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1. Introdução.

O escopo deste trabalho tem por finalidade trazer breves considerações a respeito do
concurso de crimes, seja o concurso material, concurso formal e também o crime
continuado, no que tange aos requisitos, espécies e sistemas de fixação de penas,
respectivamente dispostos nos artigos 69, 70 e 71 do Código Penal Brasileiro.

1.1. Conceito de Concurso de Crimes.

Verificando assim a letra da lei, concluímos que concurso de crimes é a ocorrência da


pluralidade de crimes, idênticos ou não, mediante uma ou mais de uma ação ou omissão
praticada pelo agente.

Damásio de Jesus assevera que quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de


ações ou omissões, pratica dois ou mais delitos, surge o concurso de crimes ou concurso
de penas (³concursus delictorum´).
Não obstante cabe salientar que existem diferenças entre referido instituto e o concurso
de pessoas, pois neste várias pessoas participam dos crimes, como bem conceitua
Mirabete:

³O concurso de pessoas pode ser definido como a ciente e voluntária participação de


duas ou mais pessoas na mesma infração penal ¹.´
Malgrado que ambas as modalidades podem coexistir, ou seja, pode acontecer que
vários agentes cometam atos delitivos continuadamente, havendo assim, tanto o
concurso material de crimes, como também o concurso de pessoas.

2. Concurso Material / Real

Preceitua o artigo 69 do Código Penal Brasileiro que: ³quando o agente, mediante mais
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não´,
Assim extrai-se da própria lei o conceito de concurso material, ou seja, ocorrendo duas
ou mais condutas e dois ou mais resultados, causados pelo mesmo autor, caracterizado
estará o concurso material, porém para que ocorra, necessário se faz o preenchimento de
dois requisitos (cumulativos) conforme citados a seguir:

2.1. Requisitos

2.1.1. - Pluralidade de Condutas

O agente realiza duas ou mais condutas, para que se configure o concurso material,
sejam elas dolosas ou culposas omissivas ou comissivas. Ex: o agente comete o crime
de roubo, e em seguida estupra a vítima, matando-a posteriormente para que fique
impune.

2.1.2. Pluralidade de Crimes

O agente pratica dois ou mais crimes, sejam eles idênticos ou não, porém com liame
pela identidade do agente, não se levando em consideração se os crimes ocorreram na
mesma ocasião ou em dias diferentes. Verificando o exemplo acima citado o agente
cometeu o crime de roubo ( art. 157,CP ), estupro ( art. 213,CP ), e homicídio ( art. 121,
CP ).
Destarte, sem o preenchimento de ambos os requisitos, não há que se falar em concurso
de crimes. Cabe ainda salientar que não haverá concurso de crimes no caso de crimes
permanentes (crime prolongado no tempo), tampouco em crime habitual (reiteração do
crime), pois há somente um crime.
Ex: Crime permanente - seqüestro.
Ex: Crime habitual - exercício ilegal da medicina.

2.2. Espécies de concurso material

A doutrina classifica as espécies de concurso material em duas, concurso material


homogêneo e concurso material heterogêneo conforme veremos a seguir:

2.2.1. Concurso material homogêneo

Quando os crimes praticados, são idênticos, ou seja, previstos no mesmo tipo penal.
Ex: roubo (art. 157, CP) ocorrido no mês de janeiro de 2008 e roubo (art. 157, CP) no
mês de junho de 2008;
Obs: Neste caso não há que se falar em crime continuado, pois a jurisprudência firmada
pelos Tribunais, afirma que o lapso temporal entre um crime e outro não poderá
ultrapassar os 30 (trinta) dias.

2.2.2. Concurso Material heterogêneo

Quando os crimes praticados não são idênticos, ou seja, previstos em tipos penais
diversos.
Ex: furto (art. 155, CP) e estupro (art. 213, CP).

