Carlos Silva,
Unidade de Engenharia e Tecnologia Naval, Instituto Superior Técnico
E-mail: csilva@mar.ist.utl.pt
RESUMO
ABSTRACT
Such systematic shall be implemented to a specific case study, accordingly with several
specifications inherit to such terminal. Additionally to the study regarding the normal
conditions operation case, an evaluation regarding the system’s response when subjected to
a parametrical variation of several external factors shall be presented as well.
Tal simulação foi realizada de acordo com um caso médio verificado. Contudo, foram
analisados diversas situações onde se considera uma variação paramétrica das condições
exteriores ao terminal, principalmente no que toca a diversas taxas de chegada das diversas
entidades intervenientes no processo. A sistemática escolhida objectiva a analise do
desempenho do terminal actual face a diversos cenários de operação.
Como se pode verificar, existem três grandes áreas de operação no modelo: operações do
hinterland; operações do parque e operações marítimas. Estas serão as três grandes áreas a
serem modeladas, sendo que a interacção entre cada uma deve ser cuidadosamente avaliada
e desenvolvida.
O processo da entrada de navios é deveras importante no que toca, para a maioria dos
casos, à determinação de tempos de espera do navio. As necessidades de pilotos,
rebocadores, criação do manifesto de carga, etc. são factores que deverão ser considerados.
Outros tempos de espera poderão ser associados ao mau tempo, mau funcionamento das
gruas, tempos fora do horário de trabalho, etc. Estes casos, contudo, são implementados na
secção de inutilização de recursos explicitada mais a vante.
Figura 1: Fluxograma geral de um terminal Intermodal
Como se pode verificar, utiliza-se sempre os Reach Stacker ou os Fork Lift de modo a
proceder à operação da carga do camião. O transporte para o parque de contentores é feito
por tractor ou atrelado (usualmente também mencionado como trailer).
,QLFLRGH
2SHUDomR
&KHJDGDGR
&DPLmR
7HPSRQD 7HPSRQD
&DPLmR9D]LR"
3RUWDULD 1mR 6LP 3RUWDULD
([LVWH(VSDoR
([LVWH(VSDoR $JXDUGDR
QR%XIIHU"
QR%XIIHU" 3DUTXHHRX
([LVWH
([LVWH(VSDoR 1mR (VSDoRQR 1mR
&RQWHQWRUQR
QR3DUTXH" %XIIHU
3DUTXH"
6LP 6LP
(QWUDGDQR (QWUDGDQR
%XIIHU/LEHUWD %XIIHU/LEHUWD
3RUWDULD 3RUWDULD
6LP
6LP
2FXSD7UDFWRU
'HVFDUUHJDR
2FXSD56)/ /HYDQWDPHQWR
&RQWHQWRUH
+i7UDFWRU GR&RQWHQWRU
FRORFDRHP 1mR
'LVSRQLYHO" GR3DUTXH
%XIIHU
6LP
6DLGDGR 2FXSD7UDFWRU ([LVWH56)/ $JXDUGD56
&DPLmRGR 3URFHVVRGH /LYUH" 1mR )/
6LVWHPD &DUUHJDPHQWR
GR7UDFWRU
6DLGDGR
&DPLmRGR )LPGH
6LVWHPD1mR RSHUDomRGR
([LVWHP0DLV 6LP &DPLmR
&RQWHQWRUHV"
$JXDUGD
7UDFWRU&DUUHJ /LEHUWD56)/ 2FXSD56)/
DPHQWRGR 0RYLPHQWDomR /LEHUWD7UDFWRU &DUUHJDPHQWR
7UDFWRU DWpDR3DUTXH GR&DPLmR
Linha 1
Linha 2
: RS ou FL
: Contentores Inacessíveis
: Contentores Acessíveis
Figura 4: Problema de acesso com dois comboios em operação simultânea
,QLFLRGD
2SHUDomR
([LVWH56)/ ([LVWH56)/
$JXDUGD56)/ $JXDUGD56)/
/LYUH" 1mR /LYUH" 1mR
6LP 6LP
6LP
2FXSD56)/ 2FXSD56)/
/HYDQWDUR &DUUHJDPHQWR /LEHUWD7UDFWRU
FRQWHQWRU GR&RPERLR
&RORFD
&RQWHQWRUQR
%XIIHUGRV
([LVWH1DYLRD &RPERLRV$JXDU
GD6DLGD'R /LEHUWD56)/
RSHUDU" 6LP
1DYLR
1mR
9HULILFDVHKi )LPGH&DUJD
PDLVFDUJDSDUD )LPGD
([LVWH7UDFWRU
$JXDUGD7UDFWRU GHVFDUUHJDU 2SHUDomRGH
GLVSRQLYHO" 1mR
&RPERLRV
6LP
1mR
1mR
6LP
)LPGR 9HULILFDVHKi
2FXSD GHVFDUUHJDPHQW PDLVFDUJDSDUD
)LPGH R FDUUHJDU
7UDFWRU&DUUHJD
GHVFDUJD
PHQWRGR
7UDFWRU
1mR
