas há algum tempo. Nos dias atuais, todos devem procurar
informações sobre o que está a seu alcance para impedir a degradação da natureza almejando
sempre o equilíbrio entre o homem e o meio ambiente.
As instituições da sociedade também devem estar engajadas nessa discussão. Todas as
organizações, tanto do meio público e privado estão buscando formas menos agressivas de se
comportarem para auxiliar na saúde do planeta. Isso está acontecendo nos diversos ramos de
organizações e empresas.
Com o modo de produção de nossa sociedade, que é voltado para consumo, aliado a
modernização, surgiu nas últimas décadas uma grande massificação de produtos eletrônicos
altamente sofisticados. Uma alta demanda por esses equipamentos exige uma alta produção.
Computadores, celulares, televisores e outros equipamentos eletrônicos são compostos por uma
quantidade diversificada de componentes. Sua fabricação exige um expressivo esforço sobre os
recursos naturais, onde maquinários e tecnologias complexas transformam minerais e outras
matérias primas em chips, placas, transistores entre outros em componentes usados nos
equipamentos modernos de hoje.
Essa demanda é alimentada pela necessidade de Tecnologia da Informação que está posta em
nossa sociedade atual. Empresas que tem suas atividades diretamente voltadas para essa
necessidade, como fabricantes de computadores e celulares, estão inseridas no ramo de TI, assim
como prestadores de serviços e pesquisa.
Mas no que diz respeito ao impacto no meio ambiente, os fabricantes de Tecnologia da
Informação são hoje os mais suscetíveis a exigências por mudança de consciência. Os produtos
eletrônicos têm grande impacto ambiental na fabricação, operação e descarte de resíduos.
Eletrônicos consomem grande quantidade de recursos naturais e energia quando produzidos,
consomem energia na operação e quando descartados geram resíduos altamente prejudiciais a
natureza.
A preocupação em diminuir e eliminar a agressão ambiental que a Tecnologia da Informação
vem provocando é uma nova tendência de consciência ambiental para as organizações desse ramo.
Essa tendência está sendo chamada de TI Verde, ou Tecnologia da Informação Verde (do inglês
Green IT). Organizações que estão adotando a TI Verde buscam em suas ações proporcionar a
destinação correta do e-waste ou lixo eletrônico, a fabricação de produtos eletrônicos com materiais
menos agressivos ao meio ambiente, mais eficientes quanto ao consumo de energia e com maior
capacidade de reciclagem e reaproveitamento quando descartados. O cumprimento de leis
ambientais, a busca por processos de fabricação que consuma menos energia, e a investidura por
iniciativas verdes através do princípio da redução, reuso e reciclagem contribui para a concretização
da TI Verde.
Outro fator a ser considerado são os resultados que a Tecnologia da Informação Verde está
proporcionando para os negócios. Além de contribuir para a saúde do planeta, a decisão de
embarcar na TI Verde está fazendo com que os lucros das empresas aumentem, pela redução de
custos com materiais e consumo de energia e pela boa imagem perante os clientes e a sociedade que
estão optando por “empresas verdes”.

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