2.3. Fixação da pena

O Código Penal Brasileiro, no que tange a fixação da pena em concurso material,


adotou o sistema de cúmulo material, ou seja, considera que as penas dos delitos
cometidos devem ser somadas. Assim o juiz individualizara a pena de cada delito,
somando todas ao final de sua sentença. Cabe ressaltar ainda que o artigo 76 do CP
determine que no concurso de infrações, será cumprida primeiramente a pena mais
grave.
A aplicação conjunta viola o princípio da individualização da pena, previsto na Carta
Magna em seu artigo 5º, inciso XLVI, com a conseqüência de anulação da sentença
prolatada, caso o juiz proceda aplicando conjuntamente as sanções previstas.

2.4. Observações

Prescrição ± o prazo prescricional devera ser contado isoladamente para cada crime
cometido pelo agente, conforme assevera o artigo 119 do Código Penal.
Reincidência ± conforme dispõe o artigo 63 da Lei Penal, a reincidência ocorre quando
o agente comete novo crime, depois de transitado em julgado sentença que o tenha
condenado por crime anterior. Fato é que o concurso material por si só não gera
reincidência, pois há dois crimes julgados em única sentença prolatada pelo juiz.

3. Concurso Formal / Ideal

O artigo 70, 1ª parte do CP, traz em seu bojo o conceito de concurso formal/ideal.
Acentua que: ³ quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes, idênticos ou não, haverá concurso formal.
Diferencia-se do concurso material, pois os requisitos divergem-se, conforme logo mais
exporemos.

3.1. Requisitos

3.1.1. Conduta única

O agente realiza uma só conduta, seja ela dolosa ou culposa, omissiva ou comissiva,
Fernando Capez ensina: ³por conduta devemos entender a ação ou omissão humana
consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Compreende um único ato ou uma
seqüência de atos desencadeados pela vontade humana, objetivando a realização de um
fato típico.´
Ex: o agente com único tiro fere mais de uma pessoa.

3.1.2. Pluralidade de Crimes

O agente comete dois ou mais crimes, sejam eles idênticos ou não, porém com uma só
conduta. Fernando Capez em sua obra assevera: ³uma só conduta dá origem a mais de
um fato, ou a mais de um crime, quando atingir mais de um bem penalmente tutelado.
Por outro lado, se da conduta única surgir um único fato típico, inexistirá o concurso
formal.´
Ex: em um atropelamento, o motorista mata uma pessoa e causa lesões corporais em
outra.
Cumpre ainda ressaltar que a unidade de desígnio não faz parte do concurso formal de
crimes, pois não esta previsto na lei como requisito para que o concurso formal se
configure. O Código penal adotou a teoria objetiva, deixando a questão subjetiva
portanto somente para ser apreciada na aplicação da pena, conforme notamos no art. 70,
2ª parte do CP.

3.2. Espécies de concurso formal

Subdividem-se em quatro, as espécies de concurso formal, sendo classificados em


concurso formal homogêneo, concurso formal heterogêneo, concurso formal
perfeito/normal/próprio, concurso formal imperfeito/anormal/impróprio.

3.2.1. Concurso Formal Homogêneo

Ocorre o concurso formal homogêneo quando os crimes são idênticos, ou seja, descritos
no mesmo tipo penal, porem com sujeitos passivos diversos.
Ex: um acidente de trânsito com quatro mortes.
3.2.2. Concurso Formal Heterogêneo

Caracteriza-se o concurso formal heterogêneo quando os crimes são diversos, ou seja,


descritos em tipos penais distintos, também com sujeitos passivos diferentes.
Ex: um acidente de trânsito com uma morte e uma lesão corporal.

3.2.3. Concurso Formal Perfeito

No concurso formal perfeito, o crime resulta de um único desígnio, o agente tem em


vista um só fim, o impulso volitivo deve ser um só, ou seja, a ação é única, porem os
resultados antijurídicos podem ser muitos.
Ex: o motorista dirigindo em alta velocidade atropela e mata três pessoas.

3.2.4. Concurso Formal Imperfeito

O artigo 70, 2ª parte, do CP traz o concurso formal imperfeito. Aqui há uma só ação,
porem o resultado é de desígnios autônomos. O agente deseja os outros resultados ou
aceita o risco de produzi-los.