/LEHUWD56)/ ([LVWH&DUJD
PRYLPHQWDomR 3DUD
GR7UDFWRUDWpDR 'HVFDUUHJDUGR
3DUTXH &RPERLR"
([LVWH&RQWHQWRU 1mR
SDUD&DUUHJDU"
Apesar da complexidade do sistema, as operações marítimas são as que vão ditar o ritmo
de operação existente num terminal Intermodal. Este aspecto reflecte a importância que os
armadores têm para o porto. Ter uma produtividade elevada associada a um tempo de
espera reduzido é nos dias de hoje questões cada vez mais importantes e passíveis de serem
avaliadas e analisadas.
Figura 8: Fluxograma ‘Operação de navio’
Devido à sua importância a operação de navios tenta ser sempre o mais simples e eficaz
possível. Como não existe buffer sobre as pernas das gruas, o esquema será mais simples
que a operação de camiões ou comboios. O transporte entre a grua e o parque é efectuado
em Double-Cycle sendo os atrelados utilizados para movimentar o contentor até ao parque.
Este modelo genérico servirá para a maioria dos terminais Intermodais, sendo necessário a
introdução de diversas especificações inerentes a cada caso particular. Em seguida este
modelo encontra-se aplicado ao terminal de contentores do porto de Sines. Diversas
considerações foram introduzidas como exemplo de modo a elucidar a sua aplicação.
Os percursos de entrada para a zona sobre o pórtico seguem a politica do terminal, sendo
utilizadas todas as 6 faixas de rodagem ao longo de todo o comprimento de cais, de modo a
evitar congestionamentos. Este aspecto é importante, pois cada contentor terá a sua
localização exacta no navio e possibilitar uma amplitude maior de movimentação facilita a
operação do navio quando atracado.
Foi considerado um buffer de modo a que sejam estivados contentores sempre que as
operações do comboio interfiram com as operações marítimas. Um contador do número de
contentores e taxa de ocupação do buffer foi introduzido de modo a controlar o tamanho de
contentores ali estacionados.
A operação na portaria segue os procedimentos usuais, tendo sido criado um buffer onde os
contentores são guardados até poderem seguir para o parque de contentores. À semelhança
do caso anterior, outro contador foi introduzido com o propósito de controlar a dimensão e
taxa de ocupação do buffer.
Como se pode verificar na figura 12, cada operação tem um lugar específico a ser realizada
no parque e as movimentações seguem os sentidos impostos pelo terminal. Para cada bloco
de contentores temos indicadores da quantidade em parque assim como um nível de
ocupação a vermelho. Os pórticos de parque devido ás suas dimensões tem uma rede
privada de movimentação.
Parque de contentores:
Recursos:
Contentores:
Pode-se verificar na figura 14 que o tempo de operação das diversas entidades apresenta
tendência a aproximar-se de um valor médio. Este tempo de operação diz respeito ao
intervalo de tempo desde que a entidade entra no terminal até ao instante em que sai.
1400
1200
Minutos
1000
800
600
400
200
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Conforme os diversos locais de operação, cada contentor terá um tempo de operação médio
específico. A figura 15 ilustra a tendência apresentada desse tempo para diversos locais
existentes no terminal. Estes valores traduzem as diferenças operacionais inerentes a cada
local. Desde as rotas existentes ás máquinas envolvidas na movimentação do contentor,
existem influências que irão modificar os diversos tempos de operação por contentor.
