Resumo
A Medicina Baseada em Evidências (MBE) visa a melhoria da qualidade da abordagem do paciente, através da
integração da melhor evidência científica disponível, da experiência clínica do médico e das particularidades
de cada paciente. A prática da MBE permite ao médico uma atualização adequada sobre os temas relativos à
sua área de atuação, pois proporciona a possibilidade de filtrar e selecionar as informações científicas, para,
então, avaliá-las, julgá-las e utilizá-las em sua realidade profissional. Avaliou-se o conhecimento e a utilização
da MBE, pelos médicos do município de Juiz de Fora – MG, na sua prática diária. Foi realizado estudo obser-
vacional transversal com análise de 102 questionários estruturados, respondidos pelos próprios médicos, de
uma amostra aleatória simples. Dentre os entrevistados, 87 (85,2%) exercem alguma especialidade, 12 (11,7%)
são generalistas, 35 (34,5%) são docentes e 52 (51,0%) atuam em hospital com residência médica. Falta de
tempo foi apontada por 82 (80,4%) médicos como a maior dificuldade para a atualização profissional. O tipo
de trabalho científico mais lido (27 – 26,9%) foi o artigo de caso clínico. O fator destacado como de maior
peso na tomada de decisão foi a experiência pessoal (55 – 61,8%) e diferença estatisticamente significativa foi
encontrada entre as respostas dadas em relação a esse fator, quando o médico era docente e/ou atuava como
preceptor em hospital com residência médica. A MBE ainda não se encontra sistematicamente presente na
prática profissional de significativa parcela de médicos do município e necessita receber uma maior valorização
por parte destes.
Palavras-chaves: Médicos. Medicina Baseada em Evidências. Prática Profissional.
* Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Medicina, Departamento Materno-infantil, Juiz de Fora, MG. E-mail: ose@oi.com.br
** Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Medicina, Departamento de Morfologia Juiz de Fora, MG
*** Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Medicina, Juiz de Fora, MG
DAVIDSON, R. A. et al. Evaluating evidence-based medicine skills MCALISTER, F. A. et al. Evidence-based medicine and the
during a performance- based examination. Academic Medicine, practicing clinician. Journal of General Internal Medicine,
Washington, D. C., v. 79, p. 272-275, 2004. Washington, D. C., v. 14, p. 236-242, 1999.
MILES, A. et al. Evidence based medicine: why all the fuss?: this is and teach EBM. 1st ed. London: Churchill-Livingstone, 2000.
why. Journal of Evaluation in Clinical Practice, London, v. 3, p.
SCHATTNER, A.; FLETCHER, R. H. Research evidence and the
83-85, 1997.
individual patient. QJM: An International Journal of Medicine,
MILNE, R.; DONALD, A.; CHAMBERS, L. Piloting short
Oxford, v. 96, p. 1-5, 2003.
workshops in critical appraisal of review. Health Trends, London,
v. 27, p. 120-123, 2005. SHUVAL, K. et al. Evaluating primary care doctors’ evidence-based
MULROW, C. D. Rationale for systematic reviews. In: medicine skills in a busy clinical setting. Journal of Evaluation in
CHALMERS, I.; ALTMAN, D. G. Systematic reviews, 1st ed. Clinical Practice, London, v. 13, p. 576-80, 2007.
London: BMJ Publishing Group, 1995. p. 1-8.
STRAUSS, S.; JONES, G. What has evidence based medicine done
PAI, M. et al. Systematic reviews and meta-analyses: an illustrated,
for us? British Medical Journal, London, v. 329, p. 987-988, 2004.
step-by-step guide. National Medical Journal of India, New
Dheli, v. 17, p. 86-95, 2004.
TAYLOR, R. S. et al. A systematic review of the critical appraisal
PARKES, J. et al. Teaching critical appraisal skills in health care skills training for clinicians. Medical Education, Edinburgh, v. 34,
setting. Cochrane Database of Systematic Reviews, Oxford, p. 120-125, 2000.
Issue 3, Art. Nº.: CD001270, 2001.
YOUNG, J. M.; WARD, J. E. Evidence-based medicine in general
ROSENBERG, W; DONALD, A. Evidence based medicine: an
approach to clinical problem-solving. British Medical Journal, practice: beliefs and barriers among Australian GPs. Journal of
London, v. 310, p. 11226, 1995. Evaluation in Clinical Practice, London, v. 7, p. 201-210, 2001.
Enviado em 30/1/2009
Aprovado em 30/3/2009