A autonomia de desígnios ocorre quando o agente pretende praticar vários crimes, tendo
consciência e vontade em relação a cada um deles, embora a conduta seja única.
Ex: o agente dispara um único tiro e provoca duas mortes, porém ambos os sujeitos
passivos ele queria matar.

3.3. Concurso Material Benéfico

Ocorre o concurso material benéfico quando a soma das penas - sistema utilizado para
fixação da pena no concurso material, é mais benéfico ao réu do que o sistema da
exasperação da pena - sistema utilizado para aplicação da pena no concurso formal
Ex: o agente comete homicídio doloso e lesões corporais culposas.
Sistema de exasperação (concurso formal) = 6 anos p/ o homicídio + 1/6 da pena p/ a
lesão corporal culposa = 7 anos de pena.
Sistema de cumulo (concurso material = 6 anos p/ o homicídio + 2 meses p/ a lesão
corporal = 6 anos e 2 meses de pena.
Aqui o concurso é formal, mas quando da aplicação da pena, usa-se o sistema do
cumulo material, pois este é mais benéfico ao réu.

3.4. Fixação da Pena

Quanto à fixação da pena, tratando-se de concurso formal dependerá da circunstancia,


se o concurso formal e perfeito ou imperfeito, pois dependendo do caso haverá algumas
distinções conforme determina o artigo 70, do CP 2ª parte:
-Se as penas são iguais, aplica-se somente uma aumentada de 1/6 até a metade;
-Se não são idênticas, aplica-se a mais grave aumentada de 1/6 ate a metade;
-Se a conduta é dolosa e os crimes resultam de desígnios autônomos, adotamos o
sistema de cumulo material, ou seja, aplicam-se as penas cumulativamente.

Havendo então concurso formal perfeito poderemos ter duas possibilidades:

- Concurso formal homogêneo: aplica-se a pena de qualquer dos crimes, acrescida de


1/6 até a metade.

- Concurso formal perfeito heterogêneo: aplica-se a pena do crime mais grave acrescida
de 1/6 até a metade.

Esse aumento de pena dependerá via de regra da quantidade de delitos praticados pelo
agente, conforme tabela citada na obra de Fernando Capez ¹:

NUMERO DE CRIMES - PERCENTUAL DE AUMENTO


2 - 1/6
3 - 1/5
4 - 1/4
5 - 1/3
6 OU + 1/2

1. Fernando Capez, Curso de Direito Penal, São Paulo, Editora Saraiva, p,460.

Em se tratando, porém de concurso formal imperfeito, quando a conduta for dolosa e os


crimes concorrentes resultarem de desígnios autônomos (diversidade de intuitos do
agente), o Código Penal Brasileiro adota o sistema de cúmulo material, ou seja, as penas
dos delitos cometidos deverão ser somadas.

3.5. Observações

Caso ocorram vários crimes, porém em um só contexto a jurisprudência dominante é


que ocorrera nesses casos o concurso formal perfeito, levando-se em consideração que o
correto seria a aplicação da regra do concurso formal imperfeito, os Tribunais tem assim
procedido por razões de política criminal.
Ex: em uma só conduta o sujeito rouba varias pessoas em um só lugar (ônibus, banco),
aplica-se para fixação da pena a regra do concurso formal perfeito, ou seja, a pena de
um roubo apenas, aumentada de 1/6 até a metade, portanto o sistema de exasperação da
pena.

4. Crime Continuado

Preconiza o artigo 71, caput do CP: ³quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os próximos ser tidos em
continuação do primeiro´.
Conforme conceito de MANOEL PEDRO PIMENTEL: ³O crime continuado é uma
ficção jurídica inspirada pelo critério da benignidade; destinada a servir como fator de
individualização da pena e deduzida, por motivos de equidade justificados pela
culpabilidade diminuída do agente, da homogeneidade de condutas concorrentes que
ofendem o mesmo bem jurídico.´²
Diferentemente do concurso formal onde há apenas uma ação que se desdobra em
vários atos, o crime continuado exige a pratica de duas ou mais condutas, com
desdobramentos em crimes da mesma espécie, ou ainda crimes dolosos, cometidos com
violência ou grave ameaça a pessoa, mesmo que os sujeitos passivos sejam diversos,
(CP,art 71, parágrafo único), sendo considerado como crime único pelo CP por razões
de política criminal.