12
Minutos
10
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Note-se que esta ocupação considera a operação contínua e inalterada do terminal ao longo
de 24 horas, pelo que não traduz a realidade do porto (aspecto advêm do facto de que no
modelo não são considerados períodos nocturnos, férias, dias festivos, etc.). Como tal a
taxa de ocupação tende a ser reduzida quando em comparação com os valores reais,
contudo ficará sempre a ideia dos recursos mais utilizados e com maior necessidade de
investimento, manutenção, etc.
0.18
0.16
0.14
0.12
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
0 20 40 60 80 100Meses 120
Ocupação média Cais Mes Ocupação média F
Ocupação média Portaria
Mais uma vez o facto do modelo correr 24 horas por dia sem alterações vai influenciar este
resultado, pois como foi observado durante as corridas do modelo existem horas em que
diversos navios surgem requisitando quer pilotos ou rebocadores simultaneamente,
congestionando estes recursos.
O mais interessante destes resultados passa pela comparação entre eles e determinação dos
pontos de estagnação de crescimento ou de utilização, sendo possível determinar
necessidades de aquisições, investimentos ou cortes.
Com o caso de estudo avaliado, uma variação dos parâmetros exteriores ao terminal foi
executada, simulando diferentes taxas de chegada para navios e comboios. Deste modo
uma variação paramétrica bidimensional foi considerada e os respectivos gráficos a três
dimensões criados. Será possível avaliar os “vales” e “picos” de operação dando uma ideia
da operação óptima do terminal com os recursos actualmente disponíveis.
Como se pode verificar na figura 18, a ocupação dos pórticos de parque é maximizada para
uma taxa de chegadas entre navios de 30 horas mantendo o mesmo intervalo médio entre
chegadas para os comboios.
Ocupação RTG
0.40
Ocupação RTG
0.35 Comboios
0.30
Horas \Navios 30 40 50 59.4 70 80 90
0.25 5.5 5.5 0.38 0.35 0.39 0.38 0.29 0.29 0.25
0.20 6.5 0.34 0.33 0.30 0.37 0.22 0.30 0.26
5.5
0.15 7.5
7.5 0.10
7.5 0.36 0.35 0.25 0.29 0.19 0.23 0.23
8.54 0.39 0.37 0.36 0.28 0.23 0.15 0.18
Horas 9.5 40
30 9.5
9.5 0.37 0.36 0.33 0.30 0.23 0.19 0.22
Chegada 50 Horas
59.4 10.5 0.37 0.35 0.28 0.29 0.23 0.16 0.22
70 11.5
Comboio 11.5 80 Chegada
90
80
70
59.4
50
40
30
Durante a simulação verificou-se um uso elevado deste recurso quando existem operações
simultâneas no parque (tractores provenientes do cais, terminal de via-férrea ou portaria).
O número de pórticos verificado é insuficiente à partida de modo a ter uma operação
óptima do terminal. O valor mínimo de seria de pelo menos 4 ao invés dos 3 existentes.
À semelhança do que é praticado em outros portos da União Europeia o ideal seria um
pórtico por parque, pelo que o número ideal é de 8 unidades. Contudo é compreensível que
enquanto o porto não tiver fluxo de carga suficiente para ser economicamente viável um
investimento dessa grandeza bastará um número inferior.
Ocupação FL e RS
Ocupação FL e RS
0.50
Comboios
0.45
\Navios 30 40 50 59.4 70 80 90
0.40 Horas
0.35 5.5
5.5 0.44 0.40 0.44 0.43 0.38 0.39 0.40
0.30 6.5 0.39 0.38 0.38 0.44 0.32 0.39 0.37
5.5
0.25 7.5 7.5 0.43 0.40 0.41 0.36 0.29 0.31 0.31
7.5 0.20 8.54 0.43 0.35 0.41 0.33 0.26 0.25 0.22
Horas
9.5 30 Horas 9.5 9.5 0.33 0.37 0.35 0.32 0.27 0.24 0.27
40
Chegada 59.4
50 10.5 0.35 0.34 0.27 0.30 0.24 0.21 0.26
11.5 70 Chegada 11.5
Comboio 80 11.5 0.34 0.31 0.27 0.27 0.24 0.25 0.23
Horas
90
80
70
59.4
50
40
30
90
Navios
O caso médio encontra-se numa zona intermédia delimitada a roxo do gráfico. De notar
que para o caso em que a taxa média entre chegadas dos navios é de 40 horas e a de
comboios de 6 horas e meia existe um pequeno “vale” que poderá ser usado para
maximizar a operação do terminal e ter uma ocupação reduzida dos seus recursos.