4.1. Requisitos

São requisitos necessários para que se configure o crime continuado:

1- Pluralidade de condutas ± necessário que o mesmo agente pratique duas ou mais


condutas, duas ou mais ações.
2- Pluralidade de resultados ± que sejam crimes da mesma espécie, porem admite o CP
que seja aplicada a continuidade delitiva em crimes de espécie diferentes.
3- Continuidade delitiva ± apura-se a continuidade delitiva pelas condições de
tempo,lugar,maneira de execução e outras semelhantes. A jurisprudência tem entendido
que o lapso temporal para que configure-se o crime continuado, não deve ser superior a
30 (trinta) dias.

Do Crime Continuado. 2ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1969, pág.
119.

4.2 Espécies

São duas as espécies de crime continuado conforme veremos a seguir.

4.2.1 Crime Continuado Genérico / Comum

É a duplicidade de condutas omissivas ou comissivas praticadas pelo agente, desde que


os tipos penais sejam da mesma espécie e cometidos sem violência ou grave ameaça a
pessoa e ainda que pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes , devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro,
conforme o CP, art.71, caput.

4.2.2 Crime Continuado Especifico

São crimes praticados em continuidade delitiva, dolosamente, contra vitimas diferentes,


cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa ( CP, art. 71, parágrafo único ).Essa
espécie além dos requisitos do crime continuado comum exige ainda que seja o crime:
a) praticado dolosamente;
b) praticado contra vitimas diferentes e;
c) com violência ou grave ameaça.
4.3 Observações

Algumas teorias são destacadas que buscam esclarecer a natureza do instituto jurídico
do crime continuado, sendo elas a teoria da unidade real, da ficção jurídica e a
mista.Cumpre ressaltar que o Código Penal Brasileiro adotou com a reforma de 1984, a
teoria da ficção jurídica, não fazendo nenhuma menção ao elemento subjetivo, levando
em consideração somente os elementos objetivos, elencados na lei, justamente por
opções de política criminal e para que se pudesse evitar sanções penais severas,
desnecessárias, o que não é o fim buscado pela pena, ao contrario a ela cabe justamente
a ressocilaização e reintegração do infrator a sociedade.

5. Conclusão

O Código Penal Brasileiro adota sistemas diferentes de concurso de crimes, quais


sejam, o concurso material, concurso formal e também o crime continuado, havendo
diferentes sistemas de aplicação das penas.
Concluímos que ao se tratar de concurso material, o sistema aplicado será o de cúmulo
material, sendo o concurso formal o de exasperação da pena, porém com algumas
peculiaridades, citando por exemplo o concurso formal imperfeito que se sujeita ao
cúmulo material. Em se tratando porém de crime continuado o sistema é o de
exasperação da pena, porém as quantidades a serem aumentadas divergem em se
tratando de crime continuado comum e específico.
Já pacificado também no Direito Penal Brasileiro que em se tratando de habeas corpus e
recursos em matéria criminal, exceto o recurso extraordinário, havendo empate,
prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente ou réu.

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1. INTRODUÇÃO

O livramento condicional consiste na antecipação da liberdade ao condenado que


cumpre pena privativa

de liberdade, desde que cumpridas determinadas condições durante certo tempo. Serve
como

estímulo à reintegração na sociedade daquele que aparenta ter experimentado uma


suficiente regeneração.

Traduz-se na última etapa do cumprimento da pena privativa de liberdade no sistema


progressivo,

representando uma transição entre o cárcere e a vida livre.


Quanto à sua natureza jurídica, a doutrina diverge: para uns, é apenas a última fase do
sistema progressivo;

para os autores italianos, é uma fase de execução da pena, a qual sofre uma modificação

em seu último estágio; para a maioria da doutrina brasileira, trata-se de direito público
subjetivo do

apenado, se preenchidos os requisitos.

2. REQUISITOS

Podem ser de duas ordens: objetiva e subjetiva. São requisitos objetivos necessários à
concessão do

livramento condicional:

a) pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos (art. 83, caput) ! admite-se a
soma das

penas, mesmo que em processos distintos, para atingir esse limite mínimo, bem como a
detração

penal. A condenação a pena inferior a dois anos pode ensejar o sursis, jamais o
livramento;

b) cumprimento parcial da pena ! o tempo mínimo necessário para a concessão do


livramento

dependerá de dois fatores: a reincidência e a natureza do crime, de acordo com a


seguinte tabela:

Bdeve cumprir mais de um terço (1/3 ) da pena se o condenado não for reincidente em

crime doloso e tiver bons antecedentes, (art. 83, I);

Bdeve cumprir mais da metade (1/2) da pena se ele for reincidente em crime doloso,
(art.

83, II);

Bdeve cumprir mais de dois terços (2/3) da pena se, condenado por crime hediondo,
prática

de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, desde que não

reincidente específico em crimes desta natureza, (art. 83, V);


BO reincidente específico em crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes

e drogas afins, e terrorismo não tem direito a livramento condicional. Ressalte-se

que essa reincidência específica é em qualquer dos crimes desta natureza, não
necessitando

que a reincidência seja pelo mesmo delito (p. ex.: é reincidente específico quem é

condenado por extorsão mediante seqüestro (CP., art. 159) e depois por latrocínio (CP.,

art. 157, § 3º).

c) reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo (art. 83, IV).

São requisitos subjetivos do livramento condicional:

a) bons antecedentes ! para o condenado que não seja reincidente em crime doloso; se
for reincidente,

com ou sem bons antecedentes, deverá cumprir mais da metade da pena para poder
pleitear

o benefício;

b) comportamento satisfatório durante a execução ! não é somente durante o


encarceramento,

deve ser satisfatório dentro e fora da prisão (trabalho externo, cursos de instrução),
como indício

de readaptação social;

c) bom desempenho no trabalho;

d) aptidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto;

e) prognose favorável ! diz o art. 83, parágrafo único, que ³para o condenado por crime
doloso,

cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará


também

subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não
voltará

a delinqüir´; essa comprovação pode ser feita por exame criminológico, se o

juiz entender necessário.


3. CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Tal qual no sursis, existem condições de imposição obrigatória e facultativa; por ser um
período de

transição entre o encarceramento e a liberdade definitiva, as condições representam


restrições à

liberdade de locomoção.

São condições obrigatórias a serem cumpridas durante o benefício (art. 132, §1o, LEP):

a. obter ocupação lícita, em tempo razoável, se for apto para o trabalho;

b. comunicar ao juiz periodicamente a sua ocupação;

c. não mudar de comarca sem autorização judicial.

As condições de imposição facultativa ficam a cargo do juiz e, dentre elas, a LEP


enumera as seguintes:

d. não mudar de residência sem comunicar ao juiz e às autoridades incumbidas da


observação e

proteção cautelar;

e. recolher-se à habitação em hora fixada;

f. não freqüentar determinados lugares.

A doutrina ainda aponta que o juiz poderá impor como condição que o liberado
abstenha-se de praticar

infrações penais.

As condições judiciais podem ser modificadas no curso do livramento para atender aos
fins da pena e

à situação do condenado (art. 144, LEP). Não havendo aceitação das condições
impostas ou alteradas,

a pena deverá ser cumprida normalmente, ficando sem efeito o livramento condicional.

4. REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Segundo o art. 86, CP, são causas de revogação obrigatória do benefício:

a) se o liberado vem a ser condenado irrecorrivelmente a pena privativa de liberdade por


crime cometido
durante a vigência do livramento

b) se o liberado vem a ser condenado irrecorrivelmente a pena privativa de liberdade por


crime por

crime anterior, neste caso observando-se o disposto no art. 84.

Neste caso, se, somando-se as penas da nova condenação com a anterior o liberado
poderá continuar

em liberdade, se o tempo de cumprimento da pena atual - incluído o período em que


esteve em

liberdade condicional ± for tempo suficiente para o livramento condicional em relação


às duas penas

somadas.