Ocupação Tractor
Ocupação Tractor
Comboios
0.50
0.45 \Navios 30 40 50 59.4 70 80 90
0.40 Horas 5.5 0.42 0.37 0.41 0.39 0.30 0.31 0.34
0.35 5.5
0.30 6.5 0.40 0.35 0.34 0.42 0.25 0.33 0.28
0.25 6.5
5.5
0.20
0.15
7.5 7.5 0.39 0.37 0.39 0.31 0.22 0.24 0.25
7.5 0.10 8.54 8.54 0.43 0.39 0.42 0.31 0.24 0.19 0.18
Horas
0.46
30
Horas
50
Chegada
70
Horas
11.5
80
Comboios
50000
0
11.5 0.38 0.36 0.28 0.26 0.22 0.22 0.21
90
90
80
70
59.4
50
40
30
Navios
É interessante verificar que para este caso, assim como alguns outros, não será quando
existem mais entidades movimentadas no terminal que este terá maior ocupação dos seus
recursos (esse caso somente apresenta uma ocupação na casa dos 0.42). Este aspecto
encontra-se relacionado com a interacção entre entidades existindo uma dependência
operacional criada pela interacção de tractores no parque.
5.5
6.5
7.5
Horas 0.32
7.5
9.5 0.34 0.35 0.58 0.99 0.98 0.96
8.54
Chegada 30
9.5
Chegada 10.5 0.35 0.33 0.34 0.42 0.97 0.98 0.99
10.5
5.5
Navios
11.5
Horas
30
40
50
59.4
70
80
90
Comboios 11.5 0.35 0.33 0.32 0.35 0.51 0.94 0.93
A taxa de ocupação do cais de atracação como se podia prever apresenta uma dependência
mínima da quantidade de comboios operados no terminal. Este aspecto advém da reduzida
interacção dos tractores provenientes da operação de navios e comboios no parque de
contentores. A evolução da curva ao longo da variação do intervalo médio entre chegadas
de navios é clara e apresenta o aspecto demonstrado na figura 22.
Ocupação Cais
0.3
Ocupação Cais
0.25
Comboios
0.2 Horas
11.5
\Navios 30 40 50 59.4 70 80 90
0.15
30
5.5 0.264 0.198 0.162 0.139 0.112 0.102 0.089
0.1
9.5 6.5 0.261 0.198 0.157 0.138 0.113 0.100 0.090
Horas50 0.05
7.5 0.263 0.199 0.160 0.141 0.114 0.100 0.088
11.5
Chegada 0.091
8.54
Comboios
Horas 11.5 0.262 0.200 0.158 0.139 0.115 0.102 0.089
80
Chegada 11.5 10.5 0.088 0.088 0.089 0.088 0.089 0.088 0.088
80
Chegada 90
90
7.5
9.5
11.5
Navios
Horas
Figura 23: Ocupação média do terminal de via-férrea
5. CONCLUSÕES
O desafio fica em aberto para a actualização deste modelo para as novas realidades que
serão apresentadas no terminal ao longo do decorrer da sua vida operacional. Todas as
demais expansões, aquisições de novos equipamentos, criação de áreas logísticas, etc.
podem ser adicionadas ao modelo em uso, sempre que seja requerida uma análise mais
pormenorizada da sua prestação a longo prazo. A reutilização deste modelo recomenda-se
vivamente para o caso do terminal do porto de Sines e outros terminais de contentores, pois
como foi mencionado anteriormente, existe uma redução significativa do tempo de
modelação recorrendo à sua adaptação.
6. REFERÊNCIAS
Kelton, W. D., Sadowski R. P., et al (1998), Simulation with Arena, McGraw Hill, [s. n.].
Shannon, R. E. (1975), Systems simulation: the art and science, Englewood Cliffs:
Prentice-Hall, [s. n.].
Strack, J. (1984), GPSS: Modelação e simulação de sistemas. Rio de Janeiro: LTC, Cap.
2-4.
Tavares, V., Oliveira, C., et al (1998), Investigação operacional, McGraw Hill, [s.n.].