Ex: Em outubro de 1990, A, reincidente, foi condenado a 10 anos de reclusão. Em


outubro de 1995,

foi concedido livramento condicional. Em janeiro de 1998, foi condenado a 4 e 2 meses


anos por crime

cometido em setembro de 1990. No caso, somando-se as penas, o agente teria um total


de 14

anos e 2 meses. Como o cumprimento teve início em outubro de 1990, ele, somadas as
penas, teria

um total a cumprir de 7 anos e 1 mês. Assim, quando foi condenado, em janeiro de


1998, o sujeito já

cumprira (contados período preso e período do livramento) 7 anos e 3 meses, prazo que
lhe faculta

permanecer em liberdade.

Se o tempo da pena não for suficiente, o condenado regressará à prisão e, quando


completar o tempo,

poderá voltar à liberdade condicional.

Existem também as causas de revogação facultativa: ocorrendo uma delas, o juiz terá
três opções:

revogar o livramento, advertir o liberado ou agravar as condições. Se o juiz decidir pela


revogação,

deverá ouvir antes o liberado.


Pelo art. 87, CP, as causas de revogação facultativa são:

a) o descumprimento de qualquer das condições obrigatórias ou facultativas impostas;

b) a condenação irrecorrível por crime ou contravenção a pena que não seja privativa de
liberdade

(e aí não importa se a infração foi cometida antes ou depois de concedido o benefício).


Quanto à

condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade por contravenção, houve um


equívoco do

legislador, que se esqueceu de contemplá-la ± para alguns, tal omissão não pode ser
suprida pelo

juiz; para outros, como Cezar Bitencourt e Mirabete, deve ser considerada como causa
de revogação

facultativa, pois se a aplicação de pena menos grave (restritiva de direito ou multa) é

uma dessas causas, a de pena mais grave (privativa de liberdade) também tem que ser.

Os efeitos da revogação (art. 88, CP) irão variar a depender da sua causa:

a) em caso de condenação irrecorrível por crime praticado antes do livramento, terá


direito à obtenção

de novo livramento, inclusive no que se refere à pena que estava sendo cumprida, as
duas

penas poderão ser somadas a fim de se obter novamente o benefício e o período de


prova é

computado como de pena efetivamente cumprida;

b) em caso de condenação irrecorrível por crime praticado durante a vigência do


livramento, não

haverá possibilidade de novo benefício em relação à mesma pena, que terá de ser
cumprida integralmente,

não se computando o prazo em que esteve solto; quanto à nova pena, poderá obter o

benefício se observados os requisitos;

c) havendo descumprimento das condições impostas, o apenado terá de cumprir a pena


integralmente,
não se computando o período de prova, e não será possível obter-se novamente o
mesmo

benefício;

d) em caso de condenação por contravenção, os efeitos serão os mesmos de


descumprimento das

condições impostas.

5. PRORROGAÇÃO DO LIVRAMENTO E EXTINÇÃO DA PENA

Diz o art. 89, CP: ³o juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença

em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento´.


Para

os doutrinadores, isto significa que haverá prorrogação do livramento enquanto estiver


correndo o

processo do referido crime, mas apenas o período de prova é prorrogado, não


subsistindo as condições;

Cezar Bitencourt defende que não há prorrogação do benefício, somente a pena


privativa de

liberdade não poderá ser declarada extinta, pois, havendo condenação, revogar-se-á a
liberdade

condicional que estava suspensa, não se considerando o período de prova como de pena
cumprida.

Quanto ao processo por crime praticado antes da vigência do benefício, conforme já foi
mencionado,

o período de prova é computado como de pena cumprida e, chegando ele ao fim, a pena
deverá ser

declarada extinta, ainda que o outro processo esteja em andamento.

Em suma, a chamada ³prorrogação do livramento´ somente ocorrerá para o caso de


processo por

crime praticado durante a vigência do benefício, não se estendendo às contravenções e


não subsistindo

as condições impostas na sentença